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Elizabeth Christina Rodrigues Bittencourt

A DIMENSÃO DO TEMPO NA MATEMÁTICA E NA ELABORAÇÃO DOS PLANEJAMENTOS NA EDUCAÇÃO


THE DIMENSION OF TIME IN MATHEMATICS AND IN THE PREPARATION OF PLANNING IN EDUCATION

A edificação consolidada de uma proposta metodológica ao longo do tempo


The consolidated construction of a methodological proposal over time

16 de maio de 2020
May 16, 2020
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Dedicatória

Aos meus conviventes... de hoje e de sempre


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Agradecimentos

Aos que leram e ouviram minhas ideias e propostas e que aprenderam um


pouco com minha convivência, e com quem aprendi também.

Aos que oportunizaram a divulgação de minhas ideias e propostas para


grupos especializados e interessados no que eu tinha a dizer.

Aos inúmeros acessos as minhas publicações em que tentei exprimir minhas


ideias e propostas, e que espero que tenham encontrado valor no que escrevi.

Aos que, em algum dia, usem e divulguem minhas ideias e propostas se


julgarem válidas em qualquer ocasião.

Muito obrigada!

Tenho ainda um “Muitíssimo obrigada!” para minha filha Christiane Bittencourt Oliveira
Martins pela atenção que tem sempre me dado, graciosamente, ao ler, comentar, corrigir e
sugerir algumas poucas alterações algumas vezes necessárias em minhas publicações. Ano após
ano sua pessoa tem crescido em minha vida e a cada ano que passa dependo mais de sua
atuação, mesmo com muitos quilômetros a nos separar. É minha grande parceira, cujo valor
tenho de reconhecer, porque vai muito além das nossas relações Mãe-Filha.

Com muito amor!

Mamãe
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RESUMO

Retomar um trabalho escrito anos atrás e aperfeiçoá-lo requer o reconhecimento de seu valor. Quando
se trata, então, de um trabalho de própria autoria esta tarefa exige mais do que um ufanismo da pessoa,
mas o reconhecimento do Conhecimento ao qual nos curvamos. O embrião deste texto foi elaborado e
apresentado em dois grandes encontros de especialistas, sendo o primeiro na Universidade Estadual de
Campinas - UNICAMP – e o segundo na Universidade São Paulo – USP. É um resgate parcial do texto,
com outra roupagem, mais ampla, em que são respeitados os conceitos e as ilustrações das
apresentações originais que num vislumbre de futuro foram elaboradas. O estilo é memorialista, pois os
conceitos primordiais se mantêm, apesar de tantas leituras e estudos desde sua elaboração inicial.
Elencar todo o material estudado seria trabalho hercúleo a que não me disponho, por ser
absolutamente dispensável. Sob o título de Referências Bibliográficas estão contidos os textos
publicados ou citações de momentos em que foram apresentados oralmente. O estilo destas
Referências irá seguir a ordem cronológica em desfavor dos padrões comumente estabelecidos por
tratar-se de produções de mesma autoria. Em cada uma delas só serão citados os títulos e os links de
acesso, caso possam ser visualizados até a presente data. O que posso garantir é que estes preceitos
subsidiaram minha trajetória docente por mais de uma década depois de publicados e, assim sendo,
contém uma relativa veracidade e eu desejo que cada Profissional da Educação poderá encontrar nele
uma razoável fonte de reflexão em seu próprio proveito.

ABSTRACT

Resuming a work written years ago and improving it requires recognition of its value. When it comes to
a work of authorship, this task requires more than a person's pride, but the recognition of the
Knowledge to which we bow. The embryo of this text was elaborated and presented in two great
meetings of specialists, the first at the State University of Campinas - UNICAMP - and the second at the
University São Paulo - USP. It is a partial redemption of the text, with another, broader guise, in which
the concepts and illustrations of the original presentations are respected, which in a glimpse of the
future were elaborated. The style is memorialistic because the primordial concepts remain, despite so
many readings and studies since its initial elaboration. To list all the material studied would be
herculean work that I do not have, as it is absolutely expendable. Under the title of Bibliographical
References, there are published texts or quotes from moments when they were presented orally. The
style of these References will follow the chronological order in opposition to the standards commonly
established because they are productions of the same authorship. In each of them, only the titles and
access links will be mentioned, if they can be viewed until the present date.What I can guarantee is that
these precepts subsidized my teaching trajectory for more than a decade after being published and,
therefore, it contains a relative veracity and I wish that each Education Professional can find in it a
reasonable source of reflection for their own benefit.

Palavras-chave: Operaçõçes básicas da Matemática - Planejamento – Educação


Keyword: Basic operations of Mathematics - Planning - Education
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Introdução e Justificativa histórica

Eu havia ocupado a função de Professor Coordenador durante cinco em uma escola pública exclusiva de
Ensino Médio da rede estadual do Estado de São Paulo (1998-2003) e este período foi muito profícuo
em observações sobre os fazeres realizados tanto pela equipe docente quanto quadro administrativo da
escola. Durante este período recebi a incumbência de Coordenar e Planejar as ações que objetivassem a
elaboração de um Plano de Curso que fosse vertical e horizontal. Vertical conquanto pudesse levar os
alunos a receberem gradativamente, ao longo dos três anos, os conhecimentos mais elementares e a
partir deles adquirindo novos conhecimentos, em uma trajetória crescente e contínua, tanto no aspecto
cognitivo, como emocional e comportamental, ganhando abstração ao longo de todo este percurso.
Horizontal na medida em que, a cada bimestre, os diferentes componentes curriculares pudessem se
complementar, em uma concepção interdisciplinar, oferecendo um panorama abrangente sobre a
construção dos conhecimentos correlatos.

Quando este Plano de Curso foi finalizado minha grande satisfação foi, ao participar de uma reunião
geral do corpo docente, Convocada pela Direção da Escola, que todos os professores em decisão
unânime, apoiaram o que havia sido feito. Cada professor com suas sugestões e cada componente
curricular pode oferecer seus principais eixos estruturantes que passaram a ser cumpridos a partir
daquela ocasião, por alguns anos. Ao elaborar este plano foi decidido que a linha mestra a ser seguida
teria um forte apelo temporal, pois o próprio Conhecimento das civilizações foi se construindo a partir
dos séculos. Em linhas gerais, no primeiro ano os temas foram buscados nos povos e nas culturas mais
antigas, validados ao longo dos séculos até hoje. No segundo ano os temas estudados foram escolhidos
a partir da Revolução industrial até o final do século XIX e no terceiro ano, do início do século XX até os
dias atuais. Estes marcos históricos foram repensados com muita atenção pelos professores de cada
componente curricular em seguidas reuniões, ao longo do segundo semestre de 1998. Decidiram só
consolidar as propostas já bastante adiantadas no ano seguinte, para oportunizar a sugestão dos novos
professores que iriam tomar posse em decorrência de concurso público cujos resultados tinham sido
recentemente publicados. O novo Plano de Curso foi posto em ação com grande entusiasmo pela
equipe docente, que viu os resultados das avaliações dos alunos melhorarem sensivelmente, com maior
dedicação e empenho de toda a comunidade escolar. Como Professor Coordenador acompanhei o
sucesso de toda a escola com muita satisfação, reconhecendo o esforço de todos na conquista da tão
almejada melhoria da qualidade do ensino. (MARTINS, 2000)

A vontade de compartilhar esta experiência de vida com outras escolas, em uma visão mais abrangente,
me fez refletir que esta aspiração demandava maior largueza e profundidade nos estudos na área da
Educação, e a oportunidade surgiu através do oferecimento de Bolsas de Estudo para Cursos de
Mestrado por parte da Secretaria de Educação do Estado. Concorri e fui aceita, mas precisei afastar-me
da função de Professor Coordenador, mas levando comigo toda a experiência adquirida ao longo de
cinco anos.

Já frequentando as aulas de pós-graduação na Universidade Cruzeiro do Sul – UNICSUL – a Coordenação


do Curso incentivou a participação de todos os Mestrandos no XVIII Encontro Regional de Professores
de Matemática na Universidade Estadual de Campinas em maio de 2005. Tratando-se de um Encontro
de Professores de Matemática, entendi que deveria elaborar um texto para submissão que contivesse
estes princípios, e por causa disso logo me lembrei das ações que envolveram a elaboração do Plano de
Curso recentemente. O trabalho foi aceito e organizei os slides para apresentação. Ao mesmo tempo foi
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aberta também a submissão de trabalhos para o 1° Seminário Paulista de História e Educação


Matemática a ser realizado no campus da Universidade São Paulo. Novamente submeti este mesmo
material, que recebeu aceite em outubro de 2005. Nas duas apresentações orais, em ambiente de
estudiosos da Matemática, meu trabalho foi bem aceito sem questionamentos nem discussão.

Desde então, independentemente do Diploma de Mestrado recebido em Ensino de Ciências e


Matemática, minhas ações de Planejamento vêm se pautando pelos princípios defendidos naquela
época. Entre 2004 e 2010 esta ação foi implementada na elaboração dos Planejamentos de Biologia,
cargo de pleno direito adquirido em concurso público, até minha aposentadoria. Concomitantemente
assumi, também por concurso, o cargo de Professora de Ciências para turmas de do Ensino
Fundamental – Nível II nas escolas da rede da Secretaria Municipal de Educação da Prefeitura de São
Paulo, a partir de novembro de 1999. Tendo trabalhado em diferentes escolas da Zona sul da cidade,
tanto me dediquei aos Planejamentos para turmas de ensino regular quanto para turmas de Educação
de Jovens e Adultos.

Pelos resultados obtidos ao trabalhar com um projeto de leitura de textos jornalísticos com alunos do
período noturno em uma escola da rede municipal, uma colega insistiu que eu participasse no 16° COLE
– Congresso de Leitura do Brasil, realizado na Universidade Estadual de Campinas, em 2007. Mesmo
tendo sido indicada por estar desenvolvendo um projeto de apoio docente relacionado à leitura de
textos jornalísticos, a questão da elaboração das práticas de elaboração dos Planejamentos ainda
estavam em evidência para mim, e novamente fiz uma apresentação oral em que a escolha dos livros
didáticos e o Planejamento dos Professores de Biologia continuaram a ganhar minha atenção e motivo
de apresentação oral. (BITTENCOURT, 2007)

Concatenar a atividade profissional em duas redes escolares, docência no ambiente universitário,


estudos envolvendo cursos de aprimoramento profissional e demais eventos familiares e profissionais
demandou um planejamento acurado de agenda que permitisse a realização de todos estes
compromissos. A partir de 2010 meu maior compromisso esteve relacionado às aulas na Prefeitura de
São Paulo, mas com esforço redobrado, por manter-me sempre envolvida em Projetos de Visitas
Monitoradas a Instituições Públicas que costumam oferecer acesso gratuito e propostas educacionais
para grupos de estudantes.

As questões relacionadas aos Planejamentos são hoje a tônica de meu trabalho, perante tantas
informações que são oportunizadas pela internet em diferentes vias. Também o uso das novas
tecnologias, por si só são um desafio, pois obrigam os Professores e Professoras a repensar suas
práticas. Propostas dinâmicas têm surgido nos cursos, encontros e da própria interação com os colegas,
com propostas de interatividade com o aluno no ambiente virtual. Nas condições de teleatendimento o
rígido horário das aulas é agora pulverizado em pequenas ações de interação individual ou em pequeno
grupo de alunos. Neste modelo inovador que está sendo recentemente constituído os personagens se
transformam e novos recursos entram em prática, indicando que os rumos da Educação estão sendo
transformados de forma irreversível.
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A questão da Matemática na elaboração dos Planejamentos

Cada Professor ou Professora detém um cabedal de Conhecimentos que adquiriu desde a Educação
Básica até o último ano do curso universitário, além de cursos complementares ou informações
adquiridas em seu convívio familiar, social ou profissional. A cada início de período letivo em que irá
atuar deve aquilatar qual fração de todo os seus conhecimentos deve ser ofertada as suas classes, de
acordo com a idade ou série de seus alunos, comunidade escolar, e o número de aulas semanais de que
irá dispor em um bimestre, semestre ou horas de aula de todo este período em que irá atuar. Além do
tempo que irá dispor para estas aulas ainda deve considerar as melhores estratégias de ensino a serem
adotadas e recursos tecnológicos disponíveis de sua parte ou da escola.

Os conteúdos em si que pretende apresentar deverão sofrer um dimensionamento adequado, de forma


que a gama de conhecimentos a serem transmitidos mantenha sua unicidade perante séries anteriores
ou posteriores que os alunos já cursaram ou irão frequentar. É conveniente que o Professor ou
Professora faça um diagnóstico no início das aulas para ficar sabendo dos conhecimentos prévios de
seus alunos. Este procedimento irá oferecer uma melhor visualização de sua turma, além de promover
um relacionamento amigável com a classe. A partir dos conhecimentos prévios poderá considerá-los e
dar sequência a eles, sem provocar interrupções significativas na construção dos saberes e dar um
oportuno sequenciamento a eles.

Objetivando cumprir a seleção de conteúdos relativas à sua área de conhecimentos, deve considerar
ainda o contexto social da comunidade escolar e a relevância deste conhecimentos na inserção deste
aluno como futuro cidadão. Sem dúvida o conhecimento de um componente curricular foi construído ao
longo dos séculos, e foi assimilado ao longo do tempo pela comunidade escolar. Ao referendar os
conhecimentos dos alunos, e que trouxeram de seu ambiente familiar, o apoio das famílias no apoio aos
estudos feitos em casa ganhará relevância, permitindo melhores resultados no processo educativo.
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Os inúmeros planejamentos que um Professor ou Professora faz no início ou durante cada ano letivo de
sua carreira, em seu componente curricular, sofrem fortes mudanças ao longo dos anos, principalmente
em decorrência de:
o inovações sofridas por recentes pesquisas em sua ou em outras áreas correlatas
o regulamentações educacionais federais, estaduais, municipais, ou particulares de cada escola
o materiais e recursos pedagógicos disponíveis na escola
o materiais e outros recursos adquiridos pelas famílias ao dispor dos alunos
o diversidade dos ambientes escolares e suas respectivas comunidades, entre outras.

É conveniente que os Professores e Professora participem de Cursos de atualização profissional,


Encontros, Jornadas e se mantenha em intercâmbio de ideias com colegas que atuam em outras escolas
no mesmo componente curricular. Da mesma forma, a interação com colegas de outros componentes
também oportunizam o desenvolvimento de interações primorosas para ambas as partes, que podem
com isso ampliar seu discurso e favorecer o diálogo com os demais colegas da mesma escola com quem
compartilhe, preferencialmente, as mesmas turmas. A troca de ideias entre os docentes que vai muito
além das práticas escolares pode ser riquíssimo e até mesmo ultrapassar os objetivos pedagógicos da
Educação. Acabam se estendendo para as relações sociais e familiares, o que propicia aos educadores a
oportunidade de serem estabelecidas novas redes sociais, mesmo quando distantes de suas famílias ou
grupos sociais e profissionais anteriores.

É conveniente que todo o grupo de profissionais da Educação de uma escola acompanhe e se atualize
também perante as novas tecnologias que vão sendo gradualmente desenvolvidas e compartilhadas
pelo setor da Educação. Nas últimas décadas a informática vem transformando toda a sociedade e
dentro dela a Educação. Uma grande parte dos profissionais atuantes nas escolas frequentaram os
cursos universitários em tempos em que estas novas tecnologias eram inexistentes e utilizaram os
recursos disponíveis daquele época, na obtenção de seu Diploma e conquista do atual cargo. Entretanto,
Professores e Professoras mais jovens já vivenciaram novos padrões de estudos e aprendizagem,
pesquisa e compartilhamento de conhecimentos muito diferentes do que em décadas anteriores. A
convivência de profissionais formados sob estas diferentes perspectivas muitas vezes desconsidera estas
diferenças. Elas são sutis dentro de um corpo docente e podem ser pouco significativas à primeira vista,
mas há que se reconhecer que alguns Professores e Professoras têm anos de experiência docente e
saber culturalmente acumulado, enquanto outros têm maior disposição física, projetos mais arrojados,
mas também menor experiência. Somente o compartilhamento de saberes entre os Profissionais da
Educação é que irá promover avanços no Projeto Escolar e conquistas coletivas em direção da tão
almejada qualidade do ensino.
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Independentemente de cada situação particular e dos pressupostos coletivos assumidos perante a


equipe escolar, cada Professor ou Professora certamente irá elaborar seu próprio Planejamento. Nesta
feitura cada um poderá utilizar, com maior ou menos intensidade, as quatro operações matemáticas
fundamentais, mesmo que nem se dê conta disso. Assim:

Adição - através do diálogo cooperativo entre os


demais Professores e Gestores da Escola, cada um
com seus conhecimentos, avanços, experiências e
contribuições dos saberes da instituição escolar.
Devem ser consideradas as particularidades da
Equipe de Gestão e dos pequenos grupos, suas
características individuais, dos diversos líderes ou
dos pequenos grupos em que atuam. Os fatos
relevantes que têm afetado a vida da comunidade
interna e externa à Escola, líderes comunitários e
disputas locais por comando em grupos com
interesses divergentes que afetam as relações
discentes. Alunos que demandam atendimento
especializado, etc. Todos estes conhecimentos
devem ser considerados e agregados ao
Planejamento individual para que ele tenha
relevância social e ofereça elementos a partir dos
quais os alunos poderão ter sucesso em seus
estudos ou profissões a qualquer tempo.

Subtração – pelo reconhecimento dos assuntos de


contextos passados, que perderam valor ou ênfase
e resgatando um Conhecimento panorâmico do
assunto a ser tratado, pelo menos no início do
período letivo. Os primeiros encontros de cada
Professor ou Professora irá permitir delinear o
perfil de suas turmas e saber de suas expectativas,
permitindo até que elabore planejamentos
similares, mas não idênticos para diversas turmas
da mesma série, onde as regras gerais
estabelecidas serão adaptadas às particularidades
de cada turma.
É conveniente que estes estudos sejam feitos coletivamente, especialmente no caso de uma escola de
porte médio ou grande, isto porque este grupo de Professores, responsáveis pelo ensino de um
determinado componente curricular têm de delimitar o que será incluído em cada série do Ensino
Fundamental, Médio ou Universitário, evitando assim que surjam lacunas ou sobreposição de temas ou
conteúdos em séries subsequentes.
A cada ano a discussão deve oportunizar os avanços dos conhecimentos em cada área de cada um dos
componentes curriculares e a melhor forma ou momento para sua inserção no planejamento do ano ou
período que se inicia. Importante lembrar que a cada adição deve ser também delimitado o tempo ou
horas ou aulas para seu oferecimento. Por outro lado, a cada acréscimo de um novo tema ou assunto irá
implicar na redução ou decréscimo ou diminuição de outro, que perdeu relevância com o passar dos
anos. Esta é uma tarefa difícil e até chegando a ser dolorosa, algumas vezes, mas a decisão do coletivo
deve determinar os rumos gerais a serem tomados.
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Do trabalho coletivo e das discussões entre os Professores e Professoras que determinam os rumos e
avanços de mesmo componente curricular o trabalho individual de cada um passa a ser, a seguir, para
outra fase, onde a reflexão sobre suas próprias ações perante suas turmas se torna primordial. É hora de
rever o calendário de início e fim do período letivo, feriados e outras datas com suspensão de aulas ou
Projetos Escolares definidos no Projeto Pedagógico da Escola. Todos estes eventos é que irão
determinar o tempo de horas ou aulas disponíveis para a efetiva ação de docência perante suas turmas.
Nesta etapa, surgem as outras operações matemáticas indispensáveis a serem acionadas:

Multiplicação - dos meios e recursos disponíveis,


maximizando as ações em favor de resultados
significativos de aprendizado. Cada Professor ou
Professora em atividade docente bem sabe do que
se trata: não basta uma régua para uma turma de
alunos, pois cada um tem de ter a sua. Cada
material de que irá precisar para uso individual
tem de ser garantido para cada aluno ou aluna da
classe. Pouco adianta metade da classe dispor de
algum material ou equipamento e a outra metade
não. Ou o Professor ou Professora garante a
disponibilidade individual por si ou pela escola em
que atua, ou lança mão de alternativas de
compartilhamento de materiais em duplas, trios
ou pequenos grupos de alunos. Este é um recurso
ao qual o Professor ou Professora deve recorrer,
justificando para seus alunos estas razões e
valorizando o trabalho em pequenos grupos.

Divisão - dos tempos, pela visualização prévia das


horas e aulas disponíveis em cada bimestre ou
semestre letivo. Esta é uma tarefa algumas vezes
ingrata, pois cada Professor ou Professora tem
suas preferências individuais e tem a tendência de
alongar-se nestes temas, oferecendo recursos
extraordinários nestas abordagens ou
promovendo acalorados debates. Algumas vezes
são fatos do cotidiano escolar que ganham
destaque, prejudicando o andamento das aulas
previstas, que acabam não acontecendo de acordo
com os propósitos iniciais. Nesta fase do
Planejamento é recomendável que cada Professor
ou Professora estipule períodos definidos para o
desenvolvimento de cada tema que pretende
ensinar para seus alunos, prevendo aulas
expositivas, experimentações, visitas em
ambientes extraclasse, leituras, debates,
seminários, trabalhos em grupos, avaliações e
outras atividades que lhe convier.
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Discussão final

Muitas vezes temos uma ideia limitada do valor que têm as quatro operações básicas da Matemática na
feitura dos Planejamentos educacionais. Cabe aos Profissionais da Educação a tarefa de ampliar esta
visão restrita e entender que as operações matemáticas estão enraizadas na cultura de cada um desde a
sua mais tenra idade. Os números e suas operações básicas surgem todos os momentos nas atividades
escolares: tanto nas que têm um caráter de visão formativa quanto nas de cultura e lazer. Ainda mais,
porque determinam a organização dos espaços e tempos escolares, favorecendo ou limitando a atuação
dos Profissionais da Educação que atuam em cada instituição escolar. Os Professores de todos os
componentes curriculares nem se se apercebem do uso das quatro operações matemáticas simples que
utiliza continuamente nas atividades de Planejamento coletivo e depois, na execução dos
Planejamentos individuais perante suas turmas e também nas práticas em sala de aula. A organização
das atividades de ensino centradas na partição do tempo permite uma clarificação dos objetivos a
serem conquistados pelos Professores e Professoras, e favorecem um melhor aprendizado por parte das
classes. Ao estabelecer o foco nos conteúdos planejados, nas sequências didáticas irá ofertar ume
valorização de cada uma das frações do Conhecimento apresentada em cada aula.

Final discussion

We often have a limited idea of the value of the four basic operations of Mathematics in making
educational plans. It is up to Education Professionals to expand this restricted view and understand that
mathematical operations are rooted in the culture of each one from their earliest age. Numbers and
their basic operations appear at all times in school activities: both in terms of formative vision and in
those of culture and leisure. Even more, because they determine the organization of school spaces and
times, favoring or limiting the performance of Education Professionals who work in each school
institution. Teachers of all curricular components are not even aware of the use of the four simple
mathematical operations that they use continuously in the activities of collective planning and then, in
the execution of individual plans before their classes and also in classroom practices. The organization of
teaching activities centered on the partition of time allows a clarification of the objectives to be
achieved by the Teachers, and favor a better learning by the classes. When establishing the focus on the
planned contents, the didactic sequences will offer an appreciation of each of the fractions of
Knowledge presented in each class.
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Referências bibliográficas
A visualização dos links formam conferidas e atualizadas todas na mesma data: 21/05/2020.

MARTINS. E.C.R.B. O plano de curso como caminho da autonomia pedagógica da escola. Monografia de Curso de
Especialização em Educação. Universidade Metodista de São Paulo, 2000. 28 p. Cópias depositadas no Instituto de
Matemática e Estatística da USP e Universidade Cruzeiro do Sul. Disponível em:
https://www.academia.edu/22234650/O_PLANO_DE_CURSO_COMO_CAMINHO_DA_AUTONOMIA_PEDAG%C3%9
3GICA_DA_ESCOLA

MARTINS, E.C.R.B. A metodologia da Matemática na feitura dos Planejamentos de Biologia


Todas estas referências referem-se ao resumo original.
Jurid Publicações eletrônicas.
https://www.jornaljurid.com.br/doutrina/geral/a-metodologia-da-matematica-na-feitura-dos-planejamentos-de-
biologia Disponibilizado em 21/03/2005.
XVIII Encontro Regional de Professores de Matemática: O ensino de Matemática e suas práticas”.
Realizado na Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP. Disponível em:
https://www.ime.unicamp.br/erpm2005/anais/c29.pdf Apresentação oral feita em 21/05/2005.
1° Seminário Paulista de História e Educação matemática – SPHEM: possibilidades de diálogos
Realizado no Instituto de Matemática e Estatística da Universidade de São Paulo – USP. Disponível em:
https://www.ime.usp.br/~sphem/documentos/sphem-tematicos-3.pdf Apresentação oral feita em 12/10/2005.
Seminário do Programa de Mestrado Profissionalizante em Ensino de Ciências e Matemática da Universidade
Cruzeiro do Sul. Apresentação oral em 20/10/2005.

MARTINS, E.B. Defendendo que a metodologia da Matemática vai além da feitura dos Planejamentos de Biologia
https://www.jornaljurid.com.br/doutrina/geral/defendendo-que-a-metodologia-da-matematica-vai-alem-da-
feitura-dos-planejamentos-de-biologia Postado em 25/01/2006.

BITTENCOURT, E.C.R. Sobre a renovação do planejamento através da mudança do livro didático.


16° COLE–Congresso de Leitura do Brasil, da Universidade Estadual de Campinas–UNICAMP. Disponível em:
http://alb.org.br/arquivo-morto/edicoes_anteriores/anais16/sem07pdf/sm07ss13_03.pdf Apresentação feita em
12 de julho de 2007.

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