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https://doi.org/10.31533/pubvet.v16n04a1079.

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Mielograma na rotina laboratorial para a clínica de cães


Marcella Procópio Valle Couto1* , João Carlos Toledo Júnior2
1Graduanda em Medicina Veterinária pela Pontifícia Universidade Católica -PUC de Minas Gerais, Instituto de Ciências
Biológicas e da Saúde, Unidade Praça da Liberdade, Belo Horizonte, Brasil.
2Professor Assistente IV do Departamento de Medicina Veterinária da PUC de Minas Gerais, Instituto de Ciências Biológicas e da

Saúde, Unidade Praça da Liberdade, Belo Horizonte, Brasil.


*Autor para correspondência, E-mail: marcellacouto1998@yahoo.com.br

Resumo. O mielograma, exame citológico da medula óssea, representa um importante


recurso na clínica de cães para determinar a origem de alterações na circulação sanguínea.
Sua base é a avaliação da medula óssea, que nos adultos está presente principalmente nos
ossos chatos, como o esterno e as costelas, e sua principal função é a de hematopoese, a
produção de células sanguíneas, sendo elas as hemácias, leucócitos (granulócitos –
neutrófilos, eosinófilos e basófilos, agranulócitos – monócitos e linfócitos), além das
plaquetas. Para o mielograma, é necessário realizar a coleta correta da medula óssea, e sua
análise envolve a avaliação da celularidade, determinação da relação Mieloide:Eritroide,
avaliação das reservas de ferro e a pesquisa de parasitas, sendo que na espécie canina os
mais comuns são Leishmania spp. e Ehrlichia spp. A busca de alterações na medula óssea
se dá normalmente quando o paciente apresenta anormalidades hematológicas que não são
explicadas com os outros exames de rotina. A sua análise e interpretação auxiliam o médico
veterinário a alcançar o diagnóstico correto para o paciente.
Palavras-chave: Células sanguíneas, citologia, diagnóstico, medula óssea, mielograma

Myelogram in laboratorial routine for the dog’s clinic


Abstract. The myelogram corresponds to the bone marrow evaluation and it represents an
important resource in the dog’s clinics to determinate alterations in the blood circulation.
Its basis is the assessment of bone marrow, which in adults is mainly present in flat bones
such as the sternum and ribs, and its main function is hematopoiesis, the production of
blood cells, which are red blood cells, leukocytes (granulocytes - neutrophils, eosinophils
and basophils, agranulocytes - monocytes and lymphocytes) and platelets. The myelogram
requires the correct collection of the bone marrow, and its analysis involves the assessment
of cellularity, determination of the Myeloid:Erythroid ratio, assessment of iron reserves
and research for parasites, the most common in canine species being Leishmania spp. and
Ehrlichia spp. The search for alterations in the bone marrow is usually done when the patient
has hematological abnormalities that are not explained by other routine tests. Its analysis and
interpretation help the veterinarian to reach the correct diagnosis for the patient.
Keywords: Blood cells, citology, diagnosis, bone marrow, myelogram

Introdução
O exame citológico da medula óssea, o mielograma, é útil em várias situações, principalmente
quando não é possível definir o diagnóstico a partir dos exames básicos de rotina, como o hemograma,
devido à existência de anormalidades hematológicas, como anemias arregenerativas, trombocitopenias,
gamatopatias, neutropenias e suspeita de neoplasias medulares. Além disso, a medula óssea pode se

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tornar infectada por patógenos e nestes casos, o mielograma pode ser um método de diagnóstico sensível
(Thrall, 2015).
O objetivo deste artigo é demonstrar a importância do mielograma na rotina clínica de animais de
companhia, com foco na espécie canina, abordando desde a coleta da amostra ideal, execução, até a
interpretação dos resultados e quais os fatores envolvidos nos processos.

Medula óssea
A medula óssea corresponde ao maior órgão hematopoético do corpo e também é considerada como
órgão linfoide primário. É um órgão difuso, que equivale a cerca de 3% da massa corporal em ratos, 2%
nos cães e 5% nos humanos (Tommasi et al., 2014). O tecido medular é composto por células
hematopoéticas, tecido adiposo, células reticulares de suporte e matriz extracelular (Sharkey & Hill,
2010).
O processo de hematopoese corresponde à produção de células sanguíneas e plaquetas, sendo o saco
vitelino o órgão responsável no período mesoblástico da embriogênese, sucedido pelo fígado e o baço
no período hepatolienal, sendo substituído pela medula óssea a partir do período medular e mantido ao
longo da vida do animal. Entretanto o fígado e o baço mantém a sua capacidade produtora, caso seja
necessária a eritropoese extra medular na vida adulta (Almeida, 1999).
O tecido medular é dividido em dois, a medula amarela, rica em células adiposas, mas sem produção
de células sanguíneas e a medula vermelha (hematógena). Nos animais jovens, a maioria dos ossos é
constituída de medula vermelha, mas com o passar da idade, a maior parte se transforma em amarela,
sendo que nos adultos os locais remanescentes contendo a porção produtora de células sanguíneas são
principalmente o esterno, costelas, vértebras e ossos do crânio (Junqueira & Carneiro, 2013).

Hematopoese
As células tronco são definidas como a população de células não especializadas capazes de se
diferenciar levando à formação de células maduras. No animal adulto, parte destas células é reservada
para substituir células com meia vida curta ou recuperar tecidos lesionados, como as células tronco
hematopoiéticas, que sob a ação de uma série de fatores, irão se diferenciar em linhagens celulares
específicas, tal como a progenitora linfoide comum, que gera os linfócitos ou a progenitora mieloide
comum, que gera outros glóbulos sanguíneos que não os linfócitos (Weiss & Wardrop, 2010).
As células progenitoras são reconhecidas como aquelas que, a partir da ação de fatores estimuladores,
se transformam em unidades formadoras de colônia, que posteriormente serão diferenciados formando
as células precursoras, podendo ser distinguidas citologicamente (Weiss & Wardrop, 2010).
O processo da eritropoese corresponde à produção de hemácias na medula óssea. Dependendo das
condições do meio, as progenitoras mieloides comuns se transformam em progenitoras de
megacariócitos e eritrócitos, neste caso, se diferenciando em unidades formadoras de colônias de
hemácias (Olver, 2010). A eritropoetina, hormônio produzido principalmente nos rins, gera estímulo ao
se ligar a receptores encontrados nas unidades formadoras de colônias de hemácias, induzindo a
proliferação das células precursoras eritroides (Lopes et al., 2007; Macêdo et al., 2015).
As células precursoras eritroides passam por processos de mitoses e maturação, até se tornarem as
hemácias circulantes na corrente sanguínea. Durante o processo de divisão e maturação as células
reduzem progressivamente de tamanho, ocorrendo modificações nucleares até se tornarem anucleadas,
juntamente com a concentração citoplasmática de hemoglobina. A primeira destas células se chama
rubriblasto, que ao se dividir, forma os pró-rubrícitos se diferenciando então em rubrícitos,
metarrubrícitos, reticulócitos e, por fim, as hemácias maduras (Grindem et al., 2009).
A leucopoese diz respeito à produção, maturação e diferenciação medular de leucócitos (Stockham
& Scott, 2011). O progenitor mieloide comum se diferencia em progenitores de granulócitos e
monócitos. Esses progenitores, ao serem estimulados por citocinas específicas, iniciam a diferenciação
em precursores, até gerarem as células maduras. As principais citocinas que induzem a formação de
neutrófilos e monócitos são IL-1, IL-3 e IL-6, já os eosinófilos são estimulados principalmente por IL-
5 e os basófilos principalmente por IL-3 (Radin & Wellman, 2010).

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Na granulopoese (produção dos granulócitos - neutrófilos, eosinófilos e basófilos), a célula


precursora inicial se chama mieloblasto, que ao passar por divisões, aumenta progressivamente o
número relativo de células. Depois das divisões, o mieloblasto se diferencia em promielócito, mielócito,
metamielócito, bastonete e por fim, a célula madura (Grindem et al., 2009; Thrall, 2013).
No caso dos mononucleares, a célula precursora de monócitos corresponde aos monoblastos, que se
diferenciam em promonócitos, mielomonócitos e metamielomonócitos, se tornando depois, monócitos
maduros. Entretanto a diferenciação entre monoblastos e mieloblastos na microscopia é muito difícil
(Grindem et al., 2009; Thrall, 2013).
A progenitora linfoide comum dá origem a unidades formadoras de colônias de linfócitos. A célula
precursora inicial se chama linfoblasto, se diferenciando em prolinfócito para posteriormente se
transformar no linfócito maduro. Apenas no tecido que ocorre a diferenciação do linfócito na sua
linhagem específica, sendo que os linfócitos T se dirigem para o timo e, no caso dos linfócitos B, esse
mecanismo ainda não foi totalmente esclarecido, mas acredita-se que a diferenciação ocorra na própria
medula (Burkhard, 2010; Grindem et al., 2009).
A sequência de acontecimentos que resulta na produção de plaquetas se chama trombopoese. Neste
processo, a célula progenitora mieloide comum se transforma em progenitora de megacariócitos, se
diferenciando em unidades formadoras de colônias de plaquetas. A trombopoetina, hormônio produzido
pelos rins e fígado, estimula a proliferação e o amadurecimento das unidades formadoras de colônias de
plaquetas (Boudreaux, 2010). Os megacarioblastos são as células precursoras iniciais, que se dividem
em promegariócitos, depois em megacariócitos e por fim em plaquetas (Grindem et al., 2009).

Coleta
A coleta de material da medula óssea deve ser realizada da forma mais asséptica possível, sendo
sempre importante realizar a tricotomia e assepsia do local. Existem vários sítios de coleta e a escolha
depende principalmente do tipo de exame a ser realizado. Quando o intuito é o exame histopatológico,
são citados principalmente a crista ilíaca, fossa trocantérica do fêmur e úmero proximal, sendo que nos
cães a crista ilíaca é o local mais utilizado, por ser o de acesso mais fácil. Entretanto, quando a coleta é
realizada para posterior exame citológico, outros locais podem ser utilizados, como o esterno e as
costelas (Alencar et al., 2002; Müller et al., 2009).
No que diz respeito à contenção do animal para a coleta da amostra, Müller et al (2009) recomendam
que ela seja feita por meio de anestesia geral. Entretanto, Thrall (2015) indica que apenas o uso de
anestesia local é suficiente para a realização do procedimento.
Considerando a coleta no esterno, os animais não sedados devem ser mantidos em posição sentada,
enquanto animais sedados devem ser colocados em decúbito lateral, mantendo os membros dianteiros
estendidos caudalmente, para melhorar a palpação e visualização do manúbrio. A agulha hipodérmica
estéril (com calibre variando de 18 a 42mm) deve ser inserida na porção esponjosa da epífise, com a
amostra sendo coletada por aspiração por pressão negativa realizada na seringa acoplada. Logo após a
coleta é necessário realizar hemostasia local, por meio de aplicação de pressão direta (Crivellentin &
Borin-Crivelletin, 2015; Guillot et al., 2011).
Com relação à seringa, existem três possibilidades: coletar o material utilizando o anticoagulante
EDTA, empregando 0,5 ml em concentração de 2 – 3%, para evitar a coagulação; utilizar uma seringa
com heparina, quando é preciso coletar maior volume de material, como no caso de exames de PCR; ou
não utilizar nenhum anticoagulante, sendo nesse caso, necessário a realização imediata dos esfregaços
em lâmina (Alencar et al., 2002).
No que diz respeito à realização dos esfregaços, o ideal é realizar a técnica de squash, que
corresponde a colocação do conteúdo medular em uma lâmina de vidro limpa e, com o auxílio de outra
lâmina apoiada perpendicularmente, espalhar o conteúdo sem aplicar pressão exagerada, evitando
provocar alterações morfológicas celulares – artefatos de técnica (Figura 1). É preferível a realização de
mais de um esfregaço para aumentar a chance de obter um material com qualidade (Bienzle, 2012).

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Figura 1. Esfregaço de medula óssea mostrando sob microscopia de


imersão (objetiva de 100X), alterações morfológicas em
hemácias, resultantes de aplicação de pressão excessiva.

Bases da avaliação da medula óssea

Avaliação da celularidade
A avaliação da celularidade medular é feita comparando a proporção de gordura presente na amostra
com a quantidade de células nucleadas. Baseado nesta avaliação de celularidade, a medula pode vir a
ser considerada como hipocelular, normocelular, hipercelular ou aplásica com as alterações de
celularidade, podendo ocorrer devido a diversas causas (Thrall, 2015).
A celularidade normal varia de 25 a 75% de células, justamente porque o grau de celularidade varia
de acordo com a idade do cão, sendo que animais jovens contêm cerca de 25% de gordura e 75% de
células, animais jovens adultos apresentam equilíbrio e animais mais velhos contêm aproximadamente
75% de gordura e 25% de células. A normocelularidade não costuma apresentar problemas, entretanto
a medula óssea de um animal com doença como a erliquiose em fase aguda pode se enquadrar em
normocelular (Grindem et al., 2009; Sena et al., 2021).
A hipocelularidade se deve à supressão causada por infecções parasitárias tais como na leishmaniose
e erliquiose; e também nas infecções virais como na parvovirose; ocorrendo também na insuficiência
renal devido à redução da produção de eritropoetina, doenças mieloproliferativas (leucemia), infiltração
de células neoplásicas (linfoma, mastocitoma) e tumores de plasmócitos (mieloma múltiplo) (Grindem
et al., 2009).
Alterações medulares relacionadas à hipercelularidade ocorrem quando existe concentração maior
de células nucleadas na amostra. Na maioria dos casos essa condição ocorre em doenças
mieloproliferativas, como exemplo a leucemia mieloide aguda (Thrall, 2015).
Ainda existe a possibilidade dos precursores de todos os tipos celulares estarem ausentes, o que
caracteriza a aplasia medular. Normalmente é possível observar células do estroma (adipócitos,
macrófagos, células reticulares e endoteliais). Outra característica comum na maioria das aplasias que
envolvem os precursores eritroides é a intensa presença de hemossiderina nos macrófagos, já que o ferro
não está sendo usado na síntese de hemácias. Existem algumas drogas reconhecidas por causarem
aplasia medular nos cães, como cefalosporinas, albendazole, estrógeno, fenilbutazona e agentes
quimioterápicos (Paes et al., 2009).

Relação mieloide e eritroide


É esperado que a avaliação citológica da medula óssea apresente células precursoras ainda não
maduras. O ideal na avaliação é determinar quais os tipos de precursores estão presentes, sendo que não
está estabelecido a quantidade de células que devem ser avaliadas; porém Bolliger (2004) indica a

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avaliação de cerca de 200 a 500 células nucleadas. A relação Mieloide:Eritroide (M:E) é determinada
após a diferenciação dos precursores eritroides (rubriblastos, pró-rubrícitos rubrícitos e metarrubrícitos)
dos precursores mieloides (mieloblastos, pró-mielócitos, mielócitos e metamielócitos, bastonetes,
promonócitos, mielomonócitos, metamielomonócitos, linfoblastos, prolinfócitos e células maduras)
com posterior divisão do total de células nucleadas de origem mieloide pelo total de células nucleadas
de origem eritroide (Nazifi et al., 1999; Tadjalli et al., 2002).
Os valores de referência de M:E variam de 0,75:1 até 2:1. A interpretação da razão Mieloide:Eritroide
deve ser em associação com a interpretação da celularidade da amostra. Uma medula hipercelular com
M:E aumentada (como uma razão 5:1) é indicativa de hipoplasia eritroide com hiperplasia mieloide. Já
uma medula hipocelular com a mesma M:E aumentada significa o contrário, ou seja, hiperplasia
eritroide e hipoplasia mieloide (Grindem et al., 2009).
Levando em conta as imagens da figura 2, na imagem A podem ser visualizados, um precursor
eritroide e quatro precursores mieloides, assim a razão Mieloide:Eritroide é de 4:1. Em se considerando
a imagem B, estão presentes dois precursores eritroides para oito precursores mieloides, resultando em
razão Mieloide:Eritroide também de 4:1.

A B

Figura 2. Esfregaço de medula óssea mostrando sob microscopia de imersão (objetiva de 100X) células precursoras. As
células circuladas em vermelho são precursoras eritroides, células circuladas em verde são precursoras mieloides.

Avaliação das reservas de ferro


O método mais efetivo para avaliação das reservas de ferro medular é o mielograma, em que se
observa acúmulo de hemossiderina no citoplasma de macrófagos. O corante hematológico mais indicado
para a avaliação da hemossiderina é o azul da Prússia, com a formação de agregados de coloração
azulada nos macrófagos. Todavia, é possível observar alguns agregados de ferro (coloração preto-
acastanhada) com corantes tipo Romanowsky (Harvey, 2012).
A redução de ferro na medula óssea torna-se indicativo de depleção (Paiva et al., 2000). Existem
condições que podem resultar em modificação das reservas de ferro medular nos animais, sendo que a
redução pode ocorrer em animais neonatos, sangramento crônico e em deficiência nutricional de ferro.
Já o aumento pode ocorrer em animais mais velhos, anemia hemolítica e múltiplas transfusões
sanguíneas (Grindem et al., 2009).

Pesquisa de parasitas
O exame da medula óssea também tem sido utilizado na pesquisa de parasitas sanguíneos, por se
tratar de uma análise com alta especificidade em que é possível observar diretamente as formas
parasitárias presentes (Cunha et al., 2014; Lima et al., 2014). Vários parasitas podem ser observados na
medula óssea dos cães, dentre eles, Leishmania infantum, Ehrlichia canis, Hepatozoon canis e
Anaplasma platys (Cardoso et al., 2014; Eddlestone et al., 2007; Foglia et al., 2013; Moreira et al., 2005).

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A reação da medula óssea frente a invasão de agentes infecciosos depende de algumas variáveis, como
a resposta individual do animal, a natureza e a cronicidade da infecção e a presença de outras doenças
concomitantes. Os parasitas mais encontrados em citologias de medula óssea são Leishmania spp. (Figura
3), que provoca a leishmaniose e gera principalmente trombocitopenia e anemia leve; Ehrlichia spp.
(Figura 4), causadora da erliquiose, sendo que as principais alterações incluem hipocelularidade na fase
aguda; e infecções fúngicas como blastomicose, histoplasmose, coccidiomicose e criptococose, sendo
mais comum a histoplasmose, causada pelo Histoplasma capsulatum (Weiss & Wardrop, 2010).

Figura 3. Esfregaço de medula óssea mostrando sob Figura 4. Esfregaço de medula óssea mostrando sob
microscopia de imersão (objetiva de 100X), microscopia de imersão (objetiva de 100X),
formas isoladas e agrupadas de amastigotas de mórula intracitoplasmática de Ehrlichia spp
Leishmania spp. (setas). (seta).

Sousa et al. (2017) realizaram um estudo comparando locais de coleta para análise parasitológica de
Leishmania spp., levando em consideração a medula óssea, o baço e os linfonodos. Também foi avaliado
se existe diferença de sensibilidade em animais sintomáticos ou assintomáticos. Os resultados
demonstraram que o local de eleição de coleta foi de fato a medula óssea (sensibilidade de 47,5%) e que
não ocorreu influência da sintomatologia na positividade do teste.
Entretanto, segundo Dietze (2005), outros estudos divergem nos valores de sensibilidade e chegaram
à conclusão de que o aspirado esplênico é o que apresenta maior sensibilidade (96,4%), seguido pelo
aspirado de medula óssea (70,2%) Contudo, o exame da medula óssea segue sendo o mais indicado, por
apresentar menores riscos, já que durante a aspiração esplênica existe a possibilidade de ocorrer
hemorragia.
Com relação à infecção por Ehrlichia canis, os animais acometidos também desenvolvem
parasitismo medular permitindo a identificação de mórulas durante a fase aguda, principalmente no
citoplasma de monócitos e monoblastos, mesmo quando nenhuma mórula intracitoplasmática é
detectada no sangue periférico (Moreira et al., 2005).

Apresentação e discussão de casos


A seguir serão apresentados alguns casos que evidenciam a importância do mielograma na rotina da
clínica de cães. Parte importante da interpretação do mielograma corresponde à sua correlação com o
hemograma, de amostra de sangue coletado na mesma data da coleta da medula óssea. Ambos avaliam
as células sanguíneas e as plaquetas, entretanto o mielograma pode representar projeção da celularidade
futura para o hemograma, conforme o grau de maturação e diferenciação. Além disso, um importante
auxílio para a determinação de regeneração medular é a dosagem de reticulócitos, que representam
células eritrocitárias maduras (Bienzle, 2012).
Caso 1: Amostra de sangue em EDTA e medula óssea, para hemograma e mielograma, de uma cadela
poodle, sem referência de idade, com histórico de ter sido submetida a uma transfusão sanguínea, por
estar com anemia, sendo que as amostras foram coletadas algum tempo não especificado no histórico,
depois da realização do procedimento e então encaminhadas ao laboratório. O hemograma (Anexo 1)
exibiu anemia normocítica normocrômica e leucograma contendo neutrofilia com desvio para esquerda

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regenerativo e linfocitose. No mielograma foi observada normocelularidade, razão M:E aumentada de


9:1 e sem visualização de parasitas.

Após análise do mielograma, concluiu-se por hipoplasia discreta à moderada da linhagem


eritrocítica, o que não seria o suficiente para explicar os valores tão reduzidos na contagem de hemácias
no hemograma, inclusive após uma transfusão sanguínea. Entretanto, ao realizar a análise do esfregaço
sanguíneo foram percebidas alterações morfológicas nas hemácias caracterizando esferocitose (Figura
5), que segundo Thrall (2015) são reconhecidos como eritrócitos de coloração mais escura que perderam
a palidez central, e sua presença sugere anemia hemolítica imunomediada. A suspeita é de que o animal
apresentou reação transfusional resultando em anemia hemolítica imunomediada, e não um problema
diretamente relacionado a produção das células sanguíneas na medula.

Figura 5. Esfregaço de medula óssea sob microscopia de imersão


(objetiva de 100X), evidenciando a presença de esferócito
(seta), na corrente sanguínea.

Caso 2: Duas amostras de sangue em EDTA para hemograma e amostra de medula óssea para
mielograma de cão da raça maltês, com 12 anos de idade. A análise hematológica da primeira amostra
enviada ao laboratório (Anexo 2) mostra quadro de anemia macrocítica normocrômica potencialmente
regenerativa (policromatofilia, 3%, de metarrubrícitos e valor elevado de VGM sugerem regeneração
medular). Entretanto, como o exame de reticulócitos (hemácias jovens) não foi realizado, não é possível
ter certeza do processo de regeneração medular. O leucograma demonstrou leucocitose por neutrofilia,
desvio para esquerda regenerativo, linfocitose, monocitose, eosinofilia e basopenia, além de
trombocitopenia regenerativa (pela presença de macroplaquetas).
Após um dia foi enviada nova amostra de hemograma (Anexo 3), em que foi evidenciada anemia
mais acentuada, mantendo-se macrocítica e normocrômica, mas ainda sugestiva de regeneração pelos
valores de metarrubrícitos e pela policromasia; e leucograma com leucocitose por neutrofilia, com
desvio para esquerda regenerativo, porém mais acentuado, linfocitose e monocitose, mantendo a
trombocitopenia, também sugestiva de regeneração.

Um dia depois foi enviada amostra de medula óssea para realizar o mielograma, em que foi
evidenciada relação M:E aumentada de 14:1, hipercelularidade, além de não terem sido observadas
células da linhagem megacariocítica e nem parasitas.Ao realizar o mielograma, a associação da relação
M:E com a celularidade demonstra a hipoplasia marcante da linhagem de eritrócitos (Figura 6), com
ausência da resposta medular regenerativa esperada, considerando a redução na circulação sanguínea. É
importante ressaltar que o hemograma determina a atividade na circulação sanguínea no momento da
coleta, já o mielograma faz uma previsão de como a circulação estará após alguns dias. Apesar dos
hemogramas deste animal apresentarem indicativos de regeneração, a medula óssea determinou o
contrário, podendo sugerir que nos próximos dias o hemograma deste animal se alteraria. Além disso,
como não foi realizado o exame de reticulócitos, não foi possível ter certeza da regeneração.

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Como não foram visualizadas células da linhagem megacariocítica, explica a trombocitopenia na


circulação. Considerando a linhagem granulocítica, foi evidenciada hiperplasia moderada, refletindo a
resposta na circulação, caracterizando inflamação crônica. Este caso evidencia a importância do
acompanhamento e a evolução do caso de depleção medular.

Figura 6. Esfregaço de medula óssea sob microscopia de imersão


(objetiva de 100X), evidenciando a hipoplasia marcante da
linhagem de eritrócitos (apontado pela seta).

Caso 3: Amostra de sangue em EDTA para hemograma e medula óssea para mielograma de cadela
da raça akita, de 12 anos de idade, com histórico informado pelo médico veterinário de anemia sem
causa determinada, com suspeita clínica de aplasia medular. Ao avaliar o hemograma (Anexo 4) foi
observado anemia normocítica normocrômica e leucograma com neutrofilia com desvio para direita.
A análise do mielograma sugeriu normocelularidade, com razão Mieloide:Eritroide de 4:1. Além
disso, evidenciou concentração intensa de amastigotas de Leishmania spp. (Figura 7), como formas
isoladas ou agrupadas, no citoplasma de fagócitos ou livres no fundo das lâminas.

Figura 7. Esfregaço de medula óssea sob microscopia de imersão


(objetiva de 100X), evidenciando a presença de formas
amastigotas de Leishmania spp. (seta) na medula do animal
citado no caso 3.

Após a constatação da normocelularidade no mielograma, a suspeita clínica de aplasia medular foi


descartada. A associação da razão M:E e a celularidade reforçam a hipoplasia eritrocítica e a hiperplasia

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granulocítica, que não é verdadeira, ocorrendo principalmente devido a hipoplasia eritrocítica. O


mecanismo de anemia provocado pela leishmaniose não está totalmente esclarecido; porém, Freitas et
al. (2012) relatam que a condição pode estar relacionada a inflamação, redução da produção de
eritropoetina provocada por insuficiência renal ou sangramento causado pelas feridas.

Considerações finais
Ao final deste trabalho, podemos concluir que o exame da medula óssea é um importante instrumento
para determinação da atividade hematopoética da medula e para a caracterização de aumentos ou
diminuições nas concentrações de células sanguíneas na circulação. Normalmente é realizado quando o
animal apresenta alterações hematológicas que não são explicadas por outros exames mais comuns na
rotina.
Para se obter um resultado fidedigno é imprescindível a coleta e realização de esfregaços
adequadamente. Além disso, a avaliação passa por várias etapas e a correta interpretação de cada uma
delas auxilia diretamente na conclusão do caso.
A informação do histórico do animal é uma importante fonte para auxiliar na realização do exame.
Além disso, o envio de amostra sanguínea para hemograma permite uma discussão a respeito do
mielograma mais completa, a fim de comparar a atividade medular com a presença das células na
circulação. Ademais, a realização da contagem de reticulócitos permite avaliar a dinâmica da evolução
da atividade medular, ao comparar os exames realizados.
O conjunto de avaliação da celularidade e determinação da relação Mieloide:Eritroide auxiliam na
identificação de alterações de concentração celular na medula e ainda quais linhagens específicas são
responsáveis pelas modificações. A avaliação das reservas de ferro é capaz de identificar alterações do
elemento que podem estar causando variações na produção de certas células e também gerando sinais
clínicos no paciente. Por fim, a pesquisa de parasitas por meio da medula corresponde a um método de
alta sensibilidade, principalmente levando em consideração a leishmaniose.
O mielograma é um exame que apresenta uma variedade de informações úteis para o médico
veterinário, e que deveria ser realizado com mais frequência na rotina clínica, por responder uma série
de perguntas importantes.

Referências bibliográficas
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Histórico do artigo:
Recebido: 1 de dezembro de 2021 Licenciamento: Este artigo é publicado na modalidade Acesso Aberto sob a licença
Aprovado: 29 de janeiro de 2022 Creative Commons Atribuição 4.0 (CC-BY 4.0), a qual permite uso irrestrito, distribuição,
Disponível online: 12 de abril de 2022 reprodução em qualquer meio, desde que o autor e a fonte sejam devidamente creditados.

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ANEXO 1. Resultado do hemograma de cadela da raça poodle, citada no caso 1.

Fonte: CDMA (2021).

PUBVET DOI: 10.31533/pubvet.v16n04a1079.1-15


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ANEXO 2. Resultado do primeiro hemograma de cão da raça maltês, com 12 anos, citado no caso 2.

Fonte: CDMA (2021).

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ANEXO 3. Resultado de segundo hemograma de cão da raça maltês, com 12 anos, citado no caso 2.

Fonte: CDMA (2021).

PUBVET DOI: 10.31533/pubvet.v16n04a1079.1-15


Mielograma na rotina laboratorial para a clínica de cães 15

ANEXO 4. Resultado de hemograma de cadela da raça akita, 12 anos, citada no caso 3.

Fonte: CDMA (2021).

PUBVET v.16, n.04, a1079, p.1-15, Abr., 2022

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