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10/05/2018

Módulo 7

Planejamento de
Investimento

Planejamento de Investimento
• PROPORÇÃO: De 15 a 20 %
• O objetivo deste módulo é verificar se o profissional possui
uma visão geral e consolidada dos tópicos anteriores, tem
domínio dos conceitos apresentados e sua aplicação na
avaliação de produtos de investimento, incluindo os principais
indicadores de retorno e risco abordados nos itens anteriores
do programa. Cálculos poderão ser exigidos tendo como base
os itens anteriores do programa. Espera-se que o profissional
demonstre uma visão consolidada, permitindo desta forma
uma recomendação adequada de alocação de investimentos
em função do perfil dos investidores, suas reações na
perspectiva de Finanças Comportamentais e do processo de
decisão. (Para os cálculos as fórmulas serão fornecidas).

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Suitability (API)
• As pessoas habilitadas a atuar como integrantes do sistema
de distribuição e os consultores de valores mobiliários não
podem recomendar produtos, realizar operações ou prestar
serviços sem que verifiquem sua adequação ao perfil do
cliente.
• Em função disso as instituições financeiras disponibilizam o
questionário Suitability com questões sobre: Produtos,
Situação Financeira do Cliente, Conhecimento do Cliente,
Prazo de Investimento, Riscos, Finalidades do
Investimento, Rendimentos do cliente, Portfólio Atual do
Cliente, Necessidade Futura de Recursos, Produtos que o
cliente tem mais familiaridade, Natureza, Volume e a
Frequência das Operações realizadas pelo cliente,
Formação Acadêmica e Experiência Profissional do Cliente

Endividamento Pessoal e Familiar

• O índice de endividamento pessoal ilustra qual


o percentual da renda do indivíduo está
comprometido com o pagamento de dívidas.

• Ele pode ser calculado tanto no âmbito


pessoal como familiar e também sobre a
renda ou patrimônio.

Índice de Endividamento
• Cálculo sobre a renda: Para se calcular este índice basta se dividir o total
das dívidas mensais pela receita líquida no mesmo período. O resultado
será um coeficiente que, multiplicado por 100, indicará a exata
percentagem das dívidas em relação à renda da família do indivíduo.

Dívidas Totais no Mês


Índice de Endividamento
Receita Líquida Mensal

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Índice de Endividamento
• Dados do cliente:

Prestação do automóvel: R$ 180,00


Empréstimo (CDC): R$ 260,00
Cartão de Crédito: R$ 250,00
Total das Dívidas: R$ 690,00

• O cliente possui uma receita líquida mensal (salário total e 13º mensal
proporcional, mas deduzidos impostos, INSS, etc) de R$ 1.850,00

• Cálculo: Índice de Endividamento = _____690_____ => 0,37


1850

• Ou seja, o índice de endividamento deste cliente atualmente é de 37%.

Índice de Endividamento
• Cálculo no Balanço Familiar: Para se calcular este índice basta se
dividir o Passivo Circulante somado ao Exigível a Longo Prazo pelo
Ativo Total. O resultado será um coeficiente que, multiplicado por
100, indicará a exata percentagem das dívidas em relação à renda
da família ou do indivíduo.

Passivo Circulante + Exigível a Longo Prazo


Índice de Endividamento
Ativo Total

Passivo Circulante: Obrigações com terceiros que vencem no próximo período.


Exigível a Longo Prazo: Obrigações com terceiros que vencem além do próximo
período.
Ativo Total: Total de Bens e Direitos (Aquilo que se pode transformar em dinheiro)

Índice de Endividamento
• Balanço Familiar Eduardo e Mônica – Dezembro de 2017
Ativos Passivos e Patrimônio Líquido

Dinheiro e instrumentos (Alta liquidez) Passivos de Curto Prazo


Conta Corrente/Poupança R$ 25.000,00 Cartão de Crédito Eduardo R$ 50.000,00
Dinheiro R$ 25.000,00 Cartão de Crédito Mônica R$ 115.000,00
Financiamento Carro Eduardo R$ 60.000,00
Ativos Investidos Financiamento Carro Mônica R$ 40.000,00
Total Passivos Curto Prazo R$ 265.000,00
Carteira de Investimentos Eduardo R$ 150.000,00
Carteira de Investimentos Mônica R$ 209.000,00 Passivos de Longo Prazo
Plano de Previdência Eduardo R$ 415.000,00
Plano de Previdência Mônica R$ 325.000,00 Financiamento Casa de Praia R$ 325.000,00
Participação Societária Mônica R$ 100.000,00 Financiamento Residência Familiar R$ 150.000,00
Participação Societária Eduardo R$ 100.000,00 Total Passivos e Longo Prazo R$ 475.000,00
Total dos Investimentos R$ 1.349.000,00 Patrimônio Líquido R$ 2.459.000,00
Bens de Uso Pessoal
Automóvel Mônica R$ 150.000,00
Automóvel Eduardo R$ 150.000,00
Bens Pessoais R$ 50.000,00
Casa de Praia R$ 500.000,00
Residência Familiar R$ 1.000.000,00

Total Bens de Uso Pessoal R$ 1.850.000,00

TOTAL ATIVOS R$ 3.199.000,00 TOTAL PASSIVOS E PL R$ 3.199.000,00

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Índice de Endividamento
• Para calcular o índice de endividamento do casal devemos
somar os passivos de curto e longo prazo e dividir pelos ativos
totais, ou seja, tudo aquilo que o casal deve dividido por tudo
aquilo que podem transformar em dinheiro.

• Cálculo: Índice de Endividamento = ___265.000 + 475.000___ => 0,23

3.199.000

• Ou seja, o índice de endividamento desta família atualmente é de 23%.

Finanças Comportamentais
• É um ramo das finanças que se dedica ao
estudo da influência da psicologia humana nas
decisões de investimentos.
• O estudo começou em 1979 quando foi
publicado o artigo : Prospect Theory: An
Analysis of Decision Under Risk, de Daniel
Kahneman e Amos Tversky, abordando como
aspectos da mente humana afetam as
decisões de investimentos.

Finanças Comportamentais
• Kahneman e Tversky começaram a pesquisar como os
investidores, na prática, encaravam o risco. E descobriram
coisas bem interessantes. Um dos experimentos consistiu
no seguinte:

• Jogo 1: Você recebe R$ 1.000, e é convidado a escolher


entre A) entrar em um jogo com 50% de chance
de ganhar mais R$ 1.000 ou B) ganhar mais R$ 500 com
100% de certeza.

• Jogo 2: você recebe R$ 2.000, e é convidado a escolher


entre A) entrar em um jogo com 50% de chance
de perder R$ 1.000 ou B) perder R$ 500 com 100% de
certeza.

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Finanças Comportamentais
• Note que, em ambos jogos, se você escolher a alternativa (A), sua
riqueza final será de R$ 2.000 com 50% de chance, ou R$ 1.000 com
50% de chance. E se você escolher a alternativa (B), em ambos
jogos você termina com R$ 1.500 com 100% de chance.
• Aparentemente, para alguém com alguma aversão ao risco, a
escolha B seria melhor em ambos os jogos, pois proporciona o
mesmo retorno esperado com menos risco (ou 100% de certeza).
• Porém, Kahneman e Tversky entrevistaram um grupo de 141
pessoas: 84% escolheram a alternativa (B) no jogo 1. Até aqui, ok.
Mas a surpresa vem no jogo 2: neste caso, 69% das pessoas
escolheram a alternativa (A).
• Ou seja, a maioria preferiu correr mais risco no jogo 2! E por que?
Porque o jogo 2 envolve perdas. Quando se trata de preservar
ganhos, o investidor quer distância do risco. Mas, para evitar
perdas, o investidor prefere correr risco.

Heurísticas e Vieses Comportamentais


• São processos cognitivos empregues em
decisões não racionais, sendo definidas como
estratégias que ignoram parte da informação
com o objetivo de tornar a escolha mais fácil e
rápida
• Ou seja, são atalhos mentais que facilitam a
tomada de decisão ou tendências que
norteiam as escolhas do investidor

Heurística da Disponibilidade
• É a tendência em utilizar acontecimentos ou
informações recentes ou representativas para
tomada de decisão em um investimento.

• Ex: Ao indicar a compra de papéis de fundos


imobiliários para um cliente, o mesmo rejeita
a indicação por ter visto no jornal uma notícia
sobre a piora nas vendas da construção civil.

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Heurística da Representatividade
• Afirma que os indivíduos avaliam a
probabilidade de um evento acontecer tendo
como base seus paradigmas mentais
relacionados a acontecimentos passados

• Ex: Um investidor decide comprar ações de


uma empresa em que lhe ofereceu seu
primeiro emprego

Ancoragem
• A âncora é um valor relevante que está
disponível ao tomador de decisão.
• Investidores tendem a utilizar este valor inicial
para produzir um resultado futuro.

• Ex: Um investidor vendeu sua posição em


dólar quando a cotação bateu em R$ 4,00 pois
a última vez que a moeda atingiu este
patamar caiu 2 anos seguidos.

Viés do Otimismo
• É a tendência a superestimar a probabilidade
de eventos positivos e subestimar o risco de
ocorrerem eventos negativos.

• Ex: De acordo com ex-funcionários do grupo


EBX (Eike Batista), analises realistas sobre
resultados de produção da empresa eram
subestimados pelos controladores ao
contrário de prognósticos otimistas, mesmo
que sem fundamentação.

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Viés do Excesso de Confiança


• O investidor confia excessivamente em suas
próprias decisões, desconsiderando avisos e
informações contrárias a suas estratégias,
além disso julga que tem mais conhecimento
e capacidade de acertos do que o mercado.

• Ex: Um investidor que troca com muita


frequência seus investimentos incorrendo em
altos custos com corretagem por confiar
demais em seus palpites

Viés da Armadilha da Confirmação


• Neste viés o investidor busca informações que
confirmem suas decisões de investimento.

• Ex: Um cliente investiu em ações da JBS e


embora tenha maciço conteúdo crítico ao
investimento na empresa busca notícias que
abordem positivamente a companhia de
modo que corroborem sua decisão de
investimento

Viés da Ilusão do Controle


• Neste viés o investidor acredita que tem
poderes de controle sobre o resultado de seus
investimentos
• O viés também pode ser observado no âmbito
da gestão empresarial, em que gestores
podem superestimar suas capacidades de
administração acreditando que podem tornar
uma empresa imune a perdas

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Efeitos de Estruturação (Framing)


• Descreve como a tomada de decisão pode ser
afetada pela maneira como o problema é
formulado ou pela forma como as opções são
apresentadas.
• Na maioria das vezes as pessoas tendem a ser
avessas ao risco quando se trata de ganhos e
assumem mais riscos a fim de evitar ou
compensar perdas.
• Estes ganhos ou perdas podem ser apresentados
ao investidor de maneiras diferentes, gerando
este viés.

Aversão à perda
• É sabido que o sentimento de perda é mais intenso que
do que a satisfação com o ganho, partindo dessa
premissa muito investidores tomam decisões
irracionais

• Ex: Um cliente tem uma oportunidade de investimento


e não tem dinheiro disponível, tendo que optar entre
dois ativos na carteira para efetuar a venda e levantar
recursos. O ativo A acumula uma perda de 30% e tem
péssimos prognósticos enquanto o ativo B acumula
ganhos de 5% e tem grandes chances de continuar em
alta. O investidor opta por vender o Ativo B para não
“realizar a perda” do ativo A.

Planejamento de Investimento

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Planejamento de Investimento
• Planejamento financeiro é uma ferramenta de administração
financeira que consiste no processo de organização financeira
realizado através do reconhecimento da situação financeira atual do
indivíduo, da determinação dos objetivos que se deseja alcançar, e o
estudo de possíveis caminhos a serem utilizados para se alcançar esses
objetivos.

• O planejamento financeiro proporciona direcionamento e significação


às decisões financeiras, permitindo a visão global das finanças pessoais
e a compreensão de como cada decisão financeira afeta outras áreas
da vida financeira, ajudando assim a pessoa que passa pelo processo
de planejamento financeiro pessoal a ter consciência de seus atos e
desenvolver a disciplina necessária para atingir seus objetivos.

Planejamento de Investimento
• A elaboração de um planejamento financeiro completo
exige conhecimentos sobre investimentos financeiros,
gestão de riscos, seguros, previdência, tributação,
sucessão, ética e planejamento financeiro.

• O Processo de Planejamento Financeiro consiste em


seis etapas que os profissionais de planejamento
financeiro utilizam para considerar todos os aspectos
da situação financeira de um cliente ao formular
estratégias de planejamento financeiro e fazer
recomendações.

Planejamento de Investimento
• 1 – Definir e estabelecer o relacionamento com o cliente
Nesta etapa o profissional de planejamento financeiro informa ao cliente sobre o
processo de planejamento, seus serviços oferecidos e as suas competências e
experiência e em conjunto determinam se os serviços oferecidos e as competências
do profissional atendem às necessidades do cliente. Os detalhes sobre as
responsabilidades de cada um, a duração dos serviços, a compensação e os potenciais
conflitos de interesses devem ser acordados podendo ser documentados por escrito e
assinados por ambas partes.

• 2 - Coletar informações necessárias para elaborar um plano


financeiro e que permitam uma visão completa do cliente.
O profissional de planejamento financeiro e o cliente identificam seus objetivos,
necessidades e prioridades pessoais e financeiras que são relevantes para o escopo do
envolvimento antes de fazer e/ou implementar quaisquer recomendações. O
profissional de planejamento financeiro coleta informações quantitativas e
qualitativas suficientes e documentos sobre o cliente relevantes para o escopo do
envolvimento antes de fazer e/ou implementar quaisquer recomendações.

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Planejamento de Investimento
• 3 - Analisar e avaliar a situação financeira do cliente
O profissional de planejamento financeiro analisa as informações do cliente,
sujeito ao escopo do engajamento, para obter uma compreensão da sua situação
financeira atual. O profissional avalia os pontos fortes e fracos da situação
financeira atual do cliente e os compara com seus objetivos, necessidades e
prioridades.
• 4 - Desenvolver as recomendações de planejamento financeiro e
apresentá-las ao cliente.
A partir da análise e avaliação da situação do cliente o profissional considera uma
ou mais estratégias relevantes no sentido da elaboração de um plano de ação
para atender aos seus objetivos, necessidades e prioridades; desenvolve as
recomendações de planejamento financeiro e as apresenta para que o cliente
possa tomar uma decisão embasada.

Planejamento de Investimento
• 5 - Implementar as recomendações de planejamento financeiro.
Nesta etapa deve-se estabelecer as responsabilidades da implementação e se
identificar e selecionar produtos e serviços.

• 6 - Monitorar a situação do cliente.


O profissional de planejamento financeiro e o cliente definem e concordam
mutuamente sobre os termos para revisar e reavaliar o planejamento
periodicamente em função a situação do cliente, incluindo metas, perfil de
risco, estilo de vida e outras possíveis mudanças relevantes.
Se estiver conduzindo uma revisão, o profissional de planejamento financeiro
e o cliente avaliam a situação para mensurar o progresso na consecução dos
objetivos planejamento financeiro, determinando se as recomendações ainda
são apropriadas e executando quaisquer revisões consideradas mutuamente
necessárias.

Lucas Signorini Reinhardt


lucas@advisorsbrasil.com
41-99926-9923

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