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ATA DA 30ª REUNIÃO ORDINÁRIA DA COMISSÃO PARLAMENTAR DE

INQUÉRITO (CPI DA SAÚDE).

Às quatorze horas e quinze minutos do dia dezenove de agosto do ano de dois mil e
vinte, no Miniplenário Cônego Azevedo da Assembleia Legislativa do Amazonas,
reuniu-se a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI da Saúde) sob a Presidência do
Deputado Delegado Péricles (de forma presencial), e com a presença do Relator,
Deputado Fausto Júnior, e dos Deputados Membros: Serafim Corrêa e Wilker Barreto
(todos de forma remota), obedecendo, assim, ao quórum regimental. Na Fase
Preliminar, o Presidente explicou se tratar da 30ª Reunião Ordinária da CPI da Saúde,
instaurada com a finalidade de apurar os fatos lesivos ocorridos ao Erário durante a
pandemia da Covid-19 e no período compreendido entre 2011 a 2019. Ato contínuo,
submeteu à votação dos membros a Ata da 29ª Reunião Ordinária, sendo aprovada sem
objeções. Em seguida, na Ordem do Dia, o Presidente procedeu à leitura da Pauta
Ordinária que constou de dois Requerimentos de sua autoria. O primeiro,
Requerimento n.º 93/2020, “requer que seja expedido ofício aos Municípios de
Manacapuru, Coari, Lábrea, Autazes, Humaitá, Tabatinga, Iranduba, Tefé, Manicoré e
Urucurituba, no sentido de que disponibilizem a esta CPI a prestação de contas quanto à
destinação dos recursos recebidos do Fundo de Fomento ao Turismo, Infraestrutura,
Serviços e Interiorização do Desenvolvimento do Amazonas – FTI para a Pasta da
saúde. Em discussão, o Deputado Delegado Péricles justificou que os municípios
foram escolhidos em razão de terem recebido os maiores recursos do Fundo. Em
votação: aprovado. O segundo, Requerimento n.º 94/2020, “requer a convocação, na
qualidade de testemunha, da Senhora Thayane Cristina dos S. de Souza, do Senhor
Sérgio Luz, do Senhor José Luiz Gasparini, da Senhora Mayla Gabriela S. Borba e da
Senhora Renata N. Duran, todos funcionários do Instituto Nacional de Desenvolvimento
Social e Humano – INDSH, bem como da Senhora Dayana Priscila Meijia de Souza,
do Senhor Rodrigo Tobias, do Senhor Perseverando da Trindade Garcia Filho, da
Senhora Ana Paula Lemes Jesus dos Santos, da Senhora Ana Liz Nascimento Barroso,
da Senhora Virgínia Andrade e da Senhora Rosângela Lima e Silva, todos ligados à
Secretaria de Estado de Saúde – Susam, para que prestem esclarecimentos quanto à
assinatura do contrato de gestão do Hospital Delphina Aziz e da UPA do Campos
Sales, assim como em relação à fiscalização e supervisão dos serviços prestados”. Em
discussão, os Deputados: Wilker Barreto sugeriu que fossem convocadas também as
pessoas ligadas à PPP (Parceria Público-Privada) a fim de fazer o cruzamento e pediu a
convocação do Diretor Executivo do Consórcio Norte, Senhor Bernardino Marques
Júnior; Delegado Péricles esclareceu que primeiro a CPI iria verificar a situação da OSS
(Organização Social de Saúde), mas que concordava com a sugestão. Em votação:
aprovado com o aditivo do Deputado Wilker Barreto. Neste momento, foi registrada a
presença, de forma remota, do Deputado Dr. Gomes. Ato contínuo, o Presidente
anunciou o terceiro item da Pauta Ordinária concernente ao depoimento do Senhor
Rafael Garcia da Silveira, proprietário da Empresa Prime Serviços Conservação,
Limpeza e Apoio Administrativo Eireli, que compareceu acompanhado do Advogado
Rodrigo. Feitas as considerações iniciais, o Presidente solicitou que dissesse o nome,
estado civil e profissão. O depoente se identificou como Rafael Garcia da Silveira,
casado e empresário. O Presidente perguntou desde quando ele era sócio da Empresa
Prime, antiga Petro Serviços, se ele residia em Manaus e se era sócio de uma outra
empresa. A testemunha explicou que fundou a Empresa Petro e mudou o nome para
Prime no dia 24/06/2019, quando o Senhor Sérgio Chalub deixou a sociedade, a fim de
desvinculá-la do então sócio. Salientou ainda que morava no Rio Grande do Sul, mas
costumava vir a Manaus por conta dos negócios. Esclareceu também que já foi sócio da
Empresa Agathon Suplementos, no entanto deixou de ser quando fundou a Petro, atual
Prime. Com a palavra, o Presidente indagou quem administrava a Empresa na época da
sociedade. O declarante afirmou que até 2019 o administrador foi o Senhor Sérgio
Chalub. O Chefe da Sessão, então, quis saber se ele conseguia administrar atualmente
a Empresa morando no Rio Grande do Sul e que tipo de serviço prestava ao Governo. O
interrogado evidenciou que tinha uma pessoa de confiança para resolver os problemas
em Manaus e que prestava serviços de lavanderia, agente de portaria e outros. O
Dirigente da Comissão questionou se a Empresa possuía algum Contrato por processo
indenizatório com a Susam e se houve algum conflito com o Senhor Sérgio Chalub
quando este era sócio. A testemunha explicitou que tinha conhecimento de que sua
Empresa possuía um processo indenizatório no Hospital João Lúcio. Em relação ao
conflito com o antigo sócio, assegurou que foi iniciado porque o referido Senhor
começou a exigir a sua permanência em Manaus. O Presidente, então, quis saber se o
depoente já foi sócio da Empresa Líder. O interrogado assentiu afirmativamente. A
seguir, o Chefe da Sessão questionou especificamente acerca do atestado técnico falso
apresentado pela Empresa a fim de participar do Pregão Eletrônico em 2018. O
depoente garantiu que só tomou conhecimento do atestado falso por meio da CPI e
que esse documento teria sido apresentado no dia 27/07/2018 quando ele estava no Rio
Grande do Sul por ocasião do nascimento de seu filho e apresentou a Certidão de
Nascimento. Aproveitou o ensejo para denunciar que o Senhor Sérgio Chalub, em
dezessete meses, lesou em quase dois milhões e meio a Empresa, realizando saques e
transferindo o dinheiro para a sua conta pessoal. Dando prosseguimento, Deputado
Fausto Júnior perguntou como começou a sociedade com o Senhor Sérgio Chalub e em
que área atuavam. O depoente explicou que o Senhor Sérgio Chalub foi indicado pelo
seu Gerente para ser vendedor e que vendiam tonner e terceirizavam impressoras.
Destacou que o Senhor Chalub era um bom vendedor. Retomando a palavra,
Deputado Fausto Júnior quis saber como eles conseguiram contrato com o Governo, se
houve alguma indicação. O declarante argumentou que a transição foi natural e que o
Senhor Sérgio Chalub começou a ir às Unidades de Saúde e prestou serviços de TI
(Tecnologia da Informação) no Hospital Platão Araújo e que o serviço foi tão bom que
o Diretor da Unidade “abriu o leque” para a prestação de outros serviços. Detalhou
ainda que deixava tudo nas “mãos” do Senhor Chalub que era o administrador, entrando
apenas com o capital. Ato contínuo, Deputado Wilker Barreto perguntou como o
Senhor Sérgio Chalub conseguiu ingressar no serviço público sem ter ninguém dentro
do Governo para indicá-lo. A testemunha reiterou que o Diretor do Platão Araújo
gostou do serviço e que sua Empresa prestava um serviço de excelência. Com a
palavra, o Presidente refutou a resposta argumentando que ficava difícil acreditar que
só porque ele prestava um bom serviço na área de TI poderia ser excelente em outras
áreas também. Dando continuidade, Deputado Serafim Corrêa questionou acerca do
acompanhamento da parte financeira da Empresa, visto que o vultoso rombo de dois
milhões e meio de reais soava assustador. O interrogado alegou que o Senhor Chalub
“maquiava’ os preços, por exemplo, se quebrava uma peça que custava cinco mil reais,
o Senhor Sérgio colocava cinquenta mil reais. Deputado Serafim, por sua vez,
pontuou que o depoente parecia ingênuo, uma vez que com qualquer celular seria
possível acompanhar o extrato bancário da Empresa. Em sua defesa, o depoente
concordou que foi ingênuo. Na sequência, Deputado Wilker Barreto registrou que o
Senhor Rafael seria o melhor sócio do mundo porque ele só dava o dinheiro e não
fiscalizava o resto. Perguntou se ele teria alguma prova que o desassociava das
denúncias sobre o falso atestado apresentado pela sua Empresa no Pregão eletrônico
566/18. A testemunha apresentou documentos bancários mostrando que o Senhor
Sérgio lucrava mais com a Empresa e sacava dinheiro na boca do caixa. Com a
palavra, o Presidente mencionou que o Senhor Sérgio Chalub havia dito na sua oitiva à
CPI que apenas assinou o documento, mas quem comandava a Empresa era o depoente.
Questionou se era o seu antigo sócio que “corria atrás” dos atestados. O declarante
assentiu afirmativamente. A seguir, Deputado Fausto Júnior observou que não ficou
muito claro como o Senhor Sergio Chalub conseguiu os contratos e como foi a quebra
da sociedade. O Advogado Rodrigo pediu a palavra e enfatizou que a Empresa foi
inserida na Administração Pública justamente por não haver tanta exigência, na época,
de atestado de aptidão técnica em razão da Operação Maus Caminhos e que o Poder
Público não obedecia “ao pé da letra” à Lei 8.666/1993 e que, por isso, a referida
Empresa foi conquistando espaço. Em seguida, Deputado Serafim Corrêa manifestou
indignação com a fala do Advogado, visto que, depois da Operação Maus Caminhos, a
situação ficou pior. Deputado Wilker Barreto acrescentou que os contratos efetuados
pela Empresa foram piores do que os investigados pela Maus Caminhos e perguntou se
o Senhor Sérgio Chalub tinha alguma restrição em virar sócio por ter uma aposentadoria
por invalidez. O depoente explanou que na época ele não poderia ser sócio porque
tinha um problema no Banco do Brasil e que, um certo dia, comentou sobre a sua
aposentadoria por ter contraído tuberculose. O Presidente pediu à Equipe Jurídica da
CPI que investigasse se existia algum impedimento de um aposentado se tornar sócio de
uma Empresa e indagou se o depoente tinha conhecimento da ilegalidade dos processos
licitatórios e por que a sua Empresa era chamada para trabalhar com esse tipo de
processo. O empresário insistiu em dizer que sua Empresa era chamada por prestar um
excelente serviço. O Presidente retrucou e questionou por que ele não competia por
processo licitatório se a sua Empresa era tão boa. O interrogado não soube dizer. Na
sequência, Deputado Wilker Barreto indagou sobre os pagamentos realizados pelo
Governo à Empresa Prime. A testemunha garantiu que os pagamentos estavam
atrasados, no entanto não soube citar quais seriam. Deputado Wilker Barreto, por sua
vez, sugeriu que a CPI seguisse o caminho do dinheiro principalmente o que foi sacado
na “boca do caixa”, já que houve um desvio de dois milhões e meio de reais. A
caminho do fim, o Presidente perguntou se o pagamento referente ao serviço prestado
no Hospital João Lúcio já havia sido efetuado pelo Governo. O interrogado, a
princípio, não soube dizer, mas o seu Advogado interveio e afirmou que sim. Estando
todos satisfeitos, o depoente foi dispensado. Nada mais havendo a tratar, foi
encerrada a 30ª Reunião Ordinária da Comissão Parlamentar de Inquérito da Saúde,
convocando a próxima para segunda-feira, dia 24 de agosto, às 14h. E para constar, eu,
Ivelize Fausto Nóbrega, Redatora da Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas,
lavrei a presente ata. Manaus, 19 de agosto de 2020.

Deputado Delegado Péricles


Presidente
Deputado Fausto Júnior Deputado Serafim Corrêa
Relator Membro

Deputado Dr. Gomes Deputado Wilker Barreto


Membro Membro

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