Jusnaturalismo, Juspositivismo e Pós-Positivismo.

Jusnaturalismos é uma corrente de pensamento que afirma a existência do direito

natural, presente na natureza humana, onde o indivíduo já nasce com direitos
incorporados a si, e tem como pressupostos os próprios valores humanos, como
liberdade, dignidade, igualdade, direito à vida, etc, e busca sempre a justiça. Tais
direitos são n e superiores ao direito do estado, sendo prevalentes nos casos de
conflito com as normas estatais.

Os primeiros indícios desse pensamento estão entre os gregos, que demonstraram

a relação entre o direito e a natureza. Na idade média, os pensadores religiosos
desenvolveram o chamado jusnaturalismo teológico, onde seria Deus o
estabelecedor desses direitos para os indivíduos.No período entre os séc. XVII e
XVIII seus ideais estiveram presentes nas revoluções burguesas da época.

Para John Locke, embora os direitos naturais não fossem inatos (para ele eram
conquistados com a experiência), deveriam ser respeitados pelo estado, e que este
deveria garantir a proteção desses direitos.

Já segundo Thomas Hobbes, o estado deveria agir como mediador dos direitos
naturais, e estes por sua vez, deveriam se render ao estado para que fossem por
ele controlados, a fim de evitar conflitos entre os indivíduos.

O jusnaturalismo serviu como base de fundamentação para os direitos humanos, a

partir da ideia de inerência entre os direitos naturais e a pessoa humana. A criação
dos Direitos Humanos serviu para ratificar e dar mais força aos direitos naturais,
uma vez que ganhava força pela junção entre estados que eram adeptos dessa
declaração.

Já o juspositivismo surgiu na Europa no séc. XIX como uma forma de pensar

afastada do jusnaturalismo. Para a corrente juspositivista (ou positivista jurídica) o
direito e a justiça só podem ser assegurados mediante normas a parte, feitas pelos
indivíduos (contrato social), e estes seriam representados pelo estado; o direito
juspositivista estabelece aqui o que é útil, enquanto o naturalista aquilo que é bom.
(BOBBIO, 1995, p. 23).

Para o direito juspositivista, as leis são um grupo de normas que regem uma
sociedade de um local por certo período, tendo força e valor de lei somente em
lugares estabelecidos. É mutável, uma vez que as mudam de acordo com as
necessidades da sociedade. É uma ferramenta de organização social, uma vez que
busca regular os indivíduos e delibera sobre suas ações no espaço. Possui também
formalidade, e organização por hierarquia, tem um texto normativo central que
norteia os demais.
O pós-positivismo discorre sobre a interpretação das leis norteadas por princípios e
valores. Suge do colapso juspositivista devido à postura de países como Alemanha
e Itália durante a segunda guerra mundial.

Tem como objetivo transformar os princípios e valores jurídicos, deixando-os com

características normativas, atuando como norma jurídica vinculante. Não discorre
totalmente contra o juspositivismo, mas recusa a ideia de separação entre o direito e
a moral, e para o pensador Robert Alexy ambos eram aliados na busca de uma
justa aplicação para o direito. Para ele, princípios e regras são similares à normas
jurídicas.

Multiculturalismo, Relativismo e Universalismo cultural aplicados aos Direitos

Humanos.

No multiculturalismo existe a convivência, o entrecruzamento e o diálogo entre

culturas e tradições diferentes dentro de um meio (país, estado, grupo, aldeia,etc).
Pode ser abordado sobre duas perspectivas:

- Multiculturalismo Relativista:

Nessa abordagem, os critérios de diálogo entre as culturas não são possuem

nenhum critério de debate (critérios esse que servem para limitar o diágolo ao
respeito dos direitos universais), sendo todo conteúdo aceito e permitido, não
cabendo mencionar os direitos humanos universais, posto que cada cultura tem
suas próprias concepções de valores e direitos. O relativismo cultural tem como
objetivo entender os comportamentos de determinados locais através da análise da
dinâmica social da sua polpulação. Tal abordagem pode ser perigosa, posto que se
não os direito universais não são tomados como parâmetro, não pode-se intervir em
atos de algumas culturas que atentem contra a dignidade humana. Segundo a
advogada iraniana Shirin Ebadi "A idéia de relativismo cultural é apenas uma
desculpa para violar os direitos humano".

- Multiculturalismo Universalista:

Na concepção universalista, existe um denominador mínimo estabelecido, Os

Direitos Humanos, que garante o respeito à integridade humana, e a possibilidade
de intervir em casos de desrespeito ao mesmo.

O universalismo, estabelecendo a Declaração Universal do Direitos Humanos como

parâmetro, garante além da liberdade de expressão cultural, o respeito ao indivíduo
dentro das mais variadas práticas culturais, servindo como limite para as tadições,
além é claro, de defendê-las e assegurá-las desde que não violem os princípios que
a mesma Declaração defende.
REFERÊNCIAS:

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