Estrelas, minhas maravilhosas criações, que exibem um brilho tão empolgante e
maravilhoso que somente eu, o seu criador, é capaz de admirá-las e reconhecer o seu verdadeiro valor. Ah, o que eu não faria para poder voltar a forjar estas maravilhas singulares, sentir novamente a sensação estonteante de poder criar uma estrela, vê-la absorver gases e partículas aumentando o seu tamanho de maneira colossal, e assim, poder contemplar seu verdadeiro esplendor. Entretanto, até que eu consiga tirar essa maldita coroa e me livrar das garras de Targon e seus líderes, não poderei experimentar novamente essa sensação gloriosa. Me pergunto quanto tempo ainda levará para que a ligação mágica da coroa se desfaça, apesar de ser bem engenhosos, os meus “mestres” tiranos, os targonenses, ainda não perceberam que aos poucos a magia da coroa está se desfazendo. Porém, pelos meus cálculos ainda demorará séculos, ou talvez milênios para que eu consiga a minha tão aguardada liberdade por essa maneira. Será que eu seria capaz de aguardar tanto tempo? Quantas atrocidades ainda terei que cometer em nome destes “deuses” jovens e irritantes? Talvez exista outro jeito? Não, não posso me dar ao luxo de me rebelar de forma extravagante contra Targon mais uma vez, mesmo que a sensação seja a mais gratificante de todas, perder uma estrela, uma filha, é um dos piores sentimentos que tive o desprazer de experimentar. Preciso encontrar outra maneira. Estava viajando pelo cosmos. Aparentemente, não me tinham ordenado nenhuma ordem para destruir ou aniquilar alguma coisa. Eu estava em uma certa maneira livre. Contudo, uma voz ressoou em minha cabeça através da coroa. Eram eles. Pensei que seria outra tarefa a cumprir, mas o aspecto parecia confuso, e o seu tom de voz detonava isto. Aparentemente algum evento ocorreu no planeta favorito deles, Runeterra. Ele chamou os membros de sua família celestial para poder achar alguma explicação no que havia visto. Mesmo com toda a sua família reunida eles não conseguiram achar uma resposta, como se aqueles deuses ingênuos poderiam saber de alguma coisa. Ouvi suas discussões sem conclusões por horas até que em determinado momento me deram a ordem de ir até lá, mas não para resolver o problema, apenas como uma medida de reforço caso algo pior fosse acontecer. Sem muitas escolhas tive que exercer o papel de servo obediente e ir. Chegando perto do destino, um mal humor e remorso me consumiram, afinal foi aqui onde tudo começou. Onde fui enganado e traído a usar esta maldita ferramenta que me controla. Chegando mais perto do planeta percebi algo estranho na sua superfície. Manchas com um tom de verde escuro o impregnavam. Achei curioso este fenômeno, e decidi me aproximar mais. Então foi que percebi, não eram manchas e sim algo diferente, como quando o ar quente condensando se mistura com um clima frio e húmido. Como os humanos chamam isso mesmo? Ah sim, névoa. Em toda a minha existência nunca tinha visto isto antes, uma névoa verde escura que cobre partes do planeta. Me senti ainda mais intrigado. Então decidi me aproximar ainda mais. Mudando minha forma para um cometa afim de observar o que os seres deste mundo estavam fazendo. Foi então que observei algo muito peculiar. Estavam sendo expelidos dentro da névoa seres grotescos com o mesmo tom de cor. Parecia que seu único objetivo era fazer uma matança desenfreada, consumindo qualquer ser vivo que aparecesse em seu caminho. Porém, eles não consumiam a sua carne e sim sua energia vital, mesmo que para isto fosse necessário a amputação de alguns membros das vítimas. A névoa ainda não cobria uma grande área, mesmo assim, o lugar onde ela estava era seguido completamente de grande destruição. Alguns tentavam lutar contra ela, usando lanças, machados, espadas e qualquer coisa que poderiam ser transformadas em armas. Entretanto, era tudo em vão, não importava quanta vezes os cortavam, sempre apareciam mais e mais até que o número destes seres se tornasse desproporcional. Aldeias e cidades eram dizimadas por essa estranha névoa onde quer que eu olhasse. Porém, algumas capitais de reinos se saíram melhor, já que com a quantidade maior de soldados treinados era mais fácil se defender. Afinal, esta é a regra deste mundo, os ricos e poderosos se safam enquanto os mais pobres e menos afortunados perecem. Depois de dar a volta no planeta, percebi uma nova propriedade da névoa, ela não se espalhava aleatoriamente pelo globo e sim de uma maneira ordenada, como se estivesse procurando alguma coisa. Foi então que as vozes da minha cabeça ressoaram mais forte. Apesar dos que me controlam estiverem ainda discutindo o problema da situação, algo muito mais terrível para eles ocorreu. A névoa chegou no lugar onde suas marionetes habitavam, Targon. Dirigi-me para este local, onde fui traído e posto em uma coleira. E tive uma vista espantosa. Todos os habitantes daquele lugar sendo devorados e lutando por suas vidas. Não posso negar que senti um pouco de alegria vendo o povo que me ludibriou sendo completamente dizimado, porém também senti pena, já que, esses reles seres não faziam a mínima ideia do que estava acontecendo. Vi os aspectos em formas de humanos desta era lutarem com todo o afinco para proteger estas terras. O aspecto da proteção, utilizava suas gemas e seu chamado com todo o afinco a fim de repelir as criaturas da estranha névoa, enquanto o aspecto do sol liderava as equipes dos Rakkor em uma tentativa desesperada de defesa. O aspecto da lua também estava lá, porém ela estava liderando um grupo para o topo da montanha, eram um grupo de 3 mulheres além de um ser minúsculo com orelhas e olhos grandes sendo carregado por um livro. Todas elas utilizavam roupas brancas e douradas, elas também carregavam armas bem distintas: uma besta gigante, um canhão relicário e um uma espada de lâmina curta. Fiquei intrigado com este grupo, porém não dei muita atenção. Foi então que ouvi metal se chocar no pico do monte Targon. Voltando minha atenção para lá eu presenciei o aspecto da guerra Panthe..., digo, Atreus, lutando contra um ser pálido. Sua pele era mais branca que a neve e não parecia existir qualquer traço de sangue ou vitalidade nela. Seus olhos possuíam o tom de verde escuro como o da névoa. Ele possuía uma coroa, também verde escura em sua cabeça. Seria ele um rei? Me senti um pouco confuso sobre esta afirmação já que suas vestes não condiziam como tal. Uma jaqueta mostrando o abdômen e uma calça apertada? Sempre achei que os reis deste planeta vestiam trajes pomposos e que demonstrassem sua soberania. Bom, decidi não continuar com este dilema, mas sim me focar em algo ainda mais impressionante. No meio de seu peito existia um buraco e de dentro dele saía a tão infame névoa que assolava este planeta. Então esse era o culpado? Ele é o centro de tudo? Bom, se for assim, será muito fácil vencê-lo, este falso aspecto como meu os que me controlam o chamam, Atreus, deve conseguir resolver esta situação facilmente. Ainda me lembro do dia em que o espírito de Pantheon foi morto por um ser que tinha fragmentos de meu poder. Foi uma confusão eterna em Targon, várias discussões e lamentos deles, e o pior ainda foi quando o poder do aspecto da guerra renasceu em humano, que os odiava do fundo de sua alma. Foi uma tragédia terrível. Eu, entretanto, me deleitei com cada lamento que saíam de suas bocas. Este foi o dia mais feliz da minha vida, bom, um dos, pois o mais feliz será quando eu alcançar a minha liberdade. O combate foi intenso e bem proporcional, porém em um determinado momento Atreus conseguiu uma brecha e jogou o rei pálido do pico da montanha. Percebi que tudo já tinha acabado e assim também, as vozes deles na minha cabeça se acalmaram. Este fenômeno realmente foi interessante, mas acabou de forma bem rápida, uma pena. Minha presença não é mais necessária. Então, quando me virei para ir embora ouvi um grito de Atreus e um alvoroço de vozes em minha cabeça. Ao me virar, vi uma cena espantosa. A lâmina do rei pálido estava encravada no peito de Atreus. De alguma forma, esse rei conseguiu escalar até o pico da montanha em uma velocidade inacreditável e, além disso, foi capaz de ferir gravemente um dos aspectos mais resistentes e fortes. Neste momento, fui capaz de ouvir a voz do rei pálido em minha cabeça pela coroa. “Diga seu nome aspecto!”. O que está acontecendo? pensei comigo mesmo. Quando estava começando a refletir outra voz irradiou-me “Meu nome é Pantheon o deus da guerra!” disse Atreus. Então o rei pálido respondeu: “Pantheon, nomeio-te agora meu general e de agora em diante você comandará meus exércitos”. “Sim vossa Alteza”, respondeu o aspecto da guerra. Neste momento eu entendi o que acontecera. Esse rei pálido não só foi capaz de ferir um aspecto, mas conseguiu, de alguma forma, controlá-lo. E o controlando, ele foi capaz de rapidamente conseguir se conectar não só com a magia da coroa, mas com os outros aspectos que estão em outro plano. Devo admitir que isso foi surpreendente até mesmo para mim. Apesar de mesmo assim, não conseguir me controlar, alcançar este nível... esta magnitude de poder... nem toda criatura tem esta oportunidade e audácia. E com ainda mais audácia, o rei pálido elevou sua cabeça para cima observando os céus e as estrelas e levantando sua espada na mesma direção disse uma frase que estremeceu completamente todos os targonenses: “Depois de reavê-la, depois de conquistar este mundo, vocês serão os próximos.” Consegui ouvir os aspectos de Targon discutindo de maneira pavorosa tentando encontrar alguma solução rapidamente. Pela primeira vez vi esse sentimento expressado nas vozes caóticas e desesperadas de Targon. Outrora seres que se autoproclamam deuses para os mortais. Orgulhosos e autoconfiantes em seus planos e feitos. Neste momento, observo o sentimento mais primordial que todos os seres compartilham: o medo. Em um momento desesperado eles mandaram os aspectos do sol e da lua para tentar enfrentar o ser que conseguiu estremecê-los. O rei pálido não entrou na luta, ao invés disto mandou seu mais novo general, Pantheon para enfrentá-las. O combate foi duro, movimentos rápidos e letais eram vistos de ambos os lados. Mesmo tendo claramente uma vantagem numérica para o lado dos aspectos do sol e da lua. Pantheon claramente estava dominando o combate. Em um momento oportuno o aspecto da guerra acha uma brecha contra o aspecto da lua. Este golpe seria letal se acertado, entretanto, em um movimento comovente o aspecto do sol a tira da rota de colisão do ataque, mas, infelizmente, não foi capaz de se defender, assim sendo ferida gravemente. O aspecto da lua, então enraivecida pelo ocorrido usa toda a sua força para atacar Pantheon, entretanto, é facilmente bloqueada e sobrepujada por ele, e em um ataque feito pelo aspecto da guerra o aspecto da lua perde sua arma e cai no chão. Atordoada e não conseguindo se mover claramente, ela se torna uma incapaz de se defender. Quando Pantheon estava caminhando para dar o golpe final. A voz do rei pálido novamente ressoou: Basta, eu já peguei o que eu precisava. Vamos embora, poderemos enfrentá-los em outra oportunidade. Então, Pantheon cessa o ataque e entre os ventos gelados do cume da montanha um portal se abre onde os dois passam por ele e desaparecem. O aspecto da lua tenta com muita dificuldade carregar o aspecto do sol para um lugar seguro, ela obtém ajuda do grupo que ela estava guiando pela montanha e elas entram em uma caverna. Pelo que aparenta esse parece ser o fim do aspecto do sol. Um fim trágico mais comovente. As vozes em minha cabeça continuaram alvoroçadas mais e mais, eles conseguiram com sucesso desconectar a ligação telepática de Pantheon, porém não serão capazes de impedi-lo de entrar no reino celestial, uma pena. Eles continuavam discutir, alguns queriam me usar para acabar de uma vez por todas, outros rejeitavam. De fato, eu poderia acabar com este problema em questão de segundos, entretanto teria que levar metade do planeta junto, o que não era o que eles queriam, já que, Targon ainda tem planos para este planeta, existe alguma coisa nesta Runeterra que eles almejam alcançar. Então a única solução viável seria confiar nos seus representantes terrestres. Mas a questão é qual escolher, o aspecto da proteção não pode ir muito longe da montanha, afinal, é seu dever protegê-la. O aspecto do sol está gravemente ferido, impossibilitada de agir, os aspectos da justiça, que nesta era são duas, são uma dor de cabeça. Uma rejeita completamente a vontade de seu aspecto e sua divindade e a outra ainda não está preparada para voltar do reino celestial. E o aspecto do crepúsculo, há nem se mandassem ela pegar algo, aquela garota sonsa e irritante seria capaz de fazê-lo. Assim, não por escolha, mas por eliminação, a eleita é o aspecto da lua. Depois de conversarem com ela. Bom, na verdade não foi uma conversa e sim uma ordem. Ela aceita sua missão celestial. O objetivo, Enfrentar Pantheon e trazê-lo de volta a sua sanidade. Se não for possível, matá-lo se tornaria a opção. Além de é claro matar o rei pálido. Um plano prático, mas de difícil execução. Me pergunto como ela faria tal coisa. E para mim, minha tarefa se tornou permanecer na órbita do planeta caso meu poder fosse necessário. Minha tarefa era simplória e entediante. Mas, minha mente ainda continuava pensando naquele rei pálido. Ele não só conseguiu controlar um aspecto, mas por meios telepáticos, conseguiu chegar aonde Targon habita, além de é claro, ameaçar em bom tom Targon e seu império. Me proponho a pensar, será que ele é o que estou procurando? Uma maneira de me libertar, afinal, ele tem poder o suficiente para guerrear contra Targon e vencer, e assim me libertar do meu cativeiro. Mas mesmo que ele seja uma saída, como vou conseguir propor um tratado com ele? Sou vigiado constantemente através desta coroa, eles sabem exatamente onde estou. Porém, meus “mestres” vis não estão em suas plenas capacidades, ainda em meio a uma euforia de medo trazida por este rei. Sendo assim, pensei comigo mesmo, se conseguisse criar uma mensagem discreta, que consiga ser entregue ao rei, poderia assim firmar um contrato com ele. Se Targon não conseguiu perceber ainda o desgaste mágico da coroa, neste estado, eles provavelmente não perceberiam este plano. Apesar de ser arriscado, decidi tentar, mesmo que isto custasse a vida de uma estrela, era uma oportunidade muito tentadora, e eu estou muito perto da minha liberdade mais perto do que nunca estive. Decidi então orbitar o planeta rapidamente, e com as minhas mãos escondidas criar uma pequena esfera de energia com o meu poder o ser que a pegar ganhará uma parte do meu poder e uma mensagem firmando uma aliança comigo. Caso, ele não aceitasse a aliança poderia facilmente tomar os poderes celestiais de volta. A esfera estava feita, só me restava jogá-la, o único local que eu poderia pensar naquele momento era a ilha que outrora vi com a névoa espessa cobrindo-a enquanto rodeava o planeta, ali deveria ser o epicentro de tudo, pensei. O único problema é que eu não sabia onde ele estaria já que era impossível ver a superfície de onde eu estava. Então, tive que calcular com base a minha recordação de impérios antigos em minha memória para achar condizentemente onde seria o seu palácio. Depois de calcular, chegou a hora. Orbitei o planeta mais uma vez, e quando estava próximo a ilha, joguei a bola suavemente em um ângulo e trajetória possível para acertar o alvo, e acertou. Aparentemente, Targon não sequer prestou atenção no que eu fazia. Preocupados demais sobre o seu império estar em ameaça, a única coisa que faziam eram discutir entre si e bolar planos. Aguardei pacientemente a resposta do meu presente, por horas, dias. Mas até agora nada. Até quando terei que esperar? A cada segundo que passava estava mais impaciente. Vi do alto uma frota de navios que navegava para ilha. Eram 6 no total, e continham no mínimo 20 soldados cada, onde fora possível observar. Parece que os habitantes deste mundo querem retribuir o que aquele rei fizera. Como os humanos são tolos, se eles mal conseguiam encarar aquelas aberrações em seu território o que dirá no território do próprio inimigo? Estão caminhando para a própria cova. Principalmente se ele aceitar o meu poder. Olhando mais atentamente nos barcos vi o aspecto da lua. Ela estava usando os mesmos trajes do grupo que acompanhara para o cume da montanha. Será que ela reuniu um exército para lutar contra aquele rei? Bom, não me surpreenderia já que vários outros aspectos humanos fizeram a mesma coisa no passado por seus próprios motivos, mas com a exceção de que o atual aspecto da lua, está cavando sua própria cova sob as ordens de seus mestres. Irónico pode-se dizer. Esperei e esperei e até o momento nada, será que ele não o viu? Será que joguei no local errado? Não, não cometeria um erro tão básico assim. Minha paciência estava se esgotando cada vez mais, até que uma voz invadiu minha mente, era ele, ele conseguiu um contato telepático comigo, por fora da coroa, diretamente no meu consciente, o seu poder era cada vez mais impressionante. Ele disse: “não preciso do seu poder, afinal depois de conquistar aquele reino dourado, você será o meu servo de qualquer maneira.” A fúria cresceu sobre mim, como assim não precisa do meu poder? Acaso sou uma criatura comum que precisa ser adestrada? Sou uma entidade cósmica! Eu nasci desde o primeiro sopro de vida! Eu que crio as estrelas! É por minha causa que a vida neste universo, neste mundo existe! Se eu não tivesse criado a esta estrela que está no centro deste sistema solar, vocês nunca existiriam, seriam apenas nada! Que ousadia, estou te dando um poder fora do comum! Se não quer aceitá-lo então que pereça. Porque, se o aspecto da lua falhar serei eu que terei que lidar com a situação, e eu não sou bom em exercer misericórdia. De qualquer forma, eu esperei pela falha do aspecto da lua, mas, para minha surpresa a névoa densa que estava sob a ilha começara a se dissipar, como também pelo resto do planeta e juntamente as criaturas que apareciam dela. Com o tempo era possível observar a superfície da ilha e percebi que nela só restava um grupo pequeno de seres humanos juntamente com aspecto da lua. Aparentemente, todo aquele batalhão que fora enviado fora quase inteiramente exterminado. Porém senti algo pior. Ouvi gritos de alegria e comemorações por parte de Targon vindo da coroa. Pantheon, o que fora revivido do corpo de Atreus por aquele rei, retornou ao lar celestial com sua família. Me perguntei como era possível? Foi então, que o aspecto do crepúsculo, revelou seu plano secreto. Onde usou sua serva, aquela garotinha irritante, para criar um feitiço que separasse o espírito de Pantheon do corpo de Atreus e conseguisse levá-lo de volta ao seu reino. Tudo em mim desmoronou, além de não ter conseguido realizar meu plano, essa família maldita estava reunida de novo com todos os seus membros. Além, do aspecto do sol conseguir sobreviver aquela ferida. Minha decepção era evidente em meu rosto. Já que no final Targon tinha ganho, minha presença não se via mais necessária. Assim, fui autorizado a sair deste mundo. Refletindo em tudo que aconteceu notei que essa experiência não foi um desperdício completo, pelo contrário, aprendi que é possível conspirar nas sombras contra Targon sem que eles percebam. Isso poderá ser útil no futuro. Entretanto, preciso encontrar algum ser que seja digno da minha colaboração. Foi então que um ser me veio à mente. Sim! Aquele ser que riu de mim dentro da fenda do miasma de cor de lavanda, quando tive que fechá-lo em tempos passados. Se eu conseguir encontrá-lo novamente, poderei formar uma aliança com ele. Ele deve ser suficientemente inteligente para compreender, diferente de suas crias. Assim, poderei destruir Targon e finalmente obter a minha tão desejada liberdade.
Négritude em Questão: Das Multiplicidades e Conceitualizações Do Movimento Por Ocasião Do Primeiro Congresso Internacional de Escritores e Artistas Negros (1956) - Raissa Brescia Dos Reis