Você está na página 1de 15

https://pje.trt7.jus.br/primeirograu/VisualizaDocumento/Autenticado/d...

PODER JUDICIÁRIO

JUSTIÇA DO TRABALHO

VARA ÚNICA DO TRABALHO DE CRATEÚS-CE

RUA HERMÍNIO BEZERRA, 801 – PLANALTO – CEP: 63.700-000

TELEFONE: (88) 3691-2040

ATA DE AUDIÊNCIA

NO PROCESSO Nº 0000709-47.2017.5.07.0025

Aos 04 dias do mês de setembro do ano de 2017, nesta cidade de


CRATEUS-CE, às 10h35min, estando aberta a audiência da Vara Única do
Trabalho desta Cidade, na Sala de Audiências, com a presença da Sra.
Juíza do Trabalho Titular, DR(A). LAURA ANISIA MOREIRA DE SOUSA PINTO,
foram, por sua ordem, apregoados os litigantes: FRANCISCO CLESIO
RODRIGUES DOS SANTOS, reclamante, B T LOCACAO E LIMPEZA LTDA - EPP e
MUNICÍPIO DE SANTA QUITÉRIA, reclamado(a)s.

Presente a Sra MARIA DO LIVRAMENTO RODRIGUES DA COSTA,


acompanhado(a) do(a) advogado(a), Dr(a). RAIMUNDO NONATO BRAGA MUNIZ,
OAB nº 29298/CE.

Presente o preposto do(a) reclamado(a) B T LOCACAO E LIMPEZA


LTDA - EPP, Sr(a). JOÃO VINICIUS CAMPOS FERREIRA, acompanhado(a) de
advogado, dra MARÍLIA DE PAULA BEZERRA, OAB/CE 25312.

Presente o preposto do(a) reclamado(a) MUNICIPIO DE SANTA


QUITERIA, Sr(a). REJANE FERREIRA PIRES, acompanhado(a) do(a)
advogado(a), Dr(a). ALFREDO JADER LOBO CAVALCANTE FILHO.

Considerando a certidão de fls 153 em que consta a inexistência


de dependentes junto ao INSS.

Considerando que foi anexado certidão de nascimento de dois


filhos do empregado falecido fls 20/21.

Determino a retificação do pólo ativo da lide para fazer


constar: ESPOLIO DE FRANCISCO RIBEIRO DOS SANTOS, AQUI REPRESENTADO
PELOS SEUS FILHOS MENORES, JOÃO CARLOS RODRIGUES DOS SANTOS E
FRANCISCO CLESIO RODRIGUES DOS SANTOS, QUE POR SEREM MENORES, ORA SÃO
REPRESNTADOS POR SUA MÃE, MARIA DO LIVRAMENTO RODRIGUES DA COSTA.

o reclamante desiste do pedido de adicional de insalubridade.

Sem oposição da parte contrária.

1 de 15 04/09/2017 17:08
https://pje.trt7.jus.br/primeirograu/VisualizaDocumento/Autenticado/d...

Pedido deferido.

Primeira tentativa de conciliação rejeitada.

A(o) reclamado(a) anexou aos autos defesa escrita, acompanhada de


procuração, carta de preposição e documentos.

Sobre os termos e documentos da defesa do 2º reclamado, disse a parte


contrária o seguinte: "em que pese a alegação de ilegitimidade passiva do
município de Santa Quiteria, todavia, ateou o que versa o art. 71, paragrafo
II, da lei de licitações, o município é responsável subsidiário em casos
semelhantes como o dos autos, nesse mesmo contexto, é o teor da s. 331 do
TST, em que tange as demais alegações referentes ao vínculo e as verbas dele
decorrentes, improcede os argumentos, conforme ficará demonstrado na
instrução.

Sobre os termos e documentos da defesa do 1ª reclamado, disse a parte


contrária o seguinte: "Em relação a defesa da primeira reclamada tambem
improcede a alegação de inexistência de sua responsabilidade, por se tratar
de contrato terceirizado, em razão de que responde solidariamente pelas
verbas não pagas, em razao de ser a beneficiária direta do serviço tomado
tendo sido o falecido contratado diretamente pelo escritório da reclamada no
município de Santa Quiteria para prestar serviços de motorista de carro de
lixo naquele local. A responsabilidade solidária consubstancia o teor do art.
455 da CLT. Em que tange as demais alegações referentes ao vínculo e as
verbas dele decorrentes, improcede os argumentos, conforme ficará demonstrado
na instrução.

Tendo em vista a responsabilidade subsidiaria do ente publico


prescindir de reconhecimento de culpa. Como determina a Lei 8.666/93,
é dever da entidade pública fiscalizar a execução dos seus contratos
de trabalho. Assim, desde já, em nome da teoria da carga dinâmica das
provas, inverto o onus probatório no sentido de que caberá ao ente
público as provas documentais que possam atestar a fiscalização
eficiente do contrato terceirizado.

Passo a palavra para o advogado da segunda reclamada: "tendo em


vista que o contrato do município com a empresa reclamada findou em
dezembro de 2016 e somente neste ano de 2017 que assumimos a
procuradoria do município, não teria como afirmar que o serviço
prestado pela empresa era fiscalizado de forma correta pelos
responsáveis pela gestao passada".

Neste ato o advogado da reclamante exibe a farda da empresa, mas


é uma calça laranja sem logomarca. Perguntado pela blusa disse que não
cabia nele.

Depoimento pessoal da representante do(s) espólio de FRANCISCO


RIBEIRO DOS SANTOS: "que era companheira dele há 15 anos; que foi
contratado pela BT; que não foi contratado pelo Reginaldo; que não
sabe quem é Reginaldo só de nome; que prestava serviço para o
município como motorista de caminhão de lixo; que não tinha carteira
motorista; que a farda ele recebeu; que ele saiu em 13/11/2015, e não
aguentou mais trabalhar pelas dores já que estava acometido de cancer
linfoma; que morreu dia 12/12/2016; que avisou ao Jean; que era o
representante da firma lá; que depois que saiu da empresa não
conseguiu mais trabalhar com nada; que não sabe de quem era o caminhao

2 de 15 04/09/2017 17:08
https://pje.trt7.jus.br/primeirograu/VisualizaDocumento/Autenticado/d...

de que ela trabalhava e não sabe aonde ele pegava; que o caminhao era
azul; que tinha o nome BT na porta dos dois lados; que seu apelido ou
era Bira ou barbudo".

Depoimento pessoal do preposto da(s) 1ª reclamado(a)(s): "que


trabalha na BT há dois anos; que entrou em outubro de 2015; que não
trabalhou com o falecido; que nunca viu ele prestando serviço; que
trabalha em São Benedito e ele em santa quiteria; que não sabia como
era a relação dele com a empresa; que nunca trabalhou em santa
quiteria; que a empresa tem mais de 10 empregados".

Depoimento pessoal do preposto do(s) 2º reclamado(a)(s): "que


trabalha no município desde 2011; que não conhece o falecido; não sabe
se ele trabalhava como motorista; que voltou atras e disse que conhece
o barbudo, apelido do falecido; que conhece demais; que via ele
dirigindo caminhão de lixo; que via o caminhao mas não via nada
escrito; que no caminhao não tinha o nome da empresa; que a BT
prestava serviço de limpeza para o Municipio; que já viu funcionários
da BT prestando serviço; que não sabe dizer se ele era da BT; que não
sabe se o Município fiscalizava a execução destes contratos da BT".

Primeira testemunha do reclamante: ANTONIO PAULO VEIIRA DE


OLIVEIRA, identidade nº 2007362596-0 SSP/CE, residente e domiciliado(a)
na rua manoel paiva timbó, s/n, Pereiros, Santa Quiteria. Advertida e
compromissada. Depoimento: "que trabalhou para BT, com a CTPS assinada;
que trabalhou com o falecido; que era gari; que o falecido era
motorista; do caminhao do qual trabalhava como gari; que ele era
motorista e o depoente era o gari; quem pagava o depoente era a
empresa; que acha que era a empresa também que o pagava; que o falecido
não podia se fazer substituir; que o seu chefe era o Jean; que o Jean
também era o chefe do falecido; que o Jean era empregado da empresa;
que o falecido trabalhava todos os dias; Que prestava serviço para o
Municipio de Santa Quiteria; que não conhece o preposto da BT; que o
falecido saiu porque adoeceu e não pode mais trabalhar; que o Sr.
Reginaldo era um rapaz que trabalhava com ele e era um ajudante; que
ele era gari; que trabalhavam das 7hrs ate as 11hrs e das 13hrs até as
17hrs, de segunda a sábado; que sempre foi assim; que o caminhao era
azul e tinha um adesivo que parecia o mosquito da dengue e tinha o nome
BT; que farda era laranja; que o falecido usava farda tambem; que
recebia o salario no banco; que é analfabeto; que sabe que o simbolo é
BT porque sabe ver algumas coisinhas".

Segunda testemunha do reclamante: CRISTIANA DE OLIVEIRA FREITAS,


identidade nº 3063190-96 SSP/CE, residente e domiciliado(a) na RUA JOAO
FIGUEIREDO, S/N, PEREIROS, SANTA QUITERIA. Advertida e compromissada.
Depoimento: "que NUNCA trabalhou para BT que não trabalha para o
Município; que conheceu o falecido; que moravam perto e sempre o via
passando para o serviço; que era motorista de carro do lixo; que no
carro que dirigia tinha o simbolo da BT; que ele trabalhava de segunda
a sábado; que ele era empregado da BT, porque as vezes ele passava com
a roupa da firma e ai o esposo dela perguntou e o falecido disse que
trabalhava para BT; que conhece a viúva porque moram perto uma da
outra; que conhece a 9 anos mas não são amigas nem comadre, só conhece,
que não é de esta na casa dela e nem ela na sua; que praticamente todos
os dias via ele, porque andava muito na rua e sempre o via".

3 de 15 04/09/2017 17:08
https://pje.trt7.jus.br/primeirograu/VisualizaDocumento/Autenticado/d...

As reclamadas dispensam a produção de provas testemunhais.

Considerando que a IN 39/2016 do TST, em seu art. 4, entende que


aplica-se ao processo do Trabalho as normas do CPC/15 que regulam o
principio do contraditório.

Considerando a necessidade de se evitar decisões surpresas,


oportunizo as partes, neste ato, a apresentação de razões-finais orais,
momento em que poderão se manifestar sobre todos os fundamentos
jurídicos e fáticos constantes nos autos, que poderão influenciar na
prolação da decisão, sob pena de preclusão.

Sem outras provas a produzir, foi encerrada a instrução


processual.

Razões finais remissivas.

Sem êxito a última proposta de conciliação.

Autos conclusos para julgamento.

SENTENÇA

RELATÓRIO

ESPÓLIO DE FRANCISCO RIBEIRO DOS SANTOS AQUI REPRESENTADO PELOS


FILHOS JOÃO CARLOS RODRIGUES DOS SANTOS E FRANCISCO CLESIO RODRIGUES
DOS SANTOS, POR SEREM MENORES ESTAO AQUI REPRESENTADOS POR SUA MÃE SRA.
MARIA DO LIVRAMENTO RODRIGUES DA COSTA ajuizou reclamação trabalhista
com pedido de antecipação de tutela em face da empresa BT SERVICOS LTDA
– EPP e MUNICIPIO DE SANTA QUITÉRIA, partes devidamente qualificadas,
alegando, em suma, reconhecimento de vinculo de emprego e pagamento de
verbas rescisória, horas extras e outros pleitos conforme informa a
inicial.

Alçada fixada pela peca inicial, ou seja, R$ 51.129,99.

Houve desistência do pedido de adicional de insalubridade, com


concordância dos presentes.

Em audiência, as reclamadas apresentaram defesas escritas sob forma de


contestação. Argui preliminares de impossibilidade do pedido de
responsabilidade subsidiaria e, no mérito, entendeu pela negativa de
vinculo de emprego.

4 de 15 04/09/2017 17:08
https://pje.trt7.jus.br/primeirograu/VisualizaDocumento/Autenticado/d...

Foram colhidos os depoimentos pessoais das partes e a oitiva de uma


testemunha do autor.

Razões finais remissivas.

Autos conclusos para julgamento.

FUNDAMENTAÇÃO

1 – DA IMPOSSIBILIDADE DO PEDIDO DE REPSONSABILIDADE SUBDSIDIARIA EM


RELAÇÃO AO MUNICIPIO DEMANDADO

A parte reclamada alega a impossibilidade em relação ao pedido de


responsabilidade subsidiaria, uma vez que foi reconhecida pela ADC 16
do STF a constitucionalidade do art. 71 da Lei 8.666/93.

Pois bem, a declaração da constitucionalidade da ADC 16 não impede o


reconhecimento da responsabilidade subsidiaria da entidade publica. O
que ela alerta é quanto a impossibilidade de responsabilização
automática, isto é, necessidade de no minimo culpa por parte do órgão
administrativo.

Para verificar se o ente publico agiu com dolo ou culpa em seu dever de
fiscalizar os atos administrativos, isto será matéria de mérito e não
em sede de preliminar, quando da analise da responsabilidade
subsidiaria.

Rejeito a preliminar.

2 – DO RECONHECIMENTO DO VÍNCULO. NEGATIVA DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇO.

A tese da parte autora aduz que o vínculo laboral deu-se de 03/01/2013


a 13/11/2015 sem a devida anotação na CTPS. Alega que fora contratado
para prestar serviço de motorista de caminhão de lixo, sob a
remuneração de R$ um salario minimo da época. Informa que durante todo
o ínterim prestada de forma terceirizada serviços para o município.

A antítese apresentada pela primeira reclamada, em contestação, nega a


relação nao nega a prestacao de serviço, mas assevera que o seu real
empregador era o dono do caminhão, o Sr. Reginaldo.

Por apresentar fato modificativo do direito, haja vista que fez uso da
força laboral do autor, caberia a empresa demandada comprovar que o
vinculo se deu com o Sr. Reginaldo como forma quarterizada de serviços,
o que não o fez.

Não colacionou nenhum documento que pudesse comprovar a contratação de


serviços do Sr. Reginaldo, ou contrato de aluguel do carro.

Tampouco apresentou prova testemunhal.

Ademais, temos a confissão ficta do preposto que desconhece os fatos em


que se dava a relação de trabalho.

5 de 15 04/09/2017 17:08
https://pje.trt7.jus.br/primeirograu/VisualizaDocumento/Autenticado/d...

Assim, não restou comprovada a quarterização com a presença do Sr.


Reginaldo.

Ante o desconhecimento dos fatos pelo preposto, já se poderia


reconhecer a relação direta de emprego centre o falecido e a BT.

Mas para afastar qualquer duvidas, temos os depoimentos das testemunhas


do autor que informam de forma categórica, ter sido ele empregado da
primeira reclamada. Só para ficar ainda mais convincente a conclusão,
destaco que a primeira testemunha, era empregado da BT Serviços e
trabalhava juntamente com o empregado falecido, sendo aquele gari e
este motorista. Ela da inclusive, riqueza de detalhes, dizendo que ele
era subordinado ao mesmo chefe, recebiam pela empresa, era
subordinados, trabalhavam todos os dias e que o autor não podia se
fazer substituir.

Assim, não há duvidas quanto a existência da relação de emprego. Como


não foi contestado o período, reconheço-o como sendo de 03/01/2013 a
13/11/2015, na função de motorista e remuneração de um salario minimo,
devendo a primeira reclamada proceder a anotação da CTPS, sob pena do
disposto no art. 39 CLT.

3 – DA RESCISÃO CONTRATUAL

A tese da parte autora é no sentido de que a rescisão deu-se em


13/11/2015, por motivo de doença, cancer, sendo que as verbas
rescisórias não foram adimplidas.

A primeira reclamada nada informa a respeito do motivo da rescisão,


somente se ateve ao fato de negar o vínculo de emprego, tese esta
superada.

Como a empresa não assinou a CTPS do autor este ficou sem possibilidade
de ter a suspensão do contrato de trabalho a fim de pleitear auxílio-
doença.

Portanto, é verdade a doença que o autor morreu de câncer linfoma.

Assim, a primeira reclamada, diante de sua atitude omissiva na relação


empregatícia, não cumpriu com seus deveres inerentes ao contrato de
trabalho, pelo que reconheço a rescisão indireta do contrato em
15/11/2015.

Assim, reconheço a rescisão com justa causa patronal. Por tais motivos,
entendo por devido o pagamento das seguintes verbas trabalhistas, com
base na remuneração de um salario minimo na epoca:

Anotação e baixa da CTPS, com datas de 03/01/2013 a 13/11/2015, na


função de motorista e remuneração de 1 salario mínimo.

aviso prévio indenizado de 30 dias;

13º salário integral de 2013 e 2014;

13º salário proporcional de 2015 (11/12 – ante a prorrogação do

6 de 15 04/09/2017 17:08
https://pje.trt7.jus.br/primeirograu/VisualizaDocumento/Autenticado/d...

aviso prévio);

Férias em dobro do período aquisitivo 2013/2014, somado o terço


constitucional;

Férias simples do período aquisitivo 2014/2015, somado o terço


constitucional;

Férias proporcionais (11/12 – ante a prorrogação do aviso prévio),


somado o terço constitucional;

Recolhimento dos depósitos fundiários de todo o período trabalhado


(03/01/2013 a 13/11/2015), bem como multa de 40% sobre referidos
depósitos;

Indenização de 5 parcelas do seguro desemprego, uma vez que o


autor não pode goza-la ao tempo da rescisão e ante a sua morte
fica impossivel o governo concedê-la. Base de calculo será um
salario minimo de 2015.

Multa do art. 477 da CLT, no importe de um salario minimo da época


da rescisão;

6 – DAS HORAS-EXTRAS

A tese apresentada pelo autor é a de que sua jornada de trabalho


seria das 7:00hrs às 17:00hrs, de segunda a sábado, com intervalo
intrajornada de 2 horas.

A antítese da primeira reclamada assevera que os motoristas somente


trabalhavam das 13 hrs as 17hrs.

Todavia, a empresa não colaciona nenhum cartão de ponto de seus


empregados que trambalhavam na função de mtrista que pudessem atestar
as suas informações.

Por fim, o preposto da primeira reclamada desconhece os fatos que


emergem da relação do autor para com a reclamada, o que por si só
autoriza a confissão ficta.

A segunda reclamada é silente em relação a este pedido.

Assim, reconheço a jornada de trabalho declinada pelo autor como sendo


de 7:00hrs às 17:00hrs, de segunda a sábado, com intervalo intrajornada
de 2 horas

Assim, defere-se o pedido de horas-extras considerando-se como tais as


excedentes a oitava diária e da quadragésima quarta semanal, não se
computando na apuração do módulo semanal as horas-extras já computadas
na apuração do módulo diário, a fim de evitar pagamento dobrado, com
base na jornada supra fixada.

Para o computo das horas-extras deve-se observar:


a) a evolução salarial do autor (um salario minimo da época);

7 de 15 04/09/2017 17:08
https://pje.trt7.jus.br/primeirograu/VisualizaDocumento/Autenticado/d...

b) adicional de 50%;

c) divisor 220;

d) os dias efetivamente trabalhados – de segunda a sábado, de


03/01/2013 a 13/11/2015;

e) dedução dos valores já pagos a idêntico título – o que não


ocorreu no presente caso;

f) base de cálculo na forma da S. 264 TST.

Por serem habituais, devem incidir seus reflexos no aviso preio,


férias, 13º salario, FGTS e multa de 40%.

7 – DA RESPONSABILIDADE SUBSIDIARIA

A tese da parte autora afirma que era empregado da primeira reclamada,


todavia terceirizava serviços para a segunda reclamada.

A antítese apresentada pela segunda reclamada é a de que não houve


vínculo de emprego entre a reclamante e a segunda reclamada. Ademais,
a aplicação do entendimento esculpido na S. 331 TST atenta contra o
arcabouço jurídico constitucional e administrativo vigente, podendo
destacar a disposição contida no art. 71, §1º da Lei 8666/93.

No presente caso, procura-se aferir as repercussões que o modelo


triangularizado (terceirização), em que surge um intermediário entre
trabalhador e o real beneficiário da energia de trabalho, pode
apresentar.

A terceirização é um modelo moderno que afasta o modelo tradicional de


obtenção de labor subordinado preconizado pela CLT. Este último
condiciona a existência de uma relação bilateral direta entre
trabalhador e o tomador de serviços, enquanto atesta uma relação
triangularizada: trabalhador – empresa prestadora de serviço – tomador
de serviços.

Em que pese o novel modelo hoje ser aceito por motivos de otimização
da empresa em busca da melhor realização da função social, expressando
a livre iniciativa adotada por nosso ordenamento, há de sopesar alguns
limites a fim de não permitir simples precarização do trabalho e da
dignidade do trabalhador. Por estes motivos que não se pode deixar ao
relento a responsabilidade, de alguma forma, do tomador sobre os
serviços a ele prestado pelos trabalhadores terceirizados. Daí o
porque de se reconhecer a responsabilidade subsidiária em alguns
casos.

O vínculo de emprego com a primeira reclamada foi RECONHECIDO.


Incontroverso também se demonstrou ser a prestação de serviço do
reclamante à segunda reclamada, sendo esta última mera tomadora de
serviços sem qualquer vínculo de emprego.

Pois bem.

8 de 15 04/09/2017 17:08
https://pje.trt7.jus.br/primeirograu/VisualizaDocumento/Autenticado/d...

A nova redação da S.331 TST, assim dispõe:

“SUM-331 CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. LEGALIDADE (nova


redação do item IV e inseridos os itens V e VI à redação) - Res.
174/2011, DEJT divulgado em 27, 30 e 31.05.2011

I - A contratação de trabalhadores por empresa interposta é


ilegal, formando-se o vínculo diretamente com o tomador dos
serviços, salvo no caso de trabalho tem-porário (Lei nº 6.019, de
03.01.1974).

II - A contratação irregular de trabalhador, mediante empresa


interposta, não ge-ra vínculo de emprego com os órgãos da
Administração Pública direta, indireta ou fundacional (art. 37,
II, da CF/1988).

III - Não forma vínculo de emprego com o tomador a contratação de


serviços de vigilância (Lei nº 7.102, de 20.06.1983) e de
conservação e limpeza, bem como a de serviços especializados
ligados à atividade-meio do tomador, desde que ine-xistente a
pessoalidade e a subordinação direta.

IV - O inadimplemento das obrigações trabalhistas, por parte do


empregador, implica a responsabilidade subsidiária do tomador dos
serviços quanto àquelas obrigações, desde que haja participado da
relação processual e conste também do título executivo judicial.

V - Os entes integrantes da Administração Pública direta e


indireta respondem subsidiariamente, nas mesmas condições do item
IV, caso evidenciada a sua conduta culposa no cumprimento das
obrigações da Lei n.º 8.666, de 21.06.1993, especialmente na
fiscalização do cumprimento das obrigações contratuais e le-gais
da prestadora de serviço como empregadora. A aludida
responsabilidade não decorre de mero inadimplemento das
obrigações trabalhistas assumidas pela em-presa regularmente
contratada.

VI – A responsabilidade subsidiária do tomador de serviços


abrange todas as verbas decorrentes da condenação referentes ao
período da prestação laboral.

Veja o entendimento.

A contratação, por meio de licitação pública, nos termos do art.


37, inciso XXI CF, não afasta automaticamente a responsabilidade da
Administração Pública tomadora dos serviços. Ao contrário.

Não se pode negar no caso em tela a presença da responsabilidade


subjetiva da Municipio, pois quando ela terceiriza serviços para
empresas que se revelam inidôneas no cumprimento da legislação
trabalhista, é certo que incorre em culpa in vigilando, pela má
fiscalização das obrigações contratuais.

O art. 58 da Lei n. 8.666/93 dispõe que “O regime jurídico dos


contratos administrativos instituído por esta Lei confere à
Administração, em relação a eles, a prerrogativa de: (...) III
-fiscalizar-lhes a execução”.

Dispõe, outrossim, o art. 67 da referida lei que “A execução do

9 de 15 04/09/2017 17:08
https://pje.trt7.jus.br/primeirograu/VisualizaDocumento/Autenticado/d...

contrato deverá ser acompanhada e fiscalizada por um representante da


Administração especialmente designado, permitida a contratação de
terceiros para assisti-lo e subsidiá-lo de informações pertinentes a
essa atribuição”.

Ao deixar de fiscalizar adequadamente o regular cumprimento do


contrato, a terceirizante causou prejuízo ao trabalhador, devendo
responder subsidiariamente pelas verbas a ele devidas e inadimplidas
pelo empregador, conforme artigos 186 e 927 do CC.

Isto porque ao ser dada a possibilidade de comprovar a fiscalização, o


Município disse não ter elementos para prestar estas informações, haja
vista ter passado a atual no começo do ano na Procuradoria. Tal fato,
por si só não afasta a necessidade de comprovação, posto que documentos
quanto a fiscalização do contrato administrativo deve fazer parte do
procedimento padrão de qualquer entidade publica.

O invocado art. 71, §1º, da Lei n. 8.666/93 deve ser interpretado


em consonância com o conjunto do ordenamento jurídico e com os demais
dispositivos constantes daquela mesma lei, citados acima.

A diretriz traçada nesse dispositivo somente é aplicável quando o


ente público terceirizante cumpre regularmente o contrato, mas não nos
casos em que incorre em culpa in vigilando, como na situação em apreço.

Não está aqui em discussão a (in)constitucionalidade do referido


dispositivo, pelo que este entendimento não afronta a decisão proferida
pelo Excelso STF na Ação Declaratória de constitucionalidade n. 16, em
que se declarou a constitucionalidade do mencionado art. 71.

No julgamento da ADC-16, o STF reconheceu a responsabilidade da


Administração Pública em caso de omissão na fiscalização das obrigações
trabalhistas da contratada, conforme conclusão da decisão inserta no
seu Informativo n. 610 (22 a 26 de novembro de 2010): “Quanto ao
mérito, entendeu-se que a mera inadimplência do contratado não poderia
transferir à Administração Pública a responsabilidade pelo pagamento
dos encargos, mas reconheceu-se que isso não significaria que eventual
omissão da Administração Pública, na obrigação de fiscalizar as
obrigações do contratado, não viesse a gerar essa responsabilidade”.

Pelos mesmos motivos declinados acima, não se pode falar em ofensa


à reserva de Plenário, conforme art. 97 da CF, ou à Súmula Vinculante
n. 10 do STF.

Assim tem entendido o c. TST, que mesmo após a decisão proferida


pelo STF na ADC-16 manteve incólume o disposto na Súmula 331, IV, do c.
TST.

Vejam-se, a respeito, os seguintes arestos do c. TST:

“2. RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.


CULPA IN VIGILANDO. O Tribunal Regional decidiu a
controvérsia em consonância com a Súmula n. 331, IV, desta
responsabilidade subjetiva, decorrente da culpa in vigilando
(arts. 186 e 927 do Código Civil). Isso porque os arts. 58,
III, e 67 da Lei n. 8.666/93 impõem à administração pública o
dever de fiscalizar a execução dos contratos administrativos

10 de 15 04/09/2017 17:08
https://pje.trt7.jus.br/primeirograu/VisualizaDocumento/Autenticado/d...

de prestação de serviços por ela celebrados. No presente


caso, o ente público tomador dos serviços não cumpriu
adequadamente essa obrigação, permitindo que a empresa
prestadora contratada deixasse de pagar regularmente a seus
empregados as verbas trabalhistas que lhes eram devidas.
Saliente-se que tal conclusão não implica afronta ao art. 97
da CF e à Súmula Vinculante n. 10 do STF, nem desrespeito à
decisão do STF na ADC n. 16, porque não parte da declaração
de inconstitucionalidade do art. 71, §1º, da Lei n. 8.666/93,
mas da definição do alcance da norma inscrita no citado
dispositivo com base na interpretação sistemática, em
conjunto com as normas infraconstitucionais citadas acima.
Óbice do artigo 896, §4º, da CLT e da Súmula n. 333 do TST”
(Processo: Ag-AIRR - 283740-43.2004.5.11.0051; Data de
Julgamento: 16/02/2011, Relatora Ministra: Dora Maria da
Costa, 8ª Turma, Data de Publicação: DEJT 18/02/2011).

“RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA. SÚMULA N. 331, ITEM IV, DO


TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO. RESPONSABILIDADE DO TOMADOR DE
SERVIÇOS. CULPA IN ELIGENDO E/OU IN VIGILANDO. OMISSÃO DA
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA NA FISCALIZAÇÃO DAS OBRIGAÇÕES DA
CONTRATADA. O Pleno do Supremo Tribunal Federal, no
julgamento da Ação Declaratória de Constitucionalidade - ADC
n. 16 -, declarou a constitucionalidade do artigo 71, §1º, da
Lei n. 8.666/93, e não excluiu, de forma irrefutável e
taxativa, a responsabilidade da Administração Pública, mas a
reconheceu no caso de sua omissão quanto à fiscalização das
obrigações da contratada. Segundo consignou o TRT, o ente
público foi omisso na fiscalização das obrigações
trabalhistas da contratada, motivo pelo qual possui
responsabilidade subsidiária pelos créditos da reclamante
terceirizada, que lhe prestou serviços. Assim, verifica-se
que o Tribunal a quo decidiu em consonância com o disposto na
Súmula n. 331, item IV, do TST, em vigor e com o recente
entendimento da Suprema Corte. Recurso de revista não
conhecido” (Processo: RR - 26100-08.2005.5.06.0007 Data de
Julgamento: 09/02/2011, Relator Ministro: José Roberto Freire
Pimenta, 2ª Turma, Data de Publicação: DEJT 18/02/2011).

“AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA. TERCEIRIZAÇÃO


TRABALHISTA - ENTIDADES ESTATAIS - RESPONSABILIDADE EM CASO
DE CULPA IN VIGILANDO NO QUE TANGE AO CUMPRIMENTO DA
LEGISLAÇÃO TRABALHISTA E PREVIDENCIÁRIA POR PARTE DA EMPRESA
TERCEIRIZANTE CONTRATADA - COMPATIBILIDADE COM O ART. 71 DA
LEI DE LICITAÇÕES - INCIDÊNCIA DOS ARTS. 159 DO CC/1916, 186
E 927, -CAPUT-, DO CCB/2002. A mera inadimplência da empresa
terceirizante quanto às verbas trabalhistas e previdenciárias
devidas ao trabalhador terceirizado não transfere a
responsabilidade por tais verbas para a entidade estatal
tomadora de serviços, a teor do disposto no art. 71 da Lei
8.666/93 (Lei de Licitações), cuja constitucionalidade foi
declarada pelo Supremo Tribunal Federal na ADC n. 16-STF.
Entretanto, a inadimplência da obrigação fiscalizatória da
entidade estatal tomadora de serviços no tocante ao preciso
cumprimento das obrigações trabalhistas e previdenciárias da
empresa prestadora de serviços gera sua responsabilidade
subsidiária, em face de sua culpa in vigilando, a teor da
regra responsabilizatória incidente sobre qualquer pessoa
física ou jurídica que, por ato ou omissão culposos, cause

11 de 15 04/09/2017 17:08
https://pje.trt7.jus.br/primeirograu/VisualizaDocumento/Autenticado/d...

prejuízos a alguém (art. 186, Código Civil). Evidenciando


essa culpa in vigilando nos autos, incide a responsabilidade
subjetiva prevista nos art. 159 do CCB/1916 e arts. 186 e
927, -caput-, do CCB/2002, observados os seus respectivos
períodos de vigência. É exatamente a hipótese dos autos, pois
o Regional, ao analisar o conteúdo fático-probatório,
consignou que a União não cumpriu o dever legal de
fiscalização. Registre-se que, nos estritos limites do
recurso de revista (art. 896, CLT), não é viável reexaminar a
prova dos autos a respeito da efetiva conduta fiscalizatória
do ente estatal (Súmula 126/TST). Agravo de instrumento
desprovido” (Processo: AIRR - 40040-22.2008.5.14.0101 Data de
Julgamento: 15/12/2010, Relator Ministro: Mauricio Godinho
Delgado, 6ª Turma, Data de Publicação: DEJT 04/02/2011).

A exclusão da responsabilidade, na forma pretendida pela segunda


reclamada, choca-se com as diretrizes constitucionais que situam os
valores sociais do trabalho como um dos fundamentos do Estado
Democrático de Direito (art. 1º, inciso IV, da Constituição Federal),
além de afrontar o espírito protetivo do Direito do Trabalho.

Não se há falar, portanto, em violação aos dispositivos legais e


constitucionais citados pela reclamada.

Ao contrário do alegado, cabia a 2º reclamada provar que cumpriu


suas obrigações, previstas na Constituição Federal e na Lei nº
8.666/1993, de fiscalizar o cumprimento do contrato administrativo,
pois foi a beneficiária direta da prestação de serviços da obreira.
Pela nova redação da Súmula 331 do Colendo TST, esse fato seria
impeditivo do direito vindicado (inciso II artigo 333 CPC).

Mas, no caso destes autos, inexistem provas que a tomadora tenha


fiscalizado o cumprimento das obrigações trabalhistas pela contratada
(primeira reclamada), de forma eficiente, de modo a prevenir este
litígio, sendo evidente a presença da culpa in vigilando.

É dever dos órgãos públicos fiscalizar o cumprimento dos contratos


administrativos por eles firmados, principalmente quanto às obrigações
trabalhistas dos empregados colocados diretamente a seu serviço.

Portanto, na forma do entendimento pacificado do Colendo TST (item


V da Súmula 331), deve prevalecer a responsabilização subsidiária, sob
pena de transferir ao empregado os prejuízos que deveriam ser
suportados pelos beneficiários da sua prestação de serviços.

A responsabilidade subsidiária compreende todas as parcelas


decorrentes da execução do contrato de trabalho e da rescisão
contratual, porque o tomador de serviços está obrigado a todas as
parcelas devidas pela prestadora de serviços, quando esta não cumpre a
obrigação legal, desd e que o empregado tenha cumprido integralmente
seu contrato de trabalho em favor do ente público demandado, o que é o
caso dos autos.

Pela regra do artigo 9º CLT e o entendimento do item VI da Súmula


331 do Colendo TST, não estão previstas quaisquer exceções. Ao
contrário, o mencionado item VI prevê expressamente que “A

12 de 15 04/09/2017 17:08
https://pje.trt7.jus.br/primeirograu/VisualizaDocumento/Autenticado/d...

responsabilidade subsidiária do tomador de serviços abrange todas as


verbas decorrentes da condenação referentes ao período da prestação
laboral”.

Por esses fundamentos, reconheço a responsabilidade subsidiária do


segundo reclamado pelo período em que houve labor direto do empregado,
ou seja, durante toda a relação de emprego (03/01/2013 a 13/11/2015).

8 - DA JUSTIÇA GRATUITA

Defiro o pedido de justiça gratuita à parte autora uma vez que


preenchido os requisitos do art. 790, §3º da CLT. Ademais, o TST já
pacificou no sentido de não haver necessidade de declaração de próprio
punho da parte quanto ao estado de miserabilidade e nem mesmo concessão
de poderes especiais à procurador neste sentido, bastando a simples
declaração como efetuado na peca inaugural (OJ. 331 da SDI-1).

9 - DOS HONORÁRIOS ADVOCATICIOS

Indefiro nesta Justiça Especial quando não preenchidos os requisitos do


art. 14, parágrafos 1º e 2º da Lei 5.584/70, na forma das Súmulas 329 e
219 TST, ou seja, condição de miserabilidade ao obreiro e assistência
do sindicato.

DISPOSITIVO

Posto isto, decido no processo em que ESPOLIO DE FRANCISCO RIBEIRO DOS


SANTOS AQUI REPRESENTADO PELOS FILHOS JOÃO CARLOS RODRIGUES DOS SANTOS
E FRANCISCO CLESIO RODRIGUES DOS SANTOS, POR SEREM MENORES ESTAO AQUI
REPRESENTADOS POR SUA MÃE SRA. MARIA DO LIVRAMENTO RODRIGUES DA COSTA
contenda em face da BT SERVICOS LTDA – EPP e MUNICIPIO DE SANTA
QUITERIA:

1 – afastar a preliminar de impossibilidade do pedido de


responsabilidade subsidiaria;

2 – no mérito, julgar PARCIALMENTE PROCEDENTES os pedidos constantes na


inicial no sentido de reconhecer a responsabilidade subsidiaria da
segunda reclamada, o vínculo de emprego no período de 03/01/2013 a
13/11/2015 e determinar o cumprimento das seguintes obrigações, com
base na remuneração de um salario minimo da epoca:

Anotação e baixa da CTPS, com datas de 03/01/2013 a 13/11/2015, na


função de motorista e remuneração de 1 salario mínimo.

aviso prévio indenizado de 30 dias;

13º salário integral de 2013 e 2014;

13 de 15 04/09/2017 17:08
https://pje.trt7.jus.br/primeirograu/VisualizaDocumento/Autenticado/d...

13º salário proporcional de 2015 (11/12 – ante a prorrogação do


aviso prévio);

Férias em dobro do período aquisitivo 2013/2014, somado o terço


constitucional;

Férias simples do período aquisitivo 2014/2015, somado o terço


constitucional;

Férias proporcionais (11/12 – ante a prorrogação do aviso prévio),


somado o terço constitucional;

Recolhimento dos depósitos fundiários de todo o período trabalhado


(03/01/2013 a 13/11/2015), bem como multa de 40% sobre referidos
depósitos;

Indenização de 5 parcelas do seguro desemprego, uma vez que o


autor não pode goza-la ao tempo da rescisão e ante a sua morte
fica impossivel o governo concedê-la. Base de calculo será um
salario minimo de 2015.

Multa do art. 477 da CLT, no importe de um salario minimo da época


da rescisão;

Horas-extras e reflexos

Tudo conforme a fundamentação que passa a fazer parte integrante desta


decisium.

Liquidação por cálculo.


Juros e correção monetária na forma da Lei, sendo esta a partir do mês
subseqüente ao da prestação de serviços (art. 39 Lei 8.177/91).

Natureza das verbas contempladas nesta decisão na forma do art. 28 da


Lei 8.112/91, devendo os recolhimentos previdenciários (de empregador e
empregado) ser efetuados pela parte empregadora, mas autorizada a
dedução dos valores cabíveis à parte empregada, sendo que o art. 33,
§5º, da mesma Lei não repassa ao empregador a responsabilidade pelo
pagamento do valor relativo ao empregado, mas tão-somente a
responsabilidade pelo recolhimento.

Autorizo, ainda, a retenção do imposto de renda na fonte sobre o total


da condenação sobre as parcelas de incidência de IR (acrescidos de
juros e correção monetária) no momento do pagamento ao credor (fato
gerador da obrigação).

As obrigações de pagar aqui constantes deverão ser cumpridas no


prazo de 8 dias, contados da ciência do reclamado da homologação da
conta de liquidação, independentemente de notificação da parte
reclamada, sob pena do acréscimo de multa de 10% (dez por cento), com
amparo nos art. 652, d, 765, e 832, § 1º, todos da CLT; e de execução
forçada através de imediata constrição patrimonial, independentemente
de notificação/citação para pagamento.

14 de 15 04/09/2017 17:08
https://pje.trt7.jus.br/primeirograu/VisualizaDocumento/Autenticado/d...

Custas de R$ 400,00, calculadas sobre o valor arbitrado à condenação R$


20.000,00, pelo reclamado.

Cientes as partes.

Audiencia encerrada às 12h10min.

E, para constar, eu, Kenya Kassya Melo Ferreira, Secretária de


Audiência, lavrei a presente ata, que segue assinada pelo(a) Sr(a).
Juiz(íza) do Trabalho.

LAURA ANISIA MOREIRA DE SOUSA PINTO

Juíza do Trabalho

Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a:


[LAURA ANISIA MOREIRA DE SOUSA PINTO] 17090414135702700000012620239

https://pje.trt7.jus.br/primeirograu/Processo
/ConsultaDocumento/listView.seam

15 de 15 04/09/2017 17:08

Você também pode gostar