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Ciências Sociais
Sebenta - 2º Teste (Parte 1)
Comissão de 1º ano – Carolina Silva
A economia relaciona-se com a psicologia, por exemplo, devido ao crescente interesse dos
economistas pelo comportamento. Existe, até, a área da economia comportamental, que se
foca na compreensão das escolhas e comportamentos do ser humano. É importante referir
Gary Becker cujo interesse estava voltado para o estudo das escolhas do quotidiano.
Um dos fatores que faz a economia ser considerada uma ciência social por se relacionar e ser
útil para outras ciências. (interdisciplinariedade)
• A interdisciplinariedade não pode ser vista de uma forma linear e uniforme, mas sim através
de planos.
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Três planos de interdisciplinaridade:
• Cada ciência aplica a sua perspetiva à elucidação de novas dimensões que não as que
originalmente ou habitualmente privilegia (ex.: Gary Becker e a generalização da escolha
racional) – "imperialismo económico"
- ex: Cabe à ciência política analisar o significado de certos resultados eleitorais, no entanto essa
análise é realizada com conhecimentos de sociologia, que a completam.
--- Sociologia económica: estuda, por exemplo a troca, o consumo de bens e serviços escassos,
etc., de uma perspetiva e utilizando modelos e teorias sociológicos. Esta área do conhecimento
é relevante, uma vez que estes fenómenos não são puramente económicos.
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NOTA:
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Uma tradição intelectual com vários interesses em comum - Exemplos:
• Karl Marx (1818-1883): a importância das classes sociais, do trabalho e das relações de
produção;
• ...
A relação entre alguns economistas e sociólogos manteve-se, embora com menor peso e
influência, ao longo do século XX – Exemplos:
A razão para a sociologia económica ter reaparecido subitamente, após décadas de negligência,
em meados dos anos 80 não é claro. Vários fatores podem ter desempenhado um papel,
intrínsecos ou não à sociologia. No início dos anos 80, uma nova ideologia neoliberal tinha-se
tornado popular, o que colocou a economia (e os economistas) no centro de tudo. Em meados
dos anos 80, os economistas também começaram a redefinir a fronteira que tradicionalmente
separavam a economia da sociologia e a fazer investigações em áreas que os sociólogos viam,
tradicionalmente, como seu território. Do mesmo modo, os sociólogos começaram, também, a
debruçar-se sobre tópicos económicos.
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ECONOMIA VS SOCIOLOGIA:
Aplicação: A empresa
o Para Alfred Marshall, “o papel das organizações” é tão importante quanto o do capital,
do trabalho e da Terra. (…) Diferentes tipos de empresas e de relações com a sua
propriedade condicionam as possibilidades de risco e de inovação.
o Para Max Weber, as empresas modernas são uma forma de organização capitalista
ocidental – organizações de natureza associativa, por vezes voluntária, baseadas em
relações sociais fundadas em interesses comuns. O seu principal objetivo é o lucro. A
sua eficiência depende da possibilidade de previsão, pelo que requer a existência de um
estado e de um sistema jurídico racionais.
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PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DAS EMPRESAS:
1. O seu principal objetivo é o lucro (o que influencia a sua estrutura e o seu comportamento;
esse objetivo determina o seu sucesso ou insucesso).
2. O sistema jurídico trata as empresas de forma diferente das outras organizações e define as
condições de constituição, comportamento e dissolução das empresas (as empresas configuram
uma ordem económica legítima).
4. Os interesses económicos presentes nas empresas são muito variados, e essa diversidade
condiciona profundamente o seu comportamento e o seu poder (ex.: as empresas são os
principais empregadores nas sociedades contemporâneas; os investidores dependem do lucro
das empresas; as empresas controlam mais recursos económicos do que quaisquer outras
organizações, o que lhes dá um grande poder de decisão sobre esses recursos; o trabalho
constitui um contexto de socialização central, assim como o principal estruturador de
identidades, posições e estatutos sociais).
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2) Geografia económica: as perguntas centrais focam-se em como os padrões económicos
se configuram ao longo do espaço e a razão para diferentes fenómenos acontecerem
em diferentes locais. O espaço é uma parte ativa da explicação de padrões geográficos,
o que significa que certas atividades económicas são condicionadas por relações
espaciais – o espaço não é simplesmente onde as coisas acontecem, mas também a
razão de elas acontecerem onde acontecem.
• Ronald Coase (1910-2013): os custos de transação não dependem apenas dos transportes,
mas também da circulação da informação (anos 1930) – Prémio Nobel em 1991;
• Paul Krugman (1953-): Nova geografia económica (anos 1980): comércio internacional,
mercado de trabalho e clusterização – Prémio Nobel em 2008.
Do espaço como recurso económico (ex.: custos de transporte, lugares centrais e periferias) à
consideração da "economia de proximidade" (anos 1950-60) – Evolução da Geografia Económica
A importância económica das cidades (re)surgiu na transição do século XX para o século XXI: as
cidades como motores de desenvolvimento no âmbito da Economia criativa e do conhecimento.
Se o rápido alastramento global da Internet e das tecnoligias de mídia digital nos anos 90 já
tinha despoletado entusiasmo pela nova economia do pós-guerra, 2000-2010 viu uma busca
energética dos artistas, empreendedores, investidores, jornalistas, entre outros pelas fontes de
de criatividade. A criatividade era vista como a fundação para a inovação e a inovação era vista
como o novo principal fator do crescimento económico.
Com a sua diversidade de indústrias, mão de obra e habilitações, assim como diversidade
cultural, as cidades podem ser centros de coordenação entre uma diversa base de
conhecimento e a sua proximidade geográfica promove fluxos de conhecimento, alastramento
de ideias e novas formas de empreendedorismo.
• Mais de metade da população mundial vive em áreas urbanas (55.3%, 2018, Nações Unidas);
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• Uma parte significativa da produção de riqueza é gerada nas cidades – das 10 cidades
economicamente mais ricas estimadas para 2020, 4 situam-se nos Estados Unidos;
• As cidades são as principais responsáveis pela emissão de dióxido de carbono (c. de 70%,
Nações Unidas, 2016);
• É nas cidades que se encontram as maiores desigualdades sociais e económicas e não se têm
atenuado (75% das cidades tinham em 2016, níveis de desigualdade maiores do que em 2006);
POSITIVOS:
NEGATIVOS:
• Poluição e acessibilidades;
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3) Economia da Cultura – OBJETO DE ESTUDO:
Políticas públicas para as artes, património, as indústrias criativas, comércio cultural, entre
outros, podem ser agrupados sob o nome de ‘política cultural’. Dado o conteúdo económico
significativo de todas estas áreas, pode-se esperar que a teoria e análise económicas
continuarão a dar uma contribuição importante para a formulação de políticas nesse campo no
futuro.
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4) Antropologia económica: De uma forma simples, é a descrição e análise da vida
económica, utilizando uma perspetiva antropológica que, por sua vez, aborda aspetos
da vida individual e coletiva das pessoas (ex.: crenças religiosas, consumo, organização
familiar, atividades produtivas), ou seja como as suas vidas e sociedades se relacionam
de forma interconectada (não necessariamente organizada e delineada).
Outro conjunto de aspetos também importante da vida das sociedades é a relação
entre o que as pessoas dizem e o que, por outro lado, fazem.
Vida económica são as atividades através das quais as pessoas produzem, distribuem e
consomem bens – forma como os indivíduos e as sociedades asseguram a sua subsistência. A
Antropologia económica analisa como diferentes áreas da vida são afetadas pelos mercados/
outras formas de produção/ distribuição/ consumo e como estes são, por sua vez, afetados por
aspetos da vida social e cultural.
• Desenvolvimento humano;
• Economia criativa;
• Migrações e globalização;
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psicologia do dinheiro e dos impostos (tanto em termos de cumprimento como
de contorno aos impostos por parte dos indivíduos e como o sistema e
impostos os afeta psicologicamente);
impactos psicológicos de grandes mudanças económicas (ex. Crise financeira;
insustentabilidade ecológica de alguns modelos económicos atuais).
• Mas prevalência de uma fragmentação interna muito grande (na APA - criada em 1947 – há
54 áreas de especialização…).
Persistente afastamento entre a Economia e a Psicologia durante grande parte do século XX:
A primeira hipótese para explicar esta separação é que os economistas adotaram certos
pressupostos do comportamento humano e mantiveram-os firmemente apesar de haver
evidência de os mesmos estarem incompletos e até falsos. Isto devia-se ao seu papel central
nas teorias de mercado emergente em que a imagem completa de um sistema de mercado
competitivo assentava.
Contrariamente, os modelos de Psicologia tornavam-se cada vez mais complexos ao longo deste
período (séc.XX), com cada vez mais variáveis em consideração, muitas delas sem unidade de
medida.
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RECENTEMENTE, já houve algumas trocas de ideias entre as 2 disciplinas:
- Revolução informacional, via TIC's (tecnologias da informação e da Comunicação, final séc. XX:
"Economia informacional global" (Manuel Castells, 1992);
- Desenvolvimentos (matemáticos) na teoria dos jogos (John Nash, início 1950's e Prémio Nobel
1994);
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o A situação de desemprego tende a induzir "menor felicidade", mas indivíduos "menos
felizes" tendem a mostrar mais dificuldades em obter um emprego ou a manter o atual;
o A importância da quantidade e qualidade das relações interpessoais (capital social):
"bens relacionais" (ex.: voluntariado);
o A relação entre (qualidade da) saúde e esperança de vida tende a ser condicionada pelo
bem-estar subjetivo (incluindo a história da saúde familiar);
o O consumo como marca de estatuto social (condicionamento da avaliação sobre o
equilíbrio trabalho-vida familiar; sobre o papel do rendimento; sobre as expectativas).
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