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Cyrus estava no seu escritório em Brisenheim, a cabana de caça que agora servia de quartel do Punhal,

o esquadrão de assassinos e espiões liderado por ele.


A sua frente, espalhados na escrivaninha, estavam os mapas, planos e relatórios da guerra contra o Culto
dos Dragões. Ao longe era possível ouvir o uivo de Onyx, o negro lobo atroz que acompanhava o
arqueiro. Os ruídos dos preparativos dos homens do Punhal também adentravam o aposento de forma
sutil.

A tensão era palpável. O confronto estava chegando ao fim. Os servos de Tiamat haviam sofrido grandes
perdas, tanto em homens quanto em recursos, graças ao esforço de Blake e seus companheiros. Mas
ainda assim a vitória se mostrava distante e custosa. O Culto estava se preparando há décadas. Já o
arqueiro e sua companhia lutavam há alguns meses apenas. A organização maligna permeava muitas
das intrincadas camadas de Faerûn. Parecia impossível combater algo tão vasto com tão pouco recurso.

Mas ‘impossível’ era um adjetivo que parecia permear toda a empreitada do Harpista e, mesmo assim,
obteve sucesso até agora. Por um instante ele parou pra analisar o custo que essa eficiência havia
cobrado, mas decidiu enterrar essa reflexão após vislumbrar o abismo que teria de enfrentar caso
sobrevivesse até o final.

Voltando sua atenção aos documentos alocados em sua frente, Blake começou a traçar um plano.
Ordenaria o Aurora a retornar a Águas Profundas. Ao passo que, com a ajuda das tropas élficas da
Floresta Alta e do próprio Punhal, lidaria com o último resquício das tropas do Culto ao sul das
Montanhas do Pico Cinzento, dando cabo também da dragonesa mestiça que os comandava.

Ao final dessa etapa, voltaria a Águas Profundas para reabastecer suas provisões e encontrar a tripulação
do veleiro para analisar as informações recolhidas, em seguida ordenando-o a seguir viagem para Portão
de Baldur.

Lá se iniciaria a concentração das tropas que subiriam o rio Chiontar até bem próximo do Poço dos
Dragões, lugar onde ocorreria a grande ofensiva contra o Culto.
Enquanto isso, seguiria viagem com seu grupo para encontrar a torre que o líder Zhentarim,
Vhagonomatar, havia localizado, dizendo que o local havia alguma conexão com o Draakhorn.

Caso conseguissem recuperar o artefato, teriam tempo pra minar um pouco mais a capacidade de
combate do Culto. Por outro lado, se o mesmo não fosse encontrado, Blake estava disposto a arriscar
tudo. O tempo não estava ao seu lado.

Planejava cobrar todos os favores devidos, arrebanhar todas as tropas aliadas e fazer um assalto surpresa
ao cemitério dracônico. Seus batedores já estavam colhendo informações sobre a movimentação no
local.

Com base nessa inteligência, Blake, seus companheiros e todas as tropas disponíveis subiriam o rio
Chiontar para confrontar a principal ameaça contra Faerûn.

Ao terminar de analisar suas opções, Cyrus se reclinou na cadeira ao mesmo tempo em que um sorriso
macabro, o mesmo que se formava em seu rosto nas horas de matança, era visível. A morte estava à
vista. Inclusive a sua própria.

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