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Economia Política I- Dr. Luís Cunha e Dr.

Pedro Matias Pereira

Aulas teóricas e práticas 2022/2023

Ana Branco Camacho

AULAS TEORICAS

Aula 1 – 4.10.2022

BIBLIOGRAFIA:

• Introdução e objeto da economia – Avelãs Nunes-


qualquer edição
• Introdução à ciência do pensamento económico

1.ECONOMICS OU ECONOMICS POLITICS?


No 1º semestre pensamento económico- de autores do pensamento economico / economistas , como fisiocratas e quando
se trata de outras matérias que refletem posições vários economistas de diferentes matérias a percorrer.

As 1as paginas avelas nunes, sem dar diretamente noção da ciência económica, veremos noções sobre o que é a
economia.

Não é por acaso que cadeiras introdutórias da ciência económica- introdução a economia ou económica política são como
são desginadas.

• Podia significar perferencia estética


• Ou peso da cadeira
• Nos primeiros tempos desginada como economia política- séculos XVII
• Avelas Nunes , todavia, esclarece esta opção da ciência económica como economia ou economia política traduz
entendimentos distintos do que é a ciência económica e do que estuda. Estas desginações tem razoes
substancias. Avelas Nunes dá 2:

1. A desginção para ciência economia de economia surge no século XIX, com a escola do pensamento
economico- Marginalistas. Estes preferem economics invés da desginação de Smith de economia
política.

1º ponto -Quem prefere desginação economia ve como ciência pura, como a física ou
matemática. Se a ciência economia for vista uma ciência pura, temos que admitir que a
previsibilidade quanto aos fenómenos económicos seria total, como 2+2=4, em qualquer parte

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do mundo se eu segurar objeto e largar parte-se devido a gravidade, são reações e ações
previsíveis. Logo economia sendo pura ciência, será previsível. O Doutor diz que não é assim,
para fazer previsões é difícil na economia. É difícil explicar fenómenos económicos quando
fazem parte do passado , prever o que vai acontecer nos tempos que correm. Contra estes
factos há tendência que não sejam assim, não é uma ciência pura.

2º ponto -Consequência da afirmação de ciência pura – afirmação que é uma ciência pura-
ideia de que é impermeável a juízos de valor, que cada um faça sobre juízos económicos.
2+2=4, quem é da esquerda, direita e centro . Esta soma impõe a qualquer um de nos
independente quadrante ideológico. O estudo que se faz aos fenómenos económicos se impõe
independente quadrante ideológico. Esta é uma posição que existe mas não é do Doutor Avelas
Nunes e nem de muitos autores.

Evidente que ao estudar fenómeno é preciso ser objetivo, dado o caractér, mas o mesmo
fenómeno económico dado o quadrante ideológico será diferente de economista para economista-
as pessoas tem ideologias ( sistemas de ideias, uns óculos que cada um de nos tem e com esse
par aprecia a realidade, nenhum consegue dissociar o sistema de ideias ). Ex, se aparecer
estudante com saia curta podemos ter colega conservador a criticar a saia . E podemos ter
colega que não acha mal nenhum. Do mesmo facto temos avaliações diferentes, dado ser
alguém mais conservador e outra pessoa mais descontraído. São 2 avaliações distintas sobre a
mesma , resultam de ideologias diferentes, de formas de ver a realidade.

Isto aplica-se a economia, Avelas Nunes- quem preferende economics e economia é ciência pura
, significa que seria fácil avaliar fenómenos económicos. E temos presunção não varia em
função ao economista, como 2+2= 4.

Avelas diz que não é assim, apesar ser preciso haver objetividade, haverão sempre juízes de
valor e assim diferentes conceções de acordo quadrantes ideológicos.

Um 3º ponto -o nosso comportamente com impacto economico , como relacionamos socialmente ,


estabelendo relações com impacto economico este nosso comportamente para estes autores devem
ser estudados, automistacamente, estudar comportamento individuo independente grupo social que
pertencem , nomeadamente , independente do facto de ser trabalhador assalariado ,

A racionalidade económica não se altera pelo individuo pertencer a grupo social x. Outros
autores dirão que é “ diferente” os interesses e critérios comportamentais dos trabalhadores
face aos critérios comportamentais dos patrões e capitalistas. Logo devemos apreciar os
comportamentos na medida em que se integrem em grupos sociais diferentes .

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Nota- Mesmo autores que defendem economics dizem que a economia é ciência pura e afirmam
que não entra no estudo fenómenos económicos os juízos de valores e afirmam que a
racionalidade será individualmente considerada indiferente grupos sociais.

Estes autores fazem distinção , de 3 dimensões, sendo acolhida que vem como ciência pura :

1. teoria económica - tudo o que foi dito aplica-se à teórica económica, devem resultar em
juízos de existência. Ex, está a chover é juízo de existência e não de valor. Ex, que
massada estar a chover- é juízo de valor . Estudo puramente objetivo. Ex, taxa da
inflação é de 30 % - existencial sobre juízo económico . Ex, estudar razoes inflação-
existencial. São dados objetivos, como os de esquerda e direita perceberão que para haver
inflação são as razoes x e y. Tenta-se fazer estudos objetivos, causas , efeitos . A
economia é uma ciência . Cuidado mas há 2 fase- doutrina económica.

2. doutrina economia - estes autores dizem que , a economia normativa iremos ter juízos de
valor, entram em ação a nossa visão do mundo, ideologia. Há um sistema de ideias ,
sobre fenómenos económicos. Ex, considero taxa inflação inaceitável. Posso dizer que a
inflação tem que ser continuada e outro dizer que é inaceitável. No âmbito da doutrina
económica da doutrina normativa, tudo bem , os autores defensores da economics aceitam.
Passamos a ter numa 2º fase opiniões, que variam de acordo com quadrantes ideológicos.

3. politica económica-perspetiva de ação , temos que atuar sobre o fenómeno económico. Em


regra faz-se sempre qualquer coisa. Política monetária própria por exemplo, politica
orçamental própria e temos política fiscal própria e ainda outros instrumentos com efeitos
sobre a economia. Como atuar sobre os efeitos do aumento do gás. Depois de produzidos
de juízos de valor haverá proposta de política económica.

Dr. Avelas Nunes diz que esta distinção que mesmo na 1º fase- teoria económica
positiva- que se fazem juízos de existência , mesmo ai aquilo que pensamos interfere.
2 exemplos que dá:

i. Ex, a simples escolha de um tema de estudo já é fruto do juízo de valor – se


for economista mais esquerda estudarei mais matérias distintos de um economista

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de direito. A escolha das matérias não são de um acaso, resultam noção do
mundo de que matérias x são mais urgentes.

ii. Ex, há matérias que mesmo no âmbito da teoria económica positiva,


aparamentem os simples juízos de existência há matérias sobre os quais
economistas não entendem. Como efeitos da moeda sobre a variação quantidade
moeda na economia , no âmbito teoria económica temos estudos distintos, os
kenesianos( + esquerda) , que defendem capitalismo intervencionado para o
estado , já os neoliberais ( + direita) defendem a forma mais livre. Ambos
são defensores do capitalismo mas de formas distintas.

Avelas Nunes diz que se a teoria económica fosse assim tao objetiva, estudos
levariam a estudos relativamente iguais.

Como uma universidade ser mais a esquerda e outra mais direta, juízos de
valor haverão na escolha das matérias.

Dr. Luís Cunha – esta distinção permite arrumar o trabalho de um economista em tripla
dimensão mas concorda com Avelas Nunes nos seus exemplos. Estudar com seriedade , não
ignorar dados que não nos interessam dado quadrante ideológico, nem dar extrema importância
a outros dados. Mesmo com todos os cuidados há sempre viabilidade nos juízos de valor ,
mesmo que inconscientemente. A ideia da tripla distinção é útil, mas é necessário ter ideia
limitação

Dr. Avelas Nunes- quem prefere a designação economics geralmente são autores que se
reveem no capitalismo como sistema económico, para organizar atividade económica. O
capitalismo tem autores que não se reveem, e que se reveem- neoliberais e kenesianos (
corrigida economia falhas pelo Estado ). Temos autores que não se reveem no capitalismo, os
que defendem socialismo- economistas direção central planificadas, que são economias que já
vivemos . Já tivemos meio mundo socialista até 1990 . Entretanto esse meio mundo, o
socialismo desabou e são poucas as atuais de direção central, a China é um caso
extraordinário , economia dirigida pelo partido comunista, intervém no quadro da economia
capitalista. Hoje o socialismo enquanto modelo de atividade económica aplicada não existe quase.

Avelas Nunes diz que os autores que dao preferência economics são autores geralmente que :
1.aceitam capitalismo enquanto forma natural de aceitar atividade económica ( natural quer
dizer que não há opções políticas )

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2.Então qual será desidrato da ciência económica? No quadro do capitalismo se consiga obter
melhor resultado para comunidade . A ciência económica serve para explicar formas no
âmbito da economia capitalismo obter melhor resultado possível para comunidade, o máximo
bem estar.

A designação economics é geralmente perfilhada que se veem no capitalismo mas é preciso


chamar atenção entre os autores que defendem capitalismo que significa funcionamento livre
com fraca intervenção estado-neoliberalismo , a economia do século XIX. Temos autores que se
revem no capitalismo , os kenesianos , esses tem noção para eles o capitalismo é sistema de
organização muito superior ao capitalismo. Todavia, o estado tem que intervir senão o
capitalismo autodestrói-se, a intervenção estado.

Temos autores que não se reveem no capitalismo , a alternativa é a de direção central


planificada, o capitalismo é descentralizado, as pessoas ocupam livremente.

O socialismo não resultou. Há quem diga que outras formas de socialismo que bem pensadas
se podem alcançar como forma de alternativa ao capitalismo e preferem designação economia
política. Economics é mais conservadora , o economics politics socialismo com supervisão do
estado ( verificar).

2.EVOLUÇÃO PENSAMENTO ECONOMICO

2 paradigmas . No âmbito deste estudo, vamos estudar vários autores arrumados em 2 perspetivas do pensamento
economico:

1. CLASSICA -MARXISITA- encontramos fisiocratas, Adam Smith ( seculo 18), David Ricardo ( 19
descendente portugueses) e Marx
1.1 FISIOCRATAS
1.2 ADAM SMITH
1.3 DAVID RICARDO
1.4 MARX: critica mais completa ao capitalismo.

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2. SUBJETIVISTA- MARGINALISTA – encontramos Jean Batist Say , Val Ras ( não estudamos este
autor ) marginalistas e Leyonel Robbibs. Aspetos comuns e diferentes.
2.1 SAY
2.2 MARGINALISTAS
2.3 ROBBINS

Dr. Avelas Nunes antes de iniciar o estudo dá pequenas notas do surgimento da ciência económica “ nova “, com 250
anos Surge com capitalismo um lado e como ciência da burguesia, de classe e determinado momento historia interesses
de toda a sociedade. Os estudos económicos eram pensados em homenagem a interesses de outras ciência e preocupações
não económicas:

• Os mercantilistas estudaram das vantagens intervenção Estado na Economia, logo estudaram economia mas
todavia as operações mercantilistas tinham haver com condições de cmo engradecer poder estado e reino , não
sendo em ultima instancia estudo pensamento eocnomico e sim contributo, a ideia temos que ter economia prospera
para poder estado e reino- poder estado no concerto das nações.

• E ainda outro tipo de interesses- cuidando interesses da moral e religião- a igreja católica condenada desejo
enriquecimento- proibia juros e não empréstimos, porque fazia uso de um dom que era o tempo que era
privilégio de deus. O proveito era o juro . Ex, técnica campos secos- banqueiros , credores do Papa não
tinham dinheiro e exigir juros secretamente. Faziam os seus estudos para prosseguir interesses outras naturezas.

• Estudos iniciais que cabiam na economia e religião

Enquanto atividade da ciência económica- surge 2º metade seculo 18, porque aparece em termos historia a revolução
industrial, aumentou a capacidade produtiva das economias . Até a revolução industrial o norte de africa não era menos
desenvolvido que a Europa. Com a revolução industrial a europa dá um pulo e assim cava diferença desenvolvimento e
outras partes do mundo, como norte de africa.

A revolução industrial muda capacidade produtiva das economias e capacidade enriquecer das economias. Com a revolução
industrial temos outro fenómeno – processos produção ganharam natureza mais coletiva. O processo produção de um
bem pode ou não exigir várias pessoas. Ex, horta- processo produtivo envolve-me só a mim, não envolve interação
social . Depois temos processos coletivos produtivos envolvem pouca intereção social. Com a revolução industrial afirmou-
se nova unidade formação- FÁBRICA, em que temos centenas de pessoas a trabalhar. Esta noção de processo produtivo
coletivo, resultando a primeira grandeza – interesses proletariado vs interesses patrões , explicando a economia surgir
como ciência autonoma de outras ciências.

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Problema, quando se produzia pouco, as sociedades pouca capacidade produtiva tem, há sempre consumo para aquela
produção- há sempre procura, o consumo enquanto condição para produção não é problema. Esse problema surge com
a primeira, segunda, terceira Revoluções Industriais, pois oferta é imensa. Ex, centro comercial- lojas repletas produtos,
sempre , as sociedades capitalistas que foram sucedendo aumentaram imenso a capacidade produtiva das economias. Mas
nem sempre o consumo acompanhada a produção. Quando havia pouca oferta, havia sempre procura, consumo. Com a
revolução industrial, temos problema económica que é GARANTIR ESCOAMENTO para produção que se produz,
tendo o que economistas designam se SOBREPRODUÇÃO. Logo temos que estudar como evitar estas crises, para que
a ciência económica de autonomize.

Doutor diz que é um problema de gravidade recorrente. Nas sociedades onde havia fome de produção de bens , não
haviam este tipo de crises . Agora com capitalismo e produtividade grande, nota-se recorrente a velocidade que há em
problematicamente escoar a produção- não vendendo a produção ou não vender toda a produção não vale a pena produzir
, aumentando desemprego.

É um problema atual do século XXI . As crises que temos nunca são de sobprodução, defecitária e sim sempre
sobreprodução. Ao entrar centro comercial , nunca vemos consumidores mais do que a oferta. As montras estão sempre
cheias. É um problema identificado muuto cedo e é grande contributo para a ciência económica se ir revelando, estando
em cheque o próprio capitalismo.

Capitalismo revelou-se sistema eficaz em termos de produção com qualidade , mas dificuldade de escoar o excesso de
produção- DEFICIENCIAS NA PROCURA EFETIVA OU SAUDAVEL ( + frente veremos ).

Nota : A ciência económica surge , para alguns autores seculo 18 e 19 o capitalismo é a forma
natural de realizar atividade económica- nesta matéria não há lugar a alternativas. Perante fenómeno
natural não podemos contrariar esse fenómeno . Porque? O capitalismo baseia-se no processo de
produção de bens e distribuição bens e rendimentos que se baseia em LEIS NATURAIS ( daremos
mais tarde). Sendo o CAPITALISMO o MODELO NATURAL da ATIVIDADE ECONOMICA.

Leis naturais? São leis contra as quais não há alternativa, se tentarmos fazer alguma coisa, a
situação económica não melhora como piorará. Malthus vai criticar as leis dos pobres ( suavizar
condição pobres ) , dizendo que vai interferir nas leis naturais, e não vão melhorar , fazendo até
aumentar pobres.

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Sendo naturais, são MORAIS e sendo morais são JUSTAS- “ há mas há situações a corrigir, não
. Não corrigimos como pioramos “. Tem efeitos que são oposto, havendo degradação dessa situação.

Temos aqui PERFEITA JUSTIFICAÇÃO MORAL DO CAPITALISMO- é o melhor dos sistemas,


são naturais, morais e justas. Vai ser para alguns autores o capitalismo abandonado.

Não é entendimento defendido, mas foi durante algum tempo por Smith e Ricardo defendidos. Estes
autores defendem este entendimento do capitalismo , temos ter em conta o seu tempo, não estão
perfeitamente conscientes , dada a sua época de estudo. Foram grandes economistas, resultado das
obras do seu tempo.

A ciência económica surge com capitalismo e como CIENCIA DE CLASSE, o LIBERALISMO teve
um papel fundamental. A economia feudal era ruralizada e estagnada, havia naturalmente cidades
prósperos, como Veneza , havendo dinamismo, mas globalmente considerada era uma ECONOMIA
ESTAGNADA e RURALIZADA.

Capitalismo ao surgir, e surgindo ciência que a defende, atacando privilégios, estando assim de
acordo com INTERESSES DA BURGUESIA- interesse social . Fim do absolutismo. Com o tempo,
essa convergência de interesse uma classe , há quem diga que desaparece.

Características básicas:

1. CLASSICO-MARXISTA
• Encontramos vários autores com aspetos comuns significativos, mas também há
diferenças significativas
• Aspetos comuns:
o Questões colocadas ( respostas podem variar) e pretendem resolvidas pela
ciência económica- o OBJETO DE ESTUDO. Identificação matérias ,
questões colocadas:

1. Como se origina o rendimento? Origem da riqueza? Significa


origem rendimento gerado da economia. Do património.

2. Quem gera rendimento numa economia? Todas as classes sociais


de uma sociedade? Ou apenas uma ou outra?

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3. Como se distribui rendimento pelas classes sociais? A
desigualdade entre as várias classes sociais.

Aula 11.10-2º
Na aula passada na materia de economia politica- noção e objeto da economia política- o que é ciência
económica?

Não há assim um entendimento consensual do que diz respeito entendimento e objeto da economia política- uns
entendimentos capitalistas e outros crítica ao capitalismo.

Este semestre – pensamento económico- mercantilistas, marginalistas . E também esses vários autores podem
ser arrumados.

Vamos retomar a aula passada – 2 perspetivas :


Não estão de acordo com tudo, havendo aspetos em comum – mesmas perguntas colocadas e havendo aspetos
diferentes- MARX e RICARDO- ricardo tem sensor do capitalismo e MARX um dos maios críticos do
capitalismo.

1. CLASSICO-MARXISTA- fisiocratas , Smith, David Ricardo e Marx


• Encontramos vários autores com aspetos comuns significativos, mas também há
diferenças significativas
• Aspetos comuns:
o Questões colocadas ( respostas podem variar) e pretendem resolvidas pela
ciência económica- o OBJETO DE ESTUDO. Identificação matérias ,
questões colocadas:

1) Como se origina/ cria o rendimento? Origem da riqueza?


Significa origem rendimento gerado da economia. Do património.

2) Quem gera rendimento numa economia? Todas as classes sociais


de uma sociedade? Ou apenas uma ou outra?

3) Como se distribui rendimento pelas classes sociais? A


desigualdade entre as várias classes sociais. Seja há 200
anos e 2 mil anos há nas económicas desigualdade na
distribuição rendimentos- há ricos , pobres e remediados.
Teixeira Ribeiro, grande professor do século XX- fez estudo
anos 70, concluía que no capitalismo a época as desigualdades

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iam de 1 a 300. Mas curiosamente ja as economia capitalistas
a beneficiar rendimentos 30 vezes superiores. Essa
desigualdade tentará ser explciada pelos processos produtivos-
teremos características que determinaram quando rengimento for
gerado como é que rendimento é distribuído. O patrão pode
escolher entre senhor A e senhor B, em casos de falta de mao
de obra, já o trabalhador está dependente da boa vontade do
patrão. Um patrão é mais fácil não contratar que um
trabalhador não escolher- DISTRIBUIÇÃO ASSIMÉTRIA/
DESIQUILIBRADA DO PODER NEGOCIAL. Na negociação
patrão tem mais influencia. Os salários tendem a ser
BAIXOS. No decurso da produção temos características que
levam a essa resultado da desigualdade. Quando haja FALTA
MAO DE OBRA, o trabalhador será disputado. Normalmente
as coisas funcionam ao contrário- momento produção, reunião
das condições, e depois sentem-se efeitos .

4) Nenhum deles esconde- CONFLITO DISTRIBUIÇÃO


RENDIMENTO- ricos, remediados e pobres. Sendo que
depois as respotas variam- a questão é : qual a RESPOSTA
AO CONFLITO DE DISTRIBUIÇÃO DE RENDIMENTO?

Portanto, aqui encontramos traços de união das varias


perguntas.

o Percurso dos vários autores rápido – pois devem serão estudamos em


pormenor:

o FISIOCRATAS- século 18, antes de Smith, já estamos perante


autores que em determinados aspetos do seu pensamento são
CLASSICOS. Componente teórica, erudita relativamente frágil. Não
tem teorização de muita exigência. Os pontos principais:
▪ Aulas práticas
▪ Quadro económico- tableau economique- figuração da vida
económica , nos diagramas da contabilidade nacional. Todos
participamos na vida económica como produtores ou
consumidores- ex, professor ao dar aula é produtor de

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vários serviços da vida académica, mas também é
consumidor , o dr foi a aula comprar agua . Sendo que
Estado produz também serviços e consome. A vida
económica faz ligações entre pessoas , empresa e estado.
Os primeiros autores são os fisiocratas através do quadro
económico e nas aulas práticas veremos melhor.
Representa-se a vida económica é feita de frutos reais e
monetários: eu presto serviços a esta faculdade, na
docência, investigação académica- são FRUTOS REAIS.
Um FLUXO MONETÁRIO- eu vou ao bar e peço
torrada- é fluxo de natureza real, mas em contrapartida
terei que pagar pela torrada- entregar determinada
quantidade de dinheiro-FLUXO MONETÁRIO. Uma
economia vive da ECONOMIA DA TROCA.
▪ INTERDEPEDENCIA CLASSES SOCIAIS VIDA
ECONOMICA- uns e outros são dependentes na
distribuição do rendimento . Havendo conflito- para uns
ficarem melhor outros ficarão piores . Admitem
CONFLITO NA DISTRIBUIÇÃO RENDIMENTO-
uns serem ricos outros tem que ser remediados e pobres.
Os subjetivistas-marginalistas não pensam assim – aspeto
comum entre restantes autores clássico-marxistas.
▪ Fisiocratas e restantes autores estão associados-
CONSIDERAÇÃO PROBLEMA TRABALHO – os
fisiocratas, Smith dizem que há trabalho produtivo e
improdutivo. O produtivo- a definição minuciosa será de
autor a autor variável. Genericamente trabalho produtivo
é aquele que gera EXCEDENTE. Ou seja aquele que
gera rendimento que ultrapassa o rendimento dispendido na
produção- tenho que dispender rendimento-maquinas,
matérias primas. Reunidas condições produção, é realizada
a produção e uma vez vendida gera EXCEDENTE. É um
rendimento monetariamente expresso- x milhares euros. O
excedente é diferença entre rendimento dispensado x bens
e o rendimento gerado. Ex, 1000- rendimento gerado -
700- rendimento dispensado = 300-excedente .
▪ As diferenças entre fisiocratas e outros autores-
considerações para os fisiocratas de que nas economias dos

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seus tempos ,e não podiam pensar pelas realidades
económicas que não conheciam- 1º metade século 18
escreveram os fisiocratas-SÓ TRABALHO AGRICOLA
É PRODUTIVO- só na agriculta se gera excedente.
• Ainda não se tinha dado a revolução industrial-
não haviam maquinas movidas a eletricidade, a
industria
• Já se tinha dado revolução agricola- aumentou
a produção agrícola
• Produção manufatureira- a riqueza gerada era
a riqueza consumida.
• Agriculta, nomeadamente norte da frança- já se
faziam sentir efeitos revolução agrícola .
Desenvolviam-se já em modos capitalistas-
significa que se produz como mínimo de custos (
EFICIENCIA PRODUTIVA) e vende-se pelo
maior valor possível ( MINIMAZAÇÃO
CUSTOS)- assim maximiza-se os lucros e
minimiza-se os custos de produção.
• Estes senhores fisiocratas, pré-revolução
industrial mas já do tempo da revolução agricola,
já em partes da frança , com produção em
MODOS CAPITALISTAS, nesses setores
cumpridas estas condições haviam GANHOS
AVULTADOS .
• Só o trabalho agricola é produtivo- aproveita
dom natural da terra.
o Smith- verdadeiramente clássico, teorização mais sofisticada.
Também afirma :
▪ CONCEITO TRABALHO PRODUTIVO- o que gera
valor-mesmo conceito
• Mas não tem que gerar com este ou aquele setor
da atividade
• Desde que gere rendimento superior ao utilizado
na produção- qualquer um -agricultura e
industria e perceção industria é possível obter
lucros elevados
▪ O que é que DETERMINA VALORES DOS BENS?

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• Smith diz que que um valor de troca e uma
mercadoria resulta da OFERTA e
CONDIÇÕES OFERTA- ou seja, CUSTOS
PRODUÇÃO. O bem A terá valor do dobro do
bem B, pelo seu custo de produção. A – 10
euros e B for -5 euros, o custo de produção é
o dobro. O que se esta aqui a dizer não interessa
para determinação valor de troca- RESULTA
OFERTA E CONDIÇÕES OFERTA. O valor
de um bem é formado em função custos produção
independente da procura que dele se faça.
• Smith distingue-se, os autores tem noção que a
procura pode influenciar , se os senhores que há
enorme procura vão aumentar – Smith dizia que
estas variações são CONJUNTURAIS DOS
PREÇOS. Ele quer estruturalmente determinar
o valor, independente de variações conjunturais
que essas sim SÃO RELACIONADAS COM A
PROCURA. Os valores podem sim variar de
acordo com a procura, mas estruturalmente, a
longo prazo O QUE DETERMINA VALOR
DE UM BEM? Diz Smith- OFERTA e
CUSTOS DE PRODUÇÃO.
o CUSTOS DE PRODUÇÃO- o que
são? São custos de produção matérias-
primas , em capital
o Admitimos que existem 3 fatores de
produção: trabalho , capital e recursos
naturais-
o Pode dizer-se que só ha um custo de
produção que é o trabalho -TEORIA
UNIFATORIAL
o Com Smith os CUSTOS DE
PRODUÇÃO- os 3 fatores de
produção como os que são apenas em
trabalho.

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o Ricardo- é neto ou bisneto portugueses e é com Marx , dois
economistas importantes século 19.
▪ Há linhas de continuidade com respetivos pensamentos
económicos- TEORIA DO VALOR e TEORIA
DISTRIBUIÇÃO RENDIMENTO.
• Valor troca de uma mercadoria a longo prazo
depende OFERTA e CONDIÇÕES OFERTA
• Mas a partir daqui distingue-se de Smith-
VALOR TROCA depende unicamente dos
FATORES DE PRODUÇÃO- que é o trabalho.
• Ricardo não tem hesitações de Smith- único fator
de produção é o TRABALHO- so trabalho cria
valor
o É defensor do capitalismo
o Só os trabalhadores criam valor
o O valor próprio de um bem depende da
quantidade trabalho despendido na
produção de um bem- um bem tem
trabalho despendido triplo outro bem-
valor o triplo do valor do outro bem
o Não importa-se com a PROCURA.
• DESIGUALDADE RENDIMENTO-ricos,
remediados e pobres e há CONFLITO
DISTRIBUIÇÃO DO RENDIMENTO- uns
ficarem melhor outros ficam pior.
“Quantos pobres são necessários para fazer um
rico”? É o conflito de rendimento.
o Um e outro , Smith e Ricardo a
desigualdaded distribuição rendimento
são resultado do EFEITO LEIS
NATURAIS- naturais, absolutas ,
universais e intocáveis. As coisas são
assim porque tem que ser assim. Ex,
se eu segurar peça porcelana nas mãos
se deixar cair , ela parte- não posso
censurar nem lamentar a lei da
gravidade- é natural.

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o Smith e Ricardo- há leis naturais que
determinam que há povos ricos e
pobres.
o Ao dizer que há LEIS NATURAIS
NO CAPITALISMO – afirmamos
que capitalismo é um modo definitivo de
organizar a vida económica e não pode
superada por uma outra qualquer.
o A desigualdade distribuição rendimento
alem de ser fruto leis naturais e é
condição – deixa ser algo para ser algo
desejável. Haver crescimento económico
haver investimento e para investimento
com acumulação capitais e os capitais
acumulados faz-se com lucros que
foram gerando. Não há fator único que
determine o crescimento económico.

Isto é importante, porque podemos ter


LEIS NATURAIS e todavia podemos
ter LEIS NATURAIS que
PRODUZEM EFEITOS
DESEJAVEIS na economia e
sociedade- acabam permitir que se
cumpra condição que haja crescimento
económico e se assim é , alem de
naturais são desejáveis ponto vista
sociedade- ricos, pobres e remediados-
todos querem economia em crescimento.

o Marx- autor na perspetiva classico-marxista mas é contrariamente aos


outros autores , Smith e ricardo- intrinsengentes capitalismo enquanto sistema
económico natural e forma definitiva de organização vida economia e
insuscetivle superação. Marx
• TESE INEVITIBALIDADE- capitalismo pode ser superado e essa superação é inevitável- Smith e
ricardo vs Marx.

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• As leis que determinam distribuição e produção rendimento NÃO SÃO NATURAIS- SÃO
HISTORICAS- tem haver com determinada produção e desaparecem quando capitalismo for substituído
outro sistema .
• Os salários são na economia capitalista estruturalmente baixos. Salário é renumeração trabalho. A
ideia do que é um salario baixo varia economia para economia e de época para época. Silva Lopes,
grande autor, numa entrevista , dizia que quando for para a escola primária era único calçado, os
restantes não tinham dinheiro para sapatos. Há 100 anos o que consideramos salário abaixo está
muito abaixo do hoje considerado, não faz hoje algum sentido ter um salário que não permitisse comprar
sapatos- varia TEMPO E ESPAÇO.

Mínimo de subsistência- noção que varia pais


para pais e época para época.

Clássicos-seculo 18 e 19 dizem que tem haver


com fato , para nos em Portugal em seculo 21
não faz sentido, dizem que quando salários
sobem as condições de vida miseráveis, fazendo
com que a prazo aumente a oferta de
trabalhadores e porque o numero de crianças
ao entrar na população ativa aumenta. Hoje
em dia é estranho pois em Portugal não há
grande taxa de natalidade. Estamos a falar
numa altura em que a maioria jovens não
chegavam a idade adulta, a pertencer população
ativa- não havia alimentação suficiente, doenças.
Quando salários sobem, pessoas qur vivem em
condições miseráveis as condições de vida
aumentam. A prazo diz Ricardo , entram na
população ativa. Nesta época aos 5 anos era
possível entrarem para população ativa, nas
minas por exemplo , ou como aprendizes na
industria. Se condições de vida aumentassem e
isso significasse aumento população ativa-
AUMENTO OFERTA- o SALARIO
DIMINUIA. Mas esta explicação dos clássicos
que consideravam inevitabilidade , salários
aumetam oferta trabalhador aumentava e

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salários voltavam ao mínimo subsistência- Smith
e Ricardo

Já Marx-quando procura trabalhadores


aumenta os salários tendem a aumentar-
sentido-se disputados exigem valores maiores e
isso significa aumento custos.
Salário é para quem recebe fonte de rendimento
e quem paga é custo de produção.
Marx, então haverá aumento custos produção e
diminuição taxas de LUCRO. O capitalista,
havendo a substituição por máquinas,
aceleradamente dado os salários aumentarem.
Capitalismo serve para PRODUÇÃO MAIOR
LUCRO- e qual forma reagir- Seculo 19 até
atualidade- SUBSTITUIÇÃO MAQUINAS-
desemprego aumenta, e a pressão aumento
salários diminui- NÃO HÁ AQUI
NENHUMA LEI NATURAL.

O fim da produção do capitalismo é o MAXIMO


DE LUCROS- qualquer industrial quer o
máximo de lucros, a longo prazo. Tem se
acentuado com a evolução.

Marx- o que há aqui é a SUBSTITUIÇÃO


de PESSOAS POR MAQUINAS – para
consequentemente diminuição salários e aumento
desemprego. A mecanização continha , um fato
histórico, a diminuição da cadencia de trabalho.

• Outra ideia Marx tem é que existe CONFLITO DISTRIBUIÇÃO RENDIMENTO- para aumentar
categoria de rendimento outra diminuiu. Com Marx não é um conflito que resulte de LEIS NATURAIS
mas sim das LEIS PROPRIAS CAPITALISMO- como produz, resolve relações de produção e produz
rendimento no capitalismo.

Não só as sociedades capitalistas são desiguais,


também a da idade media, esclavagista- mas

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no capitalismo tem características próprias deste
sistema económico e explica-se através do
ESTUDO DA COMPRENSAO DE LEIS
ECONOMICAS PROPRIAS DO
CAPITALISMO. E também traz um
problema- se é verdade sociedades capitalistas
são desiguais e também que a pobreza traz
problemas ao capitalismo, por uma razão- as
economias capitalistas soa de ABUNDANCIA
DE BENS- preciso vender muito para se
produzir ainda mais. Por ex, sociedade
portuguesa- a classe média, média-baixa e
talvez média-alta perdem poder de compra por
terem consequências macro-economicas. Se
recebemos cada vez menos, menor poder de
compra , significa quebra , dificuldade escoar
a produção.

Na economia feudal- não havia este problema


– não haviam grandes níveis de produção.

Sociedades que empobrecem são sociedades onde


a crise se instala pela dificuldade de escoamento
da produção.

Durante muito tempo, foi-se resolvendo o


PROBLEMA DE ESCOAMENTO com a
MASSIFICAÇÃO CRÉDITO, sem
AUMENTAR SALÁRIOS- os cartões de
crédito , eram símbolo de status social, os
bancos ofereciam a clientes com mais dinheiro
ou prestigio social , hoje o cartão credito é
conseguido forma maciça . O cartão credito que
a partir anos 90 , chegaram-se a receber em
casa em que não tinham nenhuma ligação em
casa, cartões de crédito. Explosão de crédito- o
que se fez, a vantagem ainda que transitória,
no capitalismo, fez com que HOUVESSE

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MAIOR PODER DE COMPRA- comprar algo
com dinheiro que ainda não temos. De acordo
com dinheiro que tem hoje, surgindo problemas
de possivelmente não conseguirem pagar .

É assim uma característica do capitalismo que


traz problemas ao capitalismo- problemas
MACRO ECONOMICOS , de EQUILIBRIO
DA ECONOMIA CAPITALISTA.

Há autores que defender atuar característica


da economia , Marx diz que com superação
capitalismo por outro.

Marx- CAPITALISMO É SISTEMA DE


EXPLORAÇÃO NECESSÁRIA- explorados
são trabalhadores assalariados pois revecebem
salários inferiores . MAXIMIZAÇÃO
LUCRO.

2. SUBJETIVISTA-MARGINALISTA- também eles com algumas diferenças

• Jean Batist Say- também um clássico- semelhanças pensamento Smith e Ricardo ( por ex, otismo ao
respeito a um equilíbrio duradouro de economias capitalistas cumpridas determinadas condições , não
há crises). Autor que todavia é classico e em determinados aspetos clássicos que combina com
pensamento classico de Smith e Ricardo.

▪ Rejeita TEORIA VALOR DO TRABALHO- ideia de que so há 1


fator produção- o trabalho.

▪ Rejeita VALOR BEM RESULTA SOMATÓRIA CUSTOS


PRODUÇÃO EM CAPITAL, TRABALHO E RECURSOS
NATURAIS ( 3 fatores de produção e custos que se suportam) e
UTILIDADE BENS PRODUZIDOS – depende utilidade de um bem e
determina a procura que se faz. Bens uteis- mais procurados, bens
menos uteis-menos procurados

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O que determina um valor de um bem é utilidade de um bem e o que
determina a o montante produção de um bem são os custos de produção.
Custos de produção não podem ser superiores aos da produção

▪ EXISTEM 3 FATORES DE PRODUÇÃO +1


1. Trabalho
2. Capital
3. Recursos naturais
4. Mas também para que haja produção não bastam estes 3, é
preciso contar com individuo que há de reunir e organizar estes
fatores de produção- O EMPRESÁRIO. E destacam
consequências, que não encontramos em nenhum outro autor . Uma
coisa é o capitalista -passivo- que empresta dinheiro, outro é o
empresário-detentores de fatores produção, organizar fatores de
produção e desenvolver a produção. Say diz que há
DIFERENCIAÇÃO SOCIAL- só que perante o empresário essas
3 classes sociais são distintas estão em IGUALDADE
CIRCUNSTANCIAS- o dominador comum de PRESTADORES
DE SERVIÇO. Em Smith, ricardo e Marx- diferenciação social
tem impacto, em Say também há, mas perante figura do
empresário estas 3 classes sociais- trabalhadores, capitalistas e
proprietários das terras- são vistas como prestadoras de serviços
produtivos e nessa medida a diferenciação SOCIAL NÃO TEM
IMPACTO .

Aula 12.10-3º

Na aula passado tínhamos iniciado discurso sobre aspetos fundamentais de autores e vamos estudar com
desenvolvimento que arruma numa perspetiva classico-marxista- fisiocratas, smith , ricardo e Marx. Encontram na
mesma perspetiva, havendo aspetos comum- questões que colocam e que entendem que há um dever de resposta ciência
económica e até certo as respostas que dão- mas também há diferenças- Smith e Ricardo há partilha de ideias,
todavia, Ricardo defende uma teoria radical- so trabalho tem valor embora nem so trabalhadores recebem valor e
Smith diz talvez sim e talvez não. Marx e Ricardo são antidotas no que diz respeito forma como encaram economia.
Ricardo- economia como longa evolução histórica e forma definitiva organizar a economia. Marx ve o capitalismo como
sistema económico a superar que não regulam por leis naturais mas sim leis históricas. Logo há aspetos comuns e
diferentes.

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TESE FUTILIDADE e PRESERVIDADE- se tentarmos fazer algo melhorar, não melhora e piorará- como já
vimos a cima num destes autores.

Portanto , ainda na aula passada entramos na 2º perspetiva- SUBJETIVISTA MARGINALISTA, e vamos tratar
de Jean Batist Say e Marginalistas.

1. Say – continuação

• Tendo aspetos em comum com Smith e Ricardo


• Lei de Say- acolhida por Ricardo , sendo matéria dada mais tarde
• DIFERENÇAS SAY E CLASSICOS:
1. Não há teoria valor do trabalho- não admite
que so trabalho cria valor, não so um fator de
produção. Existem 3- TEORIA VALOR
SAY/ 3 FATORES PRODUÇÃO. Dr. Cunha
3+1 . Enquanto Ricardo, Smith eventualmente,
dizem que so trabalho cria valor. E os outros?
Que recebem juros e valores? Contribuem
produção? Ricardo e Smith- Não. Entao porque
recebem? Apropriam-se de parte do valor.
Rendas, juros e lucros são deduções/ parcelas
valor que não cabem aos trabalhores que
cabem capitalistas ativos e passivos e
proprietários das terras. Havendo RELAÇÕES
DE PODER entre VARIAS CLASSES
SOCIAS.

Porque? As primeiras classes- detentoras meios


de produção, fabricas, terras, instalações
manufatureiras e os trabalhadores não o são.

Say diz – trabalho, capital e recursos


naturais- contribuem todas elas . Os
trabalhadores contribuem produção, capitalistas
com capitais e proprietários de terras com as
terras. Cada classe detém 1 fator produção e
contribuem para a produção.

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2. 3+1- porque? Há outra personagem- o
EMPRESÁRIO . No topo o empresário e na
base os outros três referidos a acima. O
empresário tem funções de ORGANIZAR A
PRODUÇÃO e ADQUIRIR A CADA CLASSE
SOCIAL os RESPETIVOS FATORES
PRODUTIVOS- capital, terras e
trabalho.Não tem fatores de produção o
empresário, ele organiza e desenvolve a
produção. Portanto, perante ele as varias
classes sociais são reduzidas a um dominador
comum-PRESTADORES DE SERVIÇO.
Também aqui há diferenciação social, mas é
como se as relações de poder entre estas , a
importância que tem Smith, Ricardo e Marx
DESAPARECEM.

3. Temos fatores de produção , todos contribuem


produção , cada classe social obtém para
condição produção uma RENUMERAÇÃO –
não acontece em Smith , Ricardo e Marx em
que o TRABALHADOR é quem CRIA
VALOR. 100-400= 600 é o execedente que
não é assumido como salários é DISTRIBUIDO
JUROS, LUCROS E RENDAS pelas
restantes classes sociais. Marx inclui na
TEORIA MAIS VALIA os juros, lucros e
rendas.

Trabalhadores- 800 salarios; capitalistas-


300 ; proprietários terra- 300 é
consequência logica contribuição para produção ,
cada uma obtém RENUMERAÇÃO- expressão
direta da sua contribuição produção. E como se
formam juros, lucros e rendas? JOGO
OFERTA E PROCURA ( leis do mercado-
2º semestre ). Os salários sobem quando
houver maior procura de trabalhadores,

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diminuem vice-versa. Juros? Sobem se
houver maior procura capitais e vice-versa . O
preço dos mercados varia de acordo lei oferta
e procura.

Say- formam-se autonomamente, não há


INTERPRENDENCIA CATEGORIAS
RENDIMENTO. Não há CONFLITO
DISTRIBUIÇÃO RENDIMENTO- só ocorre
para uma determinada categoria aumentar. Uns
ganham mais , porque aquela classe social
contribuir mais, gerou mais rendimento .

Ex, bolo- em Smith, Ricardo e Marx- categoria


rendumento aumente- fatia bolo corresponde
categoria rendimento as outras fatias vão
diminuir . Say- uma fatia maior ,
determinada classe social contribuir mais, o
próprio bolo aumenta, a fatia é maior mas
outras não tem que diminuir porque a de
determinada categoria aumentou.

Smith, ricardo e Marx vs Say.

2 . (…) e Senior – não interessa ( ver no livro).

3 . Marginalistas – só ideias gerais. O Sr. Avelas Nunes desenvolve mas não muito mas diz mais que o Dr.
Agora na aula. Os marginslitas são escola pensamento económico, anos 70 seculo 19 vista pelos Marxistas como
reação ao Marxismo. Do capitalismo ao socialismo.

• Marginalistas dão importância, no que toca crescimento económico- PAPEL CONSUMIDORES E


CONSUMO- é principal impulsionador da economia. Para os clássicos depende de FATORES
REAIS OFERTA ( expsansao oferta e produção).
• Há um conceito importante- SOBERANIA CONSUMIDOR- através da PROCURA- bens que
não compra e que compra. Nós consumidores mandamos nos mercados e produtores, através das
nossas escolhas. Ex, num supermercado não encontramos ninguém com pistola a cabeça para

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comprar o que não queremos- logo damos INDICAÇÕES AOS PRODUTORES. Não adquirir
determinado bem é votar na diminuição ou extinção da sua produção. Conceito interessante e tem
validade .

o MAS HÁ LIMITAÇÕES DO CONCEITO- não abrangem o que diz respeito capacidade


produtores orientarem consumidores. Ex, vestuário – moda influencia consumo- pessoas
adquiram constantemente pessoas de vestuário x e não y. MODA- instrumento
PRODUTORES tem para IMPOR A SUA PRODUÇÃO. Já sentimos produtos que
tínhamos mas tornaram-se obsoletos- é provocada internacionalmente produtores . Ex,
novo ipad ou computador- MANIPULA-SE NECESSIDADE e assim o CONSUMIDOR
VAI CONSUMIR. É livre, obvio, mas é coagido.

Caso – airbags são importantes , acontece todavia só funcionam até determinada


velocidade . Uma vez o Dr viu documentário destas questões tecnologia , batida a 10 /
hora e os represantes chamavam atenção dos airbags, mas os testes paravam a 70 /
hora. Porque depois disso não haveria airbag que atenuasse e os jornalistas questionaram
porque não havia testes além dos 70 / hora- porque não havia? A partir daí já não
era argumento de venda. Há aqui MANIPULAÇÃO.

o Importância CONCEITO SOBERANIA CONSUMIDOR- deixando de lado então a


capacidade de os produtores influenciarem os consumidores. Este conceito, radical não
sendo emprestado , tendo bastante razão de ser mas cuidado NÃO ESTUDA TUDO-
explica alguma coisa dentro das capacidades dos consumidores influenciarem , mas os
CONSUMIDORES E PRODUTORES também tem INFLUENCIA. Mas explica
alguma coisa, a passagem de cavalos a automóveis fez-se porque a procura foi
deslocando lentamente de uns para outros nas primeiras décadas do século 20. A
produção das carruagens foi diminuindo e dos automóveis aumentando- consumidores , ao
verme transporte mais avançado, foram deslocando a sua procura para produto com mais
uso.

• Introduzem conceito, sendo ou não marginalista é um conceito revolucionário-UTILIDADE


MARGINAL. Para Ricardo e Marx com subtileza – valor bem dependia trabalho dispendido.
Say- utilidade de um bem, quanto mais útil mais valioso. Em Smith também dependia dos custos
de produção ( não apenas o trabalho ).

Há bens sem os quais não conseguimos passar e extremamente uteis. Ex, agua- bem com valor
baixo; diamante- bem como valor alto. Todavia podemos passar a vida sem utilizar diamante mas
da água não passamos sem. A utilidade para Marginalistas ( vs perspetifalam de UTILIDADE

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MARGINAL- valor de um bem depende da sua UTILIDADE MARGINAL ( diferente de
apenas utilidade).

Aula 18.10-4º
Na aula passada tínhamos entrado na revolução marginalista, ou seja, em alguns aspetos fundamentais ,
como escola de pensamento económico que distingue do clássicos, embora com alguns aspetos em comum, que
em particular coloca-se em contraposição pensamento marxista. Avelas Nunes ve esta escola com raízes na
escola clássica. Ainda so demos conta de aspetos fundamentais.

• Ponto importante- determinação valor bens ou fundamentos valores dos bens: clássicos
tendem a fundamentar o valor bens através fatores relacionados oferta- dependerá de 3
fatores produção e custos associados – capital, recursos naturais e trabalho. O valor de
um bem, segundo Marx depende do trabalho despendido na sua produção. Falar em 3
fatores de produção é falar da oferta .

Na aula passada, por outro lado, no lado da procura chamando facto Smith tentando
percorrer o caminho , através de 2 exemplos- PARADOXO VALOR

Ex, diamante- bem com elevado valor e todavia a sua utilidade é praticamente inexistente,
podemos passar vida sem utilizar um diamante.
Ex, água é bem sem qual não sobrevivemos , nessa medida é de utilidade elevadíssima, é
bem essencial
Todavia, dentro bens que tem preço, não são livres ( como o ar), que são escassos , a
água é dos bens com menor valor. Smith diz que por este caminho não vale a pena ir,
bens extremamente uteis tem valor baixo e bens sem utilidade valor altos. Não vale a
pena associar a utilidade ao valor de um bem.

• Os marginalistas dizem que a utilidade é FUNDAMENTO DETERMINAÇÃO VALOR


DE UM BEM- invés de considerar utilidade no sentido comum, usemos UTILIDADE
MARGINAL – a utilidade marginal de um bem depende escassez ou raridade desse bem
e intensidade da ultima intensidade que bem vem satisfazer..

Apreciar em invés utilidade e pensar utilidade marginal , notem a água é bem essencial
a sobrevivência mas também é dentro dos bens escassos um bem abundante. Agua potável
, podemos beber não existe em quantidades ilimitadas, é escasso , mas dentro dos bens
escassos é dos que existe maior abundância. Com a água satisfazemos necessidades

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essenciais a sobrevivência/ manunentenção vida e necessidades baixa intensidade, como
regar as plantas.

• Aqui abre-se porta a um definição importante -BEM ESCASSO VS BEM LIVRE-


bem livre existe em quantidades exuberantes, isto é, superiores às de que necessitamos
pra satisfazer todas as necessidades . Ex, ar – precisamos para sobreviver, mas
podemos consumir todo o ar , e satisfaz integral as necessidades e ainda sobra ar. Um
bem escasso são bens que existem em quantidades limitadas e existem aqui dentro bens
de maior ou menos quantidade. Ex, água é bem escasso embora dentro destes é um bem ,
ex torneira joga água e existe em grande quantidade mas é um bem escasso não é
ilimitado, pode-se em circunstancias extremas racionar a água. Os bens escassos, dizem
marginalistas depedem da abundancia que existem e intensidade que vao satisfazer. O
diamante é bem escasso – mas que ele é escasso é e muito, mas que NECESSIDADE
SATISFAZ? A resposta é, as necessidades consideradas são um leque alargado que
inclui necessidades objetivas- básicas de sobrevivência e inclui necessidades subjetivas-
depende pessoa para pessoa.

• NOÇÃO NECESSIDADE- para a economia é estado insatisfação acompanhado


consciência e desejo possuir um bem julgado capaz satisfazer esse estado insatisfação. É
um estado de carência- sentimos falta alguma coisa. Não vale por si só, para a
economia. Para a economia tem que determinar efetiva ou potencialmente procura . Temos
sentido de carência determina procura qualquer coisa .

Os diamantes depois lapidados são pedras lindas, como objeto adorno dificilmente tem
rival- alguém que o tenha causa grande impressão junto outras pessoas. Portanto quem
poder ter diamantes , sentirá com intensidade a necessidade de os ter. Cumpre função que
com dificuldade encontra rival . Portanto, quem poder ter diamantes sente necessidade de
os ter. Para quem utilizar simboliza estatuto social elevado .

Ora bem, se por um lado bem É RARO e sentimos NECESSIDADE DE O TER- a


utilidade marginal , no seu sentido comum de utilidade é baixa, mas marginal é alta .
Portanto, diamante vai ter utilidade marginal alta , ou seja, valor elevado.

Conceito utilidade mais comum não serve sequer para ensaiar uma teoria do valor apoiado
ato da procura- quem procura bens porque ve utilidade. Já para utilidade marginal ,
tem uma verossimilhança- bens com grande utilidade marginal tem valor elevado no
mercado ; bens necessários sobrevivência tem baixo valor do mercado.

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• Voltando à noção de NECESSIDADE- aqui cabem necessidades OBJETIVAS e
SUBJETIVAS. Necessidades que todos temos vs uns tem , outros não tem, tem maior ou
menor valor- ex, estudantes com mota- sentem a necessidade de ter uma mota e há uns
que não sentem necessidade, há outros que gostavam de ter. O que interessa nas
necessidades , é o facto de determinar PROCURA, e umas e outras determinam procura,
precisamos alimentar-nos todos os dias, e preciso ir ao supermercado comprar comida vs
eu compro uma moto porque sinto necessidade. Sendo objetiva ou subjetiva aqui não
interessa.

Ex, tabaco- atualmente fuma-se muito menos , houveram tempos em que os alunos
fumavam nas salas de aula – estudantes sentiam a necessidade de fumar. Fumar faz
mal à saúde- para a economia é bem RELEVANTE- satisfaz um estado insatisfação.
Não são feitos juízos morais.

Havia necessidade e foi satisfeita com recurso bem- ser um bem prejudicial a saúde-
para economia é IRRELEVANTE, não entram juízos de saúde e nem morais, apenas
entram juízos de ESTIMULO À PROCURA.

Isto é importante, com este novo conceito marginalistas fazem algo que já tinha sido feito
pouco sucesso no caso de Say- valores dependem de utilidade. Fazem também, desligam
fundamentaç~so de um bem, atribuem determinação bem ao lado da PROCURA.

• Outra novidade, da mesma forma bem tem valor que é FUNÇÃO DA SUA
UTILIDADE MARGINAL o fator de PRODUÇÃO terá valor que É FUNÇÃO DA
SUA PRODUTIVIDADE MARGINAL- os fatores de produção para Say e
marginalistas- trabalho, capital e recursos naturais . O que é produtividade? Capacidade
produtiva cada fator produção, gerar valor. O fator produção tem valor/ preço que
depende da sua produtividade marginal.

Ex, trabalhadores na agricultura- há tantos trabalhadores que a produção de valor-


tenho quinta e coloco vários trabalhadores, a terra pouco mais produz colocando ou não
mais trabalhadores- isto é os SALÁRIOS NA AGRICULTURA SERÃO BAIXOS.

Muitos trabalhadores significa salários baixos. Muito capital significa juros baixos- a
produtividade marginal do capital já é baixa. Em contrapartida capitais escassos significa
juros altos . Poucos trabalhadores disponíveis significa salários mais altos.

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• Não esquecer, os marginalistas trilham caminhos já percorridos Say . Na perspetiva
subjetivista-marginalista, Say e marginalistas- Say diz que havendo 3 fatores de
produção e ainda mais um , os empresários ( sendo que empresário no topo pirâmide e
os restantes na base). Havendo diferenciação social ( trabalhadores, proprietários
terras e capitalistas) – estas 3 classes perante empresário eram meras prestadores
serviços produtivos. Com Marx, há varias classes sociais , umas com poder outras não .
Com poder- titulares meios de produção e apropriam-se excedente. Há quem explore e
quem seja explorado em Marx. Em Say, ninguém explora ninguém – as varias classes
sociais estão na base , não há excedentes e nem apropriação excedentes.

• Os marginalistas insistem no entendimento que não se deve questionar o CONEXTO


SOCIAL onde decorrem as RELAÇÕES DE PRODUÇÃO no decurso processo produtivo-
esse contexto social, havendo varias classes sociais, umas titulares outras não fatores
produção é um FACTO com a qual temos que VIVER.

Temos é que observar se comportam-se estas classes RACIONALMENTE- considerada


posição onde estão se retiram maior proveito-PRINCIPIO RACIONALIDADE
ECONOMICA . Para a economia individuo comporta-se racionalmente se retira maior
proveito da sua posição , maior rentabilidade do trabalho , dos recursos naturais e do
capital. NÃO SE QUESTIONA com prerrogativas distintas, uns tem meios de produção
outros não tem acesso . Vamos é ver se comportam-se adequadamente de acordo principio
racionalidade económica- retirar meio produção máximo valor.

Doutor diz está a dar ideias fundamentais já assinaladas facilitar estudo posterior.

LIONEL ROBBINS ( base numa perspetiva marginalista, mas não é marginalista)- vamos agora ver
conceito ciência económica deste autor. É de longe o conceito mais adotado nos manuais de economia. Contrariamente a
pensar, não é fácil definir objeto da ciência económica. Portanto, nesta medida a conceção de Robbins que não é
simples, que para muitos autores, mas não para Avelas Nunes, parece definir adequadamente o conceito da ciência
económica. É simples, no mais celebre manual económico- Conceção Samuelsen – é esta. Doutor Manuel Porto e
Teixeira Ribeira perfilhavam com correções , aditamentos a conceção de Robbins . Avelas Nunes não perfilha mas
respeita-a.

Aparentemente resolveu uma questão que não era fácil resolver, em 1930 e qualquer coisa escreveu sobre isto e
50 anos depois voltou a escrever.

De acordo com este “ economia é ciência que estuda comportamento humano enquanto relação entre fins de desigual
importância e meios escassos suscetíveis de usos alternativos”

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Meios- podemos escrever bens

A conceção pode ser popular, pois encontramos em muitos manuais mas não é fácil entender

Vamos estudá-la agora.

• “ESTUDA COMPORTAMENTO HUMANO”- comportamento das pessoas , no


centro da economia . Não são assim todos comportamentos.

• “ENQUANTO RELAÇÃO ENTRE FINS DE DESIGUAL IMPORTANCIA E


MEIOS ESCASSOS SUSCETIVEIS DE USOS ALTERNATIVOS”- um conceito
importante é escassez, é a ciência da escassez, estuda as coisas que fazemos , se os
bens fossem todos livres não existiria ciência económica. Pergunta colocada em oral
por um doutor da faculdade “ fazia ciência do paraíso”? Não, paraiso é reino
abundancia . É uma ciência que existe escassez de bens.

Não há duvidas, a ESCASSEZ é um dado fundamental que delimita matérias a ser


estudadas pela a economia .

|NOTA- Dr. Avelas Nunes diz que sim escassez é um dado fundamental para a delimitação
estudo da ciência económica MAS HÁ FENOMENOS ECONOMICOS devem estudados
pela economia e não tem por detrás apenas a escassez. E dá exemplos- temos atualmente
nas sociedades mais ricas temos uma parte que são os miseráveis- vivem na rua. Existem
estas pessoas nas económicas ricas e pobres é um FACTO. Ex, em nova iorque encontramos
miseráveis. Estas pessoas vivem assim tao mal porque naquela sociedade não há rendimento
para estas pessoas? Ou há rendimento mal distribuído?

Em Portugal e outros países, existem pessoas que trabalham muitas horas , mais que 8
horas e não ganham suficiente para ter vida digna. É muito diferente viver no porto ou
interior.

Há MATERIAS A SEREM ESTUDAS PELA ECONOMIA – pessoas que vivem em


sociedades ricas mas que não há fenómeno escassez e sim de DISTRIBUIÇÃO DO
RENDIMENTO.|

• Robbins já não é marginalista mas revê-se no marginalismo- dá um


tratamento sofisticado tem é uma perspetiva com o base marginalista.

• “ENQUANTO RELAÇÃO ENTRE FINS DE DESIGUAL


IMPORTANCIA E MEIOS ESCASSOS SUSCETIVEIS DE USOS

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ALTERNATIVOS”- portanto, os fenómenos económicos caracterizam-
se pela ESCASSEZ. Notas:

 A nota de avelas nunes- cuidado que é um problema que


sim trata a escassez , mas há matérias a serem
estudadas pela economia que todavia não relacionam
privilegiadamente com a escassez .

Ex, sociedades ricas- há franja / parte da


população vive na pobreza ou até abaixo da
pobreza. Se rendimento pelas sociedades é elevado,
porque não vivem todos decentemente ? Há então
problema DISTRIBUIÇÃO RENDIMENTO-
DESIGUALDADE.

ESCASSEZ OBJETIVA VS SOCIEDADES


PODEROSAS- a escassez objetiva , quando
economia forma geral é pobre.

Portanto, 1º problema que se coloca nesta matéria é


da distribuição rendimento e forma de organização
sociedade.
Ex, sociedades ocidentais- forma de organização e
distribuição rendimento é desigual. A classe média é
cada vez mais baixa, a classe alta média e os que
vivem salários mínimos vivem com dificuldades.

A questão aqui é mais sobre a FORMA DA


ORGANIZAÇAO SOCIEDADE do que a
ESCASSEZ.

Em Portugal, cada vez mais, a sociedade é


desigual- ricos cada vez mais ricos e pobres cada
vez mais pobres.

Avelãs Nunes então diz que a forma como sociedade


está afetada .

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Outro exemplo, mas já dado por Dr. Luis Cunha –
na União Europeia tivemos política agricola comum
( é agricola e pecuária apesar do nome) que
levava todos anos determinados produtos produzissem
em grande escala- cereais, lacticínios e algumas
carnes. A produção era estimulada, garantidos
preços elevados aos produtores. Portanto produzia-se
em cada ano cada vez mais do que era consumido.
Durante alguns anos fazia sentido, europa era
durante anos espaço deficitário na produção estes
produtos, depois da 2º guerra mundial deu-se uma
dificuldade na europa. A política agrícola comum
tinha como fim europa produzisse para ser
autossubistente, podemos dizer que resultou, europa
produziu até mais .

Era escandaloso, 90 % da união europeia para


esta política. Os produtos não eram consumidos.
Como não eram consumidos em muitos casos
destruídos , não valia a pena guardar manteiga,
cereais, leite ou carne que tinham sobrado porque no
próximo ano haveria de novo excedente. Era
destruído ou até vendido a outros países a preços
muito baixos para escoar.

Tivemos anos em que haviam excedentes gigantes


destes produtos e no norte-africa com fome ,
escassos. Não eram encaminhados para norte-
africana ou eram em quantidades limitadas- porque?
Se europa fizesse doação de estes produtos, estes
países tendo quem ofereça a procura no mercado
mundial vai cair e faz com que preços mundiais
caíssem e assim , o subsidio da comunidade europeia
tinha que aumentar. Portanto oferecendo bens,
significa prejuízo para a comunidade europeia.

Logo tínhamos pais com excedentes vs pais com


escassos- problema escassez? Não. Porque se

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entregasse, aumento do subsidio. Tínhamos aqui
problema económico? SIM. Explica-se pela Escassez
e não só. |

• Robbins coloca tónica do comportamento humano e diz-nos que fenómenos


económicos caracterizam escolhas que todos temos que fazer na escolha dos bens
, dada a sua escassez.

• Conceção robbins , tem outra vantagem- diz que todas as opções a serem feitas
, existem INDEPENDENTE SISTEMA ECONOMICO ENCONTREMOS-
há definições de ciência económica não serve todos os sistemas – como a que
estuda do ponto vista do preço , só servirá para economias de mercado . Ora
temos ECONOMIAS DE MERDADO, tivemos ou teremos ECONOMIAS
PLANIFICADAS e temos hoje em dia ECONOMIAS CAPITALISTAS, em
que estado aparece de longo como maior consumidor e produtor- pesa 50 % a
despesa do Estado . Como em Portugal acontece. Há 100 anos era 5 % a
despesa do Estado e passou agora a 50% tudo dito. A questão , defensores
Robbins- adequação a sua conceção qualquer hipótese – seja mista, seja de
mercado , seja planificada, etc serve qualquer hipótese. Em qualquer hipótese
há sempre ESCASSEZ e é preciso fazer HIPOTESES EVITAR ESSA
ESCASSEZ.

• Vamos desbravar esta conceção :

 CONCEITO DE NECESSIDADE- já vimos, e sabemos que todos sentimos e todos


procuramos medida possível satisfazer as necessidades que sentimos.

 VAMOS PROCURAR BENS- capazes ou julgados capazes se satisfazer necessidades


são considerados UTEIS. Só é bem se for útil. Uma cadeira com 4 pernas é um bem,
com 3 é uma coisa. A não ser que seja um objeto de arte que aí cumpre um prepósito.

 UTILIDADE- é a capacidade ou presunção temos de satisfazer qualquer necessidade, há


satisfazer ou presumidamente.

 Dentro dos bens , temos distinguir:

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▪ 1.bens livres -há em grandes quantidades, utilização bem
não acontece nenhuma questão de escassez- não entra
economia . ex, ar

▪ 2.bens escassos-existem em quantidades limitadas face ao


que gostaríamos dispor para satisfazer todas as
necessidades- entra a economia. Menor utilidade marginal.
Para satisfazer umas necessidades não satisfazemos outras.

 Os bens que nos interessam não só os ESCASSOS, são os ESCASSOS SUSCETIVEIS


USOS ALTERNATIVOS- podem prosseguir mais que um preposito:

▪ 1.Bens escassos só satisfazem uma necessidade- não há


nenhuma escolha a fazer , é aquela. Única para a qual ele
serve.

▪ 2.Bens escassos satisfazem mais que uma necessidade (


usos alternativos)- aqui sim temos problema económico, e
teremos comportamento económico que é OBJETO CIENCIA
ECONOMICA.

Ex, o tempo e o dinheiro- tempo é um bem limitado ,


tem 24 horas por dia. E alem ser ESCASSO
SATISFAZ NECESSIDADES DISTINTAS.
Quando toca despertador , nesse momento coloca-se
primeiro problema económico- levantar ou não?
Tenho um bem- tempo- e primeira decisão é
continuar a descansar ( 1º utilização – necessidade
descanso) ou levantar ( 2º utilização- ir para as
aulas dos professores ; 3º utilização- ir ter com
amigos ). Portanto, ao longo do dia , em relação ao
tempo que dispomos que é LIMITADO satisfazemos
umas necessidades invés de outras. Chegamos a casa
cansados- podemos ir dormir ( outra utilização),
estudar ( outra utilização ). São assim USOS
ALTERNATIVOS.

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Duvida- tempo, convertido em trabalho não é
liquidado ? através do salário?

Ex, dinheiro ou como dizem economistas a moeda-


tem a LIQUIDEZ( capacidade sem custos , nem
tempo , nem feitio) em qualquer circunstâncias ser
trocado por outro bem. Como comprar um telemóvel
e vende-lo. O telemóvel é bem suscetivel de troca,
mas demora tempo e posso até perder dinheiro ao
vende-lo . Dinheiro tem característica em qualquer
momento, circunstancias é trocado sem custos por
qualquer bem . Se tiver 50 euros posso comprar o
que entender entre milhares alternativas distintas .
LIQUIDEZ dinheiro tem e mais nenhum outro bem ,
é uma característica . Deposito a prazo- converto a
deposito a ordem , faço as compras que entender,
mas não é a moeda , é dinheiro, posso movimentar o
dinheiro como quiser.

Por ter o dinheiro essa característica é ESCASSO


( as pessoas tem muito dinheiro e há outras que tem
poucas, há quem receba 800 e há quem receba
8000 ) , mesmo quem tenha muito dinheiro não
pode comprar tudo o que quer, como uma ilha ou um
iate. Mesmo pessoas elevados rendimentos tem limite
. É assim bem ESCASSO. Outra característica do
dinheiro é que é ESCASSEZ DINHEIRO SENTE-
SE MUITO COM IMENSAS FINALIDADES
DISTINTAS ( podemos comprar roupa, comida,
carro , … ).

 Para resolvermos o nosso problema económico de forma inconsciente ou consciente temos que
HIERARQUIZAR OS FINS/ NECESSIDADES. Ao tocar despertador- fim dormir ou
fim levantar e ir para as aulas. De acordo critério necessidade em causa hierarquizar.
HIERARQUIZAÇÃO

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Maior necessidade
Menor necessidade

Cada um faz hierarquização das necessidades. Ao comprar


determinado produto, a utilização produto corresponde satisfação
necessidade prioritária.

Ex, vir táxi para a faculdade- provavelmente ficamos sem


almoço, dinheiro já não chega. E se viermos autocarro ,
provavelmente já temos dinheiro pro almoço.

 Ciência económica não determina qual a BOA OU MÁ HIERARQUIZAÇÃO- cada um o


determina subjetivamente . Não é normativa, cada um sabe de si.

CUIDADO! A partir momento necessidades estão hierarquizadas, em


cada bem escasso que possamos pensar , aí si temos que adotar
CONDUTA ECONOMICA que observa o PRINCIPIO
ECONOMICO ou PRINCIPIO RACIONALIDADE ECONOMICO
. Este princípio é o principio que vai orientar na luta contra a
escassez.

O QUE É ATUAR CORRETAMENTE ? adotar uma conduta que


degina como CONDUTA ECONOMICA- traduz na afetação dos
recursos escassos à satisfação das necessidades , na observância
pensamento económico – PRINCIPIO RACIONALIDADE
ECONOMICO.

Aula 19.10-5º

Tínhamos iniciado discurso da ciência económica segundo Robbins, é uma conceção muito bem sucedida na
medida que apontada manuais de economia. Não é uma conceção fácil segundo o Dr. Luis Cunha. Este
senhor nos anos 30 e anos 80 escreveu 2 textos marcaram realmente o pensamento económico .

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Portanto, continuando…

O QUE É ATUAR CORRETAMENTE ? adotar uma conduta que


degina como CONDUTA ECONOMICA- traduz na afetação dos
recursos escassos à satisfação necessidades , na observância
pensamento económico – PRINCIPIO RACIONALIDADE
ECONOMICO

1. Portanto- PRINCIPIO RACIONALIDADE ECONOMICO- desdobra-se em 2


princípios aparentemente disrinros mas são no fundo 2 fases da mesma moeda
que é o principio económico ou racionalidade económica.

1. Principio economia meios- para atingir determinado


resultado devemos despender mínimo de recursos escassos.
Minimizar o dispêndio recursos escassos. Temos uma
economia de meios dos meios que utilizamos atingir um
resultado.

2. Princípio máximo resultado- tendo nos determinado


conjunto de recursos escassos à nossa disposição devemos
utilizar de forma a maximizar o resultado que é possível
obter com recurso destes recursos escassos.

Ex, na aula passada vimos 2 exemplos que


apreciem como recursos escassos de usos
alternativos- tempo e dinheiro. Tempo – 24 h por
dia para ricos e pobres. O dinheiro é um bem
especial, em si mesmo não serve para nada, só
serve enquanto meio de pagamento. E o dinheiro tem
característica da liquidez, troca sem custos,
inconvenientes.

No dinheiro- todos meses temos montante de


rendimento determinado e em todos os casos é
limitado, mesmo que eu seja mais rica ou pobre

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montante é limitado. Tendo nós limites no que diz
respeito quantidade moeda, de forma consciente ou
inconsciente vemos presente o principio da
racionalidade . Queremos sempre obter aquele bem
ao menor preço possível. Se precisar comprar
manual e na almedina tá em promoção e noutra
editora não, compro na almedina- atingir resultado-
obter o livro- principio máximo resultado, utilizando
menos dinheiro- principio economia de meios.

Fazemos todos os dias isto, tentamos sempre obter /


satisfazer uma necessidade , procuramos utilizar
menos bem escassos.

No fim do mês, o que fizemos foi tornar o máximo


a satisfação necessidades possível garantir com o
dinheiro disponível.

Tornar o máximo resultado possível através da


moeda que é bem escasso.

Todavia, os meus pais podem ficar chateados, eu


hierarquizei de uma forma que eles não
hierarquizariam os meus meios , o bem escasso-
dinheiro ( mesada). Respeito ambos princípios,
mas a hierarquização depende.

Está visto ponto de vista da ciência económica


INDEPENDENTE NECESSIDADES
SATISFEITAS ( aí já não interfere ).

Aqui falamos nós enquanto consumidores.

Agora pensando em produtores- se vivemos economia


fim é máximo lucro, economia esta capitalista, não é
obtenção do lucro mas sim do máximo lucro. No
quadro do corporativismo a ideia era que as
empresas obterem o lucro razoável. No capitalismo
lucro a obter é o máximo lucro. E COMO SE FAZ
ISSO? Fazendo duas coisas:

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1. Vender produtos preço mais alto
compatível com o escoamento de
produção

2. Minimizando custos de produção

Ex, tenho par de óculos custou 30


euros a produzir e o preço máximo
para escoar é 150 , no par de óculos
seguinte tento produzir por 25 e tento
passar o preço a 155 ou 160 euros.

O que importa é o fim – que é maximizar lucro e


veremos se os produtores então respeitam estes dois
passos. Diminuir custo ao comprar matérias-primas,
aquisição equipamento, energia, salários ( um
salário é um qualquer , pode ser apreciado duas
formas : 1. Fonte de rendimento 2. Despesa quem
paga ) e portanto salario também deve ser
minimizado se o fim da produção for a maximização
do lucro, respeitando o principio racionalidade
económica . Senão houver juízo a fazer do
comportamento produtor é negativo. Ah mas quer
pagar mais? Não está utilizar adequadamente dos
recursos escassos.

2. Se houver CORREÇÃO- juízo económico positivo ; senão houver CORREÇÃO-


juízo económico é negativo. Não fazemos juízos morais, fazemos JUIZOS
ECONOMICOS- só queremos saber que fins é que são prosseguidos.

CRÍTICAS CONCEÇÃO ROBBINS:

1. Criticas que são no fundo aproveitamento conceção- deve ser melhorada a conceção de robbins – são
críticas razoáveis, introduz outro rigor
 Teixeira Ribeiro e Manuel Porto concordou
 A conceção é bom porto partida mas é muito LATA / ALARGADA- senão a
restringirmos na delimitação objeto de estudo da ciência económica, ficaremos com leque
alargadíssimo de matérias que não interessam à ciência económica. Portanto, há muitos

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comportamentos humanso influenciados escassez que não são objeto de estudo ciência
económica.

Ex, ao tocar despertador temos um comportamento económico segundo ROBBINS. Acham


que é matéria ciência económica? Talvez para a sociologia o tempo gasto pelos jovens,
economia não

Ex, forma como lavamos os dentes- recurso afetação recurso escasso- tempo, água e
pasta- podemos estar 2 minutos, podemos estar 5 minutos. Tirando a pasta, o tempo e
agua tem usos alternativos- ou seja aqui segundo ROBBINS estamos perante problema
económico. Mas é estudo ciência económica? Não, os médicos dentistas é que poderiam ter
interesse no estudo do tempo de lavagem dos dentes.

 É preciso introduzir REQUISITOS ADCIONAIS que caracterizem comportamento


económico para ser considerado objeto de estudo da ciência economia ( introduzidos Teixeira
ribeiro):

1. Implicar relações entre pessoas ou ter impacto nas sociedades- ato


escolha do recurso escasso tem que ter impacto social. Caso
contrário não é uma ciência social, estudaria cada um de nós
considerado individual.
Ex, decisão poupar ou não e havendo poupança- não gastar
em bens de consumo- renunciar ao consumo é poupar- a
decisão de poupar não tem que envolver a interação sociedade.
Mas esta escolha das empresas e familias de poupar mais ou
menos resulta na taxa de poupança. Para economia investir
tem que haver poupança- dinheiro emprestado. Utilizar
poupança que gerou , porque não chega a sua. Aqui é o caso
decisões isoladas, gestor, família, todavia agregadas terão
impacto social.
Nos portugueses eramos desde os anos 80 o 2º povo mais
poupado do mundo, apos os japoneses em 1º lugar .
Poupávamos em media 25 %, hoje em dia a mentalidade
mudou e são portugueses mais consumistas.

2. Outro requisito adicional é , temos que ter transmissão de bens-


tem que ser VOLUNTÁRIAS e ONEROSAS. Aqui sim
comportamento humano que cumpra todos estes requisitos já obedece

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ao objeto de estudo da ciência económica. Transmissões bens
realizadas a troco de algo, não domínio economia do dolo ou da
doação mas sim domínio de troca.

Ex, a decisão cada um pode tomar determinado momento entre


namorar com A e com B- afetação recurso escasso- sentir
amor- de usos alternativos. Temos relações entre pessoas,
matéria ciência económica? Não, intrometer na vida das
pessoas. Ato de escolha + bem escasso ( envolver
emocionalmente )+ usos alternativos ( A,B)- envolvem
relações entre pessoas. É preciso outro requisito.

Ex, pagamento impostos e assaltos- não é voluntária, não


pago porque quero mas estou a fazer transmissão de bem que
respeita todos os requisitos , mas é coativa, e estuda-se nas
finanças públicas. Ao ser assaltado- vida ou bolsa? Obvio
que bolsa entrego. É objeto estudo ciência económica? Não,
para criminologia.

2. Críticas marxistas que não consideração esta conceção nem correta, nem meia correta, nem suscetível
melhoramos é apenas imprestável

 Neutra quanto aos fins- economia marxista

Aula 25.10-6º

Na aula passada estávamos a tratar da critica à concessão da ciência económica de Robbins.


Esta concessão tem muito interesse devido ao seu grau de sofisticação que muitas outras não
têm. Muitas delas não têm, não faltam tentativas de definir ciência económica, muitas dela
são pretensiosas.

A concessão de Robbins tem um certo grau de sofisticação e esse grau mede-se até pela
dificuldade que nós temos em entendê-la, apesar de não ter tido grande acolhimento. A
concessão de Robbins diz-nos que a economia estuda o comportamento humano enquanto
relação entre fins, que podem ser de desigual importância e bens ou meios escassos suscetíveis

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de usos alternativos. Todos os dias temos de aceitar recursos escassos suscetíveis de usos
para a prossecução de determinados fins/necessidades.

Desde o momento em que toca o despertador temos logo de escolher entre levantarmo-nos e
irmos para as aulas ou continuar a dormir.

Na satisfação de necessidades podem entrar bens livres e bens escassos. Os livres não nos
interessam porque esses podem ser gastos com ou sem eficiência com o seu critério de ser
um bem livre existir sempre em quantidades exuberantes (ar). De qualquer forma, a
maior parte das nossas necessidades não é satisfeita com recurso a bens livres, é satisfeita
com recursos a bens escassos. Ainda por cima, suscetíveis de usos alternativos. Isto faz
com que nos hierarquizemos as necessidades que queremos satisfazer com aquele bem ou
alcançar os fins que queremos prosseguir com aquele bem. Depois da hierarquização das
necessidades, satisfazemos aquela que temos mais necessidade e avançamos no escalão
hierárquico decrescendo, respeitando a intensidade das necessidades a satisfazer.

As necessidades que queremos prosseguir, os fins que queremos prosseguir, à luz da


maneira como os hierarquizamos, não é matéria para a ciência económica. Cada um
hierarquiza as suas necessidades sem que a ciência económica tenha algo a ver com isso.

A única coisa que a ciência económica vai fazer, depois deste processo de hierarquização é
ver se depois de afetados os bens escassos suscetíveis de usos alternativos, é ver se essa
afetação se observou o princípio económico ou o princípio da racionalidade económica.

Ex. Se eu como produtor tiver como finalidade a maximização dos lucros, então a ciência
económica vai apreciar o meu comportamento enquanto empresário.

Essencialmente vai verificar 2 coisas:

- Se estou a praticar o preço mais alto compatível com o escoamento de toda a produção.

- Se estou a minimizar os custos de produção, já que o lucro é a diferença entre o preço


e os custos. Só nas circunstâncias é que é minimizado o custo de produção e maximizado os
lucros é que eles são máximos.

As críticas à concessão de Robbins:

É universalmente acolhida como boa, mas no e tanto, é uma concessão que merece reparos.

- Teixeira Ribeiro diz que não nega a qualidade da concessão, aproveita-la, mas melhora-
la. Ela serve como base de partida.

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- Em regra, os marxistas ou contestatários não se reveem de todo nesta concessão. (vai
explicar mais tarde).

- Quanto às primeiras críticas, que não negam a qualidade da concessão, antes a procuram
melhorar, dizem que se considerarmos como objeto de estudo da ciência económica todos os
comportamentos humanos que traduzam uma relação entre fins de desigual importância e
meios escassos suscetíveis de usos alternativos, é introduzir na ciência económica um âmbito
de estudo praticamente universal. Ex. Lavar os dentes obriga a uma afetação de recursos
escassos suscetíveis de usos alternativos. Todavia, tendo aqui nós o comportamento humano
que cumpre as características básicas de comportamento humano, todos percebemos que isto
não é matéria que interesse à concessão de ciência económica, interessa à estomatologia ou
aos nossos dentistas. Quando chegamos a casa, a forma como utilizamos o tempo, ver tv ou
não, comer carne ou peixe, tudo isso é afetação de recursos escassos e no entanto não diz
respeito à ciência económica. O grande problema de Robbins é este, quase tudo entrar como
objeto de estudo da ciência económica.

O necessário a fazer é adicionar requisitos, apertando assim o universo de comportamento


que a ciência económica deve estudar. Dr. Teixeira Ribeiro começa por dizer que esses
atos de escolha hão-de implicar relações entre pessoas ou de alguma forma hão-de ter
relevância social. Temos de ter interação social, se a não tivermos a ciência económica
estudaria o comportamento de cada um de nos isoladamente e os bens de que dispomos. A
ciência económica é uma ciência social e por causa disso temos de estudar as pessoas em
sociedade. Tem de haver interação social.

No entanto não podemos ficar por aqui porque na concessão de Robbins, temos atos de
escolha que implicam interação social e que, todavia, não são objetos de estudo da ciência
económica. Ex. uma menina que pode escolher entre 3 meninos. Pode escolher namorar com
os 3, não namorar com nenhum, ou entregar-se à igreja e no entanto relações amorosas
não entram no âmbito do estudo da ciência económica.

Mesmo com este requisito adicional que o Dr. Teixeira Ribeiro avançou não podemos ficar
por aqui. É preciso ir mais longe. Esses atos de escolha têm de implicar transmissão de
bens, transmissões essas que têm de ser voluntárias (não podem ser coativas ex: assaltos
e impostos) e onerosas.

De que depende o rendimento dos nossos pais? Depende da quantidade e do nº de fatores de


produção que sejam titulares. Se forem trabalhadores assalariados (funcionários públicos,
prestam ao Estado um determinado serviço e recebem uma remuneração, pode ser mais alta
ou mais baixa em função da posição que ocupam. Se forem empresários têm os lucros que
recebem da atividade da sua empresa.

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As esmolas e os donativos não irão fazer a pessoa que doa, dá esmola mais pobre, nem o
pobrezinho que vai receber mais rico. Não altera o estatuto social (a não ser claro,
donativos de grande importância, mas é raro quem faça isso). O património de quem dá
e de quem recebe não se altera. Nesses atos de escolha tem de haver transmissões de bens
e essas transmissões têm de ser voluntárias (não coativas) e onerosas, onde há uma
prestação e uma contraprestação. Estamos a excluir tudo o que seja coativo e não oneroso.

As críticas que o Dr. Tem vindo a apontar são críticas que aproveitam a concessão de
Robbins.

Agora vamos às críticas que atacam a concessão de Robbins:

- São várias, mas grande parte delas reconduzem-se a estes autores, aqueles que aceitam
a concessão económica de Robbins, aceitam também uma distinção que nós já fizemos
anteriormente. A distinção entre doutrina económica e teoria económica. É aquela distinção
que nos diz que o âmbito da teoria económica nos limitamos a reformular juízos de existência
sobre os fenómenos económicos, sobre as suas causas, consequências ex. temos um processo
inflacionista, já não tínhamos há muito tempo, pode-se estudar qual é a causa da inflação
e as consequências que vão ter a inflação, principalmente com a distribuição de rendimentos.
Há muitas empresas que com a inflação estão a ganhar muitos lucros, enquanto as famílias
estão com rendimentos mais baixos em termos reais. Uma coisa é estudarmos as causas e
consequências deste fenómeno, no âmbito da teoria económica, e neste caso não fazemos juízos
de valor sob o fenómeno, apenas juízos de existência sobre ele e depois havemos de passar
para a doutrina económica e no âmbito da doutrina económica, já fazemos juízos de valor
e é a partir desses juízos de valor que nos encaminhamos para a política económica. Temos
3 dimensões no âmbito da economia – teoria económica onde se estuda o fenómeno; doutrina
económica onde se fazem juízos de valor sobre as causas e consequências; política económica
onde se atua ou não sobre o fenómeno.

- Para aceitarmos a concessão de Robbins, temos de aceitar estas distinções, pois esta
concessão só se refere à teoria económica, daí ela ser neutra em relação aos fins, ela não
questiona as finalidades, seja enquanto consumidores ou produtores porque estamos apenas
a fazer juízos de existência sobre os fenómenos económicos.

- O Dr. Avelãs Nunes e sobretudo os autores marxistas não se reveem nesta distinção.
Não negam que tenha de haver seriedade no trabalho científico, em termos metodológicos,
mas entendem que os juízos de valor entram logo no âmbito da chamada teoria económica.
Aquela ideia de teoria económica é completamente indiferente ao quadrante ideológico, aos
nossos juízos de valor. Já aqui há juízos de valor, nem que não seja pelo tema que vamos
estudar. Quando eu escolho um tema para investigar, eu estou a fazer um juízo de valor
sobre aquele tema, considerando de tratamento importante e até urgente em detrimento de

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outros temas. O juízo de valor tem a ver com a minha forma de ver a sociedade e a
economia.

Há uma outra questão, vivendo nós numa economia capitalista, na teoria económica, como
vivemos numa economia capitalista, tendemos a aceitar o capitalismo como um facto e depois
a apreciar o comportamento dos agentes económicos em função do sistema económico em
questão. No capitalismo, a produção faz-se quando a intenção de obter o máximo lucro.
Nós não vivemos em capitalismo e para nós estudarmos o agente económico é sobretudo
perceber se ele está ou não a atuar coerentemente no sentido de obter o máximo lucro. Nós
não questionamos no âmbito da teoria económica a forma capitalista de organizar a produção,
vemo-la como um facto, sobre ele não produzimos juízos de valor e depois apreciamos o
comportamento dos agentes económicos na prossecução da finalidade para a produção que é
própria do capitalismo.

- Para um marxista é difícil que num determinado âmbito a ciência económica não questione
o capitalismo, para um marxista o capitalismo tem de ser questionado desde o início. Não
há trabalho científico de um marxista que não questione à partida o capitalismo como um
sistema económico que regula a nossa economia e em larga medida a nossa sociedade. Por
isso, para estes defensores é difícil verem o capitalismo como bom para a sociedade. Para
Avelãs Nunes e outros defensores marxistas não existem ciências económicas neutras em
relação aos fins.

Só por esse motivo a concessão de Robins cai porque ela defende uma ciência económica
neutra em relação ao fim. Ex. Contrato de trabalho entre um trabalhador e um capitalista,
se aceitarmos a concessão de ciência económica de Robbins, no âmbito da teoria económica,
quando um trabalhador e o patrão estão a negociar um contrato de trabalho, qualquer um
deles está a adotar um comportamento que se traduz na afetação de recursos escassos
suscetíveis de usos alternativos para satisfação de uma determinada necessidade. O capitalista
precisa do trabalhador se não, não há produção. Vai ter de gastar dinheiro, o dinheiro é
um bem escasso suscetível de usos alternativos. Vai tentar pagar um salário que seja o
mais baixo possível, também aqui há minimização dos custos de produção. O trabalho para
um capitalista é um fator de produção que agora também admite o salário como despesa.

Quando se vai ao banco pedir dinheiro emprestado, o intuito é pagar o mais baixo juro
possível. Para o trabalhador o salário não é uma despesa, é uma fonte de rendimento e
ele quer o mais alto possível, trocando assim o salário pela sua força de trabalho.

- O Dr. Avelãs Nunes diz que não se pode estar a analisar o comportamento destes
ignorando o contexto social e económico em que se encontram, pelo facto de no capitalismo,
a capacidade negocial do trabalhador ser muito inferior à capacidade negocial do capitalista.
Em circunstâncias normais é assim porque um empresário pode contratar este trabalhador

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ou um outro qualquer, já o trabalhador tem mais dificuldade em encontrar patrões para
contratá-lo.

Se houver falta de mão de obra, aí o trabalhador terá mais capacidade negocial, mas em
regra isto não acontece.

Quando falamos em ciência económica podemos estar a pensar apenam em teoria económica,
é o que faz Robbins quando nos dá a sua concessão de ciência económica, ele está a falar
apenas da teoria económica e é nesse âmbito e apenas nesse âmbito que a ciência económica,
ou seja a teoria económica, deve ser considerada neutra em relação aos fins, não fazemos
juízos de valor em relação aos fenómenos económicos e nessa medida não nos pronunciamos
em relação aos fins. Nós enquanto consumidores e produtores estamos a prosseguir. Juízos
de valor serão feitos no âmbito da doutrina económica, que por vezes também se designa
economia política.

Há uma terceira dimensão que é a da política económica, depois de avaliados os fenómenos


económicos resta-nos atuar sobre eles. Quando se diz que os lucros de grandes empresas
como a Galp aumentaram extraordinariamente, não é nenhum juízo de valor, quando se diz
que aumentaram por razões que não se relacionam com o meio de condução daquelas
empresas no mercado, através de circunstancias excecionais, quando se diz que os lucros
extraordinários dessas empresas deveriam ser tributados de forma pesada, então aí sim já
estamos a fazer juízos de valor.

Dr. Avelãs Nunes diz que se ficarmos com a concessão de ciência económica de Robbins a
economia corresponderá a uma teoria geral e formal da escolha racional.

Não há dúvidas que os consumidores com as suas escolhas influenciam a produção, como
também não há dúvida que os produtores têm à sua disposição vários instrumentos por
manipulação de escolhas do consumidor. Ex: a disposição dos produtos nos supermercados
(ao nível dos olhos estão os produtos de marca com preços mais caros).

Até certo ponto somos livres de escolher, mas também temos de ter a consciência que os
produtores têm ao seu dispor um leque de instrumentos de manipulação para os consumidores
comprarem aquilo que eles querem vender.

Avelãs Nunes diz que se os consumidores não são soberanos no mercado, se as suas
escolham não são assim tão livres então não há uma verdadeira racionalidade do consumo
e, portanto, a concessão de ciência económica de Robbins, por este motivo fracassa.

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Há outra questão que é o fim da produção das economias capitalistas com o objetivo de obter
o máximo lucro. Claro que para um marxista, que se reveem no socialismo, este fim não
pode ser aceite.

Questiona-se se o fim do capitalismo é um fim natural. O capitalismo impera no mundo.


Na China temos uma economia capitalista liderada por um partido comunista, neste caso
realidade ultrapassa a ficção. Temos este fim omnipresente e se o consideramos omnipresente
podemos considerá-lo também natural, decorrente da natureza humana.

Numa economia capitalista ao não escolhermos certos produtos, estamos a dizer às empresas
o que não devem produzir, enquanto numa economia capitalista as empresas produzem o que
querem, enquanto a entidade administrativa mandar.

Um mercado é um processo de interação entre os consumidores e os produtores que determina


o que é que se vai produzir e o que não se vai produzir em que quantidades e a que preços.
Nessa medida o funcionamento do mercado estabelece os preços e as quantidades.

Uma maior procura sobre um determinado produto, determina um preço mais elevado. A
redução da procura de cetos produtos estabelece preços mais baixos.

Esta parte é decorrente de uma política económica e não decorrente da natureza humana.

Mercantilismo

É uma corrente de ideias económicas que surdem entre o fim do século XVI e vai até
meados do século XVIII. Foi a primeira corrente de ideias com alguma heterogeneidade, a
primeira escola do pensamento económico.

Aula 26.10-7º-enviada

A primeira corrente do pensamento económico ( não é verdadeiramente uma escola) que vamos falar é do mercantilismo.
Corrente que se afirma e se prolonga entre fins do sec. 16 e princípios do seculo 18. Dr. Não lhe chama uma
escola do pensamento económico porque há falta de teorização apesar de tudo há varias correntes nacionais de
mercantilismo que se distinguem cada uma delas das demais, vamos distinguir 3 (mercantilismo espanhol, francês e
inglês).

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Esta relativa heterogeneidade do pensamento mercantilista explica que haja mercantilismos nacionais e por outro lado
alguma insipiência teórica que não permite associar a corrente mercantilista a uma escola mas é uma corrente que
convém estudar.

Mercantilismo surge num contexto, fins do seculo 16. Surge na sequência já se tendo dado as na sequencia das cruzadas
a intensificação do comercio entre a europa e o medio oriente o que significa comercio internacional e ganhos decorrentes
do comercio internacional. Mercantilismo surge com os descobrimentos dos portugueses e dos espanhóis, a obtenção de
colónias, conquista de novos territórios e a sua incorporação na esfera de influência dos próprios como colonias. Aparece
também no contexto da mundialização do comercio (alguns autores até referem como sendo uma primeira globalização,
doutor não concorda).

Como sabemos Portugal e a Espanha no século 16 e século 15 foram conquistando novos territórios e na sequência
dessa conquista começaram a fazer o comércio tradicional extremamente produtivo, basta lembrar O nosso comércio
pela Índia as especiarias vinham para a Europa sobretudo através do tráfego marítimo que era da responsabilidade
dos venezianos . Nós portugueses descobrimos uma nova rota para a Índia e a partir do momento em que foi descoberta
essa nova rota para a Índia assenhoreamo-nos no comércio de pizzarias que se fazia para benefícios dos consumidores.
A decadência de Veneza começa aí porque pouco a pouco vai perdendo a projeção que tinha como potência marítima.

De tudo isso temos uma primeira mundialização do comércio com ganhos extraordinários para Portugal E Espanha. O
comércio Internacional é fonte de enriquecimento de alguns países, não de todos, mas de alguns países que o desenvolviam.
a dimensão da escala das trocas que tanto Portugal e Espanha efetuou e os ganhos que obtiveram tornam possível a
ideia do comércio Internacional como fonte de enriquecimento para pelo menos alguns países.

Temos então esta circunstância e também o abandono da procura individual do enriquecimento (naturalmente aderia na
altura quem estivesse mais ou menos constrangido pelos preceitos de natureza religiosa mas o mais constrangidos pela
igreja uma vez que esta considerava pecado procura pelo enriquecimento pecado).

Portanto, surge o mercantilismo numa altura em que cada um nsq tratar enriquecer ( min 15: 15) e surge numa
altura em que o comércio Internacional começa a ser visivelmente fonte de ganhos muito importante para determinadas
economias, fonte de enriquecimento pelo menos de algumas economias.

Mas depois temos uma terceira circunstância estamos a falar numa altura em que surgem os Estados modernos e em
que se caminha no absolutismo, portanto acabou a idade média, na idade média o poder do rei era diminuto, estava
fragmentado. Isto mudou com a Constituição dos Estados modernos. Estamos no tempo em que se criam os Estados
modernos e em que o poder régio ganha mais e mais relevo tendo-se tornado em certa altura, em determinados países,
poder absoluto. Os Estados em que o poder está concentrado numa única pessoa, no rei, são Estados que podem definir
e aplicar políticas económicas ambas eternamente ou com efeitos puramente internos como no que diz respeito às relações
com o exterior, ISTO não acontecia, ou melhor já ia acontecendo mas acontecia muito menos, na idade média mas aqui
o poder régio era bastante mais dividido, significância diferente. Assim, o rei não só desenvolvia políticas económicas
com incidência privilegiadamente interna como também políticas e económicas que têm a ver com as relações entre o
respetivo Estado e Estados terceiros. quando o professor fala em política económica nomeadamente relação entre o seu

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Estado e Estados terceiros está a falar fundamentalmente em política comercial que é aquela que incide sobre o comércio
Internacional.

Como política económica com incidência privilegiadamente interna o doutor sublinha a unificação dos mercados internos,
ou seja, na idade média dentro do território nacional havia muitos entraves à livre circulação dos produtos, ou seja, os
produtos portugueses originárias por exemplo fora de Coimbra ao entrarem em Coimbra tinham de pagar impostos.
Portanto, uma economia nacional onde há entraves à LIVRE circulação dos produtos não só porque dá lugar ao
pagamento de impostos quando esses produtos dentro do território nacional vão do ponto A para o ponto B, como ainda
por cima muitas vezes havia discrepâncias quanto às unidades de medida, ao contrário do que se vê hoje na altura
havia diversos padrões de medida. assim, os Estados tentam unificar os mercados nacionais, ou seja, eliminar as
barreiras que se veem a LIVRE circulação dos produtos produzidos nessa economia dentro dessa economia. Naturalmente
foi uma preocupação que todos tiveram.

Depois, para além desta decisão há outras que têm a ver fundamentalmente com política comercial que falaremos mais
tarde. mas ficar já com a ideia de que os mercantilistas não admitem, nem eles nem outros antes deles mas eles com
outro rigor, um comércio Internacional de dimensão muito livre, que se desenvolva de acordo com aquilo que cada um
tem para oferecer e quer procurar, o estado deve intervir no comércio Internacional e deve faze-lo de uma determinada
maneira com uma determinada finalidade: comércio Internacional conduz ao enriquecimento da sua nação mesmo que isso
leve ao empobrecimento De outras Nações.

Ficar com a ideia fundamental de que como veremos em Smith e em Ricardo O comércio Internacional desde que
desenvolvido de acordo com 2 critérios que os autores propõem é um comércio Internacional de que resultam ganhos
para todos os países que nele intervierem. Cada um destes autores propõe o seu critério que estudaremos mais tarde
mas tanto num e noutro está uma convicção de que o comércio Internacional desenvolvido através de uma especialização
correta que parte de cada economia é um comércio Internacional de que resultam ganhos para todos os países que nele
intervêm, por outros países o comércio Internacional é visto como uma fonte geral de enriquecimento económico.

Nada disto foge dos mercantilistas, os mercantilistas vêem o comércio Internacional, desde que desenvolvido de acordo
com um padrão de especialização que vão propor uma fonte de enriquecimento para o seu pais, mas dizem porém fonte
de enriquecimento para a minha economia se for prosseguido corretamente mas na medida em que eu enriqueço os outros
empobrecem, ou seja, aqui o comércio Internacional é um instrumento de redistribuição do rendimento à escala
Internacional, para uns ficarem melhor outros vão ficar pior. Para os clássicos uns ficam melhor e os outros também
ficam melhor desde que o critério de especialização seja aquele que eles propõem.

Antes de entrarmos nas várias correntes do pensamento mercantilista, nos tais mercantilismo os nacionais o professor
vai dar mais algumas notas que caracterizam o conjunto do pensamento mercantilista.

O que é que os caracteriza como conjunto de autores?

→ Fraca teorização, não temos estudos dos sofisticados, estudos de natureza económica, ou seja, lacunas da
construção teórica do pensamento mercantilista. é um pensamento mais prático, mais pragmático

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→ unificação do mercado nacional, essa era uma preocupação nsq (24:00) e essa preocupação essa foi dada
cumprimento nos vários Estados modernos que se foram constituindo, liberdade das trocas dentro de cada
economia
→ importância do comércio dever ser desenvolvido de acordo com o critério que o professor vai falar mais tarde,
invés de enriquecer podemos empobrecer se NOS enganarmos no critério
→ importância da atividade manufatureira. manufaturas das porcelanas, dos têxteis etc. ainda não estamos na
altura das fábricas e das maquinas porque estas ainda não existem só existem após a revolução industrial.
ainda não temos máquinas mas já temos as manufaturas que são instalações produtivas onde se produzem em
grande quantidade determinados produtos, as porcelanas, os têxteis, os tapetes etc. estes produtos tinham
importância porque no fundo significavam vanguarda da produção, no fundo os produtos tecnologicamente mais
avançados. Podiam ainda não ser mas perspetivavam se como sendo os sectores mais rentáveis de uma economia,
Hoje os têxteis, cerâmica e porcelana não são sectores que pesam mais nas economias mais avançadas,
atualmente sao produtos tecnológicos que pesam, e prestação de serviços por exemplo. Mas no século 16 o que
parecia ser prometedor em termos de ganhos decorrentes da produção do comércio eram os setores que acabámos
de referir. O mercantilista dao uma importância a esses setores: têxteis, porcelanas, cerâmica etc.
→ dão também muita importância à expansão colonial. Do ponto de vista económico as colónias serviram muito
os seus propósitos, são importantes por 2 motivos: porque a partir delas obtêm-se matérias-primas ( cacau
etc) para a produção manufatureira e mais tarde para a produção industrial e porque elas servirão também
como um mercado para os nossos produtos Manufaturados e mais tarde para os nossos produtos industriais
que são para la exportados. Assim cumprem uma dupla função são um mercado da a metrópole para o
escoamento da metrópole e são mercado onde a metrópole se pode abastecer de matérias-primas. são estes 2
os motivos que explicam o interesse económico que as colónias têm.
→ outra ideia que tem é que o poder do Estado depende da riqueza da economia, da prosperidade da economia e
do enriquecimento individual. do enriquecimento individual resultará também o enriquecimento do Estado e o
poder do Estado na esfera Internacional, Estados ricos são Estados com poder, não só nas trocas internacionais
como também em vários domínios, nomeadamente no domínio militar . Exemplo: é mais fácil ter um exército
abundante quando Se tenho um Tesouro abundante para pagar bem a mercenários
→ outro ponto importante no pensamento mercantilista independentemente da corrente é que os mercantilistas são
por natureza adeptos do intervencionismo do Estado na economia, o estado deve intervir nas economias. Os
clássicos dizem o contrário, dizem que o estado não deve Intervir, até pelo contrário, deve garantir que não
intervêm para permitir a cada um total liberdade para tratar dos seus interesses, porque ao permitir a total
liberdade para tratar dos seus interesses automaticamente está-se a tratar do interesse social, ideia base do
liberalismo, se cada um tratar em total liberdade de si em conscientemente, involuntariamente, está também a
tratar do interesse social ou do interesse global - tese da chamada da mão invisível e que falaremos mais
tarde quando falarmos de Adam Smith. nada disto dizem os mercantilistas, com eles não há mão invisível
nenhuma nem a abstenção da intervenção do Estado na economia, o estado deve intervir na economia tanto no
plano meramente interno como no plano das trocas internacionais

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→ por último há um aspeto comum a todos eles que Hoje nos parece estranho, que é a preocupação que todos têm
em que no seu país, cada um deles, exista um stock abundante de ouro e prata. se todos se preocupam com
isso, que a quantidade de ouro e prata que exista na sua economia seja abundante e seja crescente, que vá
aumentando ano após ano, período após período. Tendo em conta aquilo que vivemos hoje poderá ser complicado
percebermos a importância que atribuíam que numa economia existisse abundantemente ouro e prata, Hoje
temos dificuldade em perceber no plano macroeconómico que essa seja uma preocupação relevante. no entanto,
Hoje nós temos vários tipos de moeda e que com essa moeda é que se desenvolvem a atividade económica. Ou
seja, a moeda hoje para nós é moeda para nos é moeda de baixo valor e moeda puramente dividionada,
Ninguém diria que quanto mais moedas de troca existir numa economia maior será a prosperidade dessa
Economia. o seu valor intrínseco, o valor que nela esta incorporado é menor que o seu valor comercial.
O que conta mesmo é a chamada moeda bancária e depois o crédito, Hoje a economia depende do crédito que
se concede nessa economia. assim a moeda metálica está lá em baixo, depois temos o papel moeda e depois
ainda veio o crédito. se recuarmos 400/500 anos já havia moedas com pouco valor mas a moeda que mais
contava e que melhor se poderia revelar como um estímulo à atividade económica era a moeda de ouro e prata,
ainda não havia papel-moeda já ia havendo mas muito circunstancialmente, o crédito ainda não existia, portanto
o que era importante quando falávamos de moeda para que uma economia se desenvolvesse era a moeda
metálica feita com metais preciosos, a moeda de ouro e a moeda de prata. Portanto Contrariamente ao que
alguns tipos do mercantilismo vieram dizer, esta enorme preocupação que os mercantilistas tinham com a
criação das condições que levasse o seu país a obter e a conservar quantidades crescentes de moeda, de ouro
e prata, não era uma preocupação infundada, um pouco obsessiva, era uma preocupação que tinha puramente
económica, para um país crescer economicamente tinha que contar no seu seio com elevados stock de moeda
feita com metais preciosos que era uma moeda com grande valor interno e externamente.

Análise rápida dos vários mercantilismos nacionais:

como o professor já mencionou, embora haja ideias gerais de todo o pensamento mercantilista que já enunciamos, a
depois em cada mercantilismo nacional características próprias que tenha a ver com a circunstância concreta de cada
uma destas economias e com o pensamento económico que se vai realizando em cada uma delas. desta forma falamos
em mercantilismo os nacionais.

O primeiro que vamos falar é o mercantilismo espanhol também designado por bulionismo espanhol. na verdade é um
mercantilismo mais que espanhol, e o mercantilismo ibérico porque caracterizará preocupações dos espanhóis mas também
dos portugueses nas matérias que temos vindo a tratar. o problema dos espanhóis e dos portugueses não era o de obter
ouro e prata porque esse era obtido com muita facilidade através da exportação das Minas da América Latina. o século
16 é um século onde enormes quantidades de ouro e prata provenientes sobretudo Da América Latina chegam aos portos
portugueses e espanhóis, este fenómeno repercurse-a em parte do século 18. os portugueses e os espanhóis tinham
colónias e nessas colónias havia muita exploração de ouro e prata e esse ouro e prata chegavam naturalmente ao

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mercado português e ao mercado espanhol. foi no século 16 e voltou a ser assim até certo ponto no século 18. Portanto,
os portugueses e os espanhóis tinham facilidade em obter ouro e prata tinham era a dificuldade em conservar esse ouro
e nessa prata no seu seio, nas suas economias. ele entrava e depois saía para pagamento das importações, ou seja, os
portugueses e espanhóis, a sua economia, e estava muito dependente de importações nomeadamente manufatureiras e
também no setor subtuario (?). Assim, tanto os portugueses como os espanhóis apesar de obterem facilmente ouro este
tanto entrava com a mesma facilidade que saía. assim, tentámos reagir mas apenas com sucesso temporário.

nestas circunstâncias que tipo de mercantilismo defendem os espanhóis? Um mercantilismo claramente defensivo, ele não
precisa de ser ofensivo porque já naturalmente o ouro e a prata já naturalmente entravam nos portos ibéricos, E ele
precisava de ser defensivo para evitar que esse ouro e prata saíssem do país e entrassem noutras economias por
exemplo na francesa, inglesa etc.

ele é defensivo e traduz-se em quê?

→ Na adoção de medidas de política comercial que travassem as importações, nomeadamente 2: tributação


alfandegaria e desvalorização da moeda, ou seja, controlos cambiais. foram estas as grandes medidas de
política comercial com ou com impacto no comércio Internacional defendido pelos bulionistas espanhois.

O que é isto da tributação alfandegária? Quando um produto entra numa dada economia sobre ele é lançado
um imposto que torna o produto mais caro no mercado interno para o qual se dirige. exemplo: eu importo estes
óculos dos Estados Unidos, eles chegam ao porto português por 100€ é-lhes aplicado um imposto de 20%
e eles chegam ao mercado interno por 120€. ou seja ele esta para entrar no mercado por 100€ , as
autoridades lançam sobre ele um custo de 20% Quando for posto à venda no mercado interno e ele no mínimo
vai ter de custar 120€. esta é a medida defensiva mais clássica que mais foi reiteradamente utilizada ao
longo da história económica. diminui as importações, há menos pessoas interessadas em comprar os produtos e
dá um certo espaço para que a produção interna dos respetivo produto se possa desenvolver, isto porque se
atenuam a competitividade dos produtores externos.

Aula 1.11-8º-feriado
Aula 2.11-9º

Vamos começar a aula, na aula passado tínhamos iniciado a matéria relacionada com a historia da ciência e
pensamento económico.

Fizemos considerações da aula anterior sobre MERCANTILISTAS : idade média e depois passamos aos
mercantilistas. Não há propriamente uma escola, uma corrente de pensamento económico estruturada com
raízes bem fundadas. A escola clássica ou neoclássica, esses tem uma teorização elevada. Mas não é aqui o
caso, a realidade económica do seu tempo, pessoas que pensaram a economia sobretudo com perspetiva nova
do Estado poder atuat com eficácia sobre realidades económicas internas e internacional. Como sabemos

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estamos numa época perante surgimento estados modernos, estados em casos absolutos e centralizados. A
idade média a circunstancia do poder distribuído pelos aristocratas e reis ( é pouco mais que um
aristocrata). Portanto, um poder muito distribuído. O poder concentrado no rei, rei politicas económicas
para interior mercado e relações internacionais. Na aula passada falamos das medidas unificações do
mercado interno eliminaram barreiras das épocas de época, medidas , em especial falamos do poder das
corporações ( ainda não fabricas, não temos a maquina mas já temos estruturas produtivas). Por outro
lado, mercantilistas , alguns do seu tempo, pensam no Estado de forma muito bem pensada, Estado pode
determinar fluxos do mercado internacional- o comercio internacional sempre existiu e pode processar-se
maior ou menos fluidiz e restrições ( como impostos alfandegários , são tradicionalmente fonte para receitas
do Estado- enfase no TRADICIONALMENTE- na União Europeia não funciona assim. Os impostos
alfandegários, há 100 anos era o que substituem o Estado Português- são receita e instrumento comercial e
económico, facilita um determinado poder de especialização). Portanto, os mercantilistas são “ corrente
pensamento económica heterógena “ , cada um pensa com a sua cabeça mas há traços comuns aos vários
autores :
1. Importância comercio internacional , não deve desenvolver espontaneamente, há
importações pode fazer-se, mas é objeto parte do Estado .
2.Importancia produção manufatureira- têxtil, mobiliaria
3. Importância ouro e prata- um aspeto fundamental- tem quase interesse obsessivo pela
capacidade pais tem absorver ouro e prata exterior e conversá-las por razoes que serão
ditas mais tarde (na aula passada foi dita, uma delas, na época, a moeda era de ouro
e prata. Hoje já não é assim , hoje falamos de saldos à ordem – moeda escritural) .

Ainda na aula passada falamos dos MERCANTILISTAS NACIONAIS , as linhas acima são as comuns a todos,
mas há diferenças:

1. MERCANTILISMO ESPANHOL- na aula passada falamos. Portanto é verdadeiramente mais ibérico,


tem também haver preocupações portugueses alem espanhóis. Seculo 16 ( onde se extrai muito ouro e
prata, no 17 menos e 18 bastante ), portuguese e espanhóis, ouro e prata são fácil de obter e a
preocupação principal é conversar. É um mercantilismo muito defensivo. Houveram leis ANTI-
SUPTUÁRIAS , importante proibir importações de itens luxosos por não serem essenciais. Ouro e
prata entram importante não sair. DESVALORIZAÇÃO MOEDA E IMPOSTO ALFANDEGÁRIO-
quando aplicamos imposto alfandegário a um produto encarecemos um produto, estamos obviamente a
diminuir a procura que se faz. Gera receita e dimuem importações. Agora falando da MOEDA , a
desvalorização moeda, atualmente temos moeda da união europeia, mas já tivemos moeda própria, o
escudo. Quando se desvaloriza o escudo é preciso dar mais escudos para comprar mesma quantia
libras, francos, dólares, encarecia as importações ( não se lançavam impostos alfandegárias mas a
desvalorização tinha mesmo efeito, diminuir importações)
Em Portugal ex, imposto 20 % preço produto 100 euros – são 100 euros +20% , logo
importações diminuem e procura diminuem.

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Ex, moeda escudo desvaloriza, o marco alemão compra mais escudos do que o escudo
compraria o marco alemão. A nossa divisa está mais barata, se pode comprar unidades
monetárias menores. Aqui custa 10 contos , mas lá fora em marcos, dólares tornam-se mais
baratas.

Isto é o mercantislismo espanhol, tenta sair saída ouro e prata.

2. MERCANTILISMO FRANCES- não tinham facilidade de obter prata como o mercantilismo espanhol.
Não habia na america latina a facilidade das minas de ouro e prata e tentavam obter de outra forma.
Obter e ouro e prata era ter uma moeda valiosa.

Fizeram, por um lado PROMOVER PRODUÇÃO INDUSTRIAL, por outro, PORTEGERAM


PRODUÇÃO INDUSTRIAL e ainda tentaram DEPRIMIR / DIMINUIR NIVEL IMPORTAÇÕES
(comprar nível baixo de matérias -primas para produzir depois os produtos manufaturados, apenas o
essencial) e tentavam EXPORTAR PRODUTOS MANUFATURADOS ( que eram produtos valiosos
da época).

Ao se importar produtos eles tem que ser pagos, exportando o valor desses produtos , e se exportarmos
valor de máximo valor depois importamos ouro e prata que serviram para pagamento desses produtos.

SUPERAVIT NA BALANÇA COMERCIAL- diferença valor importados e exportas , ex 1000-


100 , representa entrada de ouro e prata. 1000- recebi ouro e prata, importei bens com valor
100 ( ou exportei ouro e prata no valor de 100 para pagar ) = valor superavit ( entrada
liquida ouro e prata ) de 900.

Comércio internacional bem pensado, é concebido entradas liquidas sucessivas ouro e prata na nossa
economia. Para isto é então preciso, para garantir produção manufatureira :
1. PROTEGER PRODUÇÃO MANUFATUREIRA-
produzo tapetes , não quero concorrência de tapetes que
venham outros países. Franceses adotam medidas proteção
da sua produção. Se tapetes fora são mais baratos,
substituindo a produção interna de tapetes, tenho que
adotar INSTRUMENTOS PROTECIONISTAS, como o
IMPOSTO ALFADENGÁRIO. Se a produção externa é
melhor ou mais barata, de forma ou outra a produção
interna é INEFECIENTE, mas pode ser PROTEGIDA (
instrumento de tributação alfandegária)

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2. Outra medida é o Estado pode fazer compras
PRODUTOS MANUFATURADAS a empresas
NACIONAIS- estado precisa mobiliário, equipamento
exercito, mesmo que fora seja mais barato dá-se
preferência produção nacional. Não é tao boa como a
produção interna, designam-se as COMPRAS PUBLICAS
( anteriormente diziam-se COMPRAS ESTATAIS), é
assim um instrumento de discriminação positiva.

3. PRODUÇÃO INTERNA beneficiar de empréstimos MAIS


BAIXOS

Ex, juros mais baixos do que os que o mercado exigiam, conceder empréstimo a
juro mais baixo .

Na europa, não se pode fazer, na China, através de bens públicos ou


dominados estado chines, garantir a juros muito baixos

Estes 3 protegem a produção manufatureira, são protecionistas , não atuam


sobre as razoes de produção interna ser mais fraca que a externa.

Também lançaram instrumentos PRODUÇÃO MANUFATUREREIRA ( e não proteção). Procuram atuar sobre
a desvantagem produção interna face a externa.

1) Ex, nossa produção é boa mas é cara- temos que inovar, com mais eficencia processo
produtivo isto é atuar sobre razão que explica desvantagem
2) Ex, se a nossa qualidade for pior mas valor não for mais caro que externa- (
mercantilistas acusados “ mania de regulamentar” ) , pois padrões de qualidade mais
exigentes.

Ex, em Portugal trouxeram mestres têxtil e cerâmica- criar escola para introduzir novas
técnicas fabrico e qualidade

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Há ainda outro instrumento importante, que inclusive ingleses até 1973 vão adotar-EMBARATECIMENTO
PRODUTOS AGRÍCOLAS E ALIMENTARES. Para a nossa industria e manufaturas serem competitivas ,dentro
dos custos, os LABORAIS eram dos mais elevados . Ainda não há maquinas mas há grandes empresas e
produzem-se produtos e grandes quantidades. Hoje em dia muitas empresas os salários são fração pequena, pois há
muitas máquinas , custo da energia é o que representa maior fação dos custos. Há 400 anos não era assim .
Franceses tem noção disso- CUSTOS SALARIOS ELEVADOS – e preocupam-se com questão “ que trabalhadores
gastam salário?” ALIMENTOS.

Os salários eram despendidos na compra de alimentos e dentro dos alimentos praticamente PÃO. Se era
assim as pessoas viviam miseravelmente.

( Parenteses- este fim de semana dr teve norte do país , homem de 72 anos começou a
trabalhar ao 12 anos e nos primeiros 2 anos não ganhava. Trabalhava empresa
automóvel. E vinha todos os dias 13 km descalço a pé. Falamos pessoa de hoje, não
idade tao avançada. Dr. ficou escandalizado .)

Trabalhadores gastam salários compra de alimentos, logo sendo ALIMENTOS BARATOS pode-se
PAGAR MENOS EM SALARIOS, diminuindo CUSTOS LABORAIS e assim dimuem-se os CUSTOS
PRODUÇÃO. Aumentando a CONCORRENCIA.

A agricultura deve produzir bens a BAIXO PREÇO ( não só para trabalhadores, também proprietários
das terras ) para que os trabalhadores industria possam adquirir PREÇOS a BAIXO PREÇO e assim receber
SALARIOS MAIS BAIXOS. Sacrifica-se a AGRICULTURA a titulo da COMPETITIVIDADE da INDUSTRIA.

3.MERCANTILISMO INGLES- o mercantilismo inglês também chamado comercial é


parecido em certa medida ao francês.
1. Estimula-se produção bens vario valor acrescentado
2.Exportar bens para garantir entrada de ouro e prata
3.Garantir superavit balança comercial

• Mas ingleses dão maior IMPORTANCIA COMERCIO INTERNACIONAL EM ESPANSÃO-


reflexo economia em crescimento, gera EXPANSÃO PRODUÇÃO INDUSTRIAL.

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• Não estão tao obcecados como francês em deprimir o nível das exportações como os franceses, até
se pode importar mais de um Estado desde que o BALANÇO COMERCIAL seja POSITIVO.
Globalmente é o que interessa- SUPERAVIT.

Aula 8.11-10º

Revisão ultima aula…

Na aula passada tínhamos continuado a matéria relativa aos MERCANTILISTAS- autores defendiam
determinada composição do COMERCIO INTERNACIONAL, para seu pais enriquecer obter estoques
líquidos de ouro e prata. Para estes, ouro e prata são matérias muito valiosas, motivo especial de que podem
fazer moedas, muito ouro e muita prata significa muitas moedas de ouro e prata, no seio das suas
económicas. Todos tem noção que para esse efeito , entrar ouro e prata no seu território ou senão tem essa
facilidade de obter, desenvolver o comercio internacional.
No 1º grupo falamos do bulionismo espanhol, que no fundo é ibérico, portugueses e espanhois,
seculo16 tínhamos facilidade em obter ouro e prata , dadas as minas, problema estava em evitar que
saísse e sairia através do comercio internacional. É assim um mercantilismo defensivo e para isso diminuir
as importações de bens de grande valor , para evitar saída de ouro e prata. Na historia económica
estudamos as leis anti suptuarias- saída de bens de luxo, era preciso evitar. É este o mercantilismo
espanhol
Ainda vimos outros 2 mercantilismos, o francês e inglês. Não são tão defensivos, tem que ser
proativos. França e Inglaterra não tinham grandes quantidades de ouro e prata, não entrava naturalmente
nos seus territórios, restava com politica comercial e económica que garantisse um comercio internacional como
fonte de enriquecimento.
A ideia entre estes dois era a mesma entre os franceses e ingleses que iam pelo caminho de que
importações não se fazem ou fazem-se apenas de bens necessários para produção de bens com valor
acrescentada. Ex, algodão para tapetes.
Quando a exportações, obvio que de bens de grande valor. A diferença entre importações e
exportações tinha que resultar num valor positivo.
É preciso no âmbito mercantilismo francês , as medidas de promoção de manufaturada e de
proteção , intuito é mesmo a sua expansão, mas são medidas distintas, as balanças para os franceses
tinham que ser de superavit.
Os ingleses iam pelo mesmo caminho, com alguma diferenças, para estes não havia problema
algum pais haver balança deficitária, desde que geral fosse uma balança comercial global , feito somatório
do que importamos e exportamos haja superavit.
Os franceses viam comercio internacional como consequência expansão da economia, já os ingleses
viam como um motor, inverte-se aqui o nexo de causalidade.

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Ex, fala-se nas lições , nos famosos atos de navegação promulgados na Inglaterra seculo 17. Nos
portugueses, também , utilizávamos também só navios portugueses para descarregar nos portos brasileiros,
ate determinada altura. Tinha-se ideia de comercio internacional ajuda na expansão da troca.

Estes são expressão, características básicas das 3 “ correntes” do pensamento mercantilista.

Vamos passar agora o que caracteriza, em termos gerais, o conjunto do PENSAMENTO MERCANTILISTA:

1. Apologia da vontade do enriquecimento – já vinha dos tempos idade media pela igreja católica
2. Apologia trabalho
3. Importância do Ouro e prata
4. Importância da Indústria manufatureira
5. Intervenção do estado- mercantilismo é mesmo intervencionismo : estado deve intervir no comercio internacional
6. Contrariamente aos liberais que vem comercio internacional de acordo determinado padrão de especialização
,de que países se especializem corretamente todos os países que envolverem no comercio internacional ganham
com esse comercio internacional, todos ganham, enriquecimento geral. Já os mercantilistas vem comercio
internacional como instrumento redistribuição do rendimento à escala internacional, isto é, para uns ganharem
outros perdem, ganhos uns perda outros. É uma realidade crua e por vezes inexata. A visão liberal é
diferente, desde que haja especialização correta todos ganham.
7. Mercantilista são nacionalistas : eles tem uma noção de que para seu pais ganhar outro terá que perder.
Desenvolve-se politica comercial em que outra nação empobrece e a nossa enriquece é uma visão nacionalista.
Havia grande interesse em que país enriquecesse, na generalidade dos países estamos a caminho do
absolutismo, damos importância ao soberano e ao poder do soberano, tanto como no seu pais como em
relação a outras nações, é uma afirmação do poder do soberano o enriquecimento do seu pais.
8. Populacionismo: há grande importância à circunstancia de muita gente. Por razoes económicas , qual a
vantagem? Significa salários baixos, vão ser estruturalmente baixos, isto e importante para que industria
tenha continuidade. Por outro lado, em situações de guerra significa facilidade da construção exercito
poderoso, sem esquecer que já existiam armas ( mesmo que rudimentares em relação a hoje ). Ex,
guerra Ucrânia e Rússia- a Ucrânia consegue suster até certo ponto, os estados unidos fornecem armamento
sofisticado , isto século 21, há 200 ou 300 anos já haviam armas mas rudimentares, dai importância do
populacionismo, exercito constituir um exercito poderoso.

Nota: franceses vem na demografia alemã, alemaes são mais que franceses e os franceses vivem
preocupados , é algo que vem do passado, os exércitos são poderosos. Dada a rivalidade destes países, é
uma preocupação antiga, pois em caso de guerra exercito alemão seria mais poderoso.

9. Insipiente teoria monetária : há convicção mercantilistas de que uma moeda em abundancia de varias formas
, mas falando agora de uma , é instrumento do crescimento económico, por uma razão, porque permite
empréstimos dados nomeadamente à produção , seja feito pagamento juros baixos . Quando solicita

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empréstimo assumimos duas responsabilidades : 1. Envolver dinheiro 2. Juro e como qualquer outro preço
varia em função da procura e oferta. Se houver muito dinheiro a ser oferecido, a taxa de juro baixa. É
importante haver moeda, assim corresponde solicitações economia real, se economia cresce aumenta a moeda,
caso contrario estamos situação deflação. É bom que haja moeda, mas por outro lado, é importante que haja
muita moeda, pois assim empréstimos fazem-se a juros baixos e assim competitividade para a industria do
pais. Muito dinheiro suscetível ser emprestado significa juro mais baixo ou pelo mais baixo do que se o
dinheiro escasseasse.
10. Intervencionismo: Estado tem obrigação definir politicas comerciais, económicas que interferem na economia.
11. “Mania da regulamentação “, como diz Dr. Avelas Nunes : a produção tinha que ter qualidade e por isso
mercantilistas regulamentavam produção manufatureira. Casamento , por um lado as e atividades económicas
são responsabilidade dos particulares, por outro, estado regulamenta a produção obrigando produtores a
seguirem padrões de qualidade.

Outro tópico- aulas práticas- dilema mercantilista : na aula teórica dado muito rapidamente. Vejamos, Dilema
mercantilista é criticar o mercantilismo. Os mercantilistas nunca encontraram no seu pensamento um dilema,
quem encontrou foram os críticos, Contradição entre fim e meio . Fim comercio internacional- enriquecer a
economia , qual meio? Balanças comerciais superavitárias- exportar mais do que importar. Exportar 1000 e
importar 400.

Portanto, os críticos dizem que não funciona, quando um pais assiste aumento ouro e prata, aumento moeda
seio, nesse pais varia gerar PROCESSO INFLACIONISTA: preços aumentam, competitividade comercio
internacional diminui. Paises que viram sair mais ouro do que outro, vao ver os preços baixarem e isto é
aumento de competitividade. Pais ve aumento preços, interna e externamente, o que acontece? Diminui
competitividade. Quanto aos paises perdedores trocas comerciais, que saiu mais ouro e prata do que entrou, menos
moeda vem preços que baixam e ao baixarem a competitividade internacional aumenta.

O que acontece? Pais A exporta menos , pais B exporta mais – balança no período 1 era superavitária,
passa no período 2 a ser deficitária. Uma balança em desequilíbrio, equilibra-se através da OSCILAÇÃO
DOS PREÇOS das MERCADORIAS de cada pais.

Para críticos mercantilismo – não vale a pena pensar ano apos ano balança superavitária , pois basta um
ano haja inflação que significa no ano a seguir que não haverá superavit, ou até mesmo défice.

+MOEDA= PREÇOS + ELEVADOS ou – MOEDA=-PREÇO

( vamos ver isto nas aulas práticas melhor- Dr. não explicou aprofundadamente)

Os mercantilistas não se aperceberam disto:


Privilegiam +M não tem +P , mas +M significa +T ( volume de transações ), ou seja estimula a atividade
economia , não os preços exatamente . Quem tem as razão? Depende, +M pode +P , pode +T e pode +P e +T . O
mercantilista focava se na relação entre M e T .

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+M = +T sobretudo em circunstancias em que isto acontece repentinamente , pois leva a um aumento repentino de bens
: se o estado desse a todos 2500 euros a toda a gente , isto geria um aumento brusco e repentino da procura , logo
a inflação iria disparar . O preço é um instrumento de racionamento de bens entre os consumidores , ou seja, raciona
os bens de acordo como poder de compra das pessoas . Portanto , isto é +M e +P faz sentido , sobretudo quando se
fala de um aumento repentino . O seculo 17 não havia descobertas novas , logo não havia aumento de ouro e prata .
Seculo 17, em Portugal não aparece muito ouro e prata, manteve-se constante, e dai não inflação. Já nos 16 e 18
sim.

Continuando, 2 questões:
1. Porque a deflação é “ uma coisa má”? Quando há deflação há quebra preços, produtos soa vendidos
valor inferior. Generalidade preços baixa. Todavia, situação seria, preços baixam porque produtores
para venderem tem que baixar preços, pois não há quem compre. Generalidade produtores baixam
preços e consequentemente falências das empresas e aumento desemprego. Situação deflação traduz
situação de crise economia. Situação muito séria. Em Portugal a titulo exemplificativo já tivemos uma
crise destas, para os nossos standards as taxas de desemprego aumentaram.
2. + M tem quer +P? não. O aumento moeda em circulação pode ter 3 efeitos / exemplos:

• SE O AUMENTO MOEDA EM CIRCULAÇÃO NÃO FOR


BRUSCO, PREÇOS NÃO SUBIRAM ( Na europa tem que ser 2%
aumento moeda para aumentarem os preços ). Todos os anos bancos
aumentam moeda em circulação para que haja mais dinheiro para
mercadorias sejam vendidas .

• Quando em Roma, trouxeram dinheiro , da dinastia egípcia , Imperador


trouxe o dinheiro, moeda os preços subiram para o dobro. AQUI FOI
BRUSCO O AUMENTO REPENTINO E AI OS PREÇOS
AUMENTAREM IMENSO.

• Quando se descobriu dinheiro na Califórnia, preços aumentaram.

Ex, Anos 20, Alves Reis falsificaram dinheiro numa quantidade nunca
antes vista, obter por parte governador banco Portugal documentos
assinados que permitiu ao Alves do reis fazer-se passar representante
banco Portugal na Inglaterra e pediu empresa que imprimia notas,
fizesse uma produção extraordinária e que ia para a Angola e então
podia fazer com números de serie já existentes. A empresa fez o que
mandaram e entregou ao Alves Reis. Este criou um banco , “ Angola e
Metrópole “, esse banco tinha muito dinheiro à sua disposição e começou a
conceder dinheiro com muita facilidade , tivemos o que com estes
empréstimos? Uma entrada brusca da quantidade da moeda em
circulação. Começou haver em Portugal Inflação , sem que instituições
estaduais entendessem que tava a acontecer. Quantidade enorme de notas

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de 500 escudos em circulação. É conhecido pelo maior falsário da
historia mundial. Foi apanhado por um motivo qualquer, que leva policia
judiciaria a fazer busca na filial no Banco, e encontraram com números
de series seguidos – 1 milhão e 1 , 1 milhão e 2. A investigação veio a
descobrir , que Alves Reis fez isto.

1. Aumento moeda = aumento preços = inflação


2. EXEÇÃO- PLEO EMPREGO- situação todos os fatores produção
estão afetados produção. Dinheiro pra credito, trabalho empresários
e matérias primas produção. Normalmente acontece em situações de
guerra. Mais moeda = inflação . Mesmo que aumento não seja
brusco , não consegue-se responder com mais produção , logo
aumento preços

Para autores mercantilistas : +M= +P. E privilegiam nexo causalidade M e T : + Moeda = + Transações

CAIDA DO MERCANTILISMO

Pensamento mercantilista foi perdendo, sobretudo com Escola Liberal, Adam Smith , etc. Agumentos:

1. Argumento :+ M = +P só funciona curto prazo


2. Argumento : Países cada vez mais pobres tem capacidade mais baixa de comprar produtos. Para uns ganharem outros
tem que perder e mais. Portanto, iludir as bases para comércio internacional.
3. Argumento:Escola liberal por definição não é intervencionista, doutor diz até anti-intervecionista. Smith- leis naturais,
absolutas, universais, imutáveis e o Estado não pode e nem deve interferir no âmbito dessas leis- TESES FUTILIDADE
e da PERVERSIDADE. Estado não deve interferir campo atuação atividade económica , não vai conseguir os seus intentos
como vai degradar a situação em que quis interferir- TESE PERVERSIDADE. Os clássicos dizem por baixos que
sejam salários estado não deve tomar medidas . Classicos dizem que não vão aumentar como vai baixar, logo efeitos
perversos. A escola liberal

FISIOCRATAS ( liberais )

Avelas Nunes usou no seu testo , desenvolve o pensamento destes como pensamento liberal, insere no âmbito da ideologia
liberal. Esse ponto deve ser lido , em si mesmo não é objeto avaliação ( 3.1).

Ideias fundamentais :

1. Porque vem a ordem económica e social como ORDEM NATURAL que resulta da atuação de LEIS
NATURAIS- leis essas determinam produção produtos e distribuição produtos- como se produz ? como
se distribui rendimentos? São assim leis naturais as regulam a produção e sociedade, bens e rendimentos.
Estas leis , como já se disse, são naturais e assim absolutas, imutáveis. São tao absolutas como lei
física, a lei da gravidade ex. Estas leis alem de naturais , associando-se À tese da FUTILIDADE/

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PERVERSIDADE, são leis MORAIS, ou seja, garantem melhor resultado possível à comunidade. Não
se interfere com estas.

Ex, numero de pobres- interferir – vão piorar e não melhorar.

2. Algumas destas leis prendem-se com consagração da PROPRIEDADE- para haver produção tem que
haver PROPRIEDADE PRIVADA, as terras. Sem propriedade privada não há produção. Ninguém faz
investimento nas terras não são suas e nem nas que se tomam. Sem que haja SEGURANÇA propriedade
privada, não há investimento e assim não há produção.

Ex, países que não garantem segurança a quem tem meios produção são países com investimento baixo
A propriedade privada tm que estar CONSOLIDADE e objeto de SEGURANÇA JURÍDICA.
3. LIBERALISMO ( diferente Smith e Ricardo ) : só ECONOMICO – escrevem estes autores no tempo
do Ancien Regime, Absolutismo e não o contestam. Cada um deve adquirir a propriedade que pretende e
deve poder FRUIR da sua PROPRIEDADE que é SUA.

4. IGUALDADE que tem apenas a haver com RESPEITO ADQUIRIR DA SUA PROPRIEDADE-
igualdade de circunstancias, de direitos entre todos no que diz respeito possibilidade ADQUIRIR e FRUIR
da sua PROPRIEDADE. Assenta-se na INICIATIVA. Não há liberalismo politico, não há estado liberal
que Smith e Ricardo seculo 18 falam.

5. São INDIVIDUALISTAS- INDIVIDUALISMO : tal como liberais. Sociedade é instrumento que todos
nos podemos fruir para prosseguir os nossos INTENDOS / PROPOSITOS através vida social e vida
económica. Mercantilistas não são defensores individualismo, estado é o centro. Fisiocratas, dizem que todos
tem direito prosseguir EGOISTICAMENTE os seus INTERESSES- a ordem social e económica servem
interesses pessoais dos indivíduos. Afirmar que a sociedade e economia são campos de que nos devemos
servir em absoluto para prosseguir egoisticamente os nossos interesses, das duas 1 , ou temos algum
argumento por trás ou há algum vício aqui. Ninguém aprecia uma pessoa egoísta, então?
INVOLUTARIAMENTE prossigo os INTERESSES PRIVADOS garante prossecução INTERESSE
SOCIAL e não há melhor forma de prosseguir interesse social senão for prosseguindo egoisticamente os
nossos interesses, pois de outra maneira seria IMORAL para o pensamento liberal.

Ex, padaria aberta não vende pão pensado interesse social, vende pensando nele próprio, padaria
prospere e é preciso qualidade no pão – tendo pensamento egoísta, mas está involuntariamente
prosseguir interesse social , pois é do nosso interesse comprar pão com qualidade. INTERESSE
EGOISTA- padeiro ; INTERESSE SOCIAL- nosso.

Há casos em que assim não se verifica- FALHAS MERCADO ( não estudamos nesta cadeira )- em que interesses
egoísta não prosseguem interesse social. Mas não é convicção destes autores, estes tao a iniciar-se nestas matérias, lembrando que
à época .

TABLEAU ECONOMIQUE- quadro económico de um fisiocrata- QUESNAY

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Reflete sobre questões natureza económica e ficou conhecido elaborado o tableau economique. É uma espécie de passado dos atuais
diagramas da contabilidade nacional . Esta matéria será dada aula prática. Mas será dada algumas notas.

1. Para fisiocratas só determinado setor atividade produtiva temos enriquecimento da economia- AGRICULTURA. Para
nos é estranho, estamos habituados a ver setores tecnologicamente mais avançados e também os serviços financeiros.
Este autor, já temos a REVOLUÇÃO AGRÍCOLA, e é MUITA PRODUÇÃO, e muita RECEITA DA VENDA
e assim ENRIQUECIMENTO. Já temos agricultura desenvolvida modos CAPITALISTAS, em determinado território
da França e dizer isto é dizer 2 coisas :
1. Está já a ser desenvolvida ATIVIDADE COM TRABALHO ASSALARIADO, como é próprio
do capitalismo. A relação paradigmática do capitalismo é do trabalhador assalariado e patrão.
2. E significa ainda , fim da produção é a obtenção máximo lucro. O capitalismo não é só lucro
é MAXIMO LUCRO. Claro que em espaços de TEMPO ALARGADOS.

Na França assim já temos determinado setor a ser assim explorado. Assim é deste setor que resulta enriquecimento
economia. Os outros setores ate podem ser uteis.

Aula 9.11-11º

Na aula passada, iniciamos matéria em relação aos fisiocratas , e foi dada a formação necessária , são liberais no
plano económico. Dão muita importância à segurança jurídica – o respeito pela propriedade privada . As pessoas tem
que ter certeza que o que é deles hoje é amanha , faz tudo sentido, a produção em sentido privado .A falta de
segurança jurídica explica em economias africanas a estagnação económica . Fisiocratas , liberdade sentido fruir a
propriedade, consagração propriedade e igualdade no sentido todos devem poder adquirir a propriedade- mais puro
LIBERALISMO EOCNOMICO.

Vejamos características fisiocratas que os distinguem :

1. Fisiocratas – o que determina o enriquecimento económica é só AGRICULTURA. Hoje em dia temos


dificuldade em perceber isto, de como só através da agricultura. Tamos habituados em economias mais
avançados produtos mais avançados tecnologicamente. Percebe-se melhor se recordamos que os fisiocratas
escrevem período que antecede revolução industrial, não seu deu ainda, mas já se deu a revolução
agrícola . Já se deu a revolução agricola, são homens do seu tempo, olhavam para sua realidade, não
discutindo que setor manufatureiro é útil mas não parecia ser esse a fonte de enriquecimento de uma
economia.

2. AGRICULTURA EM MODOS CAPITALISTOS- recurso sistemático trabalho assalariado e


prossecução do fim de MAXIMO LUCRO. São homens do seu tempo “ é aqui que esta fonre
enriquecimento da sua economia “.
3. ONDE ESTA A RIQUEZA? QUE GERA FLUXOS RENDIMENTOS? Setor agrícola. O conceito
de riqueza está na agricultura.

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4. ENTENDIMENTO DA MOEDA FISIOCRATAS VS MERCANTILISTAS – para os mercantilistas
pais é mais rico quanto maior stoque de ouro e prata. Mais moeda estimula mais produção. A moeda é
a reserva de valor , pais rico é pais com muito dinheiro de ouro e prata , logo a moeda é a reserva
do valor, ativo patrimonial, forma conversação riqueza. Mercantilistas tem razoes ordem pratica para
afirmar isto, como já vimos. Já os fisiocratas descrem desta função da moeda, para estes a moeda não
é riqueza, riqueza é apenas produção agrícola, moeda é um intermediário geral e definitivo das trocas-
facilitadora das trocas e cumpre função importante. Fisiocratas citam: “ dinheiro não multiplica as
coisas “ e as coisas é que multiplicam o dinheiro ; “ uma riqueza em dinheiro não é mais que uma
riqueza em produção” . Ex, nos numa economia podemos ter TROCAS DIRETAS- entre produtos;
TROCAS MONETARIAS- produto e quantidade moeda. Nas economias desenvolvidos, a regra é ser
trocas monetárias. Na nossa economia, estamos habituados a adquirir bens necessitamos entregando em
troca quantidades de dinheiro-PREÇO DO PRODUTO. Mas em setores menos desenvolvidos da
economia, podemos ter trocas diretas, como numa aldeia o vizinho ter carne a mais e eu cereais, troco
com vizinho . A troca direta não é impossível mas é difícil, para eu ter cereais mais e obter em troca
carne, tenho que encontrar alguém com 2 características 1. Ter carne a mais 2. Ter cereais a
menos, não é impossível mas é difícil- economias baixo desenvolvimento ou determinados setores da vida
económica, como uma aldeia. Logo as trocas diretas são demoradas, espaços económicos muito atrasados,
a de troca monetária não, ex, professor recebe dinheiro ao lecionar aulas. Ora bem, os fisiocratas
entendem isto, sublinham qur a função da moeda é ser intermediário geral, facilitadora das trocas.

5. Outro aspeto base fundamental no pensamento fisiocratas , que são importantes para entender tableau
economique- RIQUEZA ESTA PRODUÇÃO AGRICOLA e a MOEDA é apenas INTERMEDIARIO
GERAL e agora 3º permissão para entender este, noção do conceito TRABALHO PRODUTIVO-
estamos a defender a ideia criada pelo trabalho improdutivo. Há setores trabalho é produtivo e outros
improdutivos. Abstrato, trabalho produtivo é aquele PRODUZ EXCEDENTE ( tal como clássicos e
Marx dizem ). Agora, em concreto trabalho produtivo- que critérios ? Fisiocratas dizem que INCIDE
NA TERRA, SOBRE OBJETO DE TRABALHO É A TERRA- só terra gera EXCEDENTE, por
2 razoes :

1. Só atividade agrícola é fonte enriquecimento economia- sua época.


2. Trabalho produtivo é um trabalho que multiplica bens da mesma espécie- naturalmente só na
agricultura. Na industria há transformação de bens, sapatos são resultados da incorporação
de vários produtos, matérias-primas, desde as linhas , borracha , etc. Produto industrial é
transformado. Um produto agricola é resultado multiplicação bens mesma espécie- sementes
lançadas à terra, originarias fruto ou planta a no fim obtenho numero superior ao numero
sementes lancei à terra- PROCESOS MULTIPLAÇÃO BENS MESMA ESPECIE.
Industria é vista como processo de transformação de bens.

6. EXCEDENTE resulta sempre de uma multiplicação bens da mesma espécie- obviamente so agricultura
atividade que resulta excedente. Smith admite também , Ricardo , Marx em parte de que trabalho
produtivo é aquele que gera excedente, em termos gerais. Em concreto, fisiocratas definem categorias
trabalho produtivo e improdutivo , e mencionam o setor agrícola.

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Ex, retiro sementes maça- atiro terra- arvores crescem- e garantem 1000 maças

7. EXCEDENTE É MEDIDO EM TERMOS FÍSICOS- grandeza entre quantidades de bens da mesma


espécie. TEORIA DO VALOR COISIFICADA – só mesmo a agricultura. Não lançamos sapatos e
eles multiplicam-se.

Dr Cunha . diz que estes aurores deixam a gerar “ não há homogeneidade entre imputs e outputs
“- para lançar sementes, preciso de trabalho- pessoas e capital – ferramentas( produtos
manufaturados), há aqui coisas que não se multiplicam, a inchada não multiplica. Pensamento
muito rudimentar diz o Dr Cunha.

8. FISIOCRATAS- agricultura esta na riqueza; MERCANTILISTAS- riqueza está na troca , em


particular internacional.

9. INDUSTRIA ou TRABALHO APLICADO INDUSTRIA não é TRABALHO PRODUTIVO- 2


razoes

1. Razão teorética- não multiplica bens


2. Razão prática -Não vem lucros na industria , tendem a reagir contra aquilo consideram ser
os excessos mercantilistas na proteção das manufaturas- não há lucros visíveis

10. TABLEAU ECONOMIQUE- aulas práticas- representação figurada , 3 classes sociais definidas e
relações entre eles e não só , também a interdependência entre as varias classes sociais. A economia é
um conjunto alargado de relações e os fisiocratas são primeiros a colocar tónica.

1.CLASSE PRODUTIVA- rendeiros, tomam arrendamento aos proprietários das terras e


produzem em modos capitalistas.

2.CLASSE PROPRIETARIOS- são os que cedem as terras em troca de uma renda que é o
seu rendimento

OBSERVAÇÕES :
i) a renda que cabe proprietários, mas fisiocratas dizem que não cabem por terem
participado na produção . Resulta da forma como sociedade e economia está
organizada e não pela sua participação ativa. Marx e Ricardo distinguem inclusive
entre explorados e exploradores, fisiocratas são homens absolutismo e não vão por
ai. Fisiocratas avançam ideias de que sociedade economia organizadas explicam que
classes sociais não contribuíram produção ativamente, obtém rendimento e até mesmo

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avultado- absorção excedente outra classe social, rendeiros excedente destes vai ser
capturado e absorvido por parte proprietários das terras.

ii) Uma ideia que mais tarde segue o seu caminho : um gera excedente e outro
apropria-se o excedente, e ainda ideia de que os que apropriam excedente, vão
apropriar de TODO EXCEDENTE e não de parte apenas ( Marx sublinhará
isto ). Industrias e serviços apenas criam oportunidades, calçado, cortar o cabelo
– prestam UTILIDADES mas não há CAPACIDADE PRODUZIR EXCEDENTE
e daí não resulta enriquecimento da económica- mas não tem valor cortar cabelo?
TEM, mas fisiocratas dizem que valores são iguais aos custos de produção dos
mesmos bens e serviços , cortar cabelo é valor x e custo será x.

3. CLASSE ESTERIL ( Dr. não enunciou )- produtores produtos manufaturados , não


geram lucro. Geram receita , corresponde preço de venda, mas colhe apenas os custos
produção.

TABLEAU ECONOMIQUE- é um modelo economia estagnação ( linguagem atual )- criou-se valor excedente
exatamente igual período anterior e é absorvido pelas classes . INVESTIMENTO POLÍTICO- quando há este, o
investimos é superior ao que se faz para apenas manter a capacidade produtiva . Ex economia simples- 10 maquinas
e cada ano passada 1 maquina morre, se em cada período que passa se incorporar na produção uma maquina para
a que morrer, continuamos a ter 10 maquinas todos os danos. TEMOS INVESTIMO? SIM! Mas não liquido.
Imagine-se que agora invés investir 1 maquina, investimos 2 maquinas- o que acontece? Stoque de 10 passou para 11
– investimento superior- produtividade aumentará , com 11 maquinas produz-se 10 % a mais do que com 10
maquinas, Portanto temos investimento LIQUIDO , sempre que é a mais do que aquele necessário manter a economia.
O tableau economique é modelo que vê no investimento apenas para recuperar condições renovação ciclo produtivo
excedente sempre mesmo absorvido proprietários das terras. Representa uma economia que já atingiu máximo de uma
economia, não consegue crescer ainda mais, terra não reagiria mais – não há ADIATAMENTOS FUNDIÁRIOS (
verificar o fundiários ). A terra não vale a pena explorar mais, não vai reagir, já está a ser utilizada.

ESCOLA CLASSICA / LIBERAL

Adam Smith e Ricardo- Inglaterra , fim século 18 com Smith e prolonga até 19, com Say

Ideias :
1. Cada um prosseguir INTERESSE EGOÍSTA, nosso , essa pessoa todavia involuntariamente está
prosseguir o INTERESSE SOCIAL. E já vimos que é a ideia base do liberalismo , é a base moral-
cada um trata de si não há melhor forma interesse todos.

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2. Outra ideia, que também decorre da anterior, economias funcionem livremente sem constrangimentos do
Estado , forma total livre, as LEIS NATURAIS produzem seus efeitos sem perturbação , são economias
em CONTINUO EQUILIBRIO, não há crises ( ex, situação geral e duradoura sobrpodução – produção
a mais- não se consegue vender ). EQUILIBRIO DURADOURO- as coisas eventualmente voltam a ser
equilibradas.

Aula 15.11-12º

Recapitulação aula anterior: na aula passada terminamos a matéria sobre os fisiocratas. Tableau economie vai ser
dado nas aulas praticas. Ideia de que a vida económica é um conjunto de interdependências entre vários grupos de
agentes económicos, a época entre vários grupos de classes sociais e entre uns e outros estabelecem-se fluxos de
natureza real ( quando alguem presta a outro um bem ou serviço ou determinado fator de produção e fluxos de
natureza monetária ( quando a pessoa recebe esse bem, serviço ou esse fator de produçao com uma determinada
quantidade de dinheiro). Ou seja, sempre que há um fluxo de natureza real num determinado sentido há um fluxo
de natureza monetária noutro sentido. A não ser que invés de estarmos na economia da troca estejamos na economia
dos donativos ( nessas circunstancias alguem da alguma coisa em troca de nada)

Observação que dr. não fez e quer fazer sobre o tableau economic: nele, pela primeira vez, encontramos um
entendimento sobre o que é capital. Conceito de capital tem, dependendo das matérias que estamos a pensar, dos
autores ou do contexto, tem pelo menos 7 ou 8 significados. Com os fisiocratas inicia-se uma ideia, que é correta,
embora seja apenas um dos possíveis significados para o conceito de capital a ideia de capital visto como estoque de
bens, como um determinado conjunto de bens que se vão adiantar a produção, hoje em dia os bens de capital são
unicamente os bens que se vão orientar a produção ( ex: maquinas, matérias primas). Com os fisiocratas o conceito
de capital engloba um estoque de bens e nesse estoque de bens encontramos o que hoje designaríamos de bens de
produção (equipamentos, matérias primas, bens intermediários), mas também os bens de consumo que são
necessários aos assalariados para que eles sobrevivam, nomeadamente os bens alimentares. Da mesma forma que não
há produção sem matérias-primas, sem equipamentos e bens intermediários também não há produção sem
trabalhadores e estes para subsistirem tem de ser alimentados. Esta ideia de capital como estoque de bens é trazida
pelos fisiocratas. Com eles alem de bens de produção temos bens de consumo que é necessário adiantar aos
trabalhadores para que eles subsistam enquanto produzem num e noutro setor produtivo.

(este é o único ponto que na aula passada ele deixou de ser visto).

Encontramos ainda na aula passada na escola clássica, também designada de escola liberal. Fisiocratas são liberais
mas verdadeiramente não se integram na escola liberal porque em outros aspetos fundamentais do seu pensamento
teórico distinguem-se de Adam Smith e de Ricardo ( há aspetos comuns como a defesa do liberalismo mas outros
não).

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A ideia fundamental da escola liberal

( Dr. terminou aula passada nisto, 2 ideias fundamentais:

→ convicção de que se cada um de nos tratar egoisticamente os seus interesses, só pensando em si, esta
involuntária, mas automaticamente a tratar dos interesses de todos, ou seja, a prossecução do interesse social
faz-se perfeitamente bem desde que cada um trate egoisticamente os seus interesses;

→ e o segundo ponto da perspetiva liberal é que se deixarmos os mercados funcionar livremente, que significa
deixarmos as leis do mercado atuar livremente, se as deixarmos atuar livremente a vida económica faz-se
sem crises, ou seja, sem desequilíbrios generalizados, ou seja, que atingem a generalidade dos setores da
atividade produtiva, e para alem disso não são duradouros.

Hoje sabemos que esta convicção dos liberais, que as economias que funcionarem livremente não padecem de
crise económica não vem corresponder a verdade.

Convicção dos liberais é esta, deixemos os mercados funcionar livremente e não há crises. Pode haver desequilíbrios,
mas sempre serão desequilíbrios setoriais, ou seja, num setor ou noutro mas não na generalidade dos setores e são
passageiros. Nada de desiquilibrios duradouros e generalizados.

2 grandes convicções:

1. prossecução do interesse egoísta de cada um vai garantir a prossecução do interesse social ou geral
2. se as leis dos mercados atuarem livremente nos mercados não há crises económicas, há apenas desequilíbrios
que são pontuais. Convicção de que estas leis, as tais que devem atuar livremente e impedir as crises, são
consideradas leis naturais, de tal forma que a tentativa da sua eventual superação da em desastre. Não só
não corrige um qualquer situação que nos entendamos que deva ser corrigida como ate pode piorar, degradar
ainda mais – tese da perversidade

Crises no capitalismo

Em matéria de crises no capitalismo, aquelas que mais facilmente caracterizam são as chamadas crises de
sobreprodução, são crises que se caracterizam por produção excedentária, ou seja, pela circunstância de parte da
produção que de produz não estar a ser escoada no mercado. Não há procura que absorva a oferta, toda ela. Estas
são as crises típicas do capitalismo e as que mais frequentemente o assombram.

Podemos ter crises de subprodução, mas raramente, em determinados setores, estamos ou estivemos perante crises
subprodução (mas são raras no capitalismo, não eram raras por exemplo no feudalismo).

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Exemplo: no pós covid, por força de grandes constrangimentos no comercio internacional, em determinados
produtos e por força de alguns setores, houve dificuldade em reativar a produção, há mais procura que
oferta ( ex: peças de carros). Houve uma desorganização das cadeia produtivas, cadeias de valor. Esteve
relacionado com graves perturbações nomeadamente nos transporte pelos navios.

A regra não é essa, é o capitalismo ser assoado por crises de sobreprodução.

Há pouco Dr. disse que para estes cavalheiros pode haver desequilíbrios, mas serão passageiros e setoriais, porquê?
Domínio das tais lei naturais que se as deixarmos atuar livremente vão garantir a resolução rápida destes problemas:
lei da oferta, lei da procura e lei dos preços.

(muita importância destas 3 leis para a compreensão desta matéria e da generalidade das matérias que vamos
estudar, não há matéria mais importante que não seja a que tem a ver com a compreensão das leis do mercado)

Lei da oferta

As quantidades oferecidas variam no mesmo sentido dos preços. Quando se diz isto estamos a jogar com duas
variáveis: por uma lado quantidades oferecidas e, por outro lado, preços, mas há que estabelecer uma hierarquia
entre elas. Temos uma variável ativa (a que varia em primeiro lugar) e variável passiva (a que varia em
segundo lugar).

O que varia em primeiro lugar, ou seja, qual é a variável ativa? Os preços e o que varia em segundo lugar em
consequência da variação dos preços temos a variável da oferta.

Reter que na designação destas 3 leis temos sempre mencionada a variável que naquela lei é a variável passiva.
Deste modo, “lei da oferta” a variável passiva é a oferta. Quantidades oferecidas variam no mesmo sentido dos
preços, assim quando o preço sobe oferta aumenta e quando baixa oferta diminuiu (isto é o que significa afirmar que
quantidades oferecidas variam no mesmo sentido que os preços).

Quando o preço sobe, se nenhuma outra variável se alterar, quando preço pelo qual um produto se vende no
mercado aumenta as perspetivas de rentabilidade, de lucros para os produtores melhores ( estamos aqui a supor que
nenhuma outra variável se altera para alem destas duas, condição nsq – a diana perguntou ao dr como se escreve
no fim da aula). Se por exemplo os preços subirem, mas os custos também subirem se calhar o produtor fica como
estava, vende mais caro mas também suportou um custo de produção mais elevado do que antes.

Exemplo: eu antes vendia por 10 e tinha um custo de 6, tinha lucro de 4. Agora vendo por 12 mas tenho
um custo de 8, tenho um lucro de 4. A atividade não se revelou mais rentável que antes

Para que estas leis possam ser consideradas validas temos sempre de admitir que outras variáveis que eventualmente
perturbariam as variáveis que estamos a considerar se matem contantes.

Exemplo: se eu antes vendia por 10 tendo um custo de 6 e agora vendo por 12 tendo na mesma um custo
de 6 o lucro que era de 4 passou para 6 (diferença entre 12 r 6)

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Se o que nos produzimos e vendemos e o seu preço aumentar isso significa que há um estímulo para uma maior
produção, ou seja, vamos produzir mais. Se estou a ganhar mais dinheiro vou produzir mais. Pelo contrário, se o
preço baixar, dando como boa a condição nsq ( diana perguntou como se escreve), antes eu tinha custos de 6 e
vendia por 10 e agora tenho custos 6 na mesma e vendo por 8, lucro diminuiu, se isto acontecer o incentivo para
produzir aquele bem diminuiu. Quando o preço sobe a oferta aumenta porque o chamariz que é o lucro aumentou e
isso acarreta uma maior volume de produção e quando preço baixa a oferta diminuiu porque o chamariz a que
chamos lucro diminuiu e isso desincentiva a produção.

Lei da procura

Aqui a variável passiva é a procura, esta lei diz-nos que as quantidades procuradas variam no sentido inverso do
preço. Temos aqui 2 hipóteses, nesta formulação que apresenta um certo grau de abstração, temos 2 hipóteses:

→ a variável ativa será a evolução dos preços


→ e a passiva a procura.

1 hipótese que esta aqui comportada na lei da procura é a de que quando o preço sobe a procura diminuiu. Em
circunstâncias comuns, qualquer um de nos em circunstâncias comuns, compra menos ou até deixa de comprar um
certo bem se o preço deste aumentar.

Também sabemos que quando o preço de um produto baixa a procura desse bem tende a aumentar. Nos enquanto
consumidores já compramos um determinado produto porque o preço baixou.

As quantidades procuradas variam no sentido inverso do preço, preço sobe procura diminui, preço baixa procura
aumenta.

Lei dos preços

Tem 2 designações possíveis: leis dos preços ou lei da oferta e da procura ( dr. prefere lei dos preços porque nos
diz que nesta terceira lei a variável passiva já não é nem a oferta nem a procura mas os preços, houve uma
inversão na hierarquia entre as variáveis, nos outros casos a variável ativa são os preços). Nesta lei as variáveis
ativas são a procura e oferta.

Nota: Lei dos preços não é uma espécie de versão económica da lei da oferta e da procura, é uma lei
qualitativamente distinta que, jogando com as mesmas variáveis, as hierarquiza diferentemente.

Os preços sobem com o aumento da procura e/ou diminuição da oferta, os preços descem com a diminuição da
procura e/ ou com o aumento da oferta. No fundo estamos aqui a comtemplar 4 hipóteses (ao contrário das outras
leis em que contemplamos 2).

Formulação mais genérica: preços variam no mesmo sentido da procura e variam no sentido inverso ao da oferta.

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Explorando as 4 hipóteses contempladas:

No âmbito desta lei o que varia em primeiro lugar são as quantidades. Aumenta a procura de um produto, condição
nsq as outras variáveis não se alteram, se aumentar a procura de um bem e ao mesmo tempo aumentar a sua
oferta o preço não tem de subir. Mas se aumentar a procura e se se mantiverem as outra variáveis constantes o
preço tem de aumentar.

Exemplo: senhor vem para a porta da fduc vender 15 guarda chuvas, de repente começa a chover, a
procura vai aumentar mas a oferta não vai aumentar porque trouxe 15 guarda chuvas, o preço dos guarda
chuvas vai aumentar, a partir do momento em que se apercebem que a procura que se dirige ao produto
aumentou reagem aumentando o preço. Funciona de igual modo em relação as empresas. + procura = mais
preço

Exemplo 2: Como o oposto também acontece, se de repente ficar sol o preço dos guarda-chuvas vai diminuir
uma vez que a procura vai diminuir.

Havendo uma variação da procura no sentido descendente então o preço vai também ele diminuir. Exatamente a mesma
coisa relativamente as empresas que se sentirem um diminuição da procura dos seus produtos uma das estratégias
mais comuns passa por diminuir o preço.

Recapitulando: A compreensão da escola liberal assenta na ideia de que se deixarmos os mercados atuarem
livremente, sem constrangimentos, as economias vivem num continuo equilíbrio económico, ou seja, num continuo
equilíbrio entre a oferta agregada e procura agregada. Poderá haver casos de desequilíbrio na forma de
sobreprodução, mas são passageiras e transitórios que se resolverão rapidamente desde que as leis do mercado
funcionem livremente.

(Importância das leis do mercado que diz respeito ao funcionamento dos mercados são uma espécie de chave universal
em economia. A chave é o entendimento compreensão das 3 leis do mercado. )

Nota: Erro comum dos alunos, considerar as leis dos preços ou lei da oferta e da procura como a versão económica
das outras duas leis.

Resumindo, Lei dos preços - 4 hipóteses:

1. procura aumenta preço sobe

2. procura diminui preço desce

3. oferta aumenta preço desce

4.oferta diminui preço sobe

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Vamos imaginar que estamos numa situação em que há sobreprodução, num determinado mercado por qualquer motivo
há produção a mais, situação de desequilíbrio. Há produção a mais para a procura que existe, assim sendo há oferta
a mais para a procura que existe. A lei dos preços diz-nos que quando oferta aumenta o preço baixa, no que diz
respeito a resolução desta situação a primeira lei a atuar é a lei dos preços. Produziu se mais que o que se produzia
então preços vão baixar O que aconteceu aqui foi um reflexo da aplicação da lei dos preços a uma situação de
sobreprodução.

Exemplo: Antes vendia se por 10 e agora por 8 euros.

Esta resolvido? Não, ainda faltam atuar as outras 2 leis, o preço ao baixar para oito vai conduzir à atuação tanto
da lei da oferta como da procura. Se o preço que era 10 passou para 8 o estimulo para a produção diminuiu, ou
seja, oferta diminuiu ( é o que nos diz a lei da oferta, preço baixa então a oferta baixa, quantidades oferecidas
baixam no mesmo sentido do preço). Se o preço baixa, a lei da procura diz nos que as quantidades procuradas
variam no sentido inverso ao dos preços, se o preço baixa a procura aumenta.

Imaginemos que produziam 1000 unidades e adquiriam 600 unidades do bem, oferta 1000 procura
600, temos aqui um excesso de produção de 400. Situação clara de sobreprodução.

Esta sobreprodução resolve-se deixando atuar o mercado. A primeira a atua é a lei dos preços. Se a procura é
superior a oferta, se há uma situação de sobreprodução o preço vai baixando. À medida que o preço vai baixando (
imaginemos que estava a 10 euros) as outras duas leis vão agora funcionar e sempre que o preço vai baixando a
oferta retrai-se/ baixa ( porque é menos interessante produzir aquele produto) mas a procura vai expande-se,
vai aumentando, havemos de chegar a uma preço em que aquilo que se oferece em termos de quantidades é exatamente
igual aquilo que se procura em termos de quantidades.

Exemplo: Preço a 10€ e a 10€ produzia se 1000 unidades do bem e procuravam-se 600 unidades do
bem, havia um excesso de produção de 400 unidades, deixamos as 3 leis funcionar ( 1º leis dos preços e
depois a lei da oferta e depois a da procura) o preço começou a baixar baixar, a oferta a restringir-se a
procura a aumentar ate que se chega a uma hipótese em que o preço já não é 10 é 8, mas a 8 a oferta
já não é 1000 mas é 800 e a procura já não é 600 mas 800 – temos um equilíbrio.

Quando é que as descidas do preço cessam? quando aquilo que se esta a oferecer é exatamente igual aquilo que se
esta a procurar. Por exemplo, nos tínhamos 100 de produção e 600 de procura e fomos baixando e para o preço
de 8 euros oferecem se 800 unidades, mas procuram se também 800 unidades, porque uma coisa é comprar a
10 e outra a 8, assim do desequilíbrio chegamos a um equilíbrio, isto deixando o mercado funcionar.

A situação oposta resolve-se da mesma maneira, invés de sobreprodução temos subprodução.

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Exemplo: temos um determinado produto, vendido a 4€ por unidade, em que a esse preço oferecem 400
unidades do produto mas procuram-se 700 unidades deste. Temos um caso de, não de excesso de produção,
mas défice na produção, ou seja, as pessoas queriam comprar 700 unidades mas só há 400 disponíveis.

A lei dos preços diz-nos que se a oferta diminui, é diminuta face a procura então o preço sobe, o preço que era 4€
começa a subir. Sempre que o preço começa a subir entram as outras leis em ação, a lei da oferta que nos diz que
sempre que o preço sobe a oferta diminuiu e lei da procura que diz que sempre que o preço sobe a procura
diminuiu. Se as leis do mercado puderem atuar livremente, a primeira lei que funciona é a lei dos preços que nos diz
que com uma oferta que diminuiu ou com uma oferta diminuta face a procura que existe, o preço começa a subir e
sempre que ele sobe funcionam as outra duas leis, a leis da oferta que faz com que os produtores produzam mais e
a lei da procura, pessoas deixam de comprar tanto, uma vez que o preço aumenta. Chegamos a um equilíbrio, o
preço foi subindo, oferta foi aumentando ( expandindo) e procura diminuindo ( retrai-se), ate que a dada altura
chegamos a um equilíbrio entre a oferta que se deseja fazer e que se faz e a procura que se deseja fazer e que se
faz

Receita é sempre a mesma e universal, deixar atuar as leis do mercado, isto não quer dizer que não apareçam
situações de desequilíbrio, existem (ex: basta haver uma maior colheita de hortaliças por exemplo então ai a oferta
já vai aumentar etc), todavia deixando atuar as leis do mercado alcança se o equilíbrio novamente.

O estado quando intervém nos mercados, uma das intervenções mais obvias é a fixação dos preços e ai as leis do
mercado já não atuam porque não atuando a leis do preços as outras também já não atuam.

Exemplo: das rendas que nos anos 60 foram congeladas isto para proteger os arrendatários. Travou se o
aumento das rendas numa altura de inflação elevada, caso típico de fixação administrativa de um preço neste
caso das rendas. De repente deixou de haver casas para arrendamento, havia uma procura enorme para
arrendar, porque as rendas era muito em conta, mas havia uma oferta muito diminuta de casas para
arrendar. Caso em que de repente se da suboferta e imensa procura. Como os senhorios não tinham nem
rendimento porque as rendas eram baixas nem incentivo não renovavam os seus prédios. Não valia a pena
estar a investir num bem que obtinham rendas baixas. Depois deixaram a fixação das rendas serem livres,
mas isso resultou na expulsam das pessoas da cidade. Fixação administrativa deu asneira, mas liberalização
das rendas também tem efeitos indesejados.

Esta questão do liberalismo, hoje vivemos em tempos do neoliberalismo. Para os liberais é simples, os mercados
funcionando livremente chega se a um equilíbrio.

O que é um salário mínimo? Preço fixado administrativamente. Para um liberal isto é um erro porque o salário
mínimo cria desemprego porque há empresários que estariam disponíveis para pagar não 600 mas 580 e não
podendo pagar esse valor por não é legal não contratam. Assim, para um liberal isto pode provocar uma situação
em que há oferta de trabalhadores que não é absorvida, denominado por desemprego. Liberais defendem que deixando
atuar livremente o mercado este desemprego deixa de existir.

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Dr. diz que em economias ricas faz sentido porque o salário que naturalmente se vai estabelecer é um salário mínimo
razoável. Em PT se não se fixar um salário mínimo legal podíamos ter 300 euros de salario mínimo que não da
para sobreviver.

Quando nos subimos o salario mínimo estamos a subir o custos de produção das empresas ( se bem que hoje a
energia é o fator de produção mais caro). Se eu invés de 100000 passar a ganhar 150000, se invés de
500 gastar 600 euros, há uma elevada propensão ao consumo, ganho 600 gasto 600.

Por detrás do pensamento de Smith de ricardo e de jean Baptiste say esta sempre a convicção de que as leis
garantem um continuo equilíbrio económico.

Adam Smith

Teoria do valor. Vamos estudar varios clássicos ( Smith, ricardo neto ou bisneto de PT, etc). Vamos começar por
ver a teoria do valor. Esta teoria, independentemente do autor, procura sempre dar resposta a pergunta: como se
gera o rendimento numa economia?. O que determina os fluxos de rendimento que se geram numa economia e que se
espera que vá aumentando ano apos ano, ciclo económico apos ciclo económico.

O que determina o valor da produção?

No curto prazo, no dia a dia, os bens têm um valor que resulta do seu preço de mercado e esse preço é regulado
pelas variações que se dão na oferta e não procura, se a oferta aumenta o preço baixa, se a oferta diminuiu o
preço sobe e se a procura aumenta o preço sobe e se a procura diminuiu o preço diminui. Quando falamos desta
teoria estamos preocupados em saber o que que estruturalmente, no longo prazo, o que determina o valor do bem, o
chamado preço natural do produto. O preço natural do produto é o preço a longo prazo, o preço do produto
naturalmente falando, esquecendo as variáveis.

O preço natural do bem, o seu preço de longo prazo, o seu preço normal é determinado exclusivamente pelos seus
custos de produção. Só os custos de produção determinam o preço normal ou naturalmente do bem. Se o custo é 10 o
preço é 10. Isto é dizer-se que só a oferta, as condições da oferta determinam o preço normal ou natural de um
produto. Dai que a procura não tenha nada a ver com o caso, a procura que se faz num produto não determina nem

codetermina o preço de um produto ( não estamos a ter em consideração as variações conjeturais). O que determina
o valor de um bem são os custos de produção. É apenas para determinar o volume de produção, a produção será de
100, 500 ou 1000 unidades em função da procura, procura interfere na oferta e não no preço, este é
determinado unicamente pelos custos de produção.

Exemplo: Portanto, se o bem A tem um custo de produção que é o dobro do custo de produção do bem B, o
preço do bem A será naturalmente o dobro do preço do bem B. Preços relativos aferem-se por custos de
produção relativos, se o custo de produção do bem A é o dobro do bem B então o preço do bem A será o
dobro do preço do bem B. A procura determina apenas o volume de produção, mas não determina nem co
determina o preço natural, normal ou estrutural.

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A tese de Smith nesta matéria é uma tese simples (ate este ponto). Deixa de ser simples quando procuramos
averiguar o que que Smith entente como custo de produção. Smith é ambíguo, subscrevendo alternadamente uma de
duas teses distintas:

→ a que só há custos de produção trabalho, só fator de produção trabalho ( teoria unifatorial do valor, só
há um fator de produção e portanto um custo de produção)

→ mas por vezes parece apontar para o facto de que há 3 fatores de produção e nessas circunstâncias o
custo de produção será em trabalho, capital e recursos naturais.

Passamos de uma teoria unifatorial para uma teoria plurifactorial do valor. Há vezes que Smith parece apontar
para a teoria unifatorial e em outros pensamentos de Smith parece apontar para a teoria plurifactorial do valor.

Recapitulando, onde é que não há ambiguidade? Só os custos de produção determinam o preço normal, natural.

Aula 16.11-13º

Aula passada: teoria do valor

Quem quer que defenda uma qualquer teoria do valor está a tentar identificar, no fundo, como se geram os
rendimentos numa economia, como se geram fluxos sucessivos de rendimento numa economia. Falar em teoria do valor
é falar numa teoria que nos dá o rendimento de uma economia em massa.

Esta matéria seguinte diz que os preços de mercado, os preço conjeturais, os preços que se fixam no dia a dia, esses
preços vão oscilando em função de oscilações que se dão na oferta e na procura. Na lei dos preços se a oferta
aumenta o preço baixa, se a oferta diminui o preço sobre, se a procura aumenta o preço sobe e se a procura
diminui o preço desde. A lei dos preços diz nos isto mesmo, mas a lei dos preços explica variações quotidianas, do dia
a dia.

Quem quer que elabore a teoria do valor não procura explicar as variações conjeturais, para esse efeito chega a lei
dos preços. Quer saber o que que estruturalmente determina o chamado preço normal, preço natural, preço de longo
prazo de um determinado produto. Nesta matéria, da teoria do valor, vimos a semana passada , que Smith dá-nos
uma resposta que até certo ponto não tem ambiguidade nenhuma e a partir de certo ponto é ambígua. Diz nos que o
valor de um produto, o seu preço normal, de longo prazo depende exclusivamente dos custo de produção suportados
com a produção desse produto. Os chamados preços relativos ( que não são mais do que a relação entre os preços e
os bens (?)) hão de ser função e função exclusiva dos custos relativos de produção dos vários produtos.

Exemplo: se o bem A tem um valor de preço natural ou normal que é dobro do valor do bem B só poder
ser assim porque o custo de produção foi o dobro.

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Portanto, as relações entre preços ou os preços relativos hão de ser iguais à relação entre os custos ou custos
relativos. ( ate este ponto não há ambiguidade)

E que importância tem nesta matéria a procura?

A procura nesta matéria, na determinação do valor do seu preço natural ou normal tem qualquer relevância . Ou
seja, a procura não é vista nem como variável nem como co variável na determinação do valor do bem em Smith. A
procura tem a importância de determinar o volume de produção, ou seja, são os custos de produção que determinam o
preço do produto e é depois a procura que se faz de um bem que determina o volume da oferta.

Temos de estar a supor uma coisa muito importante de que para Smith os custos de produção são custos de produção
constantes, o que significa que independentemente do nº de unidades que se produzem o custo é sempre o mesmo. O
custo de cada uma das unidades é igual independentemente de produzirmos 500, 1000 ou 100000, é por
exemplo sempre 5€, qualquer que seja o volume de produção o custo de cada unidade não se altera – pressuposto
dos custos constantes (pressuposto irrealista).

Atualmente temos a noção que a medida que se aumenta a produção o custo da unidade tende a baixar ( ou por há
aquilo que se designa de custos decrescente ou porque há economias de escala, uma a outra explica que a medida que
se aumenta a produção o custo de cada unidade tende a baixar). Mas também sabemos que se exagerarmos nesse
aumento (ex: contratar trabalhadores a salários cada vez mais altos, se compramos mais e mais matérias-primas
que a certa altura se irão revelar escassez e que por isso sobem de preço etc) a certa altura os rendimentos
decrescentes passam a crescentes e as economias de escala passam a deseconomia desescala. Smith vive numa época
em que não há produção a uma escala que hoje observamos, esta se a iniciar apenas a revolução industrial. Ademais
dizem os estudiosos de Smith que este não teve sequer consciência que a revolução industrial se estava a dar.

Ideia de que pode haver rendimentos crescentes e decrescentes e que pode haver economias de escala de desescala não
existe em Smith. Para Smith os custos de produção são constantes. Nestas circunstancias só os custos de produção
determinam o valor sendo que a procura determina a quantidade que se ira produzir ( ex: se houver uma procura
de 10 unidades produzem 10 unidades a 5€ cada uma, se houver um procura de 1000 unidades produzem-se
1000 unidades com um custo de produção 5€ cada uma)

Este pressuposto só custos de produção é fundamental para que se possa dizer que a procura não interfere no preço.
Se invés de custos constantes tivéssemos custos decrescentes então teríamos de admitir que uma procura maior
determinava custos maiores e valores maiores, mas não é o caso, são constantes. Procura determina em Smith o
volume de produção.

Até aqui não há ambiguidade. Onde aparece a ambiguidade?

Aparece quando se quer saber o que são os custos de produção. É aqui que Smith não é claro porque tanto defende
que só existe um custo de produção trabalho, como defende que existem 3 fatores de produção (trabalho, capital e

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recursos naturais) aponta para uma teoria unifatorial do valor e em outras passagens da sua obra aponta para
uma teoria plurifatorial do valor ( e fatores de produção: trabalho + capital + recursos naturais). Em Ricardo e
Marx não há ambiguidades destas, só trabalho é fator de produção. Mas mesmo ricardo que é um apogético do
capitalismo, mesmo ele admite que só trabalho cria valor.

Consequência que se tem de retirar é que quando se defende que só há um fator de produção, o trabalho, mas se
admite, e Smith fá-lo, que existem várias categorias de rendimento (os salários, as rendas e lucros juros -Smith
não distingue claramente o lucro e o juro de tal forma que nos podemos considerar o lucro um componente do custo de
produção, coisa que atualmente não é visto desta forma). Smith distingue mal o lucro do juro, faz uma distinção
insipiente e, portanto, acaba por considerar o lucro juro como um custo de produção.

Se só existe um fator de produção, mas existem diversas categoriais de rendimento (salários rendas e lucros) temos
de concluir que as rendas por um lado e lucros por outro lado são categorias de rendimento, mas não são
remunerações de umas quaisquer contribuições para o processo produtivo. Ou seja, quem tem rendas tem-nas, mas
não contribuem para a produção porque a renda é uma dedução ao produto do trabalho. Quem tem lucros juros ate
pode tê-los mas estes não são remuneração de uma qualquer contribuição para a produção, são também eles deduções
ao produto do trabalho.

Quem defende que há 3 fatores de produção (trabalho, capital e recursos naturais) defenderá que há 3 categorias
de rendimento ( trabalho salário, capital juros ou só os juros, dependendo do autor e para os recursos naturais a
renda). Mas aí admitirá que estas 3 categorias de rendimento são também elas remunerações devidas pela
participação na produção.

Se só trabalho cria valor tudo o que sejam categorias de rendimento que não seja a dos salários são categorias de
rendimento que existem porque se verificaram deduções ao valor criado pelos trabalhadores ( que criam valor de
100 mas só recebem valor de 40, os outros 60 são renda, lucros e juros)

Quem defende que há 3 fatores de produção defende que se trabalhador cria valor de 40 recebe 40, capitalistas
criam valor 30 então recebem também eles recebem valor 30 e os proprietários das terras ou detentores de
recursos naturais criam valor de 30 e recebem também eles valor de 30.

Num caso temos as categorias de rendimento que não sejam do salario a revelarem-se como deduções ao produto do
trabalho e no outro temos cada uma das varias categorias da rendimento a revelarem-se como remunerações dos
vários fatores de produção existentes.

Relembrando: quando afirmamos, e Smith por vezes parece faze lo, e ricardo e marx afirmá-lo-ão sem quaisquer
duvidas, que só o trabalho cria valor e que, portanto, nem o capital, nem os recursos naturais se podem ver como
fatores de produção autónomos ( claro que do ponto de vista do bom senso esbarramos logo com uma dificuldade,
exemplo: mesa do Dr. foi fruto do trabalho de carpinteiros e marceneiros que as fabricarem mas estes para a
fabricar tiverem de utilizar instrumentos de produção, maquinas e a trabalhar num edifício etc, E para que pudesse
ser produzido alguém teve de plantar a arvore e cortar a madeira etc. para produzir a secretaria foram
necessários recursos naturais, bens capital ( maquinas etc) e necessários os trabalho dos trabalhadores.

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Perante esta realidade como se pode dizer que só o trabalho cria valor? Discutível ou indiscutivelmente cada autor
afirmar que tanto os bens capital, como recurso naturais, como bens intermediários, eles próprios resultaram do
trabalho dos trabalhadores (ex: máquinas foram produzidas pelos trabalhos etc), foi tudo fruto do trabalho de
trabalhadores; a própria madeira que esta disponível também ela foi fruto de trabalhos de trabalhadores).
Portanto, podemos ver os recursos naturais e os bens de capital como sendo eles próprios trabalho, trabalho morto
mas trabalho.

Há 2 tipos de trabalho que intervém na determinação de um bem:

→ trabalho vivo( diretamente empregue)


→ trabalho morto ( aquele que esta consolidado tanto nos bens de capital que foram utilizados no produto como
nos recursos naturais onde os bens intermediários que se incorporaram no produto). Tudo ao fim e ao cabo
é fruto do trabalho. Esta ideia esta longe de ser uma ideia que não mereça discussão, mas é uma ideia que
já vamos adivinhando em Smith e que vai ser claramente defendida por ricardo, embora este admita que
há dificuldades quanto a aceitação da tese que esta aqui em discussão. Quando se diz que só o trabalho
cria valor, ninguém discute que há recursos naturais, bens intermediários, instalações fabris, que há outros
instrumentos de produção. O que se diz é que também isso é fruto de trabalho. O que foi diretamente
empregue na produção da coisa, o que foi diretamente empregue na produção da mesa e o que foi empregue
na produção das máquinas, do edifício e preparação de matérias primas etc.

Smith é ambíguo ou defende teoria unifatorial do valor ( esta que esta a ser explicada) ou defende teoria
plurifatorial do valor. Quem quer que defenda uma teoria unifatorial do valor avançara nessa matéria para a sua
fundamentação com uma explicação parecida a que foi dada ( caso contrario ficaríamos sem compreender como se
pode defender esta tese unifatorial do valor).

Conceito de trabalho produtivo de Adam Smith

Independentemente do autor, quem quer que defenda que existe trabalho produtivo, defende sempre ha trabalho que
cria valor liquido, produto liquido, que cria excedente. Ou seja, quem quer que defenda que existe trabalho produtivo
contrapondo o trabalho produtivo ao trabalho improdutivo, quem quer que seja, defenderá smepre que o primeiro cria
excedente ( aquilo que os fisiocratas designavam como produto liquido) e depois há outro trabalho que não cria
excedente ( exceção de jean Baptiste say que para ele todo trabalho é produtivo. Para os fisiocratas não era assim,
o trabalho produtivo existia apenas na agricultura porque era aquele trabalho que permitia aproveitar o dom natural
da terra que resulta na multiplicação de bens da mesma espécie, só através da multiplicação de bens da mesma
espécie só ai havia excedente, só ai havia trabalho produtivo, só na agricultura encontraríamos uma verdadeira fonte
de enriquecimento da economia, os outros setores produziam nsq. Uma coisa é produzir 5 unidades outra coisa é
produzir excedente.

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E Smith?

Também ele admite que o trabalho produtivo é aquele que gera o excedente ( tal como os fisiocratas) só que diz
que será trabalho produtivo todo aquele que permita comandar, é trabalho produtivo quando preço pela qual se vende
permite comandar uma quantidade de trabalho superior a quantidade de trabalho que esta incorporado no bem, ou
seja, há trabalho produtivo quando desse trabalho que se incorporou num bem cujo preço permite comandar uma
quantidade de trabalho superior a quantidade de trabalho que deu origem ao produto .

Temos dois conceitos novos: trabalho comandado vs trabalho necessário:

→ o trabalho comandado é o trabalho que um bem permite comandar na sua troca por outros bens
→ trabalho necessário ou incorporado num bem é o trabalho que foi despendido na produção do bem.

Exemplo: vamos imaginar que temos um bem que para ser produzido obrigou a que se despendesse 3h de trabalho.
Vamos imaginar que o preço desse bem permite comandar, na sua troca por outros produtos, 3h de trabalho. Eu
tenho uma mercadoria que demorou 3h a ser produzida, exemplo do apoio para o pc, trabalho incorporado ou
necessário para a produção do apoio para o pc são 3h. Se o preço pelo qual consigo vender este produto me permitir
depois comandar 3h de trabalho do trabalhador este não é trabalho produtivo porque não gera excedente. Despendi
3h para produzir e com a venda do produto obtive uma valor que o permite comandar 3h de trabalho de outra
pessoa ou outras pessoas. Trabalho comando é de 3h e trabalho despendido na produção do produto é 3h, não sobre
nada, não há excedente.

Vamos agora imaginar situação oposta: Apoio para o pc demorou 3h a ser produzido, mas pelo preço pela qual eu
vou vender consigo comandar 5h de trabalho de outros trabalhadores. Aqui o trabalho comandado é superior ao
trabalho necessário, diferença de 2h de trabalho, aqui há excedente, aqui há produto líquido.

Portanto, há trabalho produtivo quando o trabalho incide sobre um objeto seja ele objeto agrícola seja ele industrial
(acabou a ideia de que só na agricultura se cria excedente). Para Smith a perceção é que será na indústria, no
presente sobretudo no futuro que se gerará o maior excedente. Repetindo: temos trabalho produtivo quando ele se
corporiza num determinado produto cujo preço de venda permite comandar uma quantidade de trabalho que foi
produzido com recurso a mais horas de trabalho do que aquelas que gastei na produção do bem em causa.
Exemplo: demorei 3h a fazer x produto, vendi o bem e com o valor do bem comprei algo com o trabalho de outrem
ou outrens por hipótese de 5h, cria excedente porque 5 é mais que 3.

Há um segundo requisito:

Trabalho produtivo em Smith para alem de ter de criar excedente, é trabalho que só se admite que seja trabalho
que se fixe ou se corporize num qualquer objeto. Tem de ser trabalho que se materializa. Não podemos estar
perante trabalho que cria realidade interpretes (?) , todo o setor dos serviços (por definição serviço não tem
existência material, no momento em que tiver passa a ser um bem material).

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Exemplo: aula do Dr. é um serviço, não se materializa . Aula gravada não é aula dada ( perante aula
gravada não podemos tirar duvidas), não estamos perante a mesma coisa, aula dada é um serviço e aula
dada não é um serviço. Consulta de um advogado etc., transporte de autocarro etc tudo isso são serviços,
utilidades que alguém presta a outro ou outros, mas que não tem existência material, ninguém pode levar
uma consulta medica para casa mas todos podemos levar um computador ou um livro.

Para Smith só há excedente se o trabalho que estejamos a pensar se fixar, se corporizar num qualquer produto caso
contrário é improdutivo.(Estamos perante um autor que escreve nos fins do seculo 18 em que os setores dos serviços,
apesar de já existirem, pesavam muito pouco numa economia, dificilmente gerariam valor acrescentado. Smith vive
numa época que a base da economia é agricultura e que o setor que se estava a revelar como futuro da economia,
maior rentabilidade, era a indústria. Serviços não geravam excedente, não era uma ofnte de enriquecimento da
economia. Hoje sabemos que economias muito avançadas o são em larga medida pela vantagem na produção de
serviços, informáticos financeiro etc. Adam Smith viveu no decurso do sec. 18.

Portanto, para os fisiocratas é só na agricultura, pelas razoes expostas, que existe trabalho produtivo, trabalho
produzido na terra permite multiplicação dos bens da mesma espécie. Em Smith agricultura, e mais probabilidade
de industria desde que o trabalho comandado por um produto seja superior ao trabalho despendido ou incorporado no
produto. Serviços estão liminarmente excluídos do âmbito do trabalho produtivo, são por definição trabalho
improdutivo.

Última nota em relação a Smith nesta matéria:

Smith não foi em matéria de determinação do valor do bem ( que depende exclusivamente dos custos de produção
suportados na produção desse bem) , Smith não foi por uma ideia, que mais tarde será explorada pelos
marginalista, a ideia de que o valor de um bem dependerá da utilidade de um bem e a utilidade de um bem
determinará a procura que se faz. Não foi por este caminho dando dois exemplos que conjuntamente são abrangidos
pelo chamado paradoxo do valor.

2 exemplos que são abrangidos pelo chamado paradoxo do valor:

Smith diz que não vale a pena ir por aqui, bens extramente uteis, essenciais ao nossa vida tem um valor baixíssimo
enquanto, por exemplo, um diamante pode atingir valores muito elevados e esse diamante é um bem sem o qual nos
podemos passar uma vida inteiras. Nessa medida é um bem que não tem uma utilidade que se compara a utilidade da
água, todavia o seu valor é muito elevado.

Designam-se estes dois exemplos de Smith como paradoxo do valor. Comparando preço do diamante e da água conclui
que não é por aqui que se determina o valor de um bem, ou seja, não é pela utilidade de um produto referida nos
termos exatos já referidos, portanto, a procura não tem nenhuma influência. Sobra a oferta e as condições de oferta
o que significa custos de produção.

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Os marginalistas vão dar aqui uma volta com o conceito de utilidade marginal, mas isso é diferente. Tem a ver com
uma escola do pensamento económico que surge 1 sec. depois de Smith. Mas para Smith as coisa passam-se nestes
termos.

Em qualquer autor, dada a teoria do valor que não é mais do que uma teoria que nos explica como se gera o
rendimento numa economia. Há outra teoria que se gera em consequência da primeiro: Uma vez gerado o rendimento
como é que ele se distribuiu pelas pessoas, pelas várias classes sociais? Que leis e princípios determinam a
distribuição do rendimento? ( segunda teoria que vamos dar).

Já sabemos duas coisas:

1. Quando Smith PARECE defender uma teoria do valor de trabalho, só o trabalho cria valor, todas as
categorias de rendimento que não sejam salário são deduções ao produto do trabalho, não são remunerações
de um qualquer fator de produção

2. Quando Smith parece defender uma teoria plurifatorial do valor cada classe social recebe o rendimento que
é a remuneração pela participação que fez no processo produtivo. Há um outro ponto: Smith como outros
autores defende o carater conflituante que existe na distribuição do rendimento, ou seja, para um dada
categoria de rendimento aumentar ( ex salários) outra categoria de rendimento vai ter de diminuir ( ex:
lucros). Para uns ficarem melhor outros vão ter de ficar pior. Nem todos pensam assim, jean Baptiste
say não pensa assim, diz que não existe nenhum conflito na distribuição do rendimento ( ao contrário do que
pensa Smith, Ricardo, Marx em que há conflito na distribuição do rendimento e conflito mede-se pela
circunstancia de que para uns ficarem melhor outros ficam pior, para uns verem os bolsos maiores outros
terão de os ver menores)

Aula 22.11-14º

Aula passada iniciamos a teoria de distribuição de Adam Smith. Percurso típico dentro dos percursos que havemos de
fazer em relação aos vários atores do pensamento económico.

Vimos como se distribui o rendimento gerado pela economia ( primeiro vemos como se gera e depois como se
distribui).

O lucro e o juro em Smith são categorias de rendimento que se confundem até certo ponto e noutros autores,
nomeadamente jean Baptiste say lucro e juro aparecem perfeitamente distintos, lucro cabe ao empresário e juro ao
que empresta dinheiro. Categorias de rendimento com que nos vamos defrontar nos vários autores são 4 ( salário,
renda, lucro e juro). A forma como cada um se forma varia de visão de economista para visão de economista

Em relação a Smith já sabemos que:

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1. Não sabemos se para Smith a renda o lucro e juro são deduções ao produto do trabalho e nestas
circunstâncias se o forem é porque Smith defende a teoria de que só o trabalho cria valor sendo quem nem
só aos trabalhadores cabe o valor por ele criado.
Outra possibilidade do pensamento de Smith é de que existe uma teoria plurifactorial do valor de acordo com
a qual as várias classe sociais contribuem para a produção. Valor é gerado pelos trabalhadores,
capitalistas proprietários da terras. São todas elas remunerações e contribuições para a produção

Smith é ambíguo quando diz que os custos de produção são de um únicos fator de trabalho e depois refere também
3 fatores de produção.

2. Outro aspeto é a natureza conflituante, o conflito que existe na distribuição do rendimento. Para umas
classes sociais ficarem melhor outras ou outra ficam pior. Para uns verem os seus rendimentos aumentarem
outros ou outro verão os seus rendimentos diminuírem.

Não é esta a posição de todos os autores que vamos estudar, nomeadamente jena Baptiste say e marginalistas.

Teoria do salário:

Como se forma o salário? Há que distinguir dois salários:

1. Salário natural de trabalho: aquele que regula a oferta de trabalhadores em função da procura de
trabalhadores. ( vai ser melhor explicado mais tarde). No fundo é aquilo que permite que a procura de
trabalhadores que se da numa sociedade vai sendo satisfeita pela oferta de trabalhadores, garante que não
haja nem carência nem excesso e mão de obra.

2. Salário de mercado ou salário corrente, salário que varia conjunturalmente em função de várias ordens de
fatores que Smith identifica e que atuaram de acordo com uma hierarquia pré determinada

De que dependem?

3 ordens de fatores que produzem os seus efeitos através de uma hierarquia pré definida

1. 1º a intervir são fatores sociais, políticos e institucionais

2. Estado da economia

3. fatores demográficos

Fatores sociais, político e institucionais

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Tem a ver com a forma como esta organizada a sociedade, a economia e com a circunstância do estado intervir ou
não na formação do salário ( hoje sabemos que intervêm fixando o salario mínimo, dizendo que as partes são livres
de negociais o salario mas este não pode estar aquém de um determinado valor mínimo. Por força da atuação do
estado nesta matéria há um a limitação a liberdade contratual das partes, salário não pode ficar abaixo de um
determinado valor).

No séc. 18. Não havia salários mínimos legais (mesmo hoje em pleno sec. 20 há muitas economias que também
não o tem), o que significa que a liberdade contratual existente para as partes e entre as partes era total. O
capitalismo, forma de organizar economia, é o reino do capital como é o reino do trabalho, e uma das razoes estão
no ponto de que quando se estabelece uma negociação entre trabalhador e empresário, em circunstâncias normais, não
há um equilíbrio entre as forças negociais de uma e outra parte. Em regra, o empresário tem mais força negocial (
em circunstâncias normais) embora um e outro em planos formais estejam em posições iguais no plano material não
( a urgência do trabalhador em trabalhar é maior que a urgência do patrão em contratar, patrão tem muitos
trabalhadores que querem trabalhar).

Portanto, a partida quem tem peso na negociação é o patrão e não o trabalhador, era assim no sec. 18 como
também é no sec. 21 ( por alguma razão surgiram os sindicatos que não é mais do que uma união entre um
conjunto de trabalhadores assalariados que depois atuam conjuntamente na defesa dos seus direitos, arma dos fracos
face aos fortes).

Considerando apenas a primeira ordem de fatores, os fatores sociais, políticos e institucionais, considerando apenas
esta ordem de fatores, temos de admitir que o salário de mercado ou corrente se viria a fixar no mínimo de
subsistência. Se quem tem a força para impor os seus interesse é o patrão não lhe interessa pagar mais do que o
mínimo para a subsistência do trabalhador e da sua família ( mais salário significa mais custos de produção e
menos lucro, procuravam o MAXIMO lucro)- custo desnecessário

Também não lhe interessa pagar, a não ser em períodos curtos, o salario abaixo do mínimo se subsistência porque
significa que a prazo a população ativa diminuiria ( se as pessoas tem um salário que não garante condições
mínimas de subsistência, a prazo, o número de trabalhadores cai o que também não interessa aos empresários).
Não estamos ainda perante uma realidade em que há fabricas que funcionam sem trabalhadores, mecanização dos
processos produtivos como vemos atualmente. Em Smith iniciava-se a primeira revolução industrial pelo que aos
empresários não. Portanto menos população ativa – menos oferta de trabalhadores.

Salário mínimo de subsistência

Conceito indeterminado que varia muito de país para país e de época para época. Há 200 anos atras pagava
fundamentalmente uma alimentação baseada em pão. Preço do pão na altura tinha muita importância ( o aumento do
seu preço foi razão para muitas revoltas). Portanto este conceito DEPENDE.

Acontece, todavia, que as circunstâncias normais, que são aquelas que o poder da negociação esta concentrado no
capitalista, por vezes, se podem alterar e podem alterar se em particular quando a economia se encontrar num

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estado progressivo. Smith distingue em matéria de conjuntura economia 3 hipóteses: estado estacionário ( economia
estacionaria não cresce nem decresce, Smith admite que economia pode estar num estado estacionário, não se esta a
desenvolver), estado regressivo ( economia em estado regressivo é menos que estacionário) e estado progressivo (
neste estado é uma economia que esta a crescer, depois dentro dos crescimentos há mais altos e mais baixos).

Quando economia esta a crescer significa que os lucros estão a aumentar. Se a produção e as vendas estão a
aumentar os lucros estão a aumentar. Os lucros pertencem aos capitalistas, há aqui duas hipóteses:

O que vão os capitalistas fazer com os lucros?

1. Gasta los improdutivamente ( ex: comprar automóveis de luxo, ex ferrari)


2. Investi-los ( destinar lucros ao investimento)
3. Fazer tudo um pouco, parte é destinado a consumo improdutivo e parte pode ser destinado ao investimento

Aqui entra uma outra questão, matéria que veremos mais tarde, Smith aponta como qualidade do burgues/ do
capitalista, como aspeto fundamental da sua mentalidade, aquilo que ele designava como frugalidade ( ex almoçar
pouquinho etc) .

Smith sublinha na pessoa do capitalismo ( melhor dizendo o burgues) aqui que ele considera ser as qualidades
pessoais típicas: frugalidade e parcimónia. Burgues é um homem que em relação aos rendimentos que tem gasta pouco.
Questão que tem a ver com a mentalidade daquela classe social, ao passo que a aristocracia tinha uma vida de luxo
( ostentação fazia parte da projeção do poder real).

Smith diz que quando a economia esta em crescimento a produção esta a aumentar, as vendas estão a aumentar,
receitas estão a aumentar, lucros estão a aumentar etc. fundamentalmente estes lucros vão destinar-se ao investimento,
que não é mais do que a expansão da atividade produtiva. O que se faz há 200 anos para expandir a atividade
produtiva? Novas instalações, mas sobretudo contratação de mais trabalhadores. A expansão da atividade produtiva
que se há de fazer por acréscimo do investimento em economias de crescimento significa procurar mais e mais
trabalhadores. Se procuramos mais e mais trabalhadores em em certas circunstâncias a procura excederá a oferta
de trabalhadores. Consequentemente, em circunstâncias em que não são os trabalhadores que rivalizam na tentativa
de obtenção dos trabalhadores disponíveis, mas sim os empresários que rivalizam na contratação dos trabalhadores
disponíveis, nesta circunstância salários sobem e podem subir consideravelmente.

Portanto, se só fatores sociais políticos e institucionais determinam normalmente um salário que corresponde ao mínimo
de subsistência o estado da economia quando for progressivo determina um salário consideravelmente acima do mínimo
se subsistência.

Há uma terceira ordem de fatores que cumprem a função de reconduzir os salários ao nível do mínimo de
subsistência , reconduz o salario corrente ao nível do salário natural, fatores reequilibradores, garantem o

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reequilíbrio entre salario corrente e natural ( que é o de mínimo de subsistência) . Estes fatores são os
demográficos.

Recapitulando:

Em matéria de formação dos salários há que compreender a ação de 3 ordens de fatores ou os efeitos de ação de 3
ordens de fatores. Em principio salário forma-se através de um contrato livremente estabelecido entre as partes,
considerando apenas os fatores sociais políticos e institucionais em circunstâncias normais a força negocial esta
predominantemente do lado do empresário e, portanto, salario fixa-se de acordo com a vontade deste, ou seja, mínimo
de subsistência ( não mais do que isso porque o excesso de custos não se justifica, levaria a diminuição dos lucros
desnecessária e menos que isso também não porque a longo prazo diminuiria a população ativa)

Se estivermos perante economias de crescimento em que se produzam e vende cada vez mais e a receita da venda
cada vez mais aumenta, o que aumenta também os lucros. Em termos de mentalidade do burguês frugalidade e
parcimónia, mais dinheiro leva a aumento do investimento, o que à época, significava sistematicamente contratação de
bastantes mais trabalhadores.

Nestas circunstâncias aquele desequilíbrio na negociação do salário inverte-se, invés de ser o trabalhador que disputa
os poucos lugares de trabalho disponível é o capitalista que disputa os poucos trabalhadores que há disponíveis em
comparação com a procura que há. Assim, o salário fixa-se consideravelmente acima do mínimo de subsistência.

Fatores demográficos

Entre depois em ação uma terceira ordem de fatores que cumpre a função de reconduzir o salário corrente,
estabelecido a cima do mínimo de subsistência, ao natural ( mínimo de subsistência). Ideia que há, e que vai ser
aprimorada por maltus, é que um pequeno acréscimo de rendimento pode significar uma considerável melhoria das
condições de vida a população vai aumentar o que aumenta a oferta de trabalhadores ( homens que pensaram na
sua época, finais do sec. 18, hoje em dia podem nos parecer estranhos, mas há época faziam algum sentido).

Quando as condições de vida são muito más um aumento de rendimento nem que seja 5 ou 10, que significa poder
comer um pouco melhor, pode significar para as pessoas em causa uma melhoria considerável nas sua condições de
vida, o que leva a que se morra um pouco mais tarde e que crescem mais crianças ( hoje não faz sentido porque a
esperança média de vida é enorme e a taxa de mortalidade infantil é muito baixa). Nesta época esperança de vida
era 30 anos, em PT há 110 anos a esperança de vida era 40 anos.

Ao melhorarem as condições de vida as pessoas morrem mais tarde e mais crianças sobrevivem à infância, o que
resulta em mais população ativa ( na época entrava-se na população ativa aos 6 anos). Assim, quando as condições
de vida melhoravam ao fim de um tempo, havia uma maior oferta de trabalhadores, assim aumento de salário a
prazo significava aumento na oferta de trabalhadores o que significa, em termos de formação do preço, mais oferta
é igual a preço mais baixo, ou seja, à medida que vai aumentado a oferta de trabalhadores salário vai baixando ate

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que volta ao mínimo de subsistência. É por este motivo que os fatores demográficos são re- equilibradores do nível do
salário corrente ao salario natural.

Estes fatores demográficos, sobretudo a evolução da população, percebe se através das leis naturais, são elas que
determinam a evolução da população. Melhores condições de vida para a época mais população ativa.

Flutuações demográficas conduzem inevitavelmente salários a cima do mínimo de subsistência para voltar ao mínimo

O que é a renda para Adam Smith?

Preço que se paga pela utilização da terra. Temos os proprietários da terras e quem esta interessado em trabalhar
as terras ( agricultores rendeiros). Em troca da utilização da terra pagam a renda aos proprietários das terras.
A renda não se deva confundir com lucro juros, lucros juros são rendimentos que resultam de investimentos, enquanto
que a renda se exige por uma quantidade de terra mesmo que nela não tenha sido feita nenhuma bem feitoria. Para
receber lucro juros na aceção de Smith tenho de investir e para receber uma renda não tenho de fazer exatamente
nada, a não ser disponibiliza la a alguém que vai depois cultiva la e com isso obter uma produção e um valor.

Como se forma a renda? É vista como um preço que se forma na sequência da formação de outros preços e da
assunção de certos custos. Por um lado, há de ser a diferença entre o valor que resulta da venda da produção
agrícola e este valor relaciona-se com os preços dos produtos agrícolas. Quanto mais altos forem os preços dos
produtos agrícolas maior será a renda. Mas depois temos de retirar essa receita os custos, os salários e até o lucro
medio que o agricultor tem de obter pelo facto de ter organizado, desenvolvido e financiar a produção.

Exemplo: temos uma terra que gera um determinado montante para a produção o preço para a produção é
10 e a esse preço consegue-se uma receita de venda de 10000 unidades monetárias. Valor total são
10000 unidades monetárias. Para se obter esta receita, para se obter esta produção agrícola tem que se
suportar custos ( custos resultantes de salários e do financiamento que se teve de fazer na expansão da
produção, comprar sementes etc).

Vamos supor que salários significam 3000 unidades monetárias e lucros médios pelo investimento que fez
outros 3000 a renda será de 40000 unidades monetárias ( renda é um excedente resultante entre a
diferença do valor da receita da venda e o valor dos custos de produção suportados pelo agricultor, incluindo
os custos médios oferecidos pelo mesmo agricultor). O agricultor organiza a produção que desenvolve obtém
uma colheita de 10000, paga salários no valor de 3000 tem de ser remunerado pelo investimento que
fez no valor de 3000 ,o que significa que há custos de produção de 6000 e receita de 10000 e a
renda será de 4000 ( renda é algo que sobra do valor dos somatórios do custos de produção e da venda
da produção). Renda não se forma, como veremos em outros autores, autonomamente, forma-se em função
da formação de outros valores ( custos de produção e valor da venda da produção).

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Porque que é assim? Porque o proprietário da terra não esta “ a dormir” sabe quanto vale a produção que esta a
ser produzida nas suas terras, sabe quais são os custos de produção que o agricultor rendeiro suportou, incluindo os
tais lucros médios que o rendeiro há de obter. Sabe que pode exigir renda de x que rendeiro vai aceitar essa renda.
Se aumentarem os preços dos produtos agrícolas, quem ganha? Transitoriamente os agricultores rendeiros. Vamos
supor que passou de 10000 para 11000, os agricultores ganham que vão ter lucros acima dos lucros médios,
mas quem ganha definitivamente são os proprietários da terras que, logo que possam, irão renegociar os contratos de
arrendamento, invés de 4000 unidades monetárias vai exigir 5000 unidades monetárias.

Há uma classe social, proprietários das terras, que é composta fundamentalmente pela chamada aristocracia
fundiária que tem como principal rendimento as rendas que recebem, enriquecem com a produção agrícola, mas
também empobrece com a desvalorização da produção agrícola, há uma quebra do rendimento desta classe social. A
sua fonte de prosperidade erodir-se-á também a sua influência política, a sua capacidade de proteger os seus
interesses.

Teoria do lucro em Smith:

Contrariamente ao que vai acontecer em outros autores, Smith confunde lucros e juros. Consideram juro como
rendimento derivado do lucro. ( hoje para saber se tenho lucros tenho de saber por quanto vendi o microfone e
quanto paguei para os produzir, os lucros são a diferença entre a receita e os custos de produção que incluem os
juros). Em Smith estão invertidas, para ele o lucro é remuneração que cabe ao empresário por ter organizado a
produção e financiado o desenvolvimento dessa produção ( empresário quer ser compensado pelos adiantamentos de
capital a produção que é designada como lucro). Lucro remunera o capitalista ativo, aquele que adiantou o capital a
produção. Se ele tiver lucros ele poderá pagar juros, na hipótese de ter adiantado à produção capitais que não eram
os seus, ou seja, ter pedido dinheiro emprestado ( que pode ou não ter acontecido).

Já se faz uma distinção entre capitalista passivo que tem dinheiro e não quer ser ele a adiantar a produção
distingue-se essa qualidade da qualidade de capitalista ativo que é aquele que com o sue dinheiro ou dinheiro dos
outros vai investir esses capitais na produção.

Em Smith, ele concetualmente distingue estas duas qualidades, mas ele vive numa época em que muitas vezes as duas
qualidades se reúnem na mesma pessoa, ou seja, a mesma pessoa é capitalista passivo ( porque tem capitais
reunidos por ele) e passivo porque vai destinar esses capitais a produção.( Atualmente para entrar na industria é
necessário ter capitais avultados, há 250 anos atras era diferente, pessoas mais facilmente tinham capitais
suficientes para desenvolver atividade produtiva.)

Por se reunir na mesma pessoa estas duas qualidades, compreende-se a posição de confundir lucros e juros e posição
sobre a qual, se não houver lucro, não há lugar ao pagamento de juros ( hoje em dia é ao contrário)

As causas da riqueza das nações em Smith:

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Quais são para Smith as causas da riqueza das nações? Estamos a falar na linguagem da época, causa das
riqueza das nações são fatores que promovem crescimento económico. Riqueza tem à época significado distinto do atual
( hoje significa património), riqueza na obra de Smith significa fluxos de rendimento gerados pela economia.
Portanto, quando se fala em causa da riqueza das nações fala-se naqueles fatores que fazem com que os fluxos de
rendimento gerados na economia cresçam período apos período. Quais são esses fatores? Dr. poderia dizer 3 mas
prefere dizer 1+ 2.

→ Primeira causa é existência de trabalhadores produtivos, que criem excedente. Trabalhadores que produzem
bem, que tem um valor superior ao custo da sua própria produção, só isto é que gera crescimento. Um
trabalhador que produza o valor de 11 tendo se nessa produção suportado um custo de produção de 10 é
um trabalhador produtivo, mas nos não queremos apenas que os trabalhadores sejam produtivos, mas sim
que sejam, cada vez mais produtivos. Apesar de no exemplo ser um trabalhador produtivo melhor que isto é
ter um trabalhador que produz 15 ou 20 e os custos de produção sejam 10. Para que uma economia
cresça não basta ter trabalhadores produtivos, eles tem de ser não só produtivos ou muito produtivos, mas
cada vez mais produtivos.
→ É nesta medida que entram as duas outras causas da riqueza das nações que são aquelas que incidem
diretamente sobre o crescimento da produtividade do trabalho:
o Divisão do trabalho
o acumulação de capitais.

Ou seja, para que um país cresça economicamente tem de ter trabalhadores produtivos, mas não podem ser
quaisquer, tem de ser trabalhadores produtivos cuja produtividade não pare de aumentar.

O que é a divisão de trabalho ? ( próxima aula)

Aula 23.11-15º-não houve aula


Aula 29.11-16º
O QUE É A DIVISÃO DE TRABALHO ?

Na aula passada tínhamos iniciado a matéria que relaciona com que Smith designava causas da riqueza nações –
fatores fazem com que uma economia gere com cada vez maior rendimento. As causas são 1+2 :

1) A 1º é a que resulta existência trabalhadores produtivos ( é fator enriquecimento economia acrescenta


valor naquela economia ). Também na aula passada- trabalhador produtivo cria valor de 10 e
custos produção 8, mas é mais produtivo que cria 20 ou 30 e custo associado foi também de 8.
Economia cresça é preciso alem trabalhadores produtivos, sua produtividade seja elevada e crescente.

2) As outras 2 causas da riqueza nações, tem interesse particular- acrescentam produtividade à


produtividade, tornam trabalhadores mais produtivo. A 1º é divisão trabalho / especialização atendendo

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a cada processo produtivo , temos processo produção determinado bem e dividimos em fases
relativamente simples e cada trabalhador invés ser responsável todo os processo produtivo especializa-
se em uma tarefa e capacidade daquele conjunto trabalhadores naquela industria aumentando a
produtividade.

Ex, em relação tempos hoje e não de Smith- fabrica automóvel , vemos cada trabalhador faz
uma coisa muito simples, um aperta parafusos, outro encaixa a porta, etc. Se um trabalhador
fizesse tudo sozinho a produtividade seria menor do que se especializado em uma tarefa simples e
rotineiro.

Ex, lições por Smith- produção alfinetes, invés termos vários trabalhadores a produzir um produto
principio ao fim, termos um trabalhador para cada tarefa simples produzem muito mais.

Começa a surgir uma questão tratada muito cuidada, questao saber para onde escoaram o volume de
produção cada vez mais alargado? Numa economia produza-se pouco não há duvidas que há sempre
interessados , em economias produzem cada vez mais ( já nos tempos Smith verificava-se) a produção
coloca-se PROBLEMA ESCOAMENTO DOS PRODUTOS- para onde vão ser vendidos os bens?
Smith e ricardo não dão grande importância a este problema e resolvem forma singela.

E vão estes autores dar importância ao COMERCIO INTERNACIONAL- uma economia satisfazer o
mercado dessa economia e de outras economias. Começa a haver esta ideia, que já havia há séculos do
comercio internacional, mas agora nestes autores enquanto ESSENCIAL para ESCOAR OS
PRODUTOS, e se os países especializarem corretamente é um meio encontrar novos mercados para
uma produção cada vez maior.

Cada pais encontrar em outros países condições acesso aos seus mercados.

3) A outra causa da riqueza da nação é acumulação de capitais que resulta dos lucros obtidos . Os lucros
que empresário ou empresa obtém podem ser destinados ao consumo. Se alguém lucros elevados na
empresa utilizem para comprar um laborguini foi para uma DESPESA SUPTARIA DE LUXO, se
invés destinados ao investimento, expansão da atividade, mais maquinas são destinados AO
INVESTIMENTO.

É importante, Smith diz que sempre que fazem novos investimentos através dos capitais acumulados ,
emergindo a mentalidade burguesa , que não é ligada a despesas suputarias contrariamente à
aristocrata , é ótimo, ao investir mais contratamos mais trabalhadores , estimulo trabalhadores
produtivos e respetivas condições, salários aumentam. A população tinha peso bruto para afirmação
poder económico e político, do número pessoas que trabalham resultava a capacidade de trabalho

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naquela economia, já que as máquinas nos primeiros tempos são rudimentares. A capacidade produzir
muito mede-se pelo número de pessoas que constituam trabalhadores produtivos.

Permite aquisição equipamentos mais desenvolvidos e contratação trabalhadores produtivos – destinam-se


ao pagamento de salários , o adiantamento do capital será claro destinado em maior numero as
maquinas.

A pouco dr disse que numa economia em que se produz cada vez , visível em Smith, ricardo e say (
embora de uma volta para dizer não há problema nenhum) e em Marx, a produção aumentar coloca
o problema do ESCOAMENTO DA PRODUÇÃO- garantia que maior volume de produção e vende-
la. Smith e Ricardo tem consciência para logo a seguir o desconsiderar- como? Dizendo, todo o
rendimento gerado numa economia é “automaticamente” destinado à despesa ( bens consumo e em bens
de produção).
Economia gera 1000
Rendimento gerado 1000
Rendimento gerado para bens consumo e bens produção

Coloca-se de parte a questão do ENTESOURAMENTO- conversação moeda em saldos líquidos


inativos- colocar dinheiro debaixo sofá. Também o é, o dinheiro confiamos ao banco e o banco não
esta utilizar para empréstimos.

Esta hipótese do entesouramento, uma quantidade moeda em saldos inativos não é admita como valida
nem em Smith nem em Ricardo.

Quanto mais produz maior problema escoamento produtos, mas entendem que sempre há mercado
seja INTERNO ou INTERNACIONAL. Depois partem pressuposto que é de que todo o rendimento
gerado economia é catalisado para a DESPESA- bens consumo ou bens de produção, não colocando
a questao do entesouramento ( a historia economia vem provar que é um problema em economias ,
na capitalista também, que atinge cada vez mais níveis elevados de produção e produtividade).

Crises de sob produção em casos mais raros ( como no covid), houve escassez de bens e casos
sobreprodução , excesso de bens o entesouramento levanta estes problemas económicos.

FILOSOFIA SOCIAL DE ADAM SMITH

Já aqui referido nas aulas, tem haver com a ideia de que se nós prosseguir equisticamente os seus interesses
involuntariamente e eficazmente também está prosseguir interesse social.

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Ideia da MÃO INVISIVEL- coordenação da prossecução interesses privados e prossecução interesse social,
sendo a ideia chave qualquer liberal. Cada um tratar liberdade os seus interesses e so assim se promove
melhor forma possível o interesse social.

ESTADO NÃO INTERVEM- ex, tentar combater desigualdade social- não deve intervir por razoes mais
tarde veremos, pois não diminui como vai aumentar, o melhor é estar quieto. Só estado deve manter a ordem
interna de cada pais e ter exercito defender pais de ameaças origem externa, administrar justiça e construir
infraestruturas- bens devem ser produção do estado- DEFESA, ORDEM INTERNA, JUSTIÇA , etc.

Tirando estes exemplos estado não deve intervir na economia- ideia matriz percorre todo o liberalismo do
século 19. Lutas de classe haverão, sindicatos também ( veremos 2º semestre ).

JEAN BATISTE SAY


É clássico e liberal , como os que estudamos Smith e Ricardo em colorir o pensamento liberal e em alguns
pontos afasta-se.

• TEORIA VALOR SAY- fator discrepante de Smith .


Para Smith o preço natural, longo prazo é determinado apenas pelos custos de produção, condições
tem haver com a oferta, quando compramos algo não queremos saber dos custos produção já para quem
produz os custos produção são importantes Smith diz que CUSTOS PRODUÇÃO SÃO UNICAMENTE DO
QUE UM PRODUTO DEPENDE .Os custos de produção são custos de trabalho.
Custos produção para Smith -Trabalho capital e recursos naturais- aqui há ambiguidade . Não há
ambiguidade quando diz que só custos produção . Ricardo diz o mesmo- teoria valor do trabalho.

SAY : Valor TROCA DE UM PRODUTO SERÁ TANTO MAIOR quanto maior a UTILIDADE
que utilizadores vem num bem.

Ex, quem consuma tabaco tem dependência e compra todos os dias 1 ou 2 maços para conseguir
administrar dose nicotina seu organismo. Para a economia não é relevante que não faça bem a saúde.
Satisfazer necessidade e compram,

Um bem terá tanto ou maior valor de troca quanto maior a sua UTILIDADE

Smith não foi por aqui- agua e diamante. 1º é essencial , utilidade grande e baixo valor 2º objeto
adorno ( baixa utilidade) mas tem grande valor

CUSTOS PRODUÇÃO para Say interessam ? Não para a determinação troca valor produto mas
sim volume produção.

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UTILIDADE DE UM BEM para Say – determina preço de 5 euros, os custos de produção
interessam? Só para determinar volume de produção, não podem ultrapassar valor de 5 euros.

• Classificação / conceptualização do QUE SERAO TRABALHADORES PRODUTIVOS?

Smith e fisiocratas um trabalhador produtivo é quem atira as sementes, pais enriquece com muitos
trabalhadores produtivos pois acrescentam rendimento ao anterior gerado. Smith- é o que se materializa ,
noção que grande setor a prazo há de ser o industrial.

Para Say diz-nos que o trabalho produtivo , os trabalhadores produtivos são os que criam utilidades
quer resultem de bens MATERIAIS ou do gozo de bens IMATERIAIS ( serviços). Os trabalhadores que
criam utilidades são trabalhadores produtivos.

Ex, precisamos todos de roupa, de cortar o cabelo, ir ao médico são trabalhos produtivos.

Ideia de Say esvazia a categoria de trabalho produtivo, apenas ficam de fora os que produzam
inutilidades- uma cadeira com 3 pernas, o trabalho despendido não é produtivo porque a cadeira não serve
para sentar. CUIDADO!

Em Say o trabalhador produtivo não é o que cria excedente ( Smith, ricardo e fisiocratas era).
A noção de EXCEDENTE DESAPARECE! Por um lado, não aparece pensamento e por outro trabalhadores
produtivos são os que produzem utilidades os trabalhadores produtivos. A distribuição rendimento forma-se e
é por definição obedecendo as regras do mercado JUSTA.

• TEORIA DISRTRIBUIÇÃO- para Say exiastem 3 fatores produção : trabalho, capital e recursos naturais e é
distinta de Smith, Ricardo e Marx. Logo há 3 classes sociais- trabalhadores, capitalistas e proprietários das
terras.

Contribuição cada classe social – formação do valor e distribuição do rendimento, cada classe social
contribuiu autonomamente, adiantando a produção o seu fator de produção- trabalho; capital ; recursos
naturais.

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Cada classe social disponibiliza a produção o fator de produção de que é titular.

• De que depende o valor de cada fator produção? DA OFERTA E PROCURA que se faça dele- salários ( lei
dos preços ); capitais ( são renumerados com juros que formam de acordo regra e leis do mercado , juros
sobrem se houverem maior procura capitais; descem menor oferta de capitais;… ); rendas .Cada valor do fatores
de produção sobe ou desce de acordo oferta e procura – lei dos preços- comportamento. Rendimento cada categoria
forma-se autonomamente e cuidado estamos a dizer “ uns ficarem melhor outros não terão que ficar pior (
contrariamente ideia de Smith ). Os salários aumentam porque há maior procura dos trabalhadores ; rendas se
houver maior procura das terras .
Imagem ilustrar o pensamento
Rendimento gerado é um bolo
Cada fatia é dada categoria rendimento- juros, salários e rendas

 Smith- se fatia aumenta ,ex salario, outra ou outras tem que diminuir . Salarios sobem,
rendas baixas.

 Say- uma fatia aumenta, outras não acontece nada. Aquele fator produção aumenta, salários
sobem pois maior participação trabalhadores e logo bolo aumentou. Uma fatia aumenta as
outras não diminuem,

Bolo aumentou, fatia classe social trabalhadores aumenta, sem que as outras fatias diminuam.
Ao aumentar o bolo a distribuição rendimento a categoria de rendimento tem fatia maior no
período precedente e as outras não terão fatia menor. Não há interdependência em Say das
varias categorias rendimento.

A distribuição rendimento forma-se e é por definição obedecendo as regras do mercado JUSTA. Há


justiça se for de acordo com a OFERTA e a PROCURA.

• Figura que já aparecia outros autores, mas distinta- EMPRESARIO. :

Smith distingue 2 tipos de capitalistas , o ativo- organiza a produção e o passivo- o que empresta
os capitais ao ativo. Todavia Smith, da ideia que são 2 fontes distintas.

Depois , concluiu que que o passivo e ativo se fundem na mesma PESSOA- o capitalista organiza a
produção com o seu próprio dinheiro- AUTO FINANCIAMENTO ou FINANCIAMENTO INTERNO.

O JURO é um rendimento derivado do LUCRO- só há juros havendo previamente lugar a lucro.

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Hoje em dia é impensável esta ideia -só se a receita da venda ultrapsssar o custo de produção é
que há lucro.
Percebe-se a ideia no contexto da época porque as pessoas organizavam a produção o faziam
adiantando . Com todas estas confusões de Smih.

SAY- distingue o capitalista do empresário – CAPITALISTA ATIVO em Smith e aqui é o


EMPRESÁRIO- desenvolver a produção; cumpre função social que nenhuma outra cumpre que é assumir
riscos recorrentes da produção. A FUNÇÃO SOCIAL é de assumir os riscos, as outras classes sociais que
vendem tem como garantia os salários, juro , renda ( em principio ).

O empresário tem que renumerar como combinado os titulares fatores de produção e esses vem como
garantida a sua REMUNERAÇÃO. O empresário não sabe se vai ter LUCROS a ponto de não ter prejuízo-
limiar rentabilidade ou lucros- se correr bem.

O empresário contrato serviços produtivos , classes sociais que são titulares fatores produção, depois
do pagamento o que existem são os LUCROS.

EMPRESARIO face CLASSES SOCIAIS

Piramide ilustrativa
Topo- empresário

Base- 3 classes sociais cada uma titular fator produção- reduzidas


denominador comum- prestadores serviços

Perante empresário as 3 classes estão reduzidas ao dominador comum- prestadores serviços.


Nenhuma delas tem poder extra, como ex na teoria distribuição rendimento de Smith em que temos classes
sociais com poderes maiores que outra e dai resultava a distribuição rendimento desigual.

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Em Say as relações entre classes sociais não conta, apenas entre as classes e o empresário.

MATERIA DADA FORA ORDEM PELO QUE ESTÁ NO LIVRO- LEI SAY e
CRITICAS LEI SAY

Muito muito importante para o exame!

As criticas estão fora ordem- a de Malthus da quase estuda Malthus, Marx também e outro
autores que não está o no livro.

Uma matéria que permite perceber muito bem no que diz respeito as economias a ideia estruturalmente de que não há
crises nem sobreprodução nem sub apenas situações conjunturais que são resolvidas mecanismos mercado já
conhecemos- lei preços e em 2º lei oferta e procura. É um corolário esta lei. Diz alfo que a historia economia veio
desmentir, nas económicas capitalistas e de mercado não há situações duradoura e generalizadas de desequilíbrio
traduzido crises sobreprodução e subprodução, há situações conjunturais que resolvem através mecanismos mercado.

Ideia que Smith tem, Ricardo também . Say traduz esta ideia com enunciado muito feliz , diz a lei de say que a “
OFERTA CRIA A SUA PRÓPRIA PROCURA”.

É um enunciado muito feliz, quase publicitário. Se a oferta cria a própria procura, se oferecer 10 a
procura 10. Se oferecer 100 a procura de 100 e assim sucessivamente. A procura de acordo lei say é uma
VARIAVEL PASSIVA em relação à oferta. Se oferta aumenta a procura aumenta.

Smith diz que as causas riqueza nação dependem estimulo da oferta. Para Smith as 3 causas riqueza
nação articulam-se com estimulo a fazer a oferta e crescimento oferta. E a procura? A procura prossegue a oferta,
não tem papel autónomo e muito menos discrepante do papel da procura ( papel passivo) e a oferta papel ativo.
Logo não há crises, se oferta aumenta procura aumenta e se diminui diminui.

Esta lei tem por detrás um MODELO DE VIDA ECONÓMICO.

Produzimos para auto consumo ou vender

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Ex, pequeno almoço , é ou não oferta de um bem? Se fizer uma torrada como a torrada, há ou
não procura para o autoconsumo ? Sim sempre. Se fizer empadão e congelar em parcelas, e a
procura está garantida, mesmo que seja hoje uma amanha outra. Oferta cria a sua própria
procura? OBVIAMENT SIM!

Mas todos sabemos que em economias desenvolvidas, já não estamos na pré historia não andamos atras
animais , a produção faz-se para vender- está é que CONTA!

1. Em autoconsumo toda oferta cria a sua procura, é garantida.


2. Todavia esmagadora maioria casos o que conta é a produção para venda- seja produção bem ou serviço
– como afirmamos aqui há sempre procura qualquer nível oferta? Para dizer lei say se aplica na
produção para venda são admitidos que tem que se cumprir 2 pressupostos:

i. Produtor venda preço do produto a valor mais alto compatível com escoamento
produção- neste 1º pressuposto, pense-se o que é o PREÇO MAIS ALTO? Numa
economia capitalista obter o máximo lucro obrigam a preços altos, portanto preço
mais alto. Mas cuidado, não dissemos que produtor tenta vender preço mais alto
também COMPATIVEL ESCOAMENTO TODA A PRODUÇÃO ( amanha
vemos).
ii. Moeda é vista como simples intermediário das trocas- explicado mais tarde.

Aula 30.11-17º

Continuando…

Na aula passada iniciamos uma matéria que é a que o doutor disse ser fundamental, a lei de say e as
críticas à lei de say. Say e um classico como Smith e ricardo e há matérias entre eles divergências mas o
liberalismo e livre funcionamento dos mercados já não.

Lei say – ideia de que a economia cresce quanto mais cresce a oferta, pois quanto mais cresce a oferta
cresce a procura- cresce 1 milhão há procura 1 milhão. Procura é variável passiva face a oferta que é variavem
ativa.

Smith enunciado fatores so se prendem com a oferta .

Smith, ricardo e say- há sempre procura para a oferta, a procura não comportamento autnomo e
discrepante face a oferta. Este raciocínio faz sentido e 2 circunstancias :

1 . produção autoconsumo – o que fazemos para nos próprios resulta conjunto de bens que terá procura
garantida. Faço empadão vou comer, em circunstancias normais claro, se a queimar não .

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2. produção venda- a lei de say vem dizer que para ser considerada valida, no âmbito da produção para
venda exige modelo de vida económica com determinados pressupostos:

i. Produtor venda preço do produto a valor mais alto compatível com escoamento
produção- neste 1º pressuposto, pense-se o que é o PREÇO MAIS ALTO? Numa
economia capitalista obter o máximo lucro obrigam a preços altos, portanto preço
mais alto. Mas cuidado, não dissemos que produtor tenta vender preço mais alto
também COMPATIVEL ESCOAMENTO TODA A PRODUÇÃO ( amanha
vemos). Quem produz para vender, vende pelo preço mais alto compatível
escoamento de toda a produção. Obvio que preço mais alto possível, numa economia
capitalista o objetivo é máximo lucro. MAS COMPATIVEL ESCOAMENTO
TODA A PRPDUÇÃO- não são preços que por demasiado altos que não permitam a
venda de toda a produção. Resulta a ESTOCAGEM- armazenamento – não se
coloca aqui a possibilidade. Se invés de 12 euros tiver que vender 9 euros um
produto, para não haver estucagem assim o faço- PERFEITA FLEXIBILIDADE.
Podem ter que descer os preços para vender todas as unidades. Preços sobem e
descem movem-se flexivelmente.

Admitem assim subir como baixar , se for necessário.

ii. Moeda é vista como simples intermediário das trocas- vamos ver que ao reccorer a
lei de Say e criticas de Say por outro lado, veremos entendimentos vários em relação
ao papel da moeda. O entendimento por detrás da moeda de acordo da lei da say é
que quem vende recebe determinada quantidade moeda a seguir imediatamente. Vendo
produto 500 euros e gasto os 500 euros logo a seguir em bens de produção ou
bens de consumo- NÃO HÁ REPENSÃO- que é vender e não comprar, vou sempre
comprar outros bens e serviços.

Visão economia MDM . Mercadorias trocam-se por Dinheiro para logo a seguir essa
quantidade de moeda ser trocada por outras mercadorias M.

M-D-M
A oferta cria a sua própria procura- quem oferece vende sobe ou desce para vender
toda a produção, só fazendo sentido os 2 pressupostos cumpridos.

Nestas circunstancias não há crises nem sob nem sub produção- podem haver situações em que dado
mercado como de sob ou sub produção, mas soa situações sectórias e transitórias, pois se há uma
situação desequilíbrio, escassez ou excesso os MECANISMOS MERCADO RESOLVEM / LEIS
DE MERCADO.

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As leis do mercado encarregam-se garantidamente de permitir que qualquer situação sectorial
de sob ou sub produção seja superada pela Lei dos Preços e depois da atuação lei da oferta e da
lei procura.

• Note-se só falamos de mercadorias até agora- os fatores de produção- também são transacionados: capitais,
trabalhos, recursos naturais . Ex, madeira. Tambem ai se APLICA A LEI SAY. Quando trabalhadores vendem
força de trabalho também tentam exigir pelo seu trabalho o preço mais alto compatível com o escoamento desse
fator de produção. Não haverá desemprego nunca. O valor do salario baixa até que não haja desemprego. Quem
empresta dinheiro exige juro, se tiver que pedir juro mais alto mas se sentir que quando para emprestar todos
capitais disponíveis terei que exigir juro mais baixo admito juro mais baixo. Não há capitais desempregados- não
canalizados investimento. Nos recursos naturais- vende-se melhor preço possível compatível com a venda recursos
naturais a sua disponibilização.

Logo a lei de Say também alem aplicar a mercadorias aplica-se aos recursos naturais. Todos os
trabalhadores estão empregados, capitais empregados, recursos naturais todos empregados, logo situação de
PLENO EMPREGO FATORES DE PRODUÇÃO.

Oferta cria sua procura, então oferta máxima cria a sua procura máxima desde que cumprido os
dois pressupostos.

Lei de Say e a sua explicação subjacente permite entender que com estes pressupostos o raciocínio
está correto.

• CRÍTICAS DA LEI DE SAY:

1. Malthus- é o 1º autor a criticar , que acha que para economia crescer e não hajam crises
infelizmente temos que admitir que a procura não é variável / acompanha sempre a oferta. Temos
que ter estímulos a oferta. Podemos ter casos em que oferta cresce e a procura não e nesses casos
se der em vários sectores temos crise de SOBREPRODUÇÃO. Nada garante que aumentando a
oferta automaticamente está garantido a procura, comporta-se autonomamente .

Temos que ter ESTÍMULOS A OFERTA e ainda a PROCURA EFETIVA , PROCURA


SOLVÁVEL.
 Ideia de que a moeda não é simpres intermediário das trocas é um meio geral e
definitivo de pagamento- quem vende não tem que comprar. Pode gastar o dinheiro
que recebeu em bens ou o reter o poder aquisitivo e iremos ter estrangulamentos
na procura e explicar uma crise de sobreprodução.

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 A perfeita flexibilidade dos preços não é confirmada- tomos temos noção que se
formos produtores ou vendedor de um determinado bem, que se a procura aumentar,
subimos o preço, a logica capitalista é obter o máximo lucro, se vendo por 10
mas a procura aumentar, vou vender 11 ou 12. Logo que há certa flexibilidade
na subida de preços quando haja aumento procura faz sentido e em muitos casos
acontece

 Malthus faz analise que também Marx irá fazer, o que caracteriza a economia
capitalista? Trabalhadores assalariados gastam tudo o que recebem? Sim,
Recebem pouco e gastam tudo. Se salário mínimo é de 700 euros , gastam 700.
Quanto aos assalariados não há problemas não retém poder aquisitivo, problema
está outro lado da sociedade, os capitalistas tem rendimentos muito elevados mas
tem baixa propensão ao consumo, mas podem viver faustivamente. Individuo tenha
rendimento mensal 50 mil euros e gaste por mês 25 mil euros, esta pessoa vive
muito muito bem o resto vai para poupança. O investimento também é despesa-
individuo canalizasse os outros 25 mil euros para consumo, fabrica melhorada,
bens de consumo.

Despesa de consumo é sempre dinheiro a ser gasto. Logo, tudo o que foi dito de
Malthus que se prende circunstancia termos pessoas que ganham muito mais do
que gastam perderia sentido se a poupança fosse sempre igual ao rendimento. Mas
a poupança tem 2 finalidades possíveis:

1. Investimento
2. Entesouramento- conversação moeda em saldos líquidos inativos. Fica
parado cofres empresa ou no banco ,e depois não utiliza para
conceder empréstimos.

Estes casos podem acontecer , é uma renuncia ao investimento e


acontece porque o investimento só se faz , estamos a manter a
capacidade produtiva nas empresas , compro bens de produção para
melhorar as maquinas, empresa, aumentar capacidade produtiva
económica.
Qualquer capitalista, investidor só investe esperando a
rentabilidade do investimento- produzo mais espero rentabilidade –
adianto capital produção e é devolvido e ainda acrescentado de ganho

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de x % sobre capital que adiantei a produção, tenho que estar
convencido disto.
Há negócios que correm bem e outros mal- expandir negócios
convencido que haja mais procura , mas não há ou não há como
expectável e se expando a produção tenho que estar assim convencido.
Mas há algo que não pode falhar, cabeça quem tem dinheiro tenho
que estar convencido de que vai render REENTABILIDADE, se
convencimento não existir o investimento não se faz.

Nada garante que os que poupam investiam . Não haverá esses


investimentos de que a procura não absorva a oferta por detrás e
se isto acontecer temos crise de SOBREPRODUÇÃO.

CONCLUSAO:

i. Não tem flexibilidade garantida quem produz.


ii. Moeda não é intermediaria trocas

Dr diz que vemos que a lei de say realmente a moeda é bem mais do que um
simples intermediário das trocas e a oscilização dos preços é muito circunstancial.

2.MARX- importante nos conceitos utilizados mas sobretudo consequências que retira a lei de say, são consequências
relevantes que Malthus não questionou.

Para Malthus o capitalismo não está em causa enquanto modelo económico mas é um modelo com defeciencias
sobretudo ocorrência das crises de sobreprodução. Marx tirará consequências bem mais serias da não validade da lei
de say.

 Marx diz que quando produzimos podemos ter 2 tipos de valor :

1. VALOR DE USO- produção para autoconsumo, autossubsistencia, para nós próprios. Nessa
medida diz Marx ai a oferta cria a sua própria procura. O que produzimos tem procura
assumida.

2. VALOR TROCA -Esmagadora produção economia capitalista é para satisfazer


necessidades, como Marx diz MAIS-VALIA. Na verdade produzem-se bens que é obter mais
valia para obter lucros, senão houver convencimento que essa mais-valia / lucro vao gerar não

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há certeza que essa produção levará ao lucro, por mais que haja bens que são necessários ser
produzidos, caso não haja lucro com a produção do mesmos, não irao ser produzidos.

Aula 6.12-18º

Tínhamos iniciado a matéria relacionada com a lei de say.


Say diz nos que a oferta cria a sua própria procura, é um enunciado que dizem os clássicos , se
a oferta aumentar há sempre procura para essa oferta, temos que nos preocupar em estimular a oferta,
uma vez estimulada , o crescimento económico apenas terá como preocupação o estimulo da oferta.
A procura adequava-se automaticamente a oferta.
Inicio aula passada:
1. Oferta próprio consumo
2. Oferta para venda

2 pressupostos no qual assenta lei de say;

1. Perfeita flexibilidade preços: ao mais alto preço possível compatível com o


escoamento de produção, o fim é obter máximo lucro mas não tá alto que
impeça vender a produção. Se for possível aumentar preço , aumento, mas
se tiver que baixar para escoar a produção, baixo- ESTOCAGEM (
armazenamento produtos) , deve ser evitada.

2. Visão moeda em que é intermediaria das trocas- O outro pressuposto é que


quem vendeu e recebeu determinada quantidade dinheiro não gastar. A
moeda é uma simples intermediaria.

• CRÍTICAS DA LEI DE SAY- retomando a aula anterior:

1. Malthus- é o 1º autor a criticar , que acha que para economia crescer e não hajam crises infelizmente temos que
admitir que a procura não é variável / acompanha sempre a oferta. Temos que ter estímulos a oferta. Podemos
ter casos em que oferta cresce e a procura não e nesses casos se der em vários sectores temos crise de
SOBREPRODUÇÃO. Nada garante que aumentando a oferta automaticamente está garantido a procura, comporta-
se autonomamente .

Temos que ter ESTÍMULOS A OFERTA e ainda a PROCURA EFETIVA , PROCURA


SOLVÁVEL.

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 Ideia de que a moeda não é simpres intermediário das trocas é um meio geral e
definitivo de pagamento- quem vende não tem que comprar. Pode gastar o dinheiro
que recebeu em bens ou o reter o poder aquisitivo e iremos ter estrangulamentos
na procura e explicar uma crise de sobreprodução.
 A esmagadora da população tudo o que ganha gasta, e não se coloca opção
entesouramento, quem ganha mal , so suficiente necessidades básicas, todo o seu
rendimento vai para bens de produção.

 A perfeita flexibilidade dos preços não é confirmada- tomos temos noção que se
formos produtores ou vendedor de um determinado bem, que se a procura aumentar,
subimos o preço, a logica capitalista é obter o máximo lucro, se vendo por 10
mas a procura aumentar, vou vender 11 ou 12. Logo que há certa flexibilidade
na subida de preços quando haja aumento procura faz sentido e em muitos casos
acontece

 Malthus faz analise que também Marx irá fazer, o que caracteriza a economia
capitalista? Trabalhadores assalariados gastam tudo o que recebem? Sim,
Recebem pouco e gastam tudo. Se salário mínimo é de 700 euros , gastam 700.
Quanto aos assalariados não há problemas não retém poder aquisitivo, problema
está outro lado da sociedade, os capitalistas tem rendimentos muito elevados mas
tem baixa propensão ao consumo, mas podem viver faustivamente. Individuo tenha
rendimento mensal 50 mil euros e gaste por mês 25 mil euros, esta pessoa vive
muito muito bem o resto vai para poupança. O investimento também é despesa-
individuo canalizasse os outros 25 mil euros para consumo, fabrica melhorada,
bens de consumo. Estas pessoas com rendimentos muito avultados, até podem fazer
despesas em bens de consumo, mas em termos relativos so parte é que destina ao
consumo , o resto há 2 hipoteses: 1. Investimento.

Despesa de consumo é sempre dinheiro a ser gasto. Logo, tudo o que foi dito de
Malthus que se prende circunstancia termos pessoas que ganham muito mais do
que gastam perderia sentido se a poupança fosse sempre igual ao rendimento. Mas
a poupança tem 2 finalidades possíveis:

1. Investimento gasto parte em consumo parte em bens de


produção- despesa em bens de capital se houver perspetivas
que resulta uma rentabilidade.

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2. Entesouramento- conversação moeda em saldos líquidos
inativos. Fica parado cofres empresa ou no banco ,e depois
não utiliza para conceder empréstimos.

Estes casos podem acontecer , é uma renuncia ao investimento e


acontece porque o investimento só se faz , estamos a manter a
capacidade produtiva nas empresas , compro bens de produção para
melhorar as maquinas, empresa, aumentar capacidade produtiva
económica.
Qualquer capitalista, investidor só investe esperando a
rentabilidade do investimento- produzo mais espero rentabilidade –
adianto capital produção e é devolvido e ainda acrescentado de ganho
de x % sobre capital que adiantei a produção, tenho que estar
convencido disto.
Há negócios que correm bem e outros mal- expandir negócios
convencido que haja mais procura , mas não há ou não há como
expectável e se expando a produção tenho que estar assim convencido.
Mas há algo que não pode falhar, cabeça quem tem dinheiro tenho
que estar convencido de que vai render REENTABILIDADE, se
convencimento não existir o investimento não se faz.

Malthus diz e Marx também vem dizer que senão houverem


perspetivas de rentabilidade nem toda a poupança vai para o
investimento e sim para entesouramento ( algo que as classes mais
baixas não conseguem fazer, dado tudo que recebem gastam,
subsistência ).

Nada garante que os que poupam investiam . Não haverá esses


investimentos de que a procura não absorva a oferta por detrás e
se isto acontecer temos crise de SOBREPRODUÇÃO.

CONCLUSAO:

iii. Não tem flexibilidade garantida quem produz.


iv. Moeda não é intermediaria trocas

Dr. diz que vemos que a lei de say realmente a moeda é bem mais do que um
simples intermediário das trocas e a oscilização dos preços é muito circunstancial.

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2.MARX- importante nos conceitos utilizados mas sobretudo consequências que retira a lei de say, são consequências
relevantes que Malthus não questionou.

Para Malthus o capitalismo não está em causa enquanto modelo económico mas é um modelo com defeciencias
sobretudo ocorrência das crises de sobreprodução. Marx tirará consequências bem mais serias da não validade da lei
de say.

Marx faz raciocínio próximo Malthus, consequências da existência de crises periódicas do capitalismo, que
Malthus não tirou ( escola liberal, clássica- capitalismo melhor forma organizar a economia numa sociedade ).
Marx diz que sim realmente que autoconsumo tem sempre procura para oferta, mas o problema é para os valores
de troca.

 Marx diz que quando produzimos podemos ter 2 tipos de valor :

1. VALOR DE USO- produção para autoconsumo, autossubsistencia, para nós próprios. Nessa
medida diz Marx ai a oferta cria a sua própria procura. O que produzimos tem procura
assumida.

2. VALOR TROCA -Esmagadora produção economia capitalista é para satisfazer necessidades,


como Marx diz MAIS-VALIA. Na verdade produzem-se bens que é obter mais valia para obter
lucros, senão houver convencimento que essa mais-valia / lucro vao gerar não há certeza que
essa produção levará ao lucro, por mais que haja bens que são necessários ser produzidos, caso
não haja lucro com a produção do mesmos, não irao ser produzidos. Não garante-se tudo o que se
produz tenha oferta.

• Só temos receita destinada ao investimento se houver a CONVICCAÇÃO de que esse sentimento vai ter uma
REENTABILIDADE , se houver expectativas de que o objeto vai ter uma VALORIZAÇÃO

 Em Say a moeda é vista intermediário das trocas, em Malthus como meio de pagamentos, Marx
sublinha outra função- moeda é vista como capital a ser valorizada pela produção. So se adianta
dinheiro ao investimento se houver expectativas de valorização.

Na lei de say entendia-se no quadro de uma economia esquematizada MDM- mercadorias


trocam-se dinheiro, vendo tudo que produzi , dai requisito flexibilidade preços, mas o
dinheiro será trocado outras mercadorias sejam bens consumo sejam bens produção.

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Também com Keynes a economia capitalista esquematiza-se com DMD linha : o dinheiro
resulta na produção de mercadorias e as mercadorias vendidas resultam quantidade
dinheiro superior ( d linha) superior . Se houver expectativa em investimento, senão não
há investimento e há retenção explicando ou agravando uma crise de sobreprodução (
generalidade setores produz-se mais do aquilo consegue-se vender).

 Marx até aqui não se destaca particularmente de Malthus, a economia capitalista é uma economia
onde existe desigualdade social e explica que a generalidade pessoas recebem salários muito baixos
e Marx vem explicar, bem diferentemente dos clássicos que explicavam fatores demográficos.
Marx não segue a linha dos clássicos, no seculo 19, vem explicar salários eram apenas
MINIMO SUBSISTENCIA- as pessoas em termos gerais tem rendimentos muito baixos mas não
impede que as pessoas não tenham CAPACIDADE GARANTIR O EQUILIBRIO.

Não tem capacidade garantir entre ofertabilidade a procurabilidade- todas as empresas e


pessoas- porque? É a situação das desigualdades.

As pessoas não tem dinheiro para comprar- desigualdade- que com capitalismo passa a
ser problema macro-economico .

 E como Malthus disse expectativas de MAIS-VALIDA e há INVESTIMENTO, ou não.

 A partir daqui ,difere Malthus- problema resulta condição interna- continua invenção tecnológica
desenvolve as FORÇAS PRODUTIVAS- capacidade produção instaladas economia, um sistema que
desenvolve extraordinariamente as forças produtivas ou a capacidade de produção instaladas nas
economias,. Não há sistema que rivalize com este.

Problema: com uma capacidade de consumo que não acompanha a capacidade de produção,
por força das desigualdades sociais , as economias capaitalistas vao sofrer crises de
sobreprodução cada vez mais recorrentes e serias e a prazo vao ser substituídas pelas
economias socialistas.

Por força desigualdades sociais, com tendência radicalização as economias capitalistas ao


sofrerem crises sobreprodução serão cada vez mais serias até a ponto de serem
substituídas por economias socialistas.

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No capitalismo a capacidade produção é enorme, mas como desigualdade é enorme, pois
proprietários meios de produção apropriam-se – juro, lucro e renda- ou seja, MAIS
VALIA, a sua capacidade consumo em termos absolutos é alto e relativos baixa.

Para Max estas criticas não acontecem por acaso, são fruto de uma contradição que
existe, conduzindo a substitguiço do capitalismo com o socialismo.

São fruto contradição entre capacidade crescente produzir e capacidade decrescente


consumir- conduz substituição do capitalismo ao socialismo.

 Socialismo era a solução para Marx, compatibiliza uma capacidade enorme de produção com de consumo ,
aqui existe porque a mais valia desaparece, há excedente e é garantidamente canalizado ou para o
CONSUMO ou para o INVESTIMENYO- apropriação social ou coletiva- todo o rendimento seria
canalizado despesa e satisfação necessidade das pessoas.

 Consequências que Marx retira, diferente de Malthus:

o Mais-valia – excedente é garantidamente canalizado ao consumo, pela coletividade

 Próprio Marx não sabe se socialismo vai resultar na prática ( realidade económica)

 É escrutinador do capitalismo, falhou construção alternativa , e tem noção que colocada pratica poderia não
resultar. No que toca ao capitalismo escrutina . E diz outra coisa, cuidado que as economias atuais são
mais que economias ou grande parte procura faz-se não recurso rendimento que os represente, mas do
futuro- crédito, são assim economias monteraizadas, creticiosas , onde grande parte da procura faz com
recurso aos rendimentos que temos no futuro- pedir crédito é antecipar rendimentos que temos no futuro .
Quando alguém vai ao banco comprar automóvel e alguém lhe concede esse credito , com que rendimentos ?
Com os do futuro. O recurso credito garante procura agregada muito maior se esse recurso não existisse.

Os baixos salario dinâmica capitalismo serão compensados dinâmica credito? Problema é que
instalada a crise, Marx diz que começa setor economia vai atingir setor financeiro- as pessoas
deixam pagar o crédito. O governo por vezes estipulam medidas que ajudam a renegociar os seus
créditos , para tentar que pessoas pagando credito mais baixo, não gerem o crédito mal passado.

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Numa economia portuguesa, a regra não é auto financeiro é esta a regra.

Os bancos vem o credito mal parado e podem eles próprios entrar em situações complicadas. Os
bancos não tem interesse credito mal parado.

 Marx colocou outa hipótese- crise surgir setor financeiro e atingir setor real ( economia real). Mas
1º hipótese de começar no real ( pessoas tem dificuldade pagar ), credito mal parado e bancos
podem abrir falência.

3.KEYNES: O maior economista século 20 ( diz o Dr ), tem importância pensamento económico- anos 80, é
inglês e vem forte politica económica após 2Guerra Mundial. É um feroz defensor capitalismo e tinha a noção que
sem um estado forte, defende intervenção estado na economia. CAPISTALIMO+ INTERVENÇÃO ESTADO. Pois
senão, autodestrói-se .

 Keynes chamada atenção para uma outra função da moeda, da qual já falamos, mas é muito sublinha-
Moeda é meio de pagamento, é capital a ser utilizado produção mas também é RESERVA DE
VALOR- forma conservação riqueza: moeda é ativo patrimonial, com um quadro, uma casa. Esta
forma conservação riqueza tem característica mais nenhuma tem- LIQUIDEZ.

A moeda tem liquidez, qualquer momento e circunstâncias pode ser trocada outro ativo ou valor
igual, sem perdas de rendimento.
Se tiver 5 mil euros na conta ordem, até 5 mil euros posso ter infinidade bens até esse
valor.
Que outro ativo dá essa liquidez? Um quadro em casa, ate pode valer 5 mil , para trocar perdei
tempo, capital, custos. Posso vender até valor mais baixo do que aquele que comprei. Ao fim de 2
ou 3 meses obteria o dinheiro, pela pintura não adquiri NADA, tive que converter em VALOR
para depois então obter o DINHEIRO.

Quadro é forma conservação riqueza, mas só DINHEIRO tem essa característica da LIQUIDEZ.

Dai Keynes diz que a moeda cumpre 2 funções :


0. Não só para transações- consumo e investimento

1. Podemos deter moeda por aquilo que designa MOTIVO-PRECAUÇÃO-


prevenir situações a ocorrer no futuro, infelicidades e que necessitem de

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uma despesa. Ex, uma doença. Todos nós , excluindo as pessoas não
conseguem poupar, a generalidade pessoas poupam para prevenir RISCO-
INCERTEZA do FUTURO. A moeda funciona como ansiolítico, um dia
podemos utilizar e sabemos que temos o dinheiro para resolver.
PROCURA-MOEDA-MOTIVO-PRECAUÇÃO.

NOTA-CASO PORTUGUES- valor deposito a há não , há um 1 ou


não tem cessado de aumentado, sendo todavia hoje em dia não são objeto
de remuneração . A taxa de juro era parecida ou até superior taxa
inflação, hoje com inflação 10 %, e do deposito 0,..%, porque?
Aumenta o medo face ao futuro, pessoas tem medo e combatem medo
com poupança. O que resta? PRECAUÇÃO- porque interessa ter
dinheiro para enfrentarem as circunstancias , dinheiro e poupança
funciona tranquilizante.

2. Outro motivo que determina conversação moeda em saldos líquidos,


quantidades elevadas- especulação mercado capitais ( esta não
desenvolvemos bem porque é uma matéria muito densa) : conserva-se para
especular no mercado capital. É uma matéria que, pode-se ganhar ou
perder especulando no mercado capital, comprando ações no mercado.

Exemplos- comprar barato, convencidos bem ou mal valor ação ou


obrigação atinge o seu valor mínimo e vender obrigação ou ação quando
o seu valor atingiu o seu valor máximo. Ganhos especulação são a
diferença entre estes dois valores

Quando quantidades são desviadas para a especulação faz-se com que


haja menos dinheiro haja para a economia real. Os rendimentos obtidos
são em grande parte destinados mercado capital e especulação.

Pronto, acabamos agora o essencial sobre as críticas que há que apontar a lei de Say- Malthus e Marx
está lições, Keynes Não.

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MALTHUS

1. Principio população- dado quando dermos teoria do salario em Ricardo


2. Teoria da renda diferencial- é a mesma que Ricardo , e daremos quando dermos em Ricardo
3. Teoria procura efetiva- crítica de Say , já demos.

DAVID RICARDO
Também considerado grande economista seculo 19
Clássico e é liberal- defesa mercado se deixamos funcionar livremente regula automaticamente e duradouramente
e economia. Economia capitalista funciona assim .

1. TEORIA VALOR-TEORIA UNIFATORIAL VALOR seja qual for autor procura dar resposta o que
determina um valor de um bem / preços relativos produtos ( sempre mesma questao na teoria valor,
resposta muda).

Say- utilidade bens : Smith- custos de produção ( não sabemos bem se não custos unifotoriais-
trabalho ; plurifatoriais- trabalho, capital e recursos naturais )

Para Ricardo – só QUANTIDADE DE TRABALHO INCORPORADO- não oferece questões, um


valor de um bem depende exclusivamente uma quantidade de trabalho.

Se o bem A tiver quantidade trabalho que é o dobro da quantidade de trabalho bem B,


então naturalmente valor bem A é dobro valor do bem B

UTILIDADE- para say era o que determinava o valor. Para ricardo? Em ricardo a utilidade não determinante
nem codetermina-te valor de um bem, mas é PRESSUPOSTO esse bem tenha VALOR. Uma coisa é ser
pressuposto outra é ser variável.

De que depende valor cadeira? Trabalho incorporado , mas tem utilidade , sentar na cadeira. Mas
o valor não depende utilidade ser maior ou menor, mas sim trabalho

Ex, faço cadeira e só tem 3 pernas- não tem utilidade, é uma COISA e NÃO BEM.
Mas se for considerada uma obra, cumpre NECESSIDADE que é fluir obras de arte.
Por mais trabalho que esteja incorporado, com 3 pernas, excecionando ser obra de arte,
não tem utilidade .

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Tem valor? Depende quantidade de trabalho incorporado no produto em causa. Mas há
pressuposto aquele bem é sentar, senão cumpre não é um BEM.

Ex, no natal , oferecer-se piano , e a criança sentou-se no piano- piano em que alguém
senta deixa de ter utilidade e mais valia ter oferecido um banco

Ricardo tem 3 dificuldades na sua teoria, pelo menos 2 delas:

1. Trabalho não é fator produção homogéneo- ou seja, existem diversas categorias de


trabalho. Como sabemos umas geram mais valor que outras.

Ex, trabalho de um marceneiro que produz caixas de madeira e trabalho


relojoeiro .Os construtores e os relojoeiros eram trabalhos muito valorizados. Não
podemos admitir trabalho relojoeiro que demora 3 horas seja equiparado a um de
um marceneiro.

Tem capacidades criar valor DISTINTAS- o trabalho marceneiro demorou 3 horas e


resultou caixote madeira , barril e um trabalho de um relojoeiro resulta produção relógio.
3 horas um lado e 3 horas outros bens seriam possíveis de ser trocados outro, teriam
mesmo valor .

Ricardo diz que ao trocar mercadorias não temos que trocar MESMAS QUANTIDADES
DE TRABALHO! Ricardo diz que ao trocar bens estamos a TROCAR QUANTIDADES
DE TRABALHO PONDERADAS PELOS RESPETIVOS PREÇOS

Supondo mercado determina valor diferentes trabalhos distintos e determina valor


trabalho relojoeiro é triplo do trabalho de um trabalhador vulgar -produtividades distintas
e valores distintas.

Se tiver mercadoria produzida 3 horas relojoeiro coloca-se naturalmente por 9


horas de um trabalhador vulgar. Porque se vale o triplo, 3x3 = 9

Ricardo é defensor sem margem duvida da teoria do valor trabalho, agora sendo homem
inteligente ele próprio aponta dificuldades e a 1º é esta exatamente.

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HOMOGENIZA O QUE É HETEREGONEO- ao trocar mercadorias com recurso
diversas categorias trabalho, estamos a trocar mercadorias produzidas quantidades trabalho
distintas, mas ponderáveis distintos preços.

2. Como é que se afirma trabalho cria valor para produzir quer que seja precisamos
trabalhadores, matérias -primas e instrumentos? Para produzir mesa foram precisos
carpinteiros , madeira e instrumentos produção- serrotes, martelos. Como so se afirma
trabalho cria valor?

AS FERRAMENTAS E MATÉRIAS PRIMA SÃO FONTE DE TRABALHO-


há mercadores que cortaram as arvores, transformaram , são fruto de trabalho.
Os chamados BENS DE CAPITAL

TRABALHO DIRETO E INDIRETAMENTE EMPREGUE PRODUÇÃO DE


UM BEM- o que determina valor da mesa? Trabalho carpinteiros, trabalho
contido matérias-primas, na instalação ferramentas. Tudo é trabalho.

Esta 2º dificuldade é superada.

3. Os bens que são referidos- maquinaria, ferramentas- são produto trabalho. Mas
alguém para que isso fosse dispõe aos carpinteiros foi PRECISO INVESTIMENTO.
Alguém teve comprar maquinas e ferramentas, construir uma instalação. E isto terá
que ser remunerado. Contratar trabalhadores, comprar matérias-primas, só há esse
investimento se FOR REMUNERADO- componente da remuneração do investimento.

Valor bem depende trabalho direto e indiretamente produção mas também dependerá
da COMPOSIÇÃO INVESTIMENTO para que a produção se faça e da
RENUMERAÇÃO DO INVESTIMENTO.

Preço produto- trabalho + investimento efetuado para que fosse produzido

Ricardo não consegue resolver, diz que é verdade , mas como TESE GERAL
podemos continuar afirmar que TRABALHO é a fonte do valor de um bem, apenas
menoriza.

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O tempo de Ricardo, qual é a maior componente produção? CUSTOS
TRABALHO- teorias que haviam eram poucas , em tempos em que realmente maior
custo de produção era o trabalho.

Hoje é mais difícil, nas empresas , juros – em muitos casos o que se produz ,
os custos pagamento juros e custos com as maquinas , os trabalhadores ocupam até
pouco considerando.

Mas antigamente não havia em larga medida como hoje, as maquinas que hoje há.

Logo a tese de trabalho de ricardo, tem vantagem em relação Smith que era
clarinho e depois resolve as primeiras 2 dificuldades, mas 3 º já não consegue , logo
em tese geral é trabalho que cria valor.

2. TEORIA DISTRIBUIÇÃO RENDIMENTO – não dada em abstrato como Smith e Say. Defesa pertinaz
de Ricardo , Ricardo era também político. Vai defender REMUNERAÇÃO CORN LAW- Leis dos
Cereais.

Proibiam-se a importação dos cerais. Ingleses entendiam que os cereais que consumiam deveriam ser
produzidos internamente.

O cereal era importante bem na época, as pessoas alimentavam-se fundamente de cereais.

Que se procurou com a lei dos cereais? Procurou a AUTOSUBSSISTENCIA- melhor produzir
todos os cerais internamente e sermos autossuficientes do que importar de países em que custos mais
baixos, mas ficarem dependentes- considerações não económicas, mas sim de segurança nacional,
protecionistas.

3. TEORIA

Aula 7.12-19º- não há aula é dia da faculdade


Aula 13.12-20º

Página 111 de 196


Em segundo lugar, por força da necessidade que há de fazer investimentos e de não apenas de recorrer aos
trabalhadores para produzir o que quer que seja.

Foi elencado na aula passada 3 ordens de dificuldades. Dr. recorda que das 3 ordens de dificuldades duas delas
foram ultrapassadas e a terceira foi apenas com ricardo diminuída no seu alcance mas não verdadeiramente
ultrapassada. Esta teoria, e em Marx vamos encontrar a mesma dificuldade, teoria do valor trabalho com Marx
para alem de valor trabalho mais-valia e exploração, enfrenta algumas dificuldades quanto a uma plena aceitação do
ponto de vista teórico e pratico da compreensão da realidade económica.

Na aula passada para alem da teria do valor iniciamos ainda a teoria da distribuição do rendimento. Dr. disse que
em ricardo na teoria da distribuição de rendimento, diferentemente do que acontece com say e com Smith é nos dada, a
proposta um facto concreto, não estudamos em abstrato independentemente de circunstâncias concretas ( que foi o que
fizemos em say e Smith). Em ricardo há uma facto concreto que faz com que ricardo ao explicitar as consequências
desse concreto nos de a sua teoria da distribuição do rendimento.

Para Ricardo, a renda, exatamente como para adam Smith, é um excedente diferencial, ou seja, não é um preço que
se forma autonomamente, mas um preço que se forma como diferença entre outros preços. Uma terra gera produção
agrícola no valor de 10.000 unidades monetárias, o rendeiro toma aquela terra de arrendamento e sofre custos com
a produção de 6.000 unidades monetárias ( nestes custos estão os próprios lucros médios que o rendeiro aufere por
desenvolver aquela atividade). Portanto, temos produção agrícola com valor de 10.000, temos somatório de custos de
produção com valor 6.000 pelo que a renda tem o valor de 4.000. ou seja, o dono da terra que sabe qual é o
valor de produção, que sabe qual é mais ou menos do valor dos custos suportados pelo rendeiro incluindo nestes custos
os próprios lucros médios auferidos pelos rendeiros encarrega-se de exigir o resto a titulo de renda. Se por exemplo a
produção agrícola invés de valer 10.000 passa a valer 11.000 e os custos de produção não aumentarem a renda,
quando houver oportunidade de renegociar o contrato de arrendamento que era de 4.000 passa para 5.000. Dono
da terra apercebe se que a produção da terra que deu de arrendamento se esta a valorizar logo renegoceia o contrato
e exige uma nova renda que será sempre igual a diferença entre o valor da produção agrícola gerado naquela terra
e o somatório dos custos de produção incluindo os lucros médios auferidos pelos rendeiros capitalistas suportados para
obter aquela mesma produção agrícola. A renda é em Smith e ricardo um excedente diferencial, algo que sobra e algo
que se mede com uma diferença de 2 valores, não é um valor que se forma autonomamente.

Nós em Ricardo temos um facto concreto, o estudo dos efeitos desse facto concreto que Ricardo fez é que nos dão o seu
entendimento quanto à forma como se distribui o rendimento gerado por uma economia. O facto concreto foi promulgação
das leis dos cereais em 1815, em 1815 no respaldo das guerras napoleónicas, os ingleses decidiram tornar-se quase
autossuficientes na produção alimentar para não dependerem de importações ( hoje diríamos que estaria aqui uma
questão de segurança nacional). A partir de 1815 ou se proibiram ou se fortemente se limitaram as importações
para que internamente se produzissem os cerais necessários para a subsistência da população. No fundo, consiste em
prescindir das importações mesmo que elas sejam mais baratas do que a produção interna e depois fazer com que,
como não há importações, aumenta a produção interna em cereais e portanto se garanta a auto subsistência da população
( estamos numa época em que os trabalhadores viviam fundamentalmente de pão, portanto, não havia uma dieta
versificada como a atual para a generalidade das pessoas). Portanto, a ideia era que se tornasse um país que

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produzisse cereais suficientes para o seu auto sustento ( explicação mais razoável para a promulgação das leis dos
cereais).

Ricardo veio dizer que há aqui problemas: para produzir mais cereais nós vamos ter que seguir simultaneamente 2
caminhos:

1. nós vamos ter que produzir cereais por um lado em terras cada vez menos férteis, as mais férteis obviamente
que já estariam a ser utilizadas. que não estariam destinadas à produção de cereais passam a estar por
força das circunstâncias.

2. por outro lado vamos ter de cultivar mais intensivamente as terras mais férteis que eram aquelas que já
estavam destinadas à produção

Assim que se aumenta indiscutivelmente a produção de cereais, só que indo por uma via ou pela outra ou indo pelas 2,
num caso e no outro, suporta se sempre custos marginais crescentes. Ou seja, alqueiro de trigo produzido a mais custa
mais do que o anterior. cultivar cereais em terras cada vez menos férteis, se nós passarmos de terras mais férteis
mas também passamos a cultivar cereais em terras menos férteis e cada vez menos férteis, se a produtividade daquelas
terras é decrescente o custo de cada alqueire de trigo a mais é crescente. O custo marginal, o custo que está na
margem, é cada vez maior. acontece que isto obriga ao aumento do preço do trigo, o preço tem de cobrir os custos, se
o custo de trigo sobe o preço sobe. Sobe o preço de trigo produzido nas terras menos férteis e sobe o preço de trigo
produzido nas terras mais férteis, todo o preço do trigo sobe. Se isto é assim, se o preço do trigo sobe estamos a
valorizar a produção agrícola nas terras mais férteis porque aí os custos não aumentaram, enquanto se segue apenas
esta via, mas o valor da produção aumentou.

O que que vai acontecer com a valorização da produção Agrícola?

Numa primeira fase os rendeiros ganham mais dinheiro, tem um contrato de arrendamento em vigor, estão obrigados
a pagar 4000 unidades monetárias de renda, mas produção agrícola já não vale 10.000 mas agora vale 11.000
ficando assim tecnicamente com lucros anormais, gera lucros adicionais. Só que isto só dura enquanto não se der a
renegociação do contrato de arrendamento porque o dono da terra esta atento, apercebeu se que antes valia 10.000,
mas agora vale 11.000 e por isso mal se de a renegociação do contrato de arrendamento o proprietário vai exigir
não a renda de 4.000, mas de 5.000. Ou seja, verificamos que esta proibição ou forte limitação a importação de
cerais, fossem quais fossem as verdadeiras justificações que motivaram esta medida a breve freixo resulta num aumento
da renda dos proprietários das terras que são fundamentalmente membros da aristocracia o que significa que estamos
a verificar a classe social que vai ganhar com as leis do cerais ( a aristocracia fundiária- que se podem exigir
rendas mais altas, ver os sues rendimentos crescer - tem uma fonte de enriquecimento adicional)

Há uma segunda hipótese, para aumentar a produção do trigo por um lado, produzimos trigo em terras cada vez menos
férteis, por outro lado cultivamos mais intensivamente as terras mais férteis, aquelas que já eram cultivadas e que vão
continuar a ser cultivadas mas de formas mais intensiva. Quando se cultiva mais e mais as terras mais férteis o que

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se esta a dizer é que vamos combinar uma determinada quantidade de terras ( aquelas e mais nenhumas) vamos
combinar esses N hectares de terras mais férteis um nº cada vez maior de trabalhadores. Cultivar mais intensivamente
terras mais férteis significa que para essa da quantidade de terras vamos ter um nº crescente de trabalhadores a
cultiva-las, vamos ter uma exploração cada vez mais acentuada daquelas terras por força de um cada vez maior nº
de trabalhadores que as cultivam e que pretendem retirar delas alqueires adicionais de trigo.

Há medida que vamos adicionando sucessivas unidades do fator de produção trabalho a uma dada quantidade de terras,
vamos conseguir uma produção adicional, só que a partir de certa altura a produção adicional que se vai obtendo com
o emprego de mais um e outro e outro trabalhador é cada vez menor. A terra começa a tornar se esgotada, uma terra
pode ser muito fértil mas não é infinitamente fértil, cada trabalhador a mais consegue mais qualquer coisa mas menos
que o trabalhador que o antecedeu, chama-se a isto a obtenção de rendimentos decrescentes. Ou seja, cada trabalhador
consegue um pouco mais de trigo mas menor que o o trigo que o trabalhador anterior conseguiu. Lei dos rendimento
decrescentes que aplicada a este caso nos dira que a partir de um determinado nível de produção o volume de produção
adicional se obterá acrescentando sucessivas unidades adicionais e iguais do trabalho a uma quantidade fixa de terra
será decrescente. Portanto, também com esta segunda via os custos marginais são crescentes.

Apesar de serem duas vias diferentes, mas ambas afirmam custos marginais crescentes. Se cultivarmos terras cada
vez menos férteis vamos conseguindo produção adicional de trigo só que cada alqueiro de trigo produzido a mais como
estamos a produzir em terras cada vez menos férteis custa mais que o anterior ( os custos marginais são crescentes
e isso faz com que o preço do trigo suba, com que se valorize a produção agrícola e a prazo com que as rendas dos
proprietários das terras aumentem (1ª via)

2ª via: se cultivarmos mais e mais intensivamente as terras mais férteis, a partir de um determinado volume de
produção cada trabalhador e mais consegue mais qualquer coisa em termos de trigo mas menos que o trabalhador que
o precedeu. Ou seja, vai ser por esta via cada vez mais custosa a obtenção de um alqueiro adicional de trigo. Então
também por esta via os custos marginais crescem. Custo marginal aqui é o custo do ultimo alqueiro de trigo produzido
. se a terra esta cada vez mais esgotada a obtenção de sucessivos alqueires adicionais de trigo nessa mesma terra é
cada vez mais custosa. Só nesta segunda via é que esse crescimento dos custos marginais entende se recordando a lei
dos rendimentos decrescentes. Deste modo, é importante reter que a lei dos rendimentos decrescentes enunciada só interessa
para a explicação dos custos marginais do trigo quando estamos perante a hipótese de cultivar mais e mais intensivamente
as terras mais férteis.

Consequências:

→ se os custos marginais do trigo também por esta via aumentam, aumenta o valor da produção agrícola, tanto
daquela obtida com rendimentos decrescentes como aquela que foi obtida sem ainda padecermos deste fenómeno
dos rendimentos decrescentes, valoriza-se a produção agrícola no seu todo. Os rendeiros durantes uns tempos
tem lucros superiores aquelas que contavam ter, quando se da a renegociação do contrato de arrendamento os
proprietários das terras vão exigir rendas mais altas.

Portanto, quaisquer que tenham sido as razoes, fossem as mencionadas sejam outras, que tenham explicado a promulgação
das leis dos cereais elas contribuíram também para o enriquecimento da aristocracia fundiária porque eram, em regra,

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os aristocratas, os membros da nobreza, que tinham grandes propriedades que davam de arrendamento, exigiam as
rendas.

Assim, se as rendas sobem quem ganha são os proprietários das terras ( portanto, esta identificada a classe social
que ganhou com a promulgação das leis do cereais).

De acordo com este raciocínio de ricardo:

A) o preço do trigo era elevado porque a renda era elevada?


B) a renda era elevada porque o preço do trigo era elevado?

Resposta: B. a renda era elevada porque o preço do trigo tinha subido. A renda é um excedente diferencial. Não é
um preço que se forma autonomamente.

Portanto, o preço do trigo não era elevado porque a renda era elevada isso era significar que a renda se formava
autonomamente porque determinava o preço do trigo. Pelo contrário, a renda era elevada porque os preços do trigo
tinham subido.

Até agora vimos um efeito económico das leis do cereais e a identificação de uma fator de enriquecimento de um classe
social.

Problema: na época o alimento base era o pão e os salários eram praticamente gastos na alimentação ( hoje em dia
a despesa com a alimentação de uma família é capaz de ocupar 20% ou 25% do rendimento dessa família mas na
altura praticamente todo o rendimento era canalizado para a alimentação)

Portanto, perante o aumento do preço dos cereais que significa o aumento do preço do pão os salários vão ter que
aumentar ( dr. já explicou com outros autores e vai explicar para Ricardo os salários fixam-se ao nível do mínimo
de subsistência, garantem normalmente, estruturalmente, apenas um mínimo de subsistência, Portanto, não podem garantir
menos que isso, se o fizerem é só por um período curto, caso contrário a população desaparece)

Portanto, se o preço do pão sobe os salário também tem que subir. Não significa que os trabalhadores fiquem melhor
que o que estavam, o que nós estamos a falar não é de salário real mas sim de salário monetário, eles têm de ganhar
mais dinheiro, mais moeda para comprar o que sempre compraram - distinção aqui relevante é a distinção de salário
real ( poder de compra de um salario) - e salário monetário ( quantidade de moeda que se recebe na forma de
salário).

Exemplo: em janeiro de 2022 um trabalhador recebia 1000 EUR, vamos supor que a inflação em se fixou em
10%, se em janeiro de 2023 o trabalhador receber 1100 EUR:

1. o seu salário monetário aumentou – aumentou 10% de 1000€ para 1100€


2. Mas o seu salário real não aumentou porque o poder de compra que ele Hoje tem com 1100 EUR, tendo
nós sofrido uma inflação de 10% ao longo do ano de 2022 é exatamente igual ao poder de compra que ele

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tinha em janeiro 2022, ou seja, O seu salário real não se alterou, o seu poder de compra manteve-se o
mesmo.

Estando agora numa outra hipótese mais consentânea com a realidade portuguesa, se em inflação em 2022 tiver
sofrido 10% vamos assistir com certeza um aumento dos salários monetários, aumento de 10%. vamos supor que na
generalidade dos casos os salários sobem 5%, então nós vamos ter alguém que ganhava 1000 EUR há 1 ano e em
janeiro de 2023 e está a ganhar 1050 EUR, o seu salário monetário aumentou, mas o seu salário real não
aumentou nem se manteve constante mas diminuiu. ele com 1050 EUR Hoje compra menos bens do que aqueles que
comprava há 1 ano com 1000 EUR. O salário real e o salário monetário não têm que diminuir convergentemente
podemos ter um a aumentar e o segundo abaixar.

Vamos imaginar que não houve inflação em 2022, por qualquer motivo numa determinada empresa o empresário,
Patrão, decide aumentar os salários em 10%, passando o salário do seu trabalhador de 1000 EUR para 1100
EUR, ou seja, aumento de salário monetário de 10%. quanto aumentou o salário real não tendo havido inflação?
10%, a evolução do salário real foi exatamente igual neste caso a evolução do salário monetário porque não há
inflação, o trabalhador em janeiro de 2022 comprava x bens e em janeiro de 2023 como não houve inflação
compra os mesmos que compravam em 2022 mas como o seu salário aumentou 2%, ele consegue comprar +10% de
bens porque os preços não subiram e o seu rendimento aumentou 10%. na ausência de inflação a variação do salário
monetário é igual à variação do salário real. se o monetário sobe 10% então o salário real sobe 10%, porque o
trabalhador ganha +10% e o poder de compra deste trabalhador sobe também 10%, compra +10% de produtos.

Assim:

→ Salário monetário: quantidade de moeda recebida na forma de salário


→ Salário real: poder de compra do salário monetário

O rendimento que cabe ao trabalhador tem estas 2 faces. Um e o outro podem variar divergentemente. Podemos
ter casos em que variam exatamente na mesma medida mas pode haver casos em que o salário monetário sobe e
o salário real se mantém ou diminui.

Neste ano que vem, em Portugal, espera-se que os aumentos dos salários monetários não chegaram para cobrir a
inflação e para compensar o trabalhador pelo desgaste que a inflação provocou no seu poder de compra.

Ricardo diz que o pão é um importantíssimo bem cuja aquisição se destina a maior parte do rendimento dos trabalhadores,
o que vai acontecer é que vão passar fome e é necessário aumentar os salários monetários. só o monetário, o real será
o de sempre, que permite apenas um mínimo de subsistência. ISTO é um problema não para os trabalhadores mas
sobretudo para os empresários, capitalistas, industriais que vão ver os seus custos de produção aumentar. na época,
mesmo já com máquinas o maior fator de produção era o trabalho, mesmo as máquinas produziam com custo de
trabalhadores. há um problema que Ricardo vai tentar resolver defendendo a revogação (?) das leis dos cereais (
dr vai explicar mais tarde) mas maltus também se apercebendo do problema propunha resolvê-lo com a diminuição

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dos impostos que incidiam sobre a agricultura, para que o preço baixasse porque a tributação que sobre ele incidia era
menor do que aquilo que já tinha sido.

Nenhuma das hipóteses é inocente, a hipótese de Ricardo, como vamos ver, revogar as leis dos cereais, significará a
prazo um empobrecimento da aristocracia fundiária pois ao revogarmos as leis dos cereais começa-se a importar o
trigo de onde ele é mais barato e, portanto, só mesmo as terras mais férteis em Inglaterra continuarão a produzir
trigo e já não é necessário produzir cada vez mais intensivamente. o que acontece se o preço diminuir é que se
desvaloriza a produção agrícola e o que acontece se a produção agrícola desvaloriza e que as rendas vão ter que
baixar.

Exemplo: A produção agrícola valia 10000, os custos de produção eram 6000, que incluem os lucros
médios do capitalista, E a renda era 4000, produção agrícola passava para 11000 a renda subia para
5000; pensando na hipótese oposta em que se revoga as leis dos cereais e passa-se a importar o trigo de
onde ele é mais barato o que acontece ao valor da produção de trigo produzido nas terras inglesas e que cai,
deixa de ser 10000 ou 11000 e passa para 8000. se os custos de produção se mantiverem os mesmos,
incluindo os lucros médios auferidos pelos capitalistas o que acontece a renda é que a renda passa de 5000
para 2000.

A proposta de Ricardo que é uma proposta que, segundo este, promove o interesse geral mas também o interesse de
uma classe social restrita que é a burguesia industrial ( Que são aqueles que Contratam trabalhadores e que lhe
querem pagar salários monetários mais baixos) é uma medida que vai afetar indiscutivelmente o rendimento da
aristocracia fundiária que vão começar a ter rendimentos cada vez mais baixos porque ninguém cultiva trigo em
Inglaterra que tenha um custo superior ao preço nsq. Quem “ paga” a revogação das leis dos cereais e a aristocracia
e quem ganha não são os trabalhadores, que ficam na mesma, os salários são fixados estruturalmente ao mínimo se
subsistência.

Maltus diz que temos aqui um problema que se resolve embaratecendo o preço do trigo fazendo com que o estado tributa
menos a produção do trigo. não há dúvida que se a tributação que incide sobre a agricultura baixar o preço do trigo
baixa só que nesta segunda hipótese quem “paga” não é a aristocracia fundiária, é o estado que se passa a exigir
impostos mais baixos o estado vai prescindir de uma receita. No fundo é a receita que tem de perder para que a
aristocracia fundiária manter as suas rendas.

Na primeira hipótese colocada pelo dr , revogação das leis dos cereais leva a a desvalorização da produção agrícola
em Inglaterra porque não se vai produzir cereais a um custo mais elevado do que o preço mundial e quem perde são
os donos das terras que vão ter que aceitar rendas cada vez mais baixas porque o valor da produção agrícola obtido
nas suas terras é cada vez menor;

Nesta segunda hipótese o preço do trigo baixa não porque ele esteja a ser importado de onde é mais barato mas porque
o estado já não tributa a produção agrícola como antes tributava, vai reduzir por exemplo a tributação para metade.

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se o estado baixa a tributação que faz incidir sobre a produção agrícola os impostos tens ao menos no somatório de
custos que é necessário considerar para fixar o preço do trigo, o preço do trigo baixa porque há menos impostos a
pagar mas em termos líquidos permanece tudo na mesma no que diz respeito ao proprietário da Terra. o preço do trigo
baixou, a produção do trigo já não vale 11000 mas vale 10000 mas os custos de produção onde se incluem os
impostos baixaram de 6000 para 5000, os custo que o rendeiro capitalista tem suportado diminuíram e portanto no
somatório dos custos passaram a ser 5000 pelo que mantém-se em 5000.

Assim, a via de Ricardo que virá a ser adotada em 1846 ou 48 (dr não tem certeza) lesou indiscutivelmente os
interesses da aristocracia fundiária e o que malthus defendia era uma medida que basicamente protegia a aristocracia
fundiária porque os seus custos, os custos da adoção dessa medida, revertiam integralmente nas receitas públicas, o
estado obteria uma menor receita do que obtia antes. em 1848 ou 46 os ingleses decidiram revogar as leis dos cereais
pelo que não seguiram a proposta de maltes mas sim a proposta de Ricardo. Esta revogação foi o princípio do fim do
poder económico e uns tempos depois do poder político da nobreza em Inglaterra (dizem alguns autores). Machadada
que a nobreza enquanto classe dominante não sobreviveu (decadência económica e atrás desta perda de poder político,
esta classe foi decaindo entre meados do século XIX até a primeira guerra mundial e nunca mais recuperou). classe
que enquanto classe não é uma classe com um poder predominante mas sim a dos capitalistas (= burguesia, linguagem
mais clássica)

Observação: ingleses ficaram tão amarrados nesta ideia que entre 1840 e 1973 a política inglesa foi sempre a
mesma, obter os alimentos onde eles são mais baratos, comprá-los aos mais baixos preços possíveis e ISTO, se for
necessário com o sacrifício da agricultura inglesa porque assim temos salários monetários mais baixos e desta forma
temos um contributo positivo para o aumento da produtividade e indústria que é aquela que contrata os trabalhadores e
paga os salários. há aqui uma sub-autorização dos interesses da agricultura em benefício dos interesses da indústria.
esta posição só se alterou em 1973 quando o Reino Unido adere a comunidade económica Europeia porque a comunidade
económica Europeia tem uma política protecionista.

2ª parte aula:

Já vimos que aqueles que pagam salários vão ver os seus custos de produção aumentar e nessa medida vão assistir à
diminuição dos seus lucros. – resulta da promulgação das leis dos cereais

Teoria do salario de Ricardo

Ricardo distingue como outros distinguiram antes dele o preço de mercado de trabalho ( ver o que é – pessoas na
gravação estavam a falar) do Preço natural do trabalho/ preço normal ( Ricardo vem dizer que o preço natural
do trabalho se há de fixar ao nível do mínimo de subsistência, ou seja, o salário real Permite apenas um mínimo de

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subsistência, transitoriamente podem haver alterações mas e estruturalmente o poder de compra do salário reconduz se
ao nível do mínimo de subsistência. este raciocínio é parecido com o que disse Smith, mas nesta equivalência entre salário
e mínimo de subsistência enquanto que Smith dizia que era evitável, quer se goste quer não se goste por causa dos
fatores demográficos, já Ricardo dizia que não só é inevitável como é desejável. é diferente dizer-se que algo é inevitável
quer se goste ou quer não se goste, não pode ser de outra maneira de afirmar-se que além evitável é desejável. ou
seja, a equivalência estrutural entre o salário e o nível do mínimo de subsistência é evitável e muito desejável.

A este propósito Ricardo convoca o princípio da população de malthus que nos diz que enquanto que a subsistências
aumentam de acordo com Progressão aritmética a população POTENCIALMENTE aumentara de acordo com uma
progressão geométrica.

Dr. da uma serie de valores Que nos dá uma progressão aritmética e uma que nos dá uma progressão geométrica
em que o crescimento de cada valor dessa série é o dobro do valor anterior.

Progressão aritmética

2, 4 , 6,8, 10,12, 14,16, 18, 20 etc - cada um dos valores indicados tem mais 2 unidades que o valor anterior

Progressão geométrica (em que cada valor é o dobro do valor anterior)

2,4, 8,16, 32,64, 128, 256 etc

Repetindo, para Malthus, as subsistências, ou seja, a produção alimentar disponível para aumentar a população cresce,
sem dúvida, mas segundo uma progressão aritmética. Quanto à população, se não se colocar um travão na expansão
demográfica ela crescerá de acordo com uma progressão geométrica, ou seja, muito mais depressa. ela crescerá muito
mais depressa o que significará ciclicamente fome e miséria generalizadas porque se a população cresce muito mais
depressa que as subsistências é isso que acontece a não ser que haja um travão na expansão demográfica e esse travão
é o salário mínimo equivalente ao mínimo de subsistência, ou seja, o salário que equivale ao mínimo de subsistência,
esta equivalência do salário ao mínimo de subsistência funciona pelas razões que smith já apontou e partindo delas
Smith considerou essa equivalência uma inevitabilidade. é para Ricardo algo extremamente desejável porque é esse
salário que faz com que a população, invés de crescer de acordo com uma progressão geométrica com que cresceria
potencialmente cresça apenas na medida do crescimento das subsistências. ou seja, é a equivalência entre o salário e o
mínimo de subsistência que garante que a população só cresce na medida do crescimento das subsistências. é esta
equivalência o travão à expansão demográfica que impede que a população cresça demasiado depressa e se veja
confrontada com fome e miséria. por isso é que doutor disse há pouco que o que para smith é uma inevitabilidade, esta
equivalência, já para Ricardo é uma inevitabilidade mas é algo extremamente desejável porque controla a população,
faz com que ela só soube de acordo com a evolução das subsistências. há aqui um dramatismo que não encontrámos em
Smith ( neste tempo os casais tinham muitos filhos pelo que a população aumentava muito depressa)

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Lucros

Neste âmbito, doutor já referiu que o aumento dos salários, sendo os custos salariais a grande componente dos custos
da produção faz com que os lucros dos capitalistas diminuam.

Eles podem, da mesma forma que assistem Ao aumento dos custos eles podem repercutir esses aumentos do custo nos
preços salvaguardando assim as margens de lucro? Podem, recordando que para Ricardo o valor do bem depende da
quantidade de trabalho despendida na sua produção, essa noção não se alterou, o que se alterou foi o custo do trabalho.
não se alterou a quantidade de trabalho, portanto o valor da mercadoria é o mesmo porque a quantidade de trabalho
que está importada nela é a que sempre foi. este é o primeiro ponto para percebermos que a repercussão dos custos
NOS preços não resolve o problema porque na verdade o valor do bem é determinado pela quantidade de trabalho que
está na sua origem e este não se alterou. é evidente que os industriais podem repercutir NOS preços ou aumento dos
custos só que todos o fazem e, se todos o fazem, a relação entre Os preços dos bens e os bens mantêm-se inalterada.

Exemplo: eu peço mais por um produto mas os outros também pedem mais pelos produtos deles, cada um
repercutindo no preço o aumento dos custos salariais. O meu produto antes trocava se por 2 produtos daquela
outra empresa e continua a trocar se por 2 produtos daquela outra empresa porque eu recebi mais dinheiro
mas vou ter de dar mais dinheiro para comprar. é evidente que o aumento dos custos salariais com o aumento
dos custos de produção qualquer que ele seja pode ser repercutido no preço só que do ponto de vista de nsq
(puramente indireto?)

Para um autor que diz que o valor de um bem depende da quantidade de trabalho despendido na sua produção esta
repercussão do aumento dos custos NOS preços não altera o valor de um bem porque a quantidade de trabalho
despendida é a mesma. Do ponto de vista mais prático é evidente que se tem um valor mais elevado que antes mas
aquilo que se vai comprar com o dinheiro que se obtém com a venda do produto também vai ser vendido a um preço
mais alto do que antes porque os salários monetários aumentaram generalizadamente. portanto, é certo que eu tenho
uma receita maior que aquela que tinha mas quando vou fazer despesa faço uma despesa maior que a que tinha antes
para comprar exatamente a mesma coisa. ou seja, a relação entre os preços dos bens não se alterou os subiram na
medida do aumento dos salários monetários. Isso pela teoria do valor trabalho.

indo por este raciocínio de natureza mais prática temos mesmo que admitir que se os salários monetários sobem os lucros
dos capitalistas vão diminuir. Está identificada a classe perdedora Com as leis dos cereais.

A partir daqui recai, ricardo faz um salto que é interessante. até agora vimos um confronto entre as classes sociais,
as leis dos cereais beneficiam a aristocracia fundiária e prejudicam a burguesia industrial. A partir daqui Ricardo
faz um salto lógico, interesseiro, que permitirá Fazer coincidir o interesse da burguesia com o interesse da sociedade.

Ricardo diz que se os lucros começarem a diminuir o investimento vai cair por 2 motivos:

1. se os lucros diminuem os capitais diminuem. os capitais são os lucros destinados ao investimento. se os lucros
do setor industrial diminuem então diminuem os capitais, menos capitais - menos investimento
2. Se os lucros diminuem na generalidade dos setores por força do aumento dos salários monetários que também
se deu na generalidade dos setores, se os lucros diminuem o incentivo ao investimento diminui. o lucro é a

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cenoura que faz com que haja investimento, quando se investe numa economia capitalista e para se ganhar
dinheiro, quanto mais lucros se perspetiva maior é o investimento.

o que nós vamos ter é que os lucros dos industriais caem e ao caírem diminui a acumulação de capitais e portanto as
possibilidades de fazerem novos investimentos, ao caírem diminui o estímulo aos nossos investimentos. a prazo significa
que passamos de uma economia progressiva, em crescimento, para uma economia estacionária, ou seja, estagnação. de
repente já não estamos a confrontar o interesse da aristocracia fundiária com o interesse da burguesia industrial,
estamos a confrontar o interesse da aristocracia fundiária com o interesse da sociedade. não interessa a uma sociedade
numa economia passar de uma economia progressiva para o economia estacionária, ISTO não interessa porque evita a
estagnação na produção, no rendimento. o que antes era um conflito entre 2 classes sociais passou a ser o conflito entre
uma classe social e e o resto da sociedade que naturalmente, as coisas nestes termos Há de Ser resolvido a favor do
interesse social e em detrimento do interesse muito particular da aristocracia fundiária. a prazo foi o que aconteceu, as
leis dos cereais foram revogadas.

2 outros tópicos do pensamento de Ricardo:

→ Também para Ricardo a oferta cria a sua própria procura se houver crescimento económico há sempre
procura que observa esses acréscimos de produção. Temos é de ter cuidado e não entravar o crescimento
económico. desde que ele se possa espontaneamente fazer se há sempre procura para níveis Crescentes de
oferta.

→ comércio Internacional: não é dado nas teóricas mas doutor refere que a Visão de Smith e Ricardo sobre o
comércio Internacional distingue-se claramente da Visão dos mercantilistas, para os mercantilistas o comércio
Internacional é um instrumento de redistribuição de rendimento à escala Internacional. uns ficam melhor, mas
para que uns fiquem melhor outros ficam pior. já para smith e Ricardo o comércio Internacional, desde que
os países se especializem corretamente, é fator de enriquecimento para todas as economias que participem,
ganham todos. que especialização deve ser esta de acordo com estes autores? são critérios distintos, smith dá-
nos o critério das vantagens absolutas cada país produz para si e para os outros aquilo que produza aos
custos mais baixos do mundo, cada um produzirá para si e para os outros aquilo em que é eficiente, eficiente
e que produza aos custos mais baixos que os custos que os outros países suportam para produzir. Esta teoria
de smith tem um problema é que estamos a dizer que um país que produza muito a custos mais baixos do que
os custos que os seus parceiros não deve então importar o que quer que seja, se o país é eficiente, na produção
de tudo então deve fechar-se porque consegue produzir tudo a custos absolutos mais baixos que os outros. por
outro lado há ainda uma outra consequência que se por hipótese outro país produzisse tudo, todas as mercadorias
a custos mais elevados que os custos que outros países suportam nas mesmas mercadorias, levando ao limite o
raciocínio de smith este país não devia produzir absolutamente nada e importar tudo, falta saber com que
dinheiro porque importar tudo significa pagar tudo.

A volta é dada por Ricardo quando NOS diz que o que interessa para para o padrão de especialização de uma
economia, para edificar o que aquela deve produzir para si e para os outros e aquilo que ela não deve produzir o que
interessa como padrão para a especialização não é o critério das vantagens absolutas é o critério das vantagens relativas

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ou das vantagens comparativas ( matéria dada nas praticas). por esta via os países que produzam tudo a custos mais
altos que os custos suportados em outros países, embora não tenham vantagens absolutas em nenhumas, tem vantagem
relativa .a teoria de Ricardo preenche virgula supera as insuficiências da teoria de Smith.

Esta é a teoria de Ricardo que no fundo está por trás de uma de uma Organização Internacional que todos já ouvimos
falar virgula Organização Mundial do comércio. a Organização Mundial do comércio existe porque se admite como
hierarquia geral os países devem praticar um comércio o mais liberalizado possível e cada um deles se deve especializar
de acordo com o seu padrão de vantagens comparativas. esta organização existe porque se admite como critério geral
que o comércio Internacional se deve liberalizar cada vez mais e que os países se devem aproximar o mais possível
daquela especialização que resulta do seu padrão de vantagens comparativas o que resultará num comércio Internacional
que é fonte de enriquecimento para todos os países.

( a historia não demonstra isto, Demonstra que em alguns casos têm estrangulado as economias de alguns países etc,
nomeadamente africa. Já a China viu no comércio Internacional multilateral um instrumento poderosíssimo para o seu
crescimento) – há 50 anos a china foi considerada um continente perdido, estava condenada a um eterno
subdesenvolvimento e agora é quase a maior potencia do mundo)

Período seguinte: Críticas que se fizeram à escola clássica

vários autores criticam acerrimamente a convicção dos clássicos tinham de que a economia era regulada pelas leis
naturais (leis absolutas, universais e intemporais virgulação leis insuscetíveis de superação ou de correção). há muitas
críticas a esta Visão das coisas.

Nomeadamente MARX que criticou muito.

esta Visão do comércio Internacional que doutor há pouco referiu também esta foi muito criticada, na prática comércio
Internacional cada vez mais LIVRE tem-se revelado em alguns casos um instrumento poderoso para o crescimento
económico de certas economias, como é o exemplo da Ásia, mas se os países ricos da época tivessem a noção da
capacidade que a China tinha de aproveitar as vantagens que resultam da sua participação na organização a China ou
não poderia entrar ou teria entrado mais tarde e com muitas mais dificuldades.

mas mesmo no século 19 houve esta perceção, primeira potência industrializar-se no século 19. nessa altura os
alemães, e mais tarde os norte americanos para se industrializar protegeram se, ou seja, protegeram as suas indústrias
nascentes da concorrência inglesa porque se não o tivessem protegido nunca teriam ganho a competitividade suficiente
para enfrentar com sucesso a competitividade a inglesa. os alemães não se deixaram embalar pela teoria das vantagens
comparativas e os japoneses e os americanos também não. para as potências que querem crescer cuidado , depende dos
casos, a China conseguiu.

Já ao longo do século 19 há também uma crítica ao LIVRE cambismo, a ideia que do LIVRE cambismo, da LIVRE
troca Internacional resultarão segura ganhos para todos os países que participem das trocas.

Depois temos também, Marx é um crítico acérrimo do capitalismo, mas a corrente marxista não é a única corrente
socialista, no decurso do século 19 a correntes socialistas não marxistas que em larga medida são designados por Marx
como socialistas utópicos (há várias correntes da socialismo não marxistas). são correntes que defendem um socialismo

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mitigado e uma espécie de superação do capitalismo pelo pelo socialismo feita pacificamente é por iniciativa das classes
privilegiadas pelo próprio capitalismo. nesta medida eram verdadeiramente utópicas as correntes socialistas não
marxistas.

Marx do tópico não tem nada, portanto, defende pelas razões já referidas a superação do capitalismo e essa superação
faz-se pela via revolucionária, portanto passagem do capitalismo para o socialismo far-se-á não de uma forma pacífica
ou até por iniciativa daqueles que mandam no capitalismo mas através da luta de classes nomeadamente dos trabalhadores
assalariados como classe prejudicada no capitalismo e a burguesia como classe privilegiada no capitalismo e através da
ação revolucionária.

O socialismo instalou se em algumas economias, durante uns tempos as economias socialistas nas fazes iniciais do seu
desenvolvimento económico pareciam ser um expediente correto para o desenvolvimento económico.

São poucos os pontos que estão nas lições relativamente ao pensamento de Marx são poucos os que vamos dar nas aulas
( esta escrito nos sumários). Ex: conceção materialista da história e as leis da economia política marxista, estes dois
primeiros tópicos são dados no segundo semestre. Também não damos nem a teoria da concentração nem a tendência
para a baixa media de vida. Também não damos a teoria da redução e construção de nsq.

Teoria das crises já foi dada ( não é mais do que a critica de marx a lei de say)

O que que vamos dar? Teoria do valor e mais valida, teoria da exploração, teoria do salario, e a teoria marxista
das classes sociais ( doutor já referiu quando referiu a luta de classes como um motor para a superação de um
sistema, foi pela via revolucionária que se recorreu para substituir economias pré liberais por economias liberais,
também o liberalismo não se instalou pacificamente no mundo, instalou-se pela via revolucionária. ~

Sempre que um sistema seja superado por outro, seja o feudalismo ou capitalismo pelo socialismo é através da via
revolucionaria.

Aula 14.12-21º

Na aula passada ficamos na matéria relacionada com Marx ( só os pontos referidos são objeto de
avaliação).

Teoria do valor:

Determina o valor de um bem para Marx, não é o valor de uso, não é a utilidade, diz Marx que ate porque a
utilidade de um bem varia de consumidor para consumidor. O mesmo bem pode ter para cada um de nós um utilidade
distinta, não há aqui uma espécie de qualidade universal que se aplica ao bem independentemente de quem queira

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adquirir a partir da qual possamos determinar o valor de troca do produto. O mesmo bem exposto numa montra tem
utilidade diferente consoante a pessoa.

Qual a variável que determina o valor de um bem?

A variável que marx refere aproxima-nos daquilo que ricardo disse co, uma certa diferença: para Marx o que
determina o valor de um bem é a quantidade de trabalho socialmente necessaria para a produção de um bem. Não é
o que dizia ricardo, é diferente, ricardo dizia que o que determinava o valor de um bem era a quantidade de
trabalho despendida na sua produção. Aqui o que temos como variável determinante do valor de um bem é a
quantidade de trabalho despendida socialmente necessária para produzir o bem. Estamos a pensar na produção de um
produto em causa por um operário com habilitações medias ( nem muito bom nem muito mau), trabalhando com
diligencia media ( nem muito rapidamente nem muito lentamente) e tendo as habilitações medidas necessárias para
exercício daquela função. No fundo este trabalho socialmente necessário é uma media.

Exemplo: temos 2 carpinteiros, um muito bem preparado e outro menos. O que esta muito bem preparado
trabalha com muita rapidez e o outro mais lentamente. O que vai acontecer é que o mesmo objeto, ex uma
cadeira, produzida pelo trabalhador com melhores qualificações, melhor preparado que trabalha com mais
intensidade essa cadeira demora uma hora a ser feita. Uma cadeira exatamente igual produzida por um
trabalhador com habilitações inferiores, ou seja, menos capaz, com diligencia inferior a do primeiro
trabalhador demora 1h30 a ser produzida. Temos aqui duas cadeiras exatamente iguais, a primeira
produzida com recurso a 1h de trabalho e a segunda com recurso a 1h30 de trabalho. Terão valores
distintos esta duas cadeiras? Não faz sentido, duas cadeiras exatamente iguais não podem ter valores
distintos. Muito menos ter mais valor aquela que foi produzida mais vagarosamente por um trabalhador
com menos habilitações que utilizou por exemplo instrumentos que são menos aperfeiçoados do que aquele
utilizados pelos primeiro trabalhador. Não faz sentido.

Portanto, o que interessa para determinação do valor em trabalho de uma mercadoria, segundo marx, o valor
socialmente necessário, ou seja, em media necessário para que se produza aquele bem. Pensado num trabalhador que
tem habilitações medias ( nem muito boas nem deficientes) que trabalha com uma diligencia media ( nem
extremamente zeloso nem preguiçoso) e que utiliza instrumentos de produção normalmente utlizados ( nem muito
sofisticados para a época nem muito rudimentares).

Marx distingue o valor de uma mercadoria em trabalho do preço de mercado dessa mesma mercadoria, ou seja, o
valor da mercadoria em trabalho do valor dessa mesma mercadoria no mercado. admite que o valor de uma
mercadoria no mercado pode não ser o valor da mercadoria em trabalho porque admite que no mercado o produto se
há de transacionar tendo em consideração por um lado os salários pagos e portanto o trabalho despendido mas
também alguma remuneração que tem de ser dar sobre o capital investido.

Voltando a ricardo, defensor da teoria valor trabalho, disse que há 3 dificuldades para a aceitação desta teoria:

1. circunstancia do fator de produção trabalho não ser fator de produção homogéneo, há varias categorias do
trabalho – ricardo diz que isto se resolve considerando o trabalho qualificado ou não qualificado como um
tipo o trabalho não qualificado. Marx diz isto, desta forma se torna homogéneo um fator de produção que a
partida não é homogéneo porque há diversas categorias de fator trabalho

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2. para produzir o que quer que seja para alem de mobilizar trabalhadores também temos de utilizar
capital, instrumentos de produção, instalações fabris. Como se pode perante este facto voltar a afirma que
só o trabalho gera valor? Ricardo responde que os instrumentos de produção, instalações Fabris, maquinas
etc são elas próprias trabalho, são fruto do trabalho de outros trabalhadores. Portanto, o que determina o
valor de um bem em ricardo é o trabalho diretamente empregue na produção de um bem e é o trabalho
indiretamente empregue na produção de um bem ( aquele que foi empregue nos instrumentos, produção das
máquinas etc). Trabalho vivo e trabalho morto

3. há ainda uma terceira dificuldade: concluímos que as maquinas são fruto de trabalho os instrumentos
também etc, o problema é que para esses bens terem sido produzidos alguém teve de adiantar o capital.
Nem que seja para pagar os salários para os bens terem sido produzidos. E esse alguém tem de ser
remunerado, o seu capital há de ser devolvido através das receitas da venda mas ele vai ter de ser
remunerado porque se não não faz o investimento ( nenhum capitalista investe para receber de volta
exatamente o mesmo valor que investiu, se assim fosse ficava quieto). Para que haja remuneração o preço
do produto, alem de ter o embate dos custos salariais temos também de ter la o embate da remuneração
sobre o capital que se há de fazer para pagar o investimento. Ricardo diz que isto é verdade e que faz
com que dois bens com iguais quantidades de trabalho, vivo ou morte, mas diferentes composições de capital,
diferentes composições de investimento, tenham preços distintos porque a remuneração de diferentes composições
de investimento é diferente de bem para bem. Nuns caso será maior e noutros menor. Esta dificuldade não
é ultrapassada por ricardo, é apenas menorizada.

Depois diz que como tese geral podemos continuar a afirmar que é o trabalho que determina o valor dos
bens mas a verdade é que se calhar não podemos continuar a afirma-lo, pelo menos, com propensões de
absoluta exatidão.

Marx tenta enfrentar esta dificuldade:

Vai por um lado definir como se determina o valor de um bem em trabalho ( valor de um bem em
trabalho = depende da quantidade de trabalho socialmente despendida na produção desse produto, ou seja, do
trabalho despendido na produção por um operário com habilitações medias, trabalhando com uma diligencia
media e utilizando instrumentos de produção normalmente utilizados mas depois vai dizer, cuidado, porque
este valor de um bem em trabalho não tem de corresponder ao preço do mesmo produto no mercado. O
preço do produto terá de repercutir os salários mas também a remuneração do capital. Também Marx, no
fundo, não ultrapassa a limitação a esta teoria que já tinha sido apontada por ricardo. Ricardo menorizou a
dizendo que é verdade, mas dizendo que podemos continuar a dizer em tese geral que é o trabalho que
determina o valor dos bens. Marx contorna distinguindo o valor de uma mercadoria em trabalho de preço
dessa mercadoria no mercado.

Duvida aluna: “ neste caso uma vez que terá inicialmente de ser investido valor naquele bem será só num primeiro
momento pois a haver a venda do bem isso gera retorno”

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Dr. responde: num primeiro momento faz investimento, mas quando o dr. falou capital adiantado é nas maquinas,
instrumentos de produção, instalações fabris mas também para o pagamento dos salários. Em novos ciclos produtivos
teríamos novos pagamento de salários e teríamos máquinas com necessidade de serem substituídas, instrumentos de
produção que se desgastaram e tem de ser substituídos etc. há contínuos investimentos que determinam continuas
remunerações

2º ponto importante: distinguir o valor do trabalho do valor da força do trabalho

Contrariamente ao que se possa afirmar, Dr. também poderá afirmar quando não esta a falar de Marx, os
trabalhadores quando vendem no mercado de trabalho a sua mercadoria, não vendem o seu trabalho, mas sim a sua
força de trabalho. Isto porque se vendessem o seu trabalho teriam solicitado por ele uma remuneração igual ao valor
que o trabalho produz.

Exemplo: ninguém vende uma coisa que produz o valor de 1000 sem exigir 1000.

Sabemos que não é isto que acontece, os salários não consomem todo o valor da produção, nos temos os salários mas
também temos as rendas, os juros e os lucros.

Desta feita, repetindo, os trabalhadores quando aparecem no mercado de trabalho não estão a vender o seu trabalho
porque se o estivessem a fazer exigiriam um valor igual aquele que o trabalho produz e não teríamos nem rendas
nem juros nem lucros. Estão a vender uma outra mercadoria que se designa por força do trabalho.

A força do trabalho identifica-se com a capacidade física e psíquica do trabalhador para trabalhar.

Que valor tem a força do trabalho?

A mercadoria força de trabalho, ou seja, aquela que o trabalhador transaciona no mercado de trabalho, a
capacidade física e psíquica do trabalhador para trabalhar, há de ter um valor que é função, que depende, do
trabalho socialmente necessário para produzir essa mercadoria.

Que trabalho socialmente necessário para a produção da mercadoria força do trabalho é esse?

Resposta: é o trabalho socialmente necessário para produzir os bens indispensáveis para que o trabalhador mantenha
essa mesma capacidade física e psíquica.

Recapitulando:

O trabalhador quando vende uma mercadoria no mercado de trabalho não vende o seu trabalho porque se o fizesse
exigia um valor igual a valor da produção e, portanto, toda a produção geraria apenas uma categoria de rendimentos
salários, não havia nem rendas, nem juros nem lucros. O que ele vende é a sua mercadoria força do trabalho, ou

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seja, a sua capacidade física e psíquica para produzir, que valor tem esta capacidade física e psíquica para
produzir?

Esta mercadoria força do trabalho tem o valor que depende do trabalho socialmente necessário para produzir os
bens indispensáveis para a manutenção e a reprodução dos trabalhadores, para que se mantenha no mercado força
de trabalho, para que se mantenha uma determinada oferta de trabalhadores ou até que ela vá crescendo a medida
que as necessidades de produção assim o determinem.

Portanto, o valor de mercadoria da força do trabalho depende da quantidade de trabalho socialmente necessário para
produzir essa mesma mercadoria, ou seja, depende da quantidade de trabalho socialmente necessário para produzir
os bens indispensáveis a manutenção do seu trabalhador e da sua família, de outra forma não há nem manutenção
nem reprodução da força do trabalho.

A mercadoria força do trabalho depende do trabalho somente necessário para a sua produção, isto é, depende do
trabalho somente necessário para a produção dos bens indispensáveis ao trabalhador e a sua família.

Isto já nos esta a levar para a equivalência entre salário e mínimo de subsistência, o salario paga os bens que são
necessários que o trabalhador e a sua família disponham para que se mantenha e se produza a força do trabalho.
Paga estes mas não paga mais que este . portanto, por esta via, já nos estamos a encaminhar para uma nova
equivalência entre salario e mínimo de subsistência. Mas enquanto que os clássicos consideram que essa equivalência é
fruto de leis naturais, nomeadamente fatores demográficos, Malthus, Smith e ricardo que por esse efeito convoca o
principio da população de Malthus, Marx vai por um caminho completamente distinto para explicar esta equivalência
( dr. vai dizer qual é este caminho mais tarde).

A equivalência no capitalismo para Marx também se faz, NO CAPITALISMO, entre salario e mínimo de
subsistência.

Temos aqui 2 valores:

1. valor do trabalho = valor de produção


2. valor da força do trabalho = valor dos salários

Vamos supor que há uma produção que geram um rendimento de 15.000 e que foi necessário pagar de salários de
8.000 ( que aqui decorrem tanto do trabalho vivo como do salario morto). Há uma diferença entre o valor
produzido pelo trabalho e o valor pago aos trabalhadores. Esta diferença em Marx designa-se de mais-valia. Esta
diferença entre o valor que o trabalho produz que é igual ao valor de produção e o valor que o trabalhador recebe
pela sua força de trabalho que é igual ao salário designa se de mais-valia.

A mais valia agrega 3 categorias de rendimento que já conhecemos:

→ rendas
→ juros
→ lucros

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A mais valia é a designação que damos no capitalismo ao excedente, ao excedente que o trabalho produz. Esse
excedente que o trabalho produz, mas que o trabalhador não recebe, no capitalismo com Marx designa se de mais
valia e comporta as rendas, os juros e os lucros e depois há a distinção entre mais valia e mais valia relativa (
fica para o nosso estudo).

Marx exatamente porque há mais-valia e ela é apropriada por determinadas classes sociais ( os que recebem
rendas, juros e lucros) mais valia nsq ( 24:46) no capitalismo de acordo com Marx é exploração, há exploração
dos trabalhadores porque eles criaram muito mais valor do que aqueles que eles receberam. Aquele que eles não
receberam, a mais valia, vai ser absorvida por outras classes sociais não por elas terem participado na produção
mas por serem donas dos meios de produção, ou de terras ou de capitais monetários, ou de empresas. Portanto, temos
a mais valia e pela circunstancia da mais valia ser apropriada pelas classes sociais como referido temos exploração.

Portanto, o capitalismo é para Marx um sistema de exploração. Deve notar-se que Marx diz que o capitalismo é um
sistema de exploração, mas é um sistema de exploração necessária. Não há volta a dar, enquanto houver capitalismo
o fim da produção é a obtenção do máximo lucro e para se atingir o fim da produção contratam-se trabalhadores
assalariados e, portanto, necessariamente pela combinação entre a contratação de trabalhadores assalariados e a
procura de obtenção do máximo lucro resulta a exploração. Capitalismo é um sistema de exploração, não é uma
exploração que resulta da vontade do capitalista, do seu mau carater, resulta das características do sistema. É um
sistema que vive da contratação de trabalhadores assalariados e é um sistema que vive para a obtenção do máximo
lucro e, portanto, necessariamente nestas circunstancias é um sistema de exploração necessária. Portanto, maquia-se
um pouco o dramatismo, as tintas pesadas que se associam a palavra exploração.

Dr. há pouco referiu que a própria explicação de que quando o trabalhador vende no mercado uma determinada
mercadoria não vende a mercadoria trabalho mas sim a mercadoria força do trabalho e que o valor dessa
mercadoria depende do trabalho somente necessário para produzir os bens que são indispensáveis a manutenção de
REPRODUÇÃO da força do trabalho, ou seja, para a manutenção do trabalhador da sua família e não mais do
que isso, quando dr. disse isto, disse que já estava a apontar para a equivalência do salario e o mínimo de
subsistência.

Teoria Marxista do salário e razoes que determinam a equivalência entre salario e o mínimo de subsistência

Os clássicos diziam que a equivalência existe por leis naturais, se os salários melhoram a população aumenta e a
população ativa aumenta ao final de uns anos e como há maior oferta de trabalhadores do que antes havia então a
leis dos preços diz nos que a remuneração do trabalhador vai baixar, salario regressa ao mínimo se subsistência ou
quem sabe ate abaixo do mínimo de subsistência durante algum tempo.

Marx, para já, avança outra explicação. Quando os salários começam a aumentar, quando se sente uma pressão
para o aumento dos salários e essa pressão sente se quando há uma grande procura de trabalhadores maior do que
a oferta de trabalhadores. De vez em quando, quem tem poder negocial, mais poder negocial, não é como
habitualmente o capitalista, o patrão é o trabalhador quando sente que há vários patrões interessados na sua força
de trabalho então ai aproveita para exigir um salario mais alto. Como qualquer pessoa, sentindo a sua mercadoria a

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ser mais procurada que usualmente em regra exige uma valor mais alto. Marx diz que isto acontece de vez em
quando só que quando acontece, quando os capitalistas, os empresários sempre que se esta a entrar numa pressão
para o aumento dos salários eles substituem homem/ mulheres por maquinas, ou seja, introduzem novos processos de
mecanização na produção. Portanto, a forma como o empresário, capitalista, reage a uma pressão de aumento dos
salários é a de libertar mão de obra através da substituição ate certo ponto dos homens e mulheres que trabalhavam
nas fabricas por novas maquinas ou por mais maquinas. O grande fator de produção é o trabalho, atualmente temos
fabricas onde praticamente não há trabalhadores, há muitas máquinas. Assim, diz Marx, que se mantem nas
economias uma massa de desempregado suficiente para que os salários não tendem a aumentar, ele designa como
exército industrial de reserva. O exército industrial de reserva não é mais do que uma massa de desempregados que
existe para que os salários não tendam a aumentar porque havendo um desemprego relativamente considerável os
trabalhadores não tem o tal poder negocial para exigir salários mais altos.

Quando o exercito industrial de reserva começa a diminuir porque há mais e mais procura de trabalhadores ele
reconstitui-se por ação dos capitalistas e dos empresários através da operação de substituição de pessoas por
maquinas, nas suas fabricas vão substituir ate certo ponto, o que é possível tendo em conta as condições tecnológicas
de cada época.

Diferenças entre Marx e os clássicos no que respeita as causas que determinam a equivalência entre o salário e o
Mínimo de subsistência:

→ 1ª diferença: clássicos assentam em leis naturais, em fatores demográficos. Fatores demográficos que
produziram os sues efeitos no capitalismo ou num outro qualquer sistema económico, as leis naturais não se
relacionam com este ou com aquele sistema económico, aplicam se em quaisquer circunstâncias. ( ex: lei da
gravidade que tanto funciona no capitalismo como no feudalismo como no socialismo. O mesmo se dirá quanto
as leis naturais que para os clássicos são aquelas que determinam a equivalência entre o salario e o
Mínimo de subsistência.

Marx avança uma explicação, já referida, que nos diz que essa equivalência existe mas que é fruto não de
leis naturais mas de leis históricas próprias dos capitalismo, portanto, é uma equivalência que pode
desaparecer se invés do capitalismo tivermos um outro qualquer sistema económico nomeadamente o socialismo.
Em circunstâncias outras, com outro sistema económico, obviamente que Marx pensa primeiramente no
socialismo, esta equivalência desaparece e o salário pode perfeitamente fixar ao nível do mínimo de
subsistência. Ate porque mais valia, aquele excedente, passa a ser ele de apropriação coletiva e não de
apropriação por parte das classes que são proprietárias dos meios de produção.

Portanto:

→ Num caso leis naturais, noutro caso outros fatores


→ Num caso fatores que funcionam a longo prazo ( fatores demográficos uma vez que é necessário que passe
algum tempo para que a melhoria das condições de vida se traduza num aumento da população ativa); no
outro caso esta equivalência existe porque existe exploração e a exploração existe porque estamos num
determinado sistema económico que é o capitalismo e não outro qualquer

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Teoria marxista das classes sociais – Luta de classes

Já sabemos que a passagem de um sistema económico para outro se da pela luta de classes, portanto pela ação
revolucionária, não se faz pacificamente. Temos classes exploradas, temos classes exploradoras, temos classes que
estão a aumentar o desenvolvimento económico, temos classes que estão pela sua ação tendenciosa (?) na sociedade e
na economia entravadas em desenvolvimento económico. De vez em quando temos revoluções e um novo sistema económico
( aconteceu na passagem das monarquias absolutistas para as sociedades liberais e os regimes liberais; capitalismo
não impos, mas em praticamente em todos os países em que se afirmou fez-se essa afirmação pela via revolucionaria
e não pela via pacifica, diferente de transição pacifica; também substituição do capitalismo pela socialismo, nos países
em que se deu, deu se sempre pela via ou da revolução ou pelo menos da imposição da força de um determinado
grupo social, aquele que representava o proletariado ( linguagem marxista) contra outro grupo social, a burguesia.

Assim a luta de classes como motor da evolução histórica e da evolução de um sistema para outro sistema. No fundo,
a luta de classes tem no marxismo um poder, um dinamismo que a luta entre as raças tem, por exemplo, no
nazismo. Enquanto os nazis vem a luta entre as raças como um motor da evolução histórica, os marxistas veem a
luta entre as classes como o motor da evolução histórica.

Quando falamos em classes sociais, por um lado falamos de falamos de trabalhadores assalariados e os
proprietários dos meios de produção por outro, basicamente o conflito histórico que interessa para o marxismo para a
compreensão nomeadamente a superação do capitalismo pelo socialismo, é aquele que arreda por um lado os
trabalhadores assalariados e do outros os proprietários das terras. Então e a classe media? Que não faz parte nem
de um nem de outra ( não faz parte das classes privilegiadas)? Para Marx esta classe tem nsq de existir,
segundo o capitalismo, se as economias de mercado funcionarem livremente, a sua tendência é para o seu
desaparecimento progressivo. Ou seja, a classe media no capitalismo liberal ou liberalizado tende a empobrecer,
essas pessoas que ocupavam esse segmento na sociedade rendem a ingressar o grupo dos trabalhadores assalariados
com pagamentos muito baixos. Portanto, o grande conflito histórico é entre essas pessoas mal pagas e os capitalistas,
classe media pode existir mas tendera a desaparecer porque tendera a empobrecer.

Capitalismo completamente liberalizado, substancialmente liberalizado, em que o estado não intervém nomeadamente em
politicas de redistribuição do rendimento tende a empobrecer a classe media ( vê-se isto em PT, atualmente a
generalidade dos jovens, trabalhadores qualificados, engenheiros etc quando vão trabalhar recebem entre 900€ e
1110€, remunerações que estão pouco acima do salario mínimo, pessoas que a partida tem qualificações que a
partida deviam ser remuneradas com vencimento substancialmente acima do salario mínimo, antigamente não era
assim, havia uma nítida distinção entre trabalhadores qualificados e não qualificados). Esvaecimento da classe media
e da classe media alta. É o que acontece quando o estado de demite de desenvolvimento de medidas mais afirmativas
tanto ao nível da produção ( fixação de salários mínimos, regalias para trabalhadores etc) como também ao nível
da redistribuição do rendimento.

Marx diz isto no capitalismo liberal. Para Marx é um nsq que produzira efeitos nsq. Estado para marx não é uma
espécie de entidade neutra preocupada em maximizar o bem estar de todas as pessoas, o estado é sempre dominado
pelas classes sociais dominantes. Numa economia capitalista o estado é dominado pelas pessoas a quem interessa que o
capitalismo sobreviva e se acentue nomeadamente a sua capacidade de exploração. Para ele o estado capitalista é o

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estado que esta a mercê daqueles a quem interessa o capitalismo e a sua exploração e se for preciso exploração mais
acentuada que a que já existe.

Noção de capital em Marx

Já falamos de capital com várias aceções dependendo dos autores e dos contextos. É um conceito que tem muitos
significados que variam consoante a matéria que estamos a traçar e consoante o autor.

O que é capital para Marx? São os meios de produção (máquinas) com duas condições. O capital são os meios de
produção, as maquinas, as instalações fabris, uma determinada quantidade em dinheiro desde que:

1. Essas máquinas e esses instrumentos de produção, essa determinada quantidade de dinheiro sejam de
apropriação privada, ou seja, pertençam a classes sociais restritas

2. Para alem de se cumpri esta primeira condição temos de articular esses meios de produção, essas máquinas,
essas instalações fabris, esse dinheiro que temos para investir com a contratação de trabalhadores
assalariados. Temos que criar uma situação que lhe vai resultar na geração de uma mais valia, portanto
na exploração daqueles que ficam com a mais valia não tendo no entanto participado na produção.

Exemplo: uma pessoa que tenha uma pequena loja onde trabalha sozinha, que seja o dono da loja, essa pessoa
nessa situação não pode ser considerada um capitalista nem aquilo que ele tem, a sua pequena empresa, é
verdadeiramente capital. Isto porque embora haja ali apropriação privada de meios de produção mas como não há
contratação de trabalhadores e geração da mais valia por esses trabalhadores e depois apropriação das mais valia
para os casos possidentes ( ? 49:17), é propriedade privada dos meios de produção mas não é propriedade
capitalista dos meios de produção.

Para que o sapateiro se possa considerar um capitalista ele tem de contratar empregados, tem de ser por exemplo ele
+ 4 ou 5, ai sim já temos um determinado estoque de bens de produção ( ferramentas, maquinas, instalação onde
esta situação a oficina de reparação de calçado) e temos o sapateiro que pode trabalhar também produz mas temos
4 ou 5 que também fazem o que ele faz, gera uma mais valia que vai caber ao dono da oficina de reparação de
calçado. Numa primeira hipótese em que o sapateiro trabalha isoladamente temos propriedade privada mas não temos
propriedade capitalista dos meios de produção já não segunda hipótese ele tem 4 ou 5 empregados já temos
propriedade capitalista dos meios de produção porque estamos a a acumular meios de produção de trabalhadores
assalariados que dão uma mais valia que vai ser apropriada pelo dono dos meios de produção.

Esta conceção de Marx é muito própria e não se confunde com outras. Nos sumários tem um ultimo tópico onde se faz
uma remissão para o que o Dr. disse quando deu noção e objeto da economia politica para o marginalismo. O
marginalismo ressuscita a utilidade como fundamento para a determinação do valor dos bens mas já não é uma
utilidade entendida comumente, é utilidade marginal. E também vai considerar que o rendimento de cada classe social
dependera da produtividade marginal que cada classe social tenha numa dada economia ( foi explicado quando dr.
deu noção e objeto da economia política). Essas explicações chegam para percebermos que o marginalismo no fundo é
uma corrente do pensamento económico que esta nos nsq do marxismo (51:47). Marxismo conduz o pensamento

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liberal a um pensamento revolucionário no sentido em que expõe as condições e circunstâncias que vão determinar a
substituição violenta de um sistema económico por outro, o marginalismo também deve a sua origem na escola liberal,
na escola clássica, mas não o transforma numa teoria, como o marxismo, em anticapitalista, antes pelo contrario, os
marginalista são aqueles que melhor seguem jean Baptiste say que se traduz na aceitação do capitalismo como um
modo de produção. Quando dr. deu os marginalistas na parte da noção e objeto é o que temos de recordar aqui.

Nota: prova vai ter um estrutura a que sempre teve:

1º grupo com 6 noções/ conceito e dos 6 escolhemos 4. Conceito que tem contornos bastante bem definidos e devem
ser definidos com alguma brevidade mas corretamente

2º grupo: 3 frases para comentar sendo que das 3 escolhemos 2. Se for uma frase de um autor temos de
comentar a frase, se for uma frase do dr. temos de dizer se esta errada ou falsa. Temos de explicar porque.

3º grupo: 2 temas e temos de escolher 1. Temos de responder com o máximo desenvolvimento

Assim:

1º grupo respostas sucintas mas concretas

2º desenvolvimento intermedio

3º máximo desenvolvimento possível

Todas as matérias são questionadas, seja num grupo ou noutro.

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AULAS PRÁTICAS Doutor Pedro Pereira

Aula1- 21.10

1. CLASSICO-MARXISTAS- ORIGEM E NATUREZA DO


VALOR

Trabalho produtivo EXCEDENTE


Valor riqueza

utilizada para produção

1. Estes autores faz do EXCEDENTE o nuclesso essencial da ciência económica. Desde os fisiocratas se
interrogam sobre a origem da riqueza- o que dá valor às coisas- qual origem valor das coisas? O QUE É
O VALOR?

2. Como se distribuiu a RIQUEZA ENTRE AS CLASSES SOCIAIS?

A. FISIOCRATAS- mais antigos. Encontramos a criação do valor sempre que a partir determinado conjunto de
bens vemos que apos a utilização do trabalho se gera conjunto de produtos maior que essencial . Para estes
autores é importante, o CONCEITO TRABALHO PRODUTIVO- aplicado num DETERMINADO
CONJUNTO DE BENS é capaz gerar NUMERO CAPACIDADE SUPERIOR. É na agricultura que vem
trabalho produtivo , capaz de produzir excedente ou seja quantidade bens superior à inicial, é liquido.
Porque? Porque esse trabalho aproveita a FERTILIDADE NATURAL DA TERRA- sementes à terra.

CONCEITO EXCEDENTE- parte da riqueza produzida ( a maior quantidade de bens que resulta do
processo produtivo )que excede a riqueza consumida ( sementes). Logo o excedente resulta do processo
produtivo.

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Na 1º questão- qual origem excedente? É o TRABALHO PRODUTIVO que só é o AGRICOLA, onde há
EXCEDENTE FÍSICO. EXCEDENTE TEM QUE SER FÍSICO.

Ex, trabalho industrial- madeira e transformar numa mesa- a quantidade de bens é a mesma mas
numa forma diferente.

É já a segunda questão - E mais a frente vemos que fisiocratas trataram da DISTRIBUIÇÃO


EXCEDENTE- TABLEAU ECONOMIQUE ( veremos + frente). Não elaboraram teoria do valor

B. EM SMITH que encontramos a tentativa de determinar/ elaborar TEORIA DO VALOR . Smith e


Ricardo, com variações adotam teorias valor- trabalho. O que dá valor é o TRABALHO- quantidade de
trabalho que se incorpora nela.

TRABALHO VIVO- é o que cria valor. Smith não dedica a sua analise à agricultura, valor , capacidade
criar valor é encontrada também do TRABALHO INDUSTRIAL. Esse valor é superior ao das matérias -
primas e do salário que os trabalhadores recebem.

EXCEDENTE é o valor deduzido do utilizado para a PRODUÇÃO- é este excedente, o tal que os fisiocratas
apenas viam em termos físicos e em Smith torna em TERMOS ABSTRATOS, é este valor que vai ser
distribuído pelas classes sociais.

Smith entende que este excedente se vai distribuir naturalmente pelas classes sociais- trabalhadores produtivos,
proprietários terras e capitalistas ( que para Smith são as 3 classes existentes) , mas apesar de dizer
que OCORRE FORMA NATURAL também diz que tem CARACTER CONFLITUAL- salário (
trabalhadores) + lucro ( capitalistas) + renda ( proprietários)- e para uma classe ganhar outra diminui,
como um bolo grande. Cada uma das categorias do rendimento só pode aumentar à custa de outra.

C. RICARDO- evolui na teoria do valor de SMITH e diz que valor mercadoria depende da QUANTIDADE
RELATIVA DE TRABALHO que É NECESSARIA PARA SUA PRODUÇÃO . E diz Ricardo que a
UTILIDADE DE UM BEM não serve como medida de valor mas é essencial pressupor. Utilidade é pressuposto
do valor mas não é medida do valor.

Porque? Todos autores clássicos quando formar teorias do valor admitiram ou procuram estudar a ideia do
VALOR DOS BENS DEPENDER DA SUA UTILIDADE. Se bem é mais útil tem mais valor. Problema-
confrontaram-se com PARADOXO VALOR- bens uteis com baixo valor e vice versa- Ex, agua e diamante-
e não conseguiram resolver. Então disseram que valor é apenas pressuposto, não pode ser a base da teoria

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como medida do valor. Portanto, a UTILIDADE é afastada aparentemente momento de identificação
PARADOXO DO VALOR.

DISTRIBUIÇÃO RENDIMENTO- não tratamos só ideia de continuidade em Smith- ideia conflitualidade dos
rendimentos e é aprofundada.

D. MARX- o que este autor diz é que também do ponto vista da continuidade da IDEIA DE VALOR de
RICARDO- trabalho relativo necessário para os produzir, mas já com perspetiva mais particular.
Encontramos TEORIA DO VALOR orientada para demonstrar que a ESSENCIA DO CAPITALISMO é
um sistema de EXPLORAÇÃO NECESSÁRIA, ou seja, mesmos pressupostos ricardo mas com objetivos
diferentes.
Marx- o valor do mercado dos bens , que reconhecemos aos bens é diferente do valor do trabalho-
MERCADORIAS não trocam pelo VALOR – quantidade de trabalho necessária para produzir. São trocadas
pelo PREÇO DE PRODUÇÃO e não VALOR DE PRODUÇÃO- Marx diz que o patrão não compra
trabalho do trabalhador, o que compra é a força de trabalho do operário e não o seu trabalho. Esta ideia
de FORÇA DO TRABALHO- capacidade física e psíquica trabalhador é uma mercadoria como qualquer
outra. Para efeito custo produção o carpinteiro tem força de trabalho e o que patrão paga é a força do
trabalho e não trabalho .

Ex, numa fabrica produz se 10 relogios por mês e cada um vale 100- é valor do
trabalho- produziu 1000 euros no mês . Ma o valor da sua força de trabalho é menos,
por exemplo 600 euros.

O valor da força do trabalho depende do TEMPO TRABALHO SOCIALMENTE NECESSÁRIO para a


sua produção. No fundo é uma espécie , todos dias trabalhadores trabalha, é preciso alimentar-se, vestir-se
e é esse valor necessário a reconstituir a sua ENERGIA é isso que CORRESPONDE À FORÇA DE
TRABALHO.

O salario corresponde a esse valor da força de trabalho.

Ora, se aquilo que capitalista compra não é trabalho mas é força de trabalho, tem DIREITO DE A USAR
, de a CONSUMIR, e como? Faz-se trabalhador trabalhar. Esta MERCADORIA tem no entanto uma
característica especial é capaz de CRIAR UM VALOR SUPERIOR ao da sua FORÇA DE TRABALHO.

Ex, recebe 600 euros mas produz no valor de 1000

Valor força de trabalho cria - valor da força de trabalho= TRABALHO QUE NÃO É PAGO/
TRABALHO EXCEDENTE/ MAIS -VALIA. Só pode ser apropriada é o empregador , pois é ele que
define salario e é detentor dos meios produção.

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Nesta apropriação, Marx vê a tal EXPLORAÇÃO- ve trabalhador a ser explorado- cria valor superior
ao da sua força de trabalho. Marx diz NÃO É ACIDENTE, o capitalismo é sistema de exploração
NECESSÁRIO, faz parte do capitalismo. E diz que esta exploração é tão exploração esclavagista. Bem se
olharmos para a relação entre ESCRAVO E ESCLAVAGISTA ninguém tem duvidas em encontrar uma
exploração, não tem direito a nada, recebe alimentação e condições básicas manter-se vivo e explora a sua
força de trabalho. Face a esta comparação, a mesma coisa acontece no CAPITALISMO mas está escondida
através de uma APARENTE TROCA EQUIVALENTE. Marx diz que produto do trabalho é superior
aquilo que a nossa força de trabalho produz e daí haver uma RELAÇÃO DE EXPLORAÇÃO
NECESSÁRIA.

Esta relação de exploração, a DISTRIBUIÇÃO DO RENDIMENTO, capitalista fica mais que trabalhador-
gerará uma REVOLUÇÃO SOCIAL e é substituído por outro sistema económico.

Capitalistas- dinheiro, maquinas, tudo que não sejam terras


Proprietários- terras
Trabalhadores- força de trabalho

2.SUBJETIVISTA-MARGINALISTA
A. SAY- é um autor do século 17 ou 18 ( Dr. Não tem certeza, confirmar ) que faz rutura com autores clássicos
quer TEORIAS VALOR e TEORIA DISTRIBUIÇÃO.

Quanto teoria do valor diz que não é trabalho que dá valor aos bens, mas sim UTILIDADE do BEM – corte radical
com autores clássicos.

Para outra questão da distribuição do rendimento formula TEORIA 3 FATORES DE PRODUÇÃO : diz que são
capital, trabalho e terra e para cada um deles há um detentor desse fator de produção que recebem um rendimento-
renda, salario e juro. E cada um destes 3 fatores de produção é independente um do outro. Na outra era um bolo e
agora é uma pizza- figuras independentes e autónomos . Não há conflitualidade, para o meu RENDIMENTO
AUMENTAR o outro NÃO TEM QUE DIMINUIR. Se cada valor destes fatores de produção é autónomo significa
que não há conflitualidade entre eles. Say tem visão HARMONIOSA DA SOCIEDADE- recebe de acordo com a sua
fatia de contribuição. Não há classes sociais aqui. Há classes mas a partir dos titulares dos fatores de produção.

E ainda FIGURA EMPRESÁRIO: que tem responsabilidade na produção é ele que vai buscar aos 3 fatores de
produção e organiza. E terá direito a um rendimento que é o LUCRO.

Say é o percursor destes subjetivismo e vai ser continuado pelos autores marginalistas, que aparecem seculo 19.

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B. MARGINALISTAS- a diferença é tão grande que se chama REVOLUÇÃO MARGINALISTA. Uma nova
economia subjetivista-marginalista , é corte com económica clássica ( assenta teoria valor do trabalho ).

Os autores marginalistas dizem que a origem e medida do valor é a UTILIDADE MARGINAL – teoria afastada
pelos clássicos dado paradoxo do valor.

Estes autores resolvem esse problema a partir de uma sofistação do conceito utilidade, criam conceito de UTILIDADE
MARGINAL- depende :

a) Quantidade existente de um bem – bens abundantes terão utilidade marginal baixa


b) Intensidade com que sentimentos a ultima necessidade que o bem satisfaz- bens satisfazem intensidade
baixa marginal baixa

Bem à margem será o que :

1ºcaso -Ou utilidade marginal- necessidade já tava a ser satisfeita por unidades anteriores do mesmo bem

2ºcaso -Ou o bem que satisfaz a necessidade menos interessa.

1 EX, vamos ao bar e pedimos café agora e daqui a meia hora café e daqui 1 hora outro café- temos uma
necessidade e satisfazemos essa necessidade com unidades sucessivas. O bem que está a margem é o ultimo café, que
satisfaz necessidade já satisfeita pelos outros cafés, A ultima caneca café tem utilidade inferior. Só no ultimo , 3
café é que satisfazemos a nossa necessidade total. Ultimo bem é o que tem menor utilidade marginal.

2 EX, falta agua em casa e trazemos 3 baldes de água, e destinamos 1 balde a beber , o 2 a cozinhar
e o 3 para limpar a cozinha- o 3 é que satisfaz a necessidade menos importante. Necessidade de cozinhar é o que
tem a utilidade marginal menor.

Intensidade da necessidade é o que resolve o paradoxo do valor . Diamante é bem raro a necessidade que sentimos dele
é alta.

É DESCRESCENTE a UTILIDADE MARGINAL. Eu satisfaço a necessidade do café, bebo 1 , bebo 2 , no 3


já diminui rapidamente. No diamante não descre tanto. Nunca ninguém se queixou, dado ao VALOR INTRINSECO
que se reconhece.

ÁGUA DIAMANTE

beber diamante 1

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cozinhar diamante 3
diamante 3

limpar

Aula2- 28.10

Síntese de Lionel robbins

Ideia inicial: Dr. Avelãs nunes não aceita esta definição mainstream para a ciência
económica e faz umas críticas, mas o dr. Pedro cunha entende que é uma definição
aceitável, desde que seja claro a distinção entre ciência económica, teoria económica e
política económica. Assim, é uma aceitação que tem como pressuposto que depois de
aceitarmos, fazermos uma distinção entre ciência económica, política económica e teoria
económica.

Definição mainstream aceite pela larga maioria dos autores como aceitável para definir
ciência económica.

O que é a economia para a maioria dos autores?

A maioria do autores dizem-nos que a economia é a ciência que estuda o comportamento humano, enquanto relação
entre fins e meios escassos suscetíveis de usos alternativos. Desta definição, a primeira coisa que ressalta “ciência que
estuda comportamento humano” é , portanto, uma ciência que se centra nas decisões que o homem toma.

Que decisões toma o homem perante relações entre fins económicos, entre aquilo que quer atingir e meios escassos? O
grande problema económico é afetar um meio, um bem que é escasso, que existe numa quantidade limitada e que alem
disso é suscetível de usos alternativos. Questões económicas só se colocam quando temos bens que para alem de serem
escassos são suscetíveis de usos alternativos para atingir fins.

Homem tem a questão de como afetar bem escasso a fins diferentes, alem disso esses fins são alternativos entre si.
Todos os problemas que vemos a passar na televisão são diferentes desta questão, no entanto todos os problemas
económicos se podem reconduzir de uma forma ou outra a esta definição, todos tem a sua raízes num problema de
afetação de bens escassos.

Esta definição coloca em relevo 3 pontos fundamentais da ciência económica:

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→ O problema económico
→ o princípio económico
→ juízo económico.

Problema económico

Já percebemos que é o problema da afetação de bens escassos, bens que não existem na quantidade necessária para
satisfazer todas as necessidades que com ele deviam ser satisfeitas. Todos os bens, que tem um preço são bens
escassos, por outro lado os bens livres utilizamos na quantidade integral das nossas necessidades, como por exemplo o
ar que utilizamos, utilizamos livremente em quantidades necessárias as nossas necessidades.

O problema da utilização destes bens que são suscetíveis de usos alternativos. Por exemplo a Laranja: podemos
fazer um bolo de laranja, um sumo etc são usos alternativos. E que satisfazem interesses ou fins de desigual
importância, ou seja, eu consigo hierarquizar os fins, posso dizer que é mais importante o fim x que y. Assim, já
temos 3 problemas. E que eu consigo escalonar seguindo uma escala de preferência.

Em suma, problema económico é o problema da utilização de bens escassos, suscetíveis de usos alternativos, fins de
desigual importância, segundo uma escala de preferências.

Princípio económico

A ciência económica a seguir dá-nos o princípio económico. Estas definição pressupõe que para fazer face a este
problemas, as pessoas, a generalidade das pessoas seguem um principio económico. Pressupõe-se que as nossas
escolhas são feitas de forma racional e que nós nos comportamos como seres racionais na luta contra a escassez. A
generalidade das pessoas são orientadas segundo um principio de rigorosa racionalidade e por isso se diz que este
conceito de ciência económica (marginalista) supõe que todos nós atuamos como homo económics um ser que atua de
forma rigorosamente racional nas suas decisões. Se o homo Economics atua segundo um princípio económico, a sua
conduta resulta numa conduta económica, conduta que melhor realiza, mais eficientemente, a afetação dos bens
escassos e que melhor cumpre os fins desses bens escassos.

Vou fazer as melhores escolhas, as escolhas mais racionais.

Em que que consiste este princípio económico? Este subdivide-se em 2 subprincípios ( ideias subalternas que
concretizam esses principio):

→ principio do máximo resultado, que nos diz que devemos procurar a maximização ( o máximo de
realização) do fim alcançado mediante a utilização dos meios escassos disponíveis.

Exemplo: se vamos fazer sumo de laranja é bom que tiremos da laranja o máximo resultado.

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→ princípio da economia de meios, significa a obtenção de um determinado grau de realização do fim proposto.
Posso alcançar um grau intermedio da realização desses fim, desde que o faça com economia dos bens
disponíveis. Ou seja, alcançar com o mínimo de dispêndio. Conseguir o máximo possível com o mínimo
possível. Máxima eficiência na afetação dos bens.

Exemplo: se o bolo de laranja ficar razoavelmente bom com meia laranja vou só utilizar meia laranja
e poupar o resto. O mesmo relativamente ao nosso tempo e estudo, queremos a aproveita lo da melhor
maneira.

Juízo económico

Como o nome indica supõe uma avaliação sobre se aquilo que vamos fazer realiza a melhor escolha possível para
atingirmos aquele fim. Averiguar se a ação que realizamos constitui a melhor escolha para atingir o fim proposto.

Juízo económico é uma avaliação, se é ou não a melhor escolha possível. Centra-se na avaliação do meio, se o meio
que eu tenho é adequado ao fim proposto. Não há nenhum juízo sobre os fins, os fins são dados, aquilo que
pretendemos atingir é o que pretendemos atingir e a ciência económica não diz nada sobre isso. Avelas nunes diz que
a ciência económica é uma pura ciência dos meios, não se interessa pelos fins a atingir.

Exemplo: ainda há autores que defendem que nos países de terceiro mundo a desigualdade de rendimentos é
um fim a atingir. A ciência económica não se importa com os fins só com os meios.

O dado fundamental desta síntese para a ciência económica é a escassez. O que se torna fundamento, razão de ser
da ciência económica é que há escassez, dado fundamental. O comportamento humano, aquilo que interessa à economia
é condicionado pela escassez.

Exemplo: as nossas condutas são condicionadas pelo facto de não termos acesso infinito a bens que
satisfaçam as nossas necessidades e, por isso, temos de fazer escolhas porque o tempo e os meios são
limitados e, em segundo lugar, porque os meios são suscetíveis de usos alternativos. Mesmo que os meios não
fossem tão limitados tínhamos sempre de fazer uma escolha, na medida em que os objetivos que pretendemos
atingir com aqueles bens podem ser diferenciados e depois porque há ainda uma hierarquização.

Tudo isto implicam escolhas e, por isso, dizemos que a ciência económica se torna uma ciência da escolha ou uma
teoria geral da escolha racional. Aquilo que a ciência económica faz é preparar-nos uma teoria geral da escolha
racional.

Assim, ciência económica como ciência que trata problema das escolhas que não se interessa pelos fins. Torna se uma
ciência da escolha racional de sabermos como vamos afetar estes bens.

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Reflexão critica sobre esta definição. Avelas nunes propõe demonstrar que esta definição tem falhas evidentes:

1. Esta definição de ciência económica é demasiado abrangente, é demasiado ampla pois também entram outros
domínios onde é possível aplicar o cálculo marginal.

Exemplo: das escolhas que se fazem num conflito material também ai poderíamos aplicar o juízo
económico, apesar disso a ciência económica não se ocupa destas escolhas militares, economistas
tratam somente das consequências das escolhas militares e não das escolhas em si. Apesar de na
vida militar puder ser aplicada a racionalidade económica.

De acordo com esta definição, quase que era ocnciednete em todos os campos que temos de fazer escolhas, há
mais campos da vida em que fazemos escolhas racionais e que não tem relevo económico. Exemplo das
escolhas feitas no campo militar que não devem se objeto da economia.

Dr. Teixeira ribeiro, ministro das finanças, tentou tornar mais restrita ou mais clara a definição de Robbins e dizia
que não podemos dizer que a ciência económica trata de todas as escolhas, mas somente das escolhas que respeitem 3
requisitos:

1. impliquem relações entre homens ou as afetem

2. de entre essa,s apenas as que se traduziriam na transmissão de bens, só faz sentido haver ciência
económica quando fazemos escolha que se traduzem na transmissão de bens, sendo que as transmissão tinha
de ser voluntaria. Só se trata quando transmissões são voluntarias. Por exemplo, os impostos são
transmissões coativas, não interessam para a ciência económica. Transmissões coativas são matérias de outra
ciência que é das finanças publicas

3. estas transmissões têm de ser feitas a título oneroso, transmissões que se relfetem em negócios jurídicos
onerosos. Exemplo: compra e venda, direito de cedência etc. não entrariam nas transmissões as gratuitas.
Exemplo quando um pai doa um bem, dinheiro, uma casa a um filho essa decisão é em princípio emotiva do
que com uma decisão baseada em critérios racionais.

Assim Dr. Teixeira ribeiro propõe circunscrever as escolhas que tem de implicar ou afetar relações entre homens,
dentro dessas apenas interessam as transmissões de bens e dentro dessas só as voluntarias e, em terceiro lugar tem
de ser feitas a titulo oneroso.

Dr. Teixeira ribeiro da exemplo: foi por sua vontade que o operário transmitiu ao patrão a sua força de trabalho e
foi por sua vontade que o patrão transmitiu o salário, ambas fizeram escolhas que se traduziram em transmissões.

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Ele diz que aqui há uma transmissão voluntaria de bens, da exemplo de uma relação que deve ser objeto de estudo
da ciência económica.

Dr. Avelas nunes que é marxista aceita esta ideia de que na relação de assalariados estamos a falar de uma
relação voluntaria de bens? Não, porquê? Alguém aceita ser explorado voluntariamente? Para um marxista quando o
trabalhador se coloca na situação de ser explorado no trabalho não é voluntario. Avelas nunes diz que não toma em
consideração a diferente posição em que estão os patrões ( que estão voluntariamente a contratar os trabalhadores)
mas os trabalhadores são coagidos a vender a sua força de trabalho, não é voluntariamente que vendem a sua força
de trabalho.

Quando alguém esta na posição de ser escravo é porque nasceu escravo ou foi feita escravo e, portanto, é na sua
condição jurídica que esta a ser tratado como uma coisa. Na relação de exploração capitalista a coerção é económica.
Trabalhador não tem mais nada para vender para sobreviver, aqui é uma coerção económica.

As limitações da análise baseada no comportamento do homo Economics

As críticas que nos podemos dirigir ao marginalismo e também a esta definição de ciência económica proposta pelo
marginalismo tornam claro um conjunto de limitações:

1º é a que acabamos de ver, a de definição de ciência económica ser considerada demasiado ampla

Há um outro conjunto de críticas que parte da ideia de que o homo Economics, enquanto instrumento de análise é um
instrumento falível, que não funciona. Ou seja, a ideia de que há um homem ideal que se comporta de acordo com um
princípio puramente racional conduz a resultados errados porque pressupõe uma racionalidade de que nos não somos
capazes (economia comportamental, mostra que muitas das nossas escolhas não são racionais)

Se nos centramos num agente que atua de acordo com puro princípio da racionalidade económica vai dar mal
resultados porque o homo Economics é puramente teórico, desenhado com o pressuposto de que atua sempre de acordo
com princípios universais de racionalidade económica e atua de acordo com esses princípios independentemente de onde
estamos. Atuaria sempre da mesma forma, puramente racional, completamente afastado de quaisquer tipos de
sentimentos, está à margem do contexto político, histórico, social etc (não tem diferença se vive na ditadura etc).
Desta feita, as decisões económicas deveriam ser exatamente iguais aquelas que se tomam noutras condicionantes
completamente diferentes, tomariam as pessoas sempre as mesmas decisões. Aquilo que nós percebemos é que ter uma
entidade regular que toma sempre o mesmo tipo de decisões, entidade previsível, é um ótimo instrumento de analise
económica, não varia.

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Portanto, a limitação que se aponta à ciência económica baseado no comportamento do homo Economics é que a
racionalidade é apresentada como um dado invariante, quando nos sabemos que na realidade, embora isso possa ser o
ideal não adere a realidade, não tem adesão a realidade

Segunda critica:

Problema de se centrar neste agente que supostamente é invariante quando nos sabemos que na realidade não é assim.

Terceiro conjunto de críticas que se faz a perspetiva subjetivista marginalista

É incapaz de compreender o capitalismo. Por várias razoes Dr. Avelas Nunes diz que não esta equipado com os
instrumentos que permitem compreender como o capitalismo funciona. Assenta na ideia de troca de bens, escolhas
feitas a partir desta troca e também pressupõe, como víamos em Teixeira ribeiro, que a troca entre força de
trabalho e salário é uma troca racional. Já vimos porque razão é que isso não faz sentido, ou seja, as razoes
porque nós não podemos tomar a relação de troca subjacente ao contrato de trabalho como uma relação de troca, não
devemos admitir a ideia de que um trabalhador pode escolher entre trabalhar ou não, não é essa decisão uma escolha
igual à escolha que o patrão faz, não estão em igualdade, trabalhador muitas poucas vezes pode escolher entre
trabalhar ou não.

Segundo, na analise das relações de trabalho: marginalismo (ajuda a esconder perante uma aparente relação de
troca de bens equivalentes aquilo que na perspetiva nsq não é uma troca de bens que não são equivalentes.

Exemplo: trabalhador recebe salário e entrega força de trabalho só que a força de trabalho cria um valor superior
aquilo que recebe. Nesta critica o marginalismo não consegue ver para alem da troca de bens equivalentes, não
consegue perceber a relação de troca subjacente.

As conceções subjetivistas marginalista supõe que a ciência económica se centra na luta contra a escassez, portanto
todo o ser humano atua com vista a satisfazer as suas necessidades e como não tem todos os bens que necessita esta
numa constante luta contra a escassez. A perspetiva económica marginalista assenta na luta contra a escassez.
Avelas nunes diz que a produção de bens é incapaz de compreender que as economias capitalistas não visam a
satisfação de necessidade.

Separa ideia seguinte de que as economias capitalistas vão alem disso, vão ao consumo. Produzir bens para
satisfazer necessidades não chega, empresas capitalistas alem de produzirem os bens vão produzir as necessidades.

Exemplo: comprar telemóveis, muitas vezes trocamos o nosso por outro que ainda esta a funcionar. Chama-
se a isto obsolescência programada, tornar obsoleto o bem que nos temos programadamente, exemplo dos
telemóveis.

A economia capitalista que supostamente é uma sociedade de consumo, diz se na sociedade do consumo os consumidores
são soberanos, há a soberania do consumidor, consumidor é o que decide o que compra.

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Exemplo: quando nos compramos muitos iogurtes de morango nos estamos a dizer que gostamos
daquele produto, o que resulta no facto do produtor produzir mais aquele produto.

A critica marxista desconstrói é que a logica da sociedade de consumo é só um pretexto para criar necessidades que
as empresas capitalistas, se houver necessidades ótimo, mas se não houver eles produzem. Economias capitalistas
criam a necessidade, este desejo, acabando por instrumentalizar o consumidor que é o soberano. Soberania do
consumir tem um problema é que, ao contrário da soberania popular em que todos temos a mesma quantidade de voto,
na soberania do consumidor não é assim, quem tem mais poder de compra tem mais votos. Portanto, os ricos têm um
peso maior, tem maior influência na soberania do consumidor.

A sociedade de consumo não assenta numa soberania do consumidor, mas sim do produtor que pela sua capacidade de
criar necessidades fazem com que os produtores sejam os principais agentes do sistema produtivo. São eles que
decidem o que produzir, quando produzir etc e depois disso criam as necessidade nos consumidores.

Exemplo: da publicidade em que criam em nos necessidades.

MERCANTILISMO

Bibliografia de base passa a ser introdução a história do pensamento económico. Começamos com uma corrente do
pensamento económico (não necessariamente uma escola, mas uma corrente) que se denomina de mercantilismo.
Desenvolveu se na Europa no seculo 16 e 17.

Vamos ver que nos chamamos a escola de pensamento económico correntes que tem uma grande uniformidade dos
autores. Os mercantilistas não são assim. Quando estavam a escrever tentavam resolver aquilo que lhe pareciam ser
os problemas da sua atividade e da economia do seu país. Na prática todos eles deram soluções semelhantes e, por
isso, é que hoje em dia os agrupamos no mercantilismo. Eram pessoas que refletiam do ponto de vista pratico sobre o
os problema que enfrentavam na sua vida.

Não há uma grande preocupação analítica ou uma construção rigorosa. Trata de problemas sem esse cuidar. Eles
não sabem trabalhar integradamente com outros autores, não sabiam que havia pessoas a escrever sobre o mesmos
problemas.

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Ideias comuns que podemos agregar nas grandes linhas do pensamento mercantilista :

Uma grande linha do pensamento mercantilista é das teses monetárias. Para os autores mercantilistas moeda era
essencial a riqueza. Sem um forma de intermediar as trocas de bens não há negócios e eles, como pessoas
interessadas no comercio, era muito importante a quantidade de moeda que circulada no mercado e a moeda deveria
ser boa

O que é moeda boa? Na altura a moeda era cunhada em metais preciosos e tinha um valor facial, inscrevia-se em
cima dessa moeda o que ela valia e o que ela valia correspondia ao seu valor do metal precioso com a qual era
cunhada. O problema era que muitas vezes havia problemas económicos e os soberanos desvalorizavam fisicamente a
moeda, a tal moeda que valia x escudos eles tiravam o ouro ou prata com a qual era cunhada, era um processo
físico, o retirava uma parte do ouro da moeda, ou seja, as moedas mantinham o valor de x tipo 6 escudos, mas
fisicamente valia menos.

Mercantilistas diziam que a moeda tem de manter o seu peso constante em metal precioso, moeda boa era aquele que
mantinha o seu peso constante em metal precioso e, pelo contrário, moeda ma era aquela cujos metais preciosos iam
oscilando. Portanto, em que o valor dos seus materiais preciosos se ia afastando do seu valor.

E abundante, só a moeda abundante permite fazer negócios e permite financiar negócios. Só quando a moeda é
abundante é que os empréstimos são fácies e baratos e, para estes homens, era importante que fossem de fácil
acesso.

Outro problema que os mercantilista trataram era como se conseguia moeda boa e abundante?

1º solução: extraindo materiais precisos de onde eles existem e, para os países que não tinham ou mesmo
tendo deviam tentar manter essa moeda em território nacional. Ou seja, não deixar que o ouro fosse para o
exterior e, por outro lado, tentar que moeda venha para o país. Deste modo, manter a que já existe e
atrair a dos outros países.

Como se consegue isto? Aumentar as exportações, bens a sair significa moeda a entrar e diminuir as
importações, bens a não ir e a moeda a ficar. Mercantilistas querem que as importações sejam o mínimo e
exportações sejam o máximo, balança comercial que seja permanentemente favorável (exportações maior que
importações).

Entra no país mais ouro destinado a comprar mercadoria produzidas ca do que aquele que sai para comprar
mercadorias estrangeiras, aqui tem se um ganho líquido. Em termos líquidos o país ganha ouro

Segunda linha de pensamento que atravessa autores mercantilista:

→ Ideias de uma política nacionalista.

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Estes consideravam que, sendo limitada ou pré-fixada a quantidade de recursos, a ideia é que um país só consegue
enriquecer à custa de outrem. Para um país ficar mais rico, ter mais ouro, para ter uma balança comercial
excedentária, outros países tem de ter uma balança comercial deficitária, um pais só fica mais rico a custa de outro.
Para um ter mais ouro o outro tem de ter menos. Isso exigia que um país que chega primeiro à riqueza, que tenha
um desenvolvimento económico mais rápido, para se proteger e para aumentar os seus território nomeadamente
coloniais devia ter um exército poderoso, constituir um exército grande.

Também por isso, uma segunda tese nacionalista é que os países deviam ter muitas pessoas, chamado populacionismo,
aumentar as pessoas existentes no país, quer porque se precisa de um exército grande, quer porque mais pessoas
disponíveis para trabalhar implica mais oferta, o que significa que vão baixar os salários, estratégia para ter custos
de produção mais baixos porque salários mais baixos significam custos de produção igualmente mais baixos.

Estas são as teses que relacionamos com o mercantilismo, ideia de que o comércio internacional é um jogo de soma
zero (ver pp).

Política económica mercantilista

1. Enquanto política económica mercantilista temos a defesa da liberdade da exportação de produtos


manufaturados e política de incentivos a exportação. Encontramos isto no mercantilismo francês, este procurou
incentivar a exportação através de:

o tornar os produtos franceses melhores que dos outros países. Exemplo: sedas, moveis etc e
efetivamente foram comprados por toda a europa porque tinham melhores feitos e passaram a ter
mais qualidade porque o estado impunha que se usassem técnicas mais aperfeiçoadas

o procedeu ao recrutamento de mestres estrangeiros.

2. Em segundo lugar a proibição de exportação matérias-primas, se eu quero produzir não posso permitir que
a matéria-prima seja exportada. Exemplo: fazer moveis não se pode exportar a madeira. Se eu quero
produzir não posso permitir também a exportação dos capitais, manter quer as matérias-primas quer os
capitais que necessários a indústria nacional

3. Terceiro vetor das políticas económicas mercantilistas é reserva do comercio aos nacionais e penalização das
importações – bulionismo espanhol. Controlo de autoritário dos câmbios e lançamento de direitos
alfandegários. Se conseguir tornar sempre a moeda espanhola mais valorizada do que a francesa vai fazer
com que seja caro comprar produtos espanhóis. Exemplo: o dólar está a valorizar se em relação as outra

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moedas, 1 dólar esta a valer mais que 1€ o que nos dificulta que nos PT consigamos comprar produtos
norte americanos. Espanhóis tornavam desinteressante comprar produtos franceses, tornavam com que fosse
difícil importar produtos franceses e alem disso lançavam direito alfandegários (estado cobra imposto
alfandegário de 5€ sobre o produto, ou seja, o produto que custava 10 passa a custar 15)

Outra forma de tornar mais oneroso a importação de produtos estrangeiros no mercantilismo industrial francês
que chegou mesmo a proibir a importação de sedas, por exemplo, entre outros.

Outra forma de preferência de comercio aos nacionais é penalização de importações que encontramos no
mercantilismo inglês que reservava aos barcos de bandeira inglesa, ou seja, para que houvesse produtos a
chegar a Inglaterra era necessário que chegassem em barcos ingleses, assim controlavam que produtos chegavam
e a que preços a Inglaterra.

4. Política de fomento das manufaturas, mediante a criação de manufaturas reais. Fabricas que eram privilegiadas
em relação as outras para que produzissem mais e com mais qualidade

5. Liberdade de comércio interno, ou seja, tornar o país unificado do ponto de vista do seu comercio. Para que o
produtor do Norte pudesse vender a um consumidor do sul. Unificação do mercado interno, dentro do país não havia
forma de impedir a chegada de produtos aos vários pontos do pais

6. Conquista de colónias em busca não só como locais da captação de matérias-primas e de metais preciosos, como
também como mercado de escoamento da produção nacional. Nas colónias dos países que adotaram o mercantilismo só
poderia ir buscar matérias-primas o país colonizador. Exemplo: Brasil e Portugal em que o comercio desses países
era privilegiado com a colónia não podia ir la outro pais a colonia vender os seus produtos.

Para que isto seja possível é também necessário que as colónias não sejam mercados em que haja transformação de
bens. São fontes de matérias-primas e destino dos produtos produzidos. Necessário que as colónias não consigam
produzir.

Aula 3-4.11

O dilema mercantilista e as equação das trocas

Vimos na última aula os vetores essenciais da corrente mercantilista. Vimos aspetos essenciais nas 3 variantes do
mercantilismo mais importantes: mercantilismo industrial francês ( industrial porque assenta na promoção das
manufaturas) vimos ainda o mercantilismo comercial inglês ( baseado na restrição do comercio na Inglaterra por

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navios de patilhão inglês) e bulionismo espanhol ( assenta no controlo cos câmbios da moeda, manter a moeda espanhola
num valor mais baixo que permita fomentar as exportações e ao mesmo tempo dificultar as importações).

Hoje vamos abordar uma controvérsia muito relevante que é a do dilema mercantilista. Como o nome indica dilema é
um problema, dizer duas coisas que são em si incompatíveis. Quais são essas duas coisas? Ter uma balança comercial
excedentária e, por outro lado, defender ter abundância de moeda.

Dissemos na última aula que mercantilistas defendem moeda boa a abundante e dissemos que defende uma balança
comercial excedentária (mais exportações que importações que permite ter um ganho líquido, que resulta na entrada de
mais ouro no pais, entra mais que o que sai).

O que autores posteriores vieram dizer foi que estes dois objetivos o da balança comercial excedentária a abundância
da moeda eram em si objetivos incompatíveis. Não se podia ter muita moeda e ao mesmo tempo uma balança comercial
excedentária. Qual a explicação? Porque que esta duas coisas são incompatíveis?

Para isso temos uma equação, M x V = P x T o que é cada uma desta letras?

M= quantidade de moeda em circulação. Quando as autoridades monetárias atuam sobre a massa monetária, quantidade
de dinheiro que esta em circulação (que é o que M representa, desde moedas, a cheques bancários etc tudo isso é
massa monetária)

V= velocidade da moeda (mudança de mãos), ou seja, é nº de vezes que a moeda é utilizada, que a moeda troca de
mãos num certo período, da nos ideia da velocidade que a moeda vai ser trocada de mãos. A que velocidade é que isto
ocorre?

Estas duas coisas multiplicadas M x V é igual a P x T.

P= preços de todas as transações

T= nº de transações

Em suma, esta equação representa esta igualdade, no fundo equivale a dizer que aquilo que os compradores gastaram
é igual aquilo que os produtores ganharam. Sobre esta equação é depois elaborada a denominada teoria quantitativa da
moeda. Esta tem duas formulações possíveis:

1. Destrói a construção do mercantilistas – FORMULAÇAO RIGIDA - condena mercantilistas


2. Outra que não destrói e da origem ao dilema, que permite subsistir o mercantilismo – FORMULAÇAO
MITIGADA -salva mercantilistas

Formulação rígida

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São constantes porque no fundo os hábitos são estáveis. A velocidade a que a moeda circula e o nº de transações feito
é constante. É constante porque os hábitos de consumo são estáveis e também se admite que há pleno emprego de fatores
(que quer dizer que todos os fatores que estão disponíveis par a produção, todos esses estão a ser utilizados). Quando
uma economia esta em pleno emprego é muito difícil produzir mais. Pleno emprego (não é pleno emprego das pessoas,
todas as pessoas estiverem empregadas). Se V e T são estáveis, se são sempre iguais (imaginemos que V é sempre
1000 e T também podemos estabelecer uma proporção direta entre M e T.

Se V e T são sempre iguais então o que vai influencia P é M. Esta equação muda quando mudar o P ou o M. o que
vai ter de mudar é sempre o M ou o P.

Se M aumentar 20% P aumenta 20% - relação direta o que tem uma importante consequência que dificulta a vida
aos mercantilistas. Sempre que a circulação de moeda aumenta os preços aumentam. Regra fundamental. O que se está
aqui a dizer mé que mais moeda em circulação = inflação.

Os mercantilista ficaram então com um problema porque se esta a estabelecer uma relação direta entre a moeda de
circulação e os preços. Os mercantilistas queriam que aumentasse a quantidade de moeda em circulação. Se isto é
verdade, e vamos admitir que a formulação rígida da teoria quantitativa da moeda é verdade, esta conciliação é
incompatível com aquilo que os mercantilistas queriam, estas duas coisas revelam-se incompatíveis porque se se tem uma
balança comercial favorável fica mais moeda no pais e se fica mais moeda a moeda em circulação aumenta e,
consequentemente, os preços aumentam o que significa que se tornam pouco competitivos no exterior, ou seja, o tal pais
que fazia muitas exportações vai ve-las a baixar porque os seus produtos estão pouco competitivos e ai as importações
aumentam porque os outros produtos são mais competitivos. Depois disto há um reequilíbrio automático.

Porque que abundância de moeda e balança comercial excedentária são incompatíveis? Aumento dos preços gera menos
exportações e mais importações porque os preços dos produtos estrangeiros se tornam mais competitivos. Assim, a balança
comercial vai se reequilibrar tornando se até por vezes deficitária. São incompatíveis porque o facto de se ter uma
balança comercial excedentária aumenta se a moeda a quantidade de moeda em circulação, o que resulta no aumento
dos preços, o que leva a uma balança comercial deficitária uma vez que as importações passam a ser maiores que as
exportações.

(dr. Pedro cunha não da isto)

Teoria do reequilíbrio da balança de pagamentos

Diz-nos que se um país importa muito vai perdendo paulatinamente ouro o que gera a diminuição dos preços, ou seja,
se os país esta a perder o ouro ( o tal pais que antes era muito exportador), começa a perder ouro, importa mais
do que aquilo que exporta. Se importa mais do que aquilo que exporta ao longo do tempo vai perdendo moeda em
circulação que gera a diminuição dos preços. Se a moeda esta a perder valor então as importações vão ficando mais
caras e as exportações vão ficando cada vez mais baratas ( ideia automática, se o pais esta com a balança comercial

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deficitária esta vai acabar por se estabilizar automaticamente porque quando diminui a quantidade de moeda em circulação
diminuem os preços).

O pais que esta a exportar muito e a importar pouco esta a aumentar o seu stock de ouro, se esta a aumentar o stock
de ouro diz nos a teoria que os preços consequentemente vão aumentar o que faz com que se torne cada vez mais difícil
exportar, uma vez que os produtos estão mais caros e, por outro lado, vai ser mais fácil importar porque os produtos
dos outros países face aos deste estão mais baratos.

Por efeitos das balanças comerciais as balanças de pagamentos acabam por se equilibrar. Isto acontece até que os
países se encontrem um equilíbrio, é automático. Estado não precisa de intervir. Acontece automaticamente.

A teoria quantitativa da moeda mostra-nos que os tais objetivos da abundancia de moeda e balança comercial excedentária
são inconciliáveis - logo temos um dilema. Problema dos mercantilistas é que estes não se deram conta deste problema,
somente outros autores se deram conta posteriormente.

O que vem resolver o problema dos mercantilistas é a formulação mitigada da teoria quantitativa da moeda.

Na rígida dissemos que V e T eram constantes. T não podia aumentar e V também não podia aumentar nem diminuir.
Autores designadamente Keynes que introduziu a condicionante de “ e se não houver pleno emprego?” (a formulação
rígida assume que sim). Keynes diz que na altura dos mercantilistas estes não viveram em economias de pleno emprego,
mas sim de desemprego de fatores produtivos. Se nos não estivermos em pleno emprego T pode aumentar, podem se
empregar mais pessoas, produzir mais e vender mais. Se não tivermos em pleno emprego T pode aumentar. Assim,
na formulação rígida admite-se economia de pleno emprego, já Keynes na mitigada diz que economia pode não estar em
pleno emprego e defende que na altura do mercantilismo a economia era marcada pelo desemprego nos fatores de
produção, terra e trabalho eram fatores desperdiçados, não estavam a ser utlizados em pleno. O que se diz é que
aquilo que esta pressuposto na formulação mitigada e que os mercantilistas também é que se M aumenta 20% V( os
preços( aumentam por exemplo 10% e o resto aumenta o nº de transações. Assim, nesta formulação dizemos que os
preços não variam na mesma proporção que a moeda.

Porque que a formulação mitigada resolve o problema dos mercantilistas? Problema dos mercantilistas era o facto do
aumento da moeda levar ao aumento dos preços que levava aos outros problemas. O problema dos mercantilistas é o
facto de se estabelecer uma proporção direta em M e o nível geral dos preços. A formulação mitigada resolve este
problema porque mantem a relação entre a quantidade de moeda e o nível geral dos preços mas tiramos a ideia de
proporção direta porque mais moeda não significa somente aumento dos preços mas também outros fatores, nomeadamente
fatores de produção.

Ideia base: isto passa vários autores que é saber que funções tem a moeda, para que serve a moeda? Há autores que
reconhecem à moeda certas funções e não reconhecem outras. Para say a moeda era simples intermediaria das trocas,

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para os mercantilistas a moeda não é só isso. É importante recentrar em ideias que são posteriores a estes autores que
nos dizem que funções podem ter a moeda. Encontramos em Keynes. Keynes explicou que a moeda pode ter 3 funções:

1. Meio geral e definitivo de pagamentos, se usarmos a moeda que esta corrente, moeda que esta a ser usada
para fazer as sua compras, então ela é meio geral e definitivo de pagamentos. Se devemos dinheiro a alguém
e entregarmos esse dinheiro, pessoa não diz que não.

2. Moeda é unidade de conta, moeda é uma forma de medir o valor das coisas, tal como o metro é uma forma
de medir distancia a moeda é forma de medir valor. Bem tem mais ou menos valor de acordo com a quantidade
de moeda que nos pedem por ele

3. Terceira função da moeda é a de reserva de valor, a moeda pode ser guardada em saldos líquidos ( não é
quando pegamos no dinheiro e investimos) mas quando mantemos moeda em saldos líquidos, ela esta disponível
para ser utilizada, sanemos que a podemos utilizar como valor.

Por exemplo, há quem prefira ter ouro, ou então um quadro pode ser reserva de valor, um quadro que vale
5000€, tenho uma reserva da valor. Eu uso a moeda como quem guarda uma riqueza, é um bocado isso
que esta na base do entendimento dos mercantilistas.

Mas Keynes diz que há pelo menos 4 motivos que levam as pessoas a guardar dinheiro como quem guarda uma
riqueza:

3.1 motivo- transações. Guardo dinheiro para efetuar transações que tenho de fazer. O produtor quando
recebe o pagamento do bem que vende guarda esse dinheiro porque sabe que tem certas transações para
fazer

3.2 motivo precaução, guardo dinheiro, guardo moeda de forma a precaver me para o futuro. Guardo o
dinheiro para poder mobilizar se algo acontecer. Esta necessidade de guardar dinheiro varia (por
exemplo em PT não precisamos de guardar dinheiro para a saúde, ou pelo menos não temos essa
necessidade tao grande devido ao sns)

3.3 motivo-investimento, guardar dinheiro para fazer investimento

3.4 motivo- colocação, parecido com investimento, mas consiste em guardar moeda a espera que ela valorize

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Vamos ver que há autores que dão mais importância a uma certa função. Há autores que negligenciam outras estas
funções. Mas importante ter presente que, para um conjunto de autores que acabamos e ver a moeda tem esta importância
referida. Dai que referiam a necessidade de abundância de moeda boa.

FISIOCRATAS

Falamos dos autores fisiocratas para os integrar no conjunto de autores que dizemos fazer parte das perspetiva clássica
marxista. Porque que os colocamos la? Porque também eles diziam que a única fonte do valor era o trabalho e no
caso deles o trabalho agrícola. Todos os autores da perspetiva clássica marxista defende que a origem do valor das
coisas esta no trabalho, teorias em que o valor dos bens assenta no trabalho.

Para os autores fisiocratas a única riqueza era aquela que era produzida, ou seja, dinheiro não é riqueza, ao contrário
do que os mercantilistas defendiam. Única riqueza que existia era a que provinha do trabalho. Dinheiro era forma de
comprar, mas não tem um valor em si. Portanto, se para um mercantilista a moeda é riqueza precisamente por causa
da função de reserva de valor, já para os fisiocratas a moeda é um simples intermediário das trocas, usamos dinheiros
para não termos de trocar galinhas por batatas.

A moeda em si mesma não tem um valor, é uma forma de adquirir valor, adquirir riqueza.

O que é trabalho produtivo para um fisiocrata? Só o trabalho agrícola é trabalho produtivo, só este é apto para
gerar riqueza porque só no trabalho agrícola é que há um excedente físico. A noção de excedente fisiocrata. Portanto
trabalho produtivo é o agrícola por causa da noção fisiocrata de excedente que é uma noção física. Produto líquido, o
excedente é necessariamente físico.

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E o que é o excedente em termos físicos? É a parte da riqueza produzida que supera a riqueza consumida. Exemplo:
se eu começo com um conjunto de batatas de semente, lanço as a terra, o excedente é as batatas que ganhei. Este
excedente é uma diferença entre grandezas físicas, só na agricultura consigo ter isso.

Falta aos fisiocratas uma noção de trabalho abstrato, de valor abstrato, os autores seguintes, adam Smith ricardo e
Marx não falam num trabalho em concreto, mas sim de forma mais ampla, mais abstrata e falta isto aos fisiocratas.
Só conseguem encontrar valor na agricultura porque só ai tem existência física, fisiocratas conseguem medir em termos
de valor o excedente.

Comercio não produz nada, bens só mudam de mãos, no comercio não se produz nada e na indústria a mesma coisa,
apenas há transformação de bens. Não há um excedente em termos físicos, há uma transformação, mas não há uma
quantidade de produto maior que o que havia no início.

Principal critica aos fisiocratas porque não foram capazes de perceber que alem do trabalho agrícola havia outros
tipos de trabalho que eram produtivos. Fisiocrata afasta a industria e comercio das atividades que geram valor por
causa do seu conceito de excedente, pois este mede em termos físicos.

Porque que para os fisiocratas os trabalho agrícola é produtivo?

Dizem que o trabalho agrícola é um trabalho produtivo porque esse trabalho aproveita de algo que é externo a realidade
que se esta a fazer que é a fertilidade da terra. Trabalho agrícola aproveita fertilidade natural da terra. Verdadeira
origem do excedente esta na fertilidade da terra, só a terra por si é apta para gerar riqueza. Portanto, podemos dizer
que na verdade a teoria fisiocrata não faz assentar no trabalho a criação de valor, na verdade a origem do valor
para um fisiocrata é a ordem natural das coisas, é a terra fértil que é o verdeiro responsável pelo ganho líquido. O
trabalho é aplicado na terra e por isso que é produtivo caso contrario não seria porque não geraria excedente.

Como é depois o excedente distribuído?

Depois de exteriorizarem esta ideia os autores fisiocratas preocupam se em compreender como é que a produção social
circula, sobretudo como é que o excedente, como é que a quantidade adicional circula, vai para quem? Quem beneficia?
Quem vai receber? Autores fisiocratas preocupam-se com a circulação do processo produtivo. Como é que a partir da
criação do excedente como se criam as condições para que toda a gente tenha o que comer e para que voltem a existir
os bens necessários, as ferramentas, as pessoas etc como se criam outra vez essas condições? Essa reprodução do
processo produtivo através da circulação do excedente que vamos ver representada no tablo economie ( ver durante a
semana o tablo econmie no livro ). Tablo economic analisa o ciclo económico. Fisiocratas vão reconhecer que não há
possibilidade de trabalho agrícola sem o industrial- reconhecem uma interdependência entre as varias atividades
económicas

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Quais as classes sociais presentes no tablo?

1. Classe produtiva, para os fisiocratas são os agricultores que cultivam a terra. Ter em atenção que vivia-
se num tempo em que havia muita gente a trabalhar na agricultura. Pensados como trabalhadores assalariados
e depois é o rendeiro, rendeiro é quem arrenda a terra. Esse seria em say o empresário, na figuração do
tablo economic rendeiro aparece na classe produtiva. É considerado um trabalhador e não um capitalista para
os fisiocratas com um cargo de direção da atividade produtiva.

2. Classe dos proprietários, constituída por todos os que não desenvolvem qualquer atividade económica mas
têm direito a receber a renda (igreja, soberano etc) que recebe percentagem da produção.

3. Classe estéril, todos os trabalhadores que se dedicam industria, comercio ou profissões liberais, embora
produzem coisas uteis não criam excedente

Fisiocratas definem pela função que desempenham no processo produtivo.

Aula4- 11.11

TABLEAU ECONOMIQUE- quadro económico de um fisiocrata- QUESNAY

Dos fisiocratas já vimos quais 3 classes presentes no tableau economique: 1. Produtiva 2. Estéril 3.
Proprietários. No livro encontramos discussão se são importantes ou não.

1. Vimos que nas produtivas , trabalho agricola e estarão os trabalhadores agrícolas


2. Estéril- atividades manufaturas
3. Proprietários- intervenção processo produtivo

Vimos na outra aula que os fisiocratas separam CICLO PRODUTIVO , para fisiocrata excedente so trabalho
agrícola, o tableau expressa que quando o vemos , o que temos é o FINAL DO CICLO PRODUTIVO. Temos então
ciclo produtivo do ciclo de distribuição, para estes autores esta circulação que está no tableau é um sistem de RELAÇÕES
TROCA entre as classes sociais que para os fisiocratas explicam a vida económica, como as pessoas se relacionam
mas não explicam a riqueza. Não é ao circular os bens e os capitais entre classes sociais que a riqueza vai ser criada
, só há RIQUEZA NA AGRICULTURA, foi na PRODUÇÃO QUE SE CRIOU RIQUEZA. As trocas não explicam
a riqueza, já pre-existe à circulação.

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1. CLASSE PRODUTIVA -No quadro a classe produtiva detém a atividade agrícola realizada. Toda a
produção agrícola , Ex de 5000 unidades produzidas e desses 3000 representam as matérias primas,
bens agrícolas para a manufatura e detém uma quantidade de moeda igual a 2000. Por sua vez antes
irmos classes proprietários, quem também produziu algo foi a classe estéril de 2000. A produção
destes 5000 implicou consumo produtivo de 1000 em matérias agrícolas , 1000 sementes por
exemplo e esse custo é o CONSUMO PRODUTIVO ( este 1000 materiais agrícolas para chegar
aos 5000 de produção ). Também foi consumo produtivo em SUBSISTENCIA ( os trabalhadores
agrícolas precisaram de 1000 unidades de alimento e 1000 de manufaturas , bens manufaturados
, vestirem ) . O consumo produtivo for de 3000 ( 1000 materiais primas + 2000 subsistências
), retiramos do 5000 , os 3000, o PRODUTO LIQUIDO/ EXCEDENTE será de 2000. Produz
tanto quanto consome.

2. CLASSE ESTERIL- ex, produziu 2000 produtos manufaturados. Veja-se esta classe, produz 2000
produtos manufaturados , manufaturas, prestadores de serviços, para produzir 2000 de produtos
manufaturados teve CUSTO PRODUÇÃO que é IGUAL AO CUSTO DOS BENS PRODUZIDOS(
industria não cria excedente mas produz utilidades que os fisiocratas reconhecem e envolve o CUSTO DE
PRODUÇÃO). Tudo o que classe estéril consume para produzir bens manufaturados é o mesmo valor.

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Produz 2000 mas consumiu 1000 alimentos e 1000 matérias primas, logo o CUSTO PRODUÇÃO
= CUSTO BENS PRODUZIDOS, não cria um PRODUTO LIQUIDO.

3. CLASSE PROPRIETARIOS- não participa no processo produtivo, não tem intervenção , nem como a
classe estéril cria utilidades. No entanto, tem direito de receber a RENDA . Consome alimentos da classe
produtiva como produtos manufaturados da classe estéril.

Este é o quadro que temos no FINAL CICLO PRODUTIVO-classe produtiva tem 5000 produzidos, estéril 2000
produzidos e a proprietários recebe rendas e produtos manufacturados.

Avançando para circulação:

1) o 1º ato é pagamento das rendas pela classe dos rendeiros , na classe produtiva ( são tipo especial de
trabalhadores mas tao la ). CLASSE PRODUTIVA----RENDA---CLASSE PROPRIETARIOS , o
valor de 2000. A renda é igual , ao VALOR EXCEDENTE ( 2000) é integralmente transferido
para a classe dos proprietários.

2) A classe dos proprietários vai gastar o montante que recebeu 2000, para adquirir 1000 manufaturas
a classe estéril e 1000 de alimentos à classe produtiva. Dos 2000 que recebeu a classe dos
proprietários gasta 1000 em alimentos e 1000 em manufaturas ( roupa, seda , etc).

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3) Neste momento a classe dos trabalhadores , recuperou 1000 de unidades monetárias . Ela transferiu
2000 para proprietários mas estes gastaram 1000 para os trabalhadores, recuperou 1000 unidades
monetárias e como assim aconteceu vai adquirir da classe estéril os 1000 dos produtos manufaturados
à classe estéril. Porque? Porque foram as tais manufaturas consumidas no decurso do processo produtivo,
é necessário para subsistência dos trabalhadores agrícolas. Vai precisar deste 1000 para próximo
processo produtivo.

4) Neste momento a classe estéril já vendeu 1000 aos proprietários e 1000 classe produtiva. Já não
tem produção para vender. Mas vendeu 2000 quer dizer que tem receita de 2000 unidades monetárias
e com esse valor a classe estéril vai adquirir 1000 alimentos à classe produtiva e vai comprar 1000
de matérias primas agrícolas. Logo, alimentos para se alimentar próximo ciclo produtivo e produtos
agrícolas para as manufaturas.

5) Dos 5000 então produzidos classe agrícola /produtiva , vendeu 1000 classe proprietária, 2000
classe estéril ( alimentos 1000+ 1000 produtos ) e restam-lhe 2000. Estes 2000 não são
transferidos para nenhuma classe social , guardados para reconstituir os ADIANTAMENTOS (
necessário para voltar a produzir ) no PROCESSO PRODUTIVO ( 1000 sementes e 1000
produtos agrícolas 1000 materiais primas).

6) 3000 de consumo produtivo ( adquiridos classe estéril + 1000 sementes + 1000 materias primas
)e nesta fase em que a classe produtiva esta a reunir os bens para reiniciar o clico produtivo –
adiantamentos

7) Final processo produtivo, a classe estéril e a classe produtiva estão em condições de reiniciar o processo
produtivo. Em condições de voltar a produzir. O EXCEDENTE foi representado sob a forma que é
transferido da classe produtiva para a classe proprietários, improdutivamente a classe proprietários é
que consome. É um processo auto RENOVÁVEL, É UM QUADRO ECONÓMICA ESTACIONARIA,
não tem desenvolvimento / crescimento económica, porque seja qual for o excedente é transferido
proprietários.

Como as 3 classes consomem o mesmo de alimentos? Se uma é maior que a outra?


A classe estéril e proprietários esbanja mais.
É a explicação dos fisiocratas apos o ciclo produtivo.

Esta explicação está mais bem explicada no artigo que o Dr. disponibilizou ( ver no artigo).

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QUESTOES LEVANTAS PELOS FISIOCRATAS

Entao depois deste exercício que podemos tirar do tableau economique?

1) Porque no final processo circulação a classe produtiva e estéril reconstituiram condições


que lhe permitem voltar a produzir então temos que a atividade económica é AUTO
RENOVAVEL- se juntarmos ciclo produtivo com a circulação do produto, vemos que
junção dos dois, juntos, então temos que esses 2 processos criam condições aos sujeitos
económicos renovar o processo produtivo. VOLTAR A PRODUZIR ! ( luz de um
ciclo produtivo marcado à luz do trabalho agrícola )

2) A 2º questão teórica suscitada é que a produção e circulação são ESFERAS


INTERDEPENDENTES- o EXCEDENTE que é necessário a circulação existe na
fase PRODUÇÃO é pressuposto, está na produção. Portanto, na produção esta excedente
e na circulação a CIRCULAÇÃO DO EXCEDENTE. Logo não há objeto da circulação
senão houver produção. E a circulação precisa da produção? É na CIRCULAÇÃO
que criam-se condições processo volte a iniciar, não voltava a haver produção . Não
há produção sem circulação e vice-versa.

3) Recuperando o que dissemos na ultima aula, ao falar funções da moeda , para


fisiocrata a moeda é SIMPLES INTERMEDIARIO DAS TROCAS, só falamos das
trocas porque não trocam diretamente bens. A moeda facilita as trocas. As trocas
REAIS é que interessam- alimentos, renda, etc. A renda é um tipo de troca . A
circulação supõe a moeda enquanto intermediaria, o que interessa é que circulam
FLUXOS REAIS DE BENS ( oposto que mercantilista pensa, que vê na moeda uma
reserva de valor, se alguém te moeda tem que a guardar não pode gastar toda ). É
essencial que no modelo do tableau , que todo o valor criado seja CONSUMIDO OU
INVESTIDO ( durante este circulo de circulação ou é consumido ou é investido para
produção seguinte ).

4) A riqueza criada tem que CIRCULAR, não pode ficar PARADA. Nessa medida, diz-
se que os autores fisiocratas soa percursores da LEI DE SAY.

5) Importância do EXCEDENTE- a reprodução, circulo produtivo, a capacidade para


produzir mais ou a restrição ( num ano seguinte produzir menos) depende da
DMENSAO EXCEDENTE E DO DESTINO EXCEDENTE. Saber se a economia

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vai produzi mais , menos ou igual depende destino e dimensão excedente. Isto quer dizer
2 coisas:

a. A taxa máxima de uma económica dependendo da dimensão do produto liquido-


excedente maior, renda maior. Se a renda for maior, os proprietários que
gastavam 2000, ficavam com montante que poderia investir. O que poderia
investir? Mais 500 por exemplo, 2500 e só precisa de 2000, o que
faria com os 500? INVESTIA , fazer aquilo que fisiocratas chamam
ADIANTAMENTOS FONCIERE ( sistema de rega, melhorar terras)

b. Se for ESTACIONÁRIA – quando a quantidade de excedente é sempre a


mesma. Não há capital para ser investido para melhorar condições de
produção das terras. Marx dizia que é um modelo de reprodução simples,
estacionaria, sempre a mesma quantia de excedente. Porque excedente é sempre
integralmente improdutivo consumido pela classe dos proprietários.

Se fosse possível melhorar as condições produção era provável conseguisse


produzir mais ano seguinte que no anterior.
Mas o que nos vimos é que , no quadro, esta subjacente um entendimento
que vamos expressar melhor da Lei de Say que diz que toda a oferta cria
a sua própria procura e pressupõe que todo o que é produzido é consumido.

6) Percebiam que não é indiferente o crescimento da economia, admitem que todas económicas
vivem da forma como explicada do tableau economique mas dizem que há formas de
HAVER CRESCIMENTO ECONOMICO- como?

1. Extensão moldes sistema capitalista a todo o território francês- se a forma


de tirar rentabilidade da terra for estendida a todo território francês haverá
aumento do rendimento, toda a gente produzirá em moldes capitalistas.

2. Outra proposta é o estimulo aos agricultores , devem procurar obter o máximo


lucro possível vendendo os produtos.

3. Propõe que preço produtos manufaturados devem circular nível mais baixo,
mais barato possível desde que pelo menos iguais aos custos que o leva a
produzir. Para que tanto classe produtiva e proprietários comprar ao mínimo
preço possível e assim havia possibilidade reservar parte dos rendimentos

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4. Impostos indiretos substituídos por imposto único sobre a renda- estado não
deve ter impostos indiretos, ou seja, entrar nas trocas entre as varias classes
sociais retirando parte do rendimento ( ex, vou ao café e compro croissant,
1 euro 20 e desses 20 é um imposto tirado) e dizem que so na renda deve
haver impostos.
Pressuposto de que a renda é igual sempre ao valor do excedente.

7) Importância dos INVESTIMENTOS para os fisiocratas- porque? Para estes o


tableau é essencial que se criem condições volte a produzir. Classe estéril, produtiva
tenha essencial . Sem os ADIANTAMENTOS não há um novo ciclo produtivo.

A IDEIA DE ADIATAMENTO é próxima da ideia de INVESTIMENTO e temos ai


a ideia de um conceito que é de CAPITAL ( não encontrávamos nos mercantilistas).

Oral “ imagine que o mundo é um batatal, só produzem batatas . Nestas condições


quem é o capitalista? Quem tiver batatas no bolso. Capital são as batatas. Logo
investem-se as batatas ou tiver dinheiro comprar batatas e lançar a terra.

O que é capital? Tudo aquilo que se eu afetar a produção vou obter dai um retorno
e a forma mais fácil . É tudo, desde que seja afetado à produção( dinheiro, matérias-
primas, produtos agrícolas, etc).

Para os fisiocratas :

• CAPITAL- estoque de bens constituído pelos meios de produção e subsistência


que tendo sido previamente acumulado são adiantados para permitir o inicio
do processo produtivo.
• CAPITAL- conjunto de adiantamentos feitos sobre a futura produção
• E TIPOS DE CAPITAL? NO QUADRO DO TABLEAU

1. Avance fonceries- despesas proprietários terras , conversação


terras, equipamentos. Não aparece no tableau, o tableau pressupõe.
Proprietários já gastaram o que tinham para gastar nas terras.

2. Avances primitives- são elementos dos custos de produção que visam


corresponder simultaneamente a aquisição instrumentos de produção
e gasto sofrido por estes instrumentos. Aquilo necessário em termos
produtos manufacturados , quer novos ou para compor os bens gastos

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pelos instrumentos de produção. Estão 1000 unidades produtivas ,
estão no tableau , que a classe produtiva adquire da estéril

3. Avances annuelles- adiatamentos correntes em inicio cada ciclo


produtivo para fazer face custos anuais, o que é necessário consumir
todos os anos. Representam-se no tableau economique e são os
1000 alimentos agrícolas para os trabalhadores agricolas e
1000 sementes para adiantar a produção

IMPORTANCIA FISIOCRATAS

1. Introdução conceitos: EXCEDENTE ( excede o que foi consumido produção ); TRABALHO PRODUTIVO(
trabalhadores agriciolas) ; PROCESSO ECONOMICO COMO FLUXO PERNAMENTE RENOVADO(
renova-se automaticamente); CAPITAL COMO STOQUE DE BENS( manufaturados, agrícolas, etc);
ANALISE CIRCUITO ECONOMICO ( ideia de circulação riqueza, classes sociais interdependentes)

2. CIRCUITO ECONOMICO ( vamos ver no 2º semestre )

3. UTILITARISMO enquanto filosofia social- ideia de que o principio económico resulta de o máximo possível
através do mínimo possível de dispêndio de meios.

4. ANTECIPA LEI DE SAY- porque admitem que todo o rendimento é consumido e de MAIS VALIA- o
excedente. No fundo uma influencia importante em alguns autores como Marx na ideia de reprodução /
circulação e ainda do quesianismo , analise macroeconómica, um quadro.

5. LOGICA RACIONAL E CIENTIFICA- e ainda , são entendidos como os pais da ciência económica ( não
se diz nos mercantilistas). Ou seja, embora fisiocratas tenham ligação nas teorias à devindida ( terra
produz porque deus lhe deu essa característica) , as conceções que tem partem de leis constantes, ideias
racionais. Deus não entra mais na construção essencial dos fisiocratas, são racionais e científicos e mantem
um conceito de escola. Apesar de serem cientistas e racionais terão limitações.

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LIMITAÇÕES DOS FISIOCRATAS

1. Só agricultura é produtiva e há excedente- pessoas que viveram seculo 17 e


inícios 18, ou seja, pessoas ali á bica para a revolução industrial. Falharam
algo que se tornou evidente anos depois- o papel das industrias , atividade
industrial e não perceberam que era na industria / manufactura que se seria
mais fácil aplicar a forma de produção capitalista do que na agricultura.

2. Modelo estático ou reprodução simples- vai sempre se reproduzindo invés de


preporem uma reprodução alargada, como Marx fala, capacidade crescimento
económico . Porque? O excedente gerado em cada período é apenas o suficiente
para da sua utilização produtiva, para depois de o aplicar criar excedente igual
ao anterior gerado. Proprietários consomem tudo, não há avance foncerie, ou
seja, não investem em equipamentos , apenas continua a produzir. Onde estão
os avance fonciere? Tableau pressupõe, que já o fizeram.

3. Rendeiros excluídos da classe capitalista- estranho, pois fazem avance premitive


, não geram excedente . A única coisa permite lucro seria se os avance
resultasse para quem os fez.

4. Ausência teoria do valor- o limite mais grave enquanto limite de teoria económica
é ausência de uma teoria de valor. Não conseguiram criar, por isso fisiocratas
não conseguiram perceber a produção capitalista. Repare-se os fisiocratas de
algum modo optaram solução mais fácil, excedente termos físicos, e prontos
ficamos por aqui enquanto teoria do valor. Dispenseram de fazer o que outros
autores fizeram, pegar em categorias abstratas.

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Aula 5- 18.11-não houve aula dr estava doente

Aula 6- 25.11

SMITH

A 1ª ideia a reter é que a riqueza da produção, é um bocado como as fisiocratas a viam ( que olhavam para ela
como uma quantidade de bens, para eles para haver riqueza esta tinha que se expressar em bens físicos e Adam
Smith tem uma certa continuidade disso, para ele, a riqueza corresponde aos bens que existem disponíveis, quer para
o consumo quer para a produção. Aqueles que são necessários para as pessoas viverem, para as pessoas terem
conforto, ideia que ainda hoje temos, em que achamos que um país é rico quando as pessoas podem comprar bens
necessários para a sua vida, para o seu conforto. Portanto, a riqueza é o conjunto dos valores de uso das coisas
que podem ser utilizadas quer no consumo quer na produção em cada período.

Mas do que depende a riqueza de um país? Do que que depende o aumento da riqueza no país?

Depende do trabalho. Este autor perfilha uma teoria de valor trabalho, ele diz que para potenciar a riqueza, para
fazer com que esta aumente, para que haja desenvolvimento económico é preciso que haja trabalho produtivo, é isso
que determina que umas nações sejam mais ricas ou mais pobres. Assim, depende de haver trabalho produtivo ou de
haver uma maior produção de trabalho produtivo sobre trabalho improdutivo, mais trabalho que acrescenta valor do
que aquele que não acrescenta valor aos bens.

Para haver trabalho produtivo é necessário que haja acumulação de capital, quantidade de riqueza produtiva através
do trabalho depende da acumulação de capital, do facto de haver poupança. Só havendo poupança é que há
investimento, para haver capital para ser investido é necessário que antes alguém o tenha acumulado.

De que que depende a produtividade do trabalho? Saber se um trabalhador produz mais ou menos, se é capaz de
produzir mais ou menos depende da divisão do trabalho. O fator de produtividade depende de haver divisão de
trabalho que hoje chamaríamos de especialização de trabalho.

A especialização que Smith se refere pode ser interna ou externa:

→ especialização interna: é quando temos divisão de tarefas dentro do mesmo processo produtivo.

Exemplo: linha de montagem de bicicleta, por rodas, por pedais, guiador etc, cada trabalhador faz
uma destas tarefas; o mesmo em relação aos sapatos. No mesmo processo produtivo cada trabalhador
tem a uma tarefa especifica.

→ Especialização externa: divisão dos trabalhadores por processos produtivos. Ou seja, é dividir os
trabalhadores não dentro do mesmo processo produtivo, mas por processos produtivos .

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Exemplo: “ este trabalhador trabalha na área da sapataria e o outro trabalhador na produção de
bicicletas”.

Divisão anterior à divisão interna do trabalho. A mais importante destas divisões, a mais importante
para a produtividade é a divisão interna do trabalho, o aumento da produtividade esta ligado a
especialização interna. É esta que determina que um trabalhador seja mais produtivo que outro. Quanto
mais a sua tarefa for especifica ele pode ser mais produtivo por 3 razoes:

1. aumenta a destreza, a capacidade de fazer bem aquela tarefa vai aumentando, vai fazendo
cada vez mais rápido e melhor.

2. Outra razão que justifica que a especialização interna determine o aumento da produtividade é
que se poupa tempo porque não há mudanças de tarefa. Trabalhadores não perdem tempo em
mudar de tarefa, economia de tempo

3. Quanto mais especificas e simples forem as tarefas maior é a possibilidade de substituir o


homem por máquinas, potencia-se a substituição de homens por máquinas

Daqui podemos concluir que: quanto maior a divisão do trabalho maior a produtividade. Analise de que para o país
ser rico, a forma como os trabalhadores se tornam mais ricos é a especialização interna, ou seja, o que torna uma
nação mais rica é levar a especialização interna o mais longe possível.

Problema: a possibilidade de ir aumentando a especialização do trabalho é limitada pela extensão do mercado. O


tamanho do mercado, o número de consumidores, de pessoas que estão dispostas a adquirir o bem limita a quantidade
de bens que podemos produzir, ou seja, um país não pode produzir indefinidamente automóveis que depois não tem
pessoas suficientes para os comprar (pensando isto do ponto de vista de uma economia fechada). Portanto, a
especialização ia terminar no momento em que se começasse a produzir um número de automóveis que os portugueses
não comprassem. Ou seja, o limite para a especialização é o tamanho do mercado.

A extensão do mercado constituiu limite a especialização, qual é a solução?

Expandir o mercado, deixar de ter um mercado nacional e passar a ter um mercado internacional, isso faz-se
através da abertura da economia ao mercado internacional. Smith entende que o comercio externo, internacional é muito
favorável ao desenvolvimento económico. Isto por dois motivos:

1. Permite aprofundar, permite que uma país aprofunde a divisão interna do trabalho, que já sabemos que
com esta vemos crescer a produtividade, e, consequentemente permite crescer a riqueza do país

2. Por outro lado, possibilita também uma divisão de trabalho à escala internacional em termos de
especialização externa. Como vamos ver Adam Smith defende que cada país se deve especializar em

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produzir um certo tipo de produtos. Se isso acontecer o que vai acontecer é que um país se especializa em
produzir automóveis e outro computadores e outro roupa etc, cada pais fica com o seu processo produtivo.
Cada pais se vai especializar.

Teoria de Adam Smith para o comercio internacional ( ver pp)

Diz nos Smith que é uma máxima de qualquer homem de família prudente nunca tentar fazer em casa o que sairá
mais caro do que comprando.

Exemplo: O alfaiate não tenta fazer os sues próprios sapatos, vai comprá-los ao sapateiro.

O que se considera prudente na conduta de uma família dificilmente se poderá considerar insensato na conduta de um
grande reino. Se um pais estrangeiro nos pode fornecer uma mercadoria mais barata do que se fosse feito por nos é
melhor comprar a esse pais com parte da produção da nossa própria industria que assim é utilizado de maneira a
obter alguma vantagem.

Smith parte então do exemplo de uma família e diz que nos não produzimos tudo aquilo que nos utilizamos. Se alguém
é um bom sapateiro, mas também sabe fazer casacos de pele, que leva o mesmo material, se se comprar uma
casaco de pele que lhe fique mais barato do que produzir essa pessoa deve comprar e não produzir. Se isto se
aplica a uma pessoa, a uma família, também e pode aplicar a um estado, ou seja, o estado também pode
especializar-se num bem que produza bem ( um bem que produza barato) e depois como resultado de produzir
esse bem vai comprar os bens que não produziu.

Diz nos Smith que formula a teoria da vantagem absoluta:

Cada pais deve especializar se naquilo que produza menor custo em termos absolutos, o que significa que ninguém
produz a um custo tao barato como aquele. País em causa produz mais barato de todos os países que existem, é
nesses produtos, naquilo que produzimos mais barato, naquilo em que somos mais eficientes que o país se deve
especializar. E se se especializa na produção desse bem quer dizer que deixa de produzir outros bens, bens esses
que necessita, pelo que vai passar importar esses bens e vai importar do país que produza a um custo mais baixo
em termos absolutos, aquele produz estrangeiro que vende mais barato aquele produto. Eu vou especializar-me no
produto que produzo mais barato e depois vou comprar os produtos que não produzo aos pais que produzem cada um
desses produtos mais barato.

Só isto já é uma diferença muito assinalada de outros autores que nos sabemos que tinham uma nsq para comercio
internacional que era os mercantilistas. Este diziam que um país devia ter balança comercial excedentária, devia ter
mais exportações do que importações para poder preservar e aumentar a quantidade de outro e de prata. Portanto, se
esta for a logica, diziam que para um país ficar melhor outros tem de ficar pior. Se um país vai ter mais ouro e
mais prata em razão de uma balança comercial excedentária ( era esta a teoria) para um ficar melhor outro tem
de ficar pior.

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Smith está a dizer-nos que o comercio internacional pode trazer vantagens para todos os intervenientes, todos os países
podem ter ganhos e não só um. Smith diz que não importa que se consiga exportar mais do que o que se importa
(ideia dos mercantilistas) o relevante é que fique mais barato. O juízo de se se vai importar ou exportar não deve
ser em quantidade, mas qualidade, ou seja, exportar aquilo que produzo mais barato porque sou mais eficiente, sou
mais competitivo e devo importar dos países onde isso também de aplica, ou seja, países mais eficientes a produzir
aquele bem. Se ficar mais barato, se concentrar em produzir um produto mais barato eu posso utilizar os recursos
produtivos ( trabalhadores , capitais, as terras) que eu utilizava a produzir os outros bens para produzir esse
bem de forma mais eficiente. Posso fazer uma melhor afetação de recursos, eu produzia sapatos baratos e casacos
caros, deixo de produzir casacos, quer dizer que vou afetar os trabalhadores que produziam casacos, as fabricas
que produziam casacos e os capitais que serviam para a produção de casacos e vou afetá-los para a produção de
sapatos. Vou reafectar os recursos produtivos para esse setor em que sou mais produtiva, em que tenho mais
produtividade, em que produzo mais e mais barato. Quanto mais for o trabalho produtivo de um país mais riqueza se
vai criar.

Assim, temos uma diferente conceção de riqueza, não é em metais precisos, é nos bens que servem para o consumo e
para a produção, é isso que faz a riqueza de um país. Hoje qual é o país mais rico do mundo? Hoje a ideia geral
é que um país é mais rico quanto melhor vivem as pessoas que la vivem, o sítio no mundo onde as pessoas vivem
melhor, onde tem acesso a mais bens são os estados unidos. Economia que mais produz, que maior produção tem em
que as pessoas vivem melhor, por acaso também é o país com maior reserva do mundo.

Exemplo: Portugal é o 8º com maior reserva de ouro no mundo e não é a oitava economia do mundo, não é
o oitavo pais com maior riqueza do mundo.

Não é o facto de ter muito ouro que faz de um pais rico, hoje em dia o que faz um pais rico, e também o que
Smith defendia na altura, é a quantidade de bens que estão disponíveis para as pessoas e para as empresas, é isso
que faz a riqueza.

Inaugurou-se uma diferente conceção de riqueza daquela que os mercantilistas defendiam.

DAVID RICARDO

Vamos confrontar as perspetivas de Smith e de David Ricardo. A teoria de ricardo para o comercio internacional
começa com um contexto das leis dos cereais – “ corn laws). As leis do cerais eram uma medida legislativa, tomada
em Inglaterra, que proibia a importação do trigo, não podia haver importação do trigo, medida protecionista. O intuito
de uma lei que proíbe a importação é aumentar a produção nacional, ou seja, se o país deixar de importar o que
vai acontecer é que vai precisar de aumentar a produção de trigo nacional.

David Ricardo bateu-se pela abolição dessas leis, queria terminar com essas leis, com essa proibição. Essa sua
posição assentou em 2 desejos argumentativos:

1. Comercio internacional

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2. Ricardo demonstrou economicamente, com razoes económicas, que a proibição da importação de trigo levaria
ao aumento das rendas. Formula a esse propósito a teoria da renda diferencial. Se o que se pretende é
aumentar a produção de trigo nacional quer dizer que vai haver maior procura de tragas para produzir
trigo e se vai aumentar maior procura de terras para produzir trigo, quando a procura aumenta o preço
também aumenta. Ricardo começa por dizer-nos isto, mas depois diz também que alem disso a importação
livre de alimentos, de trigo e outros alimentos, por um preço mais baixo do que o preço que é produzido na
Inglaterra conseguiria contrariar a tendência para a baixa do lucro.

Ricardo identifica uma tendência na economia inglesa que consiste em haver uma baixa de lucro e diz que
uma maneira de impedir a baixa de lucro é permitir o comercio internacional. Acrescenta que quando baixa
o lucro isso é o anúncio de uma economia estacionaria ( um país onde o lucro tende a ser baixo é um pais
onde os capitalistas deixa de investir uma vez que o lucro é o retorno do investimento do capitalista, então
quanto mais baixo for o lucro menos vontade tem o capitalista de investir. Quando o lucro gerado pelo
investimento vai baixando os capitalistas investem cada vez menos e a economia deixa de ser progressiva e
passa a ser estacionaria ( já vimos nos fisiocratas que quando não há investimento a economia torna-se
estacionaria, ou seja, não há desenvolvimento económico.

Quais os efeitos da liberdade do comercio internacional?

→ Ricardo dizia nos então que a liberdade comercio internacional, ou seja, não haver estas economias
protecionistas no âmbito dos cereais iria permitir diminuir os salários ( o que ao contrário do que podemos
pensar para ricardo e outros autores é uma coisa boa, salários baixos são a condição do desenvolvimento
económico. Com base numa ideia simples de que se o trigo se compra mais barato, tendo em conta que a
base de alimentação dos trabalhadores é o trigo ( pão) se o trigo se compra mais barato então quer
dizer que os salários podem baixar porque as pessoas não precisam de tanto dinheiro para comprar trigo.

→ A segunda possibilidade que a liberdade do comercio internacional abre é a diminuição das rendas, há
menos concorrência para açambarcar as terras mais férteis porque já não é necessário assegurar toda a
produção internamente, se já não é preciso produzir todo o trigo que é necessário à Inglaterra, então deixa
de haver uma corrida a terra para produzir trigo, e por sua vez, se deixa de haver procura das terras
e as rendas também vão baixar.

Se diminuem os salários e diminuem as rendas em resultado disso o que vai aumentar necessariamente? Se a renda e
o salário é um custo que o capitalista tem de suportar, se isso diminui, aumenta a taxa do lucro, se diminuem dois
custos ( um com a terra e outro com trabalho) quer dizer que em consequência disso a remuneração do capital vai
aumentar ( que é o outro fator de produção). Se a taxa de lucro aumenta em consequência disso estimula-se o
investimento, quanto maior for a taxa de lucro mais vontade tem os capitalistas de investir. Isto explica porque que a
liberdade de comercio internacional era boa para a Inglaterra.

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Mas ricardo vai mais longe que isso, diz que a liberdade de comercio internacional é boa para todos os países pois
vai gerar ganhos para todos os países. Mais uma vez ideia contrária aos mercantilistas de jogo de soma positiva,
toda a gente ganha com comercio internacional.

Teoria da vantagem relativa

Para sustentar isto ricardo formula o que se denomina de teoria da vantagem relativa ( para Smith era vantagem
absoluta). Outros nomes que podemos dar a esta teoria é: teoria dos custos comparativos ou teoria da diferença
relativa de custos ( basta sabermos o primeiro nome).

Voltando a Smith, este formulou a teoria da vantagem absoluta que dizia que cada pais deveria especializar-se nas
produções de bens que produzisse de modo absolutamente mais baratos, com menores custos de produção que os seus
parceiros internacionais. País devia produzir aquilo que produzia mais barato.

Há uma importante nesta limitação que vamos perceber quando virmos a vantagem relativa que é que: só vai haver
comercio internacional se houver diferenças absolutas nos custos da produção. Ou seja, dois países só vão entrar em
comercio internacional se um produzir mais barato um bem e o outro produzir mais barato outro bem.

Exemplo: ( ver quadro pp- quadro importante):

Temos dois países: PT e Inglaterra que produzem dois tipos de bens: vinho e tecidos e tem também o nº de
horas que leva a produzir uma unidade de cada um dos bens.

Vamos simplificar e dizer que cada pais produz, por exemplo, 1000 garrafas que consideramos 1U vinho e
produz uma unidade de tecidos ( imaginemos que 100 metros de tecido). Cada país produz uma dessas duas
coisas, PT precisa de 80h de trabalho para produzir 1U de vinho e a Inglaterra precisa de 120H. PT
precisa de 90h para produzir uma unidade de recibo e a Inglaterra precisa de 100h. nesta comparação PT
tem vantagem na produção dos dois bens, PT é o que produz tanto vinho como tecidos a um custo mais baixo.
Para Smith não há possibilidade de comercio internacional porque PT tem vantagem absoluta na produção dos

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dois bens, produz ambos com custo menores de produção. Segundo Smith, só haveria comércio internacional se um
dos países produzisse com menos horas de trabalho um bem e o outro país produzisse o outro bem com menos
horas de trabalho que o outro pais. Como no exemplo PT é mais eficiente a produzir as duas coisas então não
há comercio internacional, há comércio internacional se por exemplo o PT 20h para produzir vinho e Inglaterra
40h, PT 40h para produzir tecidos e Inglaterra 20h ( confirmar exemplo no pp). Neste quadro, para
Smith, já há possibilidade de comercio internacional, PT especializava-se na produção de vinho porque é aquele
em que tem vantagem absoluta, aquele a que produz com menos horas de trabalho e Inglaterra especializa se
na produção de tecidos, disto resultaria uma melhor afetação de recursos.

Assim, vantagem absoluta = tem de ser um menor número de horas para um bem num país e um menor número de
horas para outro bem noutro pais.

Porquê que se consegue uma melhor afetação de recursos? Porque se PT gastava 60h a produzir os 2 bens, se
produzir só vinho e decidir produzir só duas unidades produz mais rápido e liberta as outras 20h para outra coisa,
ou então utiliza as mesmas 60h, mas invés de produzir 2 unidades produz 3. Das duas uma ou produzimos mais
rápido as mesma unidades ou com o mesmo tempo produzimos mais unidades.

Mas nós percebemos a limitação desta teoria da vantagem absoluta é que um país que seja ineficiente, ou seja, que
produza mais caro com mais horas os dois bens, caso no exemplo da Inglaterra, neste caso este país não participa no
comercio internacional. Esta é a limitação da teoria da vantagem absoluta, estes dois países naquela situação não
fariam comercio internacional.

Ricardo vem ultrapassar esta limitação, vem nos dizer que cada país se deve especializar em produzir os bens que
pode produzir em termos RELATIVAMENTE mais favoráveis. Palavra-chave: custos relativos, vantagem absoluta
(em Smith vimos que era absoluto pois ou um país produz mais barato um bem e o outro também ou não há
comércio internacional). Agora não vamos ver isso, a vantagem absoluta é intuitiva, na medida em que se PT produz
mais barato um bem e o outro produz mais barato o outro bem então especializa-se nesse e vão fazer comercio
internacional entre eles. Não é isto que acontece em Ricardo, aqui cada país vai se especializar, deve especializar-se
naquilo em que tem custos relativos ou custos de oportunidade mais baixos do que no estrangeiro. Nessa medida vai
mais longe que Smith, porque mesmo que um país que tenha vantagem absoluta na produção de dois bens ( caso de
PT) tem interesse no comercio internacional se tiver vantagem comparativa.

O quê que é um custo de oportunidade? Não olha para aquilo que custa produzir, agora vamos pensar: quando eu
estou a produzir tecidos quanto de vinho deixei de produzir?

Exemplo: nos para estarmos na aula deixamos de ir a Black Friday, é o custo de oportunidade. É o que
deixamos de fazer, o que deixamos de produzir, valores que deixamos de obter por termos optado por fazer
determinada coisa. Quando realizamos uma atividade ou produzimos um bem deixamos de realizar outra ou
produzir outro bem. Não é o que eu fiz, o que me custa, é o que eu deixei de fazer. Produzir um bem

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implica sempre custo de oportunidade, se produzimos um bem deixamos de produzir outro, podíamos ter
utilizado aqueles homens, aquelas terras, aquele capital para produzir outra coisa, os produtores devem
sempre escolher o modo mais produtivo de utilizar os seus recursos e que implique menores custos de
oportunidade.

Exemplo: imaginemos que um dia somos advogados. Vamos saber fazer cartas, mete las no correio etc mas
vamos saber fazer uma ação, contestação, um requerimento etc. se não tivermos um secretaria que nos faça
as cartas, nos prepare o correio etc, vamos ter um custo de oportunidade, durante o tempo em que vamos
estar a fazer as cartas, correio etc, vamos deixar de fazer as outras coisas em que podíamos estar a ter
maiores resultados ( ninguém nos vai pagar por fazermos as cartas e pormos o correio mas vão nos
pagar para fazer uma ação, contestação etc).

( ver quadro PP)

Não vamos comparar, como fazíamos em Smith, custos de produção em Smith. Se neste caso o fizéssemos não havia
comercio internacional em Smith porque PT é mais eficiente, tem vantagem absoluta na produção dos dois bens. PT
produz os dois bens mais barato que a Inglaterra. É o mais eficiente a produzir os dois bens. Mas se calcularmos
os custos de oportunidade, pergunta que temos de fazer: que quantidade de outro bem que pudéssemos produzir a
maior quantidade com aquele custo de produção é que deixamos de produzir internamente para produzir aquele bem,
ou seja, o quê que deixamos de produzir para produzir o que produzimos?

No quadro:

PT para produzir tecidos quanto deixou de produzir de vinho? PT usou 60h para produzir vinho. Podia ter usado
isso para produzir vinho. Vamos agora analisar isso:

Custos de oportunidade de produzir vinho, custos de oportunidade domésticos de produzir vinho, ou seja, vamos pensar
com aquilo que gastamos a produzir vinho o que que deixamos de produzir tecidos? Em PT uma unidade de vinho
usou 20h de trabalho, com essas 20h de trabalho quanto teria produzido a mais de tecido? Colocamos o tempo que
utilizamos sobre o tempo que utilizaríamos a produzir os tecidos e temos 20/50= 0,4, ou seja, se eu pegasse nas
20h do vinho e as colocasse do lado dos tecidos, se puséssemos as 60h todas do lado dos tecidos quantas unidades
tinha produzido? Invés de produzir 1 produzia 1,4.

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Agora o mesmo exercício, com o mesmo bem, mas em relação a Inglaterra: a Inglaterra com vinho usou 80h de
trabalho, se invés disso tivesse afetado essas 80h de trabalho a produzir tecidos conseguia produzir 1, 33 unidades
de tecido.

1U de vinho implica que não se produzam, por se optar pela produção de vinho, 0,4 unidades de tecido em PT, e
em Inglaterra 1U de vinho troca-se por 1,3 unidades de tecido, ou seja, para produzir 1U de vinho Inglaterra
deixou de produzir 1,33 U de tecido.

Custos de oportunidade, o que que se deixou de produzir? Conclusão: em Inglaterra é relativamente mais caro
produzir vinho, deixa de se produzir uma quantidade maior de outro bem, tecido, para produzir apenas 1U de vinho.
Portanto, com aquilo que gasto a produzir 1 U de vinho podia ter produzido 1,33U de tecido.

Portanto, podemos concluir que PT tem vantagem relativa na produção de vinho porque em PT para produzir 1U de
vinho deixou de se produzir 0,04u de tecido e em Inglaterra para se produzir vinho deixou se de se produzir 1,33
U de tecido. Dr. acrescentou ao quadro o cálculo de custo relativo em vinho de produção de tecido:

Vamos ver a outra vertente, lado do tecido:

Quanto é que poderíamos ter produzido de vinho em vez de tecido? ( pergunta ao contrário, há bocado era quanto
poderíamos ter produzido de tecido invés de vinho e agora é quanto poderíamos ter produzido de vinho invés de tecido)

Em Portugal 1U de tecido usou 50h de trabalho, com essas 50 horas se as passarmos para lado do vinho eu sou
capaz de produzir mais 2,5 u de vinho, com 50 horas consigo produzir 2,5U (50/20). Em Inglaterra 1U
de tecido usou 60h trabalho, com essas 60 horas de trabalho quanto teria produzido de vinho? Apenas 0,75 U de
vinho, (60/80).

Quer dizer que em Inglaterra é relativamente mais barato produzir tecido, deixa de se produzir uma quantidade mais
pequena do outro bem para produzir 1u de tecido. Em Portugal é relativamente mais caro produzir tecido, deixa de
se produzir uma quantidade maior de outro bem, vinho, para produzir 1U de tecido. Em Portugal é mais caro em
termos de custo de oportunidade produzir tecido e em Inglaterra é mais caro em termos de custo de oportunidade de
produzir vinho.

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Assim, Inglaterra tem vantagem relativa na produção de tecido tal como há bocado de Portugal tinha vantagem
relativa na produção vinho. Deste modo, PT no vinho e Inglaterra no tecido.

Resumindo:

Em

Portugal, para se produzir 1U de tecido deixa de se produzir 2,5 U de vinho e em Inglaterra deixa de se
produzir 0,75 de vinho. Como há bocado para em PT se produzir 1U de tecido deixa de se produzir 0,4 de vinho
e em Inglaterra para se produzir 1U de vinho deixa de se produzir 1,33 de tecido – ver quadro dos custos
relativos.

Logo, conclui Ricardo que vai haver um ganho geral, se Portugal se especializar na produção de vinho ( que é o
bem em que tem vantagem relativa) e se Inglaterra se especializar na produção de tecido.

Ou seja, cada um dos países produz apenas o bem em que tem vantagem corporativa. - Depois conseguimos pegar
nesta teoria e expandi-la para as várias vertentes do comércio, mas para percebermos nós temos que entrar nesta
logica de que temos 2 países, cada um desses países produz apenas 2 bens diferentes, não produz mais, produz
uma unidade de cada um desses bens antes de entrarem no comercio internacional e ambos exigem apenas um fator
que é o trabalho.

Teoria da vantagem relativa é formulada nestes termos: 2 países, 2 produtos, horas de trabalho, são estes os
pressupostos. Portanto, agora, cada um dos países vai se dedicar a produzir um dos tipos de bens, ou seja, Portugal
só produz vinhos e deixou produzir tecidos e Inglaterra só produz tecidos e deixou de produzir vinhos.

Se assim fizerem vai haver um acréscimo porquê:

1. Em primeiro lugar, vão poder produzir a mesma quantidade com menos horas de trabalho, ou seja:
Exemplo: imaginemos que Portugal determina que antes produzia 1U de vinho e 1U de tecido e
agora a vai especializar-se no vinho mas diz que para o consumo interno é preciso 1U e depois
precisa da outra unidade de vinho para levar para o comercio internacional, para trocar com
outros países, portanto vai produzir 2U, se PT decidir isso como consegue produzir 2U por

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40H então vão-lhe sobrar horas, vai produzir com 40H invés de 70H, vão sobre 30H que
vai poder afetar a outras coisas. Inglaterra a mesma coisa, em Inglaterra agora que passa só a
produzir tecidos e cada tecido produz com 60H e se produzir 2 só gasta 60H só gasta 120H,
invés das 140H usava anteriormente, quer dizer que vai poder afetar esse excesso de horas a
outra coisa qualquer.

A primeira hipótese de ver o ganho geral é produzir o mesmo com menos horas ou produzir mais. Se quiserem
utilizar as mesmas horas (que é o mais normal) vão poder produzir maior quantidade com as horas de
trabalho que já gastavam de qualquer forma, se Portugal colocar as 70H todas do lado do vinho vai passar a
produzir 3,5U de vinho; em Inglaterra com as mesmas 140H pode passar a produzir 2,3 unidades de
vinho, ou seja, ambos os países passam a produzir mais do que aquilo que produziam. Ou os mesmos bens e
menos horas de trabalho ou as mesmas horas de trabalho e maior quantidade de bens. Se for esta a opção, de
manter as horas de trabalho, então nós temos que antes da especialização ( Portugal com 70H
produzia 2U, uma de tecido e uma de vinho, e depois da especialização com as mesmos 70H produz 3,5
unidades de vinho porque produz 0 de tecido). Ou seja, Portugal antes produzia 1 + 1=2 agora produz 3,5,
esta a produzir mais 1,35 do que produzia antes. Inglaterra antes da especialização com 140H produzia 2U,
uma de tecido e um de vinho, depois da especialização com as mesmas 140H produz 2,3U de tecido, já não
produz nada de vinho, utilizou todas as horas que tinha para produzir tecido, Inglaterra produz mais 0,3U que
o que produzia antes.

Isto significa que se juntarmos o que PT ganha mais o que Inglaterra ganha há um acréscimo global de 1,8
unidades, ou seja, um ganho de mais de 45% que nos temos quando passamos a ter economias abertas, a fazer
comércio Internacional, do que tínhamos antes quando tínhamos 2 economias fechadas sem fazer comércio
Internacional. Ou seja, o conjunto dos países, tentaram nesta logica de comercio internacional aumentaram em
45% a sua produção só pelo facto de fazerem comércio Internacional e de, por via disso, procederem a uma
melhor afetação dos seus recursos.

O que conseguiu Ricardo com esta demonstração?

Com esta demonstração económica, Ricardo, não só conseguiu que as “Corn laws” fossem abolidas em Inglaterra como
fez com que a Inglaterra se tornasse o primeiro país livre-cambista do mundo ( livre-cambismo é o contrário de
protecionismo). Um país que defende o livro cambismo é um país que defende o LIVRE comércio Internacional.

Portanto, a Inglaterra tornou claro que o comércio Internacional traz vantagens para todos os países independentemente
do Estado e do desenvolvimento relativo em que se encontrasse. Em fins do século 18 e inícios do século 19, que é
quando Ricardo escreve, Inglaterra era o país mais desenvolvido, eram os Estados Unidos hoje para nós, potência
económica mundial, país que dominava a maior parte do mundo, e foi livre-cambista. Todavia, ao mesmo tempo
Ricardo demonstrava que um país mais atrasado, mais agrícola e menos industrial como é o caso de Portugal,
também tinha vantagens em fazer este comércio Internacional. Os 2 países, em estado de desenvolvimento diferentes,

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conseguiam tirar vantagens do comércio Internacional, independentemente do Estado e desenvolvimento relativo em que se
encontrassem.

Nota: esta matéria sai quase de certeza no exame, se não sair como pergunta desenvolvimento, não é muito
comum sair em desenvolvimento, mas sai normalmente em definição, vantagem relativa e vantagem comparativa
etc; em oral de melhoria esta matéria é sempre perguntada; dr. Luís Pedro Cunha pede às pessoas para irem
fazer o quadro ao quadro.)

Nota: para a explicação funcionar são as 3 coisas que Dr. mencionou: 2 países a produzir apenas 2 produtos
e a utilizar apenas um recurso produtivo que são horas de trabalho, só assim é que esta explicação de se
percebe. É preciso saber por exemplo relacionar esta matéria com os mercantilistas, perceber no que que são
diferentes, relacionar Smith com ricardo etc.

Vamos introduzir a teoria de distribuição do rendimento de David Ricardo

Há uma teoria da distribuição de rendimento, nós já sabemos que há 3 categorias de rendimento: salário para pagar
o trabalho; Rendas para pagar Terra e lucros para pagar adiantamento de capital. Portanto, Ricardo tem uma
categoria da distribuição dos vários rendimentos, no livro encontramos teoria do salário, teoria da renda, teoria do
lucro. Em ricardo vamo-nos centrar na teoria da renda, mas essa é a teoria da distribuição do rendimento de
Ricardo que trata de todos os tipos de rendimento. Para tratar todos os tipos de rendimentos ele assenta numa
estrutura de classes, ele entende que há 3 classes económicas:

→ capitalistas que são responsáveis pela afetação de recursos, por fazer uma eficiente afetação de
recursos, por decidir o que produzir, quando produzir e a melhor forma de produzir e são também, e
por isso é que são capitalistas, os responsáveis pela poupança e nós já sabemos que sem poupança,
sem aforro não há investimento uma vez que sem aforro não há capital e sem capital não há
investimento. os capitalistas têm que antes de serem capitalistas têm de ter sido aforradores,
acumularem capital e depois adiantam na produção sobre a forma de investimento e vão ter o seu
retorno

→ Trabalhadores recebem os seus salários e têm os seus salários sujeitos, a chamada teoria dos salários
( vamos ver já de seguida)

→ os proprietários das terras não exercem uma atividade produtiva, os seus rendimentos advêm da
titularidade do fator de produção terra, ou seja, e por serem titulares do fator de produção Terra que
têm rendimentos e depois tal como os fisiocratas todo o rendimento é consumido, todo o rendimento de um

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proprietário é consumido, não há da parte dele investimento e, nesta medida, os proprietários das terras
são puros consumidores

Teoria do fundo dos salários

A teoria do Fundo dos salários não é uma teoria de Ricardo, mas é uma teoria a que Ricardo adere e faz mais uma
construção ou outra, ou seja, é uma coisa que já existia e que nós encontramos em Ricardo . Essa teoria diz-nos que
no curto prazo, 3 meses, 6 meses, um ano, o valor do salário determina-se de acordo com a oferta e a procura de
trabalho. A oferta de trabalho depende do número de trabalhadores no mercado e a procura depende do chamado
fundo dos salários, ou seja, a oferta é quantos trabalhadores estão no mercado e a procura é saber se vai haver
capitalistas com vontade de contratar trabalhadores mais ou menos, depende do Fundo dos salários que é uma parte
do capital orientar na produção.

Ou seja, o capitalista tem, para adiantar a produção, um determinado capital e dentro desse capital há um chamado
fundo dos salários, uma parte que é reservada aos salários, portanto, a procura de trabalhadores depende desse
fundo ser maior ou menor e, por sua vez, esse fundo ser maior ou menor depende se o volume de capital local é
maior ou menor, ou seja, há uma parte do capital que é reservado para pagar salários, o capitalista sabe que
quando vai começar a produzir se vai ter de contratar trabalhadores sabe que vai ter de reservar parte do seu
capital para os salários, para pagar os salários aos trabalhadores e, por causa disto, estas são as 2 variáveis, o
salário é uma variável dependente do curto prazo, depende do Fundo dos salários que é dado um montante em
dinheiro dividido pelo número de trabalhadores no mercado que no curto prazo também é dado, ou seja, no curto
prazo a população disponível para trabalhar não aumenta nem diminui, a 3 meses ou 6 meses ou um ano não
aumenta nem diminui significativamente. Portanto, o salário é dependente dessas 2 variáveis.

Depois, acrescenta Ricardo, um pouco em linha com Malthus, diz-nos Ricardo que a demografia também tem o seu
papel, o valor dos salários não pode estar nem muito tempo acima nem abaixo do preço natural dos salários. O
preço natural dos salários é o necessário para as pessoas viverem, para os trabalhadores sobreviverem, para terem
condições mínimas de sobrevivência, isto é, comer investir em se etc. Isto é assim porque se os salários vierem para
baixo do preço natural isto quer dizer que as pessoas não têm o suficiente para sobreviver e se não têm o suficiente
para sobreviver quer dizer que vão morrer, vão se reproduzir menos, vão ter mais doenças, vai haver mais miséria
e, portanto, a população acaba por se reduzir. Como a população diminui o que vai acontecer ao salário, uma vez
que este depende da quantidade de trabalhadores disponíveis, se a quantidade de trabalhadores diminui os salários vão
aumentar, vão voltar outra vez ao nível necessário de subsistência.

Por outro lado, se houver uma subida dos salários, acima do tal mínimo de subsistência, isso tem por efeito encorajar
a multiplicação da população, as pessoas vão ter mais filhos, vão se sentir mais confortáveis em ter mais filhos, vai
se elevar oferta de trabalhadores e, mais uma vez, se os salários dependem de uma determinada quantidade em
dinheiro dividida pelo número de trabalhadores, se o número de trabalhadores aumentam os salários vão outra vez

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diminuir para voltar ao tal nível de subsistência, um decréscimo do valor de salário até ao seu valor natural que é o
mínimo de subsistência.

Para estes autores, neste momento, salários baixos é uma condição necessária do desenvolvimento da economia porque,
só com salários baixos, é que há taxas de lucro altas e só com taxas de lucros altas e que há crescimento económico.

Para a semana: teoria da renda diferencial

Aula 7- 2.12

Teoria renda diferencial de David Ricardo

Encontramos em ricardo, teoria renda, lucro e salários- 3 tipos de categorias de rendimentos. Recebo lucro se tiver
adiantado capital à produção, depois terei excedente investido e esse resultado é o lucro. Para a se eu adiantar produção
de terra , a minha renumeração será uma renda. E se entregar produção trabalho , vou receber o salário.

O que nos diz Ricardo, numa tese importante para aquilo parecia ser contra os seus interesses, as Leis dos Cereais
que impediam a importação de trigo de outros países, escreveu que deviam ser abolidas e deveria ter livre estatuto na
economia através da teoria da vantagem produtiva, se todos países aplicassem esta teoria teriam lucro. Explicou que a
manter-se as leis dos cereais a economia inglese tenderia a um estado estacionário- não desenvolve -se a economia, em
que o valor da produção é igual num ano e no ano seguinte ( como os fisiocratas defendiam). Para David Ricardo,
contrariamente aos fisiocratas, conduziria a um estado estacionário, algo negativo.

1º EXPLICAÇÃO IMPORTANTE- TEORIA VANTAGEM RELATIVA- comercio internacional

2ºEXPLICAÇÃO IMPORTANTE- TEORIA RENDA DIFERENCIAL- a renda comporta-se como diferencial , é


preço dos cerais a cada momento e corresponde diferença a diferença custo produção e venda dos cereais, diz-nos que
o que será a renda? Depende de que? Preço que se vende os cereais, se 10 kgs vendidos a 10 euros determina o
valor da renda. Custo produção sendo 8 euros, a renda corresponde 2 euros.

Custo produção- valor de venda dos cereais

Ricardo explica que o aumento da população , teoria dos fundos dos salários, importância fatores demográficos, aumenta
a população salários maiores, dispõe a ter mais filhos e vivem mais tempo, não morrem tanto rápido. O aumento da
população leva a necessidade de mais alimentos, mais bocas para alimentar, logo produção de alimentos necessariamente
maior.

Para Malthus isto era problema grave, não havia lugares postos para todas as pessoas, logo há algumas
que não chegam a mesa , não comem suficiente para permitir vida a ser desenvolvida.

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• Ricardo diz que a economia inglesa trata disso 2 formas :
1. Cultivo mais intenso das terras férteis- melhores terras produzem-se mais, para maior produção alimentos

Agricultor tem 3 terras- batata, milho e outra terra fica livre, Aguarda pelo ano seguinte e faz rotação ,
e um canto fica fora , um diferente. Quando há necessidade cultivar mais intensamente, deixa-se fazer isso
e usam-se as terras na sua totalidade.

2. Cultivo terras menos inférteis- Mas não chega, há terras que não era cultivadas e passam a ser
cultivadas, como os pinhais. Encontramos muitas vezes uma terra cultivo meio de pinhal, que em principio
não é uma terra tão boa.

Pressão produzir mais, logo expandem-se para as terras menos férteis, produzem menos.

• Ambas terão problemas, Ricardo identifica problemas económicos :

i. Aumento intensidade de cultivo- cultivar mais terras já cultivadas. O aumento da intensidade produtivo
fica sujeito à LEI DOS RENDIMENTOS DECRESCENTES ( esta lei é importante para ricardo
e todo o 2º semestre). Esta lei quer dizer o que? Ricardo diz que se aumentarmos intensidade
cultivo da terra não teremos retorno proporcional ao investimento.

Ex, Agricultor gasta 10 mil euros numa terra e obtém um resultado de produção de 10
toneladas. Se investir 5 mil euros deveria produzir 5 toneladas. Não será proporcional, produz
vá mais 2. Se aumentar o investimento terei retorno menos que proporcional, dai dizer-se descrente.

Só preciso 2 coisas produzir:

• FATOR FIXO – terra;


• FATOR VARIAVEL- trabalho,trabalhadores.

Ceteris parabus- se no cultivo da mesma terra aplicamos sucessivas doses de trabalho leva
a ao aumento de produção cada vez menores.

Colocamos mais fatores variáveis- trabalho- e o que acontece é durante algum tempo tenho
os chamados RENDIMENTOS CRESCENTES e à medida que coloca fatores variáveis
terei retorno mais que proporcional, passo de 0 para 10 e produzo 20, de 10 para 20
produzo 45. Cada facto variável consigo produzir mais.

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Mas ricardo diz que chegamos a um ponto de RENDIMENTO DESCRESCENTE – cada
vez coloco fator variável produção esse dá-me cada vez menos, não é sequer proporcional,
coloco mais 10 trabalhadores e esses produzem menos do que os 10 trabalhadores
anteriores.
Ex, fabrica- abrimos fabrica para produzir bolas futebol e contrato 10
trabalhadores e produzem mil bolas, Contrato mais 10 invés produzir mil produzo 3 mil
bolas- rendimento crescente ( rendimento mais que proporcionais).
Imaginando cheguei aos 50 trabalhadores, a fabrica não aumenta- fabrica é
fator fixo, não aumenta, passando dos 50 para 60 trabalhadores darão mil, como os
primeiros, e se aumentar 60 para 70 dão só já 500 bolas-rendimento descrente (retorno
não proporcional)

ii. AUMENTO EXTENSIVO DE CULTIVO- resolver questão de necessidade mais alimentos - nos
pinhais, menos férteis. Trabalhar numa terra que se tiver mesmos trabalhadores nas terras férteis
, obtenho menos produção. Produzo mil terra fértil, numa infértil produzo 500. Significa é preciso
mais trabalho para que se mantenha constante a mesma produção que numa terra fértil.

Do ponto vista económico, significa CUSTOS MARGINAIS DECRESCENTES. Quando


falamos dos marginalistas, cálculo à margem, calculo marginal parte do N+1- quando cusra
produzir +1?

Produzir 1000 e queremos 1001, essa unidade marginal é o 1.

Ao produzir em terras, cada unidade pessoa pretende ter tem CUSTO MARGINAL
CRESFENTE- fica mais caro produzir 1001 do que 1000. PORQUE? É mais difícil retirar
daquela terra o rendimento pretendido. A unidade posteriores a mais fica mais caro do que os
anteriores.

Aumentar custos em terras menos férteis é cada vez mais crescentemente mais cara. É o
aumento dos custos marginais.

Se eu produtor suporto custo marginal cada vez mais caro, terei que refletir nos preços.
Ninguém produz a 10 para vender a 9. Não. As empresas suportam custos superiores da
eletricidade, o que acontece os produtos ficam mais caros. A roupa está mais cara, pão mais caro.
Se um campo agrícola precisar tratado com trator e usa gasóleo a 1 euro será diferente o preço se
gasóleo for 2 euros.

Produtores irão refletir nos preços, logo aumentando custos marginais , aumentam os preços,
o valor de troca do cereal será equivalente ao custo de produção mais elevado. Cada tonelada adicional
será mais cara, mas não posso vender 1 tonelada a 100, a 2 a 101, a 3 a 103. Logo serão

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todas vendidas 103 . O limite é custo marginal igual a preço, ou seja , inferior a 103 não pode
ser. Mas se vender a 103 não terei excedente nas toneladas adicionais mas nas anteriores a 100,
101 terei. O limite é 103 como preço mínimo.

Nas piores terras não há renda- LOW RENT LAND. Se a renda comporta-se diferença
custo produção e venda cereais e havendo terras em que custo produção e venda , todo valor preço é
absorvido salários e margem lucro mínima quem está a produzir. Capitalista tem rendimento,
trabalhadores tem salario, e não há renda, se a renda é diferencial. Há certo conjunto terras o
que custa produzir é tão caro e equipara preço cereal

Se há um sitio onde não há renda, significa que as terras situam onde é mais fácil produzir.
Logo há uma espécie de graus de terras, na terra x não é possível produzir com rentabilidade logo
na terra y melhor e z ainda melhor .

Só há renda quando diferencial entre preços e custos de produção- porque renda absorve
este diferencial? Porque os produtores irão concorrer entre si entre as terras mais férteis, logo
quanto mais fértil mais se consegue produzir e assim há menos custos produção para numero elevado
de produção e obter lucro mais elevado ( lucro = custo-venda) .

Essa competição entre capitalistas e querem obter melhores terras, o que acontece? Aumenta
o valor das rendas até chegarem ao ponto de o capitalista prescindir do lucro , mas vou admitir que
essa diferença seja toda paga em renda. O que se consegue produzir e custo efetivo da produção ,
tendo um lucro mínimo,

Cada vez produzo mais caro, preço cereal será mais caro, e tendo em conta o diferencial
, renda aumenta. A renda acompanha . Custo marginal = custo produção ceral ; logo custo a
produzir 10 , custo venda pelo menos 10 e não posso produzir só 10, preciso produzir 11 , logo
vendo a 11. Aquilo que a terra permite produzir vai, cada vez aumento preço cerais a renda
aumenta. Porque aumenta preço cerais aumentam? Porque custo marginal aumenta.

Logo custo marginal leva aumento da renda, porque aumenta o custo marginal o custo do
preço e como a renda é o diferencial, aumentara também.

• RENDA DIFERENCIAL : na teoria de ricardo, é a diferença entre custo de produção efetiva terra mais fértil
e custo marginal de produção cereal ( implicado terra menos fértil ).

Porque preço se fixa em função desse custo: produzir terra menos fértil e mais fértil.

O preço fixa-se em relação valor mais alto- terra menos fértil ( custo marginal mais alto) e a terra
mais fértil ( sujeito ao rendimentos descentes).

A renda não determina o preço. O que determina o preço é o custo de produção.

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Renda , se preço aumenta, aumenta. Renda é dedução que se tira valor total. O aumento da renda prejudica
o que? Os lucros. Cada vez mais os lucros diminuem, há pressão da renda sobre os lucros.

Se o lucro é residual, enfrenta uma tendência para ser mais baixo, sempre que os outros valores aumentam
o lucro baixa.

Aumentam custo marginal ( produção ) temos uma elevação da renda, aproveita da elevação do custo e do
preço.

• Porque há esta tendência para baixa do LUCRO?

Aumento população exige produção mais cereais e para isso, cultivar as terras inférteis e aumentamos a
intensidade da produção das férteis ( ambas correspondem aumento custo marginal).

Qualquer uma das soluções existem para aumentar a produção leva ao aumento do custo de produção.

O aumento custo marginal do trigo, conduz ao aumento preço trigo, ninguém produz para vender preço inferior
ao de produção. Se produzo a 10 é para vender pelo menos 10. Renda comporta-se como diferença, alem aumenar
preço trigo, aumenta a renda.

• Teoria salários fundo- já sabemos que ricardo aceita a ideia corresponde ao mínimo de subsistência. Ora, o
que acontece se preço trigo aumenta, salários nominais tem que subir para que salario real continue a
assegurar mínimo de subsistência. O que é o SALARIO NOMINAL? O que recebem ex 500 euros em
montante. SALARIO REAL? O que conseguem comprar com salario nominal.

Recebo 500 euros é o salario nominal. Pessoas podem ter salários nominais irão ter perdas. Não
aumenta tanto quanto inflação, passam a poder comprar menos coisas que antes. Com trigo mesma coisa, estas
pessoas não podem descer de receber para comprar trigo, senão morrem.

Se pessoas comprarem trigo, aumenta o preço trigo, os salários reais aumentam – se aumentar trigo
10%, e salários apenas 3 % , trabalhadores morrem. Senão ganharem aquilo morrem. Logo os SALARIOS
REAIS tem que acompanhar e os NOMINAIS.

• Produto aumenta preço, mas todos os outros não estão, no caso os cereais. O valor depende da quantidade de
trabalho . Ricardo até mais sofisticado , e fala também dá quantidade de trabalho comandada. Os
capitalistas precisam pagar salários mais altos porque preço trigo está aumentar. Temos os produtores a
enfrentar despesas mais elevadas- quer salários, quer rendas- mas continuam RECEBER MESMO PREÇO.

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Tirar dúvida : Se a receita total não altera, custos aumentam e preço mantem igual, o lucro está encurtar-
se, há pressão destes 2 custos sobre o lucro. Dos cereais aumenta o preço, mas como tese geral, bem so vale
quantidade de trabalho, logo para outros produtos não admite ricardo que preços aumentem. Produtores de trigo e
de outros trigos sofrem, dado a diferença de custos e processo similar porque salários e rendas aumentam.

Salários aimentam- quando preço cereais aumentam

Rendas aumentam- quando aumentam os custos

Não aumentam preços- só trigo é que aumentam preços

Trigo- preços aumentam- produtor não beneficia- benefecio é consumido para rendas

Renda é so em terra!!!! Para ricardo.

Esta descida da taxa de lucro implica diminuição do investimento: capitalista recebe cada vez menos, para
haver investimento tem que haver aforro e antes rendimento .O aforro é que origina o investimento. Se é cada vez
menor , aforra cada vez menos. Ausência de investimento leva a economias estacionárias, apenas reprodutivas
ciclos anteriores.

• ABOLIR LEIS DOS CEREAIS- se Inglaterra poder importar cerais outros países, não é preciso cultivar
terras intensamente e terras inférteis e a renda não aumenta, salários não aumentam ( salários baixos é
bom porque mantem lucro maior e investimento também), conduz a que a taxa de lucro não tenda abaixar.
O investimento mantiver, economia cresce- ECONOMIA ESTACIONARIO PARA PROGRESSIVA.

Aula 8- 9.12

Aula dia 09/12/2022

Tínhamos encerrado na última aula os dois temas essenciais que estudamos a respeito de David Ricardo:

1. Teoria do comercio internacional de ricardo


2. Teoria respeitante a distribuição do rendimento com um especial foco nos efeitos económicos das leis dos cereais.

( vamos ver Say e tendo tempo abordaremos ainda uma matéria em Marx)

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Lei de Say = lei dos mercados e dos produtos.

Say tem um pensamento profundamente otimista, por exemplo em comparação com o autor anterior que estudamos David
Ricardo ( vimos que ele tinha uma tendência pessimista e que a economia tendia para o estado estacionário). Say é
otimista, acreditava no progresso científico, acreditava que esse progresso aplicado pelos empresários à produção levaria
a elevados padrões de progresso técnico-económico e é este otimismo que nos podemos ver refletido na lei de Say.

Esta lei para ser percebida tem de se perceber quais são os pressupostos de que Say parte e são 3:

1. O primeiro é que não há entesouramento ( temos falado disto abundantemente). Sempre que temos um
rendimento ele pode ser afeto ou ao consumo ou aforro ( são as duas hipóteses possíveis daquilo que podemos
fazer com qualquer rendimento, nos, os capitalistas, todo o rendimento tem dois destinos possíveis ou é consumido
ou é aforrado). Depois dentro do aforro temos dois destinos possíveis ou o investimento ou o entesouramento (
o entesouramento é manter o dinheiro em saldos líquidos, não investir- “meter o dinheiro debaixo do colchão”
ou num cofre sem que ele seja aplicado a nada). Portanto, o pressuposto em parte é que ninguém faz isto,
ou seja, todo o rendimento é consumido ou sendo aforrado destina-se a investimento ( destina-se a adquirir
bens e serviços destinados a produzir outros bens e serviços). Portanto ninguém entesoura dinheiro, não há
razão para entesourar rendimentos.

2. O segundo pressuposto é que não há estucagem, ou seja, os produtores não constituem stocks, não guardam
produtos para o futuro, não armazenam produtos. Tudo o que é produzido destina-se a ser vendido e não há
esta capacidade de estocagem.

3. O terceiro pressuposto é que os preços são perfeitamente flexíveis, ou seja, um produtor aceita praticar
qualquer preço. É claro que o vendedor vai procurar praticar o preço mais alto que seja compatível com o
escoamento da mercadoria, ou seja, a um vendedor não interessa praticar o preço mais alto possível , ou
seja, não interessa que haja uma pessoa que compre o seu produto, interessa é que consiga vender todos os
produtos e por isso ele pratica o preço a que sabe ou que antecipa que consegue escoar a mercadoria. No
entanto é flexível, ele diz:

Exemplo: “eu julgo conseguir escoar a minha mercadoria ao preço de 10, mas o preço pode sempre baixar
com o fim de evitar a estocagem do produto”, ou seja, se eu estou a vender a 10 mas não estou a conseguir
vender tudo aquilo que pretendo, todos os produtos que tenho para vender, como a estocagem não é uma hipótese
( eu não posso estocar o produto, não é admitido que eu estoque o produto) então eu vou aceitar uma descida
de preço de 10 para 8 para conseguir colocar mais bens no mercado, para que haja mais pessoas que estão
disponíveis a comprar por 8 e que não estavam disponíveis a comprar por 10. Isto acontece em todos os
produtos, pessoas estão disponíveis a comprar a um preço mais baixo mas não estão disponíveis a comprar

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por um preço mais alto ( exemplo: eu estou disponível a comprar um casaco por 50€ mas não estou
disponível para comprar um casaco por 100€, se o casaco descer de preço eu já estou disponível para
comprar) e, por outro lado, a mesma coisa quando se trata do vendedor, ou seja, o vendedor estar a tentar
escoar o produto mas se perceber que o consegue escoar não ao preço de 10 mas ao preço de 12, é isso que
ele fará, aumenta ao preço para 12 porque isso lhe permite aumentar as suas margens e aumentar o seu
lucro.

Portanto, 3 pressupostos para percebermos a conclusão a que Say chega: não há entesouramento, todo o rendimento ou
é consumido ou é investido ( passa pelo aforro e é investido); não há estocagem, não se guardam produtos, todos os
vendedores procuram vender todos os produtos que produziram num determinado período económico; e depois os produtores
admitem flexibilidade perfeita dos preços, ou seja, como não admitem estocar, admitem descer o preço o que for preciso
(de 10 para 8, de 8 para 6, de 6 para 4), admitem baixar o preço desde que consigam escoar a mercadoria,
mas por outro lado sempre que consigam escoar a mercadoria a um preço mais alto também vão procurar aumentar o
preço. É isto que significa a perfeita flexibilidade do preço.

Com este prossupostos a lei de say enuncia da seguinte maneira:

“ A OFERTA CRIA A SUA PROCURA”

E com estes pressupostos a lei de Say enuncia-se de uma maneira muito fácil que é “ a oferta cria a sua própria
procura”, estamos a falar de dois lados a oferta ( vendedores, produtores) e a procura ( consumidores que vão
procurar ou que vão consumir os produtos que os vendedores produziram) e o que estamos a dizer é que a oferta
quando esta a produzir produtos está-se também a criar procura para esses produtos. Como é que isto se explica?

O que Say diz é que numa economia avançada , com divisão de trabalho ( a mesma que tínhamos pensado para Adam
Smith quando falamos da divisão interna e externa do trabalho), os meios normalmente disponíveis para alguém
adquirir bens e serviços correspondem ao poder de produzir bens e serviços. Ou seja, os rendimentos que o consumidores
tem para adquirir bens e serviços correspondem ao poder que os produtores tem para produzir bens e serviços.

Como se explica? Explica-se que um empresário para lançar um determinado produto no mercado teve que remunerar
os titulares dos serviços produtivos . O empresário quando produz um casaco teve de remunerar os titulares dos
serviços produtivos, teve que remunerar quem deu a matéria-prima, o tecido, enchimento, teve que remunerar os seus
trabalhadores, teve que remunerar o titular do edifício, pagar uma renda, ou seja, ele ,para produzir, teve que
remunerar os participantes na produção, que em Say se diz os titulares dos serviços produtivos.

Say admite que tudo o que é que é levado para a produção é um serviço produtivo. Portanto quando se produz, ao
produzir-se, está-se a chamar a produção diferentes serviços produtivos ( trabalho, elementos fixos, capital) e todos
estes, contribuintes do processo produtivo, recebem em troca uma remuneração (salário, uma renda, um lucro).
Sabemos que é assim quando alguém leva um fator produtivo a produção recebe em troca a remuneração correspondente.

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Mas Say continua , diz-nos que esta remuneração irá necessariamente ser gasta em consumo ou em investimento (já
que não há entesouramento, das duas uma ou o rendimento é utilizado em consumo ou rendimento é utilizado em
investimento). Os trabalhadores recebem salário, este era a maioria do seu rendimento, os capitalistas que recebem
lucro estes gastarão uma parte em consumo a outra aforravam para realizar investimento ( o que Say não admite,
já sabemos, que é entesouramento). Portanto, todas estas fontes de remuneração vão necessariamente alimentar a
procura. Ou seja, é porque participam no processo produtivo que as pessoas, os titulares dos serviços produtivos,
recebem remunerações que depois lhes permitem ir comprar bens, portanto, a remuneração está necessariamente a
alimentar a procura.

Podemos, portanto, concluir que próprio processo produtivo gera um poder de compra para adquirir a produção. Quando
se entra no processo produtivo vai-se necessariamente receber uma remuneração e é com essa remuneração que vamos
comprar, vamos fazer consumo ou vamos fazer investimento e, portanto, quando estamos a produzir estamos a realizar
ou a dar a quem participa no processo produtivo, dar o poder de compra para adquirir produção que está a ser
produzida. Por isso é que se diz que a oferta cria a sua própria procura, melhor dito seria o processo de produzir
bens, o processo produtivo, gera, através da distribuição de rendimento que lhe está associada, a distribuição de poder
de compra necessária para adquirir o que está a ser produzido. Por este motivo é que podemos dizer com Say que a
oferta cria a sua própria procura. Daqui podemos verificar algumas consequências da lei de Say.

Consequências da lei de Say

1. A primeira consequência que nós podemos tirar, uma consequência natural, é que a moeda não tem qualquer
utilidade se não for gasta. Ao contrário do que já vimos, por exemplo dos mercantilistas em que a moeda é a
reserva de valor, para Say e em consequência da lei de Say nos vimos que a moeda não tem qualquer
utilidade se não for gasta e, portanto, os produtos trocam-se por produtos. No fundo a moeda aparece apenas
a intermediar a troca. Quando estamos a ir ao mercado, estamos a trocar aquilo que produzimos por aquilo
que não produzimos ( é essa a troca que fazemos), verdadeiramente não levamos para o mercado aquilo
que produzimos porque temos moeda ( porque já vendamos a outra pessoa e por isso temos moeda), moeda
tem só este processo de intermediação e, mais uma vez, porque todo o rendimento é consumido ou investido, não
há qualquer utilidade, nos termos da lei de say, para conservar dinheiro em saldos líquidos sem o gastar.
Esta é a primeira consequência que podemos ver: a moeda não tem utilidade e, portanto, a moeda é simples
intermediária das trocas.

2. segunda consequência é que nenhum produtor quer manter os bens para si. Ninguém faz estoque de bens
porque toda a gente procura colocar à venda os bens que são produzidos porque necessita de realizar essa
venda para criar os meios necessários para adquirir outros bens. Porquê que tem que vender tudo aquilo que
produzi? Porque só vendendo tudo aquilo que produzi é que tenho a capacidade para ir adquirir tudo aquilo
de que necessito. Todos os bens produzidos são imediatamente postos à venda porque com eles se pretende
adquirir outros bens.

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Estas 2 ideias:

→ de que a moeda é simples intermédio das trocas


→ e que não há Stock de bens

Leva uma consequência muito importante, mas muito criticada, que é de que: não pode haver, de acordo com a lei de
Say, crises de sobreprodução geral, ou seja, o excesso de oferta face à procura do bem em todos os setores do
mercado. Vamos ver que é possível haver sectorialmente, mas, em geral, na economia, não pode haver crises de
sobreprodução geral ( crises em que se produz mais do que aquilo que vai ser adquirido pelos consumidores). Isto
porque toda oferta implica a criação de uma procura capaz de absorver. Se a moeda não tem utilidade, desta feita
ninguém a guarda, se nenhum produtor quer manter os bens para si e, portanto, quer sempre vendê-los, está disponível
para aceitar qualquer preço que lhe deem por ele, ou seja, está disponível para baixar o preço até ao limite daquilo
que lhe custa produzir. Isto tem como consequência que toda oferta está a criar uma procura capaz de absorver e,
portanto, não há hipótese de haver mais oferta do que procura ( EM GERAL)

Podem existir crises de sobreprodução sectorialmente , não é uma crise geral, mas é uma situação de subprodução
setorial, ou seja, situação de subprodução num determinado setor.

Exemplo: no setor da produção de casacos vai haver um excesso de oferta. Se houver uma sobreprodução
setorial (porque há mais oferta do que procura de casacos), o que vai acontecer é que o excesso de oferta
vai levar a uma diminuição dos preços, ou seja, como há muita oferta para a procura que existe toda a gente,
para procurar vender os seus produtos, vai aceitar descidas de preço para procurar escoar a produção de
casaco. Os produtores de casacos vão aceitar descidas de preço para conseguir escoar, para conseguir que
mais consumidores comprem os seus bens, para conseguirem escoar. Aquela ideia de que ao preço de 100
há poucas pessoas a comprar, mas ao preço de 50 já muita gente compra casacos, o preço vai descendo até
que é possível vender todos os casacos.

A diminuição dos preços leva, por isso, a um aumento da procura e por outro lado, como também estão a
diminuir os preços, os produtores começam a produzir cada vez menos, ou seja, já não é tão atrativo
(vender um casaco a 100€ é muito mais atrativo, do ponto de vista do lucro que se pode obter, do que
vender um casaco a 50€). Assim, os produtores estão disponíveis para produzir menos casacos. Havendo
este reequilíbrio, a oferta diminui e a procura aumenta ( porque o preço baixa) volta a haver capacidade
de se encontrarem as 2, volta a haver capacidade da procura absorver a produção.

Assim, crises de sobreprodução geral podem existir mas acabam por ser resolvidas pelo funcionamento do mercado.
A mesma coisa acontecerá se houver um caso de subprodução setorial.

Exemplo: no caso há uma falta de oferta de casacos, há poucos casacos para a procura que se faz deles,
há uma falta de oferta que leva a uma elevação dos preços. os casacos estavam a 50€ mas há poucos

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casacos e muita gente a querer comprar, os casacos vão elevando o seu preço porque já vemos que se os
preços são perfeitamente flexíveis o produtor vai procurar praticar o preço mais alto possível compatível com
o escoamento da produção. Ou seja, se ele consegue escoar tudo aquilo que produz ao preço de 70 não vai
praticar o preço de 50. Esta elevação dos preços , se passa de 50 para 70, há menos procura porque há
menos pessoas que estão disponíveis para pagar 70€ do que as que estavam disponíveis para pagar 50€.
Por outro lado, como o preço aumenta de 50 para 70 há mais vontade dos produtores de produzir mais
casacos.

Temos mais uma vez os 2 efeitos porque os preços estão a aumentar a procura diminui e porque os preços
estão a aumentar a oferta aumenta, há mais produtores disponíveis para vender produtos. Portanto, resolve-
se, desta forma, e volta a haver equilíbrio entre a oferta e a procura ( porque a procura diminui e a
oferta aumenta).

Havendo estes desequilíbrios setoriais eles são transitórios, são naquele setor (neste caso nós estamos a falar do setor
de casacos) não existe na generalidade da economia, só setorialmente é que eles existem e sempre que existem eles
resolvem-se através do funcionamento do mercado e, por isso, são desequilíbrios apenas setoriais e necessariamente
transitórios que não se comunicam ao mercado na sua globalidade, ou seja, o mercado na sua globalidade não está
desequilibrado o que está desequilibrado é aquele setor económico

Críticas á lei de Say

Vamos ver 2 críticas fundamentais a lei de Say:

→ A primeira é de Malthus. Para Malthus é necessário estimular a procura, nisto Malthus é diferente de todos
os outros autores da escola clássica ( Smith, Ricardo, o próprio Marx). Malthus entende que para estimular
a economia não basta estimular a oferta, não é preciso só produzir mais ,não é preciso só criar condições
para que se produza mais, é também necessário estimular a procura. Isto porque say viveu num tempo em
que verificava crises de subproduçao, situaçoes de desemprego e portanto ele olha para Inglaterra, ve que
isso esta a acontecer e critica o otimismo inerente a lei de Say dizendo que são possíveis as crises gerais de
produção em virtude do excesso de capital face aos mercados. Há mais oferta do que aquilo que os mercados
conseguem absorver. Say diz que não é possível porque em geral não há crises de sobreprodução e
setorialmente elas resolvem-se. Já Malthus diz-nos que existe o risco de haver crises de subreprodução.
Partindo desta ideia de que é necessário estimular a procura, o conceito fundamental em Malthus é o conceito
de procura efetiva que é aquela própria procura que é feita por quem quer e PODE PAGAR os produtos a
um preço suficiente. Só este tipo de procura (de quem quer e pode pagar um preço suficiente dos produtos)
é que é a necessaria para encorajar constantemente a produção. Para que os produtores queiram produzir
tem que tem que ter do lado da procura quem lhes compre, quem queira e possa pagar um preço que eles
acham adequado para continuarem a produzir. Portanto, para alem da vontade pagar Malthus adiciona a

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possibilidade de pagar, é este o conceito de procura efetiva, a procura tem que ser real, efetiva, tem que
existir na realidade, as pessoas tem de ser capazes de comprar.

Malthus, a data que escrevia, dizia que esta não existia, que escasseava a procura efetiva, escasseava uma procura
que fosse suficiente para incentivar a produçao ( isto é contrario do otimismo de Say).

Porquê que há insuficiencia de procura efetiva? A primeira razão tem que ver com a insuficiência do poder de consumo
dos trabalhadores. Para isto temos que voltar um bocadinho a Smith que nos dizia que o valor de troca de mercadoria
equivale a quantidade que ela permite retribuir ou adquirir, a ideia de trabalho comandado. Portanto, um bem
produzido contem em si uma quantidade de trabalho que é aquilo que permite comandar e, portanto, trocar esse bem
por outro bem. A questão é que o trabalho incorporado na mercadoria tem um valor de troca inferior à mercadoria,
ou seja, o trabalho vale menos que a mercadoria.

O trabalho incorporado em cada mercadoria tem um valor de troca inferior ao da mercadoria produzida porque o
valor de troca do trabalho só compreende aquilo que é remunerado como salário e o valor de troca da mercadoria
compreende não só o salario como também as rendas e os lucros. Estamos a dizer que o produto vendido incorpora
trabalho ( que foi remunerado com salários) mas incorpora também a remuneração dos titulares das terras e dos
titulares do capital. Quer dizer que aquilo que foi distribuído aos trabalhadores em termos de salários não chega para
absorver o total da procura porque o montante em salários é o valor inferior ao valor de troca da produção.
Basicamente estamos a dizer que os bens produzidos valem mais, significam um valor maior, do que aquele que foi
distribuído aos trabalhadores em salarios. Isto porque no valor do bem produzido não está apenas o valor do trabalho,
está também a remuneração dos outros fatores produtivos da Terra e do capital. Isto leva a uma situação que de
insuficiencia do poder de consumo dos trabalhadores, ou seja, os salarios não chegam para comprar as mercadorias
porque as mercadorias representaram uma distribução de rendimentos superiror à dos salarios. Isto coloca um problema
para o poder de consumo dos trabalhadores, ou seja, os trabalhadores (que são a maioria da população), não
recebem uma remuneração (salários) em valores suficiente para comprarem tudo aquilo que foi produzido. Portanto,
há uma insuficiência do poder de consumo dos trabalhores.

A problema, que afeta a classe dos trabalhadores, adiciona-se outro problema que é o problema que afeta as outras
classes, que é um problema do subconsumo dessas classes. Essas classes que não recebem salários, mas recebem
rendas, mas recebem lucros não gastam todos os seus rendimentos, aforram uma parte e essa parte que aforram pode
ser excessiva. ( temos que entender que o rendimento tem 2 destinos possíveis: o consumo e o aforro) Malthus diz-
nos que mesmo que os trabalhadores utilizem todo o seu rendimento para consumo não chega para consumir tudo
aquilo que foi produzido.

Agora o problema é outro: háuma parte das outras classes que recebendo outro tipo de rendimentos, que não rendimentos
do trabalho, consomem uma parte mas aforram uma grande parte e essa parte pode ser excessiva.

Assim, o que Malthus está a dizer é os trabalhadores não têm o suficiente para consumir tudo o que foi produzido e
as outras classes não consomem, não utilizam em consumo, todo o rendimento que receberam. Daqui se conclui que a

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disponibilidade para comprar bens é em montante inferior àquilo que foi produzido. Aforrar não é um problema em
si porque é do aforro que nasce o investimento. Portanto, a critica de outros autores a este argumento de Malthus (
no sumconsumo das restantes classes porque aforram uma parte excessiva dos seus rnedimentos) o que os outros autores
dizem é que Malthus se esquece que uma parte do aforro é destinada a investimento, isto é, parte daquilo que estas
classes não gastamem consumo vai para aforro mas é destinado ao investimento ( e investimneto tambem é despesa
porque investimento também é comprar bens que estão disponiveis no mercado,portanto, tambem é procura, investimento
é comprar materias primas, bens que premitem produzir outros bens). Portanto o que se diz aqui é que Malthus tem
aqui uma insuficiencia no seu argumento pois desconsiderou o investimento, que já sabemos é um destino possível do
aforro.

Nós diríamos então para completar Malthus que o problema não é o aforro destas classes , o problema é se estas
classes aforrando uma parte do seu rendimento a destinarem a entesouramento. Porque se elas aforrasem e esse
montante em dinheiro voltasse a entrar no mercado sob a forma de investimento não haveria problema, pelo menos não
havia problema significativo.

Portanto, são estes 2 argumentos que Malthus apresenta para nos explicar porque é que a procura é insuficiente:

1. trabalhadores não consomem tudo aquilo que é produzido porque os seus salarios tem montenante inferior aos
bens foram produzidos
2. e as outras classes que podiam de completar essa diferença, suprir esse problema, também não resolvem
porque não gastam todos os seus rendimentos e aforram uma parte dos mesmos e isso pode ser excessivo.

Quais são as soluções que Malthus apresenta para esta falta de procura efetiva:

→ A primeira é a da realização de obras públicas. Fundo das obras públicas da iniciativa do Estado distribuem
rendimentos aos trabalhadores sem que se traduzam no lançamento de produtos no mercado. Portanto, o que
Malthus esta aqui a dizer é que quando se controi uma ponte estamos a distribuir rendimento aos trabalhadores
que estão a ajudar a contrução daquela ponte, mas não se lançou nada no mercado. Os trabalhadores estão
a receber rendimento mas não estão a produzir nada, ou pelo menos não estao a produzir nada que vá
para o mercado , portanto tem rendimento sem que haja produçao. Por outro lado, estas obras publicas como
tem que ser finaciadas atraves de impostos ( é assim que o estado financia), desta forma porque é necessario
afetar uma parte de rendimento ao pagamento de impostos há uma diminuição do poder de compra. Se eu sei
que tenho de pagar imposto, se aumento os impostos eu consumidor vou consumir menos porque tenho que
entregar esse montante maior ao estado mas com isso diminui tambem a produção e portanto há uma reequilibrio
por força da necessidade de financiamento atraves dos impostos. Assim, estes levam a diminuição de produçao
de mercadorias

→ Depois há uma ideia geral de tentativa dinamização e desemvolvimento do comercio interno e externo. Uma
ideia de procurar que internamente seja possível às pessoas, no fundo aquelas classes que gastam menos,

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passarem a gastar. E, por outro lado, levar também ao aumento do comércio externo ou do comércio
Internacional.

→ Por fim, a outra medida que Mathus defende para estimular a procura, é o incentivo do consumo produtivo.
O que malthus aqui nos diz é que é necessário é que haja classes de indivíduos que consumam mais do que
aquilo que produzam ( já temos o problema de haver 2 classes que consomem menos do que aquilo que
produzem (uma porque não tem dinheiro suficiente, os trabalhadores, e a outra porque tendo dinheiro aforra
uma parte). Malthus diz-nos que temos este problema e temos que o resolver atraves do aumento do consumo
de outras classes e, neste caso, fala na classe dos trabalhadores improdutivos (como estes não são capazes
de produzir nenhum bem tudo aquilo que eles gastem é aumento de consumo sem que tenham produzido nada)
Para Malthus são improdutivos quer os proprietarios das terras, que não produzem nada só colocam a
disposição as suas terras ,quer os prestadores de serviços ( ex.: barbeiros,medicos, advogados etc que
tambem são capazes de consumir mas não produzem bens). Deste modo, este incentivo ao consumo improdutivo
resolveria uma parte da falta de procura efetiva.

A segunda critica é a critica de Marx:

A crítica de Marx à lei de Say está relacionada com a teoria das crises de Marx. No fundo, Marx, diz-nos que que
o capitalismo tende para a crise ,para que hajam crises regulares de sobreprodução no capitalismo. Marx diz mais,
diz que essas crises são a face visível das suas contradições, das contradições do capitalismo. Quando está a explicar
isto está também a criticar a lei de Say. O que Marx diz ( e que se aplica a grande parte da teoria marxista) é
que Say ignora a verdadeira natureza do capitallismo ou não percebe a verdadeira natureza do capitalismo. O móbil
da produção da economia capitalista, o objetivo da produção da economia capitalista não é produzir bens é valorizar o
capital, ou seja, a economia capitalista não existe para produzir bens. No fundo a ideia de que o capitalismo serve
para valorizar o capital, para a partir de um montante capital conseguir produzir mais, não necessariamente produzir
os bens e servços que os ocnsumidores necessitam.

O que explica Marx é que quando temos pequenos produtores a produzir valores de uso o que temos é um sistema de
troca que nós podemos representar com MDM ( M é mercadoria; D é dinheiro; M é mercadoria). No fundo o que
Marx nos diz é quando temos pequenos produtores as mercadorias efetivamente se trocam por mercadorias e a moeda
surge apenas como intermediario da troca.

Exemplo: alguem tem mercadorias, vende mercaodiras e obtem dinherio e a partir desse dinheiro compra mais
mercadorias).

Mas o capitalismo não funciona de acordo com esta representação de MDM, no quadro dos capitalistas o que temos é
DMD`, ou seja, dinheiro, mercadoria e uma quantidade de dinheiro diferente diferente da primeira ( mais dinheiro
do que tinhamos no inicio). O capitalisma compra as mercadorias não para adquirir outras em troca, mas para obter
pelo bem que com elas vai produzir um valor superior ao despendido. O capitalsita não vai adiquirir outro bem em
troca, ou seja, o que ele procura é que D´( ou seja, a quantidade de dinheiro que obtem depois de transformar uma

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mercadoria é que seja superior aquele que gastou a compra-lo, no fundo é a valorizaçao do capital aqui representaçao
atraves desta expressao – DMD´ = dinheiro, mercadoria, mais dinheiro, mais quantidade de moeda).

Porque é que isto acontece? Porque que temos DMD´?

Marx explica que há uma cisão entre a venda e a compra. Aquilo que aparece junto para Say (que é que quando
alguém vende é porque necessariamente quem participou na produção desse bem também vai comprar ). Marx diz-
nos que ninguém tem que comprar porque vendeu, não é porque acabou de vender uma mercadoria que vai usar esse
rendimento para comprar outro bem, há uma cisão entre a venda e a compra. Ninguém tem que comprar porque
vendeu. Os capitalistas podem reter poder aquisitivo, podem reter moeda, podem entesourar, porque perderam interesse
em investir. Por isso Marx diz que a moeda não é vista pelos sujeitos como algo que serve apenas para imediatamente
trocar por outro bens ( que era o que Say dizia). A moeda tambem pode ser considerada capital a ser valorizado
pela produção, ou seja, eu (capitalista) posso guardar o montante em moeda e, portanto, ela não reentra no circuito
económico, não volta a fazer parte do circuito económico, porque espero valorizar essa moeda, espero que ela se torne
capital que eu consiga investir e que no final desse investimento obtenho mais do que aquilo com que comecei. Percebe-
se bem se nós percebemos que a produção não se dirige ao consumo, a produção não tem em vista produzir bens para
que sejam consumidos. A produção dirige-se à obtenção de um lucro e, por isso, se diz que a produção se autonomiza
do consumo tornando-se um fim em si proprio.

Portanto, esta primeira ideia a crítica está na função da moeda: enquanto Say nos dizia que a moeda é simples
intermediária das trocas e, portanto, ninguém guarda moeda, ninguém entesoura moeda, Marx está a dizer que não,
a moeda pode ser preservada (ou seja, não é porque se acabou de vender a produção que se tem que ir gastar
montante obtido comprar outros bens) porque essa moeda pode ser considerada como capital e capital a ser valorizado
pela produção, ou seja, eu posso não utilizar aquele montante em dinheiro para comprar imediatamente outros bens,
posso olhar para ela como montante a ser valorizado atraves da produçao, posso olhar para ela como capital e não
apenas como intermediario das trocas como Say via.

Esta é a primeira ideia que contesta, no fundo, o pressuposto de que a moeda é simples intermediaria das trocas. Não,
a moeda pode ser reserva de valor destinado a ser renvestido e valorizado atraves da produção.

Marx diz-nos tambem que há uma deficiencia do consumo solvavel. No fundo aqui um pouco na linha do Malthus nos
dizia mas com uma agravante. O que Marx nos diz é: se a economia, se as sociedades capitalistas procuram maximizar
a mais-valia porque pretendem obter o maior lucro possível, as economias capitalistas procuram ter o salário mais
baixo possiveel. De acordo com com Marx, como já abordamos no início das nossas aulas, a mais-valia é a diferença
entre o valor produzido pela mercadoria de trabalho e o valor da mercadoria de trabalho ,ou seja, é a diferença
entre o salário pago e o valor pelo qual eu consigo vender o produto produzido (quanto maior for a mais valia, quanto
maior for a diferença entre aquilo que eu paguei ao trabalhador e aquilo que eu consigo vender o produto maior lucro
eu vou ter. Portanto, a ideia é quanto menos eu pagar aos trabalhadores maiores serão os meus lucros). Em resultado

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disso há uma pressão para que os salários sejam o mais baixo possível e, consequentemente tendo em conta que a
maioria da população é constituída por trabalhadores quer dizer que a maioria da população fica com um poder de
compra demasiado baixo para absorver a oferta. Ou seja, um bocado na linha de Malthus, têm pouco dinheiro para
absorver a oferta porque há esta pressão para que recebam pouco face a àquilo que conseguem produzir. Quanto
maior for essa diferença, quanto maior for a mais valia, maiores são os lucros e, portanto a lógica do sistema
capitalista conduz a que haja esta deficiência do consumo solvavel. No fundo, que a capacidade aquisitiva da maioria
da população seja demasiado baixa para absorver a oferta, aquilo que foi produzido. Por outro lado, como já vimos,
a moeda não é logo utilizada, pode ficar por ser utilizada se não houver perspetiva de a valorizar. ( falamos na
última aula a respeito de Ricardo quando nós explicamos a tendência para a baixa de lucro em dizíamos que os
capitalistas, vendo que a atividade produtiva produz lucros cada vez menores, vão investir cada vez menos. É o que
pode acontecer na lógica de Marx, ou seja, se um capitalista perceber que a sua taxa de lucro esta a ser menor o
que faz é que não utiliza moeda que obtem e mantém-na em saldos liquidos com a perspetiva de mais tarde fazer
um investimento para a valorizar. Ou seja, a moeda pode ser guardada como valor destinado a ser valorizado enquanto
capital.

Destas 2 ideias surge uma consequência: as crises de sobreprodução são possíveis. No fundo, Marx invalida os
pressupostos da lei de Say:

→ quanto à moeda ( porque a moeda não tem só a função de realizar a troca de bens não é simples intermediário
das trocas)
→ e por outro lado diz-nos que os salários ,no fundo, a remuneração dos fatores produtivos se situa a um nível
mais baixo do que aquilo que foi produzido.

No fundo temos a invalidação de um pressuposto e a invalidação de uma parte da explicação da lei de Say. Como
nós invalida essas 2 coisas também Marx tambem consegue invalidar a ideia de que não há crises de sobreprodução.
A consequência da construção de Say é que não há crise de sobreprodução (uma das consequências). O que Marx
está a dizer a invalidar estes pressupostos é que:

As crises de sobreprodução são possíveis:

→ quer por falta de poder de compra dos trabalhadores porque têm salários muito baixos face àquilo que
produziram
→ ou falta de vontade em utilizar a moeda caso dos capitalista

O conjunto destas duas coisas leva a que aquilo que se produz numa na sociedade deixa de ter correspondencia
naquilo que a sociedade é capaz de consumir. A capacidade de produção instalada na sociedade deixa de ter
correspondencia no consumo solvável. Isto é a base da critica de Marx a lei de Say: ( ao contrario do que
say dizia que não pode haver crises de sobreprodução) para Marx não so pode haver como elas são ciclicas,
são em certa medida aquilo que destina o capitalismo a ser substituido por outro sistema economico.

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Teoria MARXISTA

A primeira é que a analise que Marx faz do capitalismo não é uma analise critica por ser critica. No
fundo ele procura é demonstrar que o capitalismo tem uma certa natureza e que a sua natureza vai determinar
a sua substituição por outro sistema. O capitalsimo é o que é mas sendo o que é vai detemrinar que seja
substituido por outro sistema. Nesta analise, um dos pontos fundamentais da teoria Marxista de que o lucro é
um elemento essencial do capitalismo. A obtenção do lucro é o mobil do capitalismo, é aquilo que é o objetivo
de toda a produção no capitalismo. Em consequencia disso o lucro não é um elemento acidental, não existe por
acidnete, é um elemento essical do capitalismo, toda a produçao capitalista se dirige ao lucro. Porque é este o
mobil do capitalismo, este apresenta-se como um sistema de exploração necessario, um sistema em que há uma
exploração dos capitalistas em relação aos trabalhadores.

Exemplo: há uma força que é a força de trabalho dos trabalhadores. Quando o capitalista adquire, por
exemplo, madeira,adquire eletricidade e adquire força de trabalho dos seus trabalhadores. Só que esta
mercadoria, este produto, tem uma propriedade impar que é a propriedade, a capacidade de produzir valor
em quantidade variavel (por vezes pode ser mais ou pode ser menos), mas é independente do seu proprio
valor, ou seja, o valor que ele cria é independente daquilo que se paga ao trabalhador, mas em principio é
sempre superior. Ou seja, aquilo que o trabalhador produz é um valor superior ao valor que lhe é pago
pela sua força de trabalho por ter entregue à produçao a sua força de trabalho ( ou seja a capacidade de
trabalho tem a capacidade de criar um valor maior do que o seu proprio valor).

Desta capacidade, desta propriedade da mercadoria força de trabalho nasce o conceito de mais-valia ( que é a diferença
entre o valor da força de trabalho, ou seja, aquilo que se pagou enquanto salarios, o custo de produção que são aos
salarios pagos, e o valor que a força de trabalho cria)- Imaginemos que se pagou 500€ em salarios mas a força
de trabalho produziu um valor de 800€ quer dizer que a nossa mais valia é de 300€. Mas diz Marx que esta
diferença é trabalho não pago, ou seja, continua a ser trabalho porque os bens ( já sabemo que Marx perfilha um
conceito de valor trabalho, ou seja, os bens valem pelo trabalho que neles esta incorporado. ( ou seja, se vendemos
os produtos por 800€ quer dizer que neles esta incorporado trabalho no valor de 800€ mas só foi pago 500€,
a diferença entre os 500€ e 800€, que é a mais valia, é tambem trabalho não pago, é trabalho que esta no
produto mas que não foi pago, só se pagou 500€ quando o bem vale 800€. É trabalho não pago, é trabalho
excedente.

Na capacidade que o capaitalsita tem de se apropriar deste trabalho não pago, deste trabalho excedente, reside a
exploração inerente ao sistema capitalista. O que Marx nos esta a dizer é que o trabalhador produz um valor superior
aquele que recebe, essa diferença é apropriada pelo Capitalista e, por isso, o capitalista esta a explorar, esta a
benefeciar do trabalho do trabalhador, não lhe pagando todo o trabalho que ele efetuou, e , portanto, esta a explorar-
lhe a sua força de trabalho .

Esta apropriação da mais-valia é uma expropriação, ou seja, há um valor que devia/ podia ser destinado ao
trabalhador que o realizou mas que é entregue ao capitalsita e não ao trabalhador. O capitalista é capaz de expropriar,
de ficar com uma parte do valor que o trabalhador cria, por uma razao que se liga com as relaçoes sociais de

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produçao capitalistas ( já sabemos que a relação social de produçao capitalsita é a relação de salariato, ou seja,
alguem tem os meios de produçao ( o capitalista) e o trabalhador assaliriado não tem os meios de produçao e, portanto,
porque não tem os meios de produção, para valorizar a sua força de trabalho, ou seja, se ele não é capaz de produzir
ele proprio tem de entregar a sua força de trabalho em favor de outra pessoa. São estas relações que determinam
que o capitalsita, porque é o dono dos meios de produção, consiga explorar o trabalhador ( o que tambem explica
porquê que quando da a superaçao do capitalismo pelo socialismo, marx diz nos que é necessario que deixe de haver
propriedade priovado dos meios de produçao, é necessario que esta seja comum porque a raiz do sistema de exploraçao
esta no facot de haver propriedade privada nas maos dos capitalistas dos meios de produçao). Um capitalista é capaz
de obter mais-valia e portanto explorar um trabalhador porque tem a propriedade dos meios de produção e, portanto,
evita-se essa exploração, isto é, o trabalhador fica com o resultado do seu trabalho se a propriedade dos meios de
produção não for privada mas for comum, aí já não há explorador, já são os trabalhadores a obter pelo seu trabalho
aquilo que produzem.

Marx também explica que o progresso tecnico, ou seja, a capacidade de tornar automaticas certas tarefas tem em vista
a constituição de um exército industrial de reserva. Marx admite que o capitalismo tem em vista produzir cada vez
mais, volumes de produção cada vez maiores , e diz que para isso são precisos cada vez mais trabalhadores, haveri
uma disputa pelos trabalhadores, neste sentido, que levaria a elevação dos salarios. Ou seja, o capitalismo, deixado a
sua vontade, produziria cada vez mais, absorveria cada vez mais mão de obra, mas como a mão de obra a dado
ponto seria insuficiente o que aconteceria era que os salarios iriam aumentar. Mas Marx também explica que o
capitalismo não permite que isso aconteça, o capitalismo reage a subida de salarios através do progresso tecnico, ou
seja, atraves da eliminação de postos de trabalho. Sempre que o salario aumenta o que o sistema capitalista na sua
globalidade realiza é eliminação de postos de trabalho através do progresso técnico ( introdução de tecnicas diferentes,
de maquinas que fazem automatização etc), diminui a procura de mao obra.

Para o capitalismo é necessario manter um exercito industrial de reserva, ou seja, um conjunto de população que esta
disponivel para trabalhar, que de outra forma trabalharia mas que se quer mantido desempregado. Marx fala a este
proposito de uma sobrepopulação relativa, uma reserva de mão de obra que significa a manutenção de oferta da força
de trabalho a um nivel superior ao da procura. É procurar que haja sempre mais oferta de mão de obra do que há
procura, é isso que permite a manutenção dos salarios mais baixos e garante a mais-valia ao capitalista.

O que é que é o capital em Marx?

É tudo, para Marx são os equipamentos, o dinheiro. Em suma, tudo aquilo que sirva para produzir bens, desde o
dinheiro aos produto, tudo, mas para ser chamado de capital, a condição essencial de tudo isto, é que esteja apropriado
em propriedade privada pelos capitalistas e que eles os utilizem para realizar a tal exploração necessária dos que
não têm a propriedade dos meios de produção e se veem, por isso, obrigados a vender a sua força de trabalho. Ou

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seja, tudo isto ( todos os equipamentos, todo o dinheiro etc) só é capital quando são propriedade privada e são
utilizados pelos capitalistas para realizar a tal exploração ( ou seja, eu, capitalista, tenho estes meios de produçao,
vou contratar trabalhadores para realizarem mais valia a partir deste capital e só aí é que podemos chamar capital).
Só quando há este conjunto, quando esta aproprieçao em propriedade privada em termos de realizar a exploração
necessarias dos que não meios de produção, dos tais que vao acabar por vender a sua força de trabalho aos detentores
de meios de produçao, só ai é que ele chama de capital.

O capital é então um valor ( o valor de tudo isto, nesta condição referida em cima) que produz a mais-valia. O
capital é o capital que vai permitir produzir a mais valia.

Marx diz a este propostito que o trabalho morto ( os meios de produção apropriados pela classe capitalista) explora
o trabalho vivo( que são os trabalhadores, a força de trabalho). No fundo, o trabalho morto, a propriedade privada
dos meios de produção explora o trabalho vivo, o trabalho dos trabalhadores. Por isso, Marx também nos diz que o
capital é uma relação determinada de produção, ou seja, capital não são coisas, o capital são coisas mas porque há
uma relação determinada de produçao, porque há uma relação que faz a exploração desses meios de produção para
constituir uma mais valia.

Em Marx encontramos também esta ideia do antagonismo de classes e até da luta de classes. Na utima aula encontramos
em Ricardo um conflito entre aristocracia fundiária, que beneficiaria das leis dos ceriais, que beneficiaria do aumento
das rendas e, por outro lado, a burguesia industrial que, porque via os lucros a baixar, pretendia a abolição das leis
dos cereais. Portanto, em Ricardo também encontramos esta ideia de antagonismo mas é entre a aristocracia fundiaria
( os donos das terras) e por outro lado todos aqueles que constituiam comerciantes, produtores de bens não agricolas,
que beneficiavam do facto de serem abolidas as leis dos cereais. Ricardo resolve este conflito através do aparecimento
da ameaça do estado estacionario mas diz-nos que é ultrapassado, esta ameaça, este conflito é ultrapassado com base
no funcionamento de leis naturais, designadamente o tal livre comercio internacional, livre cambismo.

Em Marx esta oposição dá-se entre a burguesia capitalista, que é titular dos meios de produção, ou seja, os proprietarios
dos meio sde produçao, isto é, aqueles que estão em condições de explorar a mercadoria força de trabalho e os
trabalhadores assalariados ( percebe-se pois os capitalistas procuram minimizar o salário e os trabalhadores,
naturalmente, veem-se limitados pelo salário que recebem e pretenderiam obter mais salário). É este conflito entre
estas duas classes (que no fundo é quando os trabalhadores assalariados ganham a chamada consciência de classe,
percebem o que lhes acontece, que se gera um conflito aberto entre as duas classes que acabaria, na tese marxista,
por levar a superação do capitalismo.

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Aula 9-16.12 foi aula duvidas

Índice- sumários

A. NOÇÃO E OBJECTO DA ECONOMIA POLÍTICA-1ºlivro-p.13 à 145

1. Introdução

2. As duas perspectivas da ciência económica (...)

2.1. A perspectiva clássica-marxista (...)

2.2 A perspetiva subjetivista-marginalista (…)

3. Reflexão crítica sobre a perspectiva subjectivista-marginalista (...)

B.INTRODUÇÃO À HISTÓRIA DA CIÊNCIA ECONÓMICA E DO PENSAMENTO ECONÓMICO-2ºlivro

1. O pensamento económico na Antiguidade e na Idade Média (breve refª)

2. O mercantilismo (...)

3. Os fisiocratas (...)

4. A Escola Clássica.

5. Adam Smith (...)

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6. Say (...)

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