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1º ano/2º semestre

OPA - Orientação para planos


Uma parceria entre a de aulas
SEEDUC/RJ e o Instituto
Ayrton Senna

Projeto de Vida
Sonhos e identidade na construção de um projeto de vida

Introdução p. 1

Por que trabalhar com projetos de vida? p. 3


Sumário

Metodologias e gestão de encontros p. 6

Cardápio de atividades p. 10

Mapa das atividades p. 13

Introdução
Caro(a) professor(a),

O conjunto de orientações e reflexões que estruturam este material foi elaborado para servir
de alicerce à sua ação como mediador dos encontros de Projeto de Vida do 2º semestre do
1º ano.
Esse componente curricular tem como objetivo estimular a reflexão dos estudantes acerca
de suas trajetórias e, em especial, potencializar a formação para a autonomia, o que, na
perspectiva da educação integral, significa prepará-los para fazer escolhas no presente e
para o futuro, na escola e na vida. Escolhas apoiadas em quem são (suas identidades e
valores) e no que querem ser (seus sonhos e aspirações).
As atividades serão desenvolvidas em encontros semanais com os alunos, abordando
temáticas diversas, porém sempre conectadas, como a identidade, o cotidiano escolar, a
rotina de estudos, o mundo do trabalho e os projetos de vida dos jovens. Para esclarecer as
intencionalidades educativas que embasam cada aspecto desse componente curricular e
formar a base da sua ação mediadora, esta Orientação para Plano de Aulas (OPA) está
organizada em quatro seções:
Por que trabalhar com projetos de vida?
Seção que explica os eixos orientadores do componente curricular Projeto de Vida, seus
princípios e objetivos. Nela, estão explicitados os “porquês” da importância de formar os
jovens para a autonomia, assim como o papel da escola e do professor nesse processo.

Metodologias e gestão de encontros


São apresentadas orientações gerais para sua atuação nas situações educativas do
componente curricular, apontando posturas que devem ser adotadas na sala de aula,
aspectos relacionais da sua mediação e modos de envolver e mobilizar os estudantes para
a concretização de uma atitude protagonista.

Cardápio de atividades
Dispõe sobre a organização das atividades de Projeto de Vida ao longo do semestre e sobre
como os encontros devem ser planejados por você e seus colegas professores.

Mapa das atividades


Apresentação, resumo e descrição de cada uma das atividades de Projeto de Vida
propostas para o semestre.

Mediar os encontros durante um semestre certamente será um trabalho desafiador.


Compreender e compartilhar as intencionalidades por trás de cada etapa desse percurso –
do planejamento das aulas até o último momento avaliativo – é muito importante para que
os jovens construam sentido para as ações nas quais estarão engajados. Para isso, é
fundamental que sua mediação seja sempre propositiva, embasada e planejada a partir das
orientações desta OPA, que se oferece como um guia para que Projeto de Vida seja um
componente com potencial transformador para você e para seu grupo de orientandos.

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Por que trabalhar com
projetos de vida?
Porque é preciso conectar a escola à juventude. Os altos índices de evasão e baixos índices
de aprendizagem no Ensino Médio no Brasil provocam uma reflexão sobre a conexão entre
a escola e o mundo juvenil. A falta de sentido dessa etapa da escolaridade é o principal
motivo apontado pelos jovens para a desistência dos estudos. Essa “crise de sentido”, em
boa parte, provém da falta de articulação entre as identidades e as aspirações juvenis e a
escola, que muitas vezes não é percebida como uma parceira efetiva para os estudantes
enfrentarem os desafios de suas existências e de seu tempo.
O trabalho com projetos de vida se integra à proposta curricular como possibilidade para
formar e potencializar a ação de jovens protagonistas, para que estes se sintam
corresponsáveis pela sua educação e empoderados na construção dos rumos de suas
vidas. Para isso, Projeto de Vida situa os jovens no centro do processo educativo,
reconhecendo-os em suas identidades (tendo em vista especificidades as mais variadas,
como raça, gênero, orientação sexual, contexto cultural e socioeconômico), singularidades e
potencialidades, como sujeitos sociais e de direitos, capazes de serem gestores de sua
própria aprendizagem e de seus projetos futuros.
Desses aspectos derivam dois grandes objetivos buscados ao se trabalharem os projetos de
vida dos alunos como parte do currículo escolar:
o Oferecer espaço, escuta e mediação do professor para que os jovens reflitam sobre
suas experiências na trajetória de estudantes e na relação com os demais,
identificando seus aprendizados pessoais, relacionais, cognitivos e produtivos, de
modo a atribuírem valor e significado a si mesmos, ao outro e ao conhecimento;
o Oferecer apoio e ferramentas para que professores e gestores possam influir
positivamente no processo de construção da identidade e dos projetos de vida
de/pelos seus alunos, exercendo as premissas da presença pedagógica nas aulas de
projetos de vida.

O que é Projeto de Vida


O que é e o que não é Projeto de Vida?

o Conjunto de encontros destinados à criação de situações educativas orientadas e ricas


em intencionalidades, que contribuam para a formação de jovens autônomos e
protagonistas.
o Momento de estímulo à reflexão dos jovens sobre a trajetória escolar e sobre a
conexão da experiência estudantil com seus sonhos e projetos para o presente e o
futuro.
o Constante avaliação da vivência e da rotina de estudos dos jovens, reconhecimento
dos desafios que enfrentam e valorização de suas aprendizagens – tanto em Projeto de
Vida quanto em outras disciplinas da estrutura curricular.
o Exercício de desenvolvimento de um conjunto de competências fundamentais para
viver no século 21, como: autoconhecimento, colaboração, abertura para o novo,
responsabilidade, comunicação, pensamento crítico, resolução de problemas e
criatividade.
o Espaço para instigar os jovens a mapear e problematizar as questões sociais, políticas
e culturais do mundo contemporâneo e o modo como elas se relacionam aos seus
sonhos e projetos de vida.
o Ambiente para reflexão sobre as relações estabelecidas pelos estudantes com outros
jovens, com os adultos que os cercam, com o conhecimento e as práticas vivenciados
na escola e fora dela.

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O que não é Projeto de Vida
o Espaço destinado a conversas descompromissadas e desorganizadas sobre a vida dos
jovens.
o Componente desvinculado das demais disciplinas do currículo, da rotina de estudos
dos jovens e das questões do mundo contemporâneo.
o Espaço para a resolução de todos os desafios e problemas vivenciados pelos
estudantes em outras disciplinas.
o Momento para realizar um mergulho psicológico no universo interior de cada jovem, de
suas angústias e problemas.

As atividades de Projeto de Vida são formuladas e estruturadas para atender a três


dimensões: pessoal, cidadã e profissional, incluída nesta última a dimensão do jovem como
estudante. Por seu caráter complementar na formação dos alunos, tais dimensões devem
ser trabalhadas constante e simultaneamente. Assim, na dimensão pessoal, as atividades
convidam os jovens a se aproveitar de suas experiências na escola, na família e no tempo
livre para que se conheçam melhor, reconheçam suas forças e se apoiem nelas, olhem para
o futuro sem medo, identifiquem seus interesses e necessidades, estabeleçam significado
às vivências na escola e fora dela, e usem a determinação para superar as dificuldades e
orientar a busca da realização de seus sonhos. Esse trabalho perpassa, essencialmente, o
Ciclo de Desenvolvimento Pessoal demonstrado no esquema a seguir:

A dimensão cidadã se constrói como um desafio lançado aos alunos, também por meio de
atividades intencionais, para que eles conheçam e compreendam seus direitos e deveres, e,
principalmente, reflitam e dialoguem sobre as maneiras que vivenciam o compromisso com
o outro e o bem comum. As experiências cotidianas na escola, em especial aquelas que
dizem respeito ao convívio e à atuação em times nos projetos e nas aulas, serão focos de
significação pelos jovens.

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Já a dimensão profissional provoca que os alunos reflitam e dialoguem sobre seus
interesses em relação à sua inserção no mundo do trabalho, tendo como ponto de partida os
conhecimentos, as habilidades e as competências desenvolvidas ao longo de sua trajetória
escolar, familiar e comunitária, assim como seus sonhos e aspirações. Trata-se, também, de
possibilitar que os alunos avaliem e signifiquem as experiências que tiveram na escola, para
que possam projetar os próximos passos de formação e/ou início de atuação profissional.
Como forma de abarcar essas três dimensões em diferentes âmbitos do universo de
vivências dos jovens, o componente curricular se desenrola ao longo do Ensino Médio a
partir dos eixos Identidade, Projeção do Futuro e Mundo do Trabalho, estruturados de
acordo com as seguintes propostas e objetivos:
1º ano – Identidade - Promover oportunidades para que os jovens se reconheçam, tendo
em vista suas identidades pessoais, familiares, escolares e comunitárias. Possibilitar que os
alunos, ao se conhecerem, apoiem-se em suas forças, como condição prévia para planejar
o futuro. Apresentar o currículo e gerar apropriação dos estudos pelos alunos. Orientar os
alunos no acompanhamento de sua vivência escolar, favorecendo a aprendizagem e o
desenvolvimento de competências.

2º ano – Projeção do Futuro - Promover oportunidades para que os jovens identifiquem


seus interesses, sonhos e necessidades, aprendendo a planejar o futuro. Orientar os alunos
no acompanhamento de sua vivência escolar, favorecendo a aprendizagem e o
desenvolvimento de competências.

3º ano - Mundo do Trabalho - Promover oportunidades para que os jovens conheçam


aspectos diversos (características, possibilidades, dilemas etc.) que permeiam o mundo do
trabalho e identifiquem, reflitam e dialoguem sobre seus interesses nesse contexto. Orientar
os alunos no acompanhamento de sua vivência estudantil, favorecendo a aprendizagem e o
desenvolvimento de competências para a vida escolar e para o mundo do trabalho.

Esses três focos, ainda que fortalecidos em seus respectivos anos, são contemplados em
atividades de todos os semestres do Ensino Médio, revelando uma forte conexão entre a
identidade, as habilidades, os desejos e planos de futuro que os jovens traçam para si.

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Metodologias e gestão de encontros
Para a formação de jovens protagonistas, é fundamental que as práticas de ensino teçam
uma abordagem colaborativa, problematizadora e conectada com a vida dos estudantes, de
modo a desenvolver, de forma estruturada e intencional, as competências para o século 21.
Para isso, é fundamental que os professores pratiquem, nos encontros de Projeto de Vida, a
presença pedagógica, a problematização e o exercício da aprendizagem colaborativa:
Presença pedagógica
Metodologia que se fia na interação e na colaboração entre professores e estudantes,
convocando e auxiliando o estudante em seu processo de desenvolvimento cognitivo e
socioemocional; estabelecendo um vínculo de acolhimento, exigência e compromisso, sem
perder o foco no conhecimento a ser construído e no desenvolvimento do aluno; utilizando-
se de técnicas qualificadas de se fazer próximo do aluno pelo viés da ação educativa, dando
atenção, reconhecendo as singularidades identitárias e os potenciais de cada jovem;
estimulando a participação e promovendo a escuta atenta e a comunicação clara e
respeitosa; envolvendo os estudantes em situações de aprendizagem que exijam
responsabilidade e compromisso, ajudando-os a gerirem suas aprendizagens e
incentivando-os a crescer.
Problematização
Trata-se de investir numa postura mediadora que busque despertar e convocar o estudante
para participar ativamente da construção do conhecimento, criando desafios e questões
para reflexão, em vez de oferecer respostas prontas; aprofundar os conhecimentos a partir
do diálogo; lançar os estudantes na estimulante vivência de criar, investigar e resolver
problemas.
Aprendizagem colaborativa
Estimular a aprendizagem em times (alunos agrupados em duplas, trios, quartetos etc.), o
diálogo constante, potencializando nos jovens a corresponsabilidade para aprenderem
juntos, apoiando-se naqueles desafios grandes demais para resolverem sozinhos e
desenvolvendo autonomia em relação ao professor, que passa a atuar na mediação do
trabalho dos alunos e da sua aprendizagem.

Essas metodologias norteiam a gestão dos encontros de Projeto de Vida. Elas se


desdobram em várias outras posturas que mostram-se importantes para balizar a sua
mediação junto ao grupo de orientandos, trazendo à tona o seu jeito de trabalhar, mas
dialogando com o material de referência de maneira bem próxima, sem descaracterizar a
proposta. Para isso, é preciso se preparar com cuidado para os encontros de orientação,
que devem oferecer condições para que essa complexa articulação se faça possível. Para
isso, alguns procedimentos são fundamentais:
 Preparação das aulas com foco na aprendizagem
Ao planejar a aula, esteja atento a uma série de cuidados e detalhes que são decisivos
à criação de um ambiente favorável ao desenvolvimento das atividades com foco,
autonomia e cooperação. Para auxiliar nesse aspecto, nas atividades desta OPA há
quadros que detalham e esclarecem as intencionalidades que embasam as formas de
organização da turma, as especificidades metodológicas e o tempo destinado às etapas
de todos os encontros. Essas orientações são importantes para o seu planejamento!

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 Organização do espaço da sala para traduzir as intenções educativas
O diálogo, o debate e o trabalho colaborativo devem marcar os encontros de Projeto de
Vida, e a organização da sala de aula (ou do espaço em que serão realizados os
encontros) deve refletir essa escolha metodológica. Por isso, prepare a sala junto com
os alunos, organizando as cadeiras e dispondo o mobiliário, os pertences de todos e os
materiais necessários às atividades do dia de forma organizada. Lembre-se que um
ambiente limpo e arrumado é elemento facilitador de um trabalho com foco e
concentração. Já o contrário – um espaço “bagunçado” – é um convite à dispersão.
Para a maioria das atividades recomendamos que, na conversa inicial e no
“aquecimento” do encontro, a turma se organize em roda. Dessa forma, todos podem se
enxergar e a interação é estimulada. Para as outras etapas das atividades, a turma se
organiza conforme as indicações da OPA.

 Acolhida dos encontros e combinados com a turma


A primeira meia hora de cada encontro é decisiva para “aquecer” ou “esfriar” os alunos
para as atividades propostas. Acolher bem e propor um bom papo faz toda a diferença
nesse momento. E um “bom papo”, aqui, vem carregado de intencionalidades
educativas: é o momento de reforçar os combinados da turma, dialogar sobre os
objetivos de cada atividade e explicitar que atuação se espera deles. Aqui vão algumas
dicas:
Avaliação em processo: logo no início dos encontros (10 a 30 minutos), todos devem
ser convidados a falar de sua vivência na escola, de como está a frequência e a
pontualidade nas atividades, bem como a participação e o aproveitamento nas aulas e
nas experiências do núcleo. Deve ser dado espaço, inclusive, para que os alunos
apresentem e discutam seus planos semanais de estudo. À medida que as experiências
e dificuldades são relatadas, sugira reflexões (individuais e coletivas), destaque
conquistas e desafios e encoraje também as contribuições dos colegas. O essencial,
nesse momento de abertura dos encontros, é sempre discutir com os alunos as
escolhas que eles têm feito, pois é por meio de uma reflexão própria que eles ganham
autonomia para gerir seus estudos, ações e atitudes.

Propomos que, em vez de condenar de forma efusiva determinados comportamentos e


práticas considerados inadequados, o professor convide o aluno a se envolver no
processo, a construir uma crítica própria, avaliando suas ações à luz de seus objetivos
de vida. Para que aconteça de forma efetiva, essa construção de sentido tem de ser
fundamentalmente do aluno. Lembramos que é necessário empenho – do professor e
do estudante – na superação, pelo jovem, da prática da disciplina exterior pela disciplina
interior (autonomia, autodeterminação, autodisciplina);
Pacto de trabalho: reapresente aos alunos os combinados – estabelecidos, de forma
consensual, na primeira atividade do semestre – sobre como atuar individual e
coletivamente;
Apresentação da proposta de trabalho do dia: exponha de forma clara os objetivos da
atividade do dia. Isso é essencial para que os alunos compreendam o sentido e se
envolvam com o que está sendo proposto. Dialogar sobre as intenções de cada
atividade é um aspecto central a ser observado a cada encontro com os alunos.

 Acompanhamento da participação dos jovens e da sua mediação


A atenção individualizada ao processo educativo de cada aluno é o fundamento da
orientação de Projeto de Vida. Portanto, a participação de cada jovem nos encontros é
de suma importância. Tal participação deve ser monitorada a cada aula e alguns
instrumentos podem auxiliar nessa tarefa, como a lista de presença. Para um
monitoramento qualitativo, recomenda-se também realizar anotações com pontos de

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atenção relacionados tanto a cada um dos jovens quanto à turma, seus aprendizados e
crescimentos. Com esses dados em mãos, você terá uma fonte segura para refletir
sobre o andamento dos encontros, os principais desafios apresentados pelos jovens e
também sobre o seu próprio trabalho de mediação.
Para estimular esse exercício constante de monitoramento, ao final de cada atividade
proposta na OPA há um quadro intitulado “Avaliação em processo". Nele são
apresentadas algumas perguntas que irão contribuir para a avaliação dos encontros: os
principais objetivos das atividades foram alcançados? A turma se envolveu no
desenvolvimento das ações? Há evidências de que os estudantes conquistaram
aprendizagens importantes para sua formação? Você atuou com presença pedagógica
e com uma postura problematizadora?
Ao final de cada bimestre há também uma atividade de feedback, quando você terá a
oportunidade de dar uma devolutiva aos alunos, conversando individualmente com cada
estudante sobre o percurso do semestre, apresentando sua avaliação sobre as
posturas, aprendizados e competências de cada um.
 Gestão cuidadosa do tempo e da atenção
Cada encontro tem um objetivo claro e um conjunto de ações essenciais à consecução
de tal objetivo. Por isso, é importante que, a cada atividade, seja cumprido o ciclo de
trabalho proposto. Para que isso seja possível, é necessário que o tempo seja bem
utilizado e que a dispersão seja evitada. Você deve criar, com os alunos, uma cultura de
respeito aos horários de início e fim das atividades e cuidar para que os tempos de
desenvolvimento previstos para cada uma delas sejam respeitados. Evidentemente, ao
perceber que determinada atividade demandou mais tempo que o previsto, você pode
rever o planejamento e fazer os ajustes necessários para que a qualidade do trabalho
seja potencializada.
Por isso, é preciso: explicar de forma clara o trajeto a ser percorrido no encontro,
destacando os pontos que mereçam mais atenção do grupo de orientandos; informar o
tempo previsto para cada atividade e propor um combinado em relação a como será
feita a gestão desse tempo (se vai ficar a cargo dele ou de algum aluno, em que
momentos e como serão feitos os avisos de que o tempo de cada atividade está se
esgotando etc.); e detectar os momentos de dispersão, chamando a atenção para o
foco da atividade, sempre que houver situações de falta ou perda de concentração.
 Contextualização das atividades
O aluno precisa perceber que as atividades que vivencia na escola têm sentido em sua
vida, compreender que há intensa conexão entre os conhecimentos trabalhados na
escola, a realidade social, o mundo do trabalho e sua vida prática – incluindo o caminho
a ser trilhado para a concretização de seus objetivos e sonhos.
Você tem o papel importantíssimo no processo de dar visibilidade a essa conexão. Sua
tarefa é explicar, despertar a curiosidade, problematizar cada experiência relatada ou
vivenciada no núcleo, relacionando-a com inquietações, anseios e elementos cotidianos
da vida dos jovens. Por isso, você deve ter um cuidado permanente em dar significado
às experiências vivenciadas nos encontros, relacionando-as todo o tempo com os
interesses e projetos pessoais dos estudantes.
 Articulação do processo à Matriz de Competências para o Século 21.
É necessário que os alunos conheçam e compreendam o significado e a importância,
para seu desenvolvimento pessoal, social e profissional, de cada uma das
competências que integram tal Matriz. Também é crucial que os jovens percebam de
que modo os aprendizados vividos na escola o ajudam a fortalecer tais habilidades e
competências. Eles precisam saber, enfim, que um objetivo importante da escola é que

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desenvolvam essas competências, essenciais para uma vida plena. Também é
necessário lembrá-los de que, de tempos em tempos, deverão se perguntar em que
medida estão alcançando esse objetivo.
Ao longo dos encontros de Projeto de Vida, seja nos momentos de execução ou
avaliação das atividades, busque sempre problematizar a temática das competências
socioemocionais com os jovens, principalmente no sentido de ajudá-los a reconhecer as
competências mobilizadas no percurso de cada ação educativa.
No quadro a seguir é apresentada a Matriz de Competências para o Século 21.

Matriz de Competências para o Século 21

o Refere-se à perseverança e eficiência na busca de objetivos, mesmo em


Responsabilidade situações adversas.
o Está relacionada ao quanto as pessoas são organizadas, dedicadas,
persistentes, autônomas e determinadas.
o Analisar ideias e fatos em profundidade, investigando os elementos que os
Pensamento crítico constituem e as conexões entre eles, utilizando conhecimentos prévios e
formulando sínteses.
o Saber analisar e sintetizar ideias, fatos e situações, assumindo
posicionamentos fundamentados.
o Mobilizar conhecimentos e estratégias para solucionar problemas da vida
Resolução de e aprender com o processo, aplicando as soluções em outros contextos.
problemas o Saber identificar um problema, levantar hipóteses, estabelecer relações,
gerar alternativas, organizar conhecimentos, arriscar-se a solucioná-lo,
sem medo de errar.
o Disposição para novas experiências (estéticas, culturais e intelectuais) e
Abertura para o novo comportamentos de exploração.
o Ter abertura para errar e aprender coisas novas.
o Demonstrar atitude curiosa, inventiva e questionadora em relação à vida.
o Atuar em sinergia e responsabilidade compartilhada, respeitando
Colaboração diferenças e decisões comuns.
o Inclui a habilidade de adaptar-se a diferentes situações sociais e a
reconhecer-se como parte de um coletivo.
o Disposição para contribuir e construir em conjunto, em grupos pequenos e
grandes.
o Compreender e fazer-se compreender em situações diversas, respeitando
Comunicação os valores e atitudes envolvidos nas interações.
o Saber ouvir e interagir com o outro.
o Utilizar criticamente as habilidades de leitura e de produção textual.
o Ser capaz de fazer novas conexões a partir de conhecimentos prévios e
Criatividade outros já estruturados, trazendo contribuições de valor para si mesmo e
para o mundo.
o Propor novas abordagens e buscar novas soluções, gerenciando variáveis
aparentemente desconexas.
o Capacidade de usar o conhecimento de si, a estabilidade emocional e a
Autoconhecimento habilidade de interagir nas tomadas de decisão, especialmente em
situações de estresse, críticas ou provocações.
o Reconhecimento das suas próprias qualidades, confiança em si mesmo
para vencer desafios e capacidade para crescer nessas situações.

Por meio dos procedimentos metodológicos e cuidados de gestão da aula apresentados


aqui, é possível criar um bom clima de trabalho nos encontros de orientação – marcado, ao
mesmo tempo, pelo envolvimento de todos e pela leveza. Leveza que nasce em um
ambiente de diálogo aberto e sereno, de mobilização e cooperação a partir de sentidos
compartilhados e de objetivos em comum.

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Cardápio de atividades
Tendo dialogado sobre os princípios e metodologias que permeiam o componente curricular
Projeto de Vida, é hora de planejar o 2º semestre de encontros da turma do 1º ano. Delinear
esse itinerário exige atenção e cuidado, pois é importante que ele seja repleto de sentido,
tanto para você e seus colegas professores quanto para os jovens, e também que ele possa
ser plenamente realizado.
A OPA funciona como um “cardápio de atividades”. Isso significa que este material
apresenta uma série de proposições que podem ser desenvolvidas com o seu grupo de
orientandos nos encontros de Projeto de Vida. Ao todo, são 19 atividades que, somadas,
totalizam 54 tempos. Mas nem todas elas deverão ser realizadas, afinal, não haverá tempo
para isso! Como um semestre deste componente curricular tende a comportar de 34 a 44
tempos (pode variar de um ano para o outro ou de uma escola para outra, tendo em vista os
acontecimentos cotidianos), é necessário adequar o planejamento e fazer o seu próprio
roteiro. Isso significa que o Projeto de Vida de cada escola é singular, elaborado conforme a
avaliação dos professores-orientadores. O importante é que todos os professores que
orientam Projeto de Vida na sua escola trabalhem, de modo colaborativo, na definição das
atividades que serão realizadas no semestre e compartilhem momentos de planejamento. O
espaço da reunião pedagógica pode ser importante para que esse planejamento coletivo se
efetive.

O que deve ser levado em conta para a elaboração do planejamento do semestre?

 Tempo
O primeiro passo é consultar o calendário escolar e quantificar os tempos destinados a
Projeto de Vida durante o semestre. Dessa forma, o semestre poderá ser planejado e
incluir tanto as atividades “essenciais” quanto as “opcionais”.
 Eixo
As atividades são divididas em dois eixos. As do eixo estruturante são essenciais, por
isso, tem o período exato em que devem acontecer já definido. As do eixo elegível, por
sua vez, são intercambiáveis e podem ou não integrar o planejamento do semestre.
Eixo estruturante: trata-se das atividades fundamentais para a realização de um
percurso de Projeto de Vida que atenda a todos os princípios do componente curricular.
São atividades essenciais e devem ser contempladas pelo seu planejamento
impreterivelmente. As atividades desse eixo versam sobre a escolha do professor
orientador, o acompanhamento sistemático da vivência escolar dos jovens e a avaliação
final e individual do semestre.
Eixo elegível: compreende as atividades que podem ou não integrar o seu planejamento
e dos seus colegas professores. Para balizar a escolha da equipe docente, um critério
importante é que elas estejam alinhadas à intencionalidade da trajetória proposta por
vocês.

 Etapa do semestre
Cada atividade proposta no cardápio é indicada para um “momento” específico do
semestre: início, meio ou fim. Essa divisão foi feita tendo em vista a organização por
bimestres do calendário escolar, mas o seu planejamento também deve levar em conta
alguns aspectos:

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o A escolha dos orientadores (atividade do eixo estruturante) é feita sempre no
início do semestre. O orientador trabalha com os mesmos alunos durante todo o
semestre.
o Há atividades de avaliação do percurso (também do eixo estruturante) alocadas
no meio e no final do semestre.
o É indicado que as atividades mais complexas ocorram no meio dos bimestres,
para que não coincidam com as semanas de avaliação final das disciplinas ou
de fechamento de notas. As semanas de encerramento dos bimestres são o
momento ideal para atividades que promovem reflexão de maneira intensiva
sobre o cotidiano escolar e a rotina de estudo dos jovens.

 Adaptação à proposta curricular de Projeto de Vida


O planejamento do semestre deve responder aos eixos norteadores de Projeto de Vida
(Identidade, Projeção do Futuro e Mundo do Trabalho), de forma que a temática
principal do ano seja contemplada. Mas é importante lembrar, também, que esses eixos
se interpenetram, sendo importante que estejam contemplados no planejamento do
semestre.
Além disso, as atividades elencadas devem, em seu conjunto, contemplar as dimensões
pessoais, cidadãs e profissionais do universo juvenil, assim como mobilizar variadas
competências socioemocionais. Portanto, ter essa diversidade é importante.
 Disponibilidade de materiais e demais recursos
Ao selecionar as atividades, é importante garantir que os materiais básicos à sua
realização estarão disponíveis – pode ser papel, canetinhas, computador com projetor,
sistema de som, internet e assim por diante. Se julgar que alguma das atividades ficará
defasada pela ausência de algum desses materiais, prefira outras em que os objetos
estejam disponíveis ou pense em “planos b”, com materiais alternativos para a
realização dessas atividades.
 Alinhamento com outras turmas e com as atividades da escola
É importante que você trabalhe de modo alinhado a outros professores que orientam
times do 1º ano, de modo que seja adotado um percurso similar junto aos alunos. Mas,
se julgarem importante, é possível haver uma ou outra atividade específica, tendo em
vista o perfil dos estudantes e seus interesses. Esse arranjo pode funcionar de maneira
estratégica, especialmente para aquelas atividades que demandam uma logística mais
complexa, como visitas a espaços exteriores à escola.

Como são estruturadas as atividades?

Cada atividade apresenta o passo a passo de seu desenvolvimento, com indicações


detalhadas para fomentar a sua mediação durante os encontros. Elas se iniciam com um
quadro que apresenta um resumo, seus objetivos, o modo como a turma se organiza, o eixo
e a etapa do semestre à qual a atividade pertence, as competências para o século 21 que
ela mobiliza, sua duração prevista e dicas para a sua mediação e para a sua presença
pedagógica.
Além disso, há outros elementos que compõem a OPA e merecem destaque:

 Quadros com dicas metodológicas


Permeando o passo a passo, há caixas de texto para orientações de mediação ao longo
da atividade e para outras informações que mereçam destaque.
 Quadro “Avaliação em processo”

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Localizado ao final de cada atividade, apresenta questões para estimular a sua
avaliação do desenvolvimento da atividade, tanto no que se refere à atuação dos jovens
quanto à sua própria mediação.
 Anexos: Algumas atividades orientam para a leitura de seus anexos correspondentes.
Localizados ao final desta OPA, os anexos são, em sua maioria, textos complementares
para fomentar a sua mediação. Há também peças que devem ser impressas ou
copiadas à mão em outras folhas para a realização da atividade.
 Caderno do Estudante
O Caderno do Estudante é um material destinado aos jovens e deve ser entregue a eles
logo no início do semestre, um por aluno. O caderno apresenta Fichas que são
complementares à OPA e que dispõem textos e orientações que estimulam o
desenvolvimento da autonomia dos estudantes durante os encontros. Não deixe de
reforçar com os jovens a importância de eles terem sempre em mãos o Caderno do
Estudante durante os encontros de Projeto de Vida.
 Álbum de Cartografia Pessoal
Instrumento que serve como base de registro para os alunos ao longo dos três anos de
Projeto de Vida no Ensino Médio.

Seguindo essas orientações, o percurso planejado para os encontros de Projeto de Vida do


semestre tem tudo para funcionar com sucesso. Mas não deixe de ter em conta que, apesar
de essenciais para a sua mediação, o cardápio de atividades e o seu planejamento devem
ser tomados como ferramenta flexível e adaptável, passível de mudanças. Se, em algum
momento do itinerário pensado para o semestre você julgar que outras atividades do
cardápio podem se adequar melhor às dinâmicas da sua turma de orientandos, ou se os
estudantes não estiverem mobilizados pelas atividades escolhidas, o percurso pode e deve
ser replanejado, por meio do diálogo com os demais professores e com a equipe gestora,
tendo sempre em conta os pontos discutidos aqui.

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Mapa das Atividades

Nome Resumo Duração Página


prevista
Orientadores para o Os alunos escolhem os professores que os
Atividade 2º semestre orientarão em Projeto de Vida durante 2 tempos p. 15
1 semestre.

Combinados das Acertos entre professores e alunos quanto a


Atividade orientações do orientações, incluindo aprendizagem nas aulas 2 tempos p. 17
2 semestre e projetos do núcleo, participação, frequência
e pontualidade nas atividades da escola.

Perfis do Time Elaboração, em duplas, de páginas com os


Atividade perfis dos jovens, para que reconheçam 2 tempos p. 21
3 elementos relacionados à percepção do seu
“estar no mundo”.

Um sonho com Identificação de um sonho e elaboração de um


Atividade degraus planejamento para que ele se concretize. 4 tempos p. 25
4

“Levanta, sacode a A partir de leitura e de uma atividade artística,


Atividade poeira e dá a volta promoção de debate sobre a resiliência dos 2 tempos p. 27
5 por cima” alunos diante dos desafios na escola e na
vida, possibilitando que eles deem um passo
na construção de uma visão confiante do
futuro e atuem na superação de seus limites.

Nós, estudantes. Checagem, pelos alunos, das “rotas de


Atividade superação dos limites”. 2 tempos p. 29
6

Rolé Temático Os jovens trabalham colaborativamente para


Atividade idealizar, planejar, realizar e avaliar um Rolé 8 tempos p. 31
7 Temático cuja temática é a relação entre
cidade e identidade.

Nossos sonhos! Promover a reflexão e a discussão acerca dos


Atividade sonhos que os jovens possuem para suas 4 tempos p.37
8 vidas.

O meu projeto de A partir dos sonhos identificados na atividade


Atividade vida! anterior, construir os primeiros passos do 2 tempos p.42
9 projeto de vida de cada jovem.

Meu projeto de vida e Reflexão sobre os projetos de vida que as


Atividade minha família famílias têm para os jovens e apresentação 2 tempos p.45
10 dos projetos de vida elaborados para as
mesmas.

OPA Projeto de Vida – 1ºano/2ºsemestre 13


Feedback O orientador dá feedback a cada aluno a
Atividade respeito do seu desenvolvimento, a partir da 4 tempos p.50
11 troca de informações com professores e da
análise do desempenho nas áreas/disciplinas
e no núcleo.

Fechando o bimestre Registros na linha do tempo de Projeto de


Atividade Vida. Identificação dos passos pela 2 tempos p.52
12 concretização do sonho, conforme trabalhado
na Atividade 4.

Competências que Possibilitar que os estudantes conheçam as


Atividade fazem a diferença! competências importantes, fazendo uma 2 tempos p.55
13 autoavaliação do desenvolvimento destas nas
atividades de Projeto de Vida e na escola
como um todo.

Atividade Lá em casa... Mapeamento dos trabalhos que os membros


das famílias dos alunos realizam. Os jovens 2 tempos p.60
14
serão convidados a compartilhar as visões de
suas famílias sobre essas profissões.

Atividade Manifesto Cidadania Discussão dos conceitos de cidadania e


participação. Para dar mais concretude à 4 tempos p.62
15
discussão, serão elaborados cartazes e um
manifesto em que os alunos defendam suas
ideias pelo exercício da cidadania na escola.

Atividade Curti, não curti! Tudo novo na escola. O que os alunos


curtiram? O que não curtiram? Por quê? Que 2 tempos p.66
16
sugestões têm para melhorias na escola?

Atividade Que mundo é esse? Identificação e diálogo sobre os principais


acontecimentos que marcaram o mundo nos 2 tempos p.69
17
últimos 50 anos. Os jovens serão desafiados a
pensarem em como esses acontecimentos
influenciam a vida atual e o que pode ser feito
para melhorar o mundo em que vivem.

Atividade Feedback O orientador dá feedback a cada aluno a


respeito do desenvolvimento do jovem, a partir 4 tempos p.73
18
da troca de informações com professores e da
análise do desempenho nas áreas/disciplinas
e no núcleo.

Atividade Fechando o bimestre, Registros na linha do tempo dos Projeto de


o semestre e o ano Vida. Identificação dos passos para 2 tempos p.75
19
concretizar o sonho, conforme atividade
anterior.
Anexos p. 78

OPA Projeto de Vida – 1ºano/2ºsemestre 14


Atividade 1
Orientadores para o 2º semestre
Resumo Os alunos escolhem os professores que os orientarão em Projeto de Vida
durante semestre.
Promover a escolha dos professores que irão orientar cada aluno nos
Objetivos
encontros do componente curricular Projeto de Vida no 2º semestre.

Ao longo da atividade são propostas diferentes formações, com momentos


Organização da
turma em roda de conversas envolvendo a turma toda e trabalho individual.

- Anexo 1
Recursos e
providências

Eixo estruturante.
Eixo
Início do semestre (1º encontro).
Etapa do semestre
Comunicação e autoconhecimento.
Competências para o
século 21

Duração Prevista 2 tempos.

Desenvolvimento

1. Reúna o grupo de alunos que você orientou no 1º semestre. Para começar a atividade,
informe-os de que esse primeiro encontro será dedicado à escolha dos professores
que os orientarão nos tempos de Projeto de Vida, no 2º semestre do ano.

2. Dialogue com os alunos sobre o papel do orientador de Projeto de Vida:


 desafiá-los a refletirem sobre a vivência na escola, analisando o percurso que
estão construindo nas áreas de conhecimento/disciplinas e no núcleo;
 ajudá-los a se conhecerem melhor e a se apoiarem nas forças que têm;
 contribuir para que eles reconheçam as dificuldades que enfrentam como
alunos, para que possam criar formas de superá-las;
 apoiá-los na identificação de suas experiências e dos interesses, necessidades
e sonhos, orientando-os no planejamento dos passos a serem dados para
conquistar aquilo que desejam.

OPA Projeto de Vida – 1ºano/2ºsemestre 15


3. Relate para o grupo a sua experiência como orientador no 1º semestre,
compartilhando suas percepções sobre o processo construído. Comente, brevemente,
as atividades realizadas. Utilize como referência a linha do tempo de Projeto de Vida,
atualizada por eles no último encontro do semestre anterior.

4. Dialogue com os alunos sobre o procedimento de escolha dos orientadores,


semelhante ao vivenciado por eles no 1º semestre:

 os alunos deverão escolher outro professor para orientá-los. É relevante que


eles compreendam que a mudança de orientador contribui para que eles
dialoguem com visões de mundo e métodos diferentes de condução dos
encontros de Projeto de Vida, além de possibilitar o rodízio dos alunos que
compõem o grupo de orientação.
 cada aluno deverá apontar três professores que gostaria que o orientassem no
2º semestre. A escolha deve ser por ordem de preferência, dentre os docentes
disponíveis para a orientação dos alunos do 1º ano. Forneça aos alunos uma
lista com os nomes desses docentes e informe que será feito um cruzamento
das opções feitas.

5. Construa com os alunos possíveis critérios para a escolha do orientador, buscando


evitar que o único motivo seja a afinidade pessoal. Afinal, muitas vezes se aprende
com um professor que pensa diferente e propõe formas diferentes de enxergar as
coisas.

6. Faça cópias do formulário do Anexo 1 e distribua aos alunos ou o reproduza no


quadro, para que todos possam copiá-lo. Em seguida, solicite que cada aluno
preencha o seu formulário (ou redija suas respostas em um papel).

7. Recolha os formulários para entregá-los ao Coordenador Pedagógico e ao Orientador


Educacional, que cuidarão do cruzamento dos dados fornecidos pelos alunos.

8. Apresente aos jovens o percurso que será realizado esse semestre em Projeto de
Vida, conforme as atividades selecionadas por você e demais orientadores de Projeto
de Vida.

9. Encerre o encontro, informando que será divulgada uma lista com os orientandos de
cada professor, antes do próximo encontro de Projeto de Vida.

1. Os alunos trataram o processo de escolha do novo orientador de forma


aprofundada e reflexiva ou o processo foi mais burocrático, para “cumprir tabela”?

Avaliação em 2. O que você acha que pesou mais na escolha dos alunos: uma análise mais
processo superficial do possível orientador, levando em conta fatores como a facilidade de
relacionamento, ou os jovens consideraram professores que, em suas percepções,
trariam contribuições ao seu desenvolvimento, mesmo não havendo identificação
pessoal?

3. Como você avalia a qualidade do diálogo entre os jovens? Houve diversidade de


falas ou poucas pessoas se expressaram? Houve troca e respeito às opiniões? Você
percebeu um movimento de escuta e incremento das opiniões a partir da troca com
os colegas?

4. Como você avalia a qualidade de sua mediação durante a roda de conversa?


Permitiu espaços de fala aos jovens? Ouviu com atenção? Construiu boas ligações
entre as diversas opiniões? Exercitou sua presença pedagógica, buscando chamar os
estudantes
OPApelo nome
Projeto deeVida
mostrando postura respeitosa e interessada em16
– 1ºano/2ºsemestre conhecê-los
e em saber o que pensam?
Atividade 2
Combinados das orientações do semestre
Resumo Acertos entre professores e alunos quanto a orientações, incluindo
aprendizagem nas aulas e projetos do núcleo, participação, frequência e
pontualidade nas atividades da escola.
Realizar combinados com os alunos para os encontros de Projeto de Vida,
Objetivos
acerca dos procedimentos de acompanhamento, da participação e da
aprendizagem nas aulas das áreas de conhecimento/disciplinas e
atividades do núcleo.

Ao longo da atividade são propostas diferentes formações, com momentos


Organização da
turma em roda de conversas envolvendo a turma toda e trabalho individual.

- Caderno do Estudante.
Recursos e
providências
Eixo elegível.
Eixo
Início do semestre (2º encontro).
Etapa do semestre
Autoconhecimento e responsabilidade.
Competências para o
século 21

Duração Prevista 2 tempos.

Para a sua mediação e presença pedagógica:

Por se tratar de uma competência fundamental para o desenvolvimento pessoal, a compreensão do


conceito de autonomia deve ser sempre checada com os alunos.
O que os jovens entendem por autonomia e de que forma acreditam que ela pode ser construída ao
longo dos encontros de Projeto de Vida?
Perguntas como essa podem ampliar o entendimento do conceito e aguçar a percepção de que os
encontros de Projeto de Vida constituem um espaço privilegiado para a construção de uma postura
autônoma na escola e na vida.
Fique de olho na palavra “construção”, que é muito importante. Os jovens ainda estão a caminho de
ganhar autonomia para identificar o que sabem e o que não sabem, o que precisam priorizar, como
podem se organizar, como gerir o tempo e tantas outras coisas. Nesse contexto, você pode
contribuir bastante, dedicando tempo a entender e problematizar as escolhas deles.

Desenvolvimento

OPA Projeto de Vida – 1ºano/2ºsemestre 17


1. Para começar a atividade, acolha os alunos, dando-lhes as boas-vindas e
expressando seu sentimento por trabalhar como orientador deles no semestre.

2. Compartilhe algumas informações sobre a estrutura das orientações no período, em


especial quanto:
 aos minutos iniciais (10 a 30 minutos) de cada encontro serem dedicados
ao acompanhamento: (1) da frequência e pontualidade nas atividades da
escola; (2) das dificuldades que estão tendo em relação à aprendizagem
em alguma área de conhecimento/disciplina ou componente do núcleo
(apoiando-os na busca por soluções para tais dificuldades); e (3) do
aprendizado conquistado nas atividades de que participam na escola.
 aos outros minutos de cada encontro serem dedicados à realização de
atividades que contribuirão para que os alunos se conheçam melhor,
apoiem-se em suas forças, identifiquem interesses e sonhos e caminhem
com vitalidade e consciência na direção desses sonhos. Esse tempo, nos
últimos encontros de Projeto de Vida do bimestre, será dedicado ao
acompanhamento aprofundado, individualizado ou coletivo, da
aprendizagem dos alunos.

3. Dialogue com eles sobre a importância de, progressivamente, assumirem as rédeas


da própria aprendizagem, sendo os encontros de Projeto de Vida momentos singulares
para refletir sobre a vivência que estão tendo na escola.

4. Destaque que a escola, por acreditar no potencial dos jovens e pretender promover o
desenvolvimento da autonomia de seus alunos, propõe que cada um tenha
consciência do percurso que está vivendo e dos esforços que precisa fazer para
aprender.

5. Na sequência, com o objetivo de ampliar a conscientização do aluno em relação a seu


percurso escolar, proponha um exercício para ser desenvolvido durante o bimestre, a
partir destes passos:
 sugira que cada aluno identifique a disciplina com que tem mais afinidade e
facilidade em aprender e aquela com que tem menos afinidade e maior
dificuldade em aprender;
 Peça que cada jovem abra seu Caderno do Estudante na Ficha 1 e explique
para eles a proposta: que aprendam a monitorar, nas disciplinas apontadas,
cada atividade realizada, identificando o que estão realmente aprendendo e as
dificuldades que estão encontrando;
 faça uma leitura coletiva da ficha, de modo que todos compreendam os seus
itens e formas de preenchimento. Esclareça todas as dúvidas relacionadas ao
propósito desse trabalho, além de outras que surgirem;

OPA Projeto de Vida – 1ºano/2ºsemestre 18


 ressalte que eles devem se lembrar sempre da ficha, para preencherem depois
de cada aula das disciplinas, ou ao final de cada dia.
 informe que, semanalmente, nos 30 minutos iniciais dos encontros de Projeto
de Vida, a ficha de um deles será analisada, buscando identificar questões que
ajudam ou dificultam a aprendizagem de determinado conhecimento, dentre
outras questões possíveis. Destaque que esses registros podem dar pistas
importantes das causas dos resultados positivos e negativos nas disciplinas,
contribuindo para que eles ajam para qualificar a aprendizagem.

Exemplos de análise a partir da Ficha de Registro de Atividades:


 O aluno registrou que teve cinco aulas expositivas consecutivas e não
entendeu o conteúdo trabalhado. Acenda a “luz amarela”, indicando ao
aluno que é preciso que ele pense nas possíveis causas dessa dificuldade
em compreender o conteúdo e, com o seu apoio, dialogue com o professor
da disciplina para saber o que pode ser feito para mudar essa situação.
 O registro do aluno evidencia que as aulas de uma disciplina quase não
preveem tempo para estudo ou realização de exercícios. Pode ser
importante estimular que esse aluno reserve um tempo em sua rotina de
estudos para realizar esse tipo de tarefa.

6. Encaminhe o encerramento do encontro propondo aos alunos que iniciem o


preenchimento da ficha na próxima aula das disciplinas. Estimule-os em relação ao
semestre que se inicia: motive-os a estabelecerem uma relação positiva com os
conhecimentos que estão aprendendo na escola e a encararem com seriedade os
combinados feitos. Por fim, anuncie brevemente a atividade da semana seguinte,
despertando a curiosidade e o interesse pelo que está por vir.

Se a atividade for eleita para compor o semestre, é importante que, em todos


os encontros, nos 30 minutos iniciais, você estabeleça um diálogo aberto com o
grupo de orientandos sobre as atividades que aconteceram na escola na
semana.
Comece perguntando se iniciaram o preenchimento da Ficha de Registros de
Atividades para as disciplinas que selecionaram, conforme o combinado. Eles
tiveram dúvidas em relação ao preenchimento? Alguém esqueceu ou teve
preguiça de preencher? Se sim, renove com eles a importância desse
mapeamento das atividades, que os ajudará a identificar possíveis facilitadores
e dificultadores da aprendizagem e a traçar caminhos para aprenderem mais e
melhor no 2º semestre.

OPA Projeto de Vida – 1ºano/2ºsemestre 19


1. Como está a apropriação dos conceitos e propostas do componente
curricular Projeto de Vida pelos alunos? Pelo que conversou com eles
Avaliação em
no primeiro encontro do semestre do grupo de orientação, parecem
processo
entender a proposta? Eles demonstram compreensão e adesão aos
combinados? E como está a compreensão da proposta de “assumirem
as rédeas” do processo, de trabalhar com autonomia? Conseguiram
pegar o “fio da meada” das discussões, dando uma dinâmica própria ao
debate ou os momentos de proposições e provocações ficaram mais
expositivos, centralizados em sua fala (de orientador)?

Observação: caso perceba que a proposta está sendo pouco


compreendida, é necessário dar essa devolutiva aos alunos e buscar
estratégias para ajudá-los a ampliar sua compreensão acerca do
trabalho com Projeto de Vida.

2. Na sua opinião, que competências socioemocionais foram mais


trabalhadas nessa atividade? Com que resultados?

3. Como você avalia a qualidade de sua mediação durante a roda de


conversa? Permitiu espaços de fala aos jovens? Ouviu com atenção?
Construiu boas ligações entre as diversas opiniões? Exercitou sua
presença pedagógica, buscando chamar os estudantes pelo nome e
mostrando postura respeitosa e interessada em conhecê-los e em saber
o que pensam?

OPA Projeto de Vida – 1ºano/2ºsemestre 20


Atividade 3
Perfis do time
Resumo Elaboração, em duplas, de páginas com os perfis dos jovens, para que
reconheçam elementos relacionados à percepção do seu “estar no mundo”.
Criar um espaço de diálogo individual e coletivo sobre como os jovens do
Objetivos
time se percebem em relação aos estudos, às relações familiares e
comunitárias e ao trabalho.

Ao longo da atividade são propostas diferentes formações, com momentos


Organização da
turma em roda de conversas envolvendo a turma toda e trabalho em duplas.

- Caderno do Estudante.
Recursos e
providências - Álbum de Cartografia pessoal.

- Papel Kraft ou cartolina, revistas e jornais velhos, lápis de cor, tesoura,


cola.

Eixo elegível.
Eixo
Início do semestre.
Etapa do semestre
Comunicação e autoconhecimento
Competências para o
século 21

Duração Prevista 2 tempos.

Para a sua mediação e presença pedagógica:

Em momentos de diálogo, não se esqueça de organizar a sala em roda. Essa organização não é
mera formalidade. Mesmo que você “perca” alguns minutos com tal ação, o investimento é valioso,
pois possibilita uma interação mais qualificada, estimulando a capacidade de atenção, de
participação e de envolvimento dos estudantes.
Observe que o modelo de organização da sala de aula tradicional, com as carteiras em fileiras,
acentua comportamentos mais “territorialistas” e individualistas (cada um ocupando apenas o seu
espaço), enquanto o modelo da roda de conversa potencializa modos de ser e estar na sala de aula
mais participativos e protagonistas.
A organização em roda cria também um ambiente mais propício ao estabelecimento de vínculos
positivos da turma com o professor e ao desenvolvimento gradual de habilidades comunicativas
importantes, como falar e ouvir. Por isso é que na maior parte das atividades do componente
Projeto de Vida os alunos são dispostos em roda de conversa.

OPA Projeto de Vida – 1ºano/2ºsemestre 21


Desenvolvimento
1. Organize os alunos em um círculo para começar a atividade do dia. Informe-os de que,
nesse encontro, a orientação terá um foco: apoiá-los na reflexão sobre como se
percebem no mundo – na relação consigo mesmos, com os amigos, escola, família e
comunidade – e, a partir dessa percepção, projetar interesses e sonhos em outras
atividades de Projeto de Vida. Ou seja, serão momentos em que eles tentarão
perceber “onde estão” para, em seguida, mirarem no “aonde querem ir”,
estabelecendo um sonho e os degraus para realizá-lo. Converse com eles a respeito
dessa proposta, expondo os seus objetivos e o método de trabalho.

2. Peça que cada jovem abra seu Caderno do Estudante na Ficha 2 e oriente-os a terem
em mãos seus Álbuns de Cartografia Pessoal. Distribua os outros materiais, para que
eles ganhem autonomia na realização da atividade. Peça a eles que façam,
coletivamente, a leitura do texto de abertura do roteiro.

3. Em seguida, apoie-os na realização das atividades da Ficha 2, dando suporte ao


processo de trabalho em dupla para a elaboração dos perfis. Nesse momento, chame
a atenção para o fato de a atividade, ainda que tenha um formato “leve”, ser uma
oportunidade para que, em cooperação mútua, estabeleçam um esforço de detecção,
descrição e análise de diversas facetas de sua identidade.

4. Depois que os alunos tiverem criado os perfis, convide-os a compartilhá-los com os


colegas – cada “repórter” deve apresentar o perfil do seu entrevistado. Ao longo das
apresentações, dê destaque aos elementos mais significativos e problematize as
afirmações mais convencionais. A ideia é que, sem expor ou constranger os alunos,
você os convide a pensar criticamente a respeito de como se posicionam nas diversas
dimensões relacionais em que se inserem.

Dica: posicionamento crítico


Clichê, lugar-comum, “chavão”... A frase feita, vazia de ideias e repetida de
forma irrefletida, muitas vezes é usada pelas pessoas como uma forma mais
“confortável” de se posicionarem num debate. Afinal, é uma “fórmula” que já
está pronta, faz parte do repertório de todo mundo, não dá muito trabalho.
No entanto, conforme destacou a filósofa Hannah Arendt, essas afirmações
podem representar a “derrota do pensamento”, pois não envolvem o necessário
esforço de análise, que é um elemento essencial ao debate efetivo.
Por isso, fique de olho nas frases feitas! Sempre que um aluno “sacar do bolso”
expressões esvaziadas de sentido, problematize, pergunte o que ele quer dizer
com aquilo, desconstrua a frase.
Estabeleça, aos poucos, uma espécie de combinado tácito: falar sem pensar
não vale, só vale se posicionar se for de forma crítica e consequente.

OPA Projeto de Vida – 1ºano/2ºsemestre 22


5. Cada perfil apresentado deve ser colado no papel Kraft ou cartolina, de modo a criar
um mural com os perfis do time. Diga aos jovens que, caso queiram, podem ilustrar as
bordas e espaços vazios do mural.

6. Em seguida, peça a eles para olharem atentamente para o mural, buscando identificar
elementos comuns aos integrantes do time.

7. “Puxe” uma reflexão sobre posicionamentos e situações de vida que os alunos


compartilham. Faça o mesmo em relação aos elementos diversos, destacando a
diversidade como um valor positivo.

Dica: respeitar e valorizar a diversidade


Respeitar e valorizar a diversidade é um exercício muito desafiador, mas
essencial na escola e em todas as dimensões da vida. Como destaca a
jornalista, pesquisadora e ativista dos direitos humanos Cláudia Werneck,
compreender a diversidade como uma característica básica da humanidade é o
primeiro passo para estabelecermos relações mais justas.
Vale conhecermos um pouco mais do posicionamento de Cláudia acerca da
questão:
“As diversidades humanas, culturais, religiosas, étnicas, regionais, quaisquer
diversidades, não são direitos, mas sim condições intrínsecas para o exercício
dos direitos humanos e fundamentais. Não há equidade sem diversidade.
Sendo a diversidade um valor, ela precisa ser exercitada por meio da adoção
de uma nova ética, a ética da diversidade, que se contrapõe à ética da
homogeneidade.
Ética da homogeneidade é aquela que admite modelos de pessoas e de
culturas, valorizando única e exclusivamente as semelhanças que existem
entre elas. Nesse sentido, a ética da homogeneidade, ao criar uma
hierarquização de condições humanas e seus modos de vida, permite a
categoria do diferente.
A ética da diversidade, ao contrário, por apoiar-se na certeza de que a
humanidade encontra diferentes formas de se expressar, não admite
comparações entre condições humanas, religiosas, culturais, de etnia, região,
gênero, entre outras”.1
Para o professor, em seu cotidiano cheio de exigências, é muito desafiante a
busca por um tratamento não homogeneizante dos alunos. Ser sensível,
respeitar e dar espaço à diversidade é uma prática que tem de ser conciliada

1 WERNECK, Cláudia. Contra-diversidade. Artigo disponível em http://bit.ly/contra-diversidade


(acesso em 30 maio 2014).

OPA Projeto de Vida – 1ºano/2ºsemestre 23


com as propostas curriculares e a necessidade de gerir um processo coletivo
de ensino-aprendizagem. Mas vale o esforço de tomar a diversidade como um
pressuposto e de trabalhar o equacionamento das diferenças como uma
necessidade tão importante quanto a de não deixar nenhum conhecimento do
currículo de fora das aulas.
Avançar na ética da diversidade significa um importante passo na educação
para a cidadania.

8. Para finalizar, converse com os jovens sobre a natureza da próxima atividade, quando
serão convidados a identificar um sonho, planejando formas de torná-lo realidade.

1. Os alunos perceberam e aproveitaram a atividade como uma


oportunidade de empreender um esforço analítico e crítico acerca de
Avaliação em seu posicionamento nas diversas esferas da vida?
processo
2. Nos perfis e no debate sobre eles, foi possível ir além do “clichê” e
discutir questões relacionadas às identidades dos jovens? Evidenciou-
se um contexto de diversidade entre os alunos? Essa diversidade foi
percebida e respeitada?

3. Você considera que a discussão sobre identidade amadureceu o


suficiente para o próximo passo, que será trabalhar elementos mais
concretos da construção do projeto de vida individual?

4. Como você avalia a qualidade de sua mediação durante a roda de


conversa? Permitiu espaços de fala aos jovens? Ouviu com atenção?
Construiu boas ligações entre as diversas opiniões? Exercitou sua
presença pedagógica, buscando chamar os estudantes pelo nome e
mostrando postura respeitosa e interessada em conhecê-los e em saber
o que pensam?

OPA Projeto de Vida – 1ºano/2ºsemestre 24


Atividade 4
Um sonho com degraus
Resumo Identificação de um sonho e elaboração de um planejamento para que ele se
concretize.
Possibilitar que os alunos identifiquem um sonho que gostariam de realizar
Objetivos
em breve, orientando-os na elaboração de um plano de ação voltado à
concretização desse sonho.

Ao longo da atividade são propostas diferentes formações, com momentos


Organização da
turma em roda de conversas envolvendo a turma toda e trabalho individual.

- Caderno do Estudante.
Recursos e
providências - Álbum de Cartografia Pessoal.

Eixo estruturante.
Eixo
Início do semestre.
Etapa do semestre
Autoconhecimento, abertura para o novo e comunicação.
Competências para o
século 21

Duração Prevista 4 tempos.

Para a sua mediação e presença pedagógica:

Sem julgamentos
Dada a importância, no processo formativo dos alunos, do exercício de identificação de metas e de
formulação de estratégias para concretizá-las, este encontro exigirá uma mediação mais intensa de
sua parte.
É importante que você tenha uma escuta bem atenta e traga perguntas e sugestões que ajudem os
jovens a “refinarem” a percepção de seus sonhos e dos degraus para alcançá-los. Contudo, evite
perguntas que possam trazer nas entrelinhas algum juízo de valor ou expectativa de resposta, pois
elas tendem a dirigir a fala do estudante para a resposta “correta”.
O objetivo é que os alunos façam escolhas qualificadas, mas que tais escolhas se deem com base
numa elaboração própria, contando com o apoio – e não condução – do orientador.

Desenvolvimento

OPA Projeto de Vida – 1ºano/2ºsemestre 25


1. Inicie o encontro conversando com os alunos sobre a rotina de estudos e possibilite
que eles tragam questões que afetaram positiva e negativamente o cotidiano escolar
ao longo da semana.

2. Apresente a proposta deste: olhar para frente, projetando sonhos. Peça que cada
jovem abra seu Caderno do Estudante na Ficha 3 e oriente-os a ler individualmente,
já que se propõe uma reflexão sobre os sonhos de cada um.

3. Organize os alunos em círculo para o momento de conversarem sobre os seus


sonhos, indicando que voltem ao trabalho individual depois. Acompanhe o processo,
apoiando os orientandos na identificação dos degraus necessários para a
concretização dos sonhos, conforme proposto no roteiro.

4. Verifique se todos estão preenchendo o quadro (lembrando-os de que ele pode ser
reproduzido no Álbum de Cartografia Pessoal de cada um). Depois que todos
terminarem, promova um momento de troca entre eles, para que você e os colegas
colaborem com perguntas, ideias e sugestões.

5. Para finalizar, converse com eles sobre a importância de manterem o quadro em local
visível (na agenda, por exemplo), para que estejam sempre atentos aos degraus a
serem vencidos na direção dos sonhos. Encerre desejando que eles realizem os seus
sonhos, com alegria e determinação.

1. Os alunos foram capazes de “recortar”, dentre os diversos desejos


que têm para suas vidas, algo exequível para a consecução em um
Avaliação em semestre? Ou esse exercício de definição de metas factíveis, básico a
processo qualquer planejamento, precisa ser mais bem trabalhado?

2. Como está a troca entre os jovens? Há espaço para o


compartilhamento, com disposição para a escuta efetiva e vontade de
ajudar o outro a pensar e a desenvolver melhor suas ideias?

3. Como você percebe o amadurecimento dos jovens em relação ao


autoconhecimento? É possível constatar algum avanço a partir dos
posicionamentos apresentados pelos alunos nos encontros?

4. Como você avalia a qualidade de sua mediação durante a roda de


conversa? Permitiu espaços de fala aos jovens? Ouviu com atenção?
Construiu boas ligações entre as diversas opiniões? Exercitou sua
presença pedagógica, buscando chamar os estudantes pelo nome e
mostrando postura respeitosa e interessada em conhecê-los e em saber
o que pensam?

OPA Projeto de Vida – 1ºano/2ºsemestre 26


OPA Projeto de Vida – 1ºano/2ºsemestre 27
Atividade 5
“Levanta, sacode a poeira e
dá a volta por cima”
Resumo A partir de leitura e de uma atividade artística, promoção de debate sobre a
resiliência dos alunos diante dos desafios na escola e na vida,
possibilitando que eles deem um passo na construção de uma visão
confiante do futuro e atuem na superação de seus limites.
Trabalhar a resiliência dos alunos diante dos desafios que enfrentam na
Objetivos
escola e na vida, de forma mais ampla, possibilitando que eles construam
uma visão confiante do futuro e atuem na superação de seus limites.

Ao longo da atividade são propostas diferentes formações, com momentos


Organização da
turma em roda de conversa envolvendo a turma toda e trabalho em duplas.

. Caderno do Estudante.
Recursos e
providências . Computadores ligados à internet. Caso esses itens não estejam
disponíveis na escola, os alunos poderão utilizar seus smartphones para
realização de pesquisa na internet.
. Folhas A4.
Eixo elegível.
Eixo
Início do semestre.
Etapa do semestre
Autoconhecimento, colaboração e criatividade.
Competências para o
século 21

Duração Prevista 2 tempos.

Para a sua mediação e presença pedagógica:


As atividades propostas em Projeto de Vida constantemente promovem uma articulação entre a
reflexão e o fazer. Ao longo dos três anos do Ensino Médio, os jovens se envolvem na produção de
cartazes, histórias em quadrinhos (como no caso dessa atividade), júris simulados, mapas,
produções de áudio e de imagem, além de se engajarem em ações de maior complexidade, como
é o caso dos Rolés, das ações protagonistas e dos projetos de intervenção. Conectar esses dois
componentes da produção do conhecimento estimula os jovens em vários aspectos de sua
formação: eles se apropriam de diferentes formas de expressão, são desafiados a traduzir
experiências e saberes em variadas linguagens, desenvolvem competências cognitivas e
socioemocionais e recebem estímulos para prosseguir na reflexão dos temas propostos. Para os
jovens, pode ser um pouco desestimulante realizar apenas atividades que se situam no campo da
reflexão, aquelas em que encontram pouco espaço para “colocar a mão na massa”.

Além disso, as produções contribuem para divulgar, na escola e fora dela, os trabalhos realizados
pelos estudantes e permitem que a turma se aproprie dos resultados por meio dos diferentes
olhares dos espectadores-interlocutores, potencializando o reconhecimento das aprendizagens e

OPA Projeto de Vida – 1ºano/2ºsemestre 28


das diversas competências que estão sendo trabalhadas. Esse campo do fazer é fundamental para
que o protagonismo seja experienciado e assumido pelos jovens como uma atitude diante da vida.

Desenvolvimento

1. Para iniciar, com a turma organizada em uma roda de conversas, promova uma leitura
coletiva do texto inicial do roteiro (Ficha 4 do Caderno do Estudante), ajudando os
jovens a compreenderem o significado do termo resiliência.

2. Apoie os alunos no momento de formarem duplas para criar e desenvolver a tirinha


proposta no roteiro, repassando com eles o que já aprenderam sobre esse gênero nas
aulas de Língua Portuguesa. Se possível, disponibilize um ou dois computadores para
as duplas pesquisarem referências de HQ na Internet (pensando que todos os alunos
da escola realizarão essa atividade no mesmo momento, é importante que os grupos
de orientação disponham de um ou dois equipamentos). Caso não seja possível,
estimule que eles utilizem smartphones.

3. Distribua as folhas A4 em que os estudantes irão desenhar, e acompanhe as duplas


na elaboração da tirinha. Cuide da gestão do tempo, orientando os alunos a optarem
pela simplicidade no momento de desenvolver as histórias. O mais importante são as
ideias que eles estão trabalhando nas tirinhas. Mas não deixe de orientá-los em
relação à estética do trabalho.

4. Medeie uma apresentação das tirinhas criadas, dialogando sobre as situações em que
os alunos foram resilientes. Reforce a importância de eles buscarem lidar de maneira
positiva com as dificuldades enfrentadas na escola e na vida. Algumas perguntas
podem te auxiliar nesse momento:
 Quais aspectos das experiências vivenciadas por vocês ganharam destaque na
HQ?
 O que vocês aprenderam com as situações representadas por vocês nas
tirinhas?
5. Para finalizar, discutam e definam um espaço na escola para expor as tirinhas, sendo
interessante combinar com os demais orientadores um local comum, reunindo os
trabalhos de todos os orientandos.
1. O conceito de resiliência foi bem compreendido pelos alunos? O
exercício de elaboração das tirinhas possibilitou que se apropriassem e
traduzissem o conceito em situações de suas vidas?
Avaliação em
processo 2. A resiliência é exercitada em sua mediação? Quando uma atividade
não funciona muito bem, ou os alunos não aderem, você insiste e busca
com eles a melhor forma de seguir adiante com a proposta ou a
abandona?
(Essa pergunta tem o objetivo de chamar a atenção para o fato de que, num
trabalho pedagógico voltado à formação protagonista do estudante, é
fundamental conceber um modelo de mediação que inclua a resiliência e
colocá-lo em pauta diante de qualquer desafio, para que os próprios jovens
possam pensar em soluções e alternativas possíveis. Mesmo que a solução
encontrada não seja a ideal, os estudantes aprendem atitudes e estratégias de
pensamento próprias do processo de resolução de problemas de maneira
colaborativa e participativa. Por isso é importante nunca resolver os problemas
isoladamente ou se desmotivar sem antes compartilhar e convidar os jovens a
pensarem juntos nas soluções possíveis.)

3. Como você avalia a qualidade de sua mediação durante a roda de


conversa? Permitiu espaços de fala aos jovens? Ouviu com atenção?
Construiu boas ligações entre as diversas opiniões? Exercitou sua
OPA Projeto de Vida – 1ºano/2ºsemestre 29 e
presença pedagógica, buscando chamar os estudantes pelo nome
mostrando postura respeitosa e interessada em conhecê-los e em saber
o que pensam?
OPA Projeto de Vida – 1ºano/2ºsemestre 30
Atividade 6
Nós, estudantes
Resumo Checagem, pelos alunos, das “rotas de superação dos limites” (construídas no
1º semestre).
Dialogar com os alunos sobre os desafios que estão enfrentando como
Objetivos
estudantes, a partir das “rotas de superação dos limites” (construídas no 1º
semestre ).

A atividade é realizada em uma roda de conversa envolvendo a turma toda.


Organização da
turma
- Álbum de Cartografia Pessoal.
Recursos e
providências
Eixo elegível.
Eixo
Meio do semestre.
Etapa do semestre
Comunicação e autoconhecimento.
Competências para o
século 21

Duração Prevista 2 tempos.

Para a sua mediação e presença pedagógica:

A construção cotidiana da autonomia


A autonomia não é um dom, é uma competência socioemocional construída paulatinamente ao
longo da vida. Por isso, não pode ser tratada numa perspectiva determinista, que classifique os
jovens entre os que são e os que não são autônomos. Em função de diversos aspectos de sua
experiência de vida, os estudantes vão, naturalmente, se encontrar em estágios variados de
maturidade e de postura autônoma diante das atividades e dos desafios com que se deparam.
Portanto, é fundamental que o professor invista na formação dos alunos para que desenvolvam sua
autonomia. E buscar a formação do jovem autônomo é um trabalho cotidiano de prepará-lo para
que consiga identificar aquilo que é importante para ele, planejar seus caminhos, ser determinado a
realizar objetivos, aprender com os acertos e os erros e redefinir seus percursos sempre que
necessário.
Atenção! Essa atividade só poderá ocorrer caso, no primeiro semestre, a atividade “Eu
estudante: superando limites” tenha sido realizada. Trata-se de uma continuação dessa
atividade!

Desenvolvimento

OPA Projeto de Vida – 1ºano/2ºsemestre 31


1. Inicie o encontro lembrando os alunos da atividade que realizaram no 1º semestre, em
que eles fizeram uma “radiografia” da vida de estudante, identificando, dentre outros
aspectos, as dificuldades que vinham enfrentando. Essa atividade culminou na
elaboração da “rota de superação de limites”, organizada a partir destas quatro
questões: “Que dificuldade tenho no momento?”, “O que posso fazer para superá-la?”,
“Com quem posso contar?” e “O que espero agora?”.

2. Solicite que cada um apresente, brevemente, a sua rota preenchida no 1º semestre,


que está registrada no Álbum de Cartografia Pessoal.

3. Em seguida, peça que eles comentem quais resultados já conseguem observar:

 Estão aprendendo algum conhecimento que antes não compreendiam?


 Melhorou o desempenho nas disciplinas?
 A participação nas aulas e projetos está melhor?

4. Pergunte se há algum item que precise ser retomado ou intensificado, se pretendem


incluir novas propostas em suas rotas – esse é um momento para o monitoramento do
que foi proposto pelos próprios alunos para a superação de dificuldades na escola, em
especial as relacionadas à aprendizagem. É essencial que essa conversa seja
cuidadosa, respeitosa e, ao mesmo tempo, franca, sem aligeiramentos.

5. Para finalizar, conte aos os jovens sobre a natureza da próxima atividade, quando
serão realizadas conversas individuais. Agende horários com cada um (lembrando-se
de que as conversas deverão tomar dois encontros de orientação), sugerindo que
utilizem o tempo em que não estiverem dialogando com você para estudar. Discuta
com cada aluno quais são as prioridades de estudo nesses momentos.

1. Os alunos demonstraram, nos relatos sobre seus percursos, um


amadurecimento em relação à forma de lidarem com os desafios da
Avaliação em vida escolar? Eles percebem esse amadurecimento? Você, por sua vez,
processo ao longo da conversa, chamou a atenção para as conquistas e
potenciais dos alunos?

2. Os alunos indicaram o desenvolvimento de competências


socioemocionais? Quais? Conseguem identificar atividades que
promovem o desenvolvimento dessas competências?

3. Como você avalia a qualidade de sua mediação durante a roda de


conversa? Permitiu espaços de fala aos jovens? Ouviu com atenção?
Construiu boas ligações entre as diversas opiniões? Exercitou sua
presença pedagógica, buscando chamar os estudantes pelo nome e
mostrando postura respeitosa e interessada em conhecê-los e em saber
o que pensam?

OPA Projeto de Vida – 1ºano/2ºsemestre 32


Atividade 7
Rolé Temático
Resumo Os jovens trabalham colaborativamente para idealizar, planejar, realizar e
avaliar um Rolé Temático na cidade.
Promover um Rolé Temático da turma na cidade. O mote que guiará a
Objetivos
visita será a relação entre cidade e identidade.

Ao longo da atividade são propostas diferentes formações, com momentos


Organização da
turma em roda de conversas envolvendo a turma toda e trabalho em trios.

. Caderno do Estudante.
Recursos e
providências . Álbuns de Cartografia Pessoal.

Eixo elegível.
Eixo
Meio do semestre.
Etapa do semestre
Abertura para o novo, comunicação e colaboração.
Competências para o
século 21

Duração Prevista 8 tempos

Para a sua mediação e presença pedagógica:

No primeiro semestre, foi proposto no Cardápio de Atividades o Rolé Cultural, que tinha como
objetivo envolver os estudantes no processo de mapeamento dos espaços e acontecimentos
artísticos e culturais da cidade. O Rolé Temático dá prosseguimento a essa iniciativa, que visa
a estimular a circulação dos jovens pela cidade, para que eles a conheçam e se apropriem do
que ela oferece. Nesse semestre, porém, o Rolé se orienta pela temática da identidade, que
embasa toda a estruturação do componente curricular Projeto de Vida do 1º ano.
Não se trata de fazer visitas despretensiosas, ou seja, de promover passeios sem intenção
pedagógica. Os jovens serão estimulados a refletir sobre a identidade da própria cidade em
que habitam: quais marcas, lugares, pessoas e relações definem essa cidade como sendo
única? Para isso, eles relembram das atividades desenvolvidas ao longo do ano para estipular
diferentes noções do que se entende por “identidade”. Seguindo desse momento reflexivo,
realizam um processo de escolha da visita a ser concretizada, participam da elaboração dos
arranjos do Rolé, realizam e avaliam essa experiência.
É essencial preparar e planejar o Rolé para que ele se transforme em momento de
aprendizagem. Será preciso estreitar o diálogo e contar com o apoio da equipe de gestão da
escola no que concerne a algumas demandas do Rolé: como a saída dos estudantes do
ambiente escolar, o transporte dos jovens e um possível rearranjo de horários das aulas no dia
do Rolé.

OPA Projeto de Vida – 1ºano/2ºsemestre 33


Desenvolvimento

Momento 1: Tematizando o Rolé (2 tempos)

1. Receba a turma e explique os objetivos do encontro: dando continuidade à proposta


do Rolé de estimular a circulação dos jovens pela cidade e de envolvê-los no
mapeamento de espaços e acontecimentos do lugar em que moram, nesse semestre
o Rolé será temático, estimulando-os a estabelecerem um diálogo entre questões
relacionadas a identidade e cidade.

2. Relembre, junto com os alunos, algumas das atividades realizadas ao longo do ano
que abordavam a identidade, seja como eixo central, seja como um aspecto
secundário da ações desenvolvidas. Estimule-os a entenderem a identidade como
esse aspecto amplo da vida de cada um que abarca vontades, relações, afetos e
ações que definem quem eles são e querem ser.

Em Projeto de Vida, os encontros são repletos de atividades que abordam as


identidades dos jovens sob diferentes aspectos: as selfies, as relações
familiares, o primeiro esboço de um projeto de futuro, perguntas sobre quem
eles são e também sobre as marcas que deixam e querem deixar no mundo
(veja o conjunto de atividades “Nossa marca no mundo”, logo adiante, que
propõe uma ação protagonista dos jovens a partir dessa temática).

3. Na medida em que as atividades forem relembradas, estimule que os jovens criem


frases que resumam o entendimento que eles têm do que é “identidade” a partir das
vivências das atividades. Anote no quadro as frases formuladas pelos jovens – elas
serão essenciais para a próxima etapa, proposta na Ficha 5 no Caderno do
Estudante.

O objetivo é que os jovens consigam condensar, em frases elaboradas por


eles, o que entendem por identidade e qual a relação das identidades com o
componente curricular Projeto de Vida. Para isso, indique que todas as frases
devem começar da seguinte maneira:

- “Identidade é ...”.

Para estimular os jovens a construírem suas frases, a cada nova atividade


relembrada, faça perguntas como:

 Como essa atividade se relaciona com a temática da identidade?


 Como essa atividade contribui para o autoconhecimento, para o
entendimento de quem você é e de quem você quer ser?

OPA Projeto de Vida – 1ºano/2ºsemestre 34


 Como a atividade coloca em evidência suas relações pessoais, seus
afetos, suas ações, enfim, tudo aquilo que faz de vocês jovens
singulares?

4. Em seguida, peça que os jovens se organizem em trios e leiam o texto de abertura da


Ficha 5 do Caderno do Estudante. Trata-se do texto “São Paulo é uma cidade de
coisas despercebidas”, da Vanessa Bárbara, que traz vários exemplos de “traços
identitários” de São Paulo, revelando um olhar atento a características da cidade e de
seu cotidiano.

5. Após a leitura, os estudantes devem realizar as ações indicadas no Caderno do


Estudante. Inspirados no texto lido anteriormente, eles são estimulados a pensarem e
registrarem lugares e personagens que considerem característicos da cidade e que
façam parte de seu cotidiano. Estabeleça um tempo para que os jovens completem
esta etapa.

6. Ao final do tempo estipulado, peça que a turma se reúna em uma roda de conversas e
explique que o Rolé Temático consistirá em uma visita a um dos lugares ou
personagens elencados pelos trios. Para que a escolha possa ser feita, peça que cada
líder apresente para o restante da turma a opção escolhida pelo trios e a justifique.
Anote no quadro as opções apresentadas pelos alunos.

7. Faça uma votação e peça que cada jovem manifeste o lugar ou personagem que mais
gostaria de visitar no Rolé Temático. Ao final da votação, explique para a turma que,
no próximo encontro, eles irão se planejar para fazer a visita ao lugar escolhido. Por
isso, a presença de todos é muito importante! Estimule que, até o próximo encontro,
eles busquem mais informações sobre o lugar que será visitado: pode ser na internet
ou mesmo com seus familiares, conhecidos e outros moradores da cidade.

A opção escolhida será visitada durante o Rolé Temático, mas não deixe de
registrar as segunda e terceira opções mais votadas: caso algo no
planejamento do Rolé, que acontece no próximo encontro, impossibilite a visita
ao lugar votado, a turma ainda terá duas opções de visita.

Momento 2: Preparando o Rolé Temático (2 tempos)

1. Receba os estudantes na roda de conversa. Inicie o diálogo perguntando a eles: Qual


a importância de conhecer alguns traços da identidade da nossa cidade?

Esse é um bom momento para trabalhar, novamente, a intenção dos rolés,

OPA Projeto de Vida – 1ºano/2ºsemestre 35


desconstruindo possíveis entendimentos de que se trata de um passeio
despretensioso. É hora de compartilhar a seriedade do trabalho, para que eles
percebam que se pode aprender muito numa atividade como essa.

2. Diga aos estudantes que a atividade de hoje será dedicada à preparação do Rolé.
Para isso, peça que eles se organizem nos mesmos trios da aula anterior. A proposta
é que eles respondam as questões a seguir (incorpore outras questões que julgar
pertinentes, tendo em vista o Rolé escolhido pelos estudantes), fazendo uma síntese
das descobertas em tópicos:

 O que vocês já sabem sobre o local que será visitado? É um centro


cultural? Um museu? Biblioteca, praça ou outro local público? Ou
vocês optaram por observar as “coisas despercebidas” de um
determinado lugar? Ou, ainda, resolveram fazer uma visita a uma
personagem da cidade?

 Qual é a importância dessa visita para vocês e como acreditam que


ela se relaciona com a identidade da cidade?

 Quem frequenta esse local, em geral? Estudantes de escola?


Crianças, jovens, adultos ou idosos?

 No dia da visita, estará acontecendo alguma coisa no local? O que e


quem vocês esperam encontrar lá?

3. De volta à roda, peça que cada trio compartilhe as informações que conseguiram
sobre o espaço que será visitado. Aproveite para contar aos jovens informações e
percepções que você tenha, ampliando as referências deles.

4. Para finalizar a preparação para o Rolé, faça os combinados em relação ao dia e


horário de saída e chegada, o meio de transporte, a autorização dos responsáveis e
outros aspectos importantes para que a visita aconteça.

Verifique se o local a ser visitado possui serviço de monitoria ou ação educativa.


Nesse caso, recomendamos que seja feito o agendamento da visita monitorada,
para que a vivência seja ainda mais rica tanto para os jovens quanto para você,
professor. Comunique aos estudantes qual será a data, para que possam se
programar e se preparar ainda mais (aqueles que desejarem poderão continuar
com as pesquisas sobre o local a ser visitado de maneira autônoma).

IMPORTANTE!

OPA Projeto de Vida – 1ºano/2ºsemestre 36


O planejamento do Rolé demanda uma série de arranjos com a escola, com os
jovens, com suas famílias e com possíveis mediadores do local que será
visitado. Por isso, sugerimos um intervalo de algumas semanas entre o
encontro de planejamento e a visita, de modo que esses combinados possam
ser realizados.

Destacamos alguns dos procedimentos que devem ser feitos nesse intervalo
de tempo e que envolvem os jovens:

Alguns combinados que podem ser necessários com a escola:


• Reservar uma data em que os estudantes de 1º ano possam permanecer no
local eleito. Sugerimos que seja negociada com a diretoria e com outros
professores a permanência da turma no local de visita durante uma parte do
dia, o que demandaria um rearranjo nos horários das aulas.
• Definir como será o transporte da turma.
• Emitir documentos de autorização, que devem ser assinados previamente
pelos pais dos jovens, para que todos possam participar do Rolé.

Alguns combinados que podem ser necessários com representantes do


lugar ou com o personagem visitado:
• Comunicar sobre a visita que será feita.
• Conforme os interesses dos estudantes, entrar em contato com possíveis
mediadores para que possam receber a turma nos horários combinados (guias,
equipe administrativa ou usuários e frequentadores desses lugares que topem
acompanhar o time).

Combinados com os estudantes:


• Organizarem-se para o Rolé no dia e hora combinados, com disposição e
preparados para dialogar com os mediadores.
• Levar o Álbum de Cartografia Pessoal para registrar as descobertas.

Momento 3: no dia e na hora do Rolé Temático (3 tempos)

1. Acompanhe os estudantes durante toda a visita, contribuindo para um bom clima entre
eles, salientando aspectos a serem observados, provocando-os a se envolverem na
atividade, compartilhando conhecimentos, fazendo perguntas instigadoras.
2. Ajude os jovens a fazerem conexões entre o que estão vivenciando durante o Rolé
Temático e o que estão aprendendo na escola, bem como suas experiências culturais
e elementos de seu contexto.
3. Identifique e registre questões de convivência entre os estudantes e da relação com o
espaço público que chamem a sua atenção, para que possa trabalhar imediatamente
ou em outros momentos.

Momento 4: depois do Rolé Temático (1 tempo)

OPA Projeto de Vida – 1ºano/2ºsemestre 37


1. Para finalizar o ciclo de aulas dedicadas ao Rolé Temático, promova uma roda de
conversa trazendo questões que possibilitem aos estudantes pensar sobre o que
vivenciaram. Algumas sugestões de perguntas:

 O que vocês mais gostaram no Rolé Temático?


 O que encontramos superou, atendeu ou frustrou nossas expectativas?
 Como foi a convivência entre os estudantes no dia?
 E a relação com o espaço visitado? Conseguimos explorar as possibilidades
que o espaço nos deu? Interagimos com as pessoas, com curiosidade em
relação ao que estava acontecendo durante a visita? Ao mesmo tempo,
conseguimos respeitar os limites que o espaço e seus acontecimentos
impuseram?
 O que vocês aprenderam de mais importante, durante o Rolé? (Provoque-os a
explorarem informações até então desconhecidas, novos conhecimentos
acerca da cidade, da temática da identidade, conexões entre o que viram e os
conhecimentos das disciplinas escolares, aspectos da convivência etc).
 O que poderia ter sido melhor? O que podemos fazer para que isso aconteça,
no próximo Rolé?

É possível que a conversa logo após o Rolé seja calorosa, com os jovens
demonstrando entusiasmo, alegria, frustração etc. Busque acalmar os ânimos
diante de questões mais polêmicas, possibilitando que todos se expressem e
pedindo que evitem repetir a mesma questão insistentemente. Afinal, é mesmo
um momento avaliativo, portanto, a ideia é que eles identifiquem aprendizados
a partir da experiência que tiveram.

2. Apresente à turma, a sua percepção sobre as questões anteriores, em especial, os


aprendizados que o Rolé proporcionou a todos. Fortaleça com eles a importância de
conhecerem bem a cidade em que vivem e as diversas características de sua
identidade, para que possam usufruir das oportunidades que a cidade oferece e deixar
suas marcas nesse local.

3. Finalize pedindo que cada um registre no seu Álbum de Cartografia Pessoal suas
impressões sobre a visita realizada. Vale fazer colagem, desenhos, escrever poemas,
frases, reflexões... Só não vale deixar de registrar!

1. Como você avalia o envolvimento dos estudantes na atividade? Eles


se mostraram interessados em realizar o Rolé e pensar as relações
Avaliação em
entre identidade e cidade? Se engajaram na etapa de idealização e
processo escolha do lugar a ser visitado? Compreenderam bem a proposta?

2. Como você avalia a sua mediação para o planejamento do Rolé?


Conseguiu transitar bem entre os desejos e escolhas dos alunos e os
arranjos formais que a atividade demandava (autorizações, diálogo com
a equipe de gestão, etc.)?

3. Durante a realização do Rolé, as atitudes dos jovens foram


adequadas à proposta da atividade, ou foi necessário estar atento(a) à
postura deles? Saberia indicar os jovens que se mostraram mais
interessados durante o Rolé? E os que não se envolveram tanto na
atividade?

4.O momento de avaliação do Rolé foi produtivo? Os pontos levantados


pelos estudantes encontraram paralelo com as suas observações? Se
sim, quais? Ou as avaliações apresentaram visões distintas sobre a
Projeto de Vida – 1ºano/2ºsemestre 38
realização OPA
do Rolé? Nesse caso, saberia explicar por quê?
OPA Projeto de Vida – 1ºano/2ºsemestre 39
Atividade 8
Nossos sonhos!
Resumo A atividade propicia a reflexão dos jovens acerca dos sonhos que possuem
e dos passos que já conseguiram dar para alcançá-los.
Proporcionar que os jovens se permitam verbalizar os sonhos que possuem
Objetivos
para o futuro, possam conhecer os sonhos de seus colegas e tomar
consciência do processo de planejamento de um projeto de vida.

Ao longo da atividade são propostas diferentes formações, com momentos


Organização da
turma em roda de conversa envolvendo a turma toda e de trabalho em trio.

. Caderno do Estudante.
Recursos e
providências . Álbuns de Cartografia Pessoal.

Eixo elegível.
Eixo
Meio do semestre.
Etapa do semestre
Autoconhecimento, colaboração, comunicação, pensamento crítico e
Competências para o
século 21 criatividade.

Duração Prevista 4 tempos.

Para a sua mediação e presença pedagógica:


Frequentemente, para muitos jovens, as perguntas “O que você pretende ser?” ou “Quais são seus
sonhos de futuro?” são difíceis de responder. Ter um projeto de vida e persegui-lo envolve,
primeiramente, o conhecimento de si mesmo e das relações que se estabelecem no mundo, no
jogo constante de se construir a si mesmo. As capacidades de autoconfiança e de se projetar no
futuro são importantes para que os estudantes possam se permitir sonhar e traçar novas rotas para
suas vidas, que incluam a continuidade dos estudos, o planejamento profissional e o
amadurecimento emocional. Alguns jovens, já desesperançosos com suas condições de vida,
podem simplesmente responder que não veem futuro algum. É importante aprender a olhar para o
passado a fim de mobilizar-se para um futuro. E esse olhar para as próprias memórias e
experiências precisa ser compreendido a partir dos contextos vividos e de contextos sociais mais
amplos, buscando compreender o sentido da vida e suas possibilidades. Esta atividade se propõe
fazer valer a voz dos seus estudantes, de modo que eles se sintam em um espaço acolhedor para
fazer ouvir seus desejos, sonhos e medos.

Atenção! Esta atividade está conectada às duas seguintes (“O meu projeto de vida!” e “Meu
projeto de vida e minha família”). Caso seja escolhida para compor o roteiro de atividades do
semestre, é importante que as seguintes também sejam.

Também é importante que os alunos tenham em mãos os registros da atividade “Mapa e bússola
para navegar neste ano!”, realizada no semestre anterior. Eles podem estar no Álbum de

OPA Projeto de Vida – 1ºano/2ºsemestre 40


Cartografia Pessoal dos alunos ou mesmo no próprio Caderno do Estudante.

Desenvolvimento

1. Reúna a turma em roda de conversa e pergunte-lhes se estão planejando seus


projetos de vida, o que desejam para seus futuros. Relembre que, desde o início do
ano, vocês têm trabalhado nas aulas de Projeto de Vida com atividades que tratam
sobre questões ligadas ao autoconhecimento e ao fortalecimento da identidade de
cada um; afinal, o primeiro passo para se dedicar à construção de um projeto de vida é
conhecer as próprias competências, habilidades, gostos e interesses, o que só é
possível a partir das relações de interação com o mundo e com os outros.

2. Desenhe no quadro a seguinte figura e comente-a:

PROJETO DE VIDA
SER QUERER-SER

O projeto de vida pode ser didatizado como a linha que une o “ser” ao “querer-
ser”. Obviamente, o projeto de vida não é uma escolha estática e imutável; ao
contrário, no decorrer da vida, aperfeiçoamos nossas escolhas, mudando rotas
e encontrando alternativas em situações de adversidade e experimentando
possibilidades.

Segundo o professor Juarez Dayrell, “o projeto de vida pode ser entendido


como a ação do indivíduo de escolher um dentre os futuros possíveis, capaz de
transformar os desejos e as fantasias que lhe dão substância em objetivos
passíveis de serem perseguidos, representando, assim, uma orientação, um
rumo de vida. Os projetos podem ser individuais ou coletivos; podem ser mais
amplos ou restritos, com elaborações a curto ou médio prazo, segundo o
campo de possibilidades. (...) O projeto possui uma dinâmica própria,
transformando-se na medida do amadurecimento dos próprios jovens ou das
mudanças no campo de possibilidades.” (Por uma pedagogia da juventude,
disponível em bit.ly/pedagogiajuventude).

3. A seguir, peça que a turma se organize em trios e conte que o desafio do dia será
cada um pensar livremente em alguns sonhos que possuem para seus futuros. Para
começar, eles retomarão os sonhos que planejaram para este ano, durante a atividade
do semestre anterior “Mapa e bússola para navegar neste ano!” (eles podem estar
registrados no Álbum de Cartografia Pessoal dos alunos ou mesmo no próprio
Caderno do Estudante). A partir daí, refletirão sobre os sonhos que possuem para
suas vidas. Deixe claro que, neste momento, vale expor todos os sonhos, mesmo

OPA Projeto de Vida – 1ºano/2ºsemestre 41


aqueles que pareçam inalcançáveis. Peça, então, aos jovens que se reúnam em trios
e sigam as orientações do Caderno do Estudante (Ficha 6).

4. Enquanto os trios se dedicam à tarefa, percorra a sala e observe o trabalho dos


grupos, oferecendo suporte se necessário.

5. Ao final do tempo estabelecido, promova uma roda de conversa para compartilhar o


que já realizaram de seus planos para este ano e as aspirações e sonhos que
possuem para a sua vida.

Se ficar evidente que algum dos jovens não caminhou na concretização de


seus planos para este ano, agende um momento particular com ele, buscando
entender os motivos e incentivá-lo a dar passos na direção do planejado nos
próximos meses. Busque traçar, com ele, tarefas simples, viáveis de serem
realizadas e observadas em pouco tempo. Oriente-o, também, em relação ao
apoio que ele pode receber dos colegas, professores e equipe de gestão da
escola. Assim, aos poucos, ele poderá retomar planos maiores com mais vigor.

Já com relação aos sonhos para o futuro, caso você identifique estudantes que
precisem de seu apoio, chame-os para uma conversa, pois o olhar e a
experiência do adulto ensinam os jovens a valorizarem suas experiências e a
olharem o futuro por outras perspectivas. A capacidade de ter resiliência frente
às adversidades e aos desafios do dia a dia e a de encontrar um sentido para a
vida deverão ser objeto de discussão com a turma.

Sobre o tema “educação”, a pesquisa “O sonho brasileiro” (bit.ly/osonhobra)


identificou que, entre os 79% dos jovens que não estão ou não passaram por
um curso superior, 77% têm a intenção de cursá-lo, desejo esse presente em
jovens de todas as camadas sociais. Coloque ênfase nesse aspecto, ouvindo
as aspirações de sua turma a respeito da continuidade dos estudos e do que
imaginam que isso trará para suas vidas.

A mesma pesquisa ainda apresenta outras informações interessantes que


podem ser compartilhadas com a turma. Segundo o estudo, os maiores sonhos
dos jovens de 18 a 24 anos são:

OPA Projeto de Vida – 1ºano/2ºsemestre 42


6. Discuta com os jovens a frase de John Lennon “A dream you dream alone is only a
dream. A dream you dream together is reality” (“Um sonho que você sonha só é
somente um sonho. Um sonho que você sonha junto é realidade”), que consta na
Ficha 6 do Caderno do Estudante.

Provoque a discussão para o sentido de


encontrar parceiros com sonhos afins aos
nossos, pois a realização de um sonho nunca é
alcançada individualmente. É necessário ter
Fonte: bit.ly/dreamlennon

esforço e dedicação pessoal, mas também


saber procurar por ajuda e por pessoas que nos
impulsionem a crescer.

Incentive que falem sobre quem são as pessoas


que possuem em suas vidas que os apoiam e se
têm ideia de outras nas quais podem encontrar
suporte para a realização dos seus sonhos.

A título de curiosidade, você pode apresentar a canção “Prelúdio”, de Raul Seixas


(disponível em vários sites na internet), em que o artista se vale da frase de Lennon
para cantar os seguintes versos:

Sonho que se sonha só


É só um sonho que se sonha só
Mas sonho que se sonha junto é realidade

OPA Projeto de Vida – 1ºano/2ºsemestre 43


7. Para finalizar, sugerimos a construção de uma “Árvore dos sonhos”, na parede da sala
de aula ou em outro local da escola ou da comunidade em que ela possa permanecer
por algum tempo. Nela, cada jovem escreve o seu maior sonho.

Outra ideia possível é promover uma ação de intervenção na escola. Nessa


perspectiva, é possível pendurar filipetas coloridas com os sonhos escritos nelas em
algum local de circulação dos estudantes, de modo que haja curiosidade e interação
da comunidade escolar com a proposta. Converse com a turma a respeito para
criarem uma miniação que tenha a “cara” de vocês!

1. Os estudantes conseguiram verbalizar seus sonhos com


tranquilidade? Eles se sentiram à vontade para falar a respeito de seus
Avaliação em
sonhos durante a roda de conversa? Houve respeito às falas de cada
processo colega?

2. Sua turma expressou o desejo de continuar os estudos após o Ensino


Médio? Como você avalia esse aspecto?

3. Como você avalia a qualidade de sua mediação durante a roda de


conversa? Permitiu espaços de fala aos jovens? Ouviu com atenção?
Construiu boas ligações entre as diversas opiniões? Exercitou sua
presença pedagógica, buscando chamar os estudantes pelo nome e
mostrando postura respeitosa e interessada em conhecê-los e em saber
o que pensam?

4. Se você pudesse definir a participação da turma na roda de conversa


da aula de hoje em uma palavra, seria:

5. Se você pudesse definir a motivação e a capacidade de se projetar


no futuro da turma em uma palavra, seria:

Na atividade a seguir, seus estudantes pensarão quais sonhos elencados são


realmente importantes para suas vidas. A capacidade de sonhar está na base
da construção do projeto de vida, na esfera do “querer-ser”. São os sonhos que
estimulam ações, movem expectativas e deslocam realidades consideradas
imutáveis. No entanto, construir um projeto de vida vai além de reconhecer
sonhos, envolve compreender a própria realidade pessoal e social buscando
um sentido para a vida, rodear-se de pessoas que possam influir positivamente
nas conquistas desejadas e ter uma atitude de resiliência para aprender com
as adversidades.

OPA Projeto de Vida – 1ºano/2ºsemestre 44


OPA Projeto de Vida – 1ºano/2ºsemestre 45
Atividade 9
O meu projeto de vida!
Resumo Os jovens iniciam, com a colaboração de seus colegas, a construção de
seus projetos para o futuro, reconhecendo suas próprias qualidades e os
desafios desse processo.
Planejar alguns aspectos principais de um projeto de vida, a partir dos
Objetivos
sonhos que foram identificados na atividade anterior.

Ao longo da atividade são propostas diferentes formações, com momentos


Organização da
turma em roda de conversa envolvendo a turma toda e de trabalho em trios.

. Caderno do Estudante.
Recursos e
providências . Álbuns de Cartografia Pessoal.

Eixo elegível.
Eixo
Meio do semestre.
Etapa do semestre
Autoconhecimento, colaboração, comunicação, pensamento crítico e
Competências para o
século 21 criatividade.

Duração Prevista 2 tempos.

Para a sua mediação e presença pedagógica:


O planejamento de um projeto de vida é importante para a tomada de consciência dos degraus
necessários para a realização das aspirações pessoais. Por isso, durante essa atividade, seus
estudantes farão uma análise inicial, de ordem mais intuitiva, dos passos que imaginam
necessários para alcançar seus sonhos.

Após a realização dos planos, é fundamental que você converse com cada jovem a respeito do que
escreveram, pois o apoio e o suporte do adulto são elementos altamente motivadores, além de
recurso precioso para apontar ajustes e levantar questionamentos e provocações. Que tal marcar
um horário com cada estudante para discutirem, juntos, esse primeiro esboço do projeto de vida?
Uma sugestão é envolver a equipe de gestão, especialmente o coordenador pedagógico, nessa
tarefa de orientação.

Também é importante frisar sobre a qualidade dessa orientação: mais do que avaliar os limites ou
impossibilidades, ou, então, cair em um discurso motivacional superficial, o papel do adulto é
ajudar o jovem a compreender os caminhos possíveis para que suas escolhas se realizem. Para
isso, momentos de orientação contínua sobre os projetos de vida acontecerão até o final do 3o ano
do Ensino Médio, pois o conjunto de experimentações propostas no componente Projeto de Vida
contribuirá para o amadurecimento e a formação da autonomia pessoal dos jovens.

Atenção! Esta atividade está conectada à anterior (“Nossos sonhos”) e à seguinte (“Meu projeto de
vida e minha família”). Caso seja escolhida para compor o roteiro de atividades do semestre, é
importante que as outras duas também sejam.

OPA Projeto de Vida – 1ºano/2ºsemestre 46


Desenvolvimento

1. Introduza o tema da aula: iniciar a elaboração do projeto de vida a partir dos sonhos
que identificaram na atividade anterior. Para isso, peça à turma que se reúna
novamente nos mesmos trios e promova a leitura, em voz alta, do primeiro item do
Caderno do Estudante (Ficha 7), “Transformar sonhos em projeto de vida”.

Após a leitura, problematize as principais questões que o texto traz, procurando


ouvir as opiniões de diversos estudantes a respeito. Coloque bastante ênfase
no aspecto “parceria”, apontando que é necessário contar com a colaboração e
suporte de diversas pessoas ao longo da vida para que os nossos projetos de
vida se realizem. Construir essa “rede” de influências nos motiva a seguir em
frente, sabendo que a experiência de um pode ser valiosa para outros.
Compartilhe com a turma alguma situação de sua vida, professor(a), em que
você encontrou pessoas fundamentais para fazê-lo(a) alcançar suas metas!

2. Após essa breve discussão, oriente os trios a fazerem o item “Planejando o projeto de
vida”, do Caderno do Estudante. Estimule que se concentrem, trabalhando
silenciosamente, pois a tarefa deverá ser realizada individualmente antes de trocarem
os planejamentos entre si. Combine um período de tempo confortável para que se
dediquem a essa tarefa. Enquanto os estudantes escrevem seus projetos de vida,
percorra a sala e atentamente observe-os trabalhando.

3. A seguir, depois de conhecerem os projetos planejados de seus colegas de trio, os


grupos participarão de um jogo intitulado “Jogo do espelho”, conforme as orientações
que constam na Ficha 7 do Caderno do Estudante. Estabeleça mais um tempo para
essa atividade.

O jogo é um momento de avaliação de cada estudante por seus colegas de trio. O


reconhecimento pelos pares de suas qualidades, avanços e desafios a superar é
importante para o fortalecimento dos vínculos afetivos e para estreitar os laços de
respeito e estímulo às potencialidades que possuem. Esteja atento a como os
jovens reagem durante esse momento!
4. Finalize a atividade compondo uma roda de conversa para que os estudantes possam
falar sobre o que descobriram de mais importante ao iniciar o planejamento de seus
projetos de vida e com as devolutivas de seus “colegas espelho” durante o jogo. Deixe
claro que durante os próximos anos vocês continuarão a aperfeiçoar os projetos
planejados e abra a possibilidade de cada jovem apresentar o seu projeto para você, a
fim de promover uma orientação.

Como já foi dito no quadro de abertura desta atividade, é fundamental que você
leia os projetos de vida elaborados pelos estudantes e possa discuti-los com eles,
individualmente. Peça apoio à equipe de gestão escolar para essa tarefa,
mostrando a relevância deste trabalho para o desenvolvimento dos jovens. Uma
sugestão é montar um calendário de orientação junto aos jovens e contar com o
apoio do coordenador pedagógico ou de algum outro professor disponível para

OPA Projeto de Vida – 1ºano/2ºsemestre 47


essas reuniões.

Vale destacar que, na atividade 3, “Minha família e meu projeto de vida”, os jovens
envolverão seus familiares na discussão de seus planos.

OPA Projeto de Vida – 1ºano/2ºsemestre 48


1. Os estudantes demonstraram entusiasmo e criticidade para planejar
seus projetos de vida?
Avaliação em
processo 2. Como você avalia a receptividade e a afetuosidade dos estudantes
durante o “Jogo do espelho”? Esse momento da atividade foi importante
para fortalecer os vínculos da turma?

3. Como você avalia a qualidade de sua mediação durante a roda de


conversa? E no momento em que eles trabalharam em trios? Você
construiu boas perguntas para dar suporte à mediação? Proporcionou
um espaço de livre troca de ideias, no qual os estudantes se sentiram
confortáveis para falar? Exercitou sua presença pedagógica, buscando
chamar os estudantes pelo nome e mostrando postura respeitosa e
interessada?

4. Se você pudesse definir o envolvimento da turma na atividade de


hoje em uma palavra, seria:

5. Algum jovem demonstrou dificuldade em olhar para seu futuro de


maneira positiva? Que tal conversar com ele em particular para
compreender seus receios e buscar fortalecê-lo como estudante?

6. Não deixe de marcar as orientações individuais envolvendo a equipe


de gestão. Esses momentos serão fundamentais para a juventude
compreender que a escola faz parte da “rede” que oferece suporte para
a realização de seus anseios.

Elaborar um projeto de vida pode ser uma tarefa angustiante em uma


sociedade que faz exigências de consumo e de um tipo de sucesso midiático
aos jovens. Quando a escola se coloca como parceira na construção das
autobiografias de seus estudantes, ajudando-os a se organizarem e refletirem
criticamente sobre seus futuros, ela cumpre um papel essencial, que é o de
proporcionar a construção da autonomia, de aprender a fazer escolhas e se
preparar para elas. Portanto, situações como “sermões para a vida” ou de
controle das expectativas juvenis não só afastam a escola dos jovens, como
em nada contribuem para a significação de suas próprias experiências e
anseios de futuro. Faça valer a relação de confiança que você, professor(a),
tem conquistado dia a dia com seus estudantes para fortalecer os vínculos
dessa “rede” de influência propositiva e latente de possibilidades de futuros.

OPA Projeto de Vida – 1ºano/2ºsemestre 49


OPA Projeto de Vida – 1ºano/2ºsemestre 50
Atividade 10
Meu projeto de vida e minha família
Resumo Promover a aproximação dos jovens com suas famílias a partir da conversa
acerca de seus projetos de vida.
Propiciar a articulação entre os desejos e aspirações que as famílias têm
Objetivos
para os jovens e o que eles querem para si.

Ao longo da atividade são propostas diferentes formações, com momentos


Organização da
turma em roda de conversa envolvendo a turma toda e trabalho em trios.

. Caderno do Estudante
Recursos e
providências
Eixo elegível.
Eixo
Meio do semestre.
Etapa do semestre
Autoconhecimento, colaboração e comunicação.
Competências para o
século 21

Duração Prevista 2 tempos.

Para a sua mediação e presença pedagógica:


É sabido que a família se organiza de diversas maneiras e que não existe um único “modelo ideal”
de configuração. Muito embora o modelo nuclear e heterossexual possa ser considerado por
muitos como o “ideal”, sabemos que este não se constitui um referencial. Os novos arranjos
familiares compreendem as mães ou pais que criam seus filhos sozinhos, os casais homossexuais
ou, ainda, outros membros da família que assumem a posição parental, como tios, avós ou irmãos.
Já se sabe que mais da metade das famílias brasileiras não segue o modelo nuclear e
heterossexual.

A família é o primeiro espaço de socialização que experimentamos. Para os jovens, o referencial


dos adultos que compõem sua família é importante, pois é nela que se inicia a formação de sua
identidade. Segundo a antropóloga e professora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp),
Cynthia A. Sarti, “a família é o lugar onde se ouvem as primeiras falas com as quais se constrói a
autoimagem e a imagem do mundo exterior. Seja qual for a sua configuração, a família é o filtro
através do qual se começa a ver e a significar o mundo, processo que se prolonga a partir dos
diferentes lugares que se ocupa na família”.

Outro ponto importante a ser abordado na relação juventude e família é a importância que esta
confere à escolarização de seus filhos. As estudiosas das relações familiares, Maria Alice Nogueira
e Maria José Braga Viana, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), destacam que,
primeiramente, o sentido atribuído é o da “lógica da eficácia”: “(...) Para os pais, as aprendizagens
escolares devem culminar em trunfos profissionais que possibilitem que os jovens “se virem” na
vida e escapem das dificuldades vividas por eles. A escolarização dos filhos é, por conseguinte,
carregada de expectativas de ascensão social, ainda que, muitas vezes, a ambição escolar seja

OPA Projeto de Vida – 1ºano/2ºsemestre 51


modesta, não ultrapassando a conclusão do ensino médio. Por não possuírem (ou não sentirem
que possuem) as condições culturais necessárias para compreender o universo pedagógico e para
monitorar a escolaridade dos filhos – como fazem, com regularidade, as classes médias –, as
atenções e atitudes parentais concentram-se nos resultados escolares imediatos: a nota, a
promoção de uma série ou ciclo a outro etc. O problema é que, de modo geral, a lógica escolar se
inscreve na longa duração e inferioriza as aprendizagens meramente utilitárias (para passar de
ano, tirar o diploma etc.), em favor do conhecimento desejado por si mesmo, como forma de
enriquecimento intelectual do indivíduo”.

O objetivo desta atividade é ativar um canal de comunicação entre os jovens e seus familiares
acerca dos projetos de vida que estão construindo. Esse movimento, que será intensificado ao
longo dos próximos anos no componente Projeto de Vida, é fundamental para aproximar os
anseios juvenis, a escola e as famílias, de modo que estas compreendam que o processo de
escolarização pelo qual seus filhos/afilhados estão passando compreende uma formação
protagonista e com foco no desenvolvimento de competências que são essenciais para o
desenvolvimento de um projeto de vida, do qual o ingresso no mundo do trabalho faz parte.

Recomendamos a leitura do número 10 da revista Onda Jovem, cujo tema é “Família”, em especial
os artigos “Abrigo de tensões” e “O abalo juvenil” (disponível em: bit.ly/ondajovemfamilia) para
ampliar seus conhecimentos e reflexões sobre o tema.

Atenção! Esta atividade está conectada às anteriores (“Nossos sonhos” e “Meu projeto de vida!”).
Caso seja escolhida para compor o roteiro de atividades do semestre, é importante que as duas
anteriores também sejam.

Desenvolvimento

1. Inicie a aula reunindo a turma em trios, esclarecendo que o tema do dia é “Meu projeto
de vida e minha família”. Pergunte-lhes se eles já discutiram seus projetos de vida com
seus familiares. Questione quem são as pessoas de suas famílias com quem podem
mais contar para realizar seus sonhos. Coloque foco durante essa breve discussão
sobre a importância dos estudantes em compartilharem suas metas e objetivos com
suas famílias, a fim de conquistarem/renovarem a confiança delas neles mesmos.

Diversas pesquisas sobre o tema “juventude e família” apontam para a


idealização e o papel de destaque que a família tem para os jovens. O artigo
“Juventude e família: expectativas, ideais e suas repercussões sociais”,
disponível em bit.ly/juventudeefamilia, apresenta os dados analisados em uma
pesquisa realizada na periferia do Estado do Rio de Janeiro, na comunidade de
Bom Retiro, Duque de Caxias. Um aspecto interessante dessa pesquisa foi a
constatação da centralidade da família para os jovens brasileiros:
“Diferentemente do que se constata na realidade europeia, os jovens
brasileiros revelam que, para além da situação de dependência material, a
família tem para eles um lugar central enquanto referência no que diz respeito
ao apoio, no caso de algum problema, a seus projetos futuros, aos valores etc.”

Os jovens entrevistados apontaram para a importância da família, em especial


da mãe, como a instituição que garante o apoio e a tranquilidade nos

OPA Projeto de Vida – 1ºano/2ºsemestre 52


momentos em que precisam de ajuda. As instituições públicas pouco foram
citadas ou foram desqualificadas.

Ainda sobre o tema “família”, a pesquisa “O sonho brasileiro” (bit.ly/osonhobra)


colabora com mais alguns dados para o entendimento daquilo que os jovens
pensam sobre “família”. Utilize esses dados para descobrir o que seus
estudantes pensam a respeito dos tópicos.

É importante frisar a respeito do cuidado que se deve tomar com relação aos
jovens que possam ter em seu modelo familiar uma fonte de preocupação ou
de problemas. Nesse caso, observe se algum jovem se mostra desconfortável
e o observe mais atentamente durante a realização da atividade a seguir.

2. A seguir, peça-lhes que façam a primeira parte da atividade (“Minha família: o que ela
me ensina?”), que consta no Caderno do Estudante (Ficha 8). Note que essa tarefa
consiste em uma discussão sobre os valores familiares que carregam. Combine um
tempo para a realização dessa discussão e, enquanto os trios trabalham, percorra a
sala observando como estão trabalhando.

Caso você observe algum jovem que tenha demonstrado desconforto em falar
de sua família, chame-o para uma conversa individual e oriente-o a falar sobre
a(s) pessoa(s) que é(são) importante(s) em sua vida. Sabemos que alguns
jovens vivem situações de desamparo familiar e que encontraram outras
alternativas de suporte emocional, mesmo que essa(s) pessoa(s) não viva(m)
com eles.

Seu papel não é atuar como um psicólogo, mas oferecer apoio. No entanto,

OPA Projeto de Vida – 1ºano/2ºsemestre 53


você poderá tomar conhecimento de algumas situações que exijam algum tipo
de intervenção de especialistas. Nesses casos, converse com a equipe de
gestão a respeito das medidas possíveis de serem tomadas.

3. Após o tempo estabelecido, promova uma roda de conversa com a turma para
socializar os principais ensinamentos e valores que consideram que suas famílias
possuem.

4. O próximo passo é conhecer a atividade que cada jovem fará, individualmente, com
suas famílias, a fim de apresentar o que estão elaborando em seus projetos de vida.
Para isso, peça aos trios que se reúnam novamente para lerem e discutirem o que
será realizado, conforme as orientações da segunda parte da tarefa (“Como vou
apresentar meu projeto de vida para minha família?”), que consta no Caderno do
Estudante (Ficha 8).

Observe que essa parte da atividade tem o objetivo de ajudar os jovens a


construírem um caminho de diálogo com suas famílias. Para tanto, a proposta
é que eles façam o “Jogo do espelho em família” com seus familiares, uma
estratégia afetiva para promover essa aproximação. A seguir, eles são
orientados a apresentar os projetos de vida que estão construindo, contando
sobre o que fazem nas aulas do componente Projeto de Vida e as
aprendizagens que estão tendo.

Aproveite esse momento para tirar dúvidas e conversar com os trios sobre o
que eles acharam do caminho proposto e sobre as expectativas que têm para
esse momento.

No caso de haver jovens que tenham uma relação conturbada com suas
famílias ou que não vivam com ela, esclareça que poderão fazer essa atividade
com as pessoas de seu vínculo afetivo que consideram mais importantes.

5. Combine um dia para a turma trazer suas experiências dessa conversa com os
familiares, para que vocês possam fazer uma roda de discussão a respeito. Esclareça
que vocês continuarão a incluir a família na discussão dos projetos de vida ao longo
dos próximos anos.

Aproximar família e escola não é uma tarefa simples. Muitos familiares se


queixam que somente são chamados à escola quando algum aspecto
disciplinar está envolvido. E muitas escolas se queixam da baixa ou nenhuma
participação dos familiares no processo escolar de seus filhos.

O artigo “A relação família-escola na contemporaneidade: fenômeno


social/interrogações sociológicas”, da professora Maria Alice Nogueira (UFMG),

OPA Projeto de Vida – 1ºano/2ºsemestre 54


traz um interessante retrospecto sobre a relação família-escola do ponto de
vista histórico-sociológico que nos ajuda a lançar luzes para um entendimento
mais aprofundado dessa discussão. Segundo a estudiosa, “de um lado, a
escola não se limita mais às tarefas voltadas para o desenvolvimento
intelectual dos alunos, estendendo sua ação aos aspectos corporais, morais,
emocionais, do processo de desenvolvimento. De outro, a família passa a
reivindicar o direito de intervir no terreno da aprendizagem e das questões de
ordem pedagógica e disciplinar. Não há mais uma clara delimitação de
fronteiras.” (página 13, disponível em bit.ly/relacaofamiliaescola).

Mas, como promover um encontro que mobilize o interesse dos familiares?


Como articular um dia de programação em que seja viável a participação dos
familiares? O que você e a equipe de gestão podem fazer para que esse
encontro aconteça? Na atividade “Professor(a) autor(a)”, você encontrará
algumas indicações para o seu planejamento desse momento.

1. A turma se motivou para envolver a família na discussão de seus


projetos de vida? Quais aspectos positivos você destacaria?
Avaliação em
processo 2. Você notou se existem jovens que têm problemas mais sérios com
suas famílias? Discuta esses casos com a gestão escolar, para que,
juntos, busquem maneiras de fortalecer esses jovens (aproximando a
família da escola, procurando algum especialista que possa contribuir
etc.).

3. Houve uma interação positiva na turma com você? Como você avalia
a qualidade de sua mediação durante a roda de conversa? Houve
algum tipo de aprimoramento com relação ao trabalho da aula anterior?
Qual?

4. Se você pudesse definir a participação da turma na roda de conversa


da aula de hoje em uma palavra, seria:

5. Como você avalia a realização pelos jovens das conversas com seus
familiares? O que eles trouxeram de mais positivo dessa conversa?
Eles conquistaram o apoio de seus familiares?

6. E nos casos em que esse apoio não foi evidente, como você lidou
com os sentimentos dos jovens? Uma dica é procurar manter conversas
individuais, a fim de fortalecê-los, ao mesmo tempo em que a equipe
escolar busca se aproximar dessas famílias.

OPA Projeto de Vida – 1ºano/2ºsemestre 55


Atividade 11
Feedback
Resumo Conversas entre o orientador e cada aluno para dar ao estudante um
retorno da equipe de professores a respeito de seu processo de
desenvolvimento.
Dar retorno aos alunos sobre seu processo de desenvolvimento, por meio
Objetivos
de conversas individuais entre orientador e orientando.

Serão realizadas conversas individuais com os alunos.


Organização da
turma
- Anexo 2
Recursos e
providências
Eixo estruturante.
Eixo
Meio do semestre (antepenúltimo e penúltimo encontros do 2º bimestre).
Etapa do semestre
Comunicação e autoconhecimento.
Competências para o
século 21

Duração Prevista 4 tempos.

Desenvolvimento

1. A conversa com cada orientando deve ser preparada com pelo menos três
semanas de antecedência, pois tem como base um diagnóstico construído a
partir do seu olhar e da visão de outros professores em relação a frequência,
pontualidade, participação nas atividades propostas e aprendizagem dos
alunos.

2. O Anexo 2 traz uma ficha de Devolutiva Individual do estudante a ser


preenchida por você e por outros dois professores, para cada aluno. Nas
semanas anteriores à atividade, durante o seu planejamento, peça que cada
estudante indique dois professores que gostaria que o avaliassem. Oriente os
professores escolhidos a preencherem as fichas e, se alguns não puderem
contribuir, trabalhe com sua percepção e as contribuições disponíveis.

3. Com todas essas informações, elabore uma pauta de conversa para cada
estudante: uma devolutiva das conquistas desses alunos e dos desafios que
estão enfrentando.

OPA Projeto de Vida – 1ºano/2ºsemestre 56


4. No dia das conversas individuais, oriente os alunos que aguardam a vez a se
ocupar de outras atividades, como estudar, ler ou realizar tarefas das
disciplinas, e organize um espaço para isso na escola.

5. Informe cada aluno a respeito de como se desenvolverá a conversa, antes de


iniciá-la. Esclareça que:

 durante cerca de 25 minutos, ele poderá trocar ideias com você sobre a
vivência escolar, olhando para as conquistas e desafios e projetando
meios para que possa dar passos importantes como estudante;

 ele deve sentir-se livre para expressar pensamentos, dúvidas e


sentimentos relacionados à vivência na escola.

6. Inicie a conversa pedindo que ele faça uma autoavaliação do próprio percurso.
Discutam os pontos mais relevantes e lembre-o de anotá-los, pois são
importantes na trajetória dele como aluno. Em seguida, faça considerações
sobre:

 a frequência e a pontualidade nas atividades. Se for um aluno pouco


frequente, aproveite para buscar compreender os motivos e tentar
ajudá-lo a encontrar soluções;

 a participação nas aulas das áreas de conhecimento e suas disciplinas


e nas atividades do núcleo, incluindo os quatro componentes. Ajude-o a
identificar possíveis maneiras de qualificar sua participação;

 a aprendizagem nas diversas atividades da escola. Pergunte a ele o


que considera ser seu maior aprendizado na escola e o sentido disso
na vida dele como um todo.

7. Na sequência, apresente, com cuidado e respeito, as questões apontadas


pelos professores da escola em relação aos mesmos itens acima, ajudando-o a
compreender os aspectos tratados, a se manifestar, concordando ou não, e a
identificar como essa devolutiva pode repercutir em sua vivência na escola.

8. Antes de finalizar, valorize novamente as conquistas que ele obteve e


demonstre confiança em que ele poderá superar seus desafios. Sugira que ele
crie redes internas de apoio na escola, com os colegas, professores, gestores
e familiares, ganhando assim aliados para enfrentar tais desafios.

1. Como você avalia a rodada de conversas individuais? Foi possível


estabelecer um diálogo positivo, com confiança e respeito entre as
Avaliação em partes? Se algo não correu bem, consegue identificar as causas? Você
processo considera ter oferecido o apoio necessário ao aluno que busca meios de
superar dificuldades?

2. Ao apontar para o aluno as questões colocadas por outros


professores, você conseguiu estabelecer um clima de tranquilidade? Os
alunos reagiram bem?

3. Pelo feedback individual do percurso do bimestre, acredita que as


atividades e orientações tenham contribuído para a construção dos
projetos de vida dos alunos? Foi possível notar, na fala deles, uma
opinião quanto a isso?
OPA Projeto de Vida – 1ºano/2ºsemestre 57
Atividade 12
Fechando o bimestre
Resumo Registros na linha do tempo de Projeto de Vida. Identificação dos passos
pela concretização do sonho, conforme trabalhado na atividade 4.
Realizar registros na linha do tempo de Projeto de Vida e identificar os
Objetivos
passos dados na busca pela concretização dos sonhos, conforme
trabalhado na Atividade 4.

A atividade é realizada em uma roda de conversa envolvendo a turma toda.


Organização da
turma
- Álbum de Cartografia Pessoal
Recursos e
providências
Eixo estruturante.
Eixo
Meio do semestre (último encontro do 3º bimestre).
Etapa do semestre
Comunicação e autoconhecimento.
Competências para o
século 21

Duração Prevista 2 tempos.

Desenvolvimento

1. Apresente a atividade, ressaltando que é o último encontro de orientação do bimestre.


Peça que os alunos releiam o planejamento que fizeram na Atividade 4, em que
colocaram degraus para a realização de um sonho, e promova um momento de
diálogo.

As seguintes questões podem estimular a conversa:


 Eles já subiram alguns degraus propostos ou continuam no mesmo
ponto?
 O que pensam a respeito do processo já vivenciado ou, se for o caso,
do fato de permanecerem no mesmo degrau?
 Alteraram a rota?

OPA Projeto de Vida – 1ºano/2ºsemestre 58


 Sentem necessidade de alterar a rota novamente? Se sim, o que
precisa ser mudado (eles podem aproveitar para realizar alterações no
quadro individual)?
 Estão confiantes de que conseguirão realizar o sonho? Se não, o que
os está desmotivando? O que podem fazer para retomar o ânimo?
 Que novos degraus podem colocar nessa escada?

1. Proponha que os alunos façam uma atualização da linha do tempo dos encontros de
Projeto de Vida. Ajude-os a retomarem o que aconteceu em cada encontro, antes que
eles façam os registros em suas agendas. Faça o registro das atividades do bimestre,
utilizando o quadro ou flip chart, enquanto os alunos fazem o registro no Álbum de
Cartografia Pessoal.

2. Em seguida, convide os alunos a avaliarem os encontros. Sugira que eles tragam suas
percepções livremente, apresentando, aos poucos, questões para incrementar a
análise, como as que se seguem:

 O que vocês esperavam dos encontros de orientação?

 Em que os encontros mais têm contribuído para a vida de vocês, como


estudantes?

 Os encontros foram úteis para vocês se reconhecerem como


estudantes, valorizando as conquistas e olhando os desafios com
confiança?

 Vocês conseguiram dar passos importantes para a superação desses


desafios? Ou eles continuam existindo?

 O que vocês acharam de ter esse tempo de trabalho semanal, com um


orientador e um grupo pequeno de alunos, para refletirem sobre as
experiências que estão vivendo na escola e para pensarem o futuro, na
escola e na vida?

 O que vocês acharam da orientação individual? Ela está sendo


importante para melhorar a trajetória de vocês na escola?

 O que vocês esperam dos encontros de orientação de Projeto de Vida


no próximo bimestre?

5. Após a avaliação, encerre o encontro, explicitando sua percepção do trabalho no


componente curricular Projeto de Vida e da experiência de orientar esses alunos.

OPA Projeto de Vida – 1ºano/2ºsemestre 59


Aproveite para compartilhar com os jovens as atividades e desafios do próximo
bimestre!

Aproveite o momento de balanço para avaliar, também, o seu


desempenho como orientador. Reveja as atividades realizadas e analise
Avaliação em sua atuação como mediador, refletindo a partir de questões como estas:
processo
 A preparação das atividades foi realizada com o cuidado
necessário?

 Como avalia a qualidade de sua mediação? Houve uma escuta


atenta? Você buscou adotar uma postura problematizadora,
dinamizadora e mobilizadora?

 Como foi o relacionamento com a turma? Você fomentou a


participação? Conseguiu estabelecer um clima de diálogo e
cooperação?

 A gestão do tempo e dos materiais mostrou-se adequada? Foi


suficiente para as atividades planejadas?

OPA Projeto de Vida – 1ºano/2ºsemestre 60


Atividade 13
Competências que fazem a diferença!
Resumo Possibilitar que os estudantes conheçam as competências que fazem a
diferença, por meio de uma autoavaliação do desenvolvimento destas nas
atividades de Projeto de Vida e na escola como um todo.
Trabalhar a compreensão dos estudantes em relação às competências
Objetivos
socioemocionais e promover um processo de autoavaliação do
desenvolvimento destas ao longo do ano.

Ao longo da atividade são propostas diferentes formações, com momentos


Organização da
turma em roda de conversa envolvendo a turma toda e de trabalho em trio.

. Caderno do Estudante.
Recursos e
providências . Filipetas de papel em branco.
. Filipetas com o nome das oito competências.
. Tesouras e colas.
Eixo elegível.
Eixo
Meio do semestre.
Etapa do semestre
Autoconhecimento, colaboração, comunicação e pensamento crítico.
Competências para o
século 21

Duração Prevista 2 tempos.

Para a sua mediação e presença pedagógica:


As atividades de Projeto de Vida proporcionam o desenvolvimento, pelos estudantes, de
competências cognitivas e, em especial, das competências socioemocionais. Ou seja, atividades
são intencionalmente criadas para possibilitar que os jovens aprendam a trabalhar e atuar com
maior autonomia, de maneira colaborativa, exercitando a liderança e a comunicação, resolvendo
problemas reais etc. Essas são competências essenciais aos jovens que vivem, convivem e
pretendem se inserir profissionalmente. É relevante que seus estudantes ganhem progressiva
consciência do percurso que estão vivendo, dos conhecimentos que estão aprendendo e das
competências que estão desenvolvendo.

A presente atividade prevê que os estudantes conheçam a definição de um conjunto de


competências socioemocionais, compreendam a importância de desenvolvê-las e avaliem os
passos dados nessa direção ao longo do ano. A sua orientação nesse processo, professor(a), será
fundamental para que os jovens consigam atribuir sentido ao desenvolvimento de competências e
olhar com clareza para as aprendizagens conquistadas no componente curricular Projeto de Vida.

Desenvolvimento

OPA Projeto de Vida – 1ºano/2ºsemestre 61


1. Reúna a turma em roda de conversa e introduza a discussão sobre as competências.
Comece convidando os jovens a responder a seguinte questão: “O que os jovens da
atualidade precisam ser e saber para conquistarem seus sonhos pessoais, sociais e
profissionais?”. Deixe que eles tragam suas visões, livremente, e ressalte as falas que
apontarem questões próximas à proposta da atividade.

2. Proponha uma leitura coletiva do texto introdutório da atividade, no Caderno do


Estudante (Ficha 9). Cuide para que os estudantes estejam focados na leitura e para
que ela ocorra num ritmo que favoreça a compreensão. Faça pausas sempre que
julgar que os jovens não entenderam alguma ideia trabalhada no texto.

3. Apoie os jovens na organização dos trios, de maneira a se organizarem rapidamente


para prosseguirem na atividade. Acompanhe a escolha dos líderes. No item “Hora de
reconhecer as competências!” do Caderno do Estudante, verifique se os trios
conseguiram associar corretamente as cartas com os nomes das competências com a
respectiva definição (veja no quadro a seguir). Se perceber equívocos, problematize o
entendimento sem dar respostas prontas. Ao fazerem esse jogo de aferição, eles
estão conhecendo e “estudando” as competências, ou seja, ampliando a consciência
sobre elas.

Essa é uma parte-chave da atividade. É momento de estudo, pelos estudantes, das


competências que compõem a “Matriz de Competências para o Século 21”.
Compreender quais e o que são elas é fundamental para que eles consigam se
autoavaliar, tendo em vista a trajetória que estão vivendo no componente curricular
Projeto de Vida. Por isso, circule entre os trios permanentemente, identificando
possíveis dúvidas e dando exemplos que os ajudem na compreensão, bem como
esclarecendo palavras cujo significado eventualmente não saibam.

MATRIZ DE COMPETÊNCIAS PARA O SÉCULO 21

AUTOCONHECIMENTO: Capacidade de usar o conhecimento de si, a estabilidade


emocional e a habilidade de interagir nas tomadas de decisão, especialmente em
situações de estresse, críticas ou provocações.

COLABORAÇÃO: Capacidade de atuar em sinergia e responsabilidade


compartilhada, respeitando diferenças e decisões comuns, adaptando-se a situações
sociais variadas.

COMUNICAÇÃO: Capacidade de compreender e fazer-se compreender em situações


diversas, respeitando os valores e atitudes dos envolvidos nas interações.
Capacidade de utilizar criticamente as habilidades de leitura e de produção textual.

ABERTURA PARA O NOVO: Disposição para novas experiências estéticas, culturais


e intelectuais; atitude curiosa, inventiva e questionadora em relação à vida.

RESPONSABILIDADE: Capacidade de agir de forma organizada, perseverante e


eficiente na busca de objetivos, mesmo em situações adversas.

OPA Projeto de Vida – 1ºano/2ºsemestre 62


RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS: Capacidade de identificar problemas, desenvolver
e lançar mão de conhecimentos e estratégias diversas para resolvê-los, bem como de
aprender com o processo, aplicando as soluções em outros contextos.

PENSAMENTO CRÍTICO: Capacidade de analisar ideias e fatos em profundidade,


investigando os elementos que os constituem e as conexões entre eles, utilizando
conhecimentos prévios e formulando sínteses.

CRIATIVIDADE: Capacidade de fazer novas conexões a partir de conhecimentos


prévios; de buscar soluções novas, gerenciando variáveis aparentemente
desconexas; de dar saltos conceituais.

4. Continue acompanhando o trabalho dos trios. Ao final, cada jovem terá eleito duas
atividades de Projeto de Vida que mais o marcaram este ano e quais competências
avaliam que desenvolveram a partir delas. Cada jovem também escolherá a
competência que julga ter mais desenvolvido este ano participando de todas as ações
da escola.

5. O próximo item do Caderno do Estudante, “Hora de compartilhar competências!”,


prevê a socialização das respostas de cada estudante, bem como o reconhecimento
coletivo do desenvolvimento da turma. Para isso, entregue para cada estudante
algumas filipetas (o número variará de acordo com a quantidade de competências
assinaladas por cada jovem). Peça aos líderes que façam a contagem de quantas
filipetas cada time necessitará. Cada estudante deverá escrever o seu nome em letras
grandes nas filipetas recebidas.

6. A seguir, contando com a ajuda da turma, organize as cadeiras em semicírculo, de


frente para a parede onde será construído um painel. Na parte de cima, afixe folhas de
papel com os nomes das competências, como mostra o exemplo da ilustração a
seguir:

Autoconhe Colaboração Comunicação Abertura Responsa Pensamento Resolução de Criatividade


-cimento para o novo -bilidade crítico problemas

7. Convide, então, os jovens do primeiro time a afixarem as filipetas com seus nomes no
painel, logo abaixo da competência que eles acreditam terem desenvolvido ao longo
do ano. Veja, no exemplo abaixo, como o painel poderá ficar:

Autoconhe Colaboração Comunicação Abertura Responsa Pensamento Resolução de Criatividade


-cimento para o novo -bilidade crítico problemas

Carlos Gisele Liza André Maicon Sara Robson Fátima

Cláudio Rafaela Valéria Jefferson Cibele Maria

Vanessa Sara

OPA Projeto de Vida – 1ºano/2ºsemestre 63


8. Com o painel pronto, promova uma roda de leitura e avaliação dos dados. Sugerimos
algumas questões para ajudar a enriquecer esse diálogo:

 As atividades de Projeto de Vida possibilitaram que os jovens da turma


desenvolvessem competências?

 Quais foram as competências mais desenvolvidas por vocês nas atividades de


Projeto de Vida, segundo a autoavaliação que fizeram? E quais foram as
menos desenvolvidas? Por que vocês avaliam que obtivemos esse resultado?

 Essas competências desenvolvidas estão ajudando vocês a se tornarem


melhores estudantes nos demais componentes da escola?

 Em que outros aspectos essas competências estão fazendo a diferença na vida


de vocês? Citem exemplos.

 O que cada um pode fazer para se aprimorar no desenvolvimento das


competências para o próximo ano?

É muito importante valorizar este momento de avaliação dos dados obtidos a partir
da leitura do painel. Sua mediação neste momento é fundamental para que os
jovens possam expressar suas ideias e hipóteses.

Observe nas falas se os jovens conseguem construir pontes entre as


competências que estão incorporando e suas transformações como estudantes e
pessoas, nos mais diversos âmbitos da vida. É importante que eles compreendam
o quanto esses aprendizados já estão fazendo a diferença e farão ainda mais na
construção de seus projetos de vida.

9. Para finalizar, proponha um breve exercício de projeção em relação ao


desenvolvimento de competências. Apresente a questão a seguir para a reflexão dos
jovens:

Nesse percurso do Projeto de Vida, que começou no início do ano e se


estenderá até o final do Ensino Médio, quais as competências que cada um de
vocês gostaria de trabalhar com maior foco no próximo ano? Por quê?

Oriente que cada um anote sua resposta em seu Álbum de Cartografia Pessoal. A
seguir, peça aos estudantes que se sentirem à vontade para compartilharem suas
respostas com a turma. Parabenize-os pelos aprendizados conquistados!

As competências socioemocionais incluem um conjunto de comportamentos e


sentimentos individuais como uma espécie de padrão constante ou tendência de
responder de determinada forma em determinados contextos e situações cotidianas,
como ao gerenciar as próprias emoções ou tentar atingir um objetivo.

OPA Projeto de Vida – 1ºano/2ºsemestre 64


Como revelam pesquisas científicas nas áreas de psicologia e economia da
educação, competências socioemocionais são tão importantes quanto as cognitivas
(avaliadas por testes de inteligência e conhecimento acadêmico) para a obtenção de
bons resultados na escola, e tão ou mais importantes que elas para o sucesso no
trabalho e na vida.

Nos próximos anos, seus estudantes continuarão a desenvolver competências


socioemocionais nas aulas de Projeto de Vida, fortalecendo aspectos de suas
identidades e suas escolhas de vida.

OPA Projeto de Vida – 1ºano/2ºsemestre 65


1. Os estudantes conseguiram compreender o que são as competências
e sua importância em suas formações?
Avaliação em
processo 2. Os jovens conseguiram identificar as competências que vêm
desenvolvendo nas atividades de Projeto de Vida e na escola como um
todo, dando exemplos?

3. Como você avalia a qualidade de sua mediação durante a atividade?


Conseguiu apoiar os jovens na compreensão das competências? Deu
as orientações necessárias para que eles realizassem o que foi
proposto? Acompanhou a participação deles nos passos da atividade?

4. Se você pudesse definir o desenvolvimento da turma em uma


palavra, seria:

5. Se você pudesse definir a motivação e a capacidade de se


autoavaliar da turma em uma palavra, seria:

6. Planeje o que você pode fazer para que a sua mediação na próxima
atividade seja aperfeiçoada:

OPA Projeto de Vida – 1ºano/2ºsemestre 66


Atividade 14
Lá em casa...
Resumo Mapeamento dos trabalhos que os membros das famílias dos alunos
realizam. Os jovens serão convidados a compartilhar as visões de suas
famílias sobre essas profissões.
Mapear os trabalhos dos membros das famílias dos alunos, identificando o
Objetivos
que os jovens e suas famílias pensam sobre essas atividades e/ou
profissões.

A atividade é realizada em uma roda de conversa envolvendo a turma toda.


Organização da
turma
. Caderno do Estudante
Recursos e
providências
Eixo elegível.
Eixo
Meio do semestre.
Etapa do semestre
Comunicação e abertura para o novo.
Competências para o
século 21

Duração Prevista 2 tempos.

Para a sua mediação e presença pedagógica:


A construção de um projeto profissional é um dos grandes desafios da existência humana. Desde a
infância, somos influenciados pelas representações sociais positivas e negativas das profissões.
Começamos a perceber o mundo do trabalho a partir do contato com as profissões dos pais e
familiares – e esse contato vai se ampliando ao longo da vida.

Ou seja: muito antes de exercerem atividades profissionais, as pessoas já estão às voltas com a
questão do trabalho. Na adolescência e na juventude, essa questão é, via de regra, fonte de muita
angústia. Há uma forte cobrança familiar e social por escolhas nesse campo. Há adolescentes que,
em função da situação financeira familiar, são obrigados a começar muito cedo sua vida
profissional. E o fazem, muitas vezes, pela via do trabalho precarizado – “pegam bicos”, se
submetem a trabalhos de duração indeterminada e informais (e, por isso, sem direitos como
jornada de até oito horas, descanso, férias, 13º, fundo de garantia). Além disso, assumem
atividades com as quais não se identificam, com o objetivo de gerar recursos para a subsistência
familiar ou de atingir determinado padrão de consumo.

É fundamental que a escola seja parceira do jovem no enfrentamento do desafio da construção de


sua identidade profissional, propondo uma reflexão em que esse jovem se permita elaborar um
projeto profissional em que o trabalho seja uma atividade dotada de sentido. A família deve ser
convidada, também, a apoiar essa construção, dialogando com o jovem sobre as escolhas, em vez
de impor a ele determinados padrões.

Afinal, muitas vezes, o trabalho é encarado como uma “peça” na “engrenagem” da sociedade de

OPA Projeto de Vida – 1ºano/2ºsemestre 67


consumo. A escola é um espaço privilegiado para uma reflexão que busque desconstruir essa
percepção. Cabe aos professores provocar o jovem a pensar além, pois a atividade laboral é um
fundamento para o desenvolvimento da identidade e do projeto de vida.

Enfim, há que se propor, fomentar e valorizar uma reflexão em que haja espaço para o jovem se
fazer perguntas como: Para mim, o que seria um trabalho satisfatório, que dialogue com meus
interesses e em que eu desenvolva e aproveite as minhas habilidades? Como identificar e batalhar
por um trabalho que não apenas supra necessidades financeiras, mas seja fonte de realização
afetiva e uma forma de contribuição para a sociedade?

Desenvolvimento
1. Peça que os jovens abram o Caderno do Estudante na Ficha 10. Promova um
momento coletivo de leitura, convidando os alunos para se alternarem na leitura do
texto introdutório. Faça paradas entre os parágrafos para que eles comentem, façam
referência às suas experiências e problematizem o conteúdo.

2. Oriente os alunos na preparação da atividade proposta, em que eles promoverão uma


conversa com suas famílias a respeito das profissões que exercem. Apoie os jovens
na identificação dos familiares que pretendem convidar para a conversa, na definição
do dia, horário e local e na elaboração de um roteiro de perguntas. Converse com o
grupo em relação à forma de realização do registro.

3. Dedique o tempo restante do encontro ao acompanhamento: (1) da frequência e


pontualidade dos alunos nas atividades da escola; (2) das dificuldades que estão
tendo em relação à aprendizagem em alguma área de conhecimento/disciplina ou
componente do núcleo (apoiando-os na busca por soluções para tais dificuldades); e
(3) do aprendizado conquistado nas atividades de que participam na escola.

4. No encontro seguinte, reserve um momento, no início, para que todos possam


compartilhar suas experiências. A partir dos relatos de cada um, procure evidenciar as
várias dimensões que configuram a vida profissional. Explicite, também, a importância
que a escolha teve nas experiências de familiares relatadas por eles.

1. As percepções e vivências em relação ao trabalho, levantadas pelos


jovens junto a suas famílias, geraram uma reflexão sobre os diversos
fatores que incidem na trajetória profissional? Os alunos se
Avaliação em posicionaram e expuseram suas angústias? Foi possível colocar a
processo questão do sentido do trabalho no centro do debate? Como essa
discussão, tão importante, pode ser retomada em outros espaços de
reflexão da escola?

2. Os alunos conseguiram se apropriar da discussão proposta para


fazer uma reflexão sobre a sua própria percepção e projeções em
relação ao mundo do trabalho? Fizeram alguma conexão entre as
exigências do universo profissional e o desenvolvimento das
competências socioemocionais? Essas reflexões são valiosas e devem
ser fomentadas.

3. Como você avalia a qualidade de sua mediação durante a roda de


conversa? Permitiu espaços de fala aos jovens? Ouviu com atenção?
Construiu boas ligações entre as diversas opiniões? Exercitou sua
presença pedagógica, buscando chamar os estudantes pelo nome e
mostrando postura respeitosa e interessada em conhecê-los e em saber
OPA Projeto de Vida – 1ºano/2ºsemestre
o que pensam? 68
Atividade 15
Manifesto Cidadania
Resumo Discussão dos conceitos de cidadania e participação. Para dar mais
concretude à discussão, serão elaborados cartazes e um manifesto em que
os alunos defendam suas ideias pelo exercício da cidadania na escola.
Promover um debate acerca dos conceitos de cidadania e participação.
Objetivos
Para dar mais concretude à discussão, serão elaborados cartazes e um
manifesto em que os alunos defendam suas ideias pelo exercício da
cidadania na escola.

Ao longo da atividade são propostas diferentes formações, com momentos


Organização da
turma em roda de conversa envolvendo a turma toda e de trabalho em quintetos.

. Caderno do Estudante.
Recursos e
providências . Álbuns de Cartografia Pessoal.
. Folhas A4, cartolinas, caneta hidrocor grossa, tesouras, cola, revistas, fita-
crepe e outros materiais para a confecção de cartazes.
Eixo elegível.
Eixo
Meio do semestre.
Etapa do semestre
Pensamento crítico, criatividade e colaboração.
Competências para o
século 21

Duração Prevista 4 tempos.

Para a sua mediação e presença pedagógica:

Percebendo o jovem como sujeito social


Juarez Dayrell, um dos coordenadores do Observatório da Juventude da UFMG, no artigo “O
jovem como sujeito social”2, chama a atenção para a necessidade de que educadores,
pesquisadores e outros profissionais que atuam junto ao público juvenil façam um esforço para
efetivamente perceberem o jovem como sujeito.

Dayrell advoga que “tomar os jovens como sujeitos não se reduz a uma opção teórica. É
fundamental a adoção de uma postura metodológica e ética” no cotidiano. Muitas vezes, há um
discurso que reconhece o jovem como protagonista, mas esse discurso não se traduz na prática.
No dia a dia de muitos espaços educativos, esse público é tratado como se fosse tábula rasa,
como um conjunto de pessoas que precisam apenas ser preparadas para a vida adulta.
Mas a juventude não pode ser reduzida a uma passagem; ela tem uma importância em si mesma.
Afinal, o jovem é “um ser singular, que tem uma história, que interpreta o mundo e dá-lhe sentido,

2 Recomendamos a leitura do texto, considerado referência em debates sobre desenvolvimento


juvenil no país. Disponível em: http://bit.ly/sujeito-social. Acesso em 13 de agosto de 2014.

OPA Projeto de Vida – 1ºano/2ºsemestre 69


assim como dá sentido à posição que ocupa nele, às suas relações com os outros, à sua própria
história e à sua singularidade”.

A postura ética diante desse jovem demanda que o educador saia do lugar do mestre que “prepara
o discípulo para a vida adulta” e assuma o sempre provisório lugar do diálogo. Trata-se de um
grande desafio. Desafio que, segundo o professor e pesquisador, é uma “aprendizagem que exige
um esforço de autorreflexão, distanciamento e autocrítica”.

Desenvolvimento
1º ENCONTRO – 1ª etapa

1. Indique aos alunos que o processo de reflexão sobre a identidade, que vem sendo
proposto ao longo do ano, envolve um aspecto decisivo: ampliar não só a consciência
individual, como também questões coletivas.

2. Em seguida, peça aos alunos que se organizem em grupos de cinco integrantes e


tenham em mãos a Ficha 11 do Caderno do Estudante, que apresenta o material
intitulado “A cidadania em textos e imagens”. Peça a eles que iniciem a leitura pelo
texto “Cidadania?”, lendo em voz alta e discutindo as acepções da palavra
apresentadas pelo texto.

3. Após a discussão em times, proponha um momento de síntese, em que os estudantes


se organizem numa roda. Cada um deverá anotar (no quadro ou flip chart) o que
entendeu como conceito de cidadania. Para isso, lance a questão “O que é a
cidadania” e convide os jovens ao quadro (coordene a turma de modo que dois ou três
estudantes possam ir ao quadro ao mesmo tempo).

4. Para fechar a reflexão do primeiro encontro, os jovens deverão, reunidos novamente


em quintetos, analisar o segundo material sobre o tema – os cartazes da dupla de
artistas Brígida Campbell e Marcelo Terça-Nada, que compõem o Poro. A análise
deverá ter a seguinte pergunta como ponto de partida: O que essas imagens e textos
têm a ver com cidadania?

Durante a discussão dos quintetos, oriente que eles busquem responder à


pergunta a partir das várias anotações que fizeram no quadro na etapa anterior
da atividade.

5. Em seguida, inspirados pelas produções do Poro, cada grupo deverá criar dois
cartazes, sintéticos e criativos, sobre o tema.

Apresente a criação dos cartazes como um desafio aos jovens, em que eles
devem ser, ao mesmo tempo, criativos e contundentes para que consigam
passar uma mensagem cidadã, como fizeram os artistas do Poro. Para instigá-
los e reforçar as orientações da atividade, proponha um pequeno roteiro em
formato de perguntas para auxiliar na criação e idealização dos cartazes:

 Qual dos temas relacionados à cidadania, ao bem comum e à busca por

OPA Projeto de Vida – 1ºano/2ºsemestre 70


um mundo melhor gostaríamos de abordar?

 Qual mensagem ligada a esse tema gostaríamos de passar?

 Quais as principais imagens, símbolos e palavras relacionadas a esse


tema? Como podemos ressignificá-las em nosso cartaz?

6. O encontro termina com a apresentação e discussão, em roda, dos cartazes criados.


Medeie essa discussão provocando os alunos para que “traduzam” esse conceito em
situações de sua vida cotidiana, apresentando exemplos do dia a dia que se
relacionem com os cartazes apresentados.

7. Como último aviso, reforce a importância de todos estarem presentes no próximo


encontro, pois a atividade tem uma segunda etapa, ainda relacionada à temática da
cidadania.

2º ENCONTRO – 2ª etapa

1. Para aprofundar o entendimento do conceito de cidadania e a percepção de que ela


depende da participação de cada um, da tomada cotidiana de atitudes, os alunos
deverão, no segundo dia, retomar os quintetos do encontro anterior e se revezar na
última parte do material “Cidadania em textos e imagens” (Ficha 11). Trata-se do
“Manifesto Poro”, que alimenta o debate sobre os modos de se viver na cidade e de se
fazer arte.

2. Em seguida, oriente cada grupo a elaborar uma lista com dez motivos para tal
manifesto ser, na verdade, um manifesto sobre a cidadania. Peça que cada quinteto
eleja um líder, responsável por registrar a lista e apresentá-la na rodada de
compartilhamento posterior.

Nem todos os tópicos do “Manifesto Poro” trazem, em sua formulação, a


palavra cidadania ou outras a elas relacionadas. Apesar disso, ele versa sobre
as possibilidades de se “fazer do mundo um lugar melhor, buscar relações mais
justas e solidárias entre os seres humanos em todas as situações da vida”,
objetivos de uma postura cidadã, conforme consta na Ficha 11 do Caderno do
Estudante. O intuito desta etapa da atividade é que os alunos se esforcem para
identificar a cidadania nas entrelinhas do texto do manifesto, naqueles lugares
em que a referência não é óbvia.

3. Em seguida, numa roda de conversas, cada líder lê a lista produzida por seu quinteto.
A turma deve debater sobre elas na tentativa de encontrar os pontos convergentes e
divergentes e, assim, condensá-las numa única lista, também de dez tópicos, que
deverá ser registrada no quadro.

4. A segunda atividade do encontro será a criação, novamente em quintetos, do


“Manifesto Cidadania”: um texto em que os alunos registrem, em quatro tópicos (cada
um com um título próprio e ao menos um parágrafo – bem ao estilo do “Manifesto
Poro”), o que é necessário para agir com cidadania no dia a dia da escola. Estabeleça

OPA Projeto de Vida – 1ºano/2ºsemestre 71


um tempo para a criação dos manifestos e instigue os alunos a refletirem sobre o
cotidiano escolar, lançando sobre ele um olhar crítico, avaliativo e criativo: isso ajudará
na criação dos manifestos!

5. Reúna a turma em roda, peça que cada líder apresente o texto produzido pelo quinteto
e faça uma discussão dos manifestos. Novamente, a ideia é provocar os alunos para
perceberem a cidadania como um desafio a ser encarado nas atitudes cotidianas.

6. Por fim, os grupos deverão registrar os manifestos em seus Álbuns de Cartografia


Pessoal. Se houver tempo e interesse da turma, incentive-os a registrá-los também em
cartazes ilustrados, que deverão ser colados em pontos da escola escolhidos por eles.

1. Os alunos compreenderam o conceito de cidadania? Atribuíram valor


Avaliação em e importância a esse conceito? Foram capazes de agregar elementos à
processo reflexão sobre o tema a partir dos materiais que falam indiretamente
sobre ele? Ou foi necessário “puxar” muito a discussão?

2. O que você achou de promover a construção de conceitos a partir de


materiais com características artísticas e poéticas? Acha que ampliar
esse tipo de prática pode ser profícuo?

3. Como você avalia a qualidade de sua mediação durante a roda de


conversa? Permitiu espaços de fala aos jovens? Ouviu com atenção?
Construiu boas ligações entre as diversas opiniões? Exercitou sua
presença pedagógica, chamando os estudantes pelo nome e mostrando
postura respeitosa e interessada em conhecê-los e em saber o que
pensam?

OPA Projeto de Vida – 1ºano/2ºsemestre 72


Atividade 16
Curti, não curti!
Resumo Tudo novo na escola. O que os alunos curtiram? O que não curtiram? Por
quê? Que sugestões têm para melhorias na escola?
Possibilitar que os jovens expressem seus pontos de vista acerca do que
Objetivos
viveram na escola, problematizando aspectos dessa vivência e
apresentando sugestões para o futuro.

A atividade se desenvolve com a turma organizada em uma roda de


Organização da
turma conversas.

. Folhas A4.
Recursos e
providências
Eixo elegível.
Eixo
Fim do semestre.
Etapa do semestre
Pensamento crítico e comunicação.
Competências para o
século 21

Duração Prevista 2 tempos.

Para a sua mediação e presença pedagógica:

Muito se tem discutido sobre a perda de sentido da escola na vida dos alunos. No ensino médio,
essa crise de sentido tem sido especialmente percebida. Diversos autores apontam que o próprio
modelo de escola está em cheque. Hoje, não é mais possível concebê-la como um mero espaço
para a transmissão de conhecimentos, sem conexão com os interesses e o contexto dos sujeitos
que a integram.
Nessa Proposta Curricular, é papel do professor desafiar os alunos no exercício permanente de
busca dessa conexão. A professora e pesquisadora Sueli Mendonça afirma que “a escola é o
espaço singular para as mediações, que visam à socialização dos conhecimentos, a partir de
atividades pedagógicas organizadas para esse fim, em cuja condução o professor tem um papel
fundamental de fazer a articulação entre esses conhecimentos (significados sociais) e os
conhecimentos dos estudantes (sujeitos que atribuirão sentido pessoal a essas práticas sociais
consolidadas)”.3
Para Sueli, a crise de sentido e significados na escola se dá em função, exatamente, da carência ou
mesmo ausência de mediações. Ela defende que, “sem a participação consciente, com

3MENDONÇA, Sueli Guadelupe de Lima. A crise de sentido e significados na escola: a


contribuição do olhar sociológico. Campinas: Cad. Cedes, vol. 31, n. 85, p. 341-357, set.-
dez. 2011. Disponível em http://bit.ly/1pUTXXu. Acesso em 14 ago 2014.

OPA Projeto de Vida – 1ºano/2ºsemestre 73


intencionalidade de estudantes e professores, não ocorrerá a superação desse problema. Se,
especialmente, o professor não consegue atribuir um sentido positivo ao que faz, ou seja, à
formação da subjetividade de seus estudantes, como estes últimos poderão ter motivos para
aprenderem e se apropriarem de conhecimentos historicamente construídos pela humanidade?” .

Se estamos propondo uma nova escola, em que o aluno seja um sujeito ativo em seu
desenvolvimento pessoal e em seu contexto de vida, é fundamental que o façamos também como
sujeitos ativos: com uma atuação consciente e comprometida com a construção do sentido da
escola.

Desenvolvimento

1. Para iniciar a atividade, organize os alunos em um círculo e pergunte a todos se


utilizam o Facebook. Peça que eles contem o que significa o “curtir” nessa rede social
e comentem, espontaneamente, o que eles “curtem” e o que “não curtem”, em geral.

2. Conte a proposta da atividade: inicialmente, eles vão relembrar tudo o que aconteceu
na escola este ano – por exemplo, as atividades de integração e convivência, o
trabalho das áreas de conhecimento e suas disciplinas, as ações do núcleo, eventos
externos, avaliações, reuniões com as famílias, uso dos espaços da escola,
alimentação, relação entre os colegas etc. Em seguida, serão convidados a se
posicionarem diante delas, por meio dos gestos com as mãos que representam o
“curti” (dedo polegar para cima) e o “não curti” (dedo polegar para baixo). Para cada
curtida ou não curtida, eles deverão contar, brevemente, os motivos.

3. Começando a primeira parte, provoque os alunos a recordarem tudo o que viveram na


escola. Registre todas as atividades no flip chart ou quadro, de maneira organizada. À
medida que eles forem lembrando das atividades realizadas ao longo do ano, ajude-os
a ampliarem a lista, garantindo que ela fique o mais completa possível. Você pode
preparar, antecipadamente, uma “cola”.

4. Depois da lista feita, identifique com os alunos o contexto de cada uma daquelas
atividades, eventos e acontecimentos. Alguns jovens podem não recordar exatamente
a natureza de uma ou outra atividade.

5. É hora de começar o jogo da “curtição”: leia em voz alta cada um dos itens listados. À
medida que eles fizerem o gesto do “curti” ou do “não curti”, solicite que comentem as
razões. Provoque-os a aprofundarem as reflexões, superando posicionamentos
superficiais. Possibilite a convivência de pontos de vista diferentes (inclusive em
relação aos seus), mas desafie os alunos a argumentarem com consistência a favor

OPA Projeto de Vida – 1ºano/2ºsemestre 74


de seus posicionamentos. Não aceite respostas evasivas ou pouco reflexivas. Faça
um registro dos principais pontos mencionados por eles.

6. Para finalizar, peça que os alunos elaborem, coletivamente, uma lista com cinco
sugestões que, na visão deles, se implementadas, fariam com que eles curtissem mais
a vivência na escola. Lembre-os de que se trata de sugestões e que, portanto, serão
analisadas e retomadas no próximo ano.

7. Compartilhe, com seus colegas das equipes diretiva e pedagógica, a lista de


sugestões dos alunos, para que tomem conhecimento e analisem sua pertinência em
relação à proposta pedagógica e às rotinas da escola.

1. O que está em jogo nesse encontro é avaliar o sentido que os alunos


Avaliação em estão atribuindo à escola, a percepção deles sobre o impacto da
processo metodologia proposta em seu percurso formativo. Os alunos percebem
e valorizam as atividades em que são convocados ao diálogo e à
participação? Conseguem fazer uma ligação entre as atividades e um
novo jeito de ver e construir a escola que está sendo proposto?

2. Houve espaço para uma reflexão sobre o desenvolvimento das


competências socioemocionais? É importante sempre refletir sobre os
“ganchos” para a reflexão, propiciados pelas atividades dos encontros.
Nesse encontro, por exemplo, é possível estimular os alunos a
identificar momentos, nas atividades da escola, em que tiveram a
oportunidade de desenvolver competências como autonomia,
colaboração e criatividade.

3. Como você avalia a qualidade de sua mediação durante a roda de


conversa? Permitiu espaços de fala aos jovens? Ouviu com atenção?
Construiu boas ligações entre as diversas opiniões? Exercitou sua
presença pedagógica, buscando chamar os estudantes pelo nome e
mostrando postura respeitosa e interessada em conhecê-los e em saber
o que pensam?

OPA Projeto de Vida – 1ºano/2ºsemestre 75


Atividade 17
Que mundo é esse?
Resumo Identificação e diálogo sobre os principais acontecimentos que marcaram o
mundo nos últimos 50 anos. Os jovens serão desafiados a pensarem em
como esses acontecimentos influenciam a vida atual e o que pode ser feito
para melhorar o mundo em que vivem.
Contribuir para que os alunos ampliem os conhecimentos e as visões que
Objetivos
têm quanto ao mundo contemporâneo, refletindo e posicionando-se sobre
aspectos que marcam a vida na atualidade.

Ao longo da atividade são propostas diferentes formações, com momentos


Organização da
turma em roda de conversa envolvendo a turma toda e de trabalho individual.

. Projetor, caixas de som e computador ligado à internet para exibição de


Recursos e
providências vídeos. Caso esses itens não estejam disponíveis na escola, os alunos
poderão utilizar seus smartphones para realizar a ação.
. Álbum de Cartografia Pessoal
Eixo elegível.
Eixo
Fim do semestre.
Etapa do semestre
Pensamento crítico e abertura para o novo.
Competências para o
século 21

Duração Prevista 2 tempos.

Para a sua mediação e presença pedagógica:

“Não há vento favorável para quem não sabe para onde quer ir”. Essa máxima dos filósofos gregos
da Antiguidade resume a proposta de toda a reflexão sobre identidade, tecida ao longo do ano.
A consciência de “para onde se quer ir” é a base para o posicionamento e as escolhas de vida
fundamentais, seja no âmbito da família e das relações pessoais, seja no percurso educativo,
profissional e social.
No processo de construção dessa consciência crítica, uma atitude é decisiva: a de se perceber
como um sujeito ativo, que “constrói o seu mundo”. Obviamente, não estamos defendendo aqui a
ideia de que qualquer pessoa pode “vencer na vida”, desde que tenha determinação, força de
vontade. É essencial estar atento a todos os fatores socioeconômicos e às dinâmicas relacionais
que incidem diretamente nas oportunidades e entraves ao desenvolvimento de cada um de nós.
Mas é igualmente necessário desenvolver a percepção de que não somos “vítimas do mundo”.
Frases feitas como “as coisas são como são”, que imprimem um certo determinismo à vida, devem
ser sempre objeto de questionamento pelo professor.
As atividades do encontro, descritas a seguir, têm esse objetivo: mostrar que as condições de vida,

OPA Projeto de Vida – 1ºano/2ºsemestre 76


os valores, as crenças, o conhecimento, as relações sociais se transformam ao longo da História. E
essa transformação é fruto da ação do ser humano. Nenhuma situação é cristalizada e imutável.
“Isso sempre foi assim e sempre será do mesmo jeito” é uma frase vazia e falsa.
Trabalharemos, assim, a consciência histórica, a percepção de que as pessoas constroem,
configuram e reconfiguram o mundo. Chame a atenção para o fato de que essa percepção não
vale apenas para os acontecimentos do mundo: ela é igualmente importante para a vida de cada
um de nós. Olhar criticamente a própria história e se perceber como um ser que participa e faz
diferença no mundo é essencial para a construção da identidade.

Desenvolvimento
1. Organize um espaço com computador, Internet e projetor. Você pode optar por
desenvolver essa parte da atividade com outros dois professores orientadores e os
seus respectivos alunos, caso a escola não tenha equipamentos disponíveis para
todos os grupos de orientadores e alunos. Se for essa a escolha, planeje com esses
professores a condução do trabalho, estabelecendo o passo a passo e os
responsáveis pelas partes.

2. Com os alunos assentados em um semicírculo, comece fazendo uma provocação.


Peça que cada um, em silêncio, pense sobre a seguinte questão: qual é a principal
marca do mundo atual? Dê 30 segundos para que eles reflitam e, em seguida,
apresente outra questão, que deve ser alvo de reflexão individual: qual era a principal
marca do mundo, quando vocês nasceram? Depois de mais 30 segundos, promova
uma conversa entre os alunos. Deixe que troquem, livremente, suas opiniões a
respeito das marcas do mundo atual e há 15 anos. Durante a conversa, coloque
questões que ajudem a aprofundar a análise, por exemplo: mudou muita coisa de lá
para cá? / ficou melhor ou pior? / em que essas mudanças alteraram a vida das
pessoas?

3. Apresente o vídeo que trata do início do correio eletrônico no Brasil


(http://bit.ly/correio-eletronico), mais conhecido atualmente como “e-mail”.

4. Em seguida, mostre aos alunos o wiki sobre a história da Internet no Brasil


(http://bit.ly/brasil-internet), que tem informações históricas do surgimento e uso da
Internet e seus recursos no Brasil.

Ajude os alunos a compreenderem que essa história começou, em nosso país,


há bem pouco tempo, mas muitas transformações já são observadas.
Provoque-os a identificarem e descreverem essas transformações e suas
repercussões no cotidiano (por exemplo, as redes sociais, as possibilidades de
pesquisa dos assuntos mais diversos, de produção e disponibilidade de
conteúdos pelas pessoas em geral e não apenas por especialistas, e até a
realização de procedimentos cirúrgicos a distância, estando o médico e o
paciente em locais diferentes).

OPA Projeto de Vida – 1ºano/2ºsemestre 77


5. Apresente outra provocação aos alunos: problematize o que eles sabem e pensam
sobre a Aids.
 Pergunte, por exemplo:
 Qual a diferença entre HIV e Aids?
 Como a Aids se desenvolve?
 Existe tratamento?
 Como é o tratamento?
 Como a sociedade lida com os portadores do vírus HIV?.
Novamente, esse é um momento de ativar o conhecimento prévio dos alunos
em relação ao tema. Aproveite para identificar mitos que eles trazem sobre o
assunto.

6. Depois dessa conversa inicial, apresente a reportagem exibida pelo programa


Fantástico (http://bit.ly/aids-reportagem), da TV Globo, no início da década de 1980,
quando a Aids foi descoberta e fez suas primeiras vítimas. Logo após a exibição,
proponha que os alunos comentem as informações que a reportagem menciona,
comparando com o que eles já sabem sobre a doença.

7. Em seguida, projete alguns sites importantes que tratam do assunto, para que eles
compreendam a dimensão dessa doença: http://www.aids.gov.br (do Departamento de
DST, Aids e Hepatites Virais, do Ministério da Saúde, que mostra a importância que o
Estado brasileiro dá à questão); http://vivacazuza.org.br (site da instituição criada em
memória ao cantor Cazuza, que tem a finalidade de dar assistência a soropositivos do
Rio de Janeiro e difundir informações científicas sobre o tema).

Durante a exibição dos sites, apresente questões que favoreçam o


aprofundamento da compreensão, pelos alunos, dos aspectos relacionados à
Aids. Problematize possíveis mitos surgidos na conversa inicial, forneça-lhes
informações complementares, conte as formas de tratamento (é importante
eles saberem como o Estado brasileiro atua no tratamento dos soropositivos),
comente como a doença pode repercutir na vida das pessoas (os sites de
grupos de apoio aos soropositivos tratam desse aspecto).

8. Evidencie para os alunos o trajeto percorrido até aqui na atividade. Explicite que,
partindo de acontecimentos importantes das últimas décadas, vocês acessaram
informações e conhecimentos, compartilharam pontos de vista, construíram visões
sobre temas que permeiam o mundo. Informe-os de que a proposta para a 2ª etapa da
atividade é ampliar esse exercício e que, com esse objetivo, ao longo da semana,
cada aluno deverá escolher um acontecimento que marcou o mundo nos últimos 50

OPA Projeto de Vida – 1ºano/2ºsemestre 78


anos, levantar informações básicas sobre esse acontecimento e trazê-las para o
próximo encontro de Projeto de Vida.

9. Essa parte da atividade será realizada nos pequenos grupos de orientação. Portanto,
organize os orientandos em um círculo e peça que cada um elabore, em seu Álbum de
Cartografia Pessoal, o seguinte quadro:

Acontecimento que marcou o mundo nos últimos 50 anos


Descreva o acontecimento:

O que você sabia ou pesquisou sobre esse acontecimento?

Que importância ele teve na época em que veio à tona?

Como ele é visto/pensado atualmente?

10. Proponha que cada orientando apresente aos demais as informações e os


pensamentos registrados no quadro. Crie um ambiente favorável para que os colegas
complementem, concordem, discordem, perguntem etc. Sinta-se à vontade para
intervir na conversa, problematizando pontos de vista, complementando informações,
fazendo articulações com conteúdos trabalhados nas áreas de conhecimento e
disciplinas e explicitando as transformações ocorridas no mundo nas últimas décadas.

11. Antes de encerrar, promova uma reflexão coletiva.

Oriente uma reflexão em torno das intervenções que fazemos no mundo


cotidianamente, que alteram a vida social e geram transformações de pequena,
média ou grande complexidade.
 Como o mundo me transforma?
 Como eu transformo o mundo?

12. Encerre valorizando as descobertas feitas nesses encontros em que foram destacados
importantes acontecimentos para o mundo e a humanidade nas últimas décadas.
Evidencie o quanto é possível aprender observando e analisando os acontecimentos
cotidianos e, também, o quanto esses acontecimentos repercutem na vida social e
individual.
1. As questões históricas trabalhadas funcionaram como “gancho” para
a discussão sobre consciência histórica e a importância do
Avaliação em posicionamento crítico e ativo no âmbito da história pessoal e social?
processo
2. A postura “determinista” diante da realidade individual e social surgiu
ao longo das discussões? Se surgiu, houve uma problematização a
partir dos próprios alunos? Como você interveio, nesses casos?

3. Como você avalia a qualidade de sua mediação durante a roda de


conversa?OPA
Permitiu
Projeto espaços de fala aos jovens? Ouviu com atenção?
de Vida – 1ºano/2ºsemestre 79
Construiu boas ligações entre as diversas opiniões? Exercitou sua
presença pedagógica, chamando os estudantes pelo nome e mostrando
postura respeitosa e interessada em conhecê-los e em saber o que
pensam?
OPA Projeto de Vida – 1ºano/2ºsemestre 80
Atividade 18
Feedback
Resumo Conversas entre o orientador e cada aluno para dar ao estudante um
retorno da equipe de professores a respeito de seu processo de
desenvolvimento.
Dar retorno aos alunos sobre seu processo de desenvolvimento, por meio
Objetivos
de conversas individuais entre orientador e orientando.

Serão realizadas conversas individuais com os alunos.


Organização da
turma
- Anexo 2
Recursos e
providências
Eixo estruturante.
Eixo
Final do semestre (antepenúltimo e penúltimo encontros do 4º bimestre).
Etapa do semestre
Comunicação e autoconhecimento.
Competências para o
século 21

Duração Prevista 4 tempos.

Desenvolvimento

1. A conversa com cada orientando deve ser preparada com pelo menos três semanas
de antecedência, pois tem como base um diagnóstico construído a partir do seu olhar
e da visão de outros professores em relação a frequência, pontualidade, participação
nas atividades propostas e aprendizagem dos alunos.

2. O Anexo 2 traz uma ficha de Devolutiva Individual do estudante a ser preenchida por
você e por outros dois professores, para cada aluno. Nas semanas anteriores à
atividade, durante o seu planejamento, peça que cada estudante indique dois
professores que gostaria que o avaliassem. Oriente os professores escolhidos a
preencherem as fichas e, se alguns não puderem contribuir, trabalhe com sua
percepção e as contribuições disponíveis.

3. Com todas essas informações, elabore uma pauta de conversa para cada estudante:
uma devolutiva das conquistas desses alunos e dos desafios que estão enfrentando.

OPA Projeto de Vida – 1ºano/2ºsemestre 81


4. No dia das conversas individuais, oriente os alunos que aguardam a vez a se ocupar
de outras atividades, como estudar, ler ou realizar tarefas das disciplinas, e organize
um espaço para isso na escola.

5. Informe cada aluno a respeito de como se desenvolverá a conversa, antes de iniciá-la.


Esclareça que:

 durante cerca de 25 minutos, ele poderá trocar ideias com você sobre a
vivência escolar, olhando para as conquistas e desafios e projetando meios
para que possa dar passos importantes como estudante;

 ele deve sentir-se livre para expressar pensamentos, dúvidas e sentimentos


relacionados à vivência na escola.

6. Inicie a conversa pedindo que ele faça uma autoavaliação do próprio percurso.
Discutam os pontos mais relevantes e lembre-o de anotá-los, pois são importantes na
trajetória dele como aluno. Em seguida, faça considerações sobre:

 a frequência e a pontualidade nas atividades. Se for um aluno pouco


frequente, aproveite para buscar compreender os motivos e tentar ajudá-lo
a encontrar soluções;

 a participação nas aulas das áreas de conhecimento e suas disciplinas e


nas atividades do núcleo, incluindo os quatro componentes. Ajude-o a
identificar possíveis maneiras de qualificar sua participação;

 a aprendizagem nas diversas atividades da escola. Pergunte a ele o que


considera ser seu maior aprendizado na escola e o sentido disso na vida
dele como um todo.

7. Na sequência, apresente, com cuidado e respeito, as questões apontadas pelos


professores da escola em relação aos mesmos itens acima, ajudando-o a
compreender os aspectos tratados, a se manifestar, concordando ou não, e a
identificar como essa devolutiva pode repercutir em sua vivência na escola.

8. Antes de finalizar, valorize novamente as conquistas que ele obteve e demonstre


confiança em que ele poderá superar seus desafios. Sugira que ele crie redes internas
de apoio na escola, com os colegas, professores, gestores e familiares, ganhando
assim aliados para enfrentar tais desafios.

1. Como você avalia a rodada de conversas individuais? Foi possível


estabelecer um diálogo positivo, com confiança e respeito entre as
Avaliação em partes? Se algo não correu bem, consegue identificar as causas? Você
processo considera ter oferecido o apoio necessário ao aluno que busca meios de
superar dificuldades?

2. Ao apontar para o aluno as questões colocadas por outros


professores, você conseguiu estabelecer um clima de tranquilidade? Os
alunos reagiram bem?

3. Pelo feedback individual do percurso do bimestre, acredita que as


atividades e orientações tenham contribuído para a construção dos
projetos de vida dos alunos? Foi possível notar, na fala deles, uma
opinião quanto a isso?

OPA Projeto de Vida – 1ºano/2ºsemestre 82


Atividade 19
Fechando o bimestre, o semestre e o ano
Resumo Registros na linha do tempo dos Projeto de Vida. Identificação dos passos
para concretizar o sonho, conforme atividade do 3º bimestre.
Realizar registros na linha do tempo de Projeto de Vida (finalizando a linha
Objetivos
do tempo do ano) e identificar os passos dados na busca pela
concretização dos sonhos, conforme trabalhado na Atividade 4.

Serão realizadas conversas individuais com os alunos.


Organização da
turma
. Álbum de Cartografia Pessoal
Recursos e
providências
Eixo estruturante.
Eixo
Final do semestre (último encontro do ano).
Etapa do semestre
Comunicação e autoconhecimento.
Competências para o
século 21

Duração Prevista 2 tempos.

Desenvolvimento

6. Com a turma em uma roda de conversas, apresente a atividade, ressaltando que é o


último encontro de orientação do bimestre, do semestre e do ano. Peça que os alunos
releiam o planejamento que fizeram na Atividade 4, em que colocaram degraus para
a realização de um sonho, e promova um momento de diálogo.

As seguintes questões podem estimular a conversa:


 Eles já subiram alguns degraus propostos ou continuam no mesmo
ponto?
 O que pensam a respeito do processo já vivenciado ou, se for o caso,
do fato de permanecerem no mesmo degrau?
 Alteraram a rota?

OPA Projeto de Vida – 1ºano/2ºsemestre 83


 Sentem necessidade de alterar a rota novamente? Se sim, o que
precisa ser mudado (eles podem aproveitar para realizar alterações no
quadro individual)?
 Estão confiantes de que conseguirão realizar o sonho? Se não, o que
os está desmotivando? O que podem fazer para retomar o ânimo?
 Que novos degraus podem colocar nessa escada?

7. Em seguida, proponha a eles que façam uma atualização da linha do tempo dos
encontros de Projeto de Vida, fechando o ano. Ajude-os a relembrar o que aconteceu
em cada encontro, antes dos registros em suas agendas. Registre junto com eles as
atividades do bimestre, utilizando o quadro ou flip chart, enquanto os alunos fazem o
registro no Álbum de Cartografia Pessoal.

8. Por fim, convide-os a avaliarem os encontros e a registrarem as principais


observações sobre o percurso de Projeto de Vida em seus Álbuns de Cartografia
Pessoal. Proponha que eles tragam suas percepções livremente e, aos poucos,
apresente questões para a análise do seu grupo de orientandos. Sugerimos algumas
para orientar a avaliação:
 O que vocês esperavam dos encontros de orientação?
 Como foi mudar de orientador? Estão mais confiantes em relação à próxima
mudança, que ocorrerá no início do próximo ano?
 Em que os encontros mais contribuíram para a vida de vocês como
estudantes? Os encontros foram úteis para vocês se reconhecerem como
estudantes, valorizando as conquistas e olhando os desafios com
confiança?
 Vocês conseguiram dar passos importantes para a superação desses
desafios? Ou eles continuam existindo?
 O que vocês acharam de ter esse tempo de trabalho semanal, com um
orientador e um grupo pequeno de alunos, para refletir sobre as
experiências que estão vivendo na escola e pensar o futuro, na escola e na
vida?
 O que vocês acharam da orientação individual? Ela está sendo importante
para a trajetória de vocês na escola?
 O que esperam dos encontros de orientação de Projeto de Vida no próximo
ano?

9. Após a avaliação, encerre o encontro, explicitando sua percepção do trabalho no


componente curricular Projeto de Vida e da experiência de orientar esses alunos.

OPA Projeto de Vida – 1ºano/2ºsemestre 84


Aproveite para compartilhar sentimentos em relação ao ano que virá e se colocar
disponível para apoiá-los na trajetória de estudantes!

Como nos demais bimestres, esse é um momento para que você possa
avaliar, também, o seu desempenho como orientador. Reveja as
Avaliação em atividades realizadas e analise sua atuação como mediador, refletindo a
processo partir de questões como estas:
• A preparação das atividades foi realizada com o cuidado
necessário?

• Como avalia a qualidade de sua mediação? Houve uma escuta


atenta? Você buscou adotar uma postura problematizadora,
dinamizadora e mobilizadora?

• Como foi o relacionamento com a turma? Você fomentou a


participação? Conseguiu estabelecer um clima de diálogo e
cooperação?

• Foi possível realizar todas as atividades propostas? Se não foi, o


que atrapalhou?

• O que pode ser melhorado no próximo ano?

OPA Projeto de Vida – 1ºano/2ºsemestre 85


Anexos

OPA Projeto de Vida – 1ºano/2ºsemestre 86


ANEXO 1 | FORMULÁRIO DE ESCOLHA DO PROFESSOR ORIENTADOR

Nome:

Turma:
1ª opção:
Professores
de minha
preferência 2ª opção:
para
orientação
3ª opção:
no semestre:

OPA Projeto de Vida – 1ºano/2ºsemestre 87


ANEXO 2 | FICHA – DEVOLUTIVA INDIVIDUAL

Nome do aluno:

Turma:

Orientador:

O aluno é frequente e pontual na maioria das atividades?

Como é a participação do aluno nas aulas e atividades do núcleo?

(Demonstra interesse e envolvimento? Faz perguntas? Ajuda os colegas que


têm alguma dificuldade? Tem foco nas atividades propostas? Respeita os
combinados? Assume a liderança e colabora quando é liderado? Tem
iniciativa diante de uma atividade?).

O que o aluno tem aprendido e o que precisa intensificar em termos de


aprendizagem?

(Mencionar conteúdos específicos das áreas de conhecimento/disciplinas e as


competências da Matriz de Competências para o Século 21).

OPA Projeto de Vida – 1ºano/2ºsemestre 88


OPA Projeto de Vida – 1ºano/2ºsemestre 89

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