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SUMÁRIO

1 TEMA 3
2 CONTEXTUALIZAÇÃO 3
3 OBJETIVOS 5
3.1 GERAL 5
3.2 ESPECÍFICOS 5
4 JUSTIFICATIVA 6
5 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 7
5.1 DAS POLÍTICAS PÚBLICAS 7
5.1.1 A importância do contexto nas políticas públicas 7
5.2 DO DIAGNÓSTICO ESTRATÉGICO 8
5.2.1 Análise interna e externa 8
5.2.1.1 Modelo de análise SWOT 9
5.2.2 Análise ambiental como elemento no planejamento estratégico do setor
público 9
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1 TEMA E SUBTEMA

TEMA: OPERACIONALIZAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS DE ENSINO


EMERGENCIAL

SUBTEMA: ANÁLISE SWOT DA EXPERIÊNCIA DE ESCOLAS


PÚBLICAS RURAIS NA CIDADE DE MANAUS

2 CONTEXTUALIZAÇÃO

Esta pesquisa foi realizada a partir dos esforços extracurriculares do


Observatório de Políticas Públicas da Universidade do Estado do Amazonas
(OPP-UEA). O OPP-UEA foi criado com objetivo de disseminar informações a
respeito da situação das políticas públicas no estado do Amazonas e inicialmente
concentrou seus esforços em grupos de trabalho de duas áreas distintas: educação
e saúde.

Professores da Universidade do Estado do Amazonas já idealizavam a criação


de um espaço que unisse discentes e docentes em prol do estudo das políticas
públicas no Amazonas há anos, no entanto, só em 2021 o projeto atendeu a todos
os requisitos institucionais para sua operacionalização. O período de início das
atividades do OPP-UEA já está inserido em um contexto de pandemia global da
covid-19.

No final de 2019, o mundo testemunhou o surgimento do SARS-CoV-2, um


vírus letal que se originou em animais e se propagou para humanos na cidade de
Wuhan, na China. Apesar de não ser um evento raro na região, este vírus se
diferenciava pelas altas taxas de transmissibilidade e letalidade. Em questão de
meses o novo coronavírus se espalhou pelo mundo e em 11 de março, a OMS
declarou o estado de pandemia.

No Brasil o primeiro caso foi registrado em São Paulo, no dia 26 de fevereiro de


2020. Já no estado do Amazonas o primeiro caso foi confirmado no dia 13 de março
de 2020, menos de um mês após o primeiro registro em território nacional. Foi nesse
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período que os números de casos confirmados explodiram e o governo nacional


reconheceu a transmissão comunitária do novo coronavírus no dia 20 de março do
mesmo ano.

O estado do Amazonas foi protagonista de um dos piores casos de colapso do


sistema de saúde frente a um grande número de casos graves da doença. Para frear
a alta taxa de transmissão do vírus, o poder público se viu obrigado a determinar
decretos de isolamento social que restringiram as atividades presenciais de todas
organizações que exerciam atividades não-essenciais, o que incluía as instituições
de ensino das diversas modalidades.

Cardoso (2020) aponta que o direito à educação trata-se de um direito


fundamental previsto no art. 206 da Declaração Universal dos Direitos Humanos, já
no Brasil, está prescrito na Constituição Federal de 1988 em seus art. 6° e 205°.
Apesar desse pressuposto, a literatura especializada destaca que no contexto
pandêmico no Brasil e mundo, mesmo os direitos fundamentais foram relativizados
em nome da saúde pública.

Em 2020, um levantamento realizado pela Organização das Nações Unidas


para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) demonstrou que mais de 1,5
bilhões de estudantes em 191 países tiveram suas aulas ou rotinas estudantis
suspensas. A nível nacional, uma pesquisa desenvolvida pelo Centro Regional de
Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação, revela que cerca de
39% dos estudantes da rede pública que não possuíam acesso à computador em
casa (CARDOSO, 2020).

Em um contexto anterior à pandemia, o sistema educacional brasileiro é


marcado por discrepâncias regionais, sobretudo no que se refere às regiões Norte e
Nordeste, detentoras das menores taxas de desenvolvimento socioeconômico do
Brasil. A necessidade de elaboração de soluções provisórias aos problemas
advindos da suspensão do ensino presencial, como o ensino remoto, destacou
problemáticas educacionais já existentes que não haviam sido solucionadas
anteriormente: infraestrutura inadequada, desigualdade socioeconômica, déficits de
aprendizagem, entre outros (CARDOSO, 2020).

Se em um contexto urbano as problemáticas educacionais para a adequada


operacionalização das estratégias de ensino remoto já são difíceis de serem
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transpostas, deve-se imaginar o grande desafio para a implementação de tal


modalidade nas escolas públicas da zona rural. Romier (2016) destaca que as zonas
rurais são marcadas pela ação insuficiente ou até mesmo ausente dos poderes
públicos, levando os habitantes dessas zonas a receberem uma educação
estruturalmente empobrecida e politicamente desarticulada.

Neste sentido, a problemática que impulsiona a pesquisa apresenta-se da


seguinte forma: Quais aspectos internos e externos às instituições de ensino da
zona rural influenciaram a eficiência das políticas públicas elaboradas para
assegurar o direito de educação em meio à pandemia de covid-19?

Com se tem inicialmente é levantada a hipótese que problemáticas


estruturais/institucionais já existentes nas zonas rurais comprometeram a
operacionalização adequada de estratégias relacionadas à garantia da educação
durante a pandemia, resultando assim em medidas obsoletas que foram ineficientes
para a mitigação dos efeitos negativos no aprendizado dos estudantes e suprimento
de necessidades das instituições de ensino.

3 OBJETIVOS

3.1 GERAL

Realizar uma análise SWOT da experiência de escolas da zona rural de


Manaus com políticas públicas de apoio à educação em meio à pandemia de
covid-19.

3.2 ESPECÍFICOS

a) Investigar o perfil dos estudantes e das instituições de ensino rurais, assim


como das políticas públicas elaboradas para garantir o acesso à educação
em meio à pandemia.

b) Utilizar conceitos interdisciplinares para mapear fatores ambientais que


influenciaram a experiência das unidades de ensino com as políticas
públicas empregadas.
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c) Propor melhorias às iniciativas públicas de forma a atender ao contexto


observado.

4 JUSTIFICATIVA

A motivação para desenvolvimento dessa pesquisa surgiu durante atividades


extracurriculares do OPP-UEA em que foram analisados dados educacionais
referentes ao período de 2019 a 2021, período esse que se desenvolveram desafios
educacionais decorrentes das medidas de restrições resultantes da pandemia.

Tendo em vista que em relação à iniciativa privada, as instituições de ensino


público enfrentaram maiores dificuldades no processo de adaptação de suas
atividades às normas de restrição social, faz-se necessário uma avaliação
estratégica do contexto ambiental das escolas públicas da zona rural de Manaus,
organizações ainda mais precárias no que se refere à infraestrutura, tecnologia da
informação, qualificação profissional e poder de articulação política.

O desenvolvimento deste projeto justifica-se em razão de alguns


questionamentos acerca da importância do contexto de aplicação de políticas
públicas. Este estudo é necessário pois a implantação de qualquer nível de política
pública requer uma análise de quais variáveis podem vir a prejudicar seu
desempenho adequado.

A análise ambiental representa uma das mais importantes etapas da


administração estratégica das organizações, ao passo que as políticas públicas que
não se atentam às condições locais acabam por desenvolver estratégias e
estruturas desordenadas e obsoletas que não atendem às necessidades daqueles
que serão contemplados por ela.

Com o mapeamento de variáveis internas e externas que afetam o


desempenho das políticas públicas é possível adaptá-las à realidade do contexto em
questão, evitando o desperdício de recursos inerentes aos processos de formulação
e operacionalização das estratégias, ao passo que há maior garantia de alcance dos
objetivos propostos.
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5 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

5.1 DAS POLÍTICAS PÚBLICAS

Segundo Secchi (2019) a definição de política pública é a de “uma diretriz


elaborada para enfrentar um problema público” (pág. 2). Segundo o autor, para que
uma decisão política possa se enquadrar como uma política pública é necessário
seja uma decisão política com finalidade de tratar ou solucionar algum problema
público entendido como relevante. Uma política pública é considerada
estadocêntrica quando for exclusivamente emanada do poder estatal, ou policêntrica
quando além do poder público também houverem outros tipos de atores não-estatais
atuando como protagonistas na solução de problemas relevantes.

Outra peculiaridade das políticas públicas é possibilidade de uma


macropolítica, ou seja, uma política desenvolvida para o enfrentamento de um
problema público, ser composta por outras políticas que a operacionalizam. No
contexto educacional, isso significa que as macropolíticas educacionais, elaboradas
com finalidade de solucionar problemas de necessidade de formação intelectual
brasileira, podem, por exemplo, ser formadas por políticas intermediárias que visem
a democratização do acesso à educação ou garantia da qualidade do ensino. Nesse
sentido, dentro das políticas intermediárias também podem existir políticas
operacionais que garantirão a execução dos seus objetivos, alguns exemplos são a
criação de programas de financiamento estudantil, programas de reforço escolar,
entre outros (SECCHI, 2019).

5.1.1 A importância do contexto nas políticas públicas

O processo de elaboração de uma política pública é influenciado pelo contexto


em que é idealizada, isso significa que localizações diferentes possuem arranjos
políticos e administrativos distintos que pesam nos processos decisórios. A
bibliografia especializada aponta que aspectos históricos, cognitivos e morais de
uma localização afetam o modo como as decisões são tomadas e as ações são
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operacionalizadas. O contexto é tido como de extrema importância para a


identificação de problemáticas que possam vir a comprometer a implementação
eficiente da política pública em questão (WU et al, 2014).

Os deveres do Estado em relação à educação estão dispostos no art. 208 da


Constituição Federal de 1988, e em seu inciso VI, o legislador prevê “a oferta de
ensino noturno regular, adequado às condições do educando”. Nesse sentido é
interessante analisar que não apenas o poder público tem obrigação de elaborar
políticas públicas que garantam a acessibilidade e qualidade do ensino como
também levar adequar suas iniciativas ao ambiente ao qual o estudante está
inserido.

5.2 DO DIAGNÓSTICO ESTRATÉGICO

Segundo Oliveira (2018) o diagnóstico estratégico é uma das fases básicas


para a elaboração e implementação do planejamento estratégico e é responsável
pela determinação dos aspectos relacionados à realidade interna e externa das
organizações.

5.2.1 Análise interna e externa

Moraes (2017) destaca que em tempos de incerteza é de fundamental


importância a adoção do pensamento estratégico na elaboração dos objetivos
organizacionais. Toni (2021) aponta que o primeiro marco significativo desse método
foi através da ação pioneira da General Eletric em 1973 e da disseminação de tal
metodologia pela Boston Consulting Group (BCG) na mesma época. Logo a
metodologia se tornou uma espécie de cultura corporativa através da replicação por
meio de diversas empresas de consultoria relevantes nesse período. Nessa mesma
década pesquisadores da Harvard Business School desenvolveram ferramentas
revolucionárias para o refinamento da metodologia do pensamento estratégico como
o Modelo das 5 Forças, desenvolvido por Michael Porter, da matriz BCG, elaborada
pela Boston Consulting Group, assim também o caso do Modelo SWOT (Strengths,
Weakness, Opportunities, Threats).
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5.2.1.1 Modelo de análise SWOT

O acrônimo SWOT vem do inglês strengths (forças), weaknesses (fraquezas),


opportunities (oportunidades) e threats (ameaças). O modelo de análise SWOT faz
referência às principais características da empresa e ao ambiente no qual ela está
inserida que geram impactos no desenvolvimento de estratégias (FERNANDES;
BERTON, 2013).

O modelo de análise SWOT que conhecemos hoje tem raízes na escola de


design que incorporou conceitos de autores como Philip Selznick e Alfred D.
Chandler, além disso, a bibliografia especializada atribui como texto básico da
escola a obra “Business Policy: Text and Cases”, publicada por membros do grupo
de Administração Geral da Harvard Business School. O modelo básico da escola de
design tem como foco a avaliação do contexto interno e externo, revelando ameaças
e oportunidades no ambiente revelando forças e fraquezas da organização. Apesar
do desdobramento das abordagens estratégicas em direções divergentes, assim
como o desenvolvimento de outras ferramentas de análise, muitos estudiosos ainda
utilizam o método SWOT como ferramenta central devido sua abordagem clara,
simples e específica (MINTZBERG; AHLSTRAND; LAMPEL, 2010).

5.2.2 Análise ambiental como elemento de planejamento estratégico no setor público

A reflexão acerca da importância do contexto geográfico e temporal ao qual as


organizações estão inseridas possui raízes no pensamento sistêmico de Karl Ludwig
Bertalanffy em seu livro ‘Teoria Geral dos Sistemas’ . Em sua obra Bertalanffy reuniu
percepções de conhecimentos de diversas áreas das ciências naturais para explicar
fenômenos organizacionais que até o momento só haviam sido analisados a partir
de uma perspectiva cartesiana. A abordagem sistêmica criou o conceito de
organizações de sistemas abertos e fechados, nessa perspectiva os sistemas
abertos são sistemas que afetam as organizações e de forma inversa também são
afetados por ela (BERGUE, 2011).
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Com a evolução tecnológica e seus desdobramentos nas relações


socioeconômicas internacionais, as organizações dos diversos setores foram
obrigadas a admitir a supremacia de um sistema aberto de relações complexas
(BERGUE, 2011).

Apesar de o pensamento sistêmico ter nascido para a aplicação nas relações


econômicas do setor privado, estudiosos destacam que é igualmente importante sua
aplicação nas atividades desempenhadas pelos agentes estatais, para que assim as
estratégias elaboradas nesta esfera possam alcançar seus objetivos organizacionais
na resolução de problemas públicos. Com isso, nota-se que aos poucos o setor
público aos poucos vem percebendo a necessidade de adaptação de tais técnicas
às suas atividades, visto que o cidadão, usuário dos serviços públicos, tornou-se o
cliente que passa cada vez mais a exigir serviços de excelência (BERGUE, 2011).

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