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Graduação a Distância 4º

SEMESTRE

Administração

GESTÃO DE CUSTOS

UNIGRAN - Centro Universitário da Grande Dourados


Rua Balbina de Matos, 2121 - CEP 79.824 - 900
Jardim Universitário
Dourados - MS
Fone: (67) 3411-4141 / Fax: (67) 3411-4167

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Gestão de Custos

Apresentação do Docente

REGINALDO JOSÉ DA SILVA graduou-se em


Ciências Contábeis pelo Centro Universitário da Grande
Dourados (UNIGRAN/2005). É pós-graduado em
Contabilidade Gerencial e Controladoria, pela UNIGRAN
(2006). Mestre em Produção e Gestão Agroindustrial. Foi
Professor Colaborador na Universidade Estadual de Mato
Grosso do Sul (UEMS), no curso de Ciências Contábeis,
lecionando as disciplinas de Contabilidade Comercial e
Laboratório Contábil. Atualmente, leciona na UNIGRAN
as disciplinas de Contabilidade Introdutória, Contabilidade
Pública, Perícia Contábil, entre outras. É contador
responsável de um escritório contábil estabelecido na
cidade de Dourados/MS.

SILVA, Reginaldo José da. Gestão de Custos.


Dourados: UNIGRAN, 2022.

56 p.: 23 cm.

1. Contábeis. 2. Custos.
Sumário

Conversa inicial......................................................................... 4
Aula 01
Convenções e princípios fundamentais de contabilidade.......... 5

Aula 02
Operação e custo de produção......................................................... 14

Aula 03
Ferramenta gerencial: valores e margem de contribuição......... 21

Aula 04
Custo, capacidade produtiva, lucro................................................. 28

Aula 05
Pontos de equilíbrio: contábil, financeiro e econômico............... 34

Aula 06
Margem de segurança e alavancagem operacional.................... 43

Aula 07
As decisões com relação ao preço de venda.................................. 48

Aula 08
ABC – Custo Baseado em atividade.................................................. 52

Referências.........................................................................................56
Gestão de Custos

Conversa Inicial

Prezados(as) Acadêmicos(as), alocada ao valor de cada unidade produzida, o que


contribui para pagar os custos fixos e o lucro da empresa.
Sejam bem-vindos(as) à disciplina de Gestão de Na Aula 04, trataremos sobre a capacidade produtiva,
Custos, do curso de Administração, da UNIGRAN EAD, lucro e custo. Na Aula 05, conceituaremos ponto de
durante o desenvolvimento da qual evidenciaremos, por equilíbrio e conheceremos os tipos contábil, financeiro e
meio de exemplos e demais casos práticos, conhecimentos econômico. Nas Aulas 06 a 08, falaremos sobre a margem
relevantes sobre custos, hoje indispensáveis ao de segurança, a alavancagem operacional, o preço de
desenvolvimento equilibrado das empresas, para que venda e o custo baseado em atividade, respectivamente.
possam atingir as metas estabelecidas. Assim, pretendemos abordar os principais enfoques
A fim de que tenham um excelente aprendizado dos pertinentes à Contabilidade de Custos, que estimulem
conteúdos abordados, esta disciplina, com carga horária seus estudos, de modo significativo e prazeroso, servindo
de 80 horas, foi organizada em oito aulas, com temas que, de subsídio na aquisição de conhecimentos teóricos
por sua vez, foram subdivididos em seções. e práticos, que fundamentem a formação que ora
Atendendo aos objetivos do processo de ensino- empreendem, alicerçando a futura e consequente atuação
aprendizagem, na Aula 01, retomaremos alguns profissional.
conceitos principais sobre convenções e princípios da Desejamos a vocês boa sorte e muito sucesso no
Contabilidade. Na Aula 02, investigaremos a respeito desenvolvimento de nossas aulas.
das operações e custos de produção. Na Aula 03, Vamos, então, à leitura das aulas?!
abordaremos a importância da Margem de Contribuição,
Aula 1º

Convenções e princípios
fundamentais de contabilidade

Disponível em: http://cienciascontabeis-brasil.blogspot.com.br/. Acesso em: 14 abr.

2012.

Olá, pessoal! Bem-vindos(as) à nossa primeira aula!


Os Princípios e as Convenções fundamentam, justificam
e norteiam a ação contábil. Por um lado, os Princípios
estabelecem uma relação com as diretrizes mais gerais
de Contabilidade. Já as Convenções se relacionam aos
procedimentos que delimitam a aplicação dos Princípios.
Nesta aula, vamos verificar a respeito das Convenções e
dos Princípios Fundamentais de Contabilidade, destacando sua
importância e principais características.
Vamos lá?!
Bons estudos!

Objetivos de aprendizagem

Ao término desta aula, vocês serão capazes de:

• entender de forma clara e objetiva sobre os princípios e convenções contábeis;


• conhecer os aspectos conceituais sobre terminologias próprias da Contabilidade.
Gestão de Custos 6
valor de mercado que independe da pessoa do avaliador.
Seções de estudo Embora isso seja verdadeiro, o pesquisador precisa tomar
decisões sobre o valor do ativo que está sendo dado em troca.
Assim, mesmo este sentido de objetividade pode conter em si
algo de subjetivo.
1 - Convenções fundamentais de contabilidade Quanto ao segundo critério, talvez seja o que
2 - Princípios fundamentais de contabilidade tenha maior peso no estágio atual de desenvolvimento da
disciplina. Caracteriza-se como sentido de objetividade típico
de uma disciplina praticada por profissionais liberais.
1 - Convenções fundamentais de Assim, se, por meio da reunião de vários experts
contabilidade em comitês de pesquisa, chega-se a consenso sobre certo
procedimento ou mensuração, mesmo que tais mensurações
As convenções são consideradas as restrições aos ou critérios não sejam suportados por evidencias objetivas
princípios contábeis. São tidas também como normas de (no sentido mais material e restrito do termo), ainda assim,
caráter prático que devem ser seguidas, como guias, auxiliando por representarem o resultado de um processo psicossocial
o trabalho do profissional contábil. Não são consideradas de percepção por parte de segmento autorizado da profissão,
criadoras de definições de critérios contábeis. tornam-se objetivos.
No que se refere ao terceiro aspecto, a ênfase
1.1 - Tipos de convenções contábeis consubstancia-se mais na evidência do que na mensuração em
si. De novo, a receita é reconhecida na base da transferência
As Convenções Contábeis dividem-se em: como distinção. De acordo com Hendriksen e Van Breda
(1999), embora a evidência possa ser verificável, a seleção
• convenção da objetividade; do critério de evidência como base pode ser objeto de viés
• convenção da materialidade; pessoal.
• convenção da consistência. Quanto ao quarto critério, a maior ou menor
objetividade de um critério de mensuração pode ser avaliada
Agora, veremos as características de cada uma das pelo desvio-padrão em relação à média do atributo que está
Convenções Contábeis: sendo mensurado. Pode acontecer, todavia, que o próprio
Convenção da Objetividade - Para realizar os valor da média não retrate adequadamente o atributo
registros contábeis é preciso sempre observar a subjetividade considerado. Por exemplo, consideramos que estamos com
do lançamento contábil, baseando-se em elementos objetivos, PEPS, UEPS e média ponderada.
pois o contador deve ser extremamente objetivo.
Qualquer valor registrado deve possuir documento hábil Atenção
que avalize seu lançamento. O objeto deve ser suscetível de Agora, muita atenção nesta informação!
medição e o contador não pode imprimir marca pessoal na A sigla PEPS significa Primeiro que Entra, Primeiro que Sai, também
avaliação do objeto. conhecida por FIFO, iniciais da frase inglesa First In, First Out. Adotando
É preciso adotar também uma atitude objetiva no registro este critério para valoração dos estoques, a empresa atribuirá às
dos fatos administrativos, adquirindo uma postura neutra e mercadorias estocadas os custos mais recentes.
imparcial, diante da realidade patrimonial da empresa. A sigla UEPS, significa Último que Entra, Primeiro que Sai, também
De acordo com Hendriksen e Van Breda (1999), a conhecida por LIFO, iniciais da frase inglesa Last In, First Out. Adotando
objetividade tem sido conceituada de maneiras distintas por este critério para valoração dos seus estoques, a empresa sempre
pessoas e contadores diferentes, a saber: atribuirá às suas mercadorias em estoque os custos mais antigos, com
as mercadorias que entraram e saíram do estabelecimento.
• mensurações e avaliações de caráter impessoal ou
que se configuram fora do pensamento da pessoa Disponível em: http://www.exacon.com.br/ete/cfc/cfc110ces.pdf. Acesso em: 31

ou pessoas que as estão realizando; mar. 2012.

• mensurações baseadas no consenso profissional de


experts qualificados; É possível que um dos três - PEPS, UEPS ou média
• mensurações e avaliações baseadas em evidencias e ponderada - revele um menor desvio-padrão à média. Isso
documentação verificável; apenas significa que as mensurações são mais verificáveis, mas
• valor da dispersão estatística das mensurações de um não necessariamente objetivas, cientificamente falando. Pode
atributo, quando efetuadas por vários pesquisadores. até ocorrer que um critério de mensuração baseado, digamos,
no custo histórico corrigido, apresente maior desvio,
Quanto ao primeiro aspecto, na prática, não é muito mas menor viés.
fácil separar completamente a qualidade intrínseca do que Este último é determinado pelo desvio relativo entre
está sendo mensurado das crenças, mesmo que científicas, do da media, caracterizado pelo procedimento de mensuração
pesquisador. utilizado e o “verdadeiro” valor da média do atributo que está
Assim, afirmamos que o ponto de transferência é o mais sendo mensurado.
objetivo para o reconhecimento da receita, pois existe um Como, entretanto, o verdadeiro valor da média não
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pode ser determinado, a diferença entre a média estimada administração, por formação, tem o gosto pelo detalhe, o
e a verdadeira precisa ser calculada na base do julgamento sistema contábil tenderá a adequar-se ao estilo gerencial.
subjetivo e das relações lógicas entre o procedimento de
mensuração e o atributo que está sendo avaliado. Atenção
Geralmente, na prática, devemos contentar-nos com Não existe um sentido absoluto de materialidade, nem é possível
sentidos menos científicos da objetividade. É evidente fixar critérios numéricos precisos, em cada caso, para estabelecer a
que os comitês de experts, antes de emitirem opiniões sobre materialidade ou não de uma cifra.
princípios e procedimento contábeis, podem utilizar-se
dos critérios estatísticos focalizados no quarto sentido da Assim, do ponto de vista do usuário da informação
objetividade. contábil, é material a informação ou cifra que, se não
Não existem dúvidas, todavia, de que a profissão precisa evidenciada ou mal evidenciada, poderia levá-lo a sério erro
perseguir um sentido de objetividade que caracterize de forma sobre a avaliação do empreendimento e de suas tendências.
mais nítida a Contabilidade como uma ciência social. Do ponto de vista interno, é material o procedimento
Nesse sentido, é importante que os relacionamentos ou cifra que, se não processada afeta a qualidade e a
entre causas e efeitos dos eventos da natureza que afetam os confiabilidade do sistema de informação e mesmo do controle
estados patrimoniais tenham explicações convincentes e que interno.
tais eventos possam ser produzidos em ambiente de pesquisa No entanto, não se pode confundir, a rigor, os conceitos
social e suas resultantes possam ser previstas. A Contabilidade, de materialidade e de relevância. Algo pode ser material
assim, deverá chegar a um ponto de sua evolução no qual será quanto ao valor, isoladamente considerado, e irrelevante,
possível enunciar as “leis” que relacionam causas e efeitos. embora tal condição seja rara. Por outro lado, um valor de
De certa forma, os postulados, princípios e restrições são certo atributo pode ser pequeno em si, mas relevante quanto
uma variante simplificada de tais leis. O ideal, todavia, seria a às tendências que possa apontar.
formulação axiomática da teoria da Contabilidade, já tentada Para melhor compreensão da Convenção da
por raros autores e em vias de aperfeiçoamento, nos estudos Materialidade vejamos alguns exemplos:
atuais, rumo a uma explicitação mais adequada. Primeiro aspecto - Seria a publicação do orçamento
Todavia, não se questiona o sentido mais prático e de capital da entidade para os próximos dez anos. Material
“profissional” atual da objetividade, conforme apresentado quanto ao vulto das cifras envolvidas, pode ser não relevante
em seu enunciado. A Contabilidade preferirá os que puderem para alguns usuários.
ser suportados por algum tipo de evidência considerada Segundo aspecto - Numa análise de contas a receber,
objetiva (documentos, normas, escritas, consenso profissional verifica-se que, em cerca de 15% dos casos, apresentam-
etc.), em igualdade de procedimentos quanto à sua relevância. se pequenos erros. Embora o valor dos erros possa ser
de pequena monta, o fato de se evidenciarem em 15% dos
• Convenção da Materialidade registros pode encobrir falhas graves da sistemática e, portanto,
A Convenção da Materialidade dispõe que devem ser relevantes do ponto de vista de auditoria e de controle interno.
registrados na Contabilidade apenas os lançamentos dignos Não é tarefa fácil, na prática, julgar sobre a materialidade
de atenção e na ocasião oportuna, a fim de evitar desperdício ou não de uma cifra. Entretanto, alguns critérios gerais podem
de tempo e dinheiro. ser tentados:
Esta convenção tem muito a ver com a análise do custo/
benefício da informação. O contador deve, a todo o momento, 1. Em relação ao usuário externo, a evidenciação
buscar a exatidão numérica no lançamento, desde que o custo ou não de uma cifra e a rígida adoção ou não dos
dessa exatidão venha prejudicar a empresa. Valores grandes e princípios contábeis serão mais ou menos materiais
relevantes devem ter análise muito mais aperfeiçoada do que à medida que se refiram respectivamente:
os valores pequenos, que podem ser tratados de forma mais
simples e resumida. a) a eventos que refletem tendências do
Assim, podemos verificar que a restrição da empreendimento; ou
Materialidade não pode ser enfocada do ponto de vista apenas b) a eventos não repetitivos, que afetam apenas um
interno ou externo. Sem dúvida, no que nos concerne, do exercício.
ponto de vista do usuário externo, a avaliação subjetiva do
efeito de uma informação prestada ou negada, sob a premissa 2. As cifras relativas a receitas e despesas operacionais
da materialidade ou não, é a mais importante. são mais materiais, via de regra, para a avaliação de
Não se pode negar que a materialidade ou não, porém, tendência, do que os ganhos e perdas ou efeitos de
é a mais importante. Diríamos até que sua configuração está exercícios anteriores.
relacionada às metas e políticas traçadas pela administração 3. As cifras derivantes de mudanças de critérios
da entidade. utilizados no passado são materiais com relação à
Em uma entidade em que as metas são estabelecidas em avaliação do usuário. De fato, tal evidenciação, em
termos amplos e globais, haverá uma tendência, por parte alguns casos, se torna crítica.
do sistema contábil, de preocupar-se sempre com a 4. Internamente, os extremos de detalhes contábeis
materialidade da informação geral perante a evidenciação usualmente são imateriais para a qualificação da
do cumprimento ou não de tais metas. Já em entidades cuja informação, como subcontas até o quinto grau ou o
Gestão de Custos 8
famoso exemplo de Anthony de calcular o custo do sólida base teórica do Contador, que o habilitará a escolher
uso diário dos lápis dentro da empresa, realizando o melhor conjunto de procedimentos em cada circunstância.
mensurações entre as diferenças de comprimento Viram como é fácil? Então, vamos para a Seção
do lápis no dia anterior e no atual. No entanto, 2, verificar a respeito dos Princípios Fundamentais de
materialidade não significa desprezo pelo detalhe Contabilidade.
em si, se este estiver encobrindo problemas maiores.

Assim, concluímos que a mensuração da materialidade


2 - Princípios fundamentais de
é objeto de estudos mais recentes, porém, tal conceito
contabilidade
reservará, sempre, uma alta dose de julgamento e de bom Como se sabe, historicamente, conforme foram
senso por parte de cada contador, em cada situação. surgindo as necessidades de controle, a Contabilidade foi
gerando instrumentos para registrar os fatos que alteravam o
• Convenção da Consistência patrimônio de uma empresa.
Esta convenção, também conhecida por uniformidade,
de grande importância na Contabilidade, deve ser entendida à
luz das restrições de entendimento por parte dos usuários da
informação contábil.
A Convenção da Consistência determina que os
processos contábeis uma vez adotados, não devem ser
alterados com frequência para não dificultar a análise dos
demonstrativos contábeis.
Claro que se for necessário uma alteração para melhoria
e evolução dos processos ela deverá ser realizada desde que Disponível em: http://carbonosustentavelbrasil.wordpress.com/category/

devidamente evidenciada nas notas explicativas e os efeitos mercado-de-carbono/. Acesso em: 18 mar. 2012.

dela decorrentes devem ser bem avaliados e enunciados.


Entretanto, antes de adotar determinado procedimento Na história da Contabilidade, algumas vezes emergiram
dúvidas quanto ao melhor critério de registro de
de avaliação, os contadores deverão refletir bastante, a fim de
algumas transações. Por isso, os primeiros contadores
haver a maior sequência possível de exercícios com a utilização
tiveram que escolher determinadas opções que, ao longo
dos mesmos procedimentos de avaliação. do tempo, foram sendo adotadas pelos demais profissionais,
Contudo, isso significa que mesmo ocorrendo mudanças considerando-as como regras, que passaram a ser seguidas e
nos cenários ou uma reflexão sobre a melhor utilização de aceitas por todos. A essas regras básicas aceitas denominamos
outro critério, a Contabilidade deva, apenas para não alterar a Princípios Contábeis.
sequência, deixar de introduzir essa melhoria.
Como complemento à possibilidade de avaliação de Os Princípios Fundamentais de Contabilidade manifestam, neste caso,
tendência, é fundamental que haja consistência, também, as regras em que se firmam toda a estrutura teórica para a escrituração
nos períodos abrangidos pelas demonstrações. Qualquer e análise contábil.
mudança de procedimento que seja material deverá ser
claramente evidenciada em notas explicativas, e os efeitos O objetivo dos princípios é garantir a comparação e a
dela decorrentes, tanto sobre o balanço quanto sobre o integridade das Demonstrações Contábeis e, por isso, são
resultado, devem ser mensurados e bem enunciados. homologados por órgãos internacionais de Contabilidade.
Por parte do usuário, deve ser entendido que a No Brasil, além da Comissão de Valores Mobiliários (CVM),
Contabilidade é uma linguagem especial e que nem todos também pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC),
podem, livremente, falar e escrever sem o auxílio de um com a elaboração do Instituto Brasileiro de Contadores
intérprete (um técnico). (IBRACON) regem os princípios contábeis. Eles nos
Por mais que se procure preservar a clareza e a permitem ter uma razoável garantia de que a empresa e a
consistência de procedimentos de um exercício para outro, administração utilizaram critérios uniformes em relação às
para maior facilidade de acompanhamento por parte do demais empresas brasileiras e ao restante do mundo. Sem
usuário, isso não deve servir de pretexto para a estagnação na os princípios contábeis, seria uma grande confusão, pois
melhoria dos procedimentos, à luz das circunstâncias. cada empresa adotaria o seu critério e seria impossível fazer
Finalmente, afirmamos que Consistência e Materialidade qualquer comparação entre elas.
estão sempre interrelacionadas, bem como todos os
Mas quando surgiram estes princípios aqui no Brasil?
postulados, princípios e convenções.
Devemos conviver com esse conjunto e aplicá-lo
da forma mais correta possível, como consequência do No Brasil, o Conselho Federal de Contabilidade
melhor de nossos esforços, e sempre lembrando que a nossa disciplinou os Princípios em dezesseis itens, através da
responsabilidade, como profissionais e cidadãos é, antes de Resolução nº 530, de 23/10/1981. Porém, devido à evolução
tudo, social. contínua da Ciência Contábil e a necessidade de atualização
No caso das convenções, fica mais difícil estabelecer destes Princípios, a Resolução nº 750, de 29/12/1993,
regras precisas e matemáticas. Daí a importância de uma reduziu-os a sete, entretanto, não restringiu os conceitos antes
enunciados.
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2.1 - Características dos princípios
contábeis
Devido à complexidade do tema, faremos uma iniciação
breve do assunto, procurando demonstrar de forma prática
como os Princípios devem ser utilizados pelo profissional
contábil.
Os Princípios Fundamentais de Contabilidade são:

• princípio da entidade; José possui uma mercearia, mas mantém no Banco ABC apenas uma
• princípio da continuidade; conta, em seu nome. Ele depositou R$ 5.000,00 nessa conta, dos quais
• princípio da oportunidade; R$ 1.500,00 são dele, como pessoa física e o restante pertence à sua
• princípio do registro pelo valor original; empresa. Utilizar o Princípio da Entidade quer dizer que as transações
• princípio da atualização monetária; da entidade são separadas das de seus sócios ou proprietários. Logo,
• princípio da competência; nem José deve lançar mão, para fins particulares, do dinheiro de sua
• princípio da prudência. mercearia, e vice-versa. O ideal, quando possível, é que a distinção seja
formalizada, ou seja, aberta uma conta para o José e outra para a sua
mercearia.
Agora, vamos conhecer as características de cada um
Disponível em: http://www.cpt.com.br/beirada-de-fogao/registro-de-
destes princípios:
nome. Acesso: 15 abr. 2012.

• Princípio da Entidade • Princípio da Continuidade


Entidade é qualquer pessoa (física ou jurídica) que De acordo com o Princípio da Continuidade, a empresa
possui patrimônio. De acordo com o Princípio da Entidade, deve ser avaliada e, consequentemente, ser escriturada, na
a Contabilidade é realizada para as entidades, como pessoas hipótese de que a entidade nunca irá se extinguir. Esse é
distintas dos sócios ou proprietários. Dessa forma, o um Princípio muito utilizado pelos que defendem os custos
Princípio declara a autonomia patrimonial, no sentido de que históricos, argumentando que se os valores de realização não
o patrimônio de uma entidade não se confunde com aqueles interessam, porque a entidade permanecerá funcionando,
de seus sócios ou proprietários. nesse caso devemos preferir o custo original.
Segundo a Resolução do Conselho Federal de Quando um empreendimento está em condições de
Contabilidade –CFC - nº 750, de 29 de Dezembro de 1993, prosseguir com suas operações, estimam-se seus ativos a valor
de entrada, ou seja, seu custo. Os valores de entrada são mais
Art. 4º:
apropriados que os de saída, porque são mais objetivos e não
registram ganhos ainda não realizados.
O Princípio da ENTIDADE reconhece o Uma empresa em processo de extinção é tratada, pela
Patrimônio como objeto da Contabilidade e Contabilidade, de maneira distinta. Quando se percebe que a
afirma a autonomia patrimonial, a necessidade entidade não tem condições de prosseguir com sua existência,
da diferenciação de um Patrimônio particular os valores de realização do Ativo e de liquidação do Passivo
no universo dos patrimônios existentes, são os que passam a interessar.
independentemente de pertencer a uma pessoa, Os ativos são estimados pelo seu valor de saída, ou
um conjunto de pessoas, uma sociedade ou seja, seu valor de mercado, que é a expectativa futura de
instituição de qualquer natureza ou finalidade, recebimentos, fundamentada no seu preço de venda.
com ou sem fins lucrativos. Por consequência, Contudo, a suspensão das atividades pode promover efeitos
nesta acepção, o patrimônio não se confunde na utilidade de determinados ativos, com a perda, até mesmo
com aquele dos seus sócios ou proprietários,
integral, de seu valor. Isso pode acontecer, por exemplo, com
máquinas que estão em desuso. Alguns ativos intangíveis,
no caso de sociedade ou instituição.
como marcas, patentes e fundos de comércio, só têm valor, na
Parágrafo Único – O PATRIMÔNIO
maioria dos casos, se existe continuidade no fluxo operacional
pertence à ENTIDADE, mas a recíproca não da entidade.
é verdadeira. A soma ou agregação contábil Segundo a Resolução Conselho Federal de Contabilidade
dos patrimônios autônomos não resulta em – CFC - nº 750, de 29 de Dezembro de 1993, Art. 5º:
nova ENTIDADE, mas numa unidade de
natureza econômico-contábil. A CONTINUIDADE ou não da
ENTIDADE, bem como sua vida definida
Para melhor compreensão deste princípio vejamos um ou provável, devem ser consideradas quando
da classificação e avaliação das mutações
exemplo.
patrimoniais, quantitativas e qualitativas.
§ 1º - A CONTINUIDADE influencia o valor
Gestão de Custos 10
econômico dos ativos e, em muitos CASOS, Segundo o Princípio da Oportunidade, é preciso registrar todos os fatos
O VALOR OU O VENCIMENTO dos ocorridos na empresa.
passivos, especialmente quando a extinção
da ENTIDADE tem prazo determinado, • Princípio do Registro pelo Valor Original
previsto ou previsível.
Como o próprio nome já salienta, o Princípio do Registro
§ 2º – A observância do Princípio da
pelo Valor Original dispõe que os componentes patrimoniais
CONTINUIDADE é indispensável à correta
aplicação do Princípio da COMPETÊNCIA, devem ser registrados pelos valores originais das operações.
por efeito de se relacionar diretamente à Entretanto, somente esta definição é muita vaga, vamos
quantificação dos componentes patrimoniais e aprofundar um pouco mais este assunto, fundamentando
à formação do resultado, e de constituir dado as definições com a base e o amparo legal do Conselho
importante para aferir a capacidade futura de Federal de Contabilidade - CFC.
geração de resultado. Assim, temos no art. 7º, da Resolução do Conselho
Federal de Contabilidade – CFC, nº 750, de 1993, que:
Para melhor compreensão deste princípio vejamos um
exemplo: [...] os componentes do patrimônio devem
A Empresa Para Sempre adquiriu seu ponto de ser registrados pelos valores originais das
funcionamento por $ 40.000,00 e comprou um veículo transações com o mundo exterior, expressos
no valor de $ 15.000,00. Observa-se que esses bens foram a valor presente na moeda do País, que
serão mantidos na avaliação das variações
registrados pelo seu valor de compra, conhecido como custo
patrimoniais posteriores, inclusive quando
original. Nove meses mais tarde, a empresa quebrou e ficou configurarem agregações ou decomposições
mais um mês parada. No momento em que liquidou seus no interior da entidade.
ativos, o ponto de funcionamento havia perdido o valor, por
isso, não conseguiu ser vendido. O veículo foi vendido por Este princípio determina que quando um ativo é
$ 13.000,00. Neste caso, podemos perceber que o valor de adquirido, deve ser contabilizado pelo valor histórico, isto
realização foi menor do que o custo original. é, pelo valor de sua compra ou aquisição dos insumos para
fabricá-lo, conforme abaixo:
• Princípio da Oportunidade
O Conselho Federal de Contabilidade, segundo o art.
6º, da Resolução CFC, nº 750/93, ressalta que o Princípio da
Oportunidade refere-se, “simultaneamente, à tempestividade
e à integridade do registro do patrimônio e das suas mutações, Ainda em relação ao Princípio do Registro do Valor
determinando que este seja feito de imediato e com a extensão Original, parágrafo único, da Resolução do Conselho Federal
correta, independentemente das causas que as originaram”. de Contabilidade – CFC, nº 750, de 1993, temos que:
Assim, podemos observar que:
Parágrafo Único – Do Princípio do Registro
Parágrafo Único – Como resultado do Valor Original resulta:
da observância do Princípio da I – a avaliação dos componentes patrimoniais
OPORTUNIDADE: deve ser feita com base nos valores de entrada,
I – desde que tecnicamente estimável, o considerando-se como tais os resultantes do
registro das variações patrimoniais deve consenso com os agentes externos ou da
ser feito mesmo na hipótese de somente imposição destes;
existir razoável certeza de sua ocorrência; II – uma vez integrados no patrimônio, o
II – o registro compreende os elementos bem, o direito ou obrigação não poderão ter
quantitativos e qualitativos, contemplando os alterados seus valores intrínsecos, admitindo-
aspectos físicos e monetários; se, tão somente, sua decomposição em
III - o registro deve ensejar o reconhecimento elementos e/ou sua agregação, parcial ou
universal das variações ocorridas no integral, a outros elementos patrimoniais;
patrimônio da ENTIDADE, em um período III - o valor original será mantido enquanto
de tempo determinado, base necessária para o componente permanecer como parte do
gerar informações úteis ao processo decisório patrimônio, inclusive quando a saída deste;
da gestão. IV – os Princípios da ATUALIZAÇÃO
MONETÁRIA e do REGISTRO PELO
Notem que a percepção, o registro e o relato de todas VALOR ORIGINAL são compatíveis entre
as mutações ocorridas no patrimônio de uma entidade, no si e complementares, dado que o primeiro
momento em que elas acontecerem, são exigências desse apenas atualiza e mantém atualizado o valor
princípio, sendo ele o esteio absolutamente necessário de entrada;
à fidedignidade das informações sobre o patrimônio da V – o uso da moeda do País na tradução do
valor dos componentes patrimoniais constitui
entidade, referentes a um determinado ciclo e com a utilização
imperativo de homogeneização quantitativa
de quaisquer comportamentos técnicos.
do mesmo.
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Para melhor compreensão deste princípio, vejamos um III – a atualização monetária não
exemplo: representa nova avaliação, mas, tão-
Antônio compra uma bicicleta por $ 1.000,00, mas somente, o ajustamento dos valores
pretende revendê-la por $ 1.500,00. Devido ao Princípio originais para determinada data, mediante
do Registro pelo Valor Original, o contador de Antônio vai a aplicação de indexadores ou outros
elementos aptos a traduzir a variação do poder
lançar na Contabilidade o valor da compra.
aquisitivo da moeda nacional em um dado
A base de toda e qualquer contabilização relacionada ao
período.
uso deste ativo, parte do preço pago (incorporado nos registros
contábeis), acrescidos dos desembolsos que ocorreram para
Para melhor compreensão do princípio da atualização
colocar o ativo em questão em condição de venda ou, ainda,
monetária, vejamos alguns exemplos:
pelo custo dos insumos utilizados em sua fabricação.
Tomemos, por exemplo, o aluguel de uma casa. No
Dessa forma, uma mercadoria que teve seu custo no
primeiro contrato, o valor do aluguel é de $ 750,00. Após um
valor de $ 500,00, mas que para ser colocada em situação de
ano, há um reajuste para $ 850,00.
venda vai precisar de um desembolso de $ 10,00 relativo a
Outro exemplo característico é o fato de, neste ano,
frete, tem o dever de ser contabilizada no ativo pelo valor de
comprarmos dois quilos de carne com $ 10,00. No ano que
$ 510,00.
vem, vamos conseguir comprar apenas um quilo de carne
com esse montante de dinheiro.
• Princípio da Atualização Monetária
Quando com um mesmo valor em dinheiro compramos
A Resolução do Conselho Federal de Contabilidade,
menos mercadorias ou custeamos bens e serviços, dizemos
art. 8º, nº 750/93, estabelece que “os efeitos da alteração do
que houve uma queda no poder aquisitivo da moeda, por outro
poder aquisitivo da moeda nacional devem ser reconhecidos
lado, quando compramos mais mercadorias com o mesmo
nos registros contábeis por meio do ajustamento da expressão
valor nominal, dizemos que aumentou o poder aquisitivo da
formal dos valores dos componentes patrimoniais”.
moeda.
Um padrão, para ser entendido como tal, não pode
sofrer mudanças em sua essência. Como praxe, o Princípio
considera o real como uma unidade padrão de medição, da
mesma maneira que o metro, o quilo ou outras medidas físicas.
Como padrão de mensuração, para certificar a moeda
como uniforme, elegemos uma data base para exprimir todas
as contas das demonstrações contábeis que foram publicadas,
isto é, a data do Balanço Patrimonial.

• Princípio da Competência
Este princípio é baseado no regime de competência.
A ciência contábil tem conhecimento que, apesar de admitida de maneira Existem dois regimes contábeis que registram as receitas e as
geral como medida de valor, a moeda não representa unidade invariável despesas:
em termos do poder aquisitivo. Dessa forma, o princípio em questão
parte da observação de que a moeda é volúvel e que os valores, nela • regime de caixa: o registro contábil é executado
sendo expressos, tem por obrigação fazer o reajuste para um valor que no momento da efetivação do pagamento ou
possa sempre representar com maior proximidade da realidade. recebimento;
• regime de competência: o registro contábil é
Disponível em: http://colegioaristoteles.com.br/lojavirtual/index.php/default/
executado no momento que ocorre, mesmo não
http-colegioaristoteles-com-br-lojavirtual-2.html. Acesso em: 20 abr. 2012
existindo a efetivação do pagamento ou recebimento.
A Resolução do Conselho Federal de Contabilidade –
CFC, art. 8º, nº 750/93, ressalta que:

Parágrafo Único – São resultantes da adoção


do Princípio da Atualização Monetária:
I – A moeda, embora aceita universalmente
como medida de valor, não representa unidade
constante em termos do poder aquisitivo;
II – para que a avaliação do patrimônio
possa manter os valores das transações
originais (art. 7º), é necessário atualizar
sua expressão formal em
moeda nacional, a fim de que permaneçam Disponível em: http://asintoniafina.blogspot.com. br/2012/05/por-que-o-golpe-
falhou.html#!/2012/05/por-que-o-golpe-falhou.html. Acesso em: 03 abr.
substantivamente corretos os valores
dos componentes patrimoniais e, por 2012

consequência, o do Patrimônio Líquido;


Gestão de Custos 12
Por ser baseado no Regime de Competência, o Princípio I - quando deixar de existir o correspondente
estabelece que as receitas e despesas devem ser registradas valor ativo, por transferência de sua
durante o exercício social que ocorreram, isto é, determinadas propriedade para terceiro;
pela data de seu fato gerador e não quando existe pagamento II – pela diminuição ou extinção do valor
ou recebimento. Agora, precisamos saber o que significa a econômico de um ativo;
expressão exercício social. III – pelo surgimento de um passivo sem o
correspondente ativo.
O que é Exercício Social?
Para melhor compreensão do Princípio da
Exercício Social é o período separado pela Competência, temos outro exemplo, como a prestação de
Contabilidade para demonstrar a situação patrimonial e serviços de vigilância.
financeira de uma empresa. Esse período é, geralmente, um A empresa Security prestou serviços no mês de março,
ano e pode coincidir com o ano-calendário ou não. porém, estes somente serão faturados no mês de abril e
Para melhor compreensão do Exercício Social, recebidos no mês de junho. Esta receita deve ser contabilizada
podemos tomar como exemplo as contas de fornecimento no mês de março, pois devem ser registrados quando o
de água e energia referentes ao mês de dezembro de X1 serviço é prestado e não quando a NF será fatura ou o serviço
da empresa Come-Come, que foram pagas em janeiro recebido.
de X2. Entretanto, as despesas foram registradas no mês
de dezembro de X1. Este entendimento, proveniente do • Princípio da Prudência
Princípio da Competência, prescreve que o fato gerador é a Segundo o art. 10º, da Resolução nº 750/93, do
data que o serviço foi prestado e não a data em que irá ocorrer Conselho Federal de Contabilidade - CFC, o Princípio
o pagamento deste serviço. da Prudência determina: “a adoção do menor valor para
Segundo a Resolução Conselho Federal de Contabilidade os componentes do Ativo e do maior para os do Passivo,
– CFC, nº 750, de 29 de Dezembro de 1993, Art. 9º, as receitas sempre que se apresentem alternativas igualmente válidas
e as despesas devem ser incluídas na apuração do resultado do para a quantificação das mutações patrimoniais que alterem o
período em que ocorrerem, sempre simultaneamente quando Patrimônio Líquido”.
se correlacionarem, independentemente de recebimento ou Notem que os sete Princípios fundamentais da
pagamento. Desse modo, verificamos ainda que: Contabilidade são descritos na Resolução do Conselho
Federal de Contabilidade – CFC, de nº 750/93 e consagrados
§ 1º- O Princípio da COMPETÊNCIA pela maioria dos autores. Assim, temos que:
determina quando as alterações no Ativo
ou no Passivo resultam em um aumento § 1º – O Princípio da PRUDÊNCIA impõe
ou diminuição das mutações patrimoniais, a escolha da hipótese de que resulte menor
resultantes da observância do principio da patrimônio líquido, quando se apresentarem
OPORTUNIDADE. opções igualmente aceitáveis diante dos demais
§ 2º – O reconhecimento simultâneo das Princípios Fundamentais de Contabilidade.
receitas e despesas, quando correlatas, é § 2º – Observado o disposto no art. 7º - O
consequência natural do respeito ao período Princípio da PRUDÊNCIA somente se aplica
em que ocorrer sua geração. às mutações posteriores, constituindo- se
§ 3º – As receitas consideram-se realizadas: ordenamentos indispensáveis à correta
I – nas transações com terceiros, quando aplicação do Princípio da COMPETÊNCIA.
estes efetuarem o pagamento ou assumirem § 3º – A aplicação do Princípio da
compromisso firme de efetivá-lo, quer PRUDÊNCIA ganha ênfase quando, para
pela investidura na propriedade de bens definição dos valores relativos às variações
anteriormente pertencentes à ENTIDADE, patrimoniais, devem ser feitas estimativas que
quer pela fruição de serviços por esta envolvem incertezas de grau variável.
prestados; Art. 11º – A inobservância dos Princípios
II – quando da extinção, parcial ou total, Fundamentais de Contabilidade constitui
de um passivo, qualquer que seja o infração nas alíneas “c”, “d” e “e” do art. 27º,
motivo, sem o desaparecimento concomitante do Decreto-lei n º 9295, de 27 de maio de
de um ativo de valor igual ou maior; 1946 e, quando aplicável, ao Código de Ética
III – pela geração natural de novos ativos Profi ssional do Contabilista.
independentemente de intervenções de Art. 12 º - Revogada a Resolução CFC nº
terceiros; 530/81; esta Resolução entra em vigor a partir
§ 4º – Consideram-se incorridas as despesas: de 1º de janeiro de 1994.
13
ATENÇÃO conseguir a uniformização dos atos e fatos administrativos e
Além desses sete princípios, existem outros princípios citados por das demonstrações contábeis deles decorrentes.
outros autores:
• Princípio do Confronto das Despesas com as Receitas e com os
Períodos Contábeis.
• Princípio da Periodicidade das Demonstrações Contábeis. Vale a pena
• Princípio da Ética e da Legalidade.
• Princípio da Legitimidade dos Registros.

Bem, pessoal, nossa aula termina aqui, mas iremos dar continuidade
aos demais assuntos na próxima aula, quando veremos a respeito das
particularidades da classificação dos custos de produção.
Lembrem-se de que estaremos esperando suas sugestões para Vale a pena ler
melhorar nossos recursos e técnicas didáticas utilizados no curso.
BRASIL. Conselho Federal de Contabilidade. Princípios
As dúvidas porventura surgidas poderão ser sanadas através das
Fundamentais e Normas Brasileiras de Contabilidade: Auditoria e
ferramentas “Fórum” ou “Quadro de Avisos”. Já estamos no ambiente
Perícia. 3. ed. Brasília: CFC, 2008.
virtual esperando a participação de vocês. HENDRIKSEN, Eldon S.; VAN BREDA, Michael F.
Teoria da contabilidade. 5. ed. Traduzida por Antônio Zoratto
Sanvicente. São Paulo: Atlas, 1999.
Retomando a aula SCHMIDT, Paulo; SANTOS, José Luiz dos. História da
Contabilidade: Foco na Evolução das Escolas do Pensamento
Contábil. São Paulo: Atlas, 2008.

Para encerrar a Aula 01, vamos recordar os temas


que foram abordados:

1 - Convenções fundamentais de contabilidade Vale a pena acessar

As Convenções Contábeis são divididas em: Academia Brasileira de Ciências Contábeis. Disponível em:
Convenção da Objetividade; Convenção da Materialidade; http://www.abcienciascontabeis.com.br/.
Convenção da Consistência. Conselho Federal de Contabilidade. Resoluções e
As convenções são as restrições aos princípios contábeis, Pronunciamentos. Brasília: Disponível em: http://www.cfc.
ou seja, são as normas de caráter prático que devem ser org.br/.
Conselho Regional de Contabilidade. Disponível em: www.
seguidas como guias, de modo a auxiliar o trabalho do
cfc.org.br.
profissional contábil.
Contabilidade Financeira. Disponível em: http://
contabilidadefinanceira.blogspot.com.br/2011/10/ifrs-no-
2 - Princípios fundamentais de contabilidade brasil.html.
Demonstrações Contábeis - IBRACON NPC nº 27 -
A ciência contábil se norteia por meio de princípios, Instituto dos Auditores Independentes do Brasil. Disponível
que nada mais são que critérios e normas de procedimentos em: http://www.portaldecontabilidade.com.br/ibracon/
a serem seguidos, ou seja, as regras em que se firmam toda npc27.htm.
a estrutura teórica para a escrituração e análise contábil. Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas. Disponível e:
Os Princípios Fundamentais de Contabilidade são: http://www.otoc.pt/pt/a-ordem/comissoes/historia-da-
Princípio da Entidade; Princípio da Continuidade; Princípio contabilidade/regulamento/.
da Oportunidade; Princípio do Registro pelo Valor Original;
Princípio da Atualização Monetária; Princípio da Competência; Após terem realizado uma boa leitura dos assuntos abordados em nossa
Princípio da Prudência. aula, na Sala Virtual estão disponíveis os arquivos com as Atividades que
Além destes sete princípios há ainda outros: Princípio do deverão ser respondidas e enviadas procurando respeitar os prazos
Confronto das Despesas com as Receitas e com os Períodos estipulados. Ao receber a devolutiva de suas atividades, recomendamos
Contábeis; Princípio da Periodicidade das Demonstrações que façam a releitura desta aula.
Contábeis; Princípio da Ética e da Legalidade; Princípio da
Legitimidade dos Registros.
O objetivo dos Princípios e Convenções Contábeis,
homologados por órgãos internacionais de contabilidade, é
Gestão de Custos

Aula 2º

Operação e custo de produção

Disponível em: http://www.acomacpp.com.br/index.php?topicos=page/

single&topico=367. Acesso em: 21 abr. 2012.

Prezados(as) acadêmicos(as),
Quando tratamos sobre os custos de produção, inicialmente
precisamos compreender a relação existente entre a operação de
produção de um bem ou serviço com os recursos utilizados no
processo produtivo.
Assim, nesta aula, vamos conhecer os tipos de custos quanto
ao produto e a produção, conhecer possíveis aplicações dos
custos fixos e dos custos totais, além de entender como os custos
se relacionam diretamente à gestão e à operação dos gastos de
uma empresa, que por meio de suas atividades procura atender às
necessidades da sociedade na qual se insere.
Bons estudos!

Objetivos de aprendizagem

Ao término desta aula, vocês serão capazes de:

• compreender os meios de gerenciamento de produção;


• resolver custos de produção: variáveis, fixos e totais;
• conceituar os tipos de custos de produção.
15
QT = Qu antidade Produzida no Período
Seções de estudo CFunit = Custo Fixo Unitário

Aplicação da fórmula:
1 - Custos fixos A Contabilidade nos informou que foram gastos
2 - Custos totais com aluguel e depreciação R$ 40.000,00 no mês de maio. No
3 - Custos de produção mesmo período, foram produzidas 2.000 unidades de calças
jeans. Logo, aplicamos a seguinte fórmula:

1 - Custos fixos CF unitário = CFT / QT


C.F unitário = 40.000,00 / 2000
Os custos fixos são aqueles custos que não variam em CF unitário = 200,00.
função da quantidade produzida, mesmo que a quantidade de
peças, quilos, metros, unidades ou litros produzidos seja Portanto, o custo fixo unitário foi de R$ 200,00 por
maior ou menor, tais custos terão o mesmo valor no final unidade para uma produção de 2.000 unidades. Se a quantidade
do período. produzida alterar, o custo fixo por unidade também altera.
Conforme afirma Rodney Wernke (2005, p. 8): Vejamos o gráfico abaixo:

[...] são aqueles cujos valores totais tendem Gráfico 1 - Custo fixo total
a permanecer constantes (fixos) mesmo
havendo alterações no nível de atividades
operacionais do período, são os custos que
tem seu montante fixado independente de
oscilações na atividade fabril, não possuindo
qualquer vinculação com o aumento ou
redução do numero de unidades produzidas
no mês.

As principais características dos custos fixos são:

• Geralmente, são custos indiretos; Fonte: arquivo pessoal.

• O volume consumido por unidade produzida será


inversamente proporcional à quantidade produzida. Analisando o gráfico percebemos que a linha do custo
Quanto maior for a produção menor será o custo fixo fixo total permanece inalterada em função da quantidade
unitário; produzida, em que o valor do custo fixo total, apurado na
• O custo fixo existirá mesmo quando não existir tabela abaixo, é de R$ 27.000,00 para o mês de maio. Mesmo
produção; quando a produção é zero, o custo fixo total será de R$
• A quantidade consumida no período será a mesma, in 27.000,00, como podemos observar na Tabela 1, abaixo:
dependentemente da quantidade produzida;
• O seu consumo, geralmente, será determinado por Tabela 1 - Custo fixo do mês
período;
Exemplo: Na produção de calças jeans, a depreciação das
máquinas e o aluguel do prédio serão fixados por mês. Existindo
ou não produção o valor pago será aquele determinado em
contrato.
Os custos fixos tem seu montante fixado independente
da quantidade produzida. Sendo seu valor desvinculado do
volume fabricado.
Fórmula:
Fonte: elaboração própria.

Lembrem-se que:
Quanto à facilidade de identificação no produto, os custos são Diretos
Onde: ou Indiretos.
CFT = Custo Fixo Total Quanto ao volume produzido no período, os custos são Variáveis ou
Fixos.
Gestão de Custos 16
Gráfico 2 - Custo fixo unitário
2 - Custos totais
Os custos totais dos produtos são apurados por meio da
soma de todos os custos, ou seja, os custos variáveis somados
com os custos fixos. Em inglês, usa-se o termo Markup, que
significa a diferença entre o custo total de produção de um
produto e seu preço de venda ao consumidor final.
Podemos adotar a seguinte fórmula para apurarmos o
custo total de um produto:

Fonte: arquivo pessoal.

No Gráfico 2, verificamos que quanto maior for a


produção, menor será o seu custo fixo por unidade produzida. Onde:
Já na tabela abaixo simulamos uma empresa produzindo CT unitário = Custo Total Unitário
caixas de água, cujo custo fixo total para o mês de maio foi de CV unitário = Custo Variável Unitário
R$ 27.000,00. Assim, à medida que aumentamos a quantidade CFT = Custo Fixo total
produzida o custo fixo unitário diminui. Observem na Tabela QT= Quantidade Produzida no Período
2, abaixo:
Para determinarmos o custo total da produção no
Tabela 2 - Quantidade em relação ao custo fixo unitário período, podemos adotar a seguinte fórmula:

Exemplos de Custos Totais - Usando o exemplo


anterior, no qual produzimos caixas de água e apuramos os
seguintes custos no período:

CUSTO VALOR
Custo Variável 1.918,50
Unitário
Custo Fixo Total 27.000,00
Quantidade Produz- 20
Fonte: elaboração própria. ida

Em relação ao Custo Fixo Unitário, podemos afirmar que Com os dados acima, podemos determinar o custo total
quanto maior a produção, menor será o custo fixo unitário. unitário aplicando a fórmula:
Exemplos de Custos Fixos - Os custos fixos mais
comuns são as depreciações de máquinas, prédios, manutenção
de máquinas e mão de obra indireta.

• Considerações gerais Onde:


Podemos afirmar que: C.T unitário = 1.918,50 + (27.000,00 / 20)
• O custo fixo será um grande problema para a C.T unitário = 1.918,50 + 1.350,00
empresa, porque geralmente é contratado por C.T unitário = 3.268,50
período e antes de ocorrer produção.
• O custo fixo representa todos os custos com a Apuramos o custo por unidade produzida de R$ 3.268,50.
estrutura e o porte da empresa. Muitas vezes, quando Se quisermos calcular o custo de toda a produção, ou melhor,
a viabilidade econômica do negócio em questão o custo total então basta aplicarmos a seguinte fórmula:
indicar uma estrutura maior do que o mercado
absorve, os custos fixos serão superdimensionados.
• Toda vez que tentarmos reduzir o custo fixo
poderemos estar comprometendo a manutenção da
estrutura ou até mesmo a produtividade da empresa.
17
Onde: ainda Carlos Schier (2009, p. 17), que afirma que:
Os custos diretos são os custos que podem
C. T = Custo Total unitário x Quantidade ser identificados e quantificados no produto
C.T = 3.268,50 X 20 ou serviço e valorizados com a relativa
C.T = 65.370,00 facilidade, são normalmente requisitados
com a identificação previa de sua utilização,
Para produzirmos 20 caixas de água gastamos no ou seja, ao emitir a requisição para o
período R$ 65.370,00. Utilizamos o custo total unitário para almoxarifado, o responsável pela produção já
uma série de decisões como, por exemplo, comparar com a indica, na requisição, o destino do material.
concorrência e para a formação dos preços de venda.
Os Custos Diretos, portanto, apresentam as seguintes
características:
3 - Custos de produção
• são contabilizados diretamente ao custo do produto;
Para gerenciarmos adequadamente os custos de • são mensuráveis;
produção, precisamos aprender a classificá-los de maneira • a quantidade consumida por unidade produzida é
correta. Existem várias classificações para os custos de sempre a mesma.
produção, mas as duas mais importantes são as seguintes:
Os principais exemplos de Custos Diretos são:
a) Quanto ao Produto;
b) Quanto à Produção. • matérias-primas;
• embalagens; e
• horas de mão de obra.

Lembrem-se de que os custos diretos são de fácil


identificação em relação aos produtos.

1.1.2 - Custos indiretos


São aqueles custos que ocorrem na linha de produção,
mas não conseguimos alocar, ou melhor, reconhecer de
maneira direta ao custo do produto.
Disponível em: http://dennymarquesani.sites.uol.com. br/semana/custhor.htm. De acordo com Berti (2009, p. 62):
Acesso em: 31 mar. 2012.
Os custos indiretos são aqueles em que é
Vejamos, então, a seguir qual a classificação de custos preciso de um auxílio, de uma metodologia,
quanto ao produto. de uma forma de rateio para identificar o
custo e não se pode afirmar com certeza ou
1.1 - Quanto ao produto com precisão se realmente o valor é correto.

Os custos são classificados em relaçãwvo ao produto Os Custos Indiretos apresentam as seguintes


que está sendo produzido. Com relação ao produto, os custos características:
podem ser diretos ou indiretos.
• geralmente são consumidos por mais de um produto;
1.1.1 - Custos diretos • são alocados ao custo do produto por meio de rateio;
• não são mensuráveis por unidade produzida.
São os custos que conseguimos relacionar diretamente
ao produto que está sendo produzido, sendo então de fácil Os principais exemplos de Custos Indiretos são:
entendimento, pois fica muito fácil de localizar o mesmo em
um processo produtivo. De acordo com Anélio Berti (2009, • depreciação de máquinas;
p. 62): • mão de obra indireta;
• energia elétrica; e
[...] custos diretos são aqueles em que o • manutenção, Salário de supervisão e Aluguel da
técnico, não precisa de instrumentos, métodos fábrica.
ou fórmulas de auxilio para identificar, ou
melhor colocando, é fácil identificá-los. Os custos indiretos – são de difícil identificação sendo
necessários auxílio de rateio (distribuir proporcional a cada
Para que possa ficar ainda mais claro o conceito citaremos produto conforme sua participação no processo produtivo).
Gestão de Custos 18
1.2 - Quanto à produção
Aplicação da fórmula:
Uma das classificações mais importantes na contabilidade Se eu gasto dois metros de tecido para produzir uma
de custos é quanto à quantidade produzida ou produção. Essa calça jeans e o custo por metro de tecido é de R$ 10,00, e no
classificação fornece informações suficientes para que seja período foram produzidas 2.000 unidades, para saber o custo
elaborado o planejamento da produção e dos gastos. total com tecido basta aplicarmos a fórmula:

1.2.1 - Custos variáveis CVT = QT x CV unitário


CVT = 2.000 unidades x 20,00 (10,00 X 2 Metros de
Custos Variáveis são aqueles custos que mudam em Tecidos).
função da quantidade produzida, é de fácil entendimento esta CVT = 40.000,00
questão, porém, temos que encontrar fontes seguras para esta
definição e de acordo com Wernke (2005, p. 8): Logo, o custo variável total com tecido no período foi
de R$ 4.000,00. Vejamos, como exemplo, o custo variável,
[...] são gastos cujo total do período esta conforme demonstrado no Gráfico 3:
proporcionalmente relacionada com volume
de produção: quanto maior for o volume de Gráfico 3 - Custo variável total
produção, maiores serão os custos variáveis
totais do período, isto é, o valor total dos
valores consumidos ou aplicados na produção
tem seu crescimento vinculado a quantidade
produzida pela empresa.

As principais características dos custos variáveis são:

• geralmente, é um custo direto;


• o volume consumido por unidade produzida será
sempre o mesmo; Fonte: arquivo pessoal.

• só existirá quando existir produção;


• a quantidade consumida terá uma variação na mesma Ufa! Isso parece complicado, mas na Tabela 3, abaixo,
proporção do volume produzido; está tudo explicadinho. Confiram:
• o seu consumo, geralmente, será determinado por
unidade produzida. Tabela 3 - Controle de produção
Exemplo - Na produção de calças jeans, o tecido será
um custo variável, porque para produzir uma calça serão
consumidos dois metros de tecido. Se a produção aumentar
para duas calças o consumo será de 4 metros. Se não existir
produção não existirá consumo de tecido.
Os custos variáveis estão relacionados à quantidade
produzida de determinados produtos que fazem parte do
processo produtivo.
Fórmula:

Logo, o custo variável total com tecido no período


foi de R$ 4.000,00.

Onde:
Fonte: elaboração própria.
CVT = Custo Variável Total
QT = Quantidade Produzida no Período Lembrem-se de que quanto maior a produção, maior
CV unit = Custo Variável Unitário serão os custos variáveis totais.
19
No gráfico e na tabela acima, podemos perceber o Tabela 5 - Custos variáveis no período
comportamento do custo variável total, onde à medida que
aumentamos a produção o seu valor aumenta. Portanto,
podemos afirmar que quanto maior a produção maior serão
os custos variáveis totais.
Exemplos de Custos Variáveis - Os exemplos de
Custos Variáveis mais comuns são as matérias- primas, as
embalagens e a mão de obra especializada. Na Tabela 4,
relacionamos alguns exemplos de custos variáveis extraídos
da Contabilidade:

Tabela 4 - Exemplos de custos variáveis

Fonte: elaboração própria.

Da tabela acima, podemos extrair uma infinidade de


informações úteis, podendo destacar as seguintes:

• custo por unidade produzida de cada item que


compõe o custo. Por exemplo: para se produzir uma
caixa de água se gasta r$ 1.250,00 de chapas de aço;
• o custo variável unitário, ou seja, o custo para se
produzir uma caixa de água é de r$ 1.918,50;
• o custo total com materiais para se produzir uma
caixa de água foi de R$ 1.607,50.

• Considerações gerais
Podemos afirmar que:

• o custo variável não será o maior problema para


a empresa, porque o seu gasto só ocorre quando
ocorrer produção;
• por meio do controle do custo variável poderemos
Fonte: elaboração própria. detectar os prováveis desperdícios na produção;
• toda vez que tentamos reduzir custo simplesmente
IMPORTANTE! adquirindo materiais mais baratos podermos reduzir
Na tabela acima, observamos os dados extraídos da Contabilidade
o custo do produto, mas podermos reduzir a sua
qualidade também;
Gerencial, onde possuímos as matérias-primas e a mão de obra gasta
• quando não há desperdício na linha de produção,
em determinado período para a produção de caixas de água tipo taça.
quanto maior for o consumo de materiais, significa
que maior será a sua produção.
Observamos que apenas o valor total gasto não
é o suficiente para for mar o custo do nosso produto, pois Parece que estamos indo bem! Esperamos que agora tenha ficado
precisamos também da quantidade consumida. mais claro o entendimento de vocês sobre os custos de produção,
Assim, para uma produção de vinte caixas no período, conforme trabalhados nesta aula. Participem do fórum de discussão.
podemos formar o custo variável conforme a tabela abaixo: Enviem-nos, sempre que necessário, suas dúvidas, pois teremos prazer
em equacioná-las. Leiam as recomendações postadas e procurem
acessar os sites recomendados. Até à próxima aula.
Gestão de Custos 20

Retomando a aula

Vale a pena acessar


Chegamos, assim, ao final de nossa segunda aula. Associação Brasileira de Custos - ABC. Disponível em:
Vamos, então, recordar os principais pontos do que http://www.abcustos.org.br/.
estudamos: Contabilidade Financeira. Disponível em: http://
contabilidadefinanceira.blogspot.com.br/2011/10/ifrs-no-
1 - Custos fixos brasil.html
Entendendo custos, gastos e despesas para a formação de preços.
Na seção 1, vimos que os custos fixos são aqueles que Disponível em: http://focoemnegocios. word pre s s. c om/
não variam em função da quantidade produzida, mesmo que 2 0 0 9 /0 9 / 0 2 /e nt e nd e nd o- e - calculando-custos-
a quantidade de peças, quilos, metros, unidades ou litros para-a-formacao-de-precos/.
produzidos, seja maior ou menor, os mesmos terão igual valor Markup e Margem de Contribuição. Disponível em: http://
no final do período. onoticiarioeconomico.blogspot.com.br/2011/05/markup-
2 - Custos totais e-margem-de-contribuicao.html.
Revista Universo Contábil - Furb. Disponível em: furb.br/
Pudemos ver que os custos totais dos produtos são universocontabil/.
apurados por meio da soma de todos os custos, ou seja, os
custos variáveis somados aos custos fixos. Após terem realizado uma boa leitura dos assuntos abordados em nossa
aula, na Sala Virtual estão disponíveis os arquivos com as Atividades que
3 - Custos de produção
deverão ser respondidas e enviadas procurando respeitar os prazos
Vimos que há várias classificações para os custos de estipulados. Ao receber a devolutiva de suas atividades, recomendamos
produção, sendo as mais importantes: que façam a releitura desta aula.
a) Quanto ao Produto;
b) Quanto à Produção.
Minhas anotações
Quanto ao produto, os custos classificam-se em:
a) custos diretos - São os custos que podem facilmente
ser identificados e quantificados no produto ou
serviço.
b) custos indiretos - São aqueles custos que ocorrem na
linha de produção, mas não conseguimos reconhecer
de maneira direta ao custo do produto.

Quanto à produção, temos os Custos Variáveis, que são


aqueles custos que variam em função da quantidade produzida
de determinados produtos que fazem parte do processo
produtivo de dado período.

Vale a pena

Vale a pena ler


BERTI, Anélio. Contabilidade e Analise de Custos. 2. ed.
Curitiba: Juruá, 2009.
MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos. Livro de
Exercícios. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
SCHIER, Carlos Ubiratan da Costa. Gestão Prática de
Custos. Curitiba: Juruá, 200.
WERNKE, Rodney. Gestão de Custos: uma abordagem
prática. São Paulo: Atlas, 2001.
Aula 3º

Ferramenta gerencial: valores e


margem de contribuição

Olá, pessoal!
Na aula anterior, nós já falamos sobre operação e custos
de produção, os custos diretos ou indiretos, além dos custos
fixos e os custos totais e variáveis, conhecimentos estes que nos
ajudarão a entender melhor o assunto que agora abordaremos.
Nesta aula, vamos abordar sobre a importância da
Margem de Contribuição, que alocada ao valor de cada unidade
produzida, contribui para pagar os custos fixos e o lucro da
empresa, de modo que a empresa possa atingir as metas
estabelecidas.
Aprenderemos as formas da Margem de Contribuição,
quais sejam, positiva, neutra e negativa, bem como também
a como calculá-las, mediante o preço de vendas e do custo
variável.
Vamos, então, à aula?!
Bons estudos!

Objetivos de aprendizagem

Ao término desta aula, vocês serão capazes de:

• abordar os aspectos conceituais de estudo sobre preço de venda e de custos variáveis;


• entender a respeito dos temas importantes na definição de custos;
• calcular a margem de contribuição, mediante o preço de vendas e dos custos variáveis.
Gestão de Custos 22
Podemos citar os exemplos mais comuns de custos
Seções de estudo variáveis, que são:

• matéria-prima;
1 - Preço de venda e custos variáveis • embalagem;
2 - Margem de contribuição • impostos.
3 - Métodos: margem de contribuição como ferramenta
gerencial Com a exposição dos elementos acima, em razão do
exemplo dado, temos certeza que irá facilitar o entendimento
dos assuntos que logo abordaremos.
1 - Preço de venda e custos variáveis É comum que toda empresa, independente de seu porte
e estrutura física, leve em consideração todos os elementos
Todo profissional utiliza ferramentas gerenciais direta que possam de alguma forma reduzir o lucro ou reduzir o seu
ou indiretamente em seu dia a dia, conhecendo ou não sobre resultado.
elas, porém, sem delas fazer o uso devido, durante toda a sua Assim, com base nesse pensamento mercadológico,
atuação profissional nas organizações onde trabalha. onde todos estão e têm uma preocupação imensa na redução
Para chegarmos ao cálculo da Margem de Contribuição, máxima e possível de seus custos e despesas, para que
a princípio, precisamos entender a respeito do preço de venda venha manter- se no mercado competindo com os demais
e suas características em função da quantidade produzida, em concorrentes e, obviamente, venha obter resultados positivos,
relação aos custos que agrega. ou seja, “lucros”.
Para tanto, iniciemos com um questionamento: o que, de
fato, é preço de venda? Viram como é fácil? Então, vamos para a seção 2.

O preço de venda é um valor agregado a um produto, serviço ou


patrimônio de uma empresa, sendo mensurado em moeda. 2 - Margem de contribuição
Assim, podemos dizer, que preço é o valor monetário No mundo dos negócios temos que tomar inúmeras
expresso numericamente a uma mercadoria, serviço ou decisões rapidamente. E quando temos que tomar decisões,
patrimônio. sejam elas quais forem, é importante que tenhamos sempre
É importante salientar que na Aula 02, sobre ferramentas úteis para auxiliar nesta tomada de decisão.
Classificação de Custos de Produção, já tratamos dos Quantos negócios e quantas decisões são tomadas em
custos variáveis e, neste momento, iremos rever alguns razão de um simples acesso a uma Home Page, seja de um
fatores importantes, para que possamos dar continuidade fornecedor de matéria-prima para sua empresa como uma
ao entendimento a respeito de outros aspectos dos custos simples e segura conferência de toda movimentação financeira
variáveis. no banco na qual sua empresa detém uma conta corrente.
Podemos dizer que até a conciliação bancária tornou-se
1.1 - Custos variáveis prática e pode ser acompanhada a todo tempo.
Os Custos Variáveis são aqueles que variam em função
da quantidade produzida. É de fácil entendimento esta
questão, porém, temos que, encontrar fonte segura para esta
definição e de acordo com Wernke (2005, p. 8):

São gastos cujo total do período esta


proporcionalmente relacionada com volume
de produção: quanto maior for o volume de
produção, maiores serão os custos variáveis
totais do período, isto é, o valor total dos
valores consumidos ou aplicados na produção
tem seu crescimento vinculado a quantidade
produzida pela empresa.
Disponível em: http://www.empresassa.com.br/2012/02/como-calcular-os-

Nesse momento, apesar do conceito parecer simples custosfixos-e-o-custo.html. Acesso em: 31 mar. 2012.

e de fácil entendimento, podem surgir inúmeras dúvidas.


Podemos, assim, considerar como custo variável aqueles Quantas vezes nos flagramos fazendo cotações e orçamentos para
elementos que tendem a aumentar ou diminuir em função da decidir o melhor momento de comprar ou, até mesmo, de lançar um
produção de determinado produto. novo produto no mercado.
Inúmeros estudos e pesquisas são realizados visando estas transações
Lembrem-se de que o custo variável está em função da produção, ou comerciais.
seja, está vinculado ao volume de produção.
23
Analisando toda esta evolução das empresas, podemos A indústria Lata Nova Ltda., fabricante de latas de
ver que temos que fazer uso de ferramentas que facilitem e alumínio, comercializa cada produto por ela fabricado ao
apresentem de maneira clara e transparente os objetivos a preço de R$ 1,97 a unidade, para cada unidade produzida a
serem alcançados, com isso facilitando todo processo de empresa tem custos com impostos no montante de R$
decisão. 0,23 e comissões sobre a cada unidade comercializada em
Já imaginaram uma empresa carente de todas as R$ 0,12 neste caso qual seria a margem de contribuição desta
ferramentas da informática?! indústria? Vamos resolver este pequeno problema!
Então, agora iremos tratar de uma destas ferramentas de
decisão que é justamente, a Margem de Contribuição, para a Tabela 1 - Margem de contribuição
qual foi criada uma fórmula bastante simples que nos auxilia
em praticamente todas as decisões financeiras e produtivas
dentro da empresa.
Todos devem estar se perguntando: o que é margem de
contribuição?
De acordo com Eliseu Martins (2006, p. 178), entendemos
que:

Margem de contribuição por unidade, que é


a diferença entre o preço de venda e o custo
variável de cada produto; é o valor que cada
unidade efetivamente traz à empresa de
Fonte: elaborado pelo autor.
sobra entre sua receita e o custo que de fato
provocou e que lhe pode ser imputado sem
erro. A cada unidade produzida pela empresa Lata Nova
Ltda. esta unidade contribui com R$ 1,62 para formação do
Então, podemos dizer que: margem de contribuição é a resultado da empresa.
diferença entre o preço de venda e os custos variáveis. Podemos perceber que matematicamente a fórmula
É comum encontrar em inúmeros livros que a margem é simples, o que apresenta certo grau de dificuldade é sua
de contribuição é formada pelo preço de venda subtraindo aplicação no mundo dos negócios e sua interpretação.
do mesmo os custos variáveis. Todavia, temos que pensar Então, na análise de custos criamos a seguinte definição
que para formar a margem de contribuição é preciso levar para a margem de contribuição: margem de contribuição é
em consideração as despesas variáveis e, assim, formar a o valor que cada unidade produzida contribui para pagar os
margem de contribuição. custos fixos e o lucro da empresa.

Lembrem-se que é preciso apropriar as despesas variáveis na margem 2.1 - Valores que integram a
de contribuição margem de contribuição
Devem ser consideradas as despesas variáveis no cálculo A fórmula da margem de contribuição parece bastante
da margem de contribuição, mas somente as despesas simples, mas o que mais dificulta o seu cálculo é saber o que
variáveis e os custos variáveis, pois os demais custos e despesas realmente compõe os valores de preço e custo.
não compõem esta ferramenta de tomada de decisão. Para isso, criamos uma tabela prática da composição da
O próximo passo é a fórmula da margem de contribuição, margem de contribuição:
conforme segue:
Tabela 2 - Margem de contribuição

Agora, temos presente a fórmula da margem de


contribuição, onde constam os itens que a compõem, sendo
extremamente importante ressaltar que esta é uma maneira
simplificada de apresentação da mesma, haja vista que estão
ausentes as despesas variáveis. Fonte: elaboração própria.

Alguma dúvida? Existem duas maneiras de utilizarmos o preço de venda


Vamos ver um exemplo para facilitar o entendimento. para calcular a margem de contribuição:

• preço de venda bruto - quando utilizamos o preço de


Gestão de Custos 24
venda bruto para calcular a margem de contribuição, custo dos materiais, pois isto não pode significar redução na
devemos considerar como custos variáveis os qualidade do produto final.
impostos e as comissões sobre venda. Deste modo, podemos concluir que a margem de
• preço de venda líquido - quando utilizamos o contribuição ideal é aquela que contribui para a empresa
preço de venda líquido para calcular a margem de atingir as metas estabelecidas.
contribuição fica simples, pois os valores gastos
com impostos e comissões sobre vendas já foram 3.2 - Margem de contribuição
descontados. Neste caso, a composição dos custos neutra
variáveis ficará por conta dos materiais, da mão de
obra e da embalagem. A margem de contribuição neutra, ou igual a zero, é
uma situação onde a diferença entre o preço de venda e custo
A margem de contribuição pode apresentar três formas. Vamos conferi- variável é igual a zero. No exemplo abaixo, podemos verificar
las na próxima seção. Vamos lá! que a margem de contribuição é igual a zero:

Tabela 4 - Margem de contribuição neutra


3 - Métodos: margem de contribuição
como ferramenta gerencial
3.1 - Margem de contribuição
positiva
É a margem de contribuição que todos os empresários
querem, pois o preço de venda é maior do que os custos com
materiais e mão de obra direta.
Fonte: criação própria.
Tabela 3 - Margem de Contribuição Positiva
Neste caso, o produto tem uma margem de contribuição
neutra, ou seja, zero por unidade produzida. Sendo assim,
a cada unidade o produto irá pagar somente os custos e
despesas.

Cuidado com a margem de contribuição neutra!

Abaixo, citamos alguns exemplos em que a empresa


Fonte: criação própria. poderá comercializar seus produtos com uma margem de
contribuição neutra:
Notem que o produto apresentou uma margem de
contribuição positiva, ou seja, de R$ 162,00 por unidade. • lançamento de um produto - quando a empresa
Podemos concluir que quanto maior a margem de contribuição lança um produto pode fixar seu preço de venda
unitária, melhor será para o empresário. igual ao seu custo variável a fim de conquistar o
Existem duas formas para aumentarmos o valor da mercado.
margem de contribuição: • produto fora de linha - alguns produtos ficam fora
1ª - aumento de preço de venda - aumentar o preço de linha rapidamente, então procuramos recuperar
do produto é uma alternativa para elevar a margem de apenas o valor do seu custo para não perder tudo.
contribuição, porém deve-se tomar cuidado, porque toda Um bom exemplo disso é um modelo de celular,
vez que se aumenta o preço de um produto pode ocorrer pois quando sai um modelo novo o antigo “encalha”,
a redução no volume de vendas. O aumento no preço só então vendemos sem ganhar nada pensando apenas
é válido quando o mercado absorve este aumento, caso em recuperar o custo.
contrário podemos perder mais com a queda na quantidade • outro produto apresenta margem positiva -
vendida. muitas vezes a empresa produz vários produtos e,
então, comercializa um produto com uma
2ª - redução no custo variável - outra alternativa, e a margem de contribuição neutra, porque possui
mais correta em um mercado competitivo, é a redução no outro produto com margem positiva. Por exemplo:
custo variável dos produtos. O administrador deve sempre uma indústria produz xampu e condicionador para
procurar alternativas para reduzir o custo variável dos cabelos. Ela não ganha nada no xampu, pois seu
produtos, com negociações melhores, novos fornecedores, objetivo é ganhar no condicionador.
novos processos de produção e valor dos materiais mais • estratégia de marketing - em uma campanha
baratos. O cuidado que o empresário deve tomar ao reduzir de marketing a empresa pode determinar uma
25
quantidade de um produto qualquer e comercializá- Tabela 5 - Margem de contribuição negativa
la com margem de contribuição igual a zero.
Quando uma empresa trabalha com margem de
contribuição neutra e o administrador tem consciência do que
está ocorrendo, não há problema algum. O maior problema
ocorre quando esta situação acontece sem o conhecimento
do administrador.

Podemos antecipar o que pode ocorrer com uma empresa que


trabalha por muito tempo com margem de contribuição neutra:
Fonte: criação própria.
• o prejuízo da empresa será igual à soma dos custos fixos com as
despesas do período; No exemplo acima, a empresa perde R$ 26,00 a cada
• a empresa não conseguirá ampliar a sua capacidade produtiva; unidade vendida. O custo dos materiais é maior do que o
• a empresa não conseguirá repor suas máquinas ou reformá-las; preço de venda. Neste caso, quanto mais a empresa vender,
• quando as máquinas ficarem velhas, a empresa poderá fechar ou maior será o seu prejuízo.
terá que entrar no mercado buscando financiamentos para comprar
novas máquinas. Se isto ocorrer, e a empresa continuar trabalhando
dessa forma, não conseguirá pagar tais financiamentos.

Abaixo, apresentamos um gráfico representando o


comportamento financeiro de uma empresa que trabalha com
margem de contribuição neutra.

Gráfico 1 - Contribuição neutra

Disponível em: http://blog.buscadescontos.com.br/ofertas-de-carnaval/. Acesso

em: 30 mar. 2012.

A empresa poderá operar com uma margem de


contribuição negativa em casos basta nte específicos, como
citamos abaixo:

produto com defeito - os produtos que possuem



algum defeito, e que não podem ser reparados,
podem ser vendidos sem comprometer nossa
marca, com o objetivo de reduzir o valor da perda.
Fonte: arquivo pessoal.
Por exemplo: uma calça saiu com um defeito que
poderá comprometer nossa marca, então retiramos
Podemos verificar no gráfico acima, que a diferença todas as etiquetas e vendemos a calça para empresas
entre a receita total e o custo total será um valor negativo igual especializadas em consertar os defeitos para depois
ao valor dos custos fixos. Quando a empresa trabalha com comercializá-las.
uma margem de contribuição neutra não importa o volume • produto totalmente fora de linha - um produto
produzido, pois seu prejuízo será igual ao valor do custo fixo. totalmente fora de linha, que ninguém mais quer,
será vendido por qualquer preço apenas para não
3.3 - Margem de contribuição deixá-lo no estoque. Por exemplo: um carburador
negativa do Corcel I: é melhor vender perdendo dinheiro do
que deixá-lo mais dez anos no estoque.
Agora temos um problema sério: o resultado da diferença • estratégia de marketing - a empresa pode
entre o preço de venda e os custos variáveis é um resultado determinar que perderá um valor X por unidade
vendida como estratégia de marketing, até o seu
negativo.
produto se tornar conhecido.
Tomemos o exemplo anterior e aumentamos o custo
No gráfico abaixo, podemos verificar o comportamento
para entender o que ocorre com uma margem de contribuição financeiro da empresa que trabalha com uma margem de
negativa: contribuição negativa:
Gestão de Custos 26
Gráfico 2 – Margem de contribuição negativa Quando a empresa sabe que está comercializando seus
produtos com uma margem de contribuição negativa e tem
a situação sob controle ninguém será pego de surpresa. O
maior problema é quando a empresa pensa que está ganhando
e não consegue visualizar o problema. Vamos imaginar um
exemplo, de acordo com os dados abaixo:

Tabela 7 - Problema de margem de contribuição negativa

Fonte: criação própria.

Percebemos que quanto mais aumenta a quantidade


vendida, mais aumenta o custo total e, assim, a reta do custo se
Fonte: criação própria.
distancia cada vez mais da reta das receitas. Podemos afirmar
que o prejuízo da empresa aumenta a cada unidade vendida.
Calculamos o prejuízo através da seguinte fórmula: Qual é o risco da margem de contribuição positiva tendo um valor baixo?!

No exemplo acima, teoricamente, a empresa está


ganhando R$ 17,00 por unidade vendida, contudo faltou uma
informação importante: o pagamento é feito com cheque
→→ Onde: para 60 dias e este cheque é trocado na empresa de factoring.
Neste caso, temos uma nova situação, conforme
CF = Custo fixo podemos verificar na Tabela 8, abaixo:
QT = Quantidade vendida
- MC = Margem de contribuição negativa Tabela 8 - Problema de margem de contribuição negativa
- 1 = Multiplicador para tornar o valor da margem
de contribuição positivo.

Viram como é fácil? Então, vamos a mais um exemplo.

Tabela 6 - Prejuízo

Fonte: criação própria.

Podemos perceber que no impulso de vender, o


empresário muitas vezes esquece de calcular se vale à pena
vender ou se é preferível deixar de vender. No exemplo acima,
o que em um primeiro momento pensava-se estar ganhando -
R$ 17,00, na realidade perdia-se R$ 4,00 por unidade vendida.
O cálculo da margem de contribuição, bastante simples,
será de grande utilidade para melhor entendimento e
Fonte: criação própria.
desenvolvimento dos demais assuntos que serão abordados
Com os dados acima, podemos calcular o valor do em nossa disciplina.
prejuízo: Assim, chegamos ao final de mais uma aula. E, então?
Tudo bem até aqui? Esperamos que seus estudos referentes a
Prejuízo = CF + (QT x -MC x -1) esta tenham sido proveitosos.
Prejuízo = 40.000,00 + (2.000 x - 26,00 x – 1) É importante que reflitam sobre os conteúdos e as
Prejuízo = (92.000,00) estratégias didáticas empregadas para a aprendizagem: o que
foi bom? O que pode melhorar? Habituem-se a fazer leituras
27
complementares, a fim de ampliar a compreensão e os
conhecimentos sobre os temas abordados. Vale a pena
Vamos fazer uma breve pausa e retornar revigorados para a próxima
aula, quando, então, iremos conhecer e aprofundar as demais técnicas
contábeis, bem como identificar aspectos sobre os custos e critérios
para controle de estoques. Até lá!
Vale a pena ler
Retomando a aula BERTI, Anélio. Contabilidade e Análise de Custos. 2. ed.
Curitiba: Juruá, 2009.
HANSEN, Don R.; MOWEN; Maryanne, M. Gestão
de custos. Tradução Robert Brian Taylor. São Paulo: Cengage
Learning, 2010.
Antes de encerrar a Aula 03, vamos recordar os
WERNKE, Rodney. Gestão de Custos: uma abordagem
pontos principais do que aprendemos:
prática. São Paulo: Atlas, 2001.

1 - Preço de venda e custos variáveis

Na primeira seção, vimos que preço é o valor Vale a pena acessar


monetário expresso numericamente a uma mercadoria,
serviço ou patrimônio. Já os custos variáveis são aqueles que Associação Brasileira de Custos - ABC. Disponível em:
variam em função da quantidade produzida, ou seja, estão http://www.abcustos.org.br/.
vinculados ao volume de produção. Classe Contábil. Disponível em: http://www.
classecontabil.com.br/v3/.
2 - Margem de contribuição Comitê de Pronunciamentos Contábeis. Disponível em:
http://www.cpc.org.br/mostraOrientacao.php?id=17.
Aprendemos que Margem de Contribuição é a Congresso Brasileiro de Custos - ABC. Disponível em:
diferença entre o preço de venda e os custos variáveis. Desse http://www.abcustos.org.br/congresso/view?ID_
modo, para formar a margem de contribuição é preciso levar CONGRESSO=21.
em consideração as despesas variáveis e, assim, formar a Revista Brasileira de Contabilidade - CFC. Disponível em:
www.cfc.org.br/conteudo.aspx?codMenu=9.
margem de contribuição. Assim, as despesas variáveis devem
ser apropriadas na margem de contribuição.
Os valores que integram a margem de contribuição são Após terem realizado uma boa leitura dos assuntos abordados em nossa
os preços de vendas brutas e de vendas líquidas, utilizados aula, na Sala Virtual estão disponíveis os arquivos com as Atividades que
para calcular a margem de contribuição. deverão ser respondidas e enviadas. Procurem resolver as atividades
dentro dos prazos estabelecidos. Agora é com vocês!
3 - Métodos: margem de contribuição como
ferramenta gerencial Minhas anotações
A margem de contribuição apresenta três formas:

• Margem de Contribuição Positiva é quando o preço


de venda é maior do que os custos com materiais e
mão de obra direta;
• Margem de Contribuição Neutra é a situação na
qual a diferença entre o preço de venda e do custo
variável seja igual a zero;
• Margem de Contribuição Negativa é o
resultado negativo da diferença entre o preço de venda e
dos custos variáveis.
Gestão de Custos

Aula 4º

Custo, capacidade produtiva, lucro

Disponível em: http://www.vidadeexecutivo.com/2010/07/refl exoes-sobre-o-lucro.

html. Acesso em: 14 abr. 2012.

Olá, pessoal! Vamos a mais uma etapa da disciplina


de Gestão de Custos. Nas aulas anteriores, aprendemos sobre
os princípios contábeis, a operação e os custos de produção, os
valores e a margem de contribuição.
Nesta aula, verificaremos a relação da capacidade produtiva
com o custo fixo, bem como a relação entre a composição
do produto e o mercado, a fim de tomarmos decisões
para a empresa quanto ao preço de venda, considerando o
funcionamento do mercado, em uma economia de mercado.
Bons estudos!

Objetivos de aprendizagem

Ao término desta aula, vocês serão capazes de:

• compreender o comportamento do custo fixo e a capacidade de produção da empresa;


• analisar a margem de contribuição, em relação à composição do produto e o mercado.
29
X1 e nossa capacidade de produção passará para CMP2.
Seções de estudo Consequentemente, os pontos de equilíbrio ficarão mais altos
e precisaremos vender mais para atingir nossos objetivos.

1 - Componentes do fixo
2 - Análise da margem de contribuição

1 - Componentes do fixo
Vimos que o custo fixo de uma empresa é composto
basicamente por: depreciação de máquinas, locação do Disponível em: http://consultoriafaccin.com.br/artigos-faccin/analise-critica-
imóvel da fábrica, energia, mão de obra indireta, entre outros. indiciamento-SESVESP-suposto-cartel-b.html. Acesso em: 17 mar. 2012.
Abaixo, na Figura 1, exemplificamos os fatores que
compõe a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE):
Para entendermos melhor a relação da capacidade
Figura 1 - Demonstração do resultado do exercício produtiva com o custo fixo, vamos tomar como exemplo
um ônibus. Para transportar de 0 a 50 passageiros é necessário
um ônibus e um motorista (custo fixo). Para transportar de
51 a 100 passageiros, é preciso dois ônibus e dois motoristas.
Consequentemente, o custo fixo vai dobrar.
Podemos tomar como regra geral com relação ao custo
fixo e a capacidade de produção:

• o porte da empresa deve ser dimensionado de


acordo com a participação no mercado que a
empresa pretende ter;
• quando a empresa estiver produzindo e vendendo
Disponível em: http://paula-contabeis-una.blogspot.com.br/. Acesso em: 31 mar.
toda sua produção, antes de fazer novos
2012.
investimentos, poderemos explorar mais nossa
estrutura trabalhando com dois ou três turnos
O custo fixo total representa o custo com a estrutura de trabalho, pois se o aumento de demanda for
da empresa. Assim, quanto maior o custo fixo, teoricamente temporário não justifica novos investimentos;
maior será o porte da empresa. • novos investimentos para aumentar a capacidade
No Gráfico 1, abaixo, poderemos visualizar melhor o de produção só serão justificados de acordo com
comportamento do custo fixo e a capacidade de produção a participação no mercado que a empresa pretende
da empresa. ter;
• quando a empresa estiver produzindo e vendendo
Gráfico 1 - Custo fixo toda sua produção, antes de fazer novos
investimentos, poderemos explorar mais nossa
estrutura trabalhando com dois ou três turnos
de trabalho, pois se o aumento de demanda for
temporário não justifica novos investimentos;
• novos investimentos para aumentar a
capacidade de produção só serão justificados
quando o mercado estiver consolidado e absorver tal
produção.

Fonte: arquivo pessoal.


Usando o exemplo do ônibus, não justificaria a compra
de um segundo ônibus apenas para atender 10 passageiros a
Percebemos que o custo fixo total quando bem mais.
administrado representa o porte da empresa. Assim, com um Vale lembrar que o custo fixo, depois de contratado, é
custo fixo X poderemos produzir no máximo uma quantidade difícil de diminuirmos. Por exemplo: depois que a empresa
de produto representada no gráfico por CMP1 (capacidade adquirir o segundo ônibus e contratar o segundo motorista,
máxima de produção). a perda para se desfazer dos mesmos será grande, por isso,
Se quisermos produzir qualquer unidade a mais é necessário a análise do mercado antes da aquisição. Pensem
precisaremos investir mais, comprar mais máquinas, contratar nisso.
mais mão de obra, enfim, nosso custo fixo irá aumentar para Agora, para continuar a nossa construção do
conhecimento, na próxima seção, vamos analisar a margem
Gestão de Custos 30
de contribuição, mediante a composição do produto e do Tabela 1 - Dados de simulação: empresa produz óleo
mercado. de soja

2 - Análise da margem de
contribuição
Quando analisamos a margem de contribuição,
verificamos a composição do produto e o mercado.

MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO = PREÇO DE


VENDA – CUSTO VARIÁVEL

Para aumentarmos ou diminuirmos a margem de


contribuição, temos quatro alternativas:

• aumento de preço de venda - toda vez que


aumentamos o preço de venda, nossa margem de
Fonte: criação própria.
contribuição aumenta. Contudo, corremos o risco
de vender uma menor quantidade e poderemos Na tabela acima, temos todas as informações,
perder mais na queda do volume de vendas do que considerando que os pontos de equilíbrio e a capacidade
ganhamos com o aumento de preços. Não podemos de produção são mensais. Podemos observar que o ponto
esquecer que quem determina o preço ideal é o de equilíbrio econômico está bem próximo da capacidade
mercado. máxima de produção, ou seja, para obtermos um lucro de
R$ 30.000,00 mensais precisamos vender praticamente toda a
• diminuição do preço de venda - toda vez que capacidade de produção da empresa.
diminuímos nosso preço de venda, nossa margem Vamos imaginar todas as alterações possíveis, conforme
de contribuição diminui. Em contrapartida, a abaixo:
quantidade pode aumentar. Nesse caso, o que
estamos deixando de ganhar no preço, poderemos
ganhar no aumento do volume de vendas.
• diminuição do custo variável - cuidado! Toda vez
que procuramos diminuir custo variável, estamos
mexendo na qualidade do nosso produto, pois os
custos variáveis representam a matériaprima e a mão
de obra especializada. Não podemos diminuir custo
variável apenas pensando em aumentar a margem
de contribuição, porque a qualidade poderá cair e as
vendas despencarem.
• aumento do custo variável - toda vez que
aumentamos o custo variável sem aumento do preço Disponível em: http://blog.uniararas.br/administracao/?p=469. Acesso em 30
mar. 2012.
de venda nossa margem de contribuição diminui e
precisaremos vender mais para atingir nossas metas.
Tabela 2 - Custo fixo e depreciação
Só podemos justificar o aumento do custo variável
quando pudermos repassar esse aumento no preço
final do produto, caso contrário tal acréscimo de
custo provocará um aumento no volume de venda.

Para entendermos melhor as teorias acima, vamos


simular uma empresa produzindo óleo de soja, cujo
produto principal é o óleo de soja enlatado. Observem na
Tabela 1, abaixo, os dados da simulação de uma empresa que
produz óleo de soja.

Fonte: criação própria.


31
Tabela 4 - Preço de venda e produção

Disponível em: http://amaraldavila.com.br/site/2012/02/page/2/. Avcesso em: 30

abr. 2012.

Fonte: criação própria.


Isso significa que mesmo a empresa produza 100%
de sua capacidade não conseguirá cobrir seus custos de
produção. Nesse caso, a empresa trabalha sempre no prejuízo
conseguindo, no máximo, honrar seus compromissos
financeiros com terceiros.

Tabela 3 - Aumento do custo fixo na produção

Disponível em: http://focoemnegocios.wordpress.com/category/citacao/. Acesso

em: 30 mar. 2012.

Fonte: criação própria.

Disponível em: http://obrasbrasil.blogspot.com.br/2011_05_08_archive.html.

Acesso em: 31 mar. 2012.


Gestão de Custos 32
Tabela 7 - Aumento do custo variável

Podemos, sim, reduzir custos variáveis sem alterar


a qualidade do nosso produto. Para isso, precisamos
acompanhar o mercado que fornece matéria-prima para o Fonte: elaboração própria.

nosso produto.
Conforme exposto, pudemos concluir que todas as
Tabela 6 - Redução do custo de produção decisões com relação à variação de preço e custo influenciarão
diretamente no volume a ser produzido para que a empresa
obtenha o lucro desejado.
Como estamos indo até aqui? Esperamos que o
conteúdo esteja sendo entendido. Nosso objetivo é tornar a
aprendizagem de vocês um momento de realização pessoal e
profissional.

Caso tenham sugestões, comentários, críticas ou tenham ficado com


dúvidas, acessem as ferramentas “Fórum” ou “Quadro de Avisos”. Já
estamos no ambiente virtual esperando sua participação!
Não deixem de fazer as leituras sugeridas e consultar os sites ao final da
aula. Até a próxima aula!

Retomando a aula
Fonte: criação própria.

E como verificamos na tabela anterior, quando reduzimos


o custo variável, aumentamos a margem de contribuição, Agora, para consolidar os conhecimentos adquiridos,
diminuindo as quantidades a serem produzidas nos pontos vamos relembrar os principais pontos estudados na
de equilíbrio. Aula 04:

1 - Componentes do custo fixo

Na seção 01, aprendemos que o custo fixo de uma


empresa é composto basicamente por: depreciação de
máquinas, locação do imóvel da fábrica, energia, mão de obra
indireta, entre outros.
O custo fixo total representa o custo com a estrutura
da empresa. Assim, quanto maior o custo fixo, teoricamente
maior será o porte da empresa.

Disponível em: http://www.manutencaoesuprimentos.com.br/conteudo/6346- 2 - Análise da margem de contribuição


caracteristicas-da-economia-natural/. Acesso em: 15 abr. 2012.

Vimos que para analisarmos a margem de contribuição,


Com o exemplo acima, onde verificamos as alterações
é preciso verificar a composição do produto e o mercado. A
das variáveis de custo e preço, conseguimos visualizar a
margem de contribuição, portanto, é igual ao preço de venda,
relação direta entre custo/volume e lucro.
subtraído do custo variável.
33
Todas as decisões com relação à variação de preço e
custo influenciarão diretamente no volume a ser produzido
para que a empresa obtenha o lucro desejado.

Vale a pena

Vale a pena ler


HONRNGREN, Charles T.; SRIKANT M.; FOSTER,
George. Contabilidade de custos. 11. ed. São Paulo: Pearson –
Prentice Hall, 2004.
SOUZA, Alceu; CRUZ, June Alisson Westarb.
Classificando Custos Fixos e Variáveis por meio de Métodos
Estatísticos. Revista Mineira de Contabilidade, v. 34, p. 22-30,
2009.

Vale a pena acessar

Associação Brasileira de Custos - ABC. Disponível em:


http://www.abcustos.org.br/.
Congresso Brasileiro de Custos - ABC. Disponível em:
http://www.abcustos.org.br/congresso/view?ID_
CONGRESSO=21.
CRUZ, June Alisson Westarb; MARTINS, Tomás
Sparano; GUINDANI, Roberto Ari; STADLER,
Humberto; BARROS NETO, Remi Celso. Custo de Capital e
de Oportunidade na Estrutura do Custeio Direto: Uma abordagem
Empírica. In: Cadernos da Escola de Negócios da Unibrasil
– N. 06 – 2008. Disponível em: http://apps.unibrasil.com.
br/revista/index. php/negociosonline/article/view/191. 

As atividades referentes a esta aula estão disponibilizadas na ferramenta


“Sala Virtual – Atividades”. Após responder, enviem-nas por meio do
Portfólio – ferramenta do ambiente de aprendizagem UNIGRAN Virtual.

Minhas anotações
Gestão de Custos

Aula 5º

Pontos de equilíbrio: contábil,


financeiro e econômico

Então, turma, estão animados(as) para continuar


estudando os conteúdos propostos no Plano de Ensino desta
disciplina, tirando o máximo de proveito e enriquecendo
conhecimentos para a sua formação?
Nesta aula, é importante destacar que iremos fazer uso de
todos os métodos estudados até agora, bem como os termos
e definições a respeito de custos e suas classificações e ainda
teremos a presença constante da margem de contribuição.
Tais assuntos abordados, com certeza, fundamentarão seus
conhecimentos e contribuirão para um melhor entendimento,
esclarecendo-os(as) para realizarem com sucesso as atividades
propostas para esta aula.
Sendo assim, vamos continuar firmes em nossos
estudos, pois é a partir da agregação contínua de novos
conhecimentos que nos tornaremos profissionais qualificados.
Bons estudos!

Objetivos de aprendizagem

Ao término desta aula, vocês serão capazes de:

• compreender e conceituar o ponto de equilíbrio;


• calcular os três pontos de equilíbrio: o contábil, o financeiro e o econômico;
• conceituar e calcular a margem de contribuição.
35
Os custos variáveis unitários da empresa são:
Seções de estudo

1 - Conceitos: pontos de equilíbrio


2 - Métodos: quantidade e valor

1 - Conceitos: pontos de equilíbrio Os custos fixos e despesas fixas mensais da empresa são
os seguintes:
Para iniciar nossas reflexões nesta aula, é importante
sabermos a respeito do que se trata o ponto de equilíbrio.
De acordo com Berti (2009, p. 149), aprendemos que:

O ponto de equilíbrio é o momento em


que o resultado das operações das empresas é
nulo, ou seja, a receita total é igual à soma dos
custos e despesas totais. Se a empresa operar
acima desse nível, passa a ter um resultado
positivo (lucro), abaixo desse nível o resultado
é negativo (prejuízo).

Então, o ponto de equilíbrio é o momento que a empresa não tem nem


lucro e nem prejuízo, pois o resultado é nulo.

Comumente em economia, o ponto de equilíbrio,


também denominado ponto de ruptura (break-even-point), é a
conjugação de receitas totais com os custos totais.
O ponto de equilíbrio em uma economia de mercado
Notem que neste caso, temos que produzir 2980 unidades para pagar
nada mais é do que a igualdade entre receitas totais e a
os custos e despesas fixas da empresa.
somatória dos custos totais com as despesas totais. Podemos
representar o ponto de equilíbrio através da fórmula:
Podemos verificar que ponto de equilíbrio ocorrerá
quando a empresa produzir e vender 2.980 unidades.
Para isso, elaboramos um demonstrativo de resultado
para verificar se a nossa fórmula está correta:

Tabela 1 - Ponto de equilíbrio


Na fórmula acima percebemos que há uma igualdade,
ou seja, o ponto de equilíbrio por definição representa uma
situação onde para determinado preço de venda, custo
variável, custo fixo e quantidade vendida a empresa não terá
lucro ou prejuízo.
Podemos afirmar que quando a empresa atinge o seu
ponto de equilíbrio, ao aplicarmos o cálculo “receita total -
custos totais - despesas totais” o resultado será igual a zero.
Exemplo - Em uma empresa que produz peças para
computadores, apresentaram-se os seguintes dados para o
mês de agosto de 2011:
O preço de venda por unidade da empresa é o seguinte:

PREÇO DE VENDA R$ 36,00


Despesas com água e luz R$ 2.100,00
Fonte: elaboração do autor.
Honorários contábeis R$ 1.500,00
Salários R$ 25.354,00 Podemos verificar que o ponto de equilíbrio dessa
Encargos sociais sob os salários R$ 6.726,00 empresa ocorreu em 2.980 unidades. Nessa situação, a
empresa não apresentou nem lucro nem prejuízo.
Seguros R$ 12.000,00 Observem que há um ponto de equilíbrio em unidades,
Total R$ 47.680,00 mas caso eu queira saber em valor que formula e que maneira
iria usar as informações para chegar a este resultado.
Gestão de Custos 36
E o ponto de equilíbrio em valor, como seria? 2.1 - Ponto de equilíbrio contábil
Como foi visto no exemplo logo acima, é preciso que
tenha uma produção ou volume de vendas de 2.980 unidades, Gráfico 1 - Ponto de equilíbrio
mas para caso eu queira saber qual é o valor deste ponto de
equilíbrio para que possa ser pago os custos e despesas da
empresa de computadores.
Tudo tranquilo, até aqui?! E então, entenderam direitinho
o conteúdo? Na próxima seção, estudaremos os passos do
método contábil utilizados para apurar a quantidade e o valor
da margem de contribuição.

2 - Métodos: quantidade e valor


Para calcular o ponto de equilíbrio, seguimos os seguintes
passos:

1º Passo – encontrar o percentual da margem de


contribuição.

Disponível em: http://kotarotsuji.blogspot.com.br/2010/12/qual-o-futurodos-

produtos-brasileiros.html. Acesso em: 17 mar. 2012.

O ponto de equilíbrio contábil representa o volume que


2º Passo – aplicar o percentual da margem de contribuição
a empresa necessita produzir para cobrir todos os seus custos
aos custos e despesas fixas totais.
e as suas despesas.
Utilizando a fórmula da margem de contribuição,
podemos simplificar a fórmula do ponto de equilíbrio contábil
conforme demonstrado abaixo:

Sendo assim:

→→ Onde:

PEC = Ponto de equilíbrio contábil


CF = Custo fixo do período
Então, o Ponto de equilíbrio valor é justamente o valor DESP = Despesa total do período
apresentado logo abaixo: MCU = Margem de contribuição unitária

O preço de venda por unidade da empresa é o seguinte:

Ou seja:

Os custos fixos e despesas fixas mensais da empresa são


os seguintes:

Muito bem, pessoal, vamos em frente, pois temos outros


pontos de equilíbrio a serem tratados. Para uma melhor
análise das operações e das finanças da empresa, utilizaremos O custo variável unitário da empresa é o seguinte:
não um, mas três pontos de equilíbrio.
37

Nossa margem de contribuição será:


2º Passo – aplicar o percentual da margem de
contribuição aos custos e despesas fixas totais.

Se tomarmos como exemplo a situação anterior e


calcularmos o ponto de equilíbrio contábil com a nova
fórmula, ficará muito mais simples.
Logo:
Sendo assim:

Então, temos a seguinte quantidade:


Então, o Ponto de equilíbrio valor é justamente o valor
apresentado logo a seguir:

Neste momento, é importante verificar como está o


resultado apresentado pelo método do ponto de equilíbrio
contábil. Ou seja:
É importante que o responsável pelas decisões na
empresa verificar as condições para que possa realmente
estar produzindo ou comercializando determinado item de
sua linha de produção ou linha direcionadora ao mercado
consumidor.

Tabela 2 - Ponto de equilíbrio contábil Para melhor compreensão, vamos visualizar abaixo o
gráfico do ponto de equilíbrio contábil.

Gráfico 2 - Ponto de equilíbrio contábil

Para calcular o ponto de equilíbrio contábil, seguimos


os seguintes passos:
Se observarmos o gráfico acima verificaremos que:
1º Passo – encontrar o percentual da margem • se a empresa produzir abaixo do ponto de equilíbrio,
de contribuição. entrará no prejuízo;
• a empresa só terá lucro quando produzir acima
Gestão de Custos 38
do ponto de equilíbrio; MAS, O QUE É DEPRECIAÇÃO?
• quanto mais a empresa produzir, maior será o seu
lucro. De acordo com artigo 305, da Regulamentação do
Imposto de Renda a Pessoa Jurídica:
O ponto de equilíbrio contábil tem como utilidade
principal fornecer a quantidade mínima que a empresa poderá
produzir sem que entre no prejuízo. A depreciação de bens do ativo imobilizado
Quando a empresa trabalha um longo período de tempo corresponde à diminuição do valor dos
produzindo apenas a quantidade de ponto de equilíbrio elementos ali classificáveis, resultante do
contábil poderá ocorrer que: desgaste pelo uso, ação da natureza ou
• manterá a sua estrutura atual e qualquer ampliação obsolescência normal.
dependerá de capital de terceiros; Referida perda de valor dos ativos, que têm
• a empresa não conseguirá ser agressiva no mercado e por objeto bens físicos do ativo imobilizado
poderá ser absorvida ou sufocada pela concorrência.
das empresas, será registrada periodicamente
2.2 - Ponto de equilíbrio nas contas de custo ou despesa (encargos
financeiro de depreciação do período de apuração) que
terão como contrapartida contas de registro
da depreciação acumulada, classifi cadas como
contas retifi cadoras do ativo permanente
(RIR/1999).

Tomando o exemplo anterior, onde identificamos o valor


da depreciação de máquinas, poderemos calcular o ponto de
equilíbrio financeiro.
O preço de venda por unidade da empresa é o seguinte:

Fonte: http://profwagnerbueno.wordpress.com/2010/06/21/administracao-
Os custos fixos e despesas fixas mensais da empresa são
financeira-equilibriofinanceiro/. Acesso em: 30 mar. 2012.
os seguintes:
Todas as empresas, sejam industriais, comerciais ou prestadoras de
serviços, possuem sazonalidade em suas atividades, isto é, operam em
alta no período relativo a dada estação do ano.
Por exemplo: uma cervejaria vende mais nos meses de verão do que nos
meses de inverno.

O ponto de equilíbrio financeiro nos fornecerá a


O custo variável unitário da empresa é o seguinte:
quantidade mínima a ser produzida para que a empresa
consiga honrar seus compromissos financeiros com terceiros.
Existem alguns custos e despesas que não desembolsamos.
Podemos exemplificar tais custos como a depreciação de
máquinas e aluguel de prédio próprio. São valores que ficarão
no caixa da empresa. Nossa margem de contribuição será:
Utilizamos a seguinte fórmula para calcular o ponto de
equilíbrio financeiro:

Se tomarmos como exemplo a situação anterior e


calcularmos o ponto de equilíbrio financeiro com a nova
→→ Onde: fórmula, ficará muito mais simples.
Logo:
PEF = Ponto de equilíbrio financeiro
CF = Custo fixo do período
DESP = Despesa total do período
DEP = Depreciação de máquinas
MC = Margem de contribuição unitária
39
Sendo o ponto de equilíbrio financeiro é o momento em
que as receitas líquidas de vendas empatam com a parcela de
custos totais.

Tabela 3 - Ponto de equilíbrio financeiro


Para atingir o ponto de equilíbrio financeiro, a empresa
deverá produzir 600 unidades a menos do que para atingir
o ponto de equilíbrio contábil. Graficamente, o ponto de
equilíbrio financeiro ficará representado da seguinte forma:

Gráfico 3 - Ponto de equilíbrio financeiro

Para calcular o ponto de equilíbrio financeiro, seguimos


os seguintes passos:

1º Passo – encontrar o percentual da margem


de contribuição.
Fonte: arquivo pessoal.

Analisando o gráfico percebemos que:

• quando retiramos o valor da depreciação do custo


2º Passo – aplicar o percentual da margem de fixo total, o seu valor diminuiu;
contribuição aos custos e despesas fixas totais. • com o custo fixo menor, a empresa precisa produzir
menos para atingir o ponto de equilíbrio financeiro;
• o ponto de equilíbrio financeiro está localizado na
área de prejuízo contábil da empresa.

Com relação à situação da empresa ao longo do tempo,


podemos afirmar que:

Sendo assim: • quando a empresa opera produzindo apenas a


quantidade relativa ao ponto de equilíbrio financeiro,
terá um prejuízo igual ao valor da depreciação;
• se a empresa trabalhar por um período
prolongado nesta situação, não conseguirá repor ou
fazer a manutenção de suas máquinas. Desse modo,
a empresa ficará sucateada;
Então, o ponto de equilíbrio valor é justamente o valor • toda vez que a empresa produzir a quantidade do
apresentado logo abaixo: ponto de equilíbrio financeiro em períodos de baixa
nas vendas, posteriormente deverá produzir a mais
para cumprir as suas metas.

Nessa situação, a empresa conseguirá manter seus


Ou seja: pagamentos em dia, apenas com terceiros.
Gestão de Custos 40
2.3 - Ponto de equilíbrio econômico

O custo variável unitário da empresa é o seguinte:

Disponível em: http://diariodeumeconomista.blogspot.com.br/2011/09/


equilibrio-economico-verdade-ou-mito.html. Acesso em: 31 mar. 2012.
Nossa margem de contribuição será:
Nos tempos atuais onde a concorrência é global, as empresas veem
o lucro como uma obrigação tão séria quanto uma dívida junto a um
fornecedor.

Para estabelecer metas de venda e lucro, todas as


Se tomarmos como exemplo a situação anterior e
empresas determinam um retorno sobre o capital investido.
calcularmos o ponto de equilíbrio financeiro com a nova
Esse retorno é calculado com base nos riscos da atividade e fórmula, ficará muito mais simples.
na comparação com o mercado financeiro. Logo:
Por exemplo: se uma empresa investe um capital qualquer
em uma atividade, o lucro ao final do exercício deverá ser igual
ou superior ao que a empresa ganharia no mercado financeiro.
Caso contrário seria preferível manter o capital aplicado.
Para a empresa determinar metas de vendas, surgiu o
ponto de equilíbrio econômico, que poderá ser calculado por Então, temos a seguinte quantidade:
meio da seguinte fórmula:

Sendo o ponto de equilíbrio econômico é o momento


em que as receitas líquidas de vendas empatam com a parcela
de custos totais.
Onde:
Tabela 4 - Ponto de equilíbrio econômico
PEE = Ponto de equilíbrio econômico
CF = Custo fixo do período
DESP = Despesa total do período
Rs/A = Retorno sobre o ativo
MC = Margem de contribuição unitária

Seguindo o exemplo anterior, e supondo que a empresa


investiu R$ 20.000,00 e deseja obter um retorno sobre o
investimento de 10%, o retorno sobre o ativo no período
será de R$ 2.000,00. As informações contábeis ficariam da
seguinte forma:
O preço de venda por unidade da empresa é o seguinte:

Fonte: elaboração própria.

Para calcular o ponto de equilíbrio econômico, seguimos


Os custos fixos e despesas fixas mensais da empresa são os seguintes passos:
os seguintes:
1º Passo – encontrar o percentual da margem
de contribuição.
41
Então, o Ponto de equilíbrio valor é justamente o valor
apresentado logo abaixo:

2º Passo – aplicar o percentual da margem de


contribuição aos custos e despesas fixas totais.

Ou seja:

Sendo assim:
Para a empresa cumprir as metas de lucro, deverá
produzir no mínimo 2.510 unidades. Graficamente, o ponto
de equilíbrio econômico ficaria da seguinte forma:

Gráfico 4 - Ponto de equilíbrio econômico

Fonte: arquivo pessoal.


Gestão de Custos 42
Em análise ao gráfico acima, verificamos que: a empresa consiga honrar seus compromissos
financeiros com terceiros. Há alguns custos e
• precisamos produzir acima do ponto de despesas que não são desembolsados como, por
equilíbrio contábil para atingir o ponto de equilíbrio exemplo, a depreciação de máquinas e aluguel de
econômico; prédio próprio. Estes valores ficarão no caixa da
• quando a empresa atinge seu ponto de equilíbrio empresa.
econômico, obterá um lucro igual ao seu retorno • Ponto de Equilíbrio Econômico - Surgiu da
sobre o ativo; necessidade das empresas estabelecerem metas de
• quando a empresa trabalha no ponto de equilíbrio vendas e lucro, para determinarem um retorno sobre
econômico conseguirá cumprir suas metas de o capital investido. Esse retorno é calculado com
base nos riscos da atividade e na comparação com o
resultado.
mercado financeiro.
Aprendemos, assim, os passos para calcular os três
pontos de equilíbrio: contábil, financeiro e econômico, bem
como também a margem de contribuição. Vale a pena
Fizemos uma caminhada interessante nesta aula, concordam? Até aqui
adquirimos conhecimentos essenciais para a formação profissional,
portanto, as ferramentas estudadas serão de grande utilidade para
trabalharmos em nosso dia a dia, em relação a processos de tomada
de decisão nas empresas, sem deixar de sempre buscar novos métodos
e tecnologias que possa facilitar e melhorar continuamente o meio no Vale a pena ler
qual exerceremos nossa profissão.
CALDERELLI, Antonio. Enciclopédia Contábil e
Não esqueçam! Em caso de dúvidas, acessem as ferramentas “Fórum”
Comercial Brasileira. 29. São Paulo: Cetec, 2004.
ou “Quadro de Avisos”.
CREPALDI, Silvio Aparecido. Curso Básico de
A seguir, resumimos os pontos principais desta aula e a seguir foram
Contabilidade de Custos. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
disponibilizadas algumas sugestões de Leituras e Sites. Até a próxima
MARION, José Carlos; REIS, Arnaldo Carlos de
aula!
Resende. Mudanças nas Demonstrações Contábeis. São Paulo:
Saraiva, 2003.
OLIVEIRA. Edson. Contabilidade informatizada: Teoria
Retomando a aula
e Prática. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2006.

Parece que estamos indo bem! Então, para encerrar


a Aula 05, vamos recordar os temas que foram
abordados:  Vale a pena acessar

Associação Brasileira de Custos - ABC. Disponível em:


1 - Conceitos: pontos de equilíbrio http://www.abcustos.org.br/.
Fundação Brasileira de Contabilidade - FBC. Disponível
O ponto de equilíbrio, em economia, denominado ponto em: www.fbc.org.br/fbc.htm.
de ruptura (break-even-point), é a conjugação de receitas Classe Contábil. Disponível em: http://www.
totais com os custos totais, ou seja, a receita total é igual à classecontabil.com.br/v3/
soma dos custos e despesas totais, sendo nulo o resultado das Contabilidade Financeira. Disponível em: http://
operações das empresas. contabilidadefinanceira.blogspot.com. br/2011/10/ifrs-no-
Quando uma empresa opera acima desse nível, passa a brasil.html.
ter um resultado positivo (lucro), quando opera abaixo desse Demonstrações Financeiras. Disponível em: http://www.
nível o resultado é negativo (prejuízo). cvm.gov.br.
Regulamentação do Imposto de Renda a Pessoa Jurídica.
2 - Métodos: quantidade e valor Disponível em: http://www.receita.fazenda.gov. br/
PessoaJuridica/DIPJ/2005/PergResp2005/pr360a373.
• Ponto de Equilíbrio Contábil - Tem como utilidade htm.
principal fornecer a quantidade mínima que a Revista Brasileira de Contabilidade - CFC. Disponível em:
empresa poderá produzir sem que entre no prejuízo, www.cfc.org.br/conteudo. aspx?codMenu=9.
ou seja, representa o volume que a empresa necessita
produzir para cobrir todos os seus custos e as suas
Após terem realizado uma boa leitura dos assuntos abordados em nesta
despesas.
aula, na Sala Virtual estão disponíveis os arquivos com as Atividades que
• Ponto de Equilíbrio Financeiro - Fornece a
deverão ser respondidas e enviadas. Procurem resolver as atividades
quantidade mínima a ser produzida para que
dentro dos prazos estabelecidos. Agora é com vocês!
Aula 6º

Margem de segurança e
alavancagem operacional

Disponível em: http://informacaocontabil.blogspot.com.br/2011_04_01_archive.


html. Acesso em: 07 abr. 2012.

Olá, pessoal!
Toda empresa trabalha com uma relação básica de três
variáveis para atingir seus objetivos. Nas aulas anteriores,
aprendemos a calcular a margem de contribuição e os pontos
de equilíbrio.
Nesta aula, aprenderemos sobre a margem de
segurança, a alavancagem operacional e mais algumas margens
de contribuição
Tais conhecimentos nos possibilitarão interpretar as
informações e a tomar decisões para alterar os valores, a fim de
atingirmos os objetivos da empresa. Vamos lá?!
Bons estudos!

Objetivos de aprendizagem

Ao término desta aula, vocês serão capazes de:

• definir, identificar e calcular a margem de segurança e alavancagem operacional;


• determinar como fixar o preço de venda, pelo custo variável e pela margem de contribuição;
• identificar e calcular a Margem de Contribuição total ou por pedido, por pedido, total por cliente ou preço de venda.
Gestão de Custos 44
Receita atual = 20 x 80.000,00 = 1.600.000,00
Seções de estudo Receita no ponto de equilíbrio = 15 x 80.000,00 =
1.200.000,00

1 - Margem de segurança
2 - Alavancagem operacional
3 - Outras formas de margem de contribuição
Podemos verificar que a margem de segurança, neste caso,
corresponde a 25%, o que indica que as vendas da empresa
1 - Margem de segurança podem cair 25% sem que a empresa entre no prejuízo.
Na próxima seção, vamos entender do que se trata a
Alavancagem Operacional. Vamos lá?!

2 - Alavancagem operacional
Outro indicador com o qual podemos contar é a Alavancagem
Operacional, que nos mostra a relação entre o aumento de volume de
produção e o aumento de lucro. A Alavancagem Operacional, então, é o
efeito das variações de volume sobre o lucro.

Disponível em: http://sindicacau.blogspot.com.br/2011/05/seis-estados-nao-

conseguem-aprovar.html. Acesso em: 21 abr. 2012.

Nos tempos atuais, com o advento da informática, ficou


bastante fácil simular vários demonstrativos que até então
demorava dias. Foram criados alguns indicadores para facilitar
a visualização da situação financeira e operacional da empresa.
Podemos definir Margem de Segurança (MS), como
sendo o percentual que as nossas vendas podem cair sem que Disponível em: http://www.neogrid.com.br/blog/. Acesso em: 22 abr. 2012.
a empresa entre no prejuízo.
Margem de Segurança (MS), então, é a diferença entre o
volume de vendas com a empresa está operando e volume
de vendas no ponto de equilíbrio.
A Margem de Segurança pode ser calculada a partir da
seguinte fórmula: Para entendermos melhor a Alavancagem Operacional,
vamos retomar o exemplo anterior, dado na Seção 1, onde
Onde: a empresa produzindo 20 casas apresentou um lucro de R$
400.000,00, e passando para 30 casas o seu lucro será de
R$ 900.000,00.

Onde, então, temos:

MS = Margem de segurança
RA = Receita atual
RPE = Receita no ponto de equilíbrio
Desse modo, nossa Alavancagem Operacional será de
1,50.
Então, vamos ver um exemplo?!
O calculo é bastante fácil, precisamos apenas saber o que
Supondo que uma empresa constrói casas populares,
esse número quer dizer.
cujo volume de vendas é de 20 casas mensais, que seu ponto A Alavancagem Operacional é de 1,5, que significa
de equilíbrio contábil é de 15 casas e sabendo que o preço de que para cada 1% de aumento de volume teremos 1,5% de
é de R$ 80.000,00 por unidade, podemos calcular a margem aumento no lucro.
de segurança:
45
Importante Então, para melhor compreensão vejam o exemplo.
Toda a vez que a alavancagem operacional for maior do que 1 (um) é
bom para empresa, pois significa que o aumento no lucro é maior do Uma empresa produz cerveja e refrigerante. Sua
que o aumento do volume de produção. É problema para a empresa margem de contribuição unitária é de R$ 0,45 por garrafa e
quando a alavancagem operacional for menor do que 1 (um), porque no mês foram vendidas 1.000.000 de unidades. A margem
estaremos tendo um aumento maior no volume do que o aumento no de contribuição total da cerveja é de:
lucro.
MCT = 0,45 x 1.000.000
Tudo bem até aqui? Então, vamos adiante? MCT = R$ 450.000,00

No exemplo acima, a margem de contribuição total da


3 - Outras formas de margem de cerveja foi de R$ 450.000,00. Esse foi o valor que a cerveja
contribuição contribuiu para pagar os custos fixos e o lucro da empresa.

Margem de Contribuição é uma das ferramentas de 3.2 - Margem de contribuição por


decisão que nos auxilia em praticamente todas as decisões pedido
financeiras e produtivas dentro da empresa.
Podemos calcular a margem de contribuição de um
Margem de contribuição é a diferença entre o preço de venda e os pedido ou venda usando a fórmula da margem de contribuição
custos variáveis. total. Exemplo:

A margem de contribuição apresentada em aulas


anteriores foi apenas a margem de contribuição unitária. É
um cálculo bastante simples que pode ser utilizado de várias
formas.

No exemplo acima temos o valor total da venda, mas


o que interessa para a empresa é o que realmente sobra desse
valor. Então, calculamos a margem de contribuição total.
Podemos criar um sistema de computador que fará isso
automaticamente.
=

Disponível em: http://www.revistasusp.sibi.usp.br/scielo.php?pid=S1982-

64862011000200007&script=sci_arttext. Acesso em: 14 abr. 2012.

Nas subseções abaixo, demonstraremos outras formas


de margem de contribuição que serão de grande utilidade para Na tabela acima, podemos verificar que a margem de
a utilização na administração da empresa. contribuição foi calculada por produto, e posteriormente
calculada a margem de contribuição total do pedido que, neste
3.1 - Margem de contribuição total caso, foi de R$ 1.190,00 de margem de contribuição total para
por produto um faturamento bruto de R$ 4.025,00.
Mais uma vez, ressaltamos que, muitas vezes, o que
Para podermos calcular a margem de contribuição total importa não é o valor de venda bruto, mas o que sobra para
de um produto, aplicamos a seguinte fórmula: a empresa.

MCT = MCU x QT
3 - Margem de contribuição total por
cliente
Onde:
Geralmente, classificamos como um bom cliente
MCT = Margem de contribuição total aquele que compra sempre, que paga em dia e que compra
MCU = Margem de contribuição unitária bastante. Podemos agregar a esta classificação o cliente que é
QT = Quantidade rentável. Para isso, utilizamos a margem de contribuição total
do cliente.
Gestão de Custos 46
Vejamos, então, o exemplo de como ficaria a margem
de contribuição total da empresa, utilizando um preço médio
para ambos os clientes:

Disponível em: http://socontando.blogspot.com.br/2011/04/principios-

fundamentais-da_12.html. Acesso em: 21 abr. 2012.

Calculamos a margem de contribuição total por cliente


somando todas as margens de contribuição total por pedido
durante o mês ou o ano.
Vejamos o exemplo de um cliente rentável:
Podemos comparar a margem de contribuição total das
duas últimas tabelas onde a soma é de R$ 61.000,00 contra os
R$ 37.400,00 anteriores, em que o volume de vendas era bem
maior.
Muitas vezes, o empresário muito preocupado com o
volume de vendas acaba se esquecendo da rentabilidade de
seu negócio. Na próxima aula, veremos a melhor decisão
Podemos verificar que o cliente João da Silva comprou sobre os preços e o volume de vendas.
um volume razoável e, além de todas as qualidades financeiras,
foi um cliente rentável. No ano de 2011 apresentou uma 3.4 - Margem de contribuição ou
margem de contribuição total de R$ 12.500,00. preço de venda
Exemplo de um cliente não rentável:
Parece até improvável o que vamos falar, mas existem
pessoas que ainda usam o preço de venda bruto para tomar
decisões com relação à compra ou a investimentos.
Vejamos um exemplo - Um agricultor que planta soja
em suas terras precisa comprar um implemento agrícola cujo
valor é de R$ 45.000,00. Ele faz o seguinte cálculo:

Podemos verificar que o Sr. Carlos da Silva manteve um


volume de compra de praticamente cinco vezes maior em
comparação ao volume do Sr. José da Silva, e que a margem
de contribuição do Sr. Carlos foi apenas duas vezes maior do
que a margem de contribuição do Sr. José.
Concluímos que nem sempre o cliente que apresenta O agricultor dividiu o valor do implemento pelo valor
o maior volume de compra ou faturamento é o cliente mais da saca de soja e apurou que precisava de 1.800 sacas de soja
rentável. para comprar o implemento.
Poderíamos questionar o nosso departamento de vendas:
Usando o valor do preço de venda para calcular a sua
O Sr. Carlos mantém esse volume de compras por causa do preço compra, o agricultor deixou de considerar que no preço bruto
menor? estão inclusos os custos variáveis de produção. Portanto, está
Se baixássemos o preço para o Sr. José não aumentaria seu volume de incorreta a forma como ele calculou.
compras? Supondo que o agricultor utilize a margem de
Como ficaria a margem de contribuição total da empresa se contribuição, o cálculo ficaria um pouco diferente. Observem:
trabalhássemos com um preço médio para os dois clientes?
47

Vale a pena

Notem que usando a fórmula da margem de contribuição


o agricultor precisaria de 4.500 sacas de soja para comprar Vale a pena ler
o implemento. Quantidade bem superior do que se fosse
utilizado o preço de venda para o cálculo. BERTI, Anélio. Contabilidade e Análise de Custos. 2. ed.
Contudo, vejam que ele estaria investindo no implemento Curitiba: Juruá, 2009.
MARTINS, E. Contabilidade de custos. 9. ed. São Paulo:
apenas a sobra dos custos variáveis, enquanto que, no
Atlas, 2006.
exemplo do preço de venda, ele estaria investindo todo o
NEVES, Silvério das; VICECONTI, Paulo Eduardo
valor da saca de soja, inclusive o valor dos custos variáveis. Vilchez. Contabilidade de Custos: um enfoque direto e objetivo.
7. ed. São Paulo: editora Frase, 2003.
Chegamos assim, ao final de nossa sexta aula. Esperamos estar PADOVEZE, C. L. Curso básico gerencial de custos. 2. ed.
contribuindo de maneira construtiva com o aprendizado de vocês! Até São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2006.
a próxima aula!

Retomando a aula
Vale a pena acessar

Associação Brasileira de Custos - ABC. Disponível em:


Parece que estamos indo bem! Então, para encerrar http://www.abcustos.org.br/.
a Aula 06, vamos recordar os temas que foram Congresso Brasileiro de Custos - ABC. Disponível em:
abordados: http://www.abcustos.org.br/congresso/view?ID_
CONGRESSO=21.
Fundação Brasileira de Contabilidade - FBC. Disponível
1 - Margem de Segurança
em: www.fbc.org.br/fbc.htm.
Alavancagem Financeira e Operacional. Disponível em:
Na seção 01t, vimos que a Margem de Segurança (MS), http://belezasheila.blogspot.com.br/2011/05/alavanc ag e
então, é a diferença entre o volume de vendas com a empresa m- financ e ira- e - ope rac ional. ht ml# ! /2 0 1 1 /0 5 /
está operando e volume de vendas no ponto de equilíbrio. alavanc ag e m- financeira-e-operacional.html.

2 - Alavancagem operacional
Após terem realizado uma boa leitura dos assuntos abordados em nesta
Verificamos que a Alavancagem Operacional nos aula, na Sala Virtual estão disponíveis os arquivos com as Atividades que
mostra a relação entre o aumento de volume de produção e deverão ser respondidas e enviadas. Procurem resolver as atividades
o aumento de lucro, sendo, então, o efeito das variações de dentro dos prazos estabelecidos.
Agora é com vocês!
volume sobre o lucro.

3 - Outras formas de margem de contribuição Minhas anotações

Vimos que a Margem de Contribuição é uma das


ferramentas de decisão que nos auxilia em praticamente
todas as decisões financeiras e produtivas dentro da empresa,
sendo, portanto, a diferença entre o preço de venda e os
custos variáveis.
Estudamos que a Margem de Contribuição pode ser
também: total por produto; por pedido; total por cliente e
preço de venda.
Gestão de Custos

Aula 7º

As decisões com relação ao preço


de venda

Disponível em: http://www7.rio.rj.gov.br/cgm/comunicacao/publicacoes/

prestandocontas/?72/3. Acesso em: 21 abr. 2012.

Olá, pessoal! Estamos de volta para mais uma aula. Até


aqui já falamos, basicamente sobre o que são as operações e
os custos de produção, os valores, a margem de contribuição, a
capacidade produtiva, o custo, o lucro, os pontos de equilíbrio,
a margem de segurança e a alavancagem operacional, que nos
auxiliam nas decisões sobre as análises referentes aos custos das
empresas.
Nesta aula, estaremos verificando sobre as decisões
relacionadas à fixação do preço de venda, vinculadas à
capacidade de produção, ao custo de reposição e à margem de
contribuição total.
Bons estudos!

Objetivos de aprendizagem

Ao término desta aula, vocês serão capazes de:

• apontar alternativas ao cálculo da fixação do preço de venda;


• determinar o melhor preço de venda, em relação à capacidade de produção, pela margem de contribuição total;
• definir e praticar a regra do custo de reposição.
49
vendas, mas nem sempre vão coincidir com a realidade do
Seções de estudo mercado.
Vamos apresentar duas hipóteses para entendermos
porque a melhor decisão deve ser tomada com base no custeio
1 - Fixação do preço de venda variável e na margem de contribuição, e não no custo total.
2 - Preço de venda, margem de contribuição e capacidade Vejamos:
de produção
3 - Custo de reposição Hipótese A
Preço de Venda 500,00
1 - Fixação do preço de venda Custo Variável 220,00
Quantidade Ven- 1.400
Antes de aprendermos a forma correta de tomarmos dida
decisões quanto ao preço de venda, precisamos relembrar o M.C. Unitário 280,00
funcionamento do mercado em uma economia de mercado. M.C. Total 392.000,00

Hipótese B
Preço de Venda 435,00
Custo Variável 220,00
Quantidade Ven- 1.800
dida
M.C. Unitário 215,00
M.C. Total 387.000,00

Disponível em: http://onoticiarioeconomico.blogspot.com.br/2011/05/markup-e- Podemos verificar que nesta situação a melhor alternativa
margem-de-contribuicao.html. Acesso em: 21 abr. 2012. é a “hipótese A”, que nos oferece a maior margem de
contribuição total e a menor quantidade vendida.
Existem três fatores que determinam o consumo de Bastaria apenas verificar se a margem de contribuição
um produto: total cobre os custos fixos, as despesas e o lucro mínimo
desejado.
• gosto do cliente - o cliente precisa gostar do Vejam abaixo uma situação totalmente diferente:
produto que está sendo oferecido;
• preço do produto - o produto que está sendo
oferecido deve estar dentro da realidade do mercado,
pois ninguém pagará mais caro por um produto,
sabendo que existem outros iguais no mercado
com menor valor;
• renda do consumidor - a renda do consumidor é
o que vai determinar se este é nosso cliente ou não.

Podemos resumir tais fatores em uma frase clássica:

“Quem determina o preço do nosso produto é o mercado”.

Se fixarmos um preço para o nosso produto fora do que


o mercado pode pagar, com certeza, este não será vendido.
Uma última orientação, quando falamos em
quantidade produzida: esta quantidade deve ser a mesma
que será vendida, caso contrário, os problemas financeiros da Neste exemplo, temos uma situação que muitas vezes
empresa só aumentarão. pode induzir o empresário a uma decisão errada. Se o
Fica difícil fixarmos o preço de venda por meio do empresário tomar a decisão pelo preço de venda ou pela
cálculo de custo total, uma vez que o custo fixo é rateado margem de contribuição unitária, a melhor opção será a
pelo volume de venda, e só teremos esse volume ao final do “hipótese A”.
período. Contudo, o que importa realmente é a rentabilidade,
Poderíamos trabalhar com previsões de volume de então, neste caso, a melhor opção, apesar de oferecer o menor
preço de venda, é a “hipótese B”.
Gestão de Custos 50
A melhor decisão a ser tomada com relação ao preço de a tomar decisões erradas é a limitação da capacidade de
venda é sempre pela opção que nos oferece a melhor margem produção. Ele fecha todos os pedidos que lhe aparecem pela
de contribuição total. frente e esquece de verificar se possui capacidade de produção
Quando adotamos essa regra, estamos definindo o sem aumentar os gastos.
melhor preço e a melhor quantidade para obtermos a melhor Podemos concluir que a melhor alternativa de preço
lucratividade. é a que nos oferece a maior lucratividade e proporciona a
Agora, na próxima seção, vamos verificar como aplicar a colocação no mercado de toda a produção da empresa.
margem de contribuição total, para chegar a um melhor preço
de venda, em relação à capacidade de produção. Vamos lá?!
3 - Custo de reposição

2 - Preço de venda, margem de Todos os sistemas de custeio são gerenciais, e servem,


contribuição e capacidade de na maioria das vezes, para auxiliar nas decisões e controle da
produção empresa. No Brasil, onde não é permitido corrigir as contas
de estoque do balanço e as taxas de inflação são altas, ficou
Um dos maiores dilemas para o empresário é saber a difícil ter uma noção real do lucro da empresa.
hora de conceder um desconto a um determinado cliente. Deste modo, foi criado o sistema de custo de reposição
para tomarmos algumas decisões.
A regra do custo de reposição é bastante simples: para
calcularmos a margem de contribuição ou lucro de uma
empresa não usamos o custo do nosso produto em estoque,
mas sim consideramos o custo que teríamos para repor esse
produto no estoque hoje.
Analisamos uma empresa que comercializa cartuchos
de tinta para impressoras:

Disponível em: http://matematicaulbratorres.blogspot.com.br/2011/11/

descontospromocionais.html. Acesso em: 21 abr. 2012.

Vejamos um exemplo: o Sr. Paulo Gouvêa gostaria de


fazer um pedido de compra de 1.000 caixas de erva mate para
tereré ao preço de R$ 30,00 por caixa, mas se a empresa baixar
para R$ 28,00 por caixa ele comprará 1.500 caixas.

Quando analisamos o resultado contábil da empresa


constatamos que ela apresentou um lucro de R$ 900,00.
Porém, existe um problema: para o lucro apresentado ser
real a empresa deveria repor sua quantidade no estoque e
sobrar o lucro no caixa ou estar investido em outros ativos. Se
utilizarmos o custo de reposição vamos veremos que o lucro
foi menor:

A princípio, tomando por base a teoria da maior


margem de contribuição total, concederíamos o desconto O lucro real da empresa foi de R$ 500,00, pois efetuamos
e venderíamos as 1.500 caixas. O único fator que poderia uma cotação junto ao nosso fornecedor e verificamos que os
inviabilizar essa negociação seria a capacidade de produção. preços subiram.
Se as 1.500 caixas puderem ser produzidas sem a necessidade O custo de reposição é bastante utilizado em épocas de
de horas extras ou gastos extras, com certeza fecharíamos a inflação alta, onde as compras são feitas periodicamente e os
negociação. preços sobem todos os dias. Utilizamos o custo de reposição
Um fator que muitas vezes pode levar o empresário para corrigir os nossos preços e para controle da empresa.
51
Como estamos indo até aqui? Esperamos que o conteúdo esteja
sendo entendido. Não esqueçam! É fundamental que não fiquem
Vale a pena
com dúvidas sobre os conteúdos estudados. Não deixem de fazer as
leituras sugeridas e consultar os sites ao final da aula. Nosso objetivo é
tornar a aprendizagem de vocês um momento de realização pessoal e
profissional. Até a próxima aula!

Retomando a aula Vale a pena ler


CREPALDI, Silvio Aparecido. Curso Básico de
Contabilidade de Custos. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
SCHIER, Carlos Ubiratan da Costa. Gestão Prática de
Estamos terminando mais um conteúdo, espero Custos. Curitiba: Juruá, 2009.
que tenham gostado. SOUZA, Alceu; CRUZ, June Alisson Westarb.
Classificando Custos Fixos e Variáveis por meio de Métodos
Estatísticos. Revista Mineira de Contabilidade, v. 34, p. 22-30,
1 - Fixação do preço de venda 2009.

Na seção 1, aprendemos que o custo fixo de uma


empresa é composto basicamente por: depreciação de
máquinas, locação do imóvel da fábrica, energia, mão de obra
Vale a pena acessar
indireta, entre outros.
O custo fixo total representa o custo com a estrutura
Associação Brasileira de Custos - ABC. Disponível em:
da empresa. Assim, quanto maior o custo fixo, teoricamente http://www.abcustos.org.br/.
maior será o porte da empresa. Comitê de Pronunciamentos Contábeis. Disponível em:
http://www.cpc.org.br/mostraOrientacao. php?id=17.
2 - Preço de venda, margem de contribuição e Congresso Brasileiro de Custos - ABC. Disponível em:
capacidade de produção http://www.abcustos.org.br/congresso/ view?ID_
CONGRESSO=21.
Vimos que para analisarmos a margem de contribuição, Contabilidade Financeira. Disponível em: http://
é preciso verificar a composição do produto e o mercado. A contabilidadefinanceira.blogspot.com.br/2011/10/ifrs-no-
margem de contribuição, portanto, é igual ao preço de venda, brasil.html.
subtraído do custo variável. Escrituração Contábil. Disponível em: http://www.nfe.
Todas as decisões com relação à variação de preço e custo fazenda.gov.br.
Revista Brasileira de Contabilidade - RBC - Fórum
influenciarão diretamente no volume a ser produzido para
Contábeis. Disponível em: www.contabeis.com.br/
que a empresa obtenha o lucro desejado.
forum/.../rbc-revista-brasileira-de-contabilida....
3 - Custo de reposição
Após terem realizado uma boa leitura dos assuntos abordados em nesta
aula, na Sala Virtual estão disponíveis os arquivos com as Atividades que
A melhor decisão a ser tomada com relação ao preço deverão ser respondidas e enviadas. Procurem resolver as atividades
de venda é sempre pela opção que nos oferece a melhor dentro dos prazos estabelecidos. Agora é com vocês!
margem de contribuição total, ou seja, definimos o melhor
preço e a melhor quantidade para obtermos a melhor e
maior lucratividade, com a colocação no mercado de toda a Minhas anotações
produção de uma empresa.
A margem de contribuição ou lucro de uma empresa
não é dada pelo custo do produto em estoque, mas, sim,
considerando o custo provável para repor dado produto no
estoque hoje. Lembrem-se: “Quem determina o preço do
nosso produto é o mercado”.
Gestão de Custos

Aula 8º

ABC – Custo Baseado em atividade

Disponível em: http://www.exatagestaocontabil.com.br/contabilidade. Acesso em:


14 abr. 2012.

Olá, pessoal!
A implantação nas empresas da filosofia do controle
total da qualidade acarreta importantes mudanças no
comportamento gerencial ao exigir o envolvimento de todos.
Nesta aula, verificaremos a respeito da implantação do ABC
- custeio baseado em atividades, ou seja, um sistema que
contempla todos os gastos das atividades e praticamente
elimina os rateios. Assim, investigaremos o ciclo de vida do
produto, diretamente relacionado com o seu valor e uso.
Bons estudos!

Objetivos de aprendizagem

Ao término desta aula, vocês serão capazes de:

• descrever as características do custeio baseado em atividade;


• definir as medidas não financeiras de controle e avaliação;
• calcular volume de produção e tempo de permanência de um produto no mercado, para compreender a formação
dos custos e o ciclo de vida dos produtos.
53
contempla todos os gastos das atividades e praticamente
Seções de estudo elimina os rateios. As principais vantagens são:

1 - Características do custeio baseado em atividades


2 - Medidas não financeiras
3 - Ciclo de vida dos produtos

1 - Características do custeio baseado


em atividades
O custeio baseado em atividades surgiu da necessidade
de maior controle sobre os custos dos produtos e serviços. A
departamentalização das atividades dentro das empresas foi Disponível em: http://contabilidadeessencial.blogspot.

o ponto de partida para chegarmos ao custeio baseado em com.br/2012/02/principios-contabeisgeralmente-aceitos.html. Acesso em: 14 abr.

atividades. 2012.

• identificação e quantificação das atividades


desenvolvidas nos departamentos;
• auxiliar na reengenharia de processos de produção;
• identificar atividades desnecessárias que só
contribuem para o aumento dos custos;
• eliminação ou redução de custos que não agregam
valores aos produtos;
• identificação de custeio de clientes, mercado,
segmentos de mercado e de atividades auxiliares.

O custeio baseado em atividades é bastante útil para


Disponível em: http://belezasheila.blogspot.com.br/2011/05/alavancagem- as empresas gerenciarem seus custos. Porém, é um sistema
financeira-eoperacional.html#!/2011/05/alavancagem-fi nanceira-eoperacional. bastante complexo e caro para ser implantado devido ao seu
html. Acesso em: 14 abr. 2012. grau de detalhamento, o que muitas vezes fica inviável sua
implantação em pequenas e médias empresas.
Para a implantação do custeio baseado em atividades,
é necessário toda uma reengenharia dos sistemas de custeio
da empresa, onde iremos identificar todas as atividades
2 - Medidas não financeiras
desenvolvidas dentro dos departamentos e apurar o seu custo.
Para implantarmos de maneira prática o custeio baseado Até um passado bastante recente a administração
em atividades, seguiremos os seguintes passos: baseava-se, quase que exclusivamente, em relatórios
quantitativos, financeiros e resultados para a avaliação
1º departamentalização - devemos agregar os de desempenho dos administradores e das unidades
colaboradores e as máquinas em departamentos; administrativas ou de produção.
2º identificação dos departamentos - os A implantação nas empresas da filosofia do controle
departamentos deverão ser separados em apoio e produção; total da qualidade acarreta importantes mudanças no
3º identificação das atividades - cada departamento comportamento gerencial ao exigir o envolvimento de todos.
deverá identificar suas atividades e apurar os materiais, os A avaliação de desempenho, por exemplo, não será individual
equipamentos e a mão de obra para desenvolvê-la; ou por unidade de trabalho. O que passa a ser relevante é
4º custo da atividade - após a identificação da atividade o desempenho global da empresa e a união de todos os
e dos gastos com a mesma transformaremos em valores colaboradores para atingir os objetivos financeiros, de
monetários cada atividade; qualidade e de desempenho.
5º formação de custo dos produtos - contabilizamos o Nem tudo o que é importante para uma organização
custo das atividades ao custo dos produtos em conjunto com empresarial a contabilidade consegue medir. Portanto, os
o custo dos materiais, formamos o custo dos produtos. dados contábeis de vem ser usados com bom senso. Nos
tempos atuais, muitas decisões estratégicas importantes
O custeio baseado em atividades é um sistema que baseiam-se no fator qualitativo.
Gestão de Custos 54
Tais medidas foram agrupadas em cinco categorias
gerais: serviço ao cliente, desempenho de mercado, obtenção
de resultados, inovação e envol- vimento dos funcionários,
conforme segue:

Tais medidas foram agrupadas em cinco categorias gerais: serviço ao


cliente, desempenho de mercado, obtenção de resultados, inovação e
envol-vimento dos funcionários, conforme segue:
Disponível em: http://contabilidadecomopatrimonio.blogspot.com.br/2011/06/

mensuracao-do-resultado-contabil_26.html. Acesso em: 14 abr.2012. • moral e cultura corporativa;


• reconhecimento interno;
Podemos dividir as medidas não financeiras de controle • capacidades essenciais;
e avaliação em cinco grupos principais: • educação/treinamento;
• rotatividade de pessoal;
–– medidas de tempo - as medidas de tempo dentro • satisfação do empregado;
de uma linha de produção e da empresa como um • inovação;
todo determina praticamente o custo final dos • produtividade de pesquisa e de desenvolvimento;
produtos. Podemos exemplificar algumas medidas • capacidade tecnológica;
de tempo que indiretamente influenciam nos • flexibilidade industrial;
resultados financeiros: movimentação de materiais, • desenvolvimento de novos produtos.
ciclo financeiro, ciclo operacional e programação. • respeito ao meio ambiente;
–– medidas de produto - fica difícil determinarmos • produtividade.
medidas não financeiras que indicam se a empresa
está em sintonia com o mercado ou não. As medidas Inovação:
financeiras também não fornecem tal informação. • participação de mercado;
Então, podemos exemplificar como medidas • crescimento de mercado;
não financeiras que auxiliam os administradores: • eficiência do marketing;
diversidade de produtos, volumes de produção, • qualidade do serviço;
tempo médio de lançamento de produtos e ciclo de • qualidade de produto ou de serviço;
vida de um modelo. • eficiência nas entregas/serviço ao cliente;
–– medidas de qualidade - em uma economia • satisfação do cliente.
globalizada, em que a qualidade deixou de ser um
privilégio de poucas empresas e sim uma obrigação Implantação do sistema de controle e medidas de avaliação
para todas que pretendem perdurarem no mercado, Os controles e as medidas de avaliação de desempenho e resultados
o administrador precisa de indicadores que forneçam têm como objetivos principais:
informações sobre a qualidade dos seus produtos e
sirvam de subsídios para constantes melhorias. Os • Medir o grau de eficiência e eficácia com que as atividades das
principais indicadores de qualidade são: número de empresas estão sendo executadas em relação às metas e aos
peças com defeitos e número de lotes recusados. objetivos previamente estabelecidos e aprovados durante a fase de
–– medidas de estoques - os estoques dentro das elaboração do planejamento estratégico;
empresas representam gastos que podem ser • Oferecer subsídios adequados ao processo de eliminação
eliminados. Podemos citar como medidas: rotação de desper-dícios e aprimoramento de rotinas consideradas
do estoque, espaço ocupado e ciclo produtivo. inadequadas.
–– medidas de matérias-primas - as matérias-
primas influenciam diretamente e indiretamente Como visto, a empresa necessita não só de informações financeiras
no custo do produto, e por isso precisamos obter como também de informações não financeiras para o alcance de tais
informações sobre tudo o que possa ocorrer com as metas gerenciais de controle e de avaliação. Para serem compreensíveis,
matérias-primas que farão parte do produto final da tais informações devem ser consistentes.
empresa. Citamos como exemplo de medidas não As medidas de desempenho devem assegurar que haja uma conexão
financeiras das matérias- primas: número de sucatas entre as atividades da empresa e seu processo de planejamento
produzidas, sobras não aproveitadas, qualidade e estratégico. Portanto, as medidas devem ser consistentes com os
aproveitamento. objetivos da empresa, levando em conta tanto os fatores internos como
externos requeridos para atingir tais objetivos.
A Revista da Associação Nacional dos Executivos de É importante lembrar que cada empresa deve criar e adequar seu
Finanças, Administração e Contabilidade - ANEFAC nº 61, próprio sistema de medidas. O sistema deve ser implantado de acordo
Ano 8, 1998, divulgou, nas páginas 18 a 22, um interessante com a necessidade da empresa, onde todos os colaboradores devem
elenco de 21 medidas não financeiras para controle e avaliação estar envolvidos e treinados para alimentar o sistema com rotinas que
de desempenho e resultados, as quais são utilizadas por contribuirão para a confiabilidade das mesmas.
empresas dos EUA e do Canadá. Abaixo relacionamos alguns princípios de medição de desempenho,
55
extraídos do Livro Gestão Estratégica de Custos, Dr. Masayuki Nakagawa de mercado que consegue somar aos custos de produção do
(São Paulo, 1997): novo aparelho uma taxa de R$ 20,00 por unidade a título de
recuperação dos gastos com pesquisa.
A metodologia utilizada para quantificar o desempenho e o Então, aplicamos a fórmula:
propósito de cada forma de medição deve ser comunicada a
todos os níveis gerenciais, por áreas de responsabilidades
Devem ficar claras e evidentes as relações entre as metas individuais e as
metas da empresa. Os resultados de todas as mensurações devem ser
visíveis ao maior número possível de pessoas, de modo a facilitar-lhes Assim, temos que:
a concentração da atenção nos problemas emergentes e encorajá-las
10.000.000,00 = 500.000 unidades
a entender às mensurações para melhorar seus desempenhos futuros.
20,00
A contabilidade é responsável pela mensuração dos insumos (eficiência)
utilizados para executar uma atividade, ao passo que a mensuração de Determinamos que o volume mínimo que a empresa
desempenho preocupa-se com o resultado (eficácia) da atividade. deverá comercializar será de 500.000 unidades do novo
Para todas as atividades relevantes devem ser estabelecidas aparelho dentro dos preços de mercado.
mensurações específicas, embora nem sempre os mesmos dados Tempo de permanência no mercado - O tempo de
estatísticos sejam necessários para cada uma delas. permanência de um modelo de produto no mercado está
Devem ser estabelecidas para melhorar a visibilidade dos diretamente relacionado com o gosto do consumidor e com
direcionadores de custos o que o mercado concorrente oferece. O tempo mínimo de
As mensurações de desempenho devem permitir ao analista o permanência mínimo no mercado pode ser determinado
reconheci¬mento dos direcionadores de custos. Só uma adequada através da seguinte fórmula:
compreensão e a visibi¬lidade de tais direcionadores auxiliarão os
gestores a terem acesso e uso dessa informação para fins de controle
de custos.

Tanto as atividades mensuráveis financeiramente como aquelas Onde: Se o volume de vendas por período for fixado
que não o são devem ser incluídas no sistema de mensuração de em meses, o tempo de permanência obtido será em meses; se
desempenho for estabelecido em anos, o resultado será também em anos.
Desde que as atividades relevantes já tenham sido identificadas, as Tomando o exemplo anterior onde o volume mínimo era de
men¬surações a elas pertinentes devem ser poucas, quantificáveis e de 500.000 unidades e o mercado absorve 100.000 unidades por
fácil enten¬dimento. As mensurações devem ser definidas e expressas mês.
em termos de unidades relevantes de mensuração. Muitas mensurações Aplicamos a fórmula:
são mais bem expres¬sas quando estabelecidas em termos físicos (por
exemplo: tempo, transações etc.). Todavia, mesmo essas mensurações 500.000 = 5 meses
deveriam ser conversíveis em termos financeiros. 100.000
Esses são alguns parâmetros e medidas de desempenho que a
A empresa deverá comercializar no mínimo 500.000
Controlado¬ria dos tempos atuais deve incorporar a seus relatórios
unidades em cinco meses, podendo ocorrer duas situações:
gerenciais, dentro da concepção de servir como um banco de dados
supridor de informações para as demais unidades de trabalho. A –– o produto continua com boa aceitação no
Controladoria deve utilizar tais informações para a sua análise e mercado - a empresa continuará com o modelo
posteriores conclusões. após o período determinado.
–– o produto não teve boa aceitação
Compreenderam bem até aqui? Vamos, então, à próxima seção. no mercado - neste caso, a empresa não está
conseguindo cumprir as metas mínimas de vendas.
Assim, a empresa diminui seu preço e o mantém no
3 - Ciclo de vida dos produtos mercado, ou lança outro modelo e transfere para
custos perdidos os gastos com pesquisas.
Atualmente, as pessoas buscam constantemente O ciclo de vida do produto está diretamente relacionado
por novos produtos, os custos em desenvolvimento estão com o seu valor e uso. Podemos afirmar que quanto maior for
diretamente ligados a dois fatores: o valor do produto maior será a sua permanência no mercado.
volume de produção - logo após o produto estar Os bens duráveis, como aviões e caminhões, possuem
pronto para o seu lançamento, a empresa deve determinar ciclos de vida que ultrapassam décadas. Já os bens de
o volume mínimo a ser comercializado com o objetivo de consumo estão diretamente ligados a status e a moda como,
recuperar os gastos com o seu desenvolvimento. por exemplo, roupas, celulares, calçados e carros, possuindo
Por exemplo: uma empresa que produz telefones celulares ciclos de vida curtos que dificilmente ultrapassam um ano.
e está prestes a lançar um modelo com várias melhorias Muito bem turma, chegamos à última aula da disciplina
que consumiram R$ 10.000.000,00 em pesquisas. Esse valor de Gestão de Custos. Esperamos que os assuntos abordados
deve retornar para empresa através da comercialização do tenham sido compreendidos por vocês, contribuindo,
assim, para aprofundar seus conhecimentos.
novo aparelho. A empresa determinou através de pesquisas
Gestão de Custos 56

Retomando a aula

Vale a pena acessar

Estamos terminando a aula, vamos Alavancagem Financeira e Operacional. Disponível em:


relembrar. http://belezasheila.blogspot.com.br/2011/05/alavancag
em-financeir a-e- oper acional.html#!/2011/05/alavanc ag
em- financeira-e-operacional.html.
1 - Características do custeio baseado em atividades Congresso Brasileiro de Custos - ABC. Disponível em:
- ABC http://www.abcustos.org.br/congresso/view?ID_
CONGRESSO=21.
Vimos que o custeio baseado em atividades é um Revista Brasileira de Contabilidade - CFC. Disponível em:
sistema que contempla todos os gastos das atividades e www.cfc.org.br/conteudo.aspx?codMenu=.
praticamente elimina os rateios. Para a implantação do ABC,
são recomendados os seguintes passos: departamentalização;
identificação dos departamentos; identificação das atividades;
custo da atividade; formação de custo dos produtos. Referências

2 - Medidas não financeiras


Associação nacional dos executivos de finanças,
A implantação nas empresas da filosofia do controle administração e contabilidade (ANEFAC). 21 medidas
total da qualidade acarreta importantes mudanças no não financeiras para controle e avaliação de desempenho e
comportamento gerencial ao exigir o envolvimento de resultados. Revista ANEFAC nº 61, Ano 8, 1998, p. 18-22.
todos. Passa a ser relevante o desempenho global da empresa BERTI, Anélio. Contabilidade e Análise de Custos. 2. ed.
e a união de todos os colaboradores para atingir os objetivos Curitiba: Juruá, 2009.
financeiros, de qualidade e de desempenho. BRASIL. Receita Federal. Regulamentação do Imposto de
As medidas não financeiras dividem-se em cinco
Renda - RIR 99 - Tributação das Pessoas Jurídicas. Livro 2 -
grupos principais: tempo; produto; qualidade; estoques;
matérias-primas. Art. 146 a 619.
______. Conselho Federal de Contabilidade. Resolução nº
530, de 23/10/1981.
3 - Ciclo de vida dos produtos ______. Conselho Federal de Contabilidade. Resolução nº
750, de 29/12/1993.
Vimos que o ciclo de vida do produto está diretamente ______. Conselho Federal de Contabilidade. Princípios
relacionado com o seu valor e uso. Podemos afirmar que Fundamentais e Normas Brasileiras de Contabilidade:
quanto maior for o valor do produto maior será a sua Auditoria e Perícia. 3. ed. Brasília: CFC, 2008.
permanência no mercado. Os custos dos produtos estão HENDRIKSEN, Eldon S.; VAN BREDA, Michael F.
diretamente ligados a dois fatores: volume de produção; Teoria da contabilidade. 5. ed. Traduzida por Antônio Zoratto
tempo de permanência no mercado. Sanvicente. São Paulo: Atlas, 1999.
MARTINS, Eliseu. Contabilidade de custos. 9. ed. São Paulo:
Atlas, 2006.
Vale a pena
SCHIER, Carlos Ubiratan da Costa. Gestão prática de
custos. Curitiba: Juruá, 2009.
WERNKE, Rodney. Gestão de custos: uma abordagem
prática. São Paulo: Atlas, 2001.

Vale a pena ler Minhas anotações


BRUNI, Adriano Leal & FAMÀ, Rubens. Gestão de
Custos e Formação de Preços com Aplicações na Calculadora HP
12C e Excel: Série Finanças na Prática. 5. ed. Atlas; São Paulo,
2008.
CREPALDI, Silvio Aparecido. Curso Básico de
Contabilidade de Custos. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
SCHIER, Carlos Ubiratan da Costa. Gestão Prática de
Custos. Curitiba: Juruá, 2009.

Você também pode gostar