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PCC-5726 – Princípios da Ciência dos Materiais Aplicados aos Materiais de Construção Civil
Professores: Antonio D. de Figueiredo e Renata Monte.
Revestimentos de fachadas tem uma função essencial na estética do edifício, pois este
permite uma melhor valorização da edificação. O objetivo deste estudo é analisar a
atuação da aplicação de TiO2 em argamassas para processos de autolimpeza e
manutenções de fachadas. Foi realizado levantamentos bibliográficos afim de
corroborar com informações sobre microestrutura, fotocatálise, molhabilidade. Os
estudos mostram que a utilização de TiO2 misturados a argamassa tem pouco resultado
no processo de autolimpeza, enquanto a aplicação superficial demonstra melhores
resultados devido sua reação com raios UV.
2.1. Microestrutura
2.2. Fotocatálise
Devido ao processo químico da fotocatálise, o dióxido de titânio pode ser usado como
catalisador da degradação de compostos orgânicos e poluentes, sob efeito da umidade e
radiação UV. Esta radiação UV é a responsável por gerar radicais hidroxila, que são
formados a partir da molécula de água em contato com a superfície do material
semicondutor e ativado mediante luz solar ou artificial.
O sol emite radiação em praticamente todos os comprimentos de onda do espectro
eletromagnético, sendo que apenas 7% da luz solar possui comprimento de onda abaixo
de 400 nm, e aproximadamente 45% corresponde a radiação emitida em comprimentos
de onda entre 380 nm e 770 nm (BAGNARA, 2011). Na Figura 3 é possível observar o
espectro eletromagnético.
Para que o dióxido de titânio funcione de forma a degradas poluentes, faz-se necessário
que algumas condições sejam cumpridas, pois segundo DIAMANTI et al. (2013), a
eficiência fotocatalítica do material varia ao longo do tempo, associada com a
resistência às condições de exposição da superfície, ou seja, intempéries, e ainda às
interações entre revestimento e substrato.
Subsequentemente, (CASAGRANDE, 2012) mostra em seu trabalho que a eficiência do
TiO2 depende de fatores, como umidade relativa, fluxo gasoso e intensidade de
radiação. Assim como (MELO, 2011) observou que a oxidação de Nox (óxidos de
nitrogênio) foi maior em peças submetidas a maiores radiações e menores valores de
umidade relativa do ar. Outros fatores são apresentados por HÜSKEN; HUNGER;
BROUWERS (2009) que relacionam o aumento da intensidade luminosa, ao também
aumento à taxa de degradação do poluente.
Apesar de alguns autores relatarem em suas pesquisas que o crescente teor de TiO2 não
provocou crescimento linear da atividade fotocatalítica, MELO (2011)relata haver
linearidade na degradação de NOx com o crescente teor de TiO2 incorporado à matriz
cimentícia. Isso só ressalta as divergentes conclusões a respeito dessa adição para a
degradação de poluentes.
3.2. Molhabilidade
Figura 4 - Condições de molhabilidade de uma superfície: (a) superfície superhidrofílica θ = 0 graus; (b)
superfície com molhabilidade parcial 180 > θ > 0; (c) superfície superhidrofóbica θ = 180 graus
FONTE: (BURKARTER, 2010)
Figura 9 - Fotografia digitais de amostras antes e 30 horas após serem submetidas a irradiação de luz,
apresentando três áreas: esquerda sem deposição de fuligem, meio com deposição de diesel sem
esfregar, e direita com deposição de diesel e esfregado posteriomente, onde (c) não possui dióxido de
titânio em sua composição e (d) possui 2,5% de dióxido de titânio.
Figura 10 - Mudanças de cor globais (*ab) simulada com diferentes condições de irradiação (UVA,
solar e UVA+SO2) durante 30 dias
Na figura anterior, não foram observadas diferenças nos resultados das amostras ao
utilizar radiação solar como iluminação. Quando utilizada utilizados irradiação
UVA+SO2, os resultados se apresentaram melhores, porém não tão significativos, já que
sem utilização de dióxido de titânio o valor obtido foi de 2,19; e com 5% foi de 3,73.
5. Conclusão
BIBLIOGRAFIA
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