Segundo HOFFMANN (2017) para que se construa o significado da ação
avaliativa, é necessário revitaliza-la no dinamismo que encerra de ação- reflexão-ação no dia a dia das salas de aula. Ou seja, uma observação permanente no sentido de descobrir possibilidades de aprendizagem de cada aluno, no seu processo de aprendizagem. Uma tarefa nada fácil no ensino remoto, mas possível e necessária para que realmente a avaliação seja de fato positiva. Se a avaliação das aprendizagens adquiridas pelos alunos não é algo tão simples a ser feito, como realizar essa ação por meio do ensino remoto? Quando os professores tinham acesso presencial aos seus alunos, essa atuação poderia ser considerada como habitual e mais simples a ser executada. Porém com a presente realidade do ensino remoto essa prática tornou-se mais complexa, portanto além dos professores terem que reestruturar suas práticas pedagógicas para ensinar seus alunos, também precisam reorganizar a maneira como avalia suas crianças. Avaliar o aluno deixa de significar fazer um julgamento sobre aprendizagem do aluno, para servir como momento capaz de revelar o que o aluno já sabe, os caminhos, que percorreu para alcançar o conhecimento demonstrado, seu processo de construção de conhecimentos, o que o aluno não sabe, o que pode vir a saber, o que é potencialmente revelado em seu processo, suas possibilidades de avanço e suas necessidades para que a superação, sempre transitória do não saber, possa ocorrer. (ESTEBAN, 1997, p. 53 apud AFONSO, 1999, p.92) Avaliar em modalidades virtuais do processo de ensino e aprendizagem ainda nos parece ser um dos maiores desafios a superar. O respeito à epistemologia das diversas áreas do conhecimento deve, também aqui, acontecer, para que encontremos soluções aplicáveis às realidades das áreas, em oposição a soluções uniformizadoras do processo avaliativo (Xavier, 2020). Uma das maiores dificuldades enfrentadas pelos professores, pais e alunos foi se adaptar ao ensino remoto, os educadores se reinventaram para trabalhar no ensino remoto, os pais assumiram o papel de auxiliares dos professores e os alunos ficaram perdidos por estarem acostumados com a sala de aula e o ensino presencial. Com a implementação do ensino remoto ocorrerão várias situações contrárias, os professores no início da realização de suas atividades síncronas não acertavam inserir vídeos para facilitar o conteúdo transmitido. Pais ou responsáveis assumiram as atribuições dos professores, ensinando e auxiliando seus filhos com as atividades que os professores enviavam. Outra situação que pode ser citada é relacionada as famílias que não possuíam acesso à internet (meio pelo qual o ensino seria desenvolvido), ao surgir essa dificuldade as escolas elaboraram a tática de entrega de apostilas impressas a essa clientela de alunos. Outra dificuldade confrontada foi ter o feedback das atividades postadas nas plataformas digitais pelos professores, os pais não conseguiam realizar as mesmas e alegaram que seus filhos não sentiam vontade de realizar. Apesar das dificuldades acima citadas, os docentes tiveram que realizar a árdua tarefa de avaliar o progresso cognitivo de seus discentes; observando a devolutiva das crianças que participaram das tarefas propostas, os professores puderam realinhar suas estratégias e avaliar o desempenho intelectual dos seus alunos levando em consideração os aspectos qualitativos.
Referências Bibliográficas:
A AVALIAÇÃO NO ENSINO REMOTO EMERGENCIAL. Disponível em:<
https://www.unifal-mg.edu.br/graduacao/wp-ontent/uploads/sites/94/2020/08/A- avalia%C3%A7%C3%A3o-no-Ensino-Remoto-Emergencial-3.pdf>. Acesso em: novembro 2021. AVALIAÇÃO FORMATIVA EM TEMPOS DE PANDEMIA: um instrumento de apoio no processo de alfabetização. Disponível em:https://www.revide.com.br/blog/elaine-assolini/avaliacao-formativa-em- tempos-de-pandemia-um-instr/ Acesso em nov.2021. ESTEBAN, Maria Teresa (org.). Avaliação: uma prática em busca de novos sentidos. Rio de Janeiro: Ed. DP&A.1999.