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UNIVERSIDADE PAULISTA

INSTITUTO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS


CURSO DE DIREITO
CAMPUS PARAISO

TRABALHO PARA AVALIAÇÃO SEMESTRAL


Atividades Práticas Supervisionadas - APS
Prof.ª: Andréia Wild

Alunos RA Assinatura

São Paulo
2014/2
Sumário
Introdução....................................................................................................................3

1- Na Visão dos Direitos Fundamentais...................................................................4

2- Na visão da Teoria Geral do Crime.......................................................................6

3- Na Visão de Sociologia...........................................................................................8

4- Na Visão do Direito Civil........................................................................................9

Considerações Finais...............................................................................................10

Referências:...............................................................................................................11
Introdução
No trabalho, sobre o texto Uma Vela para Dario, veremos uma história sob
vários aspectos, sob a luz da Sociologia, Direito Civil, Direitos Fundamentais e sobre
a Teoria Geral do Crime.
Poderemos identificar no conto, que existem em todos os momentos,
observações a serem analisadas, que são muito atuais e nos remetem a falta de
consciência das pessoas em relação ao próximo.
A banalidade, que é tratada a morte de um individuo, onde não teve o direito à
vida, a dignidade e até depois de morto, com seus objetos e documentos roubados,
tiram dele sua identidade como cidadão, perde seu direito a personalidade e passa a
ser um indigente.

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1- Na Visão dos Direitos Fundamentais

O presente texto analisou o conto “Uma vela para Dario” a fim de expor a
crítica social existente quanto à solidariedade mecanizada, à solidariedade artificial
fomentada pela vida em sociedade.
O foco é demonstrar a existência de uma crítica social incisiva quanto à
solidariedade mecânica que, muitas vezes, fundamenta as ações em sociedade.
Os comportamentos, por serem esvaziados, resultam na manutenção de
comportamentos individualistas. Percebe-se, portanto, que a solidariedade adequada
para o convívio em sociedade, não passa de uma farsa para manter uma aparência.
Podemos perceber que, para tanto, o autor efetua a desconstrução dos
personagens apresentando seus ideais de solidariedade equivocados. A ausência de
fundamento para ajudar o próximo é exposta por meio de Dario que, mesmo rodeado
de pessoas, morre como um indigente.

O personagem que deveria ser ajudado é roubado diversas vezes e, com


tamanha perspicácia, que chega a ser impossível desvendar quem é ou quais seriam.
É como se as pessoas que o rodeassem estivessem em seu estado de boa vontade,
na busca do que fazer, enquanto uma alma o furtava.
Todavia, sua vida estava sendo subtraída por todos que ali estavam e nada
faziam.
A nossa Constituição Federal é fortemente influenciada pelas idéias contidas
na Declaração Universal dos Direitos do Homem.
Podemos distinguir quatro tipos de direitos fundamentais contidos no
documento, que são: a) direitos pessoais (direito à vida, liberdade e segurança; b)
direitos do indivíduo em face da coletividade (direito à nacionalidade, asilo, livre
circulação e residência, tanto no interior como no exterior e direito à propriedade); c)
liberdades e direitos públicos (liberdade de pensamento, consciência, religião,
opinião, expressão, reunião e associação); d) direitos econômicos e sociais (direito ao
trabalho, sindicalização, repouso e educação).

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Conforme Direitos Fundamentais são aqueles direitos atribuídos a todos os
cidadãos em comum, de todas as sociedades espalhadas pelo globo terrestre, que
têm como finalidade assinalar as condições mínimas com as quais cada ser humano
deve dispor de modo a conduzir sua vida de modo pleno e sadio.
As pessoas que ajudavam Dario, sob uma análise fria, não passaram de
imposições sociais daquilo que é tido como adequado e, como seres sociais, a
integração ao meio implica realizar ações tidas como corretas, o que não implica que
quem a realize concorde com o que faz.
Não se pode dizer que nada foi feito, porém, as atitudes observadas, por não
serem coerentes, resultaram em ações de comboio, na qual um segue o outro, mas
sem saber exatamente para onde.

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2- Na visão da Teoria Geral do Crime

Nesse conto podemos observar que o narrador durante o texto nos mostra dois
pontos, sendo um a negligencia humana no outro o roubo dos objetos do
personagem.
No primeiro ponto na ótica da Teoria Geral do Crime podemos verificar que
mesmo sendo leiga na área da saúde, qualquer pessoa tem o dever de ajudar um
necessitado ou chamar o socorro de uma autoridade publica, deixar de prestar
assistência ou não pedir nesse caso o socorro, sujeita à pessoa que se omitiu a
detenção de um a seis meses, ou multa, conforme o artigo 135 do Código Penal é
aumentada se resultar em lesão corporal de natureza grave e triplicada se causar
morte.
Portanto no caso de Dario que veio a falecer devido à omissão não somente de
uma, mas de várias pessoas que presenciaram toda a sua agonia e poderiam ter até
evitado sua morte a pena seria triplicada, ali se encontrava um individuo necessitado
de um socorro, que é obrigação de cada cidadão e não somente por ser lei, mas
principalmente por solidariedade.
Mas a omissão não está somente nos que o rodeavam ou no taxista que se
recusou a leva-lo ao pronto socorro, mas todos que mesmo de longe observavam
assistindo a tudo sem sentirem que também eram responsáveis pela omissão já que
não tomavam nenhuma atitude.
O conto mostra a própria degradação humana, onde a necessidade eminente
do próximo, não despertou a solidariedade em ninguém que ali estava.
Todas as alegações foram usadas como desculpas para não fazer o que seria
correto, à distância até a farmácia, o peso do corpo, não pagamento da corrida no
caso do taxista, por fim a desumanidade imperou com o aumento de pessoas
observando com curiosidade o que tornou se um espetáculo.
Nenhuma solidariedade, a não ser pelo senhor em um gesto simples, mas
concreto, que despiu o paletó de Dario para lhe sustentar a cabeça, os outros não
passavam de intenções, ou seja, não chegam a uma ação efetiva que de fato
colaborasse no socorro, ao contrario o acumulo de pessoas curiosas somente fizeram

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com que o corpo com a chegada do carro da policia, fosse pisoteado por dezessete
vezes, como se fosse lixo que agora era descartado.
No segundo ponto que chama atenção na história, é o roubo de seus
pertences, seu guarda chuva, sapatos, cachimbo, relógio, aliança, paletó, a carteira
com sua identificação, portanto o tornando indigente, já que a policia não conseguiria
identifica-lo.
Se alguém tomar algo que pertence à outra pessoa sem estabelecer contato
com ela, comete furto artigo 155 do Código Penal, mas se houver contato com a
vítima, violência ou ameaça, é roubo, portanto Dario foi roubado em todo o período
que permaneceu desacordado, o ato de subtrair coisa móvel alheia, para si ou para
outro, mediante grave ameaça ou violência a pessoa (ou não), ou depois de havê-la,
por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência, artigo 157 do Código
Penal a reclusão de quatro a dez anos e multa.
Dario não foi socorrido e durante três horas foi assistido friamente por inúmeras
pessoas que tiraram sua chance de quem sabe se salvar e não somente roubaram
seus pertences, mas sua identidade enquanto pessoa.
Ao menino que acendeu uma vela ao lado de seu corpo um único gesto de
respeito ao ser humano.

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3- Na Visão de Sociologia

O texto nos conta a história de um homem chamado Dario, que vinha


apressado com um guarda- chuva, e ao dobrar a esquina, diminui seus passos até
parar. Encosta-se na parede de uma casa e vai escorregando até sentar na calçada
que estava úmida da chuva.
Á partir daquele momento, de duas a três pessoas que passavam, parou e
indagou se não se sentia bem; mas Dario apenas, abriu a boca, moveu os lábios, mas
nada se ouvirá. O senhor gordo, vestido de branco, comentou que talvez devesse
sofrer de ataque.
Naquele momento, Dario não se encontra mais sentado, e sim estendido na
calçada. Outro rapaz de bigode ,que também observa, pede aos outros que se
afastem para que ele poça respirar. Em seguida abri-lhe o paletó, o colarinho, a
gravata e o cinto. Deste momento em diante, Dario encontra-se já morto e os seus
objetos pessoais começam a desaparecer; inclusive o paletó que se encontrava
debaixo de sua cabeça.
Infelizmente, nada, foi feito por Dario. Apenas um menino, negro e descalço,
demonstrou solidariedade; acendendo uma vela ao lado do cadáver de Dario.Com
todos os seus documentos, e pertences de valores pessoais desaparecidos
“misteriosamente”, o cadáver de Dario agora continua â mercê de uma sociedade
hipócrita, consumista, egocêntricas e individualistas, não se preocupando com o
próximo. Aquela que se encontrava vivo foi morrendo aos poucos. E a sociedade
nada fez em prol. Uma multidão de pessoas, porém nenhuma pode ajuda-lo. Aquele
corpo foi pisoteado dezessete vezes; moscas cobriam seu rosto.
A multidão que havia apreciado aqueles momentos agonizantes, ao descobrir
que já não existia mais vida, foi simplesmente desaparecendo, cada um com sua
preocupação particular.
Assim acontecem todos os dias, e nem nos damos conta, a preocupação está
voltada não mais para a sociedade como um todo, mas apenas achamos que o
universo gira em torno de uma única pessoa; o EU. Fecham-se uma a uma as janelas
e, três horas depois, Dario continua à espera de uma solução, agora não mais com

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vida... Morto, e considerado como indigente, pois nem documentos lhes restaram
para sua identificação.

4- Na Visão do Direito Civil

Direito civil é um ramo do Direito que trata do conjunto de normas reguladoras


dos direitos e obrigações de ordem privada concernente às pessoas, aos seus direitos
e obrigações, aos bens e às suas relações, enquanto membros da sociedade .
Conforme o artigo 1º e 2º do Código Civil Brasileiro, toda pessoa é capaz de direitos e
deveres na ordem civil. A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com
vida. Esses artigos afirmam claramente o direito do ser humano, onde não existe
diferença entre as pessoas reafirmando o ordenamento jurídico. Dentre os princípios
básicos do direito civil temos o principio da personalidade, onde garante claramente
que todo o individuo tem sua existência reconhecida e garantida. Dário foi entregue
nas mãos de pessoas que nem se quer conhecia ao andar na rua quando se sentiu
mal.
O mal-estar de Dario e o pronto atendimento daqueles que presenciam a cena
é um fator de grande relevância, tendo em vista que remeterá o leitor à absorção de
uma postura que, em tese, se prolongará ao longo do texto, qual seja, inexistência da
solidariedade. Teriam essas pessoas que ao menos poderiam ser solidarias, furtando
seus pertences juntamente ainda com a sua moral civil, culpa a ponto de pagar uma
indenização aos familiares de Dario?
Analisando vemos que Dario caminhava tranquilamente pela rua quando teve o
mal súbito e sentou em uma pedra. O taxista tendo como transportá-lo até um hospital
omitiu socorro. O medo de ninguém pagar a corrida foi maior que a grandeza de
salvar a vida. Não quiseram carregar ele até a farmácia para que o farmacêutico ao
menos desse os primeiros socorros e amenizasse a dor, ou afastasse por um
momento a morte de Dario. Ali mesmo ele morreu.
Podemos entender que o furto exercido pelos presentes naquele momento
ocorreu de forma maquiavélica, onde se aproveitaram da fraqueza de Dario para
concretizar o fato. Onde estavam os princípios do direito da personalidade civil de
Dario quando foi deixado no chão molhado, sem seus pertences onde aqueles até o
momento poderiam ter sido seus últimos bem na qual zelou por eles. A policia

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também foi omissa, o deixando ele no chão debaixo da chuva, apenas esperando
carro do IML chegar para que pudesse carregar seu corpo.

Considerações Finais

Nesse trabalho, podemos ressaltar a falta de solidariedade entre as pessoas


assim como a indiferença que se mistura a curiosidade, a total falta de sentimento de
responsabilidade para com o outro, faz parte da rotina da maioria das pessoas.
Quando nos deparamos com uma situação como no conto citado, apenas
observamos quase que imóveis a situação apesar de muitos de nos pensarmos em
ajudar,não concretizamos,acabamos nos escondendo no anonimato de quem
somente observa e não se importa realmente em salvar uma vida.
Mesmo assistindo a agonia e morte, de um indivíduo, nem isso foi suficiente
para que algo de concreto fosse feito a fim de evitar esse desfecho, afinal quando não
se trata de um parente, de um amigo ou conhecido é quase uma característica das
pessoas, com raras exceções, o desrespeito à vida do outro.
Qualquer pessoa que não se tenha nenhum tipo de ligação não é
responsabilidade de ninguém, mesmo que esteja agonizando, torna se banal e talvez
no máximo um sentimento de pena.
A cada dia se perde o respeito pela vida, pelo outro, nos perdemos em nossa
rotina e desconsideramos e banalizamos até a morte, nos excluímos da
responsabilidade em relação ao próximo apenas assistimos ou tornamos invisíveis
para não sair da zona de conforto que é a omissão.

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Referências:

http://www.significados.com.br/direito-civil/

http://atualidadesdodireito.com.br/leonardocastro/2014/07/13/legislacao-comentada-furto-art-155-do-cp/

http://www.infoescola.com/direito/direitos-fundamentais/

http://www.baraodemaua.br/comunicacao/publicacoes/vocabulo/pdf/maisa_clara_volumeV.pdf

 http://www.observatoriodaimprensa.com.br/news/view/a_midia_e_o_processo_penal_23316

http://www.ambito-juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=14078

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