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MEDICINAL DO
POVO LUNDA
TCHOKWE
INTRO
DUÇÃ
O
Os
Lunda
Tchok
we
são
uns
dos maiores grupos étnicos bantu de Angola.
Os demais grupos importantes são os Bakongo e
Kimbundu.
Poderes Extraordinários
Medicina tradicional e magia
Bruxaria e feitiçaria
onde se apresentam dados a respeito de
medicina tradicional e magia e a respeito de
bruxaria e feitiçaria entre O POVO LUNDA
TCHOKWE
Medicina Tradicional e Magia1
Qualquer um de nós que tente classificar a extensão
das relações entre medicina, doença e organização
social na África, percebe imediatamente, que nenhum
aspecto da vida social ou biológica pode ser aí,
legitimamente excluído. Em artigo inédito, Dopamu
(1989) define medicina tradicional como a arte e a
ciência de preservar ou restaurar a saúde, através de
recursos e forças naturais. Entre POVO LUNDA
TCHOKWE, medicina e magia recebem a mesma
denominação em virtude da semelhança de suas
práticas: oogun. A intenção é que determina se os
procedimentos adotados visam a cura ou a resolução
de problemas de outra ordem. Magia e medicina,
estreitamente relacionadas, pressupõem a ação de
forças sobrenaturais no universo e a possibilidade
humana de exercer controle sobre tais forças.
Enquanto artes do uso de recursos e forças naturais
para preservar ou restaurar a saúde, ambas possuem
em comum o seguinte: são conhecidas pelo mesmo
nome - oogun, egbogi, isegun; estão sob o domínio da
mesma divindade - Osanyin, também chamado Osonyin;
apoiam-se na crença de que divindades e espíritos
auxiliam a cura e que certas substâncias da natureza
possuem qualidades inerentes, de significado oculto;
fazem uso dos ofo, ou seja, de encantamentos.
1
Os dados sobre adivinhação, magia, bruxaria e feitiçaria entre POVO LUNDA TCHOKWE
advêm, em grande parte, das obras de Abimbola, Awolalu e Dopamu
Recursos mágicos e medicinais entrelaçam-se de tal
modo que em certos rituais é difícil estabelecer os
limites entre eles. Por exemplo, uma pessoa com fortes
dores de cabeça poderá ser orientada a ingerir, em
meio a rituais, a medicação também preparada de
modo ritualístico.
As moléstias são consideradas resultantes da
concatenação de múltiplos fatores de distintas ordens:
fatores naturais ou físicos, produzindo as doenças
comuns; fatores sobrenaturais, incluindo a ação de
bruxas e feiticeiros, produzindo toda sorte de
desequilíbrios e fatores místicos, incluindo a ação de
espíritos e de ancestrais (Dopamu, 1989). Em busca da
cura usa-se praticamente de tudo: areia, pedras,
metais, plantas, animais, crânios, ossos em geral,
lagartos, lagartixas, camaleões... Uma vez realizado o
diagnóstico, através de consulta ao mago/médico ou ao
babalawo, definem-se as causas do transtorno e sobre
elas se intervirá: alguns tratamentos atuam
simultaneamente a nível biológico e espiritual. O ritual
nem sempre acompanha a administração do
medicamento mas pode constituir um meio necessário
à remoção de causas de ordem espiritual, para que o
remédio possa agir a nível biológico.
O mago-médico
Magos e/ou médicos são indistintamente chamados
de onisegun, elegbogi, olosoyin e oloogun, embora com
distintas conotações de valor, conforme assinala
Dopamu (1989a). O médico é um healer, um curador:
conhece formas terapêuticas e as usa para sanar
condições patológicas de saúde. O mago, por sua vez,
possui poder sobrenatural para realizar feitos tais
como preservar um amor, evitar um acidente e assim
por diante.
Os onisegun adquirem seus conhecimentos no
âmbito familiar, podendo ampliá-los no contato com
seres espirituais. Osanyin, o orixá da essência do
mundo vegetal, conhecedor das possibilidades
terapêuticas de todas as plantas, tem entre seus mais
importantes seguidores Aroni, ser dotado de uma única
perna (como as plantas) e cabeça de cachorro. Grande
conhecedor das propriedades medicinais do mundo
vegetal, Aroni seqüestra seres humanos talentosos e os
leva para viver consigo na floresta escura,
transmitindo-lhes conhecimentos antes de devolvê-los
às suas casas. (Salami, 1990).
Antes da medicina ortodoxa ocidental chegar à
Nigéria ninguém duvidava da eficácia da medicina
tradicional. Ultimamente sua prática vem sendo
questionada por médicos ocidentais. Simultaneamente,
a Organização Mundial de Saúde vem demonstrando
interesse em incorporar práticas tradicionais no
Sistema de Primeiros Cuidados de Saúde e isso vem
servindo de incentivo para a avaliação dos
medicamentos com recursos da Química e da
Farmacologia (Omo-Dare, 1987).
3
Remeto o leitor particularmente interessado por estas questões, ao trabalho de Montero,
1986
4
A popularmente divulgada prática de espetar o boneco para que a vítima sinta a alfinetada,
constitui um tipo de magia icônica
A lei da contrariedade tem por fundamento o contraste:
a exclusão do semelhante que faz surgir o seu
contrário. É o que ocorre no processo de cura
homeopática, por exemplo, quando o semelhante cura o
semelhante, através de sua exclusão e do estímulo para
que surja seu contrário.
Bruxaria e feitiçaria
Do ponto de vista do código moral iorubá, a magia
pode ser boa ou má, lícita ou ilícita. Bruxaria e feitiçaria
são, via de regra, expressões de magia ilícita porque
visam a destruição de um indivíduo ou de um grupo. A
feitiçaria é praticada quase exclusivamente por
homens e a bruxaria quase exclusivamente por
mulheres. Enquanto o feiticeiro faz uso de recursos
materiais para suas práticas, a bruxa os dispensa:
deixando o próprio corpo adormecido durante a noite,
atua diretamente com sua alma sobre as almas de
outras pessoas. As bruxas vampirizam a energia vital
das vítimas e ocupam por vezes, corpos de animais
para se locomoverem. Se o animal que está conduzindo
a alma de uma bruxa for morto, a bruxa morrerá, sem
poder voltar a seu corpo. Encontramos descrições
análogas a esta em A Erva do Diabo de Carlos
Castaneda, referindo-se aos índios yaquis, de Sonora,
no México. Bruxaria é arte aprendida ou recebida da
mãe. Algumas mulheres já nascem bruxas, outras
adquirem tais poderes, podendo mesmo comprá-los ou
serem presenteadas por uma bruxa que sinta simpatia
pela aspirante. Seus poderes nem sempre são do
conhecimento dos familiares, tornando-se conhecidos
apenas no momento de sua morte. Um homem pode
casar-se com uma bruxa inadvertidamente, o que
poderá constituir grande perigo para ele. Uma pequena
consequência que pode advir desse convívio íntimo é a
de uma cegueira, caso tenha a infelicidade de
presenciar o deslocamento da alma da esposa no exato
momento em que está iniciando a viagem astral.
Os feiticeiros, por sua vez, servem-se de vários
procedimentos e técnicas para destruir as vítimas. Uma
das técnicas possíveis recorre ao poder de Exu, usado
em forma de sigidi, um boneco feito de argila à qual se
misturou elementos dotados de qualidades mágicas. O
sigidi fica guardado num canto da casa ou no santuário
de Exu e quando o feiticeiro quer encarregá-lo de
algum serviço, dota-o de poderes sobrenaturais e canta
ou recita um encantamento com o nome da vítima,
visando causar-lhe danos. Uma miniatura de porrete é
colocada na mão desse boneco de argila para que ele
possa atuar durante o sono da vítima.
Feiticeiros, bruxas e pessoas inclinadas ao mal
incluem-se nos chamados Aye, o mundo. Outros agentes
de destruição mencionados no Corpus de Ifá são os
ajogun. Entre eles incluem-se: Morte, Desordem, Perda
e Enfermidade. Os aye podem servir-se dos ajogun,
com o apoio de Exu, para destruírem a vida e a
propriedade humanas ou para causarem infelicidades.
Lembramos que O POVO LUNDA
TCHOKWEreconhecem a existência de bruxas boas que
se utilizam de seus poderes extraordinários para
praticar o bem e zelar por seus familiares.
Capítulo 11
Poderes Extraordinários
Adivinhação
onde se contextualiza o sistema divinatório
de Ifá entre outros recursos universais de
adivinhação
A respeito de adivinhação5
Conforme mencionado anteriormente, na sociedade
iorubá importante papel é reservado ao oráculo. As
pessoas recorrem a ele em todos os momentos críticos
da vida. O sistema oracular de Ifá é muito elaborado e
compartilha certas regras com sistemas divinatórios do
mundo todo, conforme veremos a seguir.
Ao abordar essa temática podemos partir da
formulação de algumas perguntas de ordem geral: Por
quê os homens recorrem à adivinhação? Apenas os
supersticiosos recorrem aos adivinhos? Que tipo de
questões são geralmente formuladas? Em outras
palavras, as pessoas recorrem aos recursos
divinatórios em busca de resposta a que inquietações?
Pennick (1992) apresenta um trabalho riquíssimo e
minucioso a respeito dos jogos divinatórios, ao qual
recorro para criar o quadro geral em que se insere Ifá,
enquanto sistema oracular.
Partindo da intuição de que a vida não se restringe à
dimensão material e de que a transcendência de limites
do espaço e do tempo é possível, homens de todas as
partes do mundo desenvolveram, ao longo dos séculos,
inúmeros métodos de conhecimento. Enquanto a
ciência promovia conhecimento através da observação
do mundo físico e nele realizando experiências, a arte
da adivinhação promovia conhecimento baseada no
pressuposto de que é possível transcender a dimensão
física e explorar o que está para além do espaço e do
tempo. A adivinhação é, nesse sentido, um método não-
científico de aquisição de conhecimentos. A ciência
5
As informações de caráter geral sobre adivinhação advêm principalmente da obra de
Pennick, 1992
busca fundamentalmente, relações de causalidade
entre os fenômenos (a que causas podemos atribuir
que efeitos?), enquanto a adivinhação sustenta-se
baseada no princípio da casualidade (acaso
significativo), ao qual se associa o conceito de
sincronicidade. Convém relembrar aqui: Sincronicidade
é um conceito que formula um ponto de vista
diametralmente oposto ao da causalidade: ... a
coincidência de acontecimentos, no espaço e no tempo,
significa algo mais que mero acaso, (significa)
precisamente, uma peculiar interdependência de eventos
objetivos entre si, bem como dos estados subjetivos
(psíquicos) (das pessoas envolvidas) ...Tudo compõe o
momento observado ... tudo que acontece num
determinado momento tem inevitavelmente a qualidade
peculiar àquele momento...6
Nós humanos estamos, como tudo o mais no
universo, sujeitos a um processo de contínua
metamorfose. Há alguma coisa que seja constante, em
meio às incessantes transformações? Há sim: a
mudança. A mudança é, pois, a única certeza. Ocorre de
modo progressivo, seqüencial e ininterrupto, muita
vezes imperceptível, obedecendo a certos padrões
passíveis de serem reconhecidos pela consciência
humana. O processo divinatório busca reconhecer
esses padrões, considerando-os manifestações do Ser
Cósmico, como a fala da Inteligência Cósmica, que
conhece tudo a respeito da natureza das situações e de
sua evolução. A adivinhação é possível porque os
principais elementos de determinada situação, em
dado momento, podem ganhar visibilidade aos capazes
de enxergá-los: quem tiver ouvidos de ouvir, ouça.
6
Jung, prefaciando o I Ching
Como os métodos divinatórios também estão
organizados em padrões, por pertencerem também ao
Universo material, o princípio de sincronicidade
determina que a organização geral dos eventos e a
posição ocupada pela pessoa nesse conjunto, possam
ser conhecidas por meio da adivinhação. Assim, as
rachaduras no barro ressecado, o sussurro do vento nas
copas das árvores, os pássaros voando em formação, o
desenho de grãos de feijão lançados ao solo e as
pequeninas ondas espontâneas na superfície de um poço
sagrado, representam apenas alguns dos padrões sobre
os quais as pessoas de percepção acurada podem
focalizar sua atenção (Pennick, 1992:10). Uma
alteração do estado de consciência é desejável para que
tais organizações paralelas da realidade possam ser
percebidas.
Seria insuportável a consciência total e contínua das
múltiplas influências às quais estamos continuamente
sujeitos - forças físicas, campos gravitacionais,
magnéticos e elétricos, de toda ordem. Felizmente não
temos essa consciência plenamente atuante. Pelo
contrário: percebemos muitíssimo pouco do que está aí
para ser percebido. A adivinhação tem se revelado
excelente auxiliar enquanto instrumento de obtenção
de informações úteis para lidar com a enorme gama,
aparentemente caótica, de influências de toda ordem
às quais estamos sujeitos. Informações são
indispensáveis no processo de adaptação às situações.
Nesse sentido, a arte divinatória reúne conhecimentos
capazes de possibilitar ao ser humano uma inserção
mais consciente e responsável no Universo. Atente o
leitor, que isto é bem diferente do ato de recorrer à
adivinhação em busca de respostas para questões
menores do cotidiano, por incapacidade pessoal de
lidar com a ansiedade gerada pela incerteza do futuro e
pela inconsciência do compromisso que cada qual tem
para com o todo. Será que vou casar com Fulaninho?
Será que meu chefe vai me promover? Será que vou
conseguir viajar prá praia no próximo fim de semana?
São questões menores que não atendem ao propósito
fundamental de obter informações úteis à
harmonização dos seres humanos entre si e com o
cosmos.
Para realizar qualquer adivinhação é necessário
estar mental e emocionalmente tranqüilo. Muitos
autores ocultistas advertem contra os riscos de
adivinhar sob condições desfavoráveis, quer se trate de
condições climáticas, tais como ventanias, tempestades
e dias chuvosos, quer se trate de estados mentais e
emocionais alterados por desconforto de qualquer
ordem. Recomendam que nunca se adivinhe por
brincadeira ou motivos frívolos, pois os resultados,
imprevisíveis, podem não agradar o imprudente.
Durante a consulta ao oráculo, o consulente deve
pensar seriamente na pergunta que quer formular e, se
possível, escrevê-la.
O ato divinatório, realizado por determinada pessoa
em momento e lugar específicos, define-se como
evento inteiramente único e transitório. A arte
divinatória tem por pressuposto básico o fato de que o
momento em que se realiza a adivinhação é único e
reúne dados significativos sobre o espaço, o tempo e as
circunstâncias. Adivinhar é (des)cobrir, (des)velar as
condições do Universo em dado momento. Auspícios e
augúrios são irmãos da adivinhação, servindo, também,
ao propósito de enfrentar dificuldades individuais e
coletivas e, em conjunto, revelam-se preciosos
auxiliares no empenho humano de, em meio às
circunstâncias existenciais, mudar as que podem e
devem ser mudadas, aceitar as que não podem ou não
devem ser mudadas e desenvolver discernimento para
reconhecer a diferença entre umas e outras.
São muitos os recursos divinatórios possíveis -
ordens alfabéticas, padrões geométricos ou numéricos,
uso de bastões, varas, conchas, cascas de tartarugas,
folhas de chá... - seja qual for o método empregado,
encontramos sempre, a crença implícita ou explícita,
em poderes transcendentais e numa ordem oculta
segundo a qual nada acontece por acaso. Essas forças
transcendentais, dotadas de vontade consciente,
expressam-se através de fenômenos da natureza -
raios, tempestades, terremotos, fenômenos celestes,
vôo de pássaros - bem como através dos sonhos e
outros produtos da consciência humana.
Considerando que tais forças podem tornar-se
perigosas, os homens procuram relacionar-se
adequadamente com elas a fim de que o augúrio possa
manifestar-se e as preces e encantamentos possam
produzir seus efeitos. Relacionar-se bem com essas
forças significa obedecer tabus e realizar rituais em
locais e momentos oportunos. Por quê? Porque,
segundo a crença tradicional, todo lugar tem seu genius
loci, o espírito daquele lugar específico, que pode
auxiliar os homens, se tratado com respeito. As
instruções do genius loci são dadas de modo
espontâneo através dos augúrios e presságios
(observação de fenômenos naturais) ou podem ser
solicitadas, através de jogos divinatórios. Aquele que
tem ouvidos de ouvir, descobre idiomas nas árvores,
livros nos regatos que correm, sermões nas pedras e o
bem em tudo7.
Não desmereçamos nem subestimemos o poder
humano nesse conjunto de forças. Não imaginemos o
homem inteiramente a mercê de forças
transcendentais. O conhecimento que venha a adquirir
e a ampliação de consciência que conquiste lhe
permitirá por-se a favor da correnteza, caminhar na
mesma direção em que caminha o universo.
7
Duque de Shakespeare em As you like it. Citado por Pennick, 1992:25
correspondente a 1/256 avos do total da abóbada
celeste). Os sinais celestes vistos pelo magistrado eram
descritos ao áugure que permanecia sentado, com os
olhos vendados. A interpretação considerava o tipo de
fenômeno observado e o exato lugar do céu em que
ocorria.
A arte dos áugures incluía a interpretação de muitos
fenômenos naturais, sendo um dos mais importantes, o
vôo dos pássaros. Observava-se o número de pássaros,
os sons por eles emitidos, sua formação e velocidade
de vôo, e sua localização no céu.
Os arúspices, por sua vez, atuavam num campo de
interpretação e adivinhação muito mais restrito que o
dos áugures: interpretavam os relâmpagos e,
principalmente, o fígado de animais sacrificados
(hepatoscopia), arte aprendida pelos romanos em seus
contatos com os assírios, babilônios e hititas. O fígado,
sede da alma, era tirado do animal recém sacrificado e
inspecionado de acordo com suas divisões. Na
Babilônia, os padrões das veias e artérias, dutos e lobos
do fígado do animal sacrificado eram interpretados
segundo um diagrama geomântico ou astrológico.
E oráculos? O que são? A palavra oráculo significa
lugar de invocação ou lugar da palavra sagrada.
Oráculos são revelações proféticas geralmente
associadas a lugares e/ou momentos específicos. São
denominados oráculos, também, as divindades que
respondem às consultas e seus sacerdotes.
Tradicionalmente, as manifestações oraculares
ocorriam em lugares privilegiados, sempre
acompanhadas de cerimônias dedicadas ao genius loci
dali, ocorrendo uma interação entre o poder do lugar,
do momento, do ritual e das pessoas envolvidas.
Pesquisas científicas viriam reconhecer, mais tarde,
que tais locais possuíam propriedades peculiares,
constituindo verdadeiros centros energéticos.
CLASSIFICAÇÃO:
ESÙ
Picão, cambará, erva do diabo ou figueira do inferno,
aroeira vermelha, dormideira, pimentas (quaisquer),
arruda, olho de gato, carrapicho, tiririca, alfavacão,
perpétua, sapê, cansanção, trombeta roxa, urtiga,
maconha, branda-fogo ou folha de fogo, vassourinha ou
mastruz, mamona vermelha, corredeira, coroa de
cristo, cana de açúcar, arrebenta cavalo, bico de
papagaio, azevinho, carurú ou bredo com espinho,
tento de Exú, comigo ninguém pode, assafétida, erva de
bicho, espinheiro, erva grossa, losna, hortelã pimenta,
mandacaru, cacto, palmatória de Exú, pau d’alho,
fortuna, patchouli, babosa, assa peixe, avinagueira,
barba de diabo, fedegoso, garra de diabo ou garra de
Exú ou unha de Pomba Gira, jamelão, jurubeba, sempre
viva, tinhorão roxo.
OGUN
Romã, milho, aroeira branca, akoko, alumã, visgo,
sumaúma, cipó chumbo (Ogunjá), lírio do brejo, pinhão
branco ou roxo, tiririca, sapê, capixaba, espada de São
Jorge, lança de São Jorge, abre-caminho, guiné, guiné
pipiu, cajazeiro, dendezeiro ou màriwò, babosa, oficial
de sala, folhas de inhame cará, dandá da costa (capim e
raiz), mangueira (principalmente espada), vence
demanda ou vence tudo, peregum verde, agrião do
brejo ou erva botão ou pimenta d’água), carurú sem
espinho, araçá, costela de adão, eucalipto, goiabeira,
espinheira santa, São Gonçalinho, alfavaquinha,
beldroega, camboatá, canela de macaco, capim limão,
cordão de frade ou São Francisco, erva tostão, erva de
bicho, língua de vaca, losna, mutamba, pé de pinto, mal
me quer, coqueiro, carrapeteira.
OSÒÓSI
Folhas de milho, folhas de coqueiro, murici, akoko, São
Gonçalinho, visgo, pinhão branco e roxo, carrapicho,
chifre de veado, dandá da costa, sapê, taioba, rama de
leite, lágrima de Nossa Senhora, guiné, guiné pipiu,
acácia ou chuva de ouro, folhas de guaximba ou língua
de galinha, jasmim manga, carqueja, jurubeba, capim
limão, cordão de frade ou São Francisco, caiçara, guapo,
colônia, alecrim do mato ou do campo, araçá, cajueiro,
cipó caboclo, erva curraleira, espinheira santa,
juremeira, nicurizeiro, erva passarinho, chapéu de
couro, assa peixe, alfavaca, carurú sem espinho, cana
fita, capeba, groselha, ingá, língua de vaca, peregum
verde, pitanga.
OSANYIN
OBS: Apesar de todo axé das folhas, e por conseqüência,
todas as folhas, pertencerem a Ossain, as folhas de
fundamento do orixá e de uso mais comum para ele são:
Baunilha de nicuri ou nicurizeiro, tira teima, umbaúba
branca, aroeira, akoko, cipó milomi ou jarrinha,
balainho de velho, aridan (folhas e favas), pimenta da
costa, cipó chumbo, bejerecum (folhas e favas), dandá
da costa, andará (folhas e favas), sapê, hibisco
vermelho ou branco dobrado, trombeteira, quebra-
pedra, erva pombinho, mamona, rama de leite, lágrima
de Nossa Senhora, erva vintém, pitangueira, jurubeba,
ingá, obi, guapo, orobô, patioba, peregum (verde ou
rajado), barba de São Pedro ou sene, carrapicho, erva
pita, araçá, jureminha, cacau, café, carobinha, chapéu
de napoleão (folhas), erva andorinha, losna, olho de boi
(folhas), louro, alecrim, alfavaquinha, amendoeira,
beldroega, canela de macaco, erva tostão, folhas de
ficus, folhas de fumo, mal me que, língua de galinha ou
guaximba.
OMOLÚ/OBALUAYIE
Pata de vaca branca, erva passarinho, sete sangrias,
rabujo, sabugueiro, cipó chumbo, jenipapo, alfavaca,
canela de velho, melão de São Caetano, quebra pedra,
erva moura, gervão, mostarda, cipó cabeludo,
tanchagem, juá de capote, fedegoso, maria preta, olhos
de santa luzia ou marianinha, coreana, coroa de cristo,
babosa, barba de velho, jequitirana, cordão de frade ou
de São Francisco, vassourinha, barba de boi, erva pita,
erva de Sta. Maria, carobinha, cinco chagas, copaíba,
coqueiro de purga ou de catarro, erva andorinha, erva
de bicho, erva grossa, pau d’alho, kitoko, velame,
viuvinha, cana do brejo, alumã, beldroega vermelha,
crisântemo, confrei.
OSUMARÉ
Erva passarinho, língua de galinha ou guaximba,
dormideira ou sensitiva, amendoim, folha da riqueza
(fortuna ou dólar ou dinheiro em penca), jibóia, folhas
de batata doce, maria preta, bananeira, vitória régia ou
oxibatá, tomateiro, trancinha de Oxumarê, melão de
São Caetano, coqueiro de Vênus, mutamba, parietária,
rama de leite, cipó milomi ou jarrinha, arrozinho,
melancia, ojuorô, samambaia de poço ou pente de
cobra, folhas trepadeiras, de um modo geral.
IROKO
Gameleira branca ou Iroko, abiu, barba de velho,
cajueiro, colônia, jaqueira, mãe boa, cipó milomi, noz
moscada, folhas de fruta pão, graviola, bananeira,
mangueira, castanha do Pará, erva pita, árvores
centenárias de grande porte.
SANGO
Fortuna, cambará, romã, umbaúba branca ou vermelha,
tamarindo, jaqueira, erva de São João, alfavaca, xanan
(aipim ou carurú sem espinho – para Barú), erva
tostão, pimenta de macaco, carurú sem espinho ou Oyó,
branda fogo ou folha de fogo, azedinha ou avinagueira,
campainha, jaborandi, crista de galo, gerânio cheiroso,
capim fino, flamboyant, carrapeteira, cinco chagas,
capim limão, alibé de Xangô (folhas e favas), orobô,
castanha do Pará, vence demanda, oxibatá vermelho,
urucum, cascaveleira ou xique-xique, cajueiro,
camboatá, cruzeirinho, manjerona, negra-mina,
salsaparrilha, iroko ou gameleira branca, kitoko, lírio
vermelho, lírio branco, elevante, aroeira, beijo
vermelho, capeba, erva prata, jarrinha ou cipó milomi,
malva, para-raio, panacéia, mangericão roxo, pena de
Xangô.
OYÁ
Pata de vaca rosa, fedegoso, aroeira, dormideira,
pinhão branco e roxo, bambú (folhas), maravilha,
trombeta rosa, erva tostão, erva prata, espada de Sta.
Bárbara, lança de Sta. Bárbara, branda fogo ou folha de
fogo, campainha, mutamba, gerânio cheiroso, taquari,
fruta pão, para-raio, flamboyant, quiabo, amora,
maracujá, cinco chagas, oxibatá rosa ou vermelho,
crista de galo, erva santa, jaborandi, peregum rajado,
língua de vaca, umbaúba vermelha, carurú sem
espinho, canela de macaco, capeba, erva passarinho,
cipó milomi ou jarrinha, malva rosa, negra mina,
parietária, rama de leite, taioba branca.
OSUN
Erva capitão ou abebê d’Oxum, picão, melão d’água,
cipó milomi ou jarrinha, lavanda, vassourinha de
relógio, pimentinha d’água ou oripepê, bem me quer,
mangericão branco, melão, aguapé, elevante, hibisco,
beti cheiroso ou aperta ruão, beti branco, sândalo,
carurú sem espinho, cana de jardim, brilhantina, trevo
de quatro folhas, mal me quer ou calêndula, erva
cidreira, pata de galinha, capim fino, jambeiro rosa,
erva vintém, erva doce, pitangueira, mãe boa, macassá
ou catinga de mulata, girassol (pétalas), erva de Sta.
Luzia, oxibatá amarelo ou branco, oriri, vassourinha
d’Oxum, canela, alface, assa peixe, cabelo de Vênus, flor
de ouro ou botão de orunmilá, cajueiro, cravo, dinheiro
em penca, dólar, jasmim, tapete d’Oxum, poejo, colônia,
lótus, melissa, flor de laranjeira, alfazema, lírio,
agoniada, amor do campo, capeba, malva branca,
parietária, rama de leite.
LOGUN
Combinação das folhas de Osòósi e Osum (verificar os
caminhos para haver o equilíbrio) + Coqueiro de
Vênus, chifre de veado, comigo ninguém pode verde,
peregum rajado.
YEWÁ
Maravilha, batata de purga, cana de jardim ou
bananeira de jardim, oxibatá lilás, tomateiro,
dormideira.
OBÁ
Vitória régia, oxibatá vermelho, tangerina, rosa
vermelha.
IBEJI
Sapoti, flamboyant, quiabo, cana de açúcar, maracujá,
bananeira, abacaxi, araruta, poejo, uva.
YEMOJÁ
Melão d’água, coqueiro, lírio do brejo, melancia,
mangericão branco, elevante, maricotinha, beti branco,
beti cheiroso, erva da jurema, erva prata, carurú sem
espinho, capeba, pariparoba, taioba branca, mostarda,
lágrima de Nossa Senhora, salsa de praia, azedinha do
brejo ou erva saracura, mãe boa, macassá, emília,
pandano (Iamacimalé), oxibatá branco, vassourinha,
árvore da felicidade (Iamacimalé), colônia, agrião
d’água, camboatá (Iamacimalé), rosa branca, uva,
verbena, umbaúba branca, algas, panacéia, alfazema,
macela, aguapé, condessa, dandá do brejo, malva
branca, papo de peru, rama de leite, araçá da praia.
NANÃ
Pata de vaca branca ou rosa ou lilás, erva passarinho,
espelina falsa, língua de galinha ou guaximba, taioba,
aguapé, melão de São Caetano, baronesa ou jacinto
d’água, mostarda, cipó cabeludo, maria preta, balaio de
velho, marianinha, xaxim, azedinha do brejo, mãe boa,
batatinha, guacuri, oxibatá lilás, arnica do campo,
manacá, quaresmeira, viuvinha, umbaúba branca e
roxa, vassourinha, alfavaca roxa, avenca, broto de
feijão, cana do brejo, capeba, cipreste, cipó milomi ou
jarrinha, macaé, rama de leite.
OSALÁ
Fortuna, coqueiro, tamarindo, dama da noite, trombeta
branca, oripepê, manjericão branco, erva de bicho ou
folha de igbi, guando, boldo ou tapete d’Oxalá, beti
branco, beti cheiroso ou aperta ruão, erva prata,
mamona branca, brilhantina, parietária, mutamba,
lágrima de Nossa Senhora, beldroega, trevo de quatro
folhas, algodão, alecrim, fruta pão, mamoeiro,
cabaceira, graviola, dendezeiro, salvia, língua de
galinha ou guaximba, erva vintém, azedinha do brejo,
gameleira branca, folha de inhame cará, macaé, cinco
chagas, ingá, macassá, saião, emília, bananeira, guapo,
língua de vaca, oxibatá branco, oriri, chapéu de couro,
carurú sem espinho, cana do brejo, amendoeira,
bálsamo, espinheira santa, benjoim, erva doce, colônia,
lírio branco, jasmim ou junquilho, mirra, noz moscada,
pixurin, uva verde, maria sem vergonha branca,
oliveira, elevante, beldroega, louro, malva branca,
paineira.
Cambará (ÁBITÓLÁ)
Orisás: Esú e Sango
Elementos: fogo/feminino/gùn
Uso Litúrgico: como chás para os iniciados
Terapêutica: infusão – doenças respiratórias, tosses,
bronquites, rouquidão e resfriados.
Erva Passarinho (ÀFÒMÓN)
Orisás: Osòósi, Omolú/Obaluaiye, Nanã, Osumaré
Elementos: ar/masculino/èrò
Uso Litúrgico: Rituais de iniciação e banhos
purificatórios.
Terapêutica: chás – gripes, resfriados, pneumonias e
bronquites.
Romã (ÀGBÀ)
Orisás: Sango e Ogun
Elementos: fogo/masculino/gùn
Uso Litúrgico: Banhos purificatórios
Terapêutica: Chá da casca – gargarejos p/garganta.
Xarope do fruto – amidalites, afecções urinárias,
gastrites, cólicas intestinais, hemorróidas.
Milho (ÀGBÀDÓ)
Orisás: Ogun e Osòósi
Elementos: terra/masculino/gùn
Uso Litúrgico: culinária litúrgica, defumação da casa e
assentamentos de Esu.
Terapêutica: o cabelo – problemas renais.
Umbaúba (ÀGBAÓ)
Orisás: Branca – Yemoja, Osanyin e Nanã; Roxa –
Sango, Oyá e Nanã
Elementos: terra/feminino/èrò
Uso Litúrgico: rituais e banhos de purificação,
oferendas de frutos a Osanyin
Terapêutica: frutos: asma e bronquites – chá das
folhas: hipertensão, doenças respiratórias, cardíacas,
renais e diabetes.
Fedegoso (ÀGBÒLÀ)
Orisás: Esú, Oyá e Omolú
Elementos: fogo/feminino/gùn
Uso Litúrgico: Banhos purificatórios e sacudimentos.
Indispensável nos rituais dos ancestrais.
Terapêutica: desconhecida
Coqueiro (ÀGBON)
Orisás: Ogun (folhas), Osòósi (folhas e frutos), Yemoja
(frutos) e Osalá (palmeira)
Elementos: ar/masculino/èrò
Uso Litúrgico: na culinária dos orisas (fruto) e
ornamentação (folhas).
Terapêutica: água de coco – contra desidratação,
problemas intestinais, náuseas, vômitos e enjôos de
gravidez.
Tamarindo (ÀJÀGBAÓ)
Orisás: Sangô e O´salá
Elementos: ar/masculino/èrò
Uso Litúrgico: Banhos purificatórios e sacudimentos.
Terapêutica: higiene bucal (folhas maceradas) - dor de
dentes (chá) – digestivo e laxante (polpa do fruto) – as
folhas debaixo do travesseiro proporcionam sono
tranqüilo aos agitados e insones.
Aroeira (ÀJÓBI)
Orisás: Ogun, Osòósi, Sango e Osanyin
Elementos: terra/masculino/gùn
Uso Litúrgico: em sacrifícios animais, ebós e
sacudimentos.
Terapêutica: anti-reumático, bronquites, feridas,
tumores, inflamações, corrimentos, diarréias e
gastrites.
Acocô (AKÓKO)
Orisás: Osanyin, Ogun, Osòósi
Elementos: terra/masculino/ èrò
Uso Litúrgico: rituais de iniciação, agbos, banhos para
todos os iniciados, culto aos ancestrais.
Terapêutica: desconhecida
Aridan (ÀRÌDAN)
Orisás: Osanyin
Elementos: terra/masculino/gùn
Uso Litúrgico: Agbo, assentamentos, pós.
Terapêutica: desconhecida
Taioba (BÀLÁ)
Orisás: Osun e Nanã
Elementos: água/feminino/gùn
Uso Litúrgico: Na culinária ritual.
Terapêutica: cicatrizante de feridas e úlceras, usado
externamente.
Lírio Branco ou Lírio do Brejo (BALABÁ)
Orisás: Yemoja, Osun, Ogun e Osalá
Elementos: água/masculino/èrò
Uso Litúrgico: Rituais de Iniciação, banhos
purificatórios.
Terapêutica: raízes: anti-reumático e purgativo.
Jenipapo (BUJÈ)
Orisás: Omolú
Elementos: terra/masculino/èrò
Uso Litúrgico: Nas iniciações do orisa, retirada de mão,
agbo.
Terapêutica: fruto: digestivo, diurético e afrodisíaco –
casca do tronco: anemia, crescimento exagerado do
fígado e do baço.
Carrapicho (DÁGUNRÓ)
Orisás: Esú, Ogun, Osòósi, Osanyin, Osun
Elementos: terra/feminino/gùn
Uso Litúrgico: sacralização de objetos rituais,
trabalhos de amarração
Terapêutica: as raízes servem para tosse, bronquite
moléstias do fígado e diarréia.
Perpétua (ÈKÈLEGBARA)
Orisás: Esú
Elementos: fogo/masculino/gùn
Uso Litúrgico: assentamentos de Esu
Terapêutica: males respiratórios, febre, tosses e
taquicardias.
Maravilha (ÈKÈLÈYÍ)
Orisás: Ifá, Oyá e Yewá
Elementos: ar/feminino/èrò
Uso Litúrgico: defesa contra feitiços e banhos
purificatórios.
Terapêutica: sardas, dores de ouvido, cólicas
abdominais, diarréias, disenteria, leucorréia e sífilis.
Cansanção (ÈSÌSÌ)
Orisás: Esú
Elementos: fogo/feminino/gùn
Uso Litúrgico: atins, assentamentos de Esu (em forma
de pó, sempre).
Terapêutica: a infusão das flores aplicadas
externamente alivia dores de queimaduras e
contusões. Usada como chá, combate catarro,
menstruação irregular, hemorragias e leucorréias.
Folha de Fumo (ETÁBA ou ASÀ)
Orisás: Osalá (principalmente Osogyian) e Osanyin
Elementos: Ar/feminino/gùn
Uso Litúrgico: rituais de iniciação, agbo (folhas em
natura) - fumo de rolo como oferendas a Osanyin e Esu.
Terapêutica: parasiticida, odontoalgias e combate às
pragas da lavoura (fumo de rolo).
Corredeira (FALÁKALÁ)
Orixás: Esú
Elementos: fogo/masculino/gùn
Uso Litúrgico: atins e assentamentos de Esú.
Terapêutica: inflamações oculares.
Fruta Pão (GBÈRÈFÚTÚ)
Orixás: Iroko, Oyá e Osalá
Elementos: fogo/feminino/gùn
Uso Litúrgico: afastar egun e “tirar mão”
Terapêutica: folhas: diarréias – raiz: vermífugo –
fruto: tumores e furúnculos.
Salvia (IKIRIWÍ)
Orisás: Osalá
Elementos: ar/masculino/èrò
Uso Litúrgico: banhos e defumadores.
Terapêutica: chá: gripes e resfriados, febres, afecções
leves do estomago, vômitos, escorbuto, corrimentos
purulentos da uretra, cólicas menstruais, debilidades
sexuais, antiabortivo, antidiabético e regulador da
pressão.
Carrapeteira (ÌPÈSÁN)
Orixás: Sango
Elementos: fogo/masculino/gùn
Uso Litúrgico: banhos de limpeza, rituais de iniciação,
proteção e prosperidade, sacudimentos, atins.
Terapêutica: febre, tosses, gota, afecções sifilíticas,
conjuntivite, é abortiva em altas doses.
Gameleira Branca ou Irôco (ÌRÓKÒ)
Orisás: Iroko, Esú, Osalá e Orisas fun fun
Elementos: fogo/masculino/gùn
Uso Litúrgico: Rituais de iniciação, agbos, morada (e o
próprio) Orisá Iroko.
Terapêutica: sumo dos galhos: expulsa lombrigas, é
depurativo, contra sífilis e reumatismo.
Carqueja (KÀNÉRÌ)
Orisás: Osòósi
Elementos: terra/masculino/èrò
Uso Litúrgico: agbo, banhos.
Terapêutica: males do estomago.
Jurubeba (KISIKISI ou IGBÁ IGÚN ou IGBÁ ÀJÀ)
Orisás: Osòósi e Osanyin
Elementos: terra/masculino/gùn
Uso Litúrgico: agbo, banhos.
Terapêutica: garrafadas fortificantes, icterícias,
moléstias do fígado, rins e baço.
Obi (OBÌ)
Orisás: Osanyin
Elementos: Ar/feminino/èrò
Uso Litúrgico: o fruto como alimento sagrado e para
uso divinatório.
Terapêutica: tônico cardíaco, reconstituinte e
estimulante do sistema nervoso.
Orobô (ORÓGBÓ)
Orisás: Osanyin e Sango
Elementos: fogo/masculino/èrò
Uso Litúrgico: similar ao do obi.
Terapêutica: contra bronquites.
Oriri (RIN-RIN)
Orixás: Osun e Osalá
Elementos: água/feminino/èrò
Uso Litúrgico: iniciações, obrigações de tempo de
santo, agbo, banhos, sacralização e lavagem dos cawris
e dos olhos.
Terapêutica: irritações e inflamações oculares e suave
tônico cardíaco.
Canela (TÉEMI)
Orisás: Osun
Elementos: terra/masculino/gùn
Uso Litúrgico: banhos purificatórios e atrativos e uso
culinário.
Terapêutica: digestivo, antisséptico, combate gripes,
diarréias, hemorragias pós parto, alivia dores de dente
e é abortiva nos primeiros meses de gravidez.
Erva de Botão ou Oficial de Sala ou Agrião do Brejo
(TENÚBE)
Orisás: Ogun
Elementos: terra/masculino/gùn
Uso Litúrgico: rituais de iniciação, agbos, banhos
purificatórios.
Terapêutica: desconhecida.
Colônia (TÓTÓ)
Orisás: Osun, Osalá, Osòósi e Yemoja
Elementos: terra/masculino/èrò
Uso Litúrgico: agbo, banhos purificatórios, rituais de
iniciação.
Terapêutica: infusão das flores: acalma medos e
histerias – folhas: sedativo, enxaquecas (emplastro),
dores de cabeça (no álcool) – chá: hipertensão,
palpitações cardíacas, sedativo leve.
Amendoeira
Orisás: Osalá
Elementos: ar/feminino/èrò
Uso Litúrgico: banhos de purificação, sacudimentos,
transporte de ibás, defumadores.
Terapêutica: macerada em álcool: bursites, tendinites,
dores reumáticas e musculares e sacudimentos e
purificação de pessoas com problemas mentais.
Assa Peixe
Orisás: Osòósi e Osun
Elementos: terra/masculino/gùn
Uso Litúrgico: rituais de iniciação, banhos
purificatórios e sacralização dos objetos rituais.
Terapêutica: bronquites, pneumonias, gripes, tosses
rebeldes, afecções respiratórias.
Cafeeiro
Orisás: Osanyin
Elementos: ar/masculino/gùn
Uso Litúrgico: banhos purificatórios, iniciações e
sacralização dos objetos rituais.
Terapêutica: estimulante das funções cerebrais.
Camboatá
Orisás: Oyá, Sango, Yemoja
Elementos: ar/feminino/gùn
Uso Litúrgico: rituais de iniciação, sacralização de
objetos rituais, banhos purificatórios.
Terapêutica: casca em chá: asma e tosses convulsivas.
Canela de Velho
Orisás: Omolú
Elementos: terra/masculino/èrò
Uso Litúrgico: agbo, banhos purificatórios, rituais de
iniciação, sacralização de objetos rituais.
Terapêutica: perturbações digestivas e menstruais.
Carobinha
Orisás: Osanyin e Omolú
Elementos: terra/masculino/èrò
Uso Litúrgico: banhos purificatórios.
Terapêutica: afecções de pele, vias urinárias e doenças
venéreas
Costela de Adão
Orisás: Ogun (Ogunjá)
Elementos: terra/feminino/èrò
Uso Litúrgico: agbo, banhos purificatórios.
Terapêutica: desconhecida
Jaborandi
Orixás: Oyá e Xangô
Elementos: fogo/feminino/gùn
Uso Litúrgico: sacudimentos
Terapêutica: queda de cabelo
Manacá
Orisás: Nanã
Elementos: terra/feminino/èrò
Uso Litúrgico:
Terapêutica: anti-reumático, abortivo, anti-sifilítico,
depurativo, purgativo e diurético.
Manjerona
Orisás: Sango
Elementos: terra/feminino/gùn
Uso Litúrgico: banhos purificatórios e defumadores
Terapêutica: estimulante do apetite, digestivo, cólicas,
flatulência e afrodisíaco.
Negra-Mina ou Nega Mina
Orisás: Sangô
Elementos: fogo/masculino/èrò
Uso Litúrgico: banhos de purificação, sacudimentos,
rituais iniciáticos, no agbo.
Terapêutica: estimulante, reumatismo, cólicas,
nevralgias, tosses.
Quaresmeira
Orisás: Nanã
Elementos: terra/masculino/gùn
Uso Litúrgico: somente para enfeitar os
assentamentos de Nanã, em sacrifícios.
Terapêutica: desconhecida.
Patchouli
Orisás: Esú e Osun
Elementos: água/feminino/gùn
Uso Litúrgico: banhos, pós.
Terapêutica: desconhecida.
Jaqueira (APÁÒKÁ)
Orisás: Sango, Iroko, Esú
Elementos: fogo/masculino/gùn
Uso Litúrgico: banhos para os Omo Sango e
assentamentos de Esu.
Terapêutica: estimulante, antidiarréico, antitussígeno
e expectorante.
Flamboyant (IGI ÒGUN BÈRÈKÈ)
Orisás: Sango, Oyá e Ibeji
Elementos: fogo/masculino/gùn
Uso Litúrgico: como enfeite sobre os ibás de Oyá e
Ibeji, após os sacrifícios.
Terapêutica: lenho das vagens em chá: hipertensão,
palpitações cardíacas e sedativo suave.
Chifre de Veado
Orisás: Osòósi e Logun
Elementos: terra/feminino/gùn
Uso Litúrgico: sacralização de objetos rituais.
Terapêutica: desconhecida
Cana ou Bananeira de Jardim (EWE ÌDÒ)
Orisás: Osun e Yewá
Elementos: água/feminino/èrò
Uso Litúrgico: ornamentação da casa, banho para Omo
Osun em casos de atrasos menstruais.
Terapêutica: expectorante, diurético, vomitivo e
abortivo.
Sapoti (NEKIGBÉ)
Orisás: Ibeji
Elementos: fogo/masculino/gùn
Uso Litúrgico: atins e oferendas às Iyabás e Ibeji.
Terapêutica: frutos: contra desnutrição – sementes
trituradas: afecções renais – casca do tronco em
decocto: diarréias, verminoses e febre.
Poejo
Orixás: Osun e Ibeji
Elementos: água/feminino/èrò
Uso Litúrgico: Sacudimentos e banhos em crianças ou
mulheres com problemas no aparelho reprodutor.
Terapêutica: gripes, catarro infantil, excitante, gases,
cólicas intestinais infantis, falta de menstruação e
dores histéricas.
Noz Moscada
Orisás: Osalá
Elementos: Ar/feminino/èrò
Uso Litúrgico: atins, defumadores, asésé, como favas
nos ibás.
Terapêutica: estimulante gástrico, afrodisíaco e
tempero de comidas.
Pixurim
Orisás: Osalá
Elementos: ar/masculino/gùn
Uso Litúrgico: atins de prosperidade e defumações.
Terapêutica: dispepsias, problemas gástricos, cólicas,
diarréias e picadas de insetos.
Os ECLIPSES