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Capítulo 5 – Análise de Rendibilidade e Crescimento

Em análise, maiores rendibilidades correspondem a maiores riscos pois criamos expectativas que os investimentos
em partes de capital geram maiores rendibilidades. Algumas rendibilidades são:

 Rendibilidade dos capitais próprios (RCP);


 Rendibilidade Operacional dos Ativos (ROA);
 Rendibilidade Económica do Ativo (REA).

É deste modo, fundamental, como elemento da avaliação do crescimento a capacidade de gerar resultados futuros.
Assim, é importante saber distinguir os resultados associados à exploração e os resultados provenientes de situações
extraordinárias.

 Os resultados líquidos estabelecem a ligação entre a DR e o balanço sendo assim a base do


autofinanciamento. (quando maior o RLP maior a capacidade de autofinanciamento).
 Os resultados devem de ser suficientes para assegurar a manutenção e remuneração dos capitais próprios e
possibilitar a remuneração e reembolso do passivo.

Caso a empresa apresente uma situação de prejuízo, existem a redução de capitais próprios, por isso têm de ser
adotadas as seguintes soluções:

 Redução de ativos (desinvestimentos);


 Aumento do passivo (como: aumento do prazo de pagamentos fornecedores, salários, impostos, etc);
 Reforço de capitais próprios para a cobertura de prejuízos (só acontece quando existem previsões de
geração de lucros futuros.)

5.1 – Tipos de Rendibilidade

 Rendibilidade Económica – não é influenciada pela estrutura de capitais e o custo dos mesmos, existindo a
repartição entre origens de fundos próprios e alheios. Esta rendibilidade não é influenciada pelos gastos
financeiros e taxas de juro. (Ex: Margem Bruta, EBITDA, RO)
 Rendibilidade Financeira – é influenciado diretamente pela estrutura de capitais e o custo dos mesmos,
sendo que no seu cálculo são utilizados gastos financeiros. (Ex: Rendibilidade dos capitais próprios.)

Algumas situações financeiras poderão indiretamente:

 Endividamento elevado pode dificultar o acesso a determinados mercados (em economias de escala não
conseguem financiamento externo);
 Empresas muito endividadas dificilmente conseguem ter processos de internacionalização;
 Seleção de fornecedores e contratos com eles estabelecidos pode levar a uma menor ou maior flexibilidade,
impactando o aumento dos preços de compra (escolher fornecedores por prazos de pagamento em vez de
escolher pela melhoria do ciclo operacional);
 Dificuldades de tesouraria podem provocar cortes de fornecimentos e quebras na produção/vendas, bem
como a degradação da imagem da empresa (flexibilização do ciclo de exploração afeta o nível de
rendibilidade da nossa empresa e das outras que nos afeta).

5.1.1 – Rendibilidade Económica do Ativo

EBIT (RAJI )
REA=
Ativo

Este indicador compara os resultados antes de juros e impostos (gastos financeiros) com o ativo total. Ou seja,
capacidade do ativo gerar lucros antes de serem deduzidos os impostos.

Estabelece-se uma base para conseguir avaliar o retorno dos capitais totais investidos, investidos
independentemente de serem capitais próprios ou capitais alheios.

Esta rendibilidade tem de ser comparada com o custo médios dos capitais alheios (i) que se calcula da seguinte
forma:

Gastos financeiros (Juros pagos− juros recebidos)


i=
PassivoTotal

i=custo médio dos capitais alheios

(importância do financiamento associado ao ciclo de exploração)

Colocando o passivo total no denominador, estamos a evidenciar intencionalmente a importância do financiamento


associado ao ciclo de exploração, como é o caso dos fornecedores. Caso existam grandes oscilações ao longo do ano
deve de se utilizar os passivos médios. É de salientar, que quando existem elevadas percentagens associadas ao
custo do passivo, isto deverá ser um fator de alarme.

Comparação entre o REA e o i:

 REA > i – Quando a rendibilidade antes de gastos financeiros permite cumprir o custo do capital alheio (i),
existe a criação de valor para os sócios. Quer isto dizer que a rentabilidade associada aos ativos financiados,
por capital alheio, consegue ser maior que o seu custo. (a empresa esta alavancada, e consegue tirar
proveito disso); (a empresa está a trabalhar com dinheiro dos outros que é a melhor situação, a empresa
está a ganhar valor no mercado)
 REA < i – Quando a rendibilidade antes de gastos financeiros não consegue cobrir o custo do capital alheio
(i), existe a destruição de valor. Assim, não existe a criação de valor para os sócios, sendo que a parte de
rendibilidade gerada pelos capitais próprios da empresa, vai ter de cobrir a diferença entre o custo dos
capitais alheios e a sua rendibilidade. (as origens estão a diminuir, o custo médio é superior aos custos)
Neste caso a empresa deverá procurar fontes alternativas de financiamento para conseguir alterar a sua
situação.
O REA pode ser influenciado por algumas condicionantes ligadas à atividade: alteração do volume de negócio,
ganhos e perdas de produtividade (melhorar o custo de vender), (alineação de ativos de um determinado ano)
desinvestimento e alteração de políticas e opções de gestão (as tomadas de decisão influenciam os resultados).

Existem também algumas condicionantes contabilísticas: reconhecimento insuficiente de imparidades, revalorização


de ativos sem testes de valorização (ter em atenção a qualidade da informação)

RAJI ( EBIT )−resultados extra exploração=RO

A rendibilidade operacional do ativo é um indicador que compara o Lucro Líquido com aos ativos a empresa. Assim o
ROA, mede o lucro gerado por cada unidade monetária de ativos.

RO
ROA ( Rendibilidade operacional do ativo )=
Ativo

É de visar que existe uma fórmula mais rigorosa para o cálculo do ROA.

RO(explora çã o corrente)
ROA= (pouco usada)
Ativo de explora çã o

No ativo de exploração, devem de ser excluídos ativos detidos para venda e investimentos financeiros.

Existem mais rácios que devem de ser mencionados pois são utilizados na análise de rendibilidades económicas, que
são indiferentes em relação à estrutura de custo dos capitais alheios:

Margem Bruta
Margem Bruta das Vendas=
Volume de Negócios

A margem bruta das vendas é um indicador importante dado que avalia a capacidade de absorção de gastos de
estrutura (custos de vender). Ou seja, quanto menor for a margem bruta maior o risco associado a descidas das
vendas. (quanto maior a margem, melhor)

ResultadoOperacional
Rendibilidade Operacional das Vendas=
Volume de Negócios

A rendibilidade operacional das vendas permite avaliar a capacidade de absorção dos gastos financeiros (para
suprimir os gastos financeiros, e fico a saber a margem que sobra para liquidar os gastos financeiros)

RAJI (EBIT )
Margem Económica=
Volume de negócios

Tem como principal objetivo avaliar a eficiência operacional de uma empresa permitindo medir a lucratividade da
empresa sem considerar o efeito de juros e impostos. ( + o custo de oportunidade – lucro sem impostos)
A análise da rendibilidade económica do ativo é baseada em modelos multiplicativos, que se decompõem em vários
rácios como é o caso do REA:

EBIT /RAJI
∗RO
RO
∗MB
MB
∗VN
EBIT /RAJI VN
REA= =
Ativo Ativo

Este modelo, acaba por comparar as condicionantes e causas da variação do REA:

 EBIT ou RAJI/ RO – Peso da área extraordinária. (entre o RO e o RAI)


 RO/MB – Efeito de gastos de estrutura, análise do risco operacional. (custos indiretos)
 MB/VN – Avaliação do risco operacional (margem de vendas)
 VN/Ativo – Rotação de ativos, eficiência na gestão dos recursos

É de visar que os três últimos rácios combinam o uso do modelo multiplicativo à rendibilidade operacional do ativo
(ROA):

RO
∗MB
MB
∗VN
VN
ROA=
Ativo

Sendo que o primeiro e o segundo rácio apresentam a rendibilidade operacional das vendas e o terceiro representa
a capacidade / eficiência de transformar os ativos em vendas.

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