Fernanda Signorini

DANÇAS PARA AUTOCURA

Ciclo Lunar
 “A dança?
Não é movimento,
súbito gesto musical.
É concentração, num momento,
da humana graça natural.
No solo não, no éter pairamos,
nele amaríamos ficar.
A dança – não vento nos ramos:
seiva, força, perene estar.
e busque nossa paixão
libertar-se por todo lado…
Onde a alma possa descrever
suas mais divinas parábolas
sem fugir à forma do ser,
por sobre o mistério das fábulas.”

Carlos Drummond de Andrade

 DANÇA PARA AUTOCURA
“Dance para rezar, para se curar, se transformar, se transcender e alcançar!”

Na DANÇA DE CURA queremos expressar através dos nossos movimentos nossa

oração de integração com o todo. Ao dançarmos criamos um propósito de transfor-
mação de si.
Essa dança como uma ‘meditação em movimento’ nos permite sentir, expressar e
chegar ao estado de presença, de oração e de escuta corporal. Nos tornamos um com
a música, com o ritmo, com a terra e com todo o universo.

Desde a infância vamos criando bloqueios expressivos e ao longo dos anos vamos nos
reprimindo, enrijecendo o corpo, as emoções e repetimos padrões mentais de forma in-
consciente. A prática da dança nos permite liberar a criatividade, a diversão e nossa
expressividade natural o que auxilia na conquista de um corpo auto realizado, livre de
bloqueios, medos, dores e até mesmo traumas.

A dança em sua origem sempre foi uma manifestação do encontro com o Divino.
A dança era sagrada e o ser humano dançava para se reconectar, para celebrar,
para agradecer, para pedir e acima de tudo para estar em contato com os céus, em
harmonia com o Criador os seus antepassados, mitos e história.

Somos seres cíclicos e naturais e aqui vamos manifestar a nossa força de criação, nos
unindo em beleza com os nossos processos de cura e libertação através do nosso movi-
mento e da dança de intenções, se conectando com a energia das fases lunares.
 MOVIMENTO QUE CURA
No artigo intitulado, “Como simplesmente se movimentar beneficia a sua saúde
mental”, o professor assistente de psiquiatria da Escola de Medicina de Harvard, Srini
Pillayllay escreveu como exercícios aeróbicos, de resistência, flexibilidade e equilíbrio,
baseados em ciclismo ou ginástica, também podem reduzir os sintomas depressivos.

No artigo ele diz, que embora seja óbvio que seus sentimentos possam influenciar seu
movimento, não é tão óbvio que seu movimento também possa impactar seus senti-
mentos, e cita que alguns estudos mostram que a conexão entre cérebro e corpo é
uma “via de mão dupla”.

“O exercício pode ser tão eficaz quanto medicamentos e psicoterapias aumentando

uma proteína cerebral chamada BDNF que ajuda as fibras nervosas a crescer. Outro
estudo mostrou que para pessoas com transtorno de déficit de atenção (TDAH) uma
única sessão de 20 minutos de ciclismo de intensidade moderada melhorou brevemen-
te seus sintomas, aumentou a motivação dos participantes para tarefas que exigem
pensamento concentrado, aumentou sua energia e reduziu seus sentimentos de confu-
são, fadiga e depressão. Além de demonstrar que o movimento meditativo alivia os
sintomas depressivos, como por exemplo as práticas freqüentes de ioga, que podem
reduzir a gravidade dos sintomas no transtorno de estresse pós-traumático, a ponto de
algumas pessoas não atenderem mais aos critérios desse diagnóstico.

Mudar sua postura, respiração e ritmo podem mudar seu cérebro, reduzindo assim o
estresse, a depressão e a ansiedade, levando a uma sensação de bem-estar” afirma,
Srini Pillayllay.
 Fernanda Signorini
Atriz, dançarina, preparadora corporal e pesquisadora.
Profissional atuante a mais de dez anos em Belo Horizonte.
Formada como atriz pela PUC MINAS e concluinte do Bachare-
lado em Teatro, com formação complementar em dança/licen-
ciatura pela UFMG. É pesquisadora de práticas corporais somá-
ticas, práticas de si e de técnicas de expressividade. Criadora da
metodologia Corpo Essência onde o trabalho do corpo e da
dança livre se torna um meio do autoconhecer.
Seu trabalho é focado no desenvolvimento humano
através da linguagem do movimento.
 COMO DANÇAR?

“Dançar os ciclos lunares

é entrar em sincronia com a nossa Deusa Mãe.
Estar em contato com a sabedoria e regência
de suas fases cíclicas:
cheia, minguante, crescente e nova,
nos permite sentir no corpo
suas nuances de transformação.

Dançar em prece com a lua

é receber todas as suas bênçãos,
ancorando em nossa vida sua força, poder e beleza.

Nas danças de cura

nada importa a performance.

Importa deixar que seu movimento

nasça de dentro da sua expressão mais íntima,
não tenha medo de não saber dançar e nem medo do ridículo,
apenas coloque uma música e dance,
sinta e libere seu movimento genuíno.”
Fernanda Signorini
 LUA NOVA
Propósito:

Momento de se renascer, iniciar uma nova vida, um novo começo.

Ótimo momento para iniciar novos projetos, jogar para o universo
seu pedido para que algo que você deseja possa crescer e multipli-
car.

Mentalize:

Ao dançar mentalize aquilo que você quer criar, o que deseja que se
inicie, vendo-se como uma semente com toda a sua potencialidade
de crescimento e força.

Dança de Autocura

Deixe que seu movimento comece a nascer da sua coluna vertebral,

pequenos movimentos ao ritmo da música, gradativamente vá au-
mentando a velocidade, como se estivesse sentindo suas raízes cres-
cendo e se fortificando.
 LUA CRESCENTE
Propósito:

Momento para entrar em contato com sua potência de crescimento.

Fazer com que algo cresça, evolua. Ótimo para se conectar com a
força da prosperidade em todas as áreas de sua vida.

Mentalize:

Ao dançar mentalize aquilo que você quer que cresça com saúde.
Imagine seus planos sendo cumpridos, sua metas sendo atingidas.

Dança de Autocura

Deixe que seu movimento seja expansivo. Explore sua força corporal
pensando em expandir ao máximo suas possibilidades de movimen-
tos, busque sentir no corpo uma circulação maior de energia, por isso
explore, gire, pule, aumente a velocidade e transpire.
 LUA CHEIA
Propósito:

Momento de se estar em plenitude, com toda a sua potência. Lua

representada pelas mulheres grávidas que trazem o fruto da criação
no seu ventre, por isso o momento é de se criar e fazer acontecer,
aqui e agora, aquilo que se quer.

Mentalize:

Ao dançar mentalize as realidades que você deseja criar para sua

vida. Imagine seus sonhos se realizando, seus desejos se cumprindo,
que consiga aquilo que tanto deseja.

Dança de Autocura

Dance em movimentos circulares, movimente bastante a região do

quadril potencializando sua criatividade. Varie a velocidade mas não
deixe de se movimentar durante a dança, invista em movimentos
contínuos e amplos.
 LUA MINGUANTE
Propósito:

Momento de dar fim ao ciclo. Fim a algo que precise ir embora.

Ótimo para banir as doenças, a negatividade, as tristezas e infelici-
dades. Deixar ir embora e abrir os espaços para que o novo possa
chegar.

Mentalize:

Ao dançar mentalize o que você deseja deixar ir, vá imaginando os

cortes desse laços que te prendem. Permita que vá para bem longe e
sinta esse novo espaço chegando, pronto para se encher de esperan-
ça e coisas boas.

Dança de Autocura

Inicie com movimentos lentos, visualizando estes cortes de energia.

Deixe que o movimento chegue até os braços com mais tônus e vá
“mandando para longe”, gestos para se afastar. Conforme você se
sentir mais livre aumente a velocidade, tornando essa dança mais
leve e alegre.
 “Meu corpo:
espaço sagrado da
manifestação de quem
sou.

Por meio dele vou ao

encontro de minhas
infinitas possibilidades,
desejos, existência e
expressão.

Ser corpo em essência

é refletir aquilo que se
é em verdade, poesia,
memória e
ancestralidade”.

Fernanda Signorini
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