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MÓDULO 1
APOSTILA
SUMÁRIO
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escreve precisa alinhar os elementos para que o texto faça sentido. Portanto, é preciso
encarar a escrita como um TRABALHO.
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1. O QUE É UMA LÍNGUA?
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Desse modo, podemos concluir que pela língua o homem age no mundo. Há
regras instituídas pela gramática normativa e não há dúvidas de que precisamos
utilizá-las nas situações necessárias, mas jamais podemos deixar de ver que cada
produção linguística diz respeito às necessidades de comunicação e de interação que
temos. Assim, a compreensão da língua como ação não diz respeito ao seu uso
sempre condicionado a uma necessidade, por isso não usamos palavra isoladas, por
isso nos comunicamos através de textos. Falaremos disso na próxima seção.
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2. O QUE É UM TEXTO?
Tendo em vista que a língua é ação, que produzimos sentidos na língua e pela
língua, vamos compreender como operamos dessa forma. A comunicação humana
não se dá por meio de palavras isoladas. Nós nos comunicamos através de textos.
Talvez alguns de vocês estejam se perguntando: Então quando usamos uma palavra
ou uma expressão “isoladamente” não estamos nos comunicando? Ocorre que até
mesmo o que consideramos como palavras isoladas são textos. Expliquemos.
Como já afirmei antes, somos sujeitos e temos uma posição no mundo. Além
disso, transitamos por algumas esferas e exercemos atividades distintas. Tudo isso é
atravessado pela língua, pois nos movimentamos por meio dela. É nesse sentido que
podemos afirmar que produzimos textos, pois a língua se relaciona a outros fatores
quando colocada em ação. Nós, em hipótese alguma, produzimos um enunciado de
forma aleatória, sempre há um objetivo, interlocutores (leitores ou ouvintes), um dado
espaço, um dado momento, em suma, sempre há condições que permitem e amparam
a produção de determinado texto.
Ingedore Koch (2009) compreende o texto como “resultado da atividade verbal
de indivíduos socialmente atuantes, na qual esses coordenam suas ações no intuito
de alcançar um fim social, de conformidade com as condições sob as quais a atividade
verbal se realiza.” (p.26). Logo, não é possível compreendermos uma produção textual
de qualquer natureza como um ajuntamento de palavras, mas como uma construção
alicerçada por diferentes elementos que atuam para algo maior que é o sentido.
Não se pode esquecer, portanto, que um texto só o é porque faz sentido devido
ao espaço, ao contexto, aos sujeitos envolvidos, à temática, à esfera de atividade. Um
texto, nesse sentido, é a manifestação linguística por excelência. Mesmo quando
usamos enunciados de uma ou de poucas palavras, estamos produzindo e
compreendendo textos, pois os elementos citados anteriormente sempre estarão
atravessando as produções.
Posto isso, talvez surja a seguinte inquietação: os textos que produzimos têm
o formato que têm, a regularidade de palavras que têm, o “modelo” que têm por quais
motivos? Responderemos isso na próxima seção.
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3. O QUE É UM GÊNERO TEXTUAL?
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movimentar fatos e pessoas, conseguimos resolver questões, adotar atitudes, mostrar
posicionamentos, instruir e muitas outras coisas.
(Fonte: https://www.terra.com.br/noticias/mundo/nova-zelandia-abre-urnas-com-duas-mulheres-
na-disputa-para-comandar-o-pais,adfc2ed76a5b80fe130ddef2a23ef9d4jmj96qdi.html)
O gênero acima é uma notícia. Como sua função é relatar, narrar fatos, há
necessidade de situar as coisas no tempo e no espaço; por isso a presença de verbos
que indiquem o momento da ação, mas também as ações do outro, como os verbos
em destaque; a presença de elementos que marquem o tempo como o adjunto
adverbial neste sábado. Sem esses elementos, o leitor não se situaria a fim de
estabelecer o sentido que o fato narrado tem. Sendo assim, cada gênero vai ter em
sua organização elementos recorrentes predominantes para cumprir a sua função.
Observe o quadro abaixo.
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TIPO TEXTUAL OU MODO DE ORGANIZAÇÃO GÊNEROS
DO DISCURSO EM QUE O MODO DE
ORGANIZAÇÃO PREDOMINA
Narrativo – predomina em gêneros em que há Notícia, carta, romance, crônica,
necessidade de relatar ações em dado tempo e fábula, história em quadrinhos,
espaço. É um modo de organização que diz carta de reclamação,
respeito aos percursos realizados. Há depoimento, memorial etc.
predominância de verbos no presente, no passado
ou no futuro, palavras ou expressões que
marquem o tempo ou espaço dos acontecimentos.
Descritivo – predomina em gêneros em que o Relatório, guia turístico, relato de
objeto é enumerar características, detalhar experiência, classificado de
objetos, pessoas, lugares, situações, animais etc. imóveis etc.
É um modo de organização que diz respeito à
observação. Há predominância de adjetivos, de
verbos que indicam estados (ser, estar, parecer,
permanecer)
Dissertativo ou expositivo – predomina em Artigo de divulgação científica,
gêneros em que há o objetivo de expor ideias sem relatório, textos didáticos etc.
necessariamente defendê-las. Há predominância
de expressões impessoais (é possível, observa-
se, fala-se...), verbos na primeira pessoa do plural,
verbos na terceira pessoa do plural
Argumentativo – predomina em gêneros cuja Carta de leitor, artigo de opinião,
função sociocomunicativa seja a defesa de ideias, dissertação argumentativa
os posicionamentos diante das questões. Há (gênero solicitado no ENEM e
predominância de conectivos, de marcas em muitos concursos), carta
linguísticas de opinião (eu penso, na minha argumentativa, editorial, defesa
opinião, é fundamental, é necessário), de palavras de réu etc.
que indiquem certos sentidos e o direcionamento
do raciocínio etc.
Injuntivo – predomina em gêneros que têm a Receita, bula, manual de
função sociocomunicativa de instruir os sujeitos a instrução, orientações em geral,
realizarem uma tarefa: jogar, manusear um regras de jogo etc.
instrumento, montar um aparelho, preparar um
alimento, usar um medicamento etc. É um modo
de organização em que predominam verbos no
imperativo (faça, coloque, acenda, ligue...), verbos
no infinitivo (fazer, colocar, acender, ligar...)
Preditivo - predomina em gêneros que têm a Horóscopo, previsão do tempo,
função de mostrar previsões, projeções. Os aconselhamentos em geral etc.
recursos linguísticos inerentes a este modo de
organização são: expressões que indiquem
suposição (é possível, é provável...), verbos que
indiquem suposição (pode, supõe-se...) , verbos
no infinitivo e no imperativo para indicar
sugestões.
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Vale destacar que os itens linguísticos presentes em cada modo de
organização dizem respeito às regularidades, dizem respeito, como já dito, ao
propósito central da comunicação. Se um manual de instruções, por exemplo, não
tiver verbos que direcionem a realização de ações, dificilmente será captado pelos
sujeitos ou, ainda, os mesmos receberão o texto de forma menos objetiva. Por isso, é
fundamental que se reconheça e saiba a função dos gêneros, pois assim você saberá
os itens que deverão ser usados para cumprir o seu objetivo, mas saberá também que
esses recursos não são os únicos. Lembre-se: predominar não é dominar.
3.2.1. Resumo
3.2.2 Fichamento
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3.2.3 Relatório
3.2.5 Resenha
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3.2.6 Artigo científico
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4. ATIVIDADE AUTOAVALIATIVA
PROPOSTA
O gênero textual abaixo é uma carta de leitor. É um texto publicado em jornais
e revistas e mostra, em sentido amplo, o posicionamento do cidadão acerca de algum
fato da sociedade, do bairro, da política etc. Como não é um gênero que tem uma
estrutura fixa, é possível observarmos a presença de diferentes modos de
organização. Observe o texto e realize a leitura conforme os comandos.
Nomes absurdos
A quantidade de nomes idiotas colocados por pessoas ignorantes em seus filhos é
absurda! Nomes que não existem, criados por pais que imaginam estar dando um
significado maior aos filhos. E as pessoas ficam expostas a vida inteira ao ridículo.
Deve-se impor aos cartórios a proibição de registro de nomes esdrúxulos. Isso deve
ser lei federal, imposta a todo o país. Os nomes normais deverão ser escolhidos em
um cadastro, sob pena de sanção ao registro e aos pais. (Rio/ oglobo 21/08/18)
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4.O modo como usamos a língua revela nossos posicionamentos diante do mundo. É
possível observar, neste texto, um tom de rigidez. Algumas marcas linguísticas
responsáveis por isso são:
a) é absurda e pessoas
b) expostas e deve ser
c) é absurda e esdrúxulos
d) esdrúxulos e deve ser
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REFERÊNCIAS1
BAKHTIN, Mikhail. Os gêneros do discurso. In: Estética da criação verbal. São
Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2011, p.262-306.
CABRAL, Ana Lúcia Tinoco. A força das palavras: dizer e argumentar. São Paulo:
Contexto, 2010.
KOCH, Ingedore Gruinfield Villaça. O texto e a construção dos sentidos. São Paulo:
Contexto 2009.
REFERÊNCIAS2
KÖCHE, Vanilda Salton; BOFF, Odete Maria Benetti; MARINELLO, Adiane Fogali.
Leitura e produção textual: gêneros textuais do argumentar e expor. Petrópolis, RJ:
Vozes, 2010.
PEREIRA, Cilene da Cunha; NEVES, Janete dos Santos Bessa. Ler, falar, escrever.
Práticas discursivas no ensino médio: uma proposta teórico-metodológica. Rio de
Janeiro: Lexikon, 2012.
1Estas referências são teóricas. Isso não quer dizer que não possam consulta-las,
somente que são específicas.
2 Estas referências são básicas. Isso quer dizer que a linguagem e a temática são
trabalhadas de forma não específica.
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[...] BEM ANTES DE SERVIR PARA
COMUNICAR, A LINGUAGEM SERVE
PARA VIVER.”
(ÉMILE BENVENISTE)