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CONTINUADA
Junho,1998
Introdução
A constatação das dificuldades dos alunos muitas vezes são de difícil diagnóstico pelo
Professor, que muitas vezes só toma delas conhecimento através dos métodos de
avaliação tradicional, ao fim de um bimestre letivo.
Objetivo
Em posterior análise dos resultados obtidos pela classe, os alunos reconheceram que não
haviam dado a devida importância à prova, nem haviam se preparado de maneira
conveniente.
A professora propôs que fossem feitas avaliações em períodos mais curtos, desta forma
obtendo as seguintes vantagens: menor conteúdo a ser estudado; e avaliaçào contínua ao
processo de aprendizagem.
O conteúdo que teve uma baixa retenção de aprendizado por parte dos alunos foi
submetido a trabalho de revisão paralela, em forma de questões de revisão, e foi dada
sequência ao ensinamento do conteúdo programático curricular.
Passadas duas semanas, foi aplicada nova avaliação, contendo três questões dissertativas,
e os resultados obtidos foram analisados (tabela “b”). Pela comparação com os
resultados anteriores, pode-se concluir que a sistemática adotada quanto ao sistema de
avaliação foi muito mais favorável aos alunos que o adotado anteriormente.
Na tentativa de uma análise mais aprofundada do caso, visando uma abordagem das
causas subjetivas que teriam permeado todo o processo, a professora propôs à classe que
a informassem de alguns aspectos pessoais, para uma interpretação detalhada do
processo ensino-aprendizagem. Nesta ocasião, foram propostas quatro perguntas:
Tabulação dos resultados de toda uma classe em três ocasiões, através de questões
escritas, na forma dissertativa:
a) Avaliação inicial de um componente curricular específico.
Resultados
17 anos 4 14,28%
18 anos 8 28,57%
19 anos 6 21,42%
20 anos 7 25,00%
21 anos 1 3,57%
22 anos 1 3,57%
23 anos 1 3,57%
tempo 20 71,43%
cansaço 8 28,57%
assimilação 5 17,86%
linguagem do professor/didática 4 14,29%
conhecimento da matéria 4 14,29%
prestar atenção 3 10,71%
dificuldade em Matemática e/ou Física 3 10,71%
sono 3 10,71%
falta de motivação 2 7,14%
preguiça mental/desinteresse 2 7,14%
fome 2 7,14%
fazer trabalhos/tarefas escolares 2 7,14%
desânimo 1 3,57%
rotina da atividade profissional 1 3,57%
conciliar as diferentes matérias 1 3,57%
distância casa x escola x trabalho 1 3,57%
c.3) Auto-análise quanto às próprias condições de interpretação da linguagem falada e
escrita
c.4) Auto-análise quanto aos motivos que modificaram os resultados ocorridos entre as
duas avaliações (tabelas “a” e “b”)
O aluno que frequenta o ensino médio no período noturno vive uma realidade bastante
diversa que seus colegas do período diurno. Uma simples análise constata que a faixa
etária é mais elevada, indicando anos de resultado negativo (evasão / repetência) em seu
histórico escolar. A condição de que a grande maioria trabalha, condiciona um aluno
física e mentalmente cansado, com dificulade de assimilação do conteúdo. Isto aliado à
insuficiência de materiais didáticos (ou por falta de recursos para aquisição; ou por
comodismo de trazê-lo para a escola) faz com que o rendimento médio seja inferior ao
aluno do período diurno.
De acordo com sua própria óptica, estes alunos reconhecem suas dificuldades em
participar do processo educativo, a partir da primissa de que muitas vezes nem têm o
domínio completo do idioma pátrio, base da comunicação e do entendimento. A
transcrição da ficha de avaliação de um aluno (Anexo I) é o retrato mais fiel da situação
de uma grande parte desta geração.
A Professora pediu que as fichas fossem feitas com a maior sinceridade por parte da
classe, e dispensou a identificação por parte dos alunos. Nenhuma correção foi feita no
texto.