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"Registo comercial: o que é, para que serve

O registo comercial é o serviço onde se registam os comerciantes e as pessoas coletivas que


genericamente se designam sociedades comerciais e outras figuras afins. O registo comercial, enquanto
serviço público, coloca meios ao dispôr por técnicos habilitados – os conservadores e oficiais de registo -
que exercem a sua função de forma isenta e suprapartes, aplicando o direito substantivo e zelando pela
legalidade dos factos sujeitos a registo.

Os advogados, os notários, os solicitadores, os técnicos oficiais de contas e os revisores oficiais de contas


no exercício das suas profissões representam os empresários e podem conferir um cumprimento
correto e atempado das obrigações jurídicas e fiscais das empresas.

No código registo comercial estão previstas as pessoas e os factos que são de registo obrigatórios, tal
como os pressupostos e requisitos a cumprir a denominamos procedimentos registais.

Assim, ao regime jurídico aplicável a cada tipo de entidade sujeita a registo comercial concorre um feixe
de regras substantivas e procedimentais a que denominamos o direito comercial processual. Resulta do
cumprimento daquelas normas a função registal que permite trazer à luz do dia um fidedigno
conhecimento dos elementos essenciais da identidade, local de atividade e idoneidade financeira de
quem exerce uma atividade económica que tem vista ao lucro.

Enfim, o registo comercial existe para que seja feita a publicidade relevante da situação jurídica dos
comerciantes (sociedades comerciais e figuras afins) tendo em vista a segurança do comércio jurídico e
eficiência da economia empresarial.

Da 1ª Diretiva do Conselho (68/151) respeitante ao direito societário foram transpostas para o


ordenamento jurídico português as regras sobre a organização de entidades tipificadas no Código das
Sociedades Comerciais.

Os factos sujeitos a registo obrigatório são efetuados no serviço público por juristas dotados de fé
pública.

Os atos, situações ou jurídicas a registados estão regulados no direito substantivo privado e no direito
material privado, constante do código das sociedades comerciais e do código do registo comercial,
regulamento do registo comercial e demais legislação avulsa onde estão sistematizadas as formas de
registo, procedimentos e efeitos.

A publicidade faz-se através da “publicação integral ou por extrato, ou sob a forma de uma menção, que
assinale o arquivamento” dos documentos que os comprovem”.

Do registo devem constar determinadas vicissitudes da vida societária, desde a constituição até à
dissolução e encerramento da liquidação.

2. Objeto e efeitos do Registo Comercial

Estão sujeitas a registo comercial as seguintes entidades: sociedade em nome coletivo (SNC), sociedade
por quotas, pluripessoal e unipessoal (SPQ) e (SUQ), sociedade anónima (SA) e a sociedade em
comandita simples ou por ações (SEC). Assim como, as entidades equiparadas: estabelecimento
individual de responsabilidade limitada (EIRL), agrupamento complementares de empresas (ACE),
agrupamento de interesse económico europeu (AEIE), cooperativas. Também as sociedades europeias
(SE) que tenham sede num país da União Europeia se devem registar.

O empresário individual não está sujeito a registo obrigatório.

A inscrição dos factos societários em atos de registo inicia-se pela criação de uma ficha, a matrícula onde
consta a identificação jurídica da sociedade, elementos essenciais do contrato, bem como das suas
alterações, e destes é dada publicidade através de certidão permanente de registo comercial e da
publicação eletrónica em portal de acesso gratuito e universal disponibilizada em tempo real.

E para que serve esta publicidade? Para conferir personalidade jurídica às pessoas coletivas e ainda, nos
restantes atos sujeitos a registo, para permitir a eficácia perante terceiros.

A estes dois níveis de eficácia: a constitutiva e a consolidativa, correspondem efeitos jurídicos de


valoração e intensidade consoante se tratem de registos de que dependam a aquisição, modificação ou
extinção de direitos, ou uma mera publicidade notícia nos demais registos.

No caso da constituição da sociedade, esta só adquire personalidade jurídica autónoma através do


registo definitivo.
O estabelecimento individual de responsabilidade limitada (EIRL) tem registo obrigatório, mas não lhe é
atribuída personalidade jurídica autónoma, porque é apenas um património autónomo.

Depois do primeiro registo, todos dos outros factos societários, apenas resultam, através do registo,
efeitos presuntivos, com mera eficácia relativa de que existe a situação jurídica nos termos em que é
definida no registo."
https://direitoeconomia.com/2013/12/registo-comercial-natureza-e-principios/#:~:text=Registo
%20comercial%3A%20o,definida%20no%20registo.

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