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Mateus 5:
17.Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas; não vim abrogar, mas cumprir.
18.Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, nem um jota ou um til se omitirá da lei sem que
tudo seja cumprido.
19.Qualquer, pois, que violar um destes menores mandamentos e assim ensinar aos homens será chamado o menor no
Reino dos céus; aquele, porém, que os cumprir e ensinar será chamado grande no Reino dos céus.
20.Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no Reino
dos céus.
21.Ouvistes que foi dito aos antigos: Não matarás; mas qualquer que matar será réu de juízo.
Hebreus 10:
15.E também o Espírito Santo no-lo testifica, porque, depois de haver dito:
16.Este é o concerto que farei com eles depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei as minhas leis em seu coração e as
escreverei em seus entendimentos, acrescenta:
17.E jamais me lembrarei de seus pecados e de suas iniquidades.
INTRODUÇÃO
Dando continuidade ao estudo sobre a Bíblia Sagrada, trataremos nesta Aula da “Inerrância da Bíblia”. Além de
ter a suprema autoridade em matéria espiritual, a Bíblia é inerrante, ou seja, não apresenta qualquer erro, não apresenta
qualquer equívoco. Como a Bíblia foi comunicada diretamente pelo Espírito Santo a homens que estavam em comunhão
com Ele, não há como ter havido qualquer erro, falha ou equívoco na transmissão da mensagem e na sua redução a
escrito. Os ímpios e incrédulos têm feito de tudo para encontrarem erros nos textos bíblicos. Pode ser que haja falhas
nas traduções, interpretações ou na gramática das cópias manuscritas, pois a Bíblia foi escrita originalmente em
linguagem antiga: hebraico, grego e aramaico. Todavia, essas possíveis incorreções, ou dificuldades, jamais podem ser
consideradas "erros" quanto à essência de sua mensagem. Menos de um por cento dessas inexatidões dos manuscritos,
encontram-se na transmissão da mensagem, portanto, não afetam a integridade da Palavra de Deus.
1. Os manuscritos autógrafos
Os manuscritos autógrafos são os originais; são aqueles manuscritos com grafia de próprio punho do escritor
bíblico ou de seu escrevente, como no caso do livro de Filemon (Fm.1:19) e da Epístola aos Romanos (Rm.16:22),
respectivamente. Nos manuscritos autógrafos estão registradas as palavras inspiradas pelo Espírito Santo.
Norman L. Geisler afirma que somente os autógrafos são inspirados, mas eles não existem mais. Não se sabe por
que Deus achou por bem não preservar esses manuscritos, embora a tendência do homem de adorar relíquias religiosas,
certamente, foi um fator determinante (veja 2Rs.18:4). Outros assinalaram que Deus poderia ter evitado a adoração dos
originais preservando simplesmente uma cópia perfeita. Contudo, nem isso ele achou por bem fazer. Parece mais
provável que Deus não tenha preservado os originais de modo que ninguém pudesse adulterá-los. É praticamente
impossível que alguém altere os milhares de cópias existentes. O resultado final, entretanto, mostrou-se útil, uma vez
que levou ao estudo extremamente valioso da critica textual. Outro efeito colateral importante que resultou dessa
situação foi que ela serviu de alerta aos estudiosos bíblicos para que não sobrepusessem fatos secundários da paleografia
[estudo de textos manuscritos antigos e medievais, independentemente da língua veicular do documento ], números ou
outras coisas quaisquer de menor importância à mensagem fundamental das Escrituras Sagradas.
2. Os manuscritos Apógrafos
Apógrafos - cópias fiéis dos manuscritos originais. Segundo o pr. Douglas, atualmente existem cerca de 25.000
cópias dos manuscritos bíblicos, a maioria deles em hebraico, grego e latim.
Acreditamos que a inerrância e a inspiração das Escrituras pertence aos manuscritos autógrafos, e que somente
eles preservaram a exatidão dos originais. É preciso deixar claro que uma boa cópia ou tradução dos autógrafos é, na
prática, a Palavra de Deus. Pode não satisfazer completamente o estudioso que, por motivos técnicos ou de precisão
teológica, anseia pelo texto correto e pelo termo exato da língua original, mas, sem dúvida, satisfaz o pregador e o leigo
que desejam saber “o que diz o Senhor” sobre questões de fé e prática. Mesmo quando não seja possível ler com 100%
de certeza o que diz exatamente o texto original, é possível estar 100% certo da verdade preservada nos textos que
sobreviveram. Só em detalhes há alguma incerteza na redação dos textos, e nenhuma doutrina importante depende de
detalhes secundários. Uma boa tradução não deixará de captar a totalidade do ensino do original. Nesse sentido,
portanto, uma boa tradução terá autoridade doutrinária, embora a inspiração real esteja reservada aos autógrafos.
3. Os apócrifos e pseudoepígrafos
3.1) Os Apócrifos. Norman L. Gleisler argumenta que parte do mistério que cerca esses livros “extras” diz
respeito ao sentido do seu nome - “Apócrifos”. Alguns dos primeiros pais da Igreja, como, por exemplo, Ireneu e
Jerônimo, estavam entre os primeiros a aplicar a palavra “ Apocrypha” à lista de livros não canônicos. Desde o tempo da
Reforma, o referido termo passou a significar “Apócrifos do Antigo Testamento”.
A etimologia básica da palavra “apócrifos” significa “oculto”. Não se sabe a razão pela qual são rotulados dessa
forma. A polêmica é: esse “oculto” deve ser usado em sentido positivo, indicando que esses livros estiveram escondidos
para que fossem preservados, ou no sentido de que sua mensagem era profunda e espiritual? Ou a palavra “oculto” foi
usada em sentido negativo, indicando que os livros eram de autenticidade duvidosa, espúria? Para responder a essas
perguntas, os livros precisam ser examinados cuidadosamente.
Os principais livros Apócrifos são os seguintes (adaptado do livro “Introdução Geral à Bíblia”, de Norma L.
Gleisler):
ü Didático: Sabedoria de Salomão (c.30 a.C.); Eclesiástico (c. 132 a.C.).
ü Romance: Tobias (c.200 a.C.).
ü Religioso: Judite (c. 150 a.C.).
ü Histórico: 1 Esdras (c. 150-100 a.C.); 1 Macabeus (c. 110 a.C.); 2 Macabeus (c. 110-70 a.C.).
ü Profético: Baruque (c. 150-50 a.C.); Carta de Jeremias (c. 300-100 a.C.); 2 Esdras (c. 100.d.C).
ü Lendário: Acréscimos a Ester (140 -130 a.C.); Oração de Acazias (séc. 2 ou 1 a.C.) (Cântico dos três jovens); Suzana
(séc. 2 ou 1 a.C.); Bel e o Dragão (c. 100 a.C); Oração de Manassés (séc. 2 ou 1 a.C.).
Quase todos esses livros foram aceitos pela Igreja Católica Romana no Concilio de Trento, no ano de 1546, e
foram entrelaçados entre os que realmente são canônicos. Mas os protestantes os rejeitaram, porque não os consideram
bíblicos ou não canônicos. Embora não haja dúvida alguma quanto ao valor devocional, e até homilético e histórico dos
livros, ainda assim eles não fazem parte do cânon teológico ao qual os outros 39 livros do Antigo Testamento pertencem,
porque:
a) Parte do que ensinam não é bíblico ou é herético.
b) Algumas de suas histórias são extrabíblicas ou fantasiosas.
c) Boa parte do seu ensino é sub-bíblico e, por vezes, imoral.
d) A maior parte dos Apócrifos foi escrita no período pós-bíblico ou intertestamentário.
e) Por fim, todos os Apócrifos não são bíblicos ou não canônicos, porque não foram recebidos pelo povo de Deus. Para
que um livro seja canônico, precisa satisfazer os testes de canonicidade, a saber:
Ø O livro foi escrito por um “profeta” de Deus? Não há informação nem prova de que tenha sido.
Ø Seu autor foi confirmado por um ato de Deus? Como os Apócrifos não foram escritos por profetas,
obviamente não foram reconhecidos de modo sobrenatural por Deus.
Ø O livro manifesta o poder de Deus? Não há nada de transformador nos livros apócrifos. Sua verdade não é
arrebatadora, exceto pelo fato de que é uma repetição da verdade canônica de outros livros.
Ø O livro representa a verdade sobre Deus, sobre o homem etc.? Há contradições, erros e até heresias nos
Apócrifos. Esses livros não passam no teste da verdade canônica.
Ø O livro foi aceito pelo povo de Deus? Não houve aceitação contínua ou universal desses livros pela Igreja de
Deus. Nenhum cânon ou Concílio da Igreja reconheceu a inspiração dos Apócrifos durante quase quatro
séculos. Lutero e os reformadores rejeitaram a canonicidade dos Apócrifos. Só em 1546, numa atitude polêmica
do Concílio de Trento (1545-1563) que fazia parte da Contrarreforma, os livros apócrifos receberam pleno
reconhecimento de status canônico pela Igreja Católica Romana. A aceitação desses livros pelo Concílio de
Trento é suspeita porque foi usada contra Lutero em prol da posição católica romana. Mais tarde, o Concilio
acrescentou os Apócrifos numa tentativa delineada pela Contrarreforma para refutar Lutero. Nem todos os
Apócrifos foram aceitos. Somente onze dos quinze livros o foram, e um desse livros omitidos (2 Esdras) é
contrário à oração pelos mortos.
3.2) Os Pseudoepígrafos. Conforme argumento de Norman L. Gleisler, os livros pseudoepígrafos são aqueles
claramente espúrios e inautênticos em seu conteúdo de modo geral. Embora afirmem ter sido escritos por autores
bíblicos, na verdade expressam fantasia e magia do período em torno de 200 a.C. a 200 d.C. A maior parte desses livros
consiste em sonhos, visões e revelações no estilo apocalíptico de Ezequiel, Daniel e Zacarias. Uma característica notável
desses livros é que eles descrevem um futuro brilhante para o reino messiânico, além das questões relativas à criação,
aos anjos, ao pecado, ao sofrimento e recompensa para os fiéis vivos.
Não se sabe ao certo o número real desses livros, e vários autores apresentaram números diferentes para os
livros mais importantes. Há dezenove que merecem ser mencionados, que podem ser classificados como se segue
(adaptado do livro de Norma L. Gleisler):
ü Lendários: o livro de Jubileus; o livro de Arísteas; o livro de Adão e Eva; e o Martírio de Isaías.
ü Apocalípticos: 1 Enoque; o Testamento dos doze patriarcas; o Oráculos sibilinos; Assunção de Moisés; 2 Enoque,
ou Livro dos segredos de Enoque; 2 Baruque, ou o Apocalipse siríaco de Baruque; 3 Baruque, ou o Apocalipse
grego de Baruque. Apocalipse de Pedro.
ü Didáticos: 3 Macabeus; 4 Macabeus; Pirke Aboth; A história de Ahikar.
ü Poéticos: Salmos de Salomão; Salmo 151.
ü Históricos: O fragmento de uma obra zadoquita.
Todos esses livros foram produzidos por autores anônimos e espúrios, que atribuíram indevidamente sua autoria a
profetas e apóstolos.
CONCLUSÃO
A Bíblia é completamente inerrante. Ela é totalmente verdadeira e sem erros. Jesus disse: “A tua Palavra é a
verdade” (João 17:17). Aos que negavam a verdade das Escrituras, Ele disse: “Vocês estão equivocados, não
compreendendo as Escrituras” (Mt.22:29). Disse o salmista: “A lei do Senhor é perfeita” e “a síntese da tua palavra é a
verdade (Sl.19:7; 119:160). A Bíblia é a Palavra de Deus, e Deus não pode errar (Hb.6:18; Tt.1:2). As Escrituras são
pronunciamentos do Espírito Santo (2Tm.3:16), e o Espírito da Verdade não pode errar. “Errar é humano”, porém a Bíblia
não é um livro meramente humano. Ela é divinamente inspirada, e um erro divinamente inspirado é uma contradição de
termos.