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Universidade Estácio de Sá

ADALBERTO DE SOUZA

MEDIAÇÃO
EPI

CAMPOS DOS GOYTACAZES - RJ


2022
INTRODUÇÃO

O conceito e aplicabilidade da mediação no cenário mundial é essencial, a fim


de solucionar conflitos a princípio resolvidos em cada caso, sem o custo
emocional e financeiro de um processo judicial, sem o tempo longo processual.
A mediação acaba com a imprevisibilidade do desfecho do processo e concede
às partes o tempo necessário para alcançar a solução de seus problemas cuja
resolução, às vezes está além da capacidade de decisão do Juiz .

MEDIAÇÃO (DEFINIÇÃO)

Segundo o tribunal de justiça do Rio de Janeiro “A mediação é um processo


voluntário que oferece àqueles que estão vivenciando uma situação de conflito
a oportunidade e o espaço adequados para conseguir buscar uma solução que
atenda a todos os envolvidos.” Método no qual é de suma importância no
cenário evolutivo da esfera jurídica.

A mediação é uma forma facilitada de negociação de conflito na qual as partes,


por livre e espontânea vontade aceitam que um terceiro imparcial ajude a
resolver a situação. Ou seja, prestar assistência na obtenção de acordos.
As partes tem a faculdade de expor seu pensamento em relação a lide e
possuem a oportunidade de solucionar questões importantes de um modo
construtivo e cooperativo, onde o dito conflito no que se refere a embate entre
as partes dar lugar ao diálogo.

O que em tese é uma solução alternativa a via judicial para a lide, evitando o
que na maioria das vezes acontece, que é o desgaste no relacionamentos
interpessoais, principalmente em causas de conflitos familiares onde há uma
relação continuada.

ORIGEM

A origem da mediação se dar antes mesmo da história escrita, apesar de


diversos autores acreditarem que originalmente tal método advinha da Bíblia
Sagrada, contudo na Ásia Oriental, mais especificamente no Japão e China, a
mediação era um meio primário de resolução de conflito em que o aldeão era o
mediador e tinha vedação o sistema ganha-perde. Historicamente a cultura de
tais países privilegia a harmonia natural e a solução de conflitos de forma
pacífica, mantendo o relacionamento, um estilo buscando um viés conciliatório
de um determinado tema que a princípio seria puramente contencioso.

Acredita se também, que há a presença da resolução consensual de conflitos


não se restringia apenas ao Oriente, mas também se aplicava a diversas outras
culturas, como por exemplo aos escandinavos, tribos africanas e israelitas.

Com o passar do tempo o tema obteve uma “nova” origem, que autores como
Fernanda Tartuce e Diego Faleck chamam de origem moderna. Baseado nas
fontes teóricas e práticas da antropologia, sociologia, psicologia social, a
psicologia cognitiva, a economia, a ciência política, a teoria dos jogos, as
relações internacionais, o direito e os estudos de paz.

Quanto a teoria moderna, a grande precursora citada é a cientista política,


norte americana Mary Parker Follet que no início do século XX, afirmou que os
conflitos podem ter três diferentes maneiras de resolução: dominação,
compromisso ou integração. A dominação pressupõe a imposição por uma
parte de suas pretensões à outra, enquanto o compromisso pressupõe que as
partes abram mão de elementos que valorizam para chegar a um acordo “no
meio do caminho”; já a integração pressupõe o manuseio do conflito de uma
forma positiva com a criação de novas opções e valores para atender aos
objetivos, às necessidades e às vontades das partes.

Referências
M. P. Follet, “Constructive Conflict”, in P. Graham (ed.), Mary Parker Follet: Prophet of
Management: A Celebration of Writings from the 1920s (Boston, Harvard Business School
Press, 1996), p. 67-68

MENKEL-MEADOW, Carrie. Roots and Inspirations: A Brief History of the Foundations of


Dispute Resolution, cit., p. 15
A MEDIAÇÃO COMO “REMÉDIO” PARA JUDICIÁRIO

O judiciário Brasileiro possui a problemática do excesso de demandas,


causando assim uma grande carga processual.

A mediação é uma forma de desafogar o Poder Judiciário, que segundo


pesquisa realizada pelo portal do direito profissional no ano de 2017, possui
cerca de 95 milhões demandas judiciais pendentes de julgamento. Ademais
estudos realizado pelo CNJ (Conselho Nacional de Justiça) elaborado em
2019, com números de 2018, revelou que quando as técnicas de resolução
auto compositivas são utilizadas em sessões pré-processuais o índice de
acordo é alto (77,4%). Das 93 audiências realizadas, houve acordo em 72.

Privilegiando assim a celeridade processual, que inclusive é destacada como


objetivo no Código de Processo Civil.

Referências
https://www.conjur.com.br/2022-jun-12/estudos-apontam-eficiencia-uso-mediacao-
conciliacao-justica

PRINCÍPIOS DA MEDIAÇÃO

A mediação deve ser realizada observando-se os seguintes princípios:

 busca pelo consenso;

 confidencialidade;

 competência;

 decisão informada;

 imparcialidade;

 isonomia entre as partes;

 independência e autonomia;

 respeito à ordem pública e as leis vigentes;


 empoderamento;

 validação;

 informalidade;

 oralidade;

 boa-fé;

 simplicidade

PREVISÃO LEGAL

LEI Nº 13.140, DE 26 DE JUNHO DE 2015.

CONCLUSÃO

No dia a dia, historicamente e com uma previsão hipertrófica do tema, o fato é


que o ser humano busca solucionar conflitos originalmente de uma forma que
satisfaça sua busca em que pese aquilo que acredite ser justo e que facilite sua
vida em sociedade, pois o que preceitua Aristóteles o fato do homem viver em
coletividade aponta para o fato de haver na natureza humana uma tendência a
viver em sociedade e que ao realizar esta inclinação o homem realiza o seu
próprio bem. Quer dizer, se vivemos em sociedade é porque esta é a finalidade
do ser humano, a mediação traz o viés de harmonia entre os métodos
adequados para solução de conflitos, que favorece o ser humano viver em
coletividade, mesmo obtendo eventualmente conflitos.

Bibliografia
https://www.direitoprofissional.com/lei-de-mediacao/

FALECK, Diego. TARTUCE, Fernanda. Introdução histórica e modelos de mediação.

TARTUCE, Fernanda. Mediação nos conflitos civis. São Paulo: Método, 2008.

https://www.conjur.com.br/2022-jun-12/estudos-apontam-eficiencia-uso-mediacao-
conciliacao-justica

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