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As coletas foram feitas no litoral norte de São Paulo, no município de São Sebastião nas
praias de Barequeçaba e Baia do Araçá durante a maré baixa. Sendo a primeira uma praia
dissipativa e a segunda uma planície de maré.
Em cada praia, traçamos 3 transectos e neles delimitamos 3 pontos de coleta. O primeiro. o
mais perto do mar possível e os outros dois seguindo em direção ao supralitoral. Cada ponto
distante 7 metros um do outro. E nesses 3 pontos fizemos coleta com os 3 amostradores.
O material coletado foi lavado com água do mar e peneirado em duas malhas (1 mm e
0,5mm). Os animais retidos foram coletados, fixados e posteriormente identificados.
Também medimos a granulometria e salinidade nos dois locais.
Uma das primeiras coisas que nos chamou atenção, foi a diferença de riqueza de espécies
entre as duas praias. Afim de entender essa diferença, encontramos estudos que apontam
que a praia de Barequeçaba está sujeita a grande poluição por hidrocarbonetos e à impactos
causados pelas atividades humanas.
Ex. de acidentes ambientais.
Essas características podem explicar a grande quantidade de Scolelepis sp encontrada
nessa praia. Pois esse grupo tem sido descrito em áreas com sedimentos ricos em matéria
organica, sendo até memso um indicador de enriquecimento organico.
Nesse caso, o amostrador de 10 cm coletou maiores densidades desse animal assim como
um indivíduo da outra única espécie que encontramos em Barequeçaba.
Portanto, em praias de baixa diversidade concluimos que deve ser mais vantajoso o uso do
amostrador de 10cm por conta da sua eficiência de coleta e por menor esforço amostral já
que não valeria a pena coletar amostras de 20 cm e gastar muito mais tempo na triagem
para coletar apenas um espécie.
Atribuimos a maior diversidade no Araçá, ao ambiente mais heterogeneo composto por
praias, bosques de manguezal e uma planície de fundo mole, que abre espaço para mais
nichos, e também a composição heterogenea do substrato.
No entanto, essa região também sofre com impactos da atividades humanas, como o
descarte de esgoto doméstico e atividades do porto de São sebastião.
Por conta disso, foram coletadas espécies oportunistas em grande abundância como
Scolelepis sp., Laeonereis acuta, MonoKalliapseudes ssp. e Capitella sp.
Algumas espécies não-oportunistas foram coletadas, especialmente quando foi utilizado o
coletor de 20 cm (Tabela 4): Isolda pulchella, Mediomastus sp., Phyllocodidae sp., Polydora
sp., Tellina sp., Tagelus sp., e Callinectes sp.
Nesse local O amostrador de 0,07m2 (10 cm) foi o que apresentou o menor desempenho,
coletando menores densidades de indivíduos do que outros amostradores.
O amostrador com menor riqueza de espécies também foi o de 10 cm (Figura 4), o que pode
ser explicado pelo tamanho dos indivíduos coletados pelos amostradores mais largos.
Dessa forma, concluimos que a eficiência de coleta dos amostradores é relativa e depende
do tipo de praia em que será utilizado. De modo geral, o amostrador de 10 cm é o mais
indicado em praias de baixa diversidade e organismos menores e o amostrador de 20 cm é o
mais eficiente em praias com alta diversidade com presença de organismos maiores.
Ainda assim a escolha do amostrador deve atender as necessidades do estudo em questão.
Por exemplo, se você estiver numa praia de alta diversidade mas seu foco são organismos
menores, deve ser interessante usar amostradores menores .