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64,4% da população brasileira não tinha

plano de saúde antes da pandemia

Segundo IBGE, entre 2017 e 2018, 133 milhões de pessoas não


tinham nenhum tipo de assistência privada
Por Alessandra Saraiva, Valor PRO

25/11/2020 11h23  Atualizado há um ano

Antes da pandemia por covid-19 eclodir em março desse ano, o Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE) estimou que 64,4% da população brasileira, cerca de
133.308.000 de pessoas, não tinham nenhum tipo de plano de saúde privado entre
2017 e 2018. A informação consta da Pesquisa de Orçamentos Familiares 2017-2018:
Perfil das despesas no Brasil, anunciada hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE).

Siga o Valor Investe:

No levantamento, o instituto estimou que, no caso dessa parcela, de 64,4% sem


plano de saúde, essa parte da população ou dependia exclusivamente do Sistema
Único de Saúde (SUS); ou desembolsavam diretamente, em dinheiro, para acessar
serviços em saúde.
Ao detalhar sobre a forma de acesso à serviços de saúde, o IBGE investigou como
se dava a aquisição de bens e serviços no setor, se era por vias monetárias ou não
monetárias (ou seja, de graça, pelo SUS por exemplo). Em medicamentos e
produtos farmacêuticos, 79,1% do acesso era feito por vias monetárias, ou seja, via
pagamento; e 20,9% por vias não monetárias. Já em serviços de assistência à
saúde, 62,4% era feito por via monetária, com pagamento; e 37,6% tinha origem
não monetária.

A média mensal de despesa com saúde per capita das famílias entre 2017 e 2018
ficou em R$ 133,23, no período, acrescentou o IBGE. Nessa parcela, R$ 90,91 era
de origem monetária; e R$ 42,32 não monetária. O conceito “não monetário” leva
em conta acesso a bem ou serviço por parte do beneficiário sem uso de
pagamento, ou seja, gratuito ou por doação.
Outro aspecto investigado pelo instituto foi a maior dependência da população
preta e parda no país, em serviços de saúde de origem não monetária. Entre
pretos e pardos, essa categoria tem fatia de 38,5% no total das despesas com
saúde - caindo para 27,3% entre brancos.
Os mais pobres também contam com maior parcela de acesso a despesas com
saúde sem pagamento. Entre os 10% mais pobres, 34,3% das aquisições de bens e
serviços em saúde eram de origem não monetária — sendo que, entre os 10%
mais ricos, era de 20,3%

Menos da metade dos pretos e pardos da pesquisa tinham plano de saúde no


período da pesquisa, acrescentou o IBGE. No total de população preta ou parda, a
parcela dos que não tinham plano era de 54,2% — sendo que, entre brancos, a
fatia para essa mesma categoria era de 30,9%.

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