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MBA em Investimentos e Risco.

Contabilidade Financeira, Gerencial e Análise das


Demonstrações Financeiras.
2022.

José de Oliveira Guimarães

jguimaraes@fvmail.br

98838-5857
OBJETIVO DO MÓDULO

Adquirir ou fortalecer o entendimento dos conceitos


principais de contabilidade financeira e gerencial, dos
demonstrativos econômico-financeiros, possibilitando
assim a elaboração de um diagnóstico de qualquer
empresa, utilizando os indicadores de desempenho
apropriados.

2
• Uma citação oportuna: 

“A contabilidade é a língua dos negócios. Existem muitas maneiras de descrever o que


está acontecendo com uma empresa , mas, seja lá o que se diga, sempre me retorna à
língua da Contabilidade. Quando a filha de um de seus parceiros de negócios perguntou a
Warren quais cursos devia fazer na faculdade, respondeu: “Contabilidade; é a língua dos
negócios. Para interpretar a demonstração financeira de uma empresa, você tem que
saber interpretar os números. Para isso, precisa aprender contabilidade. Se você não sabe
ler o placar, não sabe como anda o jogo, o que não consegue distinguir os vencedores dos
vencidos.” Warren Buffett

3
1. PRINCIPIOS DE FINANÇAS EMPRESARIAIS
1.1. A Organização como um fluxo de Caixa

Podemos definir financeiramente uma empresa como sendo um


permanente fluxo de investimentos e financiamentos.

4
Aplicação
Origem
dos
dos
Recursos
Recursos

Para onde De onde


o dinheiro o dinheiro
vai vem

5
INVESTIMENTOS FINANCIAMENTOS

CURTO PRAZO CURTO PRAZO

LONGO PRAZO LONGO PRAZO

RETORNO ESPERADO CUSTO MÉDIO PONDERADO DE CAPITAL

6
Taxa de retorno operacional
esperada sobre os investimentos
RETORNO ESPERADO de curto prazo e longo prazo,
com base na característica do

negócio.

7
O retorno pode ser assim formado:

margem  lucro operacional liquido/


receita operacional líquida;
ou
giro  receita operacional líquida/
ativo operacional médio

8
Margem

Sinônimo de Lucratividade
(%)

Giro

Sinônimo de produtividade sobre o capital investido.


(No de vezes)

9
Taxa de retorno operacional
RETORNO ESPERADO esperada sobre os investimentos
de giro e fixos, com base na

característica do negócio.

10
Margem

Sinônimo de Lucratividade (%)

Giro

Sinônimo de produtividade sobre o capital investido.


(No de vezes)

11
Média entre a participação de
cada parcela em relação ao total,
CUSTO MÉDIO DO CAPITAL associada à respectiva taxa de
retorno.

12
Exemplo:
Suponha que a empresa pretenda uma taxa de retorno operacional de
25% a.a sobre os investimentos realizados. O capital é composto por
60% de recursos próprios a uma taxa de 25% a.a e 40% de recursos de
terceiros , que exige um retorno de 20% a.a.

Pergunta. É viável essa estrutura de capital para o retorno esperado


sobre o investimento? Havará criação de valor?

13
Capital Peso Taxa Custo
Médio
Próprio 60% 25% 15%

Terceiros 40% 20% 8,0%

Total 100% 23,0%

C.M.C.

14
Resposta.

É viável; a empresa deve aceitar o investimento proposto, pois com a


a estrutura do capital considerada, agrega-se valor para o negócio. Ou
seja, após remunerar o capital empregado, há uma sobra para os sócios
da ordem de 2,0% (25,0% - 23,0%).

Retorno esperado > custo do capital


=
criação de valor

15
Entretanto sempre é importante a determinação do risco

financeiro do negócio, através da seguinte relação:

CUSTO DO CAPITAL / RETORNO ESPERADO

Nesse caso o risco financeiro é de : 23,0% /25,0% = 92,0%

>50,0%  alto
NRF =50,0%  neutro
<50,0%  baixo

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2.1 INVESTIMENTOS DE CURTO PRAZO

São investimentos diretamente relacionados à atividade fim da


empresa, tais como:

Contas a Receber de Clientes e Estoques.

17
São investimentos em que o retorno esperado está baseado na
produtividade, ou seja, na capacidade rápida de transformação em
caixa.

Devem ser financiados prioritáriamente por recursos


operacionais de curto prazo não onerosos, ou seja, crédito
com fornecedores.

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INVESTIMENTOS FINANCIAMENTOS OPERACIONAIS DE
OPERACIONAIS DE CURTO CURTO PRAZO.
PRAZO

CONTAS A RECEBER E CRÉDITO COM FORNECEDORES


ESTOQUES

19
• 2.2 INVESTIMENTOS DE LONGO PRAZO

• São investimentos em que o retorno esperado tende a produzir real valor


para a empresa ao longo do tempo;

• Tratam-se de investimentos normalmente estratégicos, em que o resultado


obtido é observado ao longo dos anos.

20
• Como são analisados?

Através de uma análise de viabilidade econômico-financeira, onde


avaliamos um fluxo de caixa projetado a valor presente, com base na
taxa de desconto e no prêmio de risco associado;

A taxa de desconto pode ser o próprio


custo médio ponderado de capital.

21
3. O PROCESSO DE PLANEJAMENTO FINANCEIRO

O objetivo básico do processo de planejamento financeiro é dotar a


empresa de mecanismos de planejamento e gestão, que possibilitem
o real dimensionamento e a permanente maximização dos recursos
financeiros aplicados no negócio.

Para que o processo de planejamento financeiro seja um instrumento


gerencial útil para a organização, podemos destacar alguns aspectos
considerados relevantes para alcançar este objetivo:
 

22
Conforme mencionado, o planejamento financeiro de um negócio é, num
primeiro momento, consequência das premissas de natureza operacionais
préviamente traçadas. No contexto do planejamento empresarial, devemos
lembrar os objetivos a serem atingidos pela administração, ou seja:

 
Objetivo econômico ( capacidade de geração de lucros )
 
 
Objetivo financeiro ( capacidade de geração de caixa )
 
 
Objetivo patrimonial ( maximização do valor do patrimônio)

(otimizar investimentos e financiamentos.)


 
 

23
Fonte: Análise financeira de balanços: abordagem básica e gerencial,
Dante Carmine Matarazzo, 6. ed., São Paulo: Atlas, 2008

24
4. OBJETIVOS DA CONTABILIDADE

>Captar, registrar, acumular, resumir e interpretar os


dados que podem impactar a situação econômica
e financeira de uma instituição.

>permitir um entendimento comum e uniforme por


todas as áreas de decisão da empresa, sobre o
comportamento dos negócios.
25
USUÁRIOS DA CONTABILIDADE

SÓCIOS, ACIONISTAS E/OU QUOTISTAS:



rentabilidade e liquidez dos investimentos.

26
ADMINISTRADORES E/OU GESTORES

analisam o passado e o presente, com o


objetivo de assegurar para o futuro, um nível
cada vez mais qualitativo para as operações.

27
FORNECEDORES

como os acionistas, esse grupo também focaliza a
rentabilidade e liquidez para seus financiamentos,
sejam de matérias-primas ou produtos acabados.

28
GOVERNO

Objetivo básico de fiscalizar e tributar, utilizando
as informações padronizadas de acordo com a
legislação.

29
A FINALIDADE DA INFORMAÇÃO CONTÁBIL:

meio de comunicação;
meio de motivação;
CONTROLE >
meio de verificação de
resultados.

30
análise das informações
PLANEJAMENTO> passadas, como suporte ao
processo de planejamento

31
5. RAMOS DA CONTABILIDADE:
público externo à empresa;

preocupação com o todo;

FINANCEIRA> informações de acordo com a


legislação;

não serve para a tomada de


decisão.
32
público interno da empresa;

análise de partes da operação;


GERENCIAL>
ressalta os pontos relevantes;

voltada para o processo de


tomada de decisão.

33
Define as bases legais para o
cálculo de impostos;

FISCAL> instrumento de planejamento


gerencial, que visa gerar efeito
positivo sobre o nível do
resultado.

34
• LIMITAÇÕES DA CONTABILIDADE FINANCEIRA
TRADICIONAL

A contabilidade trabalha pelo chamado regime de


competência. Entretanto, nem sempre o lucro
gerado, representa superávit de caixa na mesma
proporção. Vejamos o exemplo a seguir:

Fonte: Prof, Aguinaldo Pereira.

35
EXEMPLO:

COMPANHIA WORKING CAPITAL LTDA


Demonstrativo dos Principais Itens ao final do mês 1
Em R$ 1.000,00
 
Caixa 10.000
Estoques 15.000
Contas a receber 20.000
 
Receitas 100.000
Custos 80.000
Lucro Bruto 20.000
 
36
HIPÓTESES:
Preço unitário : R$ 8,00 / unidade
Custo unitário : R$ 6,00 / unidade
Prazo do receb. de venda : 30 dias
Período médio de atraso : 0
Prazo do estoque : 30 dias

PROJEÇÕES (quantidades):

MÊS VENDA PRODUÇÃO


02 3.000 3.750
03 3.750 4.500
04 4.500 5.250
05 5.450 6.500
 
37
PROJEÇÕES DE RESULTADOS:

CONTAS AO FINAL DO MÊS 2

Caixa 7.500
Estoque 19.500
Contas a receber 24.000
Vendas 124.000
Custos 98.000
Lucro Bruto (R$) 26.000
(%) 20,97%

38
CONTAS AO FINAL DO MÊS 3

Caixa 4.500
Estoque 24.000
Contas a receber 30.000
Vendas 154.000
Custos 120.500
Lucro Bruto (R$) 33.500
(%) 21,75%
 

39
CONTAS AO FINAL DO MÊS 4

Caixa 3.000
Estoque 28.500
Contas a receber 36.000
Vendas 190.000
Custos 147.500
Lucro Bruto (R$) 42.500
(%) 22,37%
 

40
CONTAS AO FINAL DO MÊ5 5

Caixa 0
Estoque 34 800
Contas receber 43.600
Vendas 233.600
Custos 180.200
Lucro Bruto (R$) 53.400
Margem bruta (%) 22,86%
  
 
 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

41
 
FLUXO DE CAIXA
Mês 2 Mês 3 Mês 4 Mês 5
 
 
 
 
  Saldo Inicial 10.000 7.500 4.500 3.000
 
 
 
 
Entradas 20.000 24.000 30.000 36.000
 
 
  Saídas (22.500) (27.000) (31.500) (39.000)
 
 
 
Saldo Final 7.500 4.500 3.000 0

42
 
CONCLUSÕES:
 

Vendas crescentes necessariamente não indicam superávits no


fluxo de caixa;
 
As informações contábeis, fundamentadas no regime de competência,
não descrevem totalmente a realidade financeira da empresa;
 
Quando adequadamente previstas, as necessidades de caixa podem
ser geradas de forma a maximizar o retorno global da empresa.

43
6. Alguns conceitos relevantes de Contabilidade

a) Receita  Tudo que a empresa fatura, independente ou não


de ser recebida no mesmo momento, podendo ser
operacional ou não operscional. Visão econômica!

b) Recebimento  Tudo que a empresa recebe , proveniente


de uma receita auferida. Visão financeira!

c) Custo  Todo recurso empregado pela empresa, que

possa ser identicado diretamante à atividade fim.  Visão


econômica

44
d) Despesa  Tudo que a empresa incorre, podendo ser
operacional ou não, independente ou não do desembolso.
Visão econômica!

e) Desembolso Tudo que a empresa dispende, relativo


a um custo ou a uma despesa. Visão financeira!

45
h) Investimento ( Ativo; débito) Tudo que a empresa
investe, no sentido de gerar retorno a curto e a longo
prazo, podendo ser assim o investimento de curto e/ou longo
prazo.

i) Financiamento ( Passivo; crédito ) Tudo que a empresa


utiliza de recursos, próprios e/ou terceiros, para poder
financiar a sua atividade, tanto do ponto de vista de curto
como de longo prazo.

46
O porquê do investimento ( ativo; debito ) se encontrar a
esquerda, e o financiamento ( passivo;crédito ) se encontrar a
direita , quando se demonstra uma estrutura patrimonial.

47
O conceito contábil de partidas dobradas, pressupõe que
para todo investimento (débito), haverá um financiamento,
(crédito), de igual valor.

Exemplo: uma empresa compra um estoque no valor de 1.000,00


com financiamento de seus fornecedores. Como ficará essa
demonstração?

48
Estoques Fornecedores

1.000,00 1.000,00

Qual o motivo? Estoques representam um


investimento e fornecedores um financiamento.

49
6) ESTRUTURA E OBJETIVO DOS DEMONSTRATIVOS
ECONÔMICO-FINANCEIROS.

a) Demonstração de Resultados;
b) Fluxo de Caixa Direto;
c) Balanço Patrimonial;
d) Fluxo de Caixa Indireto.

50
A)DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS

>Demonstrativo que avalia a capacidade de geração de lucros


do negócio, relativa a um determinado período de tempo.

>Instrumento dinâmico para análise.

51
DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS DO EXERCÍCIO
(visão contábil)

Receita bruta de vendas de bens ou serviços


 
(-) Impostos sobre vendas
(-) Devoluções, descontos e abatimentos
 
(=)Receita operacional líquida
 
(-) Custo do produto, mercadoria ou serviço
vendido
 
(=)Lucro bruto
 
52
(-) Despesas administrativas
(-) Despesas comerciais
(-) Outras despesas operacionais
Para uma visão
 (=) Lucro / ( Prejuízo ) operacional gerencial, sugere-se
  analisar o lucro
(+/-) Receitas ou Despesas financeiras operacional antes de
(+) Receitas não operacionais receitas/despesas
(-) Despesas não operacionais financeiras, bem
 (+/-) Receita de equivalência patrimonial como da
equivalência
patrimonial.
(=) Lucro antes do imposto de renda
 
(-) Provisão para imposto de renda
(-) Participações no lucro
 
(=) Lucro líquido do exercício.
53
B)FLUXO DE CAIXA – MÉTODO DIRETO

>demonstrativo que visa apresentar os diversos níveis de


entradas e sáidas de caixa ao longo de determinado período;

>apresenta uma visão mais operacional;

>mais indicado para o processo de gestão de tesouraria.

54
Entradas provenientes de: Saídas para pagamento de:

Vendas à vista Compras (Fornecedores)


Vendas à prazo Despesas Administrativas
Aumento de Capital Empréstimos Bancários
Aumento de Financ de Longo Prazo Dividendos
Aquisição de Imobilizado

Total Entradas
Total Saídas

Variação Saldo de Caixa (Entradas –


Saídas)

+ Saldo Inicial de Caixa


= Saldo Final de Caixa

55
C) BALANÇO PATRIMONIAL;

>do ponto de vista contábil, representa o conjunto de bens, direitos e


obrigações da empresa em determinado momento;

>do ponto de vista gerencial, focaliza o conjunto dos investimentos e


financiamentos por natureza;

>reflete em determinado momento, os resultados econômicos e


financeiros referentes ao período imediatamente anterior, servindo de base
para projeções futuras;

>instrumento estático para análise.

56
Exemplo

Ativo( Investimentos) Passivo (Financiamentos)


(Financiamentos
I)Circulante I)Circulante
1)Caixa+Aplic. De Curto Prazo 1)Fornecedores
2)Empréstimos
2)Contas a Receber de Clientes
3)Provisões operacionais
3)Estoques TOTAL
TOTAL
II)Não Circulante
II)Não Circulante 1)Mútuos com coligadas
1)Mútuos com coligadas 2)Financiamentos
TOTAL

III)Patrimônio líquido
1)Capital Social
2)Permanente 2)Reservas
a)Investimentos 3)Ajustes Patrimoniais
b)Imobilizado 4)Ações em tesouraria
c)Intangível 5)Prejuízos Acumulados
TOTAL PASSIVO
TOTAL ATIVO

57
Modelo disponibilizado na Internet
Exemplo – Fonte. Novo exemplo.com
Mais importante é assimilar que, para um
saudável processo de gestão financeira,
devemos compatibilizar os investimentos com
base na sua característica de tempo e retorno,
com financiamentos que possuam as mesmas
características.

60
D) FLUXO DE CAIXA ( MÉTODO INDIRETO )

>é complementar ao método direto;


>apresenta o resultado das políticas de investimentos e
financiamentos operacionais, tanto de curto como de longo
prazo;

>possui uma visão gerencial, portanto estratégica.

61
Lucro e/ou prejuízo do exercício +/-Variação Permanente de Caixa
+ Depreciação, Amortização e Aumento de Capital
demais provisões operacionais Dividendos Pagos
Acréscimo no Imobilizado
= Geração Bruta de Caixa Aumento no Financ. de L.Prazo
+/- Variação de Estoques,
Clientes e Fornecedores = Geração Líquida de Caixa

= Geração Operacional de Caixa + Saldo Inicial de Caixa

+/-Variação Empréstimos de C. = Saldo Final de Caixa


Prazo

= Geração Corrente de Caixa Ponto Focal do Negócio

62
Demonstração de Fluxo de Caixa Direto
Resultados (visão financeira operacional)
( visão econômica) Demonstrativo Temporal
Demonstrativo temporal

Balanço Patrimonial
(visão econômica e financeira)
Demonstrativo Pontual

Fluxo de Caixa Indireto


(Visão Financeira gerencial)
Demonstrativo Temporal.

63
A seguir um modelo gerencial desenvolvido por Dante
Matarazzzo em seu livro Análise Financeira de Balanços.

O modelo visa explicar de forma sequencial, as etapas


necessárias para identificar a capacidade de geração
de caixa entre dois períodos.

64
QUESTÕES QUE PODEM SER RESPONDIDAS:

Quais as causas das mudanças na situação financeira da


empresa?
 
O que foi feito com o lucro gerado pelas operações?
 
Qual a aplicação feita com os novos empréstimos?
 
De que forma a empresa consegue manter seus
pagamentos em dia, se os resultados vêm sendo
negativos?
 
Como está sendo financiada a expansão da empresa?
 
Com que recursos a empresa amortizou antecipadamente
dívidas de longo prazo?
 
O que foi feito com as receitas de venda de algum
65
imobilizado?
Os recursos gerados pelas operações foram suficientes?

Por que a empresa teve de tomar empréstimos, se seu lucro mais a


depreciação são superiores aos investimentos em imobilizado?

Qual a habilidade dos administradores em obter os recursos adequados às


aplicações?

A política de investimentos adotada pela empresa é apropriada?

O nível em tesouraria (disponibilidades mais aplicações financeiras) é


adequado?

A política de distribuição de dividendos é compatível com a geração de


recursos? 66
 
ANO 1 ANO 2
ATIVO
 
CIRCULANTE
Disponível 100 220
Dupl. A Receber 1.800 2030
Estoques 1.400 1185
Total 3.300 3.435

PERMANENTE
 
 
Imobilizado ( Valor Bruto) 2.800 3.145
(-)Depreciação Acumulada. (600) (1.200)
Total 2.200 1.945
TOTAL DO ATIVO 5.500 5.380
67
ANO 1 ANO 2  
PASSIVO
 
CIRCULANTE 
Fornecedores 1.100 1.400
Empréstim. Bancários 400 370
Total 1.500 1.770

EXIG.LG PRAZO 
Financiamentos 500 660

PAT. LÍQUIDO 
Capital 2.000 2.150
Lucros Acumul. 1.500 800
Total 3.500 2.950
TOTAL DO PASSIVO 5.500 5.380

68
69
ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS

ORIGENS

Das Operações
Prejuízo do Exercício - (500)
(+)Depreciação do Exercício - 600 100

Dos Acionistas
Aumento de Capital 150

De Terceiros
Financiamentos de L.Prazo 160

Total das Origens 410

70
APLICAÇÕES 
 
Dividendos 200
Aquisição de Imobilizado 345

Total das Aplicações 545


 

REDUÇÃO DO C.C.L. 135

Demonstração extinta com o D.L 11.638

71
FLUXO DE CAIXA DIRETO ANO 2

ENTRADAS (provenientes de)  A) 9.000 + 1.800 - 2.030 =


Vendas 8.770(A)
Aumento de Capital 150 8.770
Aumento de Financiamento de Longo Prazo 160
Total 9.080
(B) CMV = EI +C - EF
 
SAÍDAS (Para Pagamento de)  6.700 = 1.400 + C - 1.185
Compras (Fornecedores) 6.185 (B) C = 6.485
Despesas Administrativas 2.200
Empréstimos Bancários 30 6.485 + 1.100 - 1.400 =
Dividendos 200 6.185
Aquisição de Imobilizado 345
Total 8.960

Aumento do Saldo de Caixa 120


+ Saldo Inicial de Caixa 100
= Saldo Final de Caixa 220
 
(

72
Transformação do Resultado Econômico (Lucro Ou Prejuízo)
em Resultado Financeiro (Caixa)

Prejuízo (500)
  + Depreciação 600
+ Aumento de Fornecedores 300
+ Redução de Estoques 215
- Aumento de Dupl.a Receber (230)
- Redução de Empréstimo Bancário (30)
+ Aumento de Capital 150
- Aumento de Imobilizado (345)
- Dividendos (200)
+ Aumento Financiamento Longo Prazo 160
 
Aumento do Saldo de Caixa 120
 

73
Geração Bruta de Caixa

Prejuízo (500)

(+) Depreciação 600

Geração Bruta de Caixa 100

74
Geração Operacional de Caixa
 
INICIAL FINAL VARIAÇÃO
(+)Estoques 1.400 1185 -215

(+)Duplicatas a Receber 1.800 2.030 +230

(-) Fornecedores 1.100 1.400 +300

N.C.G. 2.100 1.815 -285 (*)

(*) Efeito positivo sobre a geração de caixa.

 Geração Bruta de Caixa 100 nível


+ Variação N.C.G 285 importante
Geração Operacional de Caixa 385 para a criação
de valor

75
Geração Corrente De Caixa

 
INICAL FINAL VARIAÇÃO
Empréstimo Bancário 400 370 (30)

Geração Operacional de Caixa 385

(-) Redução de Empréstimo Bancário 30

(=)Geração Corrente de Caixa 355

 
 

76
FLUXO DE CAIXA INDIRETO ( DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO LÍQUIDO DE CAIXA )

RESULTADO DO EXERCÍCIO (500)


 
(+/-) Ajustes (despesas e receitas não caixa)
 
(+)Depreciação do Exercício 600
 
GERAÇÃO BRUTA DE CAIXA 100
 
Variação da Necessidade de Capital de Giro 
 Variação Estoques 215
Variação de Clientes (230)
Variação dos Fornecedores 300

=GERAÇÃO OPERACIONAL DE CAIXA 385


 

77
=GERAÇÃO OPERACIONAL DE CAIXA 385

Variação de Empréstimos Bancários de Curto Prazo (30)


 
GERAÇÃO CORRENTE DE CAIXA 355
 
Variação dos Itens Permanentes de Caixa
Aumento de Capital 150
Dividendos (200)
Acréscimo de Imobilizado (345)
Aumento de Financiamento de Longo Prazo 160

GER. DE CAIXA APÓS ITENS PERMANENTES 120

GERAÇÃO LÍQUIDA DE CAIXA 120


+Saldo Inicial de Caixa 100
 = Saldo Final de Caixa 220


78
A VISÃO DA CONTABILIDADE GERENCIAL

79
A CONTABILIDADE GERENCIAL NASCEU ATRAVÉS DA NECESSIDADE DAS
EMPRESAS DE IDENTIFICAR, DE FORMA CLARA, OS ASPECTOS
INTRÍNSECOS RELATIVOS À SUA OPERAÇÃO, PRINCIPALMENTE NO QUE
DIZ RESPEITO AO DETALHAMENTO DOS CUSTOS E RESULTADOS DA
OPERAÇÃO.

É UM PROCESSO VOLTADO PARA A TOMADA DE DECISÃO.

SEM LIMITAÇÕES QUANTO À SUA UTILIZAÇÃO PELA GESTÃO DA


EMPRESA.
80
Áreas de comparação Contabilidade Contabilidade
Financeira Gerencial
Usuários Pessoas e Vários níveis
organismos fora internos de
das empresas Gestão.

Sistema contábil Partidas Não restrito á


Dobradas qualquer
sistema
Diretrizes restritivas Restrita aos Não há
princípios diretrizes ou
fundamentais restrições

Unidades de Mensuração Moeda corrente do Qualquer


país. padrão
monetário

Fonte. Alvaro Ricardino

81
Áreas de comparação Contabilidade Contabilidade
Financeira Gerencial
Foco das análises Pessoas e Vários níveis
organismos fora internos de
das empresas Gestão.

Frequência das informações Periódicas e Sem prazo


regulamentadas. determinado.

Grau de confiabilidade Objetividade; Grau de


auditoria externa subjetividade,
atua. dependendo
faz
necessidades.
Natureza temporal Dados históricos. Não se
restringe a um
determinado
período de
tempo.

Fonte. Alvaro Ricardino

82
Principais áreas de atuação da Contabilidade Gerencial

• Orçamentos e projeções de resultados;

• formação de preços e custos;

• centros de lucros e unidades de negócios;

• análise e indicadores de desempenho.

83
Principais diferenças de apresentação das informações
entre a contabilidade financeira e gerencial.

Contabilidade financeira

CONTABILIDADE FINANCEIRA    
   
RECEITA DE VENDAS 10.000,00
   
(-)CUSTO DE VENDAS 5.000,00
   
(=)LUCRO BRUTO 5.000,00
   
(DESPESAS OPERACIONAIS) 4.000,00
   
(=)LUCRO OPERACIONAL 1.000,00
    84
         
Contabilidade Gerencial
CONTABILIDADE GERENCIAL    
   
RECEITA DE VENDAS 10.000,00
   
(-)CUSTOS VARIÁVEIS 3.000,00
   
(=)MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO PRIMÁRIA 7.000,00
   
(-)CUSTOS FIXOS DIRETOS 2.000,00
   
(=)MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO SECUNDÁRIA 5.000,00
   
(-)DESPESAS OPERACIONAIS 4000,00
   
(=)LUCRO OPERACIONAL 1.000,00
         
85
PRINCIPAIS DIFERENÇAS

A contabilidade financeira se preocupa apenas com o


todo da operação, sem levar em consideração o
detalhamento da operação. Assim, não possui um
foco gerencial. Atende a um publico externo, de
acordo com a legislação.

Já a contabilidade gerencial, se preocupa em analisar


o detalhamento dos resultados de uma operação, com
o objetivo de analisar com profundidade os dados
históricos, bem como projetar minuciosamente a
operação para o futuro.

86
6. O PROCESSO DE ANÁLISE

87
Figura 8: Metodologias da análise
Fonte: Marion (2010)

Estrutura de Capital: onde serão analisadas as fontes de capital para os investimentos (próprios e de
terceiros)

Situação Financeira: análise da capacidade de pagamento das entidades analisadas (liquidez)

Situação Econômica: análise da lucratividade e da rentabilidade


88
Rotatividade
Liquidez
Corrente, seca Análise do fluxo
e geral de caixa
Necessidade de Capital
de Giro

Lucratividade
Rentabilidade
Empresa
Produtividade
Acionista

Modelo Du Pont

89
Alavancagem
Endividamento Financeira
Quantidade Análise do Fluxo
Qualidade de Caixa

Outros

90
Mais algumas ferramentas de análise podem ser indicadas no sentido de
enriquecer o processo conclusivo por parte do tomador de decisão. Senão
vejamos:

Indicadores combinados, através de um peso específico para grupo


de indicadores;

avaliação da demonstração do valor agregado, com base na capacidade de


gerar renda e de respectiva distribuição;

projeção das demonstrações econômico-financeiras;

análise do indicadores de mercado, para empresas de capital aberto:


modelos de avaliação como, EVA, MVA e BSC.

91
7. INDICADORES DE DESEMPENHO

A- O ENFOQUE ECONÔMICO

A.1 LUCRATIVIDADE DO NEGÓCIO

• Bruta (margem de contribuição)


• Operacional própria
• Líquida

92
Margem Bruta Lucro Bruto / Receita Operacional Líquida

Margem operacional Própria Lucro Operac.Próprio/ Receita Opera. Líquida

Margem Líquida Lucro Líquido / Receita Operac. Líquida

Fonte: demonstração de Resultados

93
A.2 RETORNO SOBRE O CAPITAL PRÓPRIO - ROE

>representa quanto cada unidade monetária aplicada pelo


acionista, obtém de remuneração a partir da lucratividade da
operação da empresa;

>o custo do capital próprio é formado por uma taxa livre de


risco mais um prêmio pelo risco.

94
lucro líquido do periodo /
Retorno sobre o capital
(patrimônio líquido médio
Próprio ponderado – lucro líquido)

Indicador relevante para a


definição da estrutura
ótima de capital.

95
A.3 RETORNO SOBRE O INVESTIMENTO - ROA

>mede a capacidade da operação da empresa de agregar


de valor ao patrimônio, através da otimização da relação :

“margem x giro”

96
MARGEM Lucro operacional líquido / Receita
(lucratividade) Operacional Liquida  %

Giro Receita Operacional Líquida /


(produtividade) Ativo Operacional Médio = No de
vezes

Negócios em que a
característica é a aplicação
preponderante de recursos em
capital fixo, o retorno é obtido
pela margem, como é o caso
de setores de petróleo,
mineração, siderurgia, etc.

97
A.4 E.V.A - “ECONOMIC VALUE ADDED”

>O indicador E.V.A “Economic value added” - valor


economico agregado - é uma medida de avaliação
econômica cujo o objetivo é mensurar a criação de
valor, após a remuneração das fontes de recursos
( próprias e terceiros ) que financiam a empresa.

98
“E.V.A” NOPAT – WACC

Nopat  Net Operating Profit after taxes

Wacc  Weight Average Capital Cost

Trata-se do indicador mais utilizado


para se avaliar o processo de
criação de valor

99
Exemplo para a determinação do “EVA”:

ANO N ANO N + 1
 
1) E.B.I.T.D.A - 30000
( Earning before interests, taxes, depreciation and amortization )
Demonstra potencialidade e não capacidade. Écomparado à geração operacional de
caixa.
 2)DEPRECIAÇÃO + AMORTIZAÇÃO 5000

3) 1 - 2 25000
 
4)IMPOSTO DE RENDA + CONTRIBUIÇÃO SOCIAL ( 40 % ) 10000
 
5)NOPAT 15000
 

100
6)CAPITAL MÉDIO INVESTIDO
 
A) TERCEIROS 10.000 20.000
MÉDIA 15.000

B) PATRIMÔNIO LÍQUIDO 20.000 30.000


PATRIMÔNIO LÍQUIDO MÉDIO 25.000
 
C) CAPITAL INVESTIDO MÉDIO 40.000
 
7) CUSTO MÉDIO DO CAPITAL
 
A) DÍVIDA: TAXA DE JUROS 15% 16%

CUSTO MÉDIO PONDERADO (CAP. DE TERCEIROS) 15,7%

101
B) PATRIMÔNIO LÍQUIDO 20% 23%
CUSTO MÉDIO PONDERADO ( CAPITAL PRÓPRIO) 21,8%
 
CUSTO MÉDIO PONDERADO DE CAPITAL 19,51%

8) REMUNERAÇÃO DO CAPITAL 7.804


( 0,1951 x 40.000)
 
9) EVA ( 5 - 8 ) 7.196

Indicadores adicionais
EVA / EBITDA
EVA / NOPAT
EVA / CAPITAL INVESTIDO

102
COMO O E.V.A EVOLUI?

Através de investimentos no negócio:

os novos investimentos devem apresentar um retorno superior ao


custo médio ponderado de capital;
 
Aumentando o lucro operacional:
 
pela adição de produtos e/ou serviços que produzam um
impacto positivo sobre o lucro líquido;
 
 

103
Reduzindo o nível do capital investido, bem como o custo médio
ponderado:
 
utilizando eficientemente o capital aplicado;
 
eliminando os ativos não necessários ao negócio;
 
eliminando produtos, serviços, bem como segmentos do negócio
cujo retorno seja inferior à remuneração do capital investido;
 
otimizando o nível dos investimentos em giro, principalmente
através de uma correta gestão dos prazos médios de investimentos e
financiamentos operacionais de curto prazo;
 

104
Otimizando a estrutura de capital da empresa:
 
combinar adequadamente as fontes próprias e de terceiros, com o objetivo
de reduzir o custo médio ponderado.

Um outro exemplo para utilização do E.V.A.


 
Um investidor dispõe de $10000 que podem ser aplicados a um taxa livre de
risco de 10% / ano. No entanto, resolve investir no próprio negócio, sobre o qual
apura o seguinte resultado após um ano:
 
 
 

105
VENDAS 25000
 
(- ) CUSTOS + DESP.OPERACIONAIS 23000
 
(=) RESULTADO ANTES DO I.R. 2000

(- ) IMPOSTO DE RENDA 800


 
(=) RESULTADO OPERACIONAL ( NOPAT ) 1200
  

Caso tivesse investido no mercado a taxa livre de risco - custo de o portunidade –


teria um rendimento de $1000 ($10000 x 10%)
 
Como obteve um ganho de $1200 aplicando no próprio negócio, foi criado um
valor adicional de $ 200.
 

106
entre as alternativas para aumentar o EVA, está o acréscimo do lucro operacional do negócio,
sem modificar o valor do investimento.
 
Imagine que esse mesmo investidor identificou a possibilidade de aumentar o
faturamento em 5%, com os custos proporcionais crescendo em torno de 4%:
 
 
ATUAL FUTURO

VENDAS (+) 25000 26250


CUSTOS OPERACIONAIS (-) 23000 24000
RESULTADO BRUTO (=) 2000 2250
IMPOSTO DE RENDA (40%) (-) 800 900
RESULTADO OPERACIONAL (NOPAT) (=) 1200 1350
CAPITAL APLICADO 10000 10000
CUSTO DE OPORTUNIDADE 10% 10%
REMUNERAÇÃO 1000 1000
EVA 200 350
 
  107
Assim o crescimento do lucro operacional sem investimento adicional, gerou um acréscimo no EVA de $200 para $350, ou
seja, agregou-se valor.
 
 
O EVA como um instrumento para avaliação de novos projetos.
 
Por que usar o método?
 
 
o EVA encontrado pode ser comparado ao valor presente do fluxo de caixa;

o EVA fornece uma visão mais aprofundada em relação a performance de cada período;
 
o EVA está diretamente ligado ao desempenho do negócio.
 
 
 
 
 
 
 

108
Ponto para reflexão

Grande parte das empresas utilizam o “EBITDA” como um indicador


inerente à capacidade de geração de caixa. Cuidado, pois antes de
mais nada, é um indicador econômico. Para ser um indicador
financeiro, alguns ajustes são necessários, como por exemplo
considerar os efeitos da variação do capital de giro.

109
B – O ENFOQUE FINANCEIRO

QUESTÕES FINANCEIRAS RELEVANTES:

A empresa possui problemas financeiros imediatos ?

A empresa apresenta fôlego para conviver com períodos


de redução nas atividades?
   
A empresa é eficiente como um todo ?
 
 

110
Os problemas financeiros imediatos podem ser medidos pelo nível de liquidez

apresentado pela operação. Já a capacidade para conviver com períodos de redução

no nível de atividade, pode ser avaliada pela forma como a empresa financia

sua operação (fontes de financiamento utilizadas). Assim, podemos considerar como

fundamental a identificação das causas básicas, consequências diretas do

desequilíbrio e as medidas de ajuste a serem tomadas para o alcance do equilíbrio

financeiro. Como exemplo, podemos citar:

111
Investimento inadequado em acarreta perda de rentabilidade,
estoques; não recuperada em operações
futuras.

112
Ciclo operacional e
refere-se a incompatibilidade
financeiro
entre os prazos de investimentos
em desajuste;
e financiamentos operacionais.

113
Necessidade de
financiamento a empresa não dispõe de fontes
para capital de giro de recursos suficientes, para
crescente; suprir os investimentos correntes.

114
desequilíbrio entre investimentos
correntes e fixos;

Imobilizações em perda de retorno > parcela de


excesso; capital fixo não rentabilizada;

redução da liquidez.

115
empresa apresenta dificuldades
para remunerar o capital próprio;

Estrutura de capital
diminuição da capitalização, em
inadequada; função da queda do lucro íquido;

redução da capacidade de geração


de caixa.

116
Consequencias diretas

• Redução da liquidez;

• Fragilidade diante do mercado;

• Perda da capacidade de investir;

• Redução da credibilidade;

• Concordata e falência.

117
Medidas de Ajuste

• Otimizar a estrutura de capital;

• Estabilização do ciclo operacional e financeiro;

• Racionalização de custos;

• Venda de ativos ociosos;

• Planejamento e controle financeiros.

118
O CAPITAL DE GIRO E A IMPORTÂNCIA PARA A SAÚDE
FINANCEIRA DA EMPRESA

>Trata-se dos recursos voltados para a aplicação na atividade


corrente (fim) da empresa - clientes e estoques- cujo correto
dimensionamento é fundamental para o equilíbrio financeiro;

esses recursos devem ser básicamente financiados por créditos \


operacionais, tais como: fornecedores e provisões provenientes
da operação.

119
O PROCESSO DE FORMAÇÃO E GESTÃO DOS ESTOQUES, CONTAS
A RECEBER DE CLIENTES E CONTAS A PAGAR A FORNECEDORES:

>com base na característica dos processos de produção e comerciali-


ção, definindo-se assim um prazo médio de investimento para cada
elemento ou grupo de elementos formadores;

>o mesmo procedimento é adotado com relação à definição do


financiamento de fornecedores.

120
CICLO OPERACIONAL

Prazo Médio de Estoques

Tempo médio do investimento em


+
capital de giro.

Prazo Médio de Contas a


Receber

121
CICLO FINANCEIRO

prazo médio de investimento


em estoques + prazo médio de
Questão fundamental para o
contas a receber
equilíbrio financeiro de curto
(-)
prazo.
prazo médio de fInanciamento
de fornecedores

122
123
124
Principal consequência do desajuste do ciclo
operacional e financeiro:

NECESSIDADE DE FINANCIAMENTO PARA CAPITAL DE GIRO

125
A necessidade de financiamento para capital de giro é oriunda do
desequilíbrio entre os investimentos e financiamentos operacionais de curto
prazo, sendo calculada da seguinte forma:

Ativo Circ. Operacional – Passivo Circ. Operacional

126
• Seu financiamento pode ser realizado através de recursos
complementares de natureza própria e/ou de terceiros. Ex: caixa
e/ou empréstimos.

• Para que não haja perda de valor é necessário que o custo do


capital complementar seja inferior á margem da operação.

127
128
O conceito da Análise Dinâmica do Capital de Giro

Objetivo: permitir uma análise detalhada do processo de equilíbrio


financeiro a curto prazo.

Indicadores sugeridos:
CCL = Capital Circulante Liquido ( A.C. – P.C )
Ciclo Financeiro  (NCG/Vendas) x Periodo Base
NCG = Necessidade de capital de Giro ( A.C.O – P.C.O.)
SD = Saldo de Disponibilidades ( C.C.L. – N.C.G.)
SD/CCL = Nivel de Folga Financeira.
NCG/ Receita Liquida = Nível de Estrangulamento Financeiro
129
O efeito tesoura
• Trata-se da redução do nível de disponibilidades (caixa) da empresa,
em função de um financiamento inadequado para um dado nível de
crescimento das operações.

130
 
 
aplicações de empréstimos de
curto prazo. > curto prazo.
 
 
Saldo de tesouraria como um ativo econômico .
 

aplicações de empréstimos de
curto prazo. < curto prazo.

Saldo de tesouraria como fonte complementar de


recursos para capital de giro.

 
  131
ITENS/PERÍODO 2017 2018 2019 2020 2021

RECEITA 10.000 12.000 16.800 25.200 40.320

Variação 20% 40% 50% 60%


NIG ( NCG) 2.000 2.400 3.840 6.336 10.771,20

Variação 20% 60% 65% 70%


CCL 2.500 3.000 3.840 5.760 9.216

Variação 20% 28% 50% 60%

SD 500 600 0 -566 -1.555,20


132
133
CAUSAS BÁSICAS:

--->Crescimento das vendas com a NIG aumentando em proporção superior


ao CCL.

 
--->Investimentos demasiados em ativo fixo, com prazos inadequados de
retorno. Assim, o capital de giro apresentaria reduções importantes,
impossibilitando acompanhar o crescimento do nível de vendas e da
NCG;
 
 
 
 
134
-->Deterioração do ciclo financeiro, por má gestão dos estoques,
contas a receber de clientes e contas a pagar a fornecedores. O
reflexo é observado através do balanço patrimonial, pelo
incremento das contas cíclicas do ativo e pela redução das
contas cíclicas do passivo;
 
 
--->Crise geral na economia, provocando redução das vendas,
atrasos nos pagamentos de clientes e redução nos prazos
concedidos por fornecedores.

135
LIQUIDEZ ( CORRENTE E SECA )

Corrente - capacidade aparente de saldar os compromissos a curto


prazo;

Seca - capacidade aparente de saldar os compromissos a curto


prazo curto prazo, excluindo o peso dos estoques.

136
Corrente Ativo Circulante / Passivo Circulante

Seca Ativo Circulante – Estoques / Passivo


Circulante

Restrição Por serem indicadores


pontuais, seus
resultados não devem
ser conclusivos, mas sim
Fonte: Balanço Patrimonial referenciais.

137
ENDIVIDAMENTO

>curto prazo - comprometimento do capital de terceiros


de curto prazo em relação ao total dos investimentos

>oneroso de curto prazo  comprometimento com


capital oneroso de cuto prazo.

>longo prazo – comprometimento global dos recursos


de longo prazo, em relação ao total dos investimentos.

138
Curto Prazo Passivo Circulante / PassivoTotal + PL

Oneroso de C. Prazo Emprestimos de Curto prazo/ Passivo


total + PL
Longo prazo
Passivo não Circulante / Pas.Total +PL

Também são indicadores


pontuais, devendo ser
analisado o custo de cada
Fonte: Balanço Patrimonial
fonte.
139
IMOBILIZAÇÃO DO CAPITAL PRÓPRIO

>Trata-se da parcela do patrimônio líquido comprometida com


os investimentos de natureza permanente.

140
A imobilização do capital próprio é apurada da seguinte forma:

ATIVO PERMANENTE / PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Para empresas com características de elevados investimentos


em capital fixo, a tendência é que o resultado seja superior a 1.

141
ALAVANCAGEM
Gerada pela capacidade de utilização de ativos ou recursos
a um custo considerado fixo;

Ocorre em diferentes graus, sem comprometer a relação risco


versus retorno;

O grau de alavancagem reflete a relação existente entre risco


E retorno.

O conjunto dos custos operacionais e financeiros, define o


nível de alavancagem atingido pela empresa.

142
TIPOS DE ALAVANCAGEM.

 Alavancagem Operacional

 Alavancagem Financeira

143
OPERACIONAL

• Mede a relação entre o crescimento do lucro operacional antes


de juros e IR(LAJIR), comparado a um dado crescimento da
receita.

 É consequência das despesas operacionais fixas existentes na


estrutura de custos da empresa.

144
Resultados Atual Futuro  + 20%
Vendas em unidades 100 120
Preço de Venda 10 10
Receita de Vendas 1.000,00 1.200,00
Custos Variáveis 400,00 480,00
Custos Fixos 150,00 150,00
Lucro Operac. ( LAJIR) 450,00 570,00
Acréscimo no LAJIR 0 26,7%

145
CÁLCULO:

GAO =  percentual no LAJIR


 percentual nas vendas

26,7% / 20% = 1,34 vezes

Significa que para cada ponto percentual de crescimento na


receita, lucro operacional evolui 1,34 vezes, ou seja 34% a
mais.

146
ALAVANCAGEM FINANCEIRA

• Resulta da existência de encargos financeiros fixos na


formação do resultado da empresa.

• Visa maximizar o lucro por ação (LPA), através da utilização


de capital de terceiros.

• Empresas com despesas financeiras, podem possuir grau


de alavancagem financeira maior que 1.

Condição: o custo financeiro deverá ser menor do que a


margem operacional da atividade.

147
ALAVANCAGEM FINANCEIRA

EXEMPLO

BALANÇOS EM: 31.12.20 31.12.21

ATIVO TOTAL 1.000 1.220

EMPRÉSTIMOS 400 400

PATRIMÔNIO 600 820


LÍQUIDO
PASSIVO TOTAL 1000 1220

148
ALAVANCAGEM FINANCEIRA

DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS DURANTE O  


EXERCICIO DE 2021
RECEITA LIQUIDA DE VENDAS 2.000
(-) CUSTO DE VENDAS (1.500)
)
(=) LUCRO BRUTO 500
(-) DESPESAS OPERACIONAIS (200)
(=) LUCRO OPERACIONAL 300
(-) DESPESAS FINANCEIRAS ( 20% SOBRE O VALOR DOS (80)
EMPRÉSTIMOS)
LUCRO LIQUIDO 220

149
INDICADORES
Retorno operacional s/Ativo operacional médio 300 / 1.110 = 27,0%

Custo da dívida 80 / 400 = 20%

Retorno s/ P.L Líquido Médio  220/710 = 31,0%

GAF= Retorno s/Pat. Liquido / Retorno s/ Ativo Operacional 31,0% / 27,0% = 1,15 vezes.

)
Significa que para cada 1 ponto percentual de acréscimo no Retorno sobre o Ativo
Operacional Médio, o retorno sobre o PL aumenta 1,15 vezes mais.

150
Caso a empresa não estivesse utilizando capitais de terceiros,
que resultado obteria em termos de alavancagem financeira?

BALANÇOS EM: 31.12.2020 31.12.2021

ATIVO TOTAL 1.000 1.220

EMPRÉSTIMOS 0 0

PATRIMÔNIO LÍQUIDO 1.000 1.220

PASSIVO TOTAL 1.000 1.220

151
152
ALAVANCAGEM FINANCEIRA

Retorno operacional s/Ativo operacional médio 300 / 1.110 = 27,0%


 
Retorno s/ PL médio 300 / 1.110 = 27,0%
 
GAF = Retorno s/ PL / Retorno s/ ativo operacional médio 1,0 vez.

Nenhum benefício adicional para o acionista, caso não use capital de terceiros nestas condições de proporção e taxa.
  )

153
RISCO OPERACIONAL
 Risco existente em não gerar receitas em volumes suficientes
para a cobertura das despesas operacionais fixas.

 Investimentos elevados em ativos permanentes, podem gerar


encargos operacionais fixos, aumentando:

• risco operacional associado;


• redução na variação do LAJIR.

154
RISCO FINANCEIRO

 Risco de não conseguir gerar recursos necessários a cobertura


das despesas operacionais como as financeiras.

 Quanto maior o grau de alavancagem financeira, maior o risco


financeiro associado, em função de um maior volume de
recursos financeiros aplicados.

 Alavancagem financeira maior exige um valor para o LAJIR


maior, para evitar o risco decorrente de inadimplência.
inadimplência

155
RISCO OPERACIONAL

Receita Receita Total

PE 2 Custos Totais

PE 1
Lucro

Custos Fixos
prejuízo

Capacidade Produtiva
156
RISCO FINANCEIRO
Receitas Totais
Receitas Custos Totais
com Despesas
PE 2 Financeiras

Custos Totais
sem Despesas
PE 1
Financeiras

Custos Fixos +
Desp.
Financeiras Custos
Fixos
Capacidade Produtiva
157
INDICADORES DE MERCADO DE CAPITAIS

Lucro por ação – trata-se de um indicador econômico que mede a lucratividade liquida por
cada ação, ou seja, o lucro líquido dividido pelo número de ações.
 
Valor patrimonial da ação – trata-se de um indicador que relaciona o Patrimônio Líquido com
o número de ações, podendo ser comparado ao preço praticado em mercado.
 
Valor de mercado – é determinado pela multiplicação do preço da ação pelo valor total das
)
ações que formam o capital social. Esse indicador pode servir como base para um processo
de negociação de venda, incorporação, etc. Entretanto deve ser analisado com muito
cuidado, em função da volatilidade dos preços.
 
Valor da firma – é apurado pela soma do valor de mercado à dívida líquida.
 
Dividendo por ação/Lucro por ação – mostra a política de distribuição de dividendos da
empresa, sendo importante parâmetro para atuais e futuros acionistas.
 
Dividendo “Yield” – trata-se de um indicador financeiro que apresenta a relação entre o
dividendo pago e o preço da ação em mercado.
  158
 
Conclusão

Como observamos, criar valor para a empresa é o principal objetivo


de um processo de gestão econômico- financeira bem estruturado.

O resultado é observado pela capacidade da geração de lucros e


caixa, que maximiza o valor da empresa ao longo do tempo.

A maximização se dá pelo aumento crescente no valor do capital


investido pelos acionistas, através da minimização do custo médio
ponderado do capital.

159
Um dia você ainda vai olhar para trás e ver que os problemas, eram
os degraus que te levaram a vitória.

Muito obrigado e muito sucesso!

José Guimarães
jguimaraes@fgvmail.br

160

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