Durante o período colonial brasileiro, a coroa portuguesa estabeleceu o sistema de capitanias hereditárias e sesmarias para distribuir terras e promover o povoamento. Com o tempo, surgiram os primeiros núcleos urbanos ao redor de igrejas e fortalezas para defender as novas terras e controlar a exploração de recursos. O Marques de Pombal passou a incentivar mais o desenvolvimento do Brasil colonial.
Durante o período colonial brasileiro, a coroa portuguesa estabeleceu o sistema de capitanias hereditárias e sesmarias para distribuir terras e promover o povoamento. Com o tempo, surgiram os primeiros núcleos urbanos ao redor de igrejas e fortalezas para defender as novas terras e controlar a exploração de recursos. O Marques de Pombal passou a incentivar mais o desenvolvimento do Brasil colonial.
Durante o período colonial brasileiro, a coroa portuguesa estabeleceu o sistema de capitanias hereditárias e sesmarias para distribuir terras e promover o povoamento. Com o tempo, surgiram os primeiros núcleos urbanos ao redor de igrejas e fortalezas para defender as novas terras e controlar a exploração de recursos. O Marques de Pombal passou a incentivar mais o desenvolvimento do Brasil colonial.
Durante a primeira metade do século XVI foram criadas pela coroa portuguesa as capitanias hereditárias, a primeira forma fundiária do Brasil, foram feitas 14 capitanias que segundo Mendes (1988) possuíam cerca de 30 a 50 léguas, contando-se da costa até a linha de Tordesilhas, mas na verdade ultrapassavam esta estimativa já que somente se conhecia seu início. As 14 capitanias não eram dadas pelo rei, mas sim concedidas com o objetivo de poder estender seu império em terras povoadas por pessoas de sua corte, Octavio Mello Alvarenga (2:15-16, apud MENDES, 1988, p. 15) comentou sobre: “Queria que o sujeito trouxesse dinheiro, homens, ferramentas, animais, lavrasse a terra, valorizasse-a com o que o Rei receberia seus impostos, tanto que reservava certos direitos regaleanos.”. O Brasil passaria a ser a fazenda do rei como forma de reembolso pelas expedições feitas até a descoberta das terras (MENDES, 1988). Aqui na américa a coroa era representada oficialmente pelos capitães-mores, a quem eram concedidas as terras através de cartas de doações feitas pelo rei e regulamentadas pelos forais; os capitães tornavam-se delegados lusitanos ao obter as terras e na colônia eram responsáveis pelo controle político, militar e pela partilha das terras e criação de vilas que deveriam influenciar a povoação do território (MARX 1991: 32, apud ASSUMPÇÃO, 2008). Com o poder de distribuição de terras dos capitães-mores assim é instaurado o sistema de sesmarias no Brasil, sistema que já havia sido discutido em Portugal e tinha como objetivo inicial a distribuição de terras que em algum período já haviam sido lavradas, mas no momento de sua doação não eram mais utilizadas por seus senhores. A concessão das sesmarias era feita para qualquer um que tivesse interessado nas terras, mas existiam algumas condições como: as terras deveriam ser usadas para cultivo, caso contrário poderiam ser recolhidas e distribuídas novamente, as pessoas que as receberiam, os sesmeiros, deveriam ser cristãos e teriam que pagar um dízimo à Ordem de Cristo (MENDES, 1988). “A "Lei de Sesmaria" foi baixada em Portugal para enfrentar a indolência dos senhorios, que nem trabalhavam nem permitiam que outros o fizessem; no Brasil, havia, pelo contrário, carência de braços - de braços que se subordinassem ao domínio português.” (MENDES, 1988, p. 15). Os sesmeiros por sua vez dividiam suas terras e as concediam para pessoas que se interessavam em morar e trabalhar como forma de pagamento nelas, com estes acordos consequentemente surgiam núcleos de povoamento, também havia a doação de terras para a igreja católica sempre muito presente e influente na formação de cidades. A Igreja construía ermidas ou capelas nessas terras doadas, para poderem ser oficializadas necessitavam da visita regular de um padre; estas construções religiosas ajudavam no fluxo de pessoas já que sempre havia alguém para orar, com o crescimento destes lugares para arraial e posteriormente freguesia, o comércio que florescia junto com a influência da Igreja fazia com que os núcleos urbanos se elevassem a paroquia ou freguesia, e quando estas conseguiam sua independência econômica transformando-se em vilas ou cidades (ASSUMPÇÃO, 2008). As primeiras cidades a surgirem no Brasil colonial possuíam importância militar para tanto para defender as novas terras de outros países, como para controlar as áreas exploradas pela coroa portuguesa. Portugal reafirmava seu domínio através de igrejas, fortes militares e centros administrativos. Com o passar do tempo áreas distantes dos litorais começaram a ser exploradas, através da Missão Bandeirante, mas apenas com o objetivo exploratório e não de povoamento, eles buscavam pedras e metais preciosos que foram encontrados no Mato Grosso e Goiás, 1719 e 1725 respectivamente, fazendo com que o fluxo de mineradores e tropeiros aumentassem na área do triangulo mineiro, na época conhecido como “Sertão da Farinha Podre”, região pertencente a capitania de São Paulo (BESSA, 2013). O então, Sertão da Farinha Podre tornou-se uma área de circulação, pela saída das pedras e dos metais preciosos que aconteciam na rota Mato Grosso/Goiás - Triângulo Mineiro - São Paulo/Rio de Janeiro e no sentido contrário eram enviados insumos necessários para os mineiros. Graças a esse fluxo no Triângulo Mineiro várias vilas foram surgindo, segundo Bessa (2013, p.512) “[...] o surgimento dos primeiros povoamentos aglomerados da região.”, mas sem muitos moradores visto que não era uma região interessante, sendo apenas um núcleo de mineração. Muitos povoados surgiram da mesma maneira, a maioria acabou por desaparecer completamente, de acordo com Bessa (2013), principalmente por conflitos contra fazendeiros no final do séc. XVIII e início do séc. XIX, mas alguns dos centros atuais de Minas Gerais originaram-se destes pequenos povoados. Com a descoberta de riquezas a coroa Portuguesa começa a se preocupar com a proteção e administração do território brasileiro, e passa a intervir pessoalmente nas terras com riquezas, enquanto as mais pobres ficam sob responsabilidade da Câmaras, até então autoridades dos centros urbanos. Ocorre a separação da capitania de São Paulo e Minas de Ouro, que se torna uma capitania autônoma, com a coroa concentrando-se em Minas que possuía ouro e joias; enquanto a capitania de São Paulo fica com agricultura, o limitado comércio de gado, também havia o escasso abastecimento para as minas que pioraram e estagnaram o crescimento econômico de São Paulo após a criação do Caminho Novo da Piedade (ASSUMPÇÃO, 2008). Por volta de 1762 o Brasil já era cobiçado por outros países como a Inglaterra e França por conta de suas riquezas e na segunda metade do séc. XVIII surge um diplomata, o Marques de Pombal que instaura uma política que visava os direitos de Portugal e suas colônias; no Brasil Pombal encoraja a agricultura. Assumpção (2008) cita três das medidas tomadas por Pombal, entre elas a determinação de que: “Portugal deve conquistar e ocupar a maior área territorial possível, e conseqüentemente estabelecer uma relação comercial e militar com suas colônias.” (ASSUMPÇÃO, 2008, p. 61), já que outros países europeus somente reconheciam os “direitos” sobre qualquer outro país se houvesse uma ocupação efetiva e relações militares e econômicas com as colônias. Percebemos que aos olhos do Marques de Pombal o Brasil tomava uma posição de interesse e privilégio quando comparada a outras colônias visto que o país era uma importante fonte de renda de Portugal, ele criou leis que libertassem os índios, entendo que estes eram as bases de sustentação para as atividades jesuíticas no território; também por parte do Marques houve o incentivo aos estudos acadêmicos, com muito foco em matemática, direito, medicina e ciências naturais, a Coroa Portuguesa deu bolsas de estudo para a formação de engenheiros e médicos e ao final do sec. XVIII havia uma equipe de cientistas e bacharéis brasileiros faziam parte de uma politica de restauração e inclusão de novos meios de cultivo (DIAS, 2005: 55, apud ASSUMPÇÃO, 2008). Por conta da dispersão territorial encontrada em São Paulo Pombal encontra um problema para a proteção da capitania, que tinha fácil acesso ao oeste brasileiro, a região Sul, Oeste e ainda possuía fácil acesso as minas. O marques também tem a preocupação com a expansão para o sertão brasileiro. Em 1765 acontece a restauração da capitania de São Paulo com a nomeação do Morgado de Mateus, D. Luís Antônio de Souza Botelho Mourão, que foi enviado ao Brasil da capitania abandonada (BELLOTO, 2007: 63, ASSUMPÇÃO, 2008). O Morgado de Mateus possuía formação militar, e ao ser nomeado para a capitania de São Paulo era possível ver em seu plano de restauração o caráter militar e comercial, como o território paulista tinha acesso a tantas partes importantes do Brasil sua restauração era também estratégica contra possíveis invasores. O Morgado entendeu que para a restauração poder ocorrer era necessária uma urbanização maior, porém a política de urbanização não ocorreu tão facilmente com muitos paulistas escondendo- se nas matas para não se alistarem na defesa da região sul do país e a dispersão aumentando. Morgado de Mateus consegue criar uma rede de núcleos urbanos e até 1771 ocorre a criação de pelo menos quinze novos núcleos (BELLOTO 2007: 149 e 152, ASSUMPÇÃO, 2008). BIBLIOGRAFIA
ASSUMPÇÃO, Rodrigo Vitorino. A formação das identidades urbanas em São Luís do
Paraitinga e Bananal: patrimônio arquitetônico e religioso. Campinas: PUC-Campinas, 2008.
BESSA, Kelly. A gênese do urbano no triângulo mineiro: os núcleos de povoamento e a
rede de arraiais do século XIX. Brazilian Geographical Journal: Geosciences and Humanities research medium, Ituiutaba, v. 4, n. 2, p. 509-528, jul. /dec. 2013.
DEFFOINTANES, Pierre. Como se Constituiu no Brasil a Rêde das Cidades. Bulletin de
la Societé de Geographié de Lillie, Tomo 82, nº9, Lillie, dez. 1988.
MENDES, Ubirajara Carlos. SESMARIAS - UMA DÁDIVA DO REI. Semina: Ciências