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Ciências sociais
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1.4. A economia e os diálogos interdisciplinares
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1.4. A economia e os diálogos interdisciplinares
Deste modo, verificam-se alguns movimentos Trata-se de uma tradição intelectual com vários
(diferentes) que contribuem porá esta situação. interesses em comum.
- Exemplos:
Entre estes: • Karl Marx (1818-1883): a importância das classes
- Disciplinares: afirmação de identidades e sociais, do trabalho e das relações de
fronteiras; produção;
-Transdisciplinares: desafiam e atravessam • Georg Simmel (1858–1918): o papel sociológico do
fronteiras; dinheiro e o papel da confiança e da
- Interdisciplinares: efetuam diálogos intensos entre competição na economia;
distintas abordagens • Émile Durkheim (1858-1917): a divisão do trabalho
disciplinares; na perspetiva da coesão social (crítica a
- Pluridisciplinares: convergem a partir de Adam Smith);
diferentes abordagens disciplinares • Max Weber (1864-1920): complementaridade
para problemas comuns. entre economia e sociologia - importância da
história e a teoria da "ação económica social"
Alguns domínios de interceção: (sentido, utilidade e orientação para o outro);
1 - Sociologia económica: Pode ser definida
simplesmente como a perspetiva sociológica aplicada Entre outros
ao fenómeno económico. A aplicação de quadros de
referência, variáveis e modelos explicativos da
sociologia a atividades complexas relacionadas com a
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1.4. A economia e os diálogos interdisciplinares
Antropologia Económica
O que é? “As the most basic, economic
anthropology is the description and analysis of
economic life, using an anthropological perspective.”
Princípio Central: A ação económica enraíza-se na
cultura: relativismo.
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1.4. A economia e os diálogos interdisciplinares
Economia Sociologia
Ator Parte do coletivo (grupos, instituições,
sociedade) e
Parte do individual: o indivíduo racional. considera o indivíduo socialmente construído e
inserido em contextos de interação (Mark
Granovetter: "força dos laços fracos")
Ação Vários tipos de racionalidade (instrumental,
económica cognitiva, emocional, 'tradicional'…).
A racionalidade na base das escolhas para a A racionalidade como uma variável (deve ser
maximização da utilidade; explicada).
A racionalidade como um pressuposto; O sentido da ação económica é historicamente
O sentido da ação económica resulta da construído e, como tal, deve ser estudado.
relação entre gostos (exógenos), de um lado; e Inclui também o poder político, social e
preços e quantidades de bens e serviços, do simbólico,
outro; tendo em conta os diferentes grupos sociais e
Abordagem reducionista do poder as
implicado na ação económica (mercados, redes de interação (teoria da incrustação
instituições). social)
Condicionamentos 1A ação é condicionada pelos gostos e A ação depende de condições sociais
da ação económica a escassez dos recursos: conhecidos (origem social, idade, género, classe social,
estes, os indivíduos agem educação…) (ex.: Pierre Bourdieu 1930
independentemente uns dos outros, 2002)
sendo o coletivo resultado de ações
individuais.
Relação da Os processos económicos devem ser
economia com a sociologicamente explicados.
sociedade A economia não é uma dimensão isolada do
Pouca atenção dada aos resto da sociedade, depende de contextos
fatores/elementos sociais, como as (dinâmicos) institucionais e culturais. (ex.: P.
instituições (exceções recentes Bourdieu diferentes formas de capital e os
institucionalismo e teoria dos jogos) capitais como recursos; Mark Granovetter:
redes de interação e incrustação social da
economia
Objetivos
Analíticos - Os sociólogos criticam Crítica e desvalorização das descrições (ex.: Poucas previsões formais. As descrições
frequentemente os economistas por a economia institucionalista como são significantes e essenciais para a
produzirem modelos formais demasiado descritiva), e defesa das explicação dos fenómenos.
e abstratos, ignorando a informação empírica, previsões.
e os economistas criticam os sociólogos
pelas suas "interpretações post factum "
Merton
Métodos e Modelos matemáticos e previsibilidade, que
modelos se podem afastar da realidade empírica, Uso de uma grande variedade de métodos
dado o predomínio de análises estatísticas a de recolha de informação, incluindo
partir de outras fontes (algumas críticas no inquéritos por questionário, observação
seio da própria economia). participante e outro trabalho de campo.
Redes
pessoais e sociais (ex.: Granovetter)
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Análise
económica da Felicidade
Exemplos
- A posse de um rendimento mais elevado tende a
induzir maior bem-estar subjetivo, mas pessoas
"mais satisfeitas"
tendem a ser mais bem-sucedidas na vida social e
económica e a obter rendimentos mais elevados
- A situação de desemprego tende a induzir "menor
felicidade," mas indivíduos "menos felizes" tendem a
mostrar mais dificu–ldades em obter um emprego
ou a manter o atual;
- A importância da quantidade e qualidade das
relações interpessoais (capital social): “bens
relacionais" (Ex.: voluntariado);
- A relação entre (qualidade da) saúde e esperança
de vida tende a ser condicionada pelo bem-estar
subjetivo (incluindo a história da saúde familiar);
- O consumo como marca de estatuto social
(condicionamento da avaliação sobre o equilíbrio
trabalho vida familiar sobre o papel do rendimento
sobre as expetativas).