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Bibliologia: Revelação, Inspiração e Cânon

João Alves dos Santos

Aula 6: A Natureza da Inspiração


(Parte I)

Introdução e Formulação

Depois de examinar textos do Antigo e Novo Testamentos que mostram a ideia bíblica
do que chamamos de Revelação e Inspiração, é preciso agora formular, de modo
sistemático, o conceito de Inspiração das Escrituras. É como ficaremos conhecendo a
“natureza da Inspiração”. Para isto, vamos adotar a conceituação que nos é dada por
Clark H. Pinnock, assim como grande parte de sua discussão do assunto:[i] Ele diz:

Toda a Escritura é inspirada (soprada) por Deus e é a Palavra de Deus escrita ao


homem, infalível e inerrante, na forma como foi originalmente dada. A inspiração
divina é plenária, verbal e confluente. Por ser a própria Palavra de Deus, a Escritura
possui autoridade, suficiência, clareza e eficácia. O propósito central da Escritura é
apresentar Cristo.[ii]

Nesta formulação encontramos os seguintes elementos básicos do nosso conceito de


Inspiração:

1. Toda Escritura é “soprada” por Deus

Esta é a base de toda a formulação. É por ser de origem divina (theopneustos = soprada
por Deus[iii]), conforme 2 Tm 3.16, é que ela possui todas as demais qualidades ou
propriedades mencionadas. Como vimos, o conceito chave de inspiração não é o aspecto
subjetivo, ou o modo como os autores receberam a revelação, mas o aspecto objetivo, o
fato de que o que eles produziram veio diretamente de Deus. O processo como a
Escritura veio à existência não é claro, na maioria dos casos, nem uniforme. Alguns de
seus autores estavam em êxtase quando escreveram (Ap 1.10), mas a maioria
certamente não (Lc 1.1-4). O modo como os autores foram levados (movidos) pelo
Espírito a produzir o escrito inspirado não nos é revelado, na maioria dos casos, pois
não é da essência da natureza da inspiração. A origem das Escrituras, não o modo como
foram produzidas, é essencial. Em outras palavras, o autor das Escrituras é Deus (Hb
3.7). Isto possibilita as seguintes conclusões:

1.1. Os autores não precisavam estar em êxtase ou num determinado estado mental ou
psicológico para escrever algo inspirado.

1.2. As Escrituras (o registro) e não as pessoas que as escreveram é que são chamadas
de inspiradas. Isto não quer dizer que tais pessoas não estivessem sob a ação ou
influência do Espírito, quando escreviam o registro inspirado, mas significa que a
inspiração não se estende necessariamente a todas as suas ideias ou opiniões pessoais.

1.3. Não há graus de inspiração, como os há de revelação. Toda a Escritura é dada por
Deus. Não há passagens mais inspirados do que outras. Os dez mandamentos
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representam um grau mais alto de revelação (dados diretamente por Deus), não de
inspiração.

2. A Escritura é a Palavra de Deus escrita ao homem: Mc 7.13; At 28.25.

2.1. Ela é mais do que um “testemunho humano da revelação”, como quer Karl Barth.
Não é possível fazer uma distinção entre Palavra de Deus e a Escritura, sem negar o que
ela diz de si mesma. Esta é a distinção que fazem os liberais e os neo-ortodoxos,
acusando os ortodoxos de “bibliolatria”, por transformarem a Bíblia, segundo dizem,
num “papa de papel”.

2.2. A Escritura é, intrinsecamente, a Palavra de Deus. Não é apenas um registro da


revelação, mas também a própria revelação. Já vimos que a Bíblia identifica-se como a
própria “palavra de Deus”, sem qualquer restrição, em sentido unívoco. O que o profeta
disse foi o que o Senhor disse. O que a Escritura diz é o que Deus diz: Mt 1.22; At 4.24-
25; 28.25; Gl 3.8; Hb 10.15.

2.3. O fato de ser a Palavra de Deus escrita não elimina a possibilidade de ser mal
entendida ou distorcida, como acontecia com os escribas e fariseus: Mc 7.6-13. Ela pode
ser até invalidada por acréscimos ou interpretação errônea. Há um sentido em que
continua sendo apenas “letra” ( 2 Co 3.6), por isso pode ser mal entendida e mal usada.

2.4. O fato de ser a Palavra de Deus escrita não dispensa a iluminação do Espírito para o
seu entendimento espiritual. Não é por ser a Palavra de Deus que infalivelmente
comunica a persuasão da verdade espiritual a todo que a lê (2 Co 3.15-16) O Espírito
precisa agir na mente e coração do leitor para que a verdade objetiva seja apreendida
subjetivamente.[iv]

3. A Escritura é infalível: Sl 19.7; Jo 10.35; Mt 5.18.

3.1. Por “infalibilidade” da Escritura quer-se dizer que ela é incapaz de enganar, de
cometer erros, de falhar no seu ensino e julgamento dos fatos. É a expressão da verdade.
É o que afirma a Confissão de Fé de Westminster quando declara que “a regra infalível
de interpretação da Escritura é a mesma Escritura” (I,9).

3.2. Segundo E. J. Young, "pelo termo infalível, na forma como é aplicado à Bíblia,
queremos dizer simplesmente que a Escritura possui uma autoridade indefectível. Como
disse nosso Senhor ‘ela não pode falhar’ (João 10.31). Ela nunca falha em seus
julgamentos e declarações. Tudo que ela ensina é de autoridade irrefutável e absoluta,
e não pode ser questionado, contraditado ou impugnado. A Escritura não falha, é
incapaz de demonstrar-se falsa, errônea ou equivocada. Ainda que os céus e a terra
passem, suas palavras de verdade permanecerão para sempre. Ela não pode ser
mudada nem destruída".

3.3. A infalibilidade decorre do fato de ser a Palavra de Deus e, portanto, incapaz de


errar, porque Deus não pode errar: Tt 1.2. É uma decorrência natural da doutrina da
inspiração e não fazemos uma distinção entre infalibilidade e inerrância.

3.4. A infalibilidade está intimamente relacionada com o conceito de autoridade da


Escritura. A Escritura é tanto autoritativa quanto infalível porque Deus é o seu autor.
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3.5. A infalibilidade se limita à afirmação ou conceito intencionado pela Escritura,


assim entendido por uma exegese gramático-histórico-teológica. Assim, quando diz que
“o sol se deteve a lua parou” (Js 10.13), ou que o “sol... se levanta” (Jz 5.31) não está
fazendo uma afirmação científica, mas referindo-se a um fato, usando a linguagem
popular, aquela que até os cientistas usam para referir-se aos fatos, sem preocupação
científica.

4. A Escritura é inerrante: Is 45.19; Pv 30.5-6.

4.1. A inerrância é consequência da infalibilidade. Embora hoje em dia muitos façam


distinção entre os dois conceitos, entendemos que eles se incluem ou se excluem
mutuamente. A infalibilidade exige a inerrância, pois ambas estão relacionadas com o
princípio de autoridade divina. É uma decorrência necessária também do conceito
reformado de inspiração. Se a Bíblia é a regra infalível de interpretação dela própria, o
modo como fala o Espírito Santo, “o Juiz Supremo, pelo qual todas as controvérsias
religiosas têm de ser determinadas, e por quem serão examinados todos os decretos de
concílios, todas as opiniões dos antigos escritores, todas as doutrinas de homens e
opiniões particulares”,[vi]então tem que ser infalível e inerrante. Se ela contiver erros
não pode ser de autoria divina.

4.2. A inerrância, assim como a infalibilidade, se limita à intenção da Escritura. Não


pode ser estendida além da ideia que as palavras querem transmitir, ainda que a
inspiração seja também verbal. As palavras e não só as ideias são inspiradas, e, por
conseguinte, infalíveis e inerrantes, mas apenas no limite da ideia para a qual foram
usadas. E a ideia tem que ser compreendida e determinada dentro do contexto histórico
e cultural em que as palavras foram usadas. Exemplo desse fato é o uso da palavra
“filho” em hebraico, que pode significar também neto, um descendente em qualquer
grau de parentesco ou até alguém fora da relação familiar. Até certo ponto, esse uso
pode ser verificado até mesmo em nossa língua e contexto.

4.3. Figuras de linguagem não podem ser tomadas literalmente, exigindo-se exatidão
científica. Cada passagem precisa ser interpretada à luz do seu gênero literário e do seu
propósito (ideia). Assim, quando Jesus afirma que o grão de mostarda é “a menor de
todas as sementes” não devemos entender que Jesus estivesse ensinando botânica.
Usava um conceito dos hebreus (que a consideravam a menor) ou podia estar
recorrendo a uma hipérbole. O contexto de cada passagem é que deve determinar o grau
de exatidão que ela requer.

4.4. A alegação de que se pode crer na inspiração e até na infalibilidade sem se crer na
inerrância é hoje característica dos neo-evangélicos. Estes acreditam que a Bíblia pode
conter erros de história, de geografia, de cronologia, de cosmogonia, etc., sem que a sua
mensagem seja comprometida na sua autoridade e veracidade, pois só o que é matéria
de revelação ou de fé e prática, isto é, aquilo que o homem não poderia conhecer de
outra forma, é que é inerrante, pois é essa parte que é preservada de erros (veja leitura
obrigatória dessa lição). A questão que se levanta naturalmente é esta: se a Bíblia
contém erros em matéria que pode ser verificada, como se pode estar seguro de que ela
não contém erros em matéria que não pode ser verificada? Qual a garantia de que aquilo
que está registrado como matéria de revelação também não contém erros? O alicerce da
autoridade bíblica fica minado, se se negar a inerrância.
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4.5. Os aparentes erros ou dificuldades da Bíblia podem ser atribuídos à nossa falta de
conhecimento de todos os dados ou podem ser resolvidos através de uma ou mais
explicações possíveis. Podem também, em alguns casos, ser atribuídos à própria
transmissão do texto (cópias), mas nunca aos autógrafos. Não se pode fazer essa
concessão sem se destruir a veracidade e a confiabilidade das Escrituras. Não há
inerrância parcial. Ou a Bíblia é inerrante ou não é digna de confiança. Falsus in uno,
falsus in omnibus.

5. A inspiração se limita aos autógrafos.

5.1. Temos que fazer distinção entre os originais (autógrafos) e as cópias (apógrafos)
que evidentemente não podem ser inspiradas, visto que há muitas e ocasionalmente
divergem, em alguns pontos, entre si. O mesmo pode ser dito das versões ou traduções.
Os originais se perderam e tudo o que temos hoje são cópias. Por causa disto, a doutrina
da inspiração tem sido, muitas vezes, ridicularizada por alguns com a alegação de que
de nada adianta uma doutrina sobre a inspiração dos autógrafos quando não os temos.
“Como saber se eram infalíveis e inerrantes, se eles se perderam?”, questionam.

O fato é que a distinção não é apenas possível, mas necessária. Como diz Pinnock, “se
houver boa evidência da confiabilidade da Bíblia na forma como veio da mão de Deus,
e há (todo o testemunho de Cristo e dos apóstolos, já referidos); e se não houver
evidência da inspiração dos copistas e tradutores, e não há; então, segue-se mui
logicamente que tal distinção deve ser feita”.[vii]

5.2. A doutrina da inspiração não exige, ipso facto, que as cópias ou traduções do texto
original sejam igualmente inspiradas. Dessa forma, não somente os autores originais,
mas também os copistas e tradutores teriam que ser “movidos pelo Espírito Santo” no
mesmo sentido em que Pedro se refere àqueles que falaram da parte de Deus (2 Pe
1.21).

5.3. O fato de termos apenas cópias e não os autógrafos não diminui o valor e a
importância da doutrina da inspiração. Cópias fiéis do texto inspirado preservam o
conteúdo e, portanto, o sentido do texto inspirado. O trabalho da crítica textual se
justifica no sentido de fornecer, o mais próximo possível, aquilo que teria sido a leitura
do texto original. E este serve, na medida em que é conhecido, como o referencial a ser
usado como padrão da verdade.

5.4. Cremos não apenas na inspiração do texto inspirado mas também na preservação
desse texto, pela providência divina, o mais fielmente possível, dentro das limitações e
falibilidade humanas, para que o propósito da inspiração não fosse invalidado. É o que
diz a Confissão de Fé de Westminster: “O Antigo Testamento em hebraico... e o Novo
testamento em grego..., sendo inspirados imediatamente por Deus, e pelo seu singular
cuidado e providência conservados puros em todos os séculos, são, por isso, autênticos,
e assim, em todas as controvérsias religiosas a Igreja deve apelar para eles como para
um supremo tribunal...”[viii]

5.5. A preservação das cópias com altíssimo grau de fidelidade é um fato


historicamente atestado. Cabe à Crítica Textual tratar os textos que apresentam
divergências, acréscimos ou lacunas, nas diferentes cópias, para que a leitura original
possa ser idealmente restaurada. Esse é o trabalho dessa disciplina da enciclopédia
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teológica que, bem usada, pode muito contribuir para se determinar o conteúdo dos
autógrafos e nos levara compreender melhor a revelação divina.

É testemunho geral dos estudiosos de que o texto que possuímos é substancialmente


íntegro e corresponde, exceto em pouquíssimos casos, ao que foi o original. As
variantes que merecem alguma atenção são poucas e, mesmo assim, não afetam sequer
um único ponto da fé cristã. Todas as doutrinas que defendemos estão suficientemente
atestadas em textos não controvertidos. A grande maioria destas variantes não afeta nem
mesmo o sentido do próprio texto em questão, muito menos o ensino geral da Bíblia. O
alto grau de pureza do texto que possuímos é um fato suficientemente demonstrado. A.
T. Robertson estima que no NT menos de uma milésima parte foi afetada, o que
significa que 99,9% representam o texto original.[ix]

5.6. A história demonstra que Deus tem usado as cópias e traduções para revelar a sua
Palavra, ao longo dos anos, a diferentes povos e em diferentes lugares. Mesmo não
sendo inspiradas (tecnicamente falando) preservam e transmitem o conteúdo do texto
original inspirado e têm servido para salvar e edificar vidas. Pinnock observa:

Evidentemente Deus usa uma cópia imperfeita ou uma tradução da Escritura na obra
de salvação de pecadores. A Versão King James, embora seja baseada em um texto
grego inferior e contenha algumas leituras errôneas, tem contribuído para a salvação e
edificação de milhões. A verdade e o poder da Escritura não são anulados pela
presença de um certo grau de corrupção textual. Este fato, todavia, não dá base para a
complacência. Um texto imperfeito deve ser substituído por um superior, quando estiver
disponível, e uma tradução inferior por uma melhor. Os eruditos cristãos são chamados
para remover a corrupção textual onde for possível e melhorar o nível da tradução por
meio de técnicas linguisticas mais refinadas. Por trás de cada tradução humana brilha
a luz da própria Palavra de Deus. Mas é parte de nossa mordomia recobrar o melhor
texto possível e providenciar a mais clara tradução que estiver ao nosso alcance.[x]

Acreditamos que o mesmo pode ser dito das nossas traduções em português. Esse
mesmo autor resume da seguinte forma a questão: “Nossas Bíblias são a Palavra de
Deus na medida em que refletem a Escritura na forma como foi originalmente dada; e
porque está claro que elas são virtualmente idênticas a essa forma, é também correto
considerá-las, de igual modo, como virtualmente infalíveis”.[xi]

6. A inspiração é plenária – estende-se a toda a Bíblia: Rm 15.4; 2Tm 3.16.

6.1. Não apenas algumas partes da Escritura são inspiradas, mas todas as partes que
formam o todo. A Escritura tem que ser vista como um organismo, um corpo de
revelação formado de partes, mas indivisível. Não se pode atribuir inspiração apenas à
parte doutrinária ou soteriológica. Ela é inspirada em todas as suas partes. Já vimos que
Jesus e os autores do NT consideravam todo o AT como Escritura e toda a sua história
como fatual e verdadeira.

6.2. Embora, do nosso ponto de vista, possamos considerar certas partes mais
importantes do que outras, quanto ao propósito soteriológico, ou mesmo algumas
essenciais e outras não, quanto a esse propósito, não somos nós que temos o direito ou
mesmo a capacidade de julgar o que é e o que não é mais importante ou essencial na
revelação divina, para fins de diferenciar entre o que exige inspiração como mateira
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revelacional e o que não exige. Romanos 15.4 diz que “tudo quanto, outrora, foi escrito
para o nosso ensino foi escrito, a fim de que, pela paciência e pela consolação das
Escrituras, tenhamos esperança”. Escolher o que é e o que não é inspirado é determinar
o que deve e o que não deve pertencer à Escritura, e isso seria insultar a sabedoria
divina e requereria igual sabedoria para tanto.

6.3 A inspiração pressupõe o controle do ES sobre os autores humanos e esse controle


não pode ser limitado apenas a algumas partes que consideramos mais importantes e
essenciais. Sendo a Escritura um todo orgânico, provendo uma revelação progressiva e
cumulativa, todas as suas partes precisam ser uniformemente consideradas como
importantes e igualmente inspiradas, ou essa supervisão ou controle não seria eficaz. A
autoridade da Escritura ficaria prejudicada com a existência de partes não inspiradas.

6.4. A inspiração plenária não significa, necessariamente, que todas as partes


(passagens) têm a mesma importância e o mesmo peso com relação a qualquer doutrina,
em particular, ou a qualquer ponto da revelação. O que se quer dizer é que todas as
passagens são importantes no propósito revelacional de Deus. Se estão lá é porque Deus
as colocou e se Deus as colocou é porque servem a um propósito seu.

Implicações Práticas

Nestas qualidades, assim como em outras que ainda veremos, é que se baseia o conceito
de valor que damos à Escritura. Ela não é um livro comum. Em seu aspecto formal e
material, é um livro como qualquer outro, mas tem qualidades que nenhum outro tem. É
um livro de origem divina. Claro que outros livros religiosos como o Alcorão e o livro
de Mórmon, por exemplo, também são reputados como divinos pelos muçulmanos e
mórmons, respectivamente. Mas é o valor intrínseco da Escritura, associado a outras
evidências, como cumprimento de profecias, unidade e sequência de conteúdo (ainda
que escrito por diferentes pessoas em diferentes épocas), por exemplo, que faz com que
a Bíblia se imponha como livro divino. Acima de tudo, está o testemunho interno do
Espírito Santo, que confirma ao nosso espírito que estamos lendo a própria Palavra de
Deus. Aquele que tem o Espírito (o verdadeiro homem espiritual, conforme o contexto
de 1 Coríntios) é capaz de reconhecer o “mandamento do Senhor” (1Co 14.37).

Notas bibliográficas.

[i] Infelizmente, Pinnock não pode hoje ser considerado um ortodoxo, ou “evangelical”. Ele atualmente
nega o pecado original, a doutrina da expiação substitucionária, a justificação somente pela fé, a doutrina
da predestinação, etc., por ter aderido ao que chamam de “Grande Mudança” do pensamento evangélico,
que equivale ao abandono das doutrinas reformadas para uma acomodação à cultura da modernidade; cf.
artigo de Michael Horton, Leading the Church into the 21st Century, até há algum tempo disponível da
Web. É também um dos defensores do chamado Teísmo Aberto ou Teologia Relacional, que propõe um
novo conceito a respeito da soberania de Deus. Ver sobre esse assunto o artigo: Teologia Relacional: um
Novo Deus no Mercado, de Augustus Nicodemus Lopes.

[ii] Clark H. Pinnock, Biblical Revelation (Chicago. Moody Press, 1972), pp. 66-104.

[iii] theopneustos é a transliteração do termo grego grego encontrado na passagem.

[iv] Ver Confissão de Fé de Westminster, I,6.


7

[v] E. J. Young, Thy Word is Truth (Grand Rapids. Wm. B. Eerdmns Publishing Co., 1972), p. 113.

[vi] Confissão de Fé de Westminster, I,10.

[vii] Clark H. Pinnock, op. cit., p. 82.

[viii] I,8.

[ix] Citado por C. Pinnock, op. cit., p. 85 e por N.L. Geisler & W.E. Nix, A General Introduction to the
Bible (Chicago. Moody Press, 1970), p. 366. Ver outras estatísticas de autores como Westcott & Hort,
Ezra Abbot e Philip Schaff nessa mesma obra e página, ou um resumo delas em N.L. Geisler & W.E. Nix,
Introdução Bíblica, p. 175.

[x] C. Pinnock, op. cit., pp. 85-86.

[xi] Ibid., p. 86.

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Leitura obrigatória:

O Conceito Bíblico da Inspiração, de Benjamin Warfield.

A Doutrina das Escrituras, de Angus Stewart.

Leitura opcional:

Você sabia? (autor desconhecido).

Chart listing some of the scientific evidences of the Bible's divine inspiration (autor
desconhecido).

The Inspiration, Inerrancy, and Authority of the Bible, de Ron Rhodes.

The Nature of Scripture, de Loraine Boettner

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