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LIBRAS

LIBRAS: CULTURA,
LÍNGUA E PRÁTICA
Autor: Me. Jhonatan Diógenes de Oliveira Alves
Revisor: Etna Paloma Nobre

INICIAR

introdução
Introdução
Caro(a) estudante, seja bem-vindo(a) a esta nossa unidade. Aqui,
estudaremos a respeito da cultura surda a partir de seus artefatos e
sinais que a representam, bem como daremos ênfase à língua de
sinais a partir do aprendizado do alfabeto, de alguns sinais de
cumprimento e relacionados à família e outras questões do cotidiano.
Ao abordarmos este conteúdo, damos mais um passo na construção
de um saber teórico, mas que leva a uma prática.

Em outras palavras, nosso intuito será o de promover a língua de


sinais, língua pertencente à comunidade surda, como instrumento de
reconhecimento de sua cultura e identidade, bem como artefato
próprio para se comunicar em situações corriqueiras, de modo a
promover a acessibilidade e inclusão a partir do nosso conhecimento.
Desde já, desejamos a você um excelente estudo!
Artefatos
Culturais da
Comunidade
Surda

A palavra “artefato” comumente nos remete a uma ideia de objeto


antigo, raro, que foi encontrado em meio a uma investigação
aprofundada. Muito próximo dessa interpretação, porém não limitada
a ela, os artefatos culturais da comunidade surda se dePnem a partir
da organização da vida da pessoa surda como um todo. Ou seja, as
áreas de desenvolvimento pelas quais ela passa, as relações primárias
que desenvolve ao longo de sua formação etc. são dePnidas como
parte de sua cultura, isso porque são elas que constituem a sua
identidade (CABRAL, 2016).

Devemos considerar que as implicações externas na formação de uma


identidade devem ser levadas em consideração em todos os contextos,
em todos os âmbitos da vida de uma pessoa. Isso se aplica a qualquer
um de nós: todos temos e somos aquilo que nosso ambiente permitiu,
não de maneira determinante, mas as in\uências locais nos capacitam
e nos dão uma identidade própria. Por exemplo, o fato de
reconhecermos alguém pelo sotaque de sua fala, do estilo de roupa
que usa, dos hábitos que demonstra ter etc.

No caso da pessoa surda, tais implicações culturais se tornam bem


mais in\uentes em sua identidade, uma vez que ela se encontra, desde
o seu nascimento, em uma sociedade “estrangeira”. Conduzidas pelos
valores e pela lógica do mundo dos ouvintes, a pessoa surda e sua
família, ao terem o diagnóstico da surdez, podem incorrer em um
processo de negação do fato (CABRAL, 2016). Em um primeiro
momento, além da família, é o surdo quem geralmente sofre mais com
essa constatação da surdez, pois, ao se deparar com o mundo externo
ao seu círculo familiar, ele se perceberá diferente dos demais e, em
alguns casos, mais comuns em pequenas cidades, poderá ser a única
pessoa com dePciência em seu bairro.

Mesmo que a descoberta da surdez possa ocorrer nos primeiros anos


de vida, ainda assim há situações nas quais a negação permanece
presente. O que se veriPca, na prática, é que, conforme a condução do
diagnóstico, bem como a visão médica a respeito do que é ser surdo, a
aceitação da família tende a ser diferente. Isso reforça a importância
do atendimento humanizado e que não reconheça a surdez como
sinônimo de incapacidade proPssional, afetiva e social.

De modo geral, no Brasil, o discurso médico sobre a surdez


reforça os aspectos negativos da de:ciência. Esta
perspectiva negativa em relação ao desenvolvimento do
surdo negligencia a possibilidade de seu desenvolvimento
bilíngue e reforça a visão dos pais de que seus :lhos terão
muitos problemas de desenvolvimento acadêmico e social
(MONTEIRO; SILVA; RATNER, 2016, p. 2).
Perceba como fatores como o familiar, o social e o linguístico
interferem diretamente não apenas na compreensão da pessoa surda
sobre sua cultura, mas também sobre ela mesma. Seja a surdez
congênita (que está presente desde o nascimento) ou a adquirida (por
doença, velhice, acidentes etc.), todas exigem do indivíduo um período
de adaptação no qual sua identidade deve ser paulatinamente aceita
por ele. Esse processo de aceitação pode até ser lento, porém, se torna
muito mais complexo quando a experiência do sujeito é cercada por
paradigmas preconceituosos, discursos não fundamentados na
realidade do ser surdo ou, então, ignorada pelas pessoas, como se ela
não existisse e, portanto, não devesse ser levada em consideração. É
como se a sua condição física e biológica não fosse reconhecida por
seus pares, que a todo instante buscam a “normalização” de seu
estado.

A construção da identidade surda nem sempre nasce da


aceitação dessa realidade diferenciada dos ouvintes. Ela
pode nascer da contradição de querer se aproximar da
realidade dos ouvintes, que são a maioria da população. [...]
essa di:culdade que alguns surdos têm em assumir sua
identidade política e cultural como membros da cultura
surda tem fundamento nos parâmetros sociais de acordo
com os quais o ouvinte de fala oral é a maioria e o surdo de
fala sinalizada é uma minoria linguística (CABRAL, 2016, p.
24-25).

Essa busca pela normalização se torna rotina na vida da pessoa surda,


inicialmente por sua família e grupo de pessoas próximas, até chegar
nela mesma, que encontra diPculdades em se aceitar. Não poderia ser
diferente, pois, em uma sociedade com estruturas e comportamentos
padronizantes, quem não se encaixa nos ditames impostos tende a se
isolar ou a se adequar àquilo que é imposto.

Podemos entender essa diPculdade estrutural por parte de nossa


sociedade de reconhecer o sujeito em sua individualidade como uma
expressão do preconceito estrutural e, muitas vezes, por falta de
informação. Em relação às pessoas com dePciência (PcD), tal
preconceito é camu\ado diariamente pelas ideias do politicamente
correto, porém, se revelam na particularidade, no anonimato,
demonstrando que, de fato, não houve, na formação do indivíduo,
uma educação que gerasse uma transformação política.

No entanto, na intimidade, quase sempre desmorona e pode


dar lugar mais claramente ao preconceito, que, nesse
espaço, não precisa ser escondido de ninguém. Não se faz
necessário, portanto, se policiar, isto é, manter a vigilância
(excessiva) sobre o que se fala. O politicamente correto pode
mascarar e velar preconceitos vívidos, o que é assaz
perigoso, apesar de bastante comum. Em relação aos
sujeitos surdos, isso vem à tona com o uso de termos legais
como “portador de necessidades educativas especiais”, como
se a pessoa portasse (logo, pode deixar de portar) um
impeditivo à suposta normalidade ou como se todos nós
não tivéssemos necessidades educativas que (nos) são
especiais (PEREGRINO, 2015, p. 33638-33639).

Nesse contexto é que encontramos o papel crucial da família; sendo


90% dos surdos Plhos de pais ouvintes, a aceitação por parte da família
é que proporcionará o reconhecimento da pessoa surda com a sua
comunidade (CABRAL, 2016). O cenário familiar será responsável pela
formação da identidade do sujeito, seja lhe proporcionando a ajuda
necessária para compreender-se melhor enquanto surdo(a), seja para
reaPrmar a cultura ouvinte na qual ele vive à qual poderá se adaptar.
Certamente, conforme a história evidencia, o aprendizado da cultura
surda sempre será a escolha mais assertiva por parte dos familiares e
do próprio surdo(a), uma vez que esta lhe é própria em razão da
possibilidade se autoaPrmar sem grandes esforços e adaptações
àquilo que lhe é estranho (MORAIS et al ., 2018).
Os artefatos da cultura surda são instrumentos que reforçam a
presença do(a) surdo(a) na sociedade sem maiores constrangimentos e
adequações. Ou seja, a aceitação da sua identidade e cultura segue o
caminho da acessibilidade de forma quase natural, uma vez que não
será mais necessário o esforço para ser reconhecido, compreendido e
aceito na lógica da cultura ouvinte, pois, gradualmente, se validam as
tentativas de adaptação a partir das necessidades da pessoa surda em
ser quem ela é, e não quem a sociedade gostaria que fosse.

saiba
mais
Saiba mais
O teatro enquanto expressão artística
tem em sua essência o entretenimento
democrático, em que todos podem e
devem ter acesso ao seu conteúdo.
Seguindo esse ideal, anualmente, ocorre
no Rio de Janeiro o festival “Corpos
Ímpares”, que traz como trabalho a arte
inclusiva, capaz de oportunizar às
pessoas com dePciência apresentações
acessíveis e, ao mesmo tempo, que fala
sobre diferença, preconceito e aceitação
pessoal.

Para saber mais, acesse o link a seguir:

ACESSAR

Podemos elencar alguns artefatos culturais e tecnológicos que


pertencem à comunidade surda. Aqui, nos detemos em atribuir o
signiPcado de objetos tecnológicos e experiências culturais, conforme
nos apresentam Morais et al. (2018), todavia, isso não impede que
outras dePnições de artefatos sejam reconhecidas como corretas,
como é o caso da interpretação da família e da língua como
componentes desse grupo. Tudo aquilo que se relaciona ao mundo e à
experiência da pessoa surda pode ser compreendido como
componente de sua cultura e identidade, uma vez que é somado à
experiência de apropriação de sua individualidade (MORAIS et al .,
2018). Observe alguns exemplos:

TDD – é um aparelho telefônico próprio para a pessoa surda


ou com perda auditiva. Ele possui, além do telefone comum,
uma tela digital onde aparece o texto digitado. Funciona assim:
a pessoa surda retira o telefone do gancho e o coloca junto à
tela de texto; em uma central de serviços, um atendente
captará a ligação e descreverá para a pessoa ouvinte que está
na outra linha o que a pessoa surda quer dizer, a partir
daquilo que ela digitar. Esse objeto é antigo, data de 1964, e,
na atualidade se tornou obsoleto, tendo em vista o acesso
universal da internet e de aplicativos de comunicação, como o
WhatsApp.
Aparelho auditivo – muito utilizado, sobretudo nos casos de
perda de audição por idade avançada, essa opção não está
disponível para surdos severos e/ou profundos. O aparelho
auditivo funciona a partir do local da perda de audição (ouvido
externo, médio ou interno) e capta o som local
complementando a capacidade do indivíduo de ouvir.
Implante coclear – utilizado em casos de surdez severa e/ou
profunda, o implante coclear seria o estímulo por meio de
corrente elétrica dos nervos que estão presentes na cóclea,
área própria do ouvido interno. Esse procedimento pode ser
arriscado, pois algumas pessoas não se adaptam ao aparelho,
assim como nem todos os tipos de surdez severa e profunda
são solucionados por ele. Há casos, por exemplo, em que o
nível de danos sofridos na cóclea ou no nervo auditivo é
profundo e, consequentemente, a surdez é irremediável
(TEFILI et al ., 2013).
Teatro surdo – é a produção artística de cenas de teatro,
porém, adaptadas à pessoa surda. Utilizando da língua de
sinais, os artistas dão vida aos personagens e suas histórias a
partir da expressão corporal, facial e das mãos.
Piada surda – outro artefato da cultura surda, as piadas
surdas são contadas a partir da Libras, ou seja, com as mãos.
Contadas em pequenos grupos informais, elas trazem o
signi[cado do humor para a pessoa surda de acordo com as
suas interpretações e visão de mundo, além de consolidarem
a cultura surda.
Literatura surda – utilizando de histórias clássicas ou
modernas, a literatura para surdos é a adaptação de livros
que, ao invés de serem escritos em língua portuguesa, contam
com as imagens da história acompanhadas de sinais, para que
o surdo as possa ler. No caso da presença de um intérprete,
esses livros servem de apoio para que suas expressões e
sinais o tenham como aporte.
Língua de sinais brasileira – este é o principal instrumento
de comunicação da comunidade surda e que compõe a sua
cultura. Após passar por diversos contextos de exclusão e
intolerância, atualmente, a Libras é parte estruturante da
cultura e identidade surda.

Vale ressaltar que as identidades surdas estão, assim como qualquer


outra identidade, em constante processo de transformação e
renovação de seus valores. A presença da tecnologia favoreceu o
acesso à informação e à comunicação para este grupo, sem precisar da
presença constante de um intérprete para lhe transmitir histórias e
informações básicas, e isso interferiu diretamente na busca por
autonomia da pessoa surda, isto é, na sua compreensão sobre si e no
modo de ser e estar no mundo.

Conhecimento
Teste seus Conhecimentos
(Atividade não pontuada)

A cultura e identidade surda são as características próprias do grupo de


pessoas acometidas pela surdez. Em um mundo permeado por valores e
referenciais ouvintes, é possível que, em dados momentos, a pessoa surda
possa se sentir alheia a tudo aquilo que lhe cerca, como se fosse estrangeira
em seu próprio país.

Compreendendo, assim, a importância do reconhecimento de uma cultura e


identidade própria para esse grupo de pessoas, assinale a alternativa que
apresenta corretamente de que modo podemos classiPcar os artefatos
culturais da comunidade surda.

a) A identidade e cultura surda se fazem a partir dos movimentos


históricos, ou seja, das lutas e das in_uências temporais. Desse modo,
quando falamos em artefatos, estamos nos referindo a conquistas
históricas, e não materiais. Essa distinção é importante, pois, na
cultura surda, não é correto a[rmarmos que há artefatos materiais.
b) Os artefatos culturais são aqueles que compõem a identidade e
cultura de um grupo e/ou sociedade. No caso da pessoa surda, são
artefatos de sua cultura e língua os sinais que utilizam, objetos de
aperfeiçoamento de sua comunicação, bem como o teatro, a dança e
a literatura surda.
c) Artefatos históricos indicam a presença de pesquisa e investigação.
No caso da comunidade surda, poucas são as pessoas que se
especializaram para encontrar novos objetos que os identi[quem.
Desse modo, o mais correto é dizer que os artefatos da cultura surda
foram legados pelos ouvintes.
d) O artefato cultural próprio da comunidade surda é somente um: a
Língua de Sinais. Os demais instrumentos considerados com o mesmo
grau de importância, na verdade, não o são, pois o desenvolvimento
da cultura surda iniciou-se a partir da Libras e, portanto, todos os
demais artefatos derivam dela.
e) O primeiro artefato a surgir na história da comunidade surda foram
os objetos do tipo terapêutico, como o implante coclear e o aparelho
auditivo. Inicialmente vista como uma de[ciência que deveria ser
curada, a surdez precisou de elementos que, após o seu diagnóstico,
permitissem a recuperação da pessoa surda.
Bilinguismo e a
Tendência à
Oralidade

Uma das temáticas que se associa à identidade surda é o processo ao


qual este indivíduo está sujeito durante a sua alfabetização escolar.
Guiados historicamente por experiências e tentativas diversas de como
educar crianças e jovens surdos, ao falarmos de educação inclusiva,
deparamo-nos com a insegurança e medo, dos proPssionais da
educação, de que se repitam os erros do passado (LACERDA; SANTOS;
MARTINS, 2019). Ou seja, os riscos da promoção de uma educação
fragmentada em pleno século XXI não são improváveis, bem como a
possibilidade de os sistemas de ensino serem norteados por uma
educação que não atenda às necessidades e à cultura da pessoa surda
é uma questão moderna e pertinente. Essa problemática vem ao
encontro da interpretação de que a língua de sinais também é um
artefato cultural e, por isso, deve ser ensinada já nos primeiros
estágios da formação da pessoa surda.
Isso signiPca que, ao falarmos sobre a educação da pessoa surda,
deve-se compreender como metodologia a ser empregada em seu
processo de ensino o bilinguismo. Esse método de alfabetização na
educação de surdos signiPca que a criança surda será alfabetizada na
escola em duas línguas: a primeira será a língua de sinais, que é a sua
língua natural, e, em segundo lugar, lhe será ensinada a língua oPcial
de seu país (LACERDA; SANTOS; MARTINS, 2019). No caso do Brasil, a
primeira língua a ser ensinada será a Libras e, na sequência, a Língua
Portuguesa.

Essa associação dos saberes linguísticos garante que o indivíduo tenha


as suas necessidades de comunicação atendidas, ao mesmo tempo em
que não se isente dos saberes próprios de seu país e das questões que
permeiam o seu dia a dia. Entretanto, não são todas as escolas que
ofertam uma educação bilíngue, sendo destinada apenas uma
pequena parcela das instituições públicas para essa Pnalidade. Desse
modo, aos alunos das séries iniciais e Pnais do Ensino Fundamental,
bem como do Ensino Médio, restam as adaptações que cada escola
realiza em sua organização curricular e pedagógica.

Quando o aluno surdo ingressa em uma escola comum


(regular), ele está adentrando num ambiente cuja língua de
instrução é a portuguesa e cujo espaço não foi pensado
para recebê-lo e formá-lo enquanto cidadão. É fundamental,
nesse sentido, que as práticas, os métodos, as avaliações e
os currículos sejam pensados e organizados de modo a
contemplar os estudantes surdos em sua totalidade
(MORAIS et al., 2018, p. 57).

Pensar uma educação acessível à pessoa surda é uma tarefa que


legalmente já foi realizada. Nesse sentido, temos a Lei nº 10.436/2002
e o Decreto nº 5.626/2005, que regularizam o ensino e uso da Libras,
bem como a oPcializam como primeira língua para a pessoa surda e a
segunda língua oPcial do país (BRASIL, 2005). Apesar disso, o processo
de adaptação permanece extenso e demorado, o que afeta
diretamente na educação de jovens surdos, que, para completarem
suas formações escolares ou se manterem em seus trabalhos, abrem
mão do cumprimento das leis e, mais uma vez, repetem a sequência
histórica de serem silenciados em necessidades básicas para se
desenvolverem com qualidade e equidade.

Falando diretamente da educação, não é raro encontrarmos sistemas


de avaliação escolar que priorizam em seus exames de aprendizado e
demonstração de conhecimento da pessoa surda as mesmas
exigências que um ouvinte deve seguir. O fundamento de tais métodos
foge à realidade do surdo, uma vez que sua condição e cultura
estruturam a sua interpretação de mundo em uma lógica particular, a
qual não pode e não deve ser comparada àquelas da pessoa ouvinte.

Apesar da regulamentação formal no que se refere ao


direito à comunicação dos surdos no país através da Libras,
ainda constata-se que estes encontram entraves para
exercerem tal direito nos diversos segmentos da vida social,
sendo privados no acesso à educação, cultura, lazer,
informação etc. Por exemplo, quanto à política de educação,
frequentemente as escolas regulares colocam como
requisito de escolarização dos alunos surdos o
enquadramento aos padrões ditos “normais”,
desrespeitando o desenvolvimento das singularidades
destes. Ou seja, valorizam-se, exclusivamente, a oralização e
a leitura labial, em detrimento da comunicação, não apenas
em sala de aula, pela Libras (NUNES et al., 2015, p. 539).

O mais comum nas realidades escolares é encontrarmos instituições


que atendam às exigências legais de inclusão por meio de um
proPssional especíPco. Isso ocorre com a contratação de intérpretes de
Libras para acompanharem os alunos surdos durante todas as aulas,
estágios e atividades extraclasses, como palestras, debates e pesquisas
escolares (BAGGIO; CASA NOVA, 2017). Contudo, a pedagogia moderna
questiona se esse atendimento seria suPciente, uma vez que estamos
falando da construção de uma identidade. A criança, geralmente, tem
seu primeiro contato com a cultura surda na fase da escolarização,
pois, como, mais de 90% das famílias são de ouvintes, a língua à qual
elas têm acesso em sua casa é a dos ouvintes, e não a de sinais
(MORAIS et al ., 2018).

ConPgura-se, assim, uma educação inclusiva que, em certos casos,


erra na aplicação de seus métodos, seja por ignorância ou descuido na
formação de seus professores em relação à acessibilidade e inclusão.
Esses fatos reforçam a defesa das escolas bilíngues, local apropriado
para o progresso humano e intelectual da pessoa surda, uma vez que
o método que ali se emprega compreende todos os aspectos
formativos necessários ao estudante na modernidade. Saberes
psicológicos, sociais, acadêmicos e afetivos são abordados nesses
ambientes, todos relacionados aos saberes e cultura surdos.
Figura 2.1 - O ensino por meio da língua de sinais como ferramenta da
alfabetização escolar
Fonte: Wavebreak Media Ltd / 123RF.

#PraCegoVer : criança e educadora em ambiente escolar comunicando-se


a partir da língua de sinais.

Apesar de moderna e, ao mesmo tempo, ser re\exo de uma educação


inclusiva que demonstra a preocupação social com a educação de
pessoas com dePciência auditiva, a proposta bilíngue comporta em si o
entendimento de acessibilidade integral, priorizando sujeitos,
currículos e aprendizagem.

Uma proposta pedagógica bilíngue oferece às crianças


surdas as mesmas garantias de possibilidades de
aprendizagem linguísticas e desenvolvimento psicológico de
uma criança ouvinte. Para que isso aconteça, o ensino é
ministrado em língua de sinais, que é uma língua natural
para essa criança e sobre a qual ela tem maior domínio e
kuência (MORAIS et al., 2018, p. 59-60).

Cabe ressaltar que as escolas bilíngues não levam à exclusão ou ao


afastamento social da pessoa surda, pelo contrário; na escola bilíngue,
as possibilidades de se reconhecer como parte de uma cultura se
tornam maiores e mais efetivas, elevando a autoestima e gerando
sentimento de pertencimento e de naturalidade em relação à sua
diferença. O que se veriPca em tais locais é o suporte identitário que
nas escolas de ensino regular que aderem à inclusão, geralmente, é
baixo ou inexistente.

Não se deve, com isso, desmerecer o trabalho das escolas regulares,


que, a partir das conquistas legais em nosso país, começaram a ofertar
aos alunos surdos a presença do intérprete de Libras. Entretanto, a
preocupação a qual nos referimos adentra o campo da cultura e da
identidade desse sujeito de aprendizagem que necessita se reconhecer
no espaço escolar. É na escola que o indivíduo se descobre enquanto
parte de um grupo, de uma comunidade constituída, da qual ele é
herdeiro e, ao mesmo tempo, partícipe das mudanças que ocorrerão
(STROBEL, 2008). No caso da pessoa surda, o que se pretende na
construção de seu percurso pedagógico é que ela tenha acesso às mais
variadas culturas e saberes, porém, tendo como norte de sua trajetória
a identidade que lhe foi transmitida por seu grupo de origem, a Pm de
situar-se em meio às diferenças e às variadas expressões artísticas,
sociais e intelectuais como alguém que também possui referenciais
seguros para que possa voltar sempre que necessário.

O espaço educacional do surdo tem sido, na maioria das


vezes, a escola de surdos. Como ocorreu em todas as
escolas especiais, as propostas educativas estavam
centradas na procura da normalização. Porém, com a
evolução e o aperfeiçoamento de tais propostas para a
educação de surdos, boa parte dessas escolas vem
procurando implantar um projeto de educação que
possibilite ao aluno adquirir os saberes universalmente
acumulados por meio da língua de sinais, bem como que lhe
permita levar em consideração a experiência visual de ser
surdo. Além disso, a presença do professor surdo fornece às
crianças surdas um elemento identi:catório positivo
(BAGGIO; CASA NOVA, 2017, p. 78).
Novamente, devemos diferenciar o processo de especialização da ideia
de exclusão. Privilegiar que a educação de surdos possa acontecer em
escolas próprias para eles, isto é, escolas bilíngues que valorizem e
reconheçam a sua identidade e, a partir disso, iniciar o processo de
alfabetização não signiPca excluir o sujeito da socialização e
convivência com as demais realidades não surdas.

Contrariamente à possibilidade da dePnição de distanciamento social,


a defesa que se faz das escolas bilíngues se dá por seu caráter
identitário da cultura surda, bem como do olhar inédito que se
constrói a respeito dela. Fugindo da leitura dePcitária a respeito da
surdez, a interpretação desta como condição própria da pessoa surda
consolida uma leitura histórica do perPl dessas pessoas e dos artefatos
que compõem as suas expressões culturais (NUNES et al., 2015). Em
outras palavras, a surdez deixa de ser vista como dePciência e passa a
ser a diferença que cada surdo traz consigo em relação às pessoas
ouvintes, o que não lhes diminui em nada tampouco os tornam
incapacitados para uma vida plena e feliz.

Concluímos que a dissociação da surdez com a de:ciência


revela a condição bilíngue da surdez, isto é, da possibilidade
e importância de o surdo ter acesso a Libras como língua
primeira e estruturante de sua identidade e, a partir dela, ter
acesso a todas as informações do mundo como qualquer
pessoa. Não é necessário o olhar penalizado tampouco a
crença na incapacidade do surdo (NUNES et al., 2015, p.
539).

A problemática da dePciência não signiPca que as políticas voltadas às


pessoas com dePciências não devam incluir as pessoas surdas. Ao
contrário, por nos referirmos a um grupo minoritário, faz-se
imprescindível que cada política seja reconhecida e lembrada a cada
momento oportuno, tanto pela comunidade surda como pela
sociedade em geral. Fugir do estigma social e clinicamente
estabelecido da surdez como dePciência é aPrmar que a dePnição de
pessoa deve partir do simples fato de todos nós sermos, antes de
tudo, humanos, e não de nossas condições físicas, de raça, crença,
orientação sexual ou dePciências.

Trata-se do reconhecimento da diversidade presente em nossa


sociedade, que não deve ser encarada como um risco à ordem, mas
como a possibilidade de evolução da consciência coletiva que aprende,
gradualmente, a aceitar as pessoas a partir de quem elas são ou
querem ser, e não de dePnições padronizadas de corpo e mente.

Ou seja, a concepção de surdez que ultrapassa a


conceituação de de:ciência não visa negar o dé:cit
orgânico, mas lançar luz para a experiência subjetiva
marcada pela surdez: para as possibilidades que essa
condição traz; para as trocas intersubjetivas facilitadas pelo
convívio em grupos ou comunidades entre surdos; para
além da comparação constante com os ouvintes e para a
denúncia presente nas propostas pedagógicas “ouvintistas”
(NUNES et al., 2015, p. 539-540).

Pode parecer contraditória a defesa de uma sociedade que priorize o


homem em si, enquanto lutamos pela elaboração de leis e
tratamentos especíPcos para grupos de minoria em nosso país.
Contudo, frente aos interesses econômicos que conduzem as decisões
políticas não apenas de nosso país, mas da sociedade moderna como
um todo, devemos fracionar para unir, dividir para somar, garantindo,
assim, que, paulatinamente, todos tenham voz; são garantias sociais
adquiridas em situações particulares, mas que nos consolidam
integralmente.
É a assimetria nas relações de poder que justi:ca e legitima
as comunidades surdas como possibilidades de
reorganização de novos encontros discursivos que não
sejam marcados apenas pela comparação constante com a
“normalidade” e com o desvio. O convívio dos surdos entre si
pode trazer trocas que inkuenciam na concepção sobre si
mesmo e no acesso às produções culturais desse encontro:
arte, teatro, rekexões, reivindicações etc. (NUNES et al., 2015,
p. 540).

No caso da pessoa surda, o fortalecimento de sua cultura se faz pelo


encontro de seus iguais, na busca por direitos e acesso a eles, na
divulgação de suas qualidades e da riqueza linguística que a Libras
possui. Esses instrumentos, guiados por bons projetos e por uma
educação que deveras os alcance, oportunizam autoconhecimento
para seu grupo e exemplo de encorajamento para todos os demais.

Conhecimento
Teste seus Conhecimentos
(Atividade não pontuada)

Desde a promulgação das leis de acessibilidade, bem como daquelas que


tornavam a Libras a língua oPcial da comunidade surda, o que se viu foi o
fortalecimento do método bilíngue para alfabetizar crianças e jovens surdos.
Contudo, majoritariamente, temos em nosso país as experiências das
escolas inclusivas, nas quais há a presença do intérprete de Libras para
acompanhar os alunos surdos ao longo do período letivo.

Sobre a educação das escolas bilíngues e a sua contribuição para a


formação da cultura e identidade surda, assinale a alternativa correta.

a) As escolas bilíngues são consideradas a melhor estratégia para a


educação das pessoas surdas, tendo em vista que, nesses ambientes,
não é somente a língua de sinais que lhes é ensinada, mas todo o
conteúdo curricular, isto é, os saberes teóricos e práticos são
transmitidos a partir de uma perspectiva identitária e cultural, própria
da pessoa surda.
b) A promoção de escolas bilíngues em nosso país tem sofrido
diversas críticas por parte das instituições de apoio à pessoa surda.
Isso ocorre, pois, nessas instituições de ensino, o aluno surdo se vê
isolado das experiências comuns aos demais sujeitos de
aprendizagem que não são surdos. Por esse motivo, a educação
inclusiva se torna a melhor alternativa.
c) As escolas bilíngues oferecem uma educação direcionada
especi[camente ao aluno surdo. Contudo, há uma questão que,
conforme vimos em nossas aulas, tem interferido na qualidade do
ensino bilíngue, que é a promoção de uma matriz curricular que
priorize somente assuntos voltados à cultura surda. Esse fato tem
di[cultado o aprendizado efetivo da pessoa surda sobre o mundo e
demais culturas.
d) A partir do momento em que a criança completa a idade necessária
para iniciar sua formação escolar, ela deve ser encaminhada para
uma instituição de ensino. Com a pessoa surda, segue-se a mesma
lógica, dando-lhe como suporte pedagógico a presença de um
intérprete de Libras durante as aulas presenciais. As escolas bilíngues
servem como complemento a sua educação formal.
e) A presença de escolas bilíngues tem aumentado substancialmente
ao longo dos anos. Isso se dá pelo fato de as políticas de inclusão
serem mais abrangentes na modernidade, alcançando áreas rurais e
de, até então, difícil acesso. Isso demonstra a importância que essas
escolas representam para a comunidade surda, que continuamente
luta para ter suas necessidades atendidas pelo poder público.
Alfabeto e
Cumprimentos

A língua de sinais é considerada natural à pessoa surda, isso porque


ela surge como uma necessidade imediata, que é a da comunicação.
Assim, ao estudarmos sobre a sua história, mas também sobre sua
prática, devemos ter consciência de que estamos falando de uma
língua , própria de uma cultura e que, por esse motivo deve ser
respeitada em sua essência e expressão.

reflita
reflita
Reflita
O respeito por um povo também
se demonstra a partir do valor que
damos aos seus hábitos, sua
língua e suas características
próprias enquanto grupo. Seja nas
expressões religiosas, políticas,
históricas ou em tantas outras que
comportam uma cultura, a língua
ocupa um espaço crucial em meio
a sua identidade, sendo o
instrumento primeiro de
comunicação e transmissão de
suas crenças e ideologias. Desse
modo, cabe a cada sociedade
valorizá-la, bem como garantir que
o respeito necessário às demais
culturas seja exercido a partir da
liberdade de expressão que cada
sujeito e comunidades possuem
de conservar suas raízes
linguísticas e históricas.

Há relatos de surdos que, no convívio com pessoas ouvintes,


perceberam, em algum momento, que algumas brincadeiras e
comentários fugiam à ética e respeito pelas diferenças. Estando
cercado por pessoas que falam um idioma diferente do seu, o surdo se
atém a outras expressões do corpo, aos olhares, às risadas que lhes
são direcionadas e, por esses instrumentos, interpreta e/ou cria
condições para compreender o que se passa no momento.

O aluno surdo percebe e avalia o preconceito que sofre,


apesar dos desa:os linguísticos que lhe são lançados ante
situações nas quais a língua hegemônica, o português, é a
língua por meio da qual circula e se manifesta o preconceito.
Porém, a pessoa surda pode detectá-lo tendo por base
olhares, gestos, expressões faciais e corporais, dentre outras,
que lhe permitem formações imaginárias a respeito do que
pode estar em cena (PEREGRINO, 2015, p. 33648).

Conscientes disso, devemos iniciar o aprendizado das primeiras


expressões em Libras compreendendo que a articulação correta dos
sinais deve ser realizada observando os seguintes elementos:
conPguração das mãos (CM), movimento (M), ponto de articulação (PA),
orientação (O) e orientação corporal e/ou facial (LACERDA; SANTOS;
MARTINS, 2019).

Con=guração das mãos (CM)

Figura 2.2 - As variedades de conGguração de mãos são instrumentos


fundamentais na produção de sinais em Libras
Fonte: macrovector / 123RF.

#PraCegoVer : imagem de Pguras de mãos simbolizando as


conPgurações das mãos. Ao todo, são dezesseis Pguras. Na primeira, a
palma da mão está para cima e os dedos unidos em formato de concha;
na segunda imagem, a palma da mão está para a direita e com as pontas
dos dedos unidas; na terceira, a palma da mão está para frente e com os
dedos curvados, como se segurassem um objeto cilíndrico; na quarta, a
mão está em formato de concha, porém, o polegar está na parte superior
e não encostado nos demais dedos; na quinta, a palma da mão está para
baixo, com os dedos juntos; na sexta imagem, a palma da mão está para
baixo, com os dedos levemente curvados e juntos; na sétima, os dedos
indicadores e polegar estão em formato de pinça e os demais dedos
estendidos; na oitava, a mão está em formato de punho; na nona, a mão
está com a palma de costas e com os dedos estendidos para baixo; na
décima, a mão está para a esquerda, com a palma para baixo e dedos
levemente curvados; na décima primeira, a mão está para a direita, com
os dedos indicadores e polegar estendidos; na décima segunda, a palma
da mão está para a esquerda e com os dedos levemente estendidos para
frente; na décima terceira, a mão está para a direita, como se
cumprimentasse outra mão; na décima quarta, a mão está para a direita,
com a palma para frente e os dedos indicador, médio, anelar e polegar
retraídos, enquanto o polegar está sobre eles; na décima quinta, a mão
está para baixo, com os dedos levemente inclinados, o que conPgura um
formato oval; por último, a décima sexta mão está para a direita, com os
dedos curvados, como se segurassem um guidão.

A conPguração das mãos signiPca os diversos movimentos e formatos


que ela pode adquirir na produção de sinais em Libras. Sinais bem
expressivos e claros são fundamentais para a compreensão de quem
está acompanhando a interpretação. Para um ouvinte, seria o mesmo
que pronunciar alguma frase em um tom baixo, sem qualquer
organização lógica, ou com diversos erros gramaticais, o que interfere
na comunicação e compreensão do assunto abordado. Segundo Felipe
e Monteiro (2006), ao todo, há, na Libras, 64 conPgurações de mãos
distintas.

Movimento (M) – alguns sinais possuem movimento e outros


não. A seguir, temos exemplos de sinais que seguem essas
duas modalidades.

Figura 2.3 - Sinais que possuem e não possuem movimentos


Fonte: Adaptada de Felipe e Monteiro (2006).

#PraCegoVer : seis Pguras de personagens que sinalizam a língua de


sinais. Na primeira Pgura, o personagem está sorrindo, com a mão
esquerda sobre o queixo e com indicativos de movimentos trêmulos; na
segunda imagem, ele está com os dedos indicadores estendidos próximos
aos olhos, com setas indicativas de movimento retilíneo que conPguram a
expressão chorar; na terceira imagem, ele está levemente inclinado para a
esquerda, com a mão esquerda posicionada com o polegar retraído e os
demais dedos estendidos e que se aproximam do queixo, além disso, há
setas indicando um movimento retilíneo do queixo para frente, que
conPguram a palavra conhecer; na quarta imagem, o personagem está de
frente, com a mão esquerda aberta e com a palma estendida para cima,
dando apoio à mão direita, em frente ao peito, já a mão direita está com
os dedos indicador e médio curvados, enquanto os demais dedos cobrem
a própria palma da mão, que está sobre a esquerda, em frente ao peito, o
que forma a palavra ajoelhar; a quinta imagem possui o personagem com
expressão neutra, com a mão esquerda estendida com a palma para
cima, servindo de base para a mão direita, que está com os dedos
indicador e médio estendidos e com as pontas sobre ela, enquanto os
demais dedos permanecem retraídos, formando a palavra em-pé; por Pm,
a sexta imagem possui um personagem de frente, com os dedos
indicador e médio da mão esquerda estendidos na horizontal em frente
ao peito, enquanto a mão direita está com os dedos indicador e médio
curvados por cima dos dedos indicador e médio da mão esquerda,
formando a palavra sentar.

Ponto de articulação (PA) – os sinais são produzidos a partir


dos variados pontos de centralização do corpo. Pode ser em
frente ao rosto, ao peito, nas laterais, estando o intérprete de
frente para o aluno etc. Há sinais que se localizam em espaços
neutros, enquanto outros necessariamente são executados
em áreas [xas, conforme demonstra o exemplo a seguir:

Figura 2.4 - Os espaços utilizados pelo corpo na execução dos sinais


em Libras
Fonte: Adaptada de Felipe e Monteiro (2006).

#PraCegoVer : oito imagens nas quais os personagens indicam alguns


sinais e espaços utilizados na sinalização. Na primeira imagem, o
personagem está de perPl e em frente ao seu rosto e ao seu peito há duas
setas indicando para a sua esquerda. Na segunda imagem, ele está
levemente inclinado para a esquerda, com as duas mãos com os dedos
indicadores e polegares estendidos em frente ao abdômen e a palma da
mão para baixo, com setas indicando um movimento linear para frente e
para trás. Na terceira imagem, o personagem está de frente, com as duas
mãos em frente ao peito, com as palmas voltadas para o seu corpo, os
dedos polegares e mínimos estendidos e com setas indicando um
movimento circular entre eles. Na quarta imagem, o personagem está
levemente inclinado para a esquerda, com as duas mãos em frente ao
corpo, com os dedos indicadores e médios estendidos e duas setas
indicando um movimento circular entre eles. Na quinta imagem, o
personagem está de frente e com um círculo demarcado em frente à sua
testa, indicando que ali é um local para se realizar sinais. Na sexta
imagem, o personagem está de frente, com a mão direita passando sobre
a testa com os dedos estendidos e juntos, que se movimentam para a
direita, indicando o sinal de esquecer. Na sétima imagem, o personagem
está de frente e com a mão direita fechada sobre a testa, com setas que
indicam um movimento de abrir e fechar, indicando o sinal de aprender.
Por Pm, na oitava imagem, o personagem está inclinado para a direita,
com a mão direita em frente ao seu corpo e com os dedos estendidos; o
dedo médio está levemente inclinado para a frente e há uma seta que
indica um movimento da mão em direção à testa, na qual o dedo médio
encosta.

Orientação (O) – a orientação se refere ao “caminho” que as


mãos irão percorrer na produção do sinal. Há sinais que
possuem a mesma con[guração de mãos, porém, o que os
diferencia é o local para o qual ele se direciona, conforme o
exemplo a seguir:
Figura 2.5 - As orientações (direções) possíveis das mãos e braços na
produção de sinais
Fonte: Adaptada de Felipe e Monteiro (2006).

#PraCegoVer : oito imagens nas quais os personagens indicam a


orientação das mãos na sinalização dos sinais. Na primeira imagem, o
personagem está de frente e com o braço direito erguido próximo ao
corpo; sua mão direita está com o dedo indicador estendido e uma seta
que sai de seu corpo em direção à mão direita indicam o movimento da
palavra ir. Na segunda imagem, o personagem está de frente e com o
braço estendido para frente, com a palma da mão para cima e o dedo
indicador estendido; saindo de sua mão há uma seta que direciona para
frente do corpo, indicando o movimento da palavra vir. Na terceira
imagem, o personagem está levemente inclinado para a direita, com o
braço direito erguido e a mão direita com os dedos indicador e médio
curvados; há três setas: duas indicam o movimento linear de para baixo e
para cima dos dedos, enquanto a terceira indica o movimento linear para
cima do braço direito. Na quarta imagem, o personagem está levemente
inclinado para a direita, com o braço direito erguido e a mão direita com
os dedos indicador e médio curvados; há três setas: duas indicam o
movimento linear de para baixo e para cima dos dedos, enquanto a
terceira indica o movimento linear para baixo do braço direito. Na quinta
imagem, o personagem está levemente inclinado para a direita e com o
braço direito erguido na altura do rosto; sua mão está com a palma para
baixo e a ponta dos dedos juntas; na sequência, há uma outra imagem da
mesma mão um pouco mais abaixo, porém, estendida. Na sexta imagem,
o personagem está levemente inclinado para a direita e com o braço
direito erguido na altura do rosto; sua mão está com a palma para baixo e
os dedos estendidos; na sequência, há uma outra imagem da mesma mão
um pouco mais acima, porém, com a ponta dos dedos juntas. Na sétima
imagem, o personagem está de frente e com as duas mãos abertas, com
as palmas de costas para o corpo e encostadas uma na outra; na
sequência há outras duas mãos e duas setas que indicam o movimento
das mãos: a direita para a direita e a esquerda para a esquerda, ambas
em direção ao corpo. Por Pm, na oitava imagem, o personagem está de
frente e com as duas mãos abertas e com as palmas de frente para o
corpo; na sequência há outras duas mãos e duas setas que indicam o
movimento delas: a direita para a esquerda e a esquerda para a direita,
encontrando-se ambas no centro, uma ao lado da outra.

Orientação corporal e/ou facial – outra diferença entre a


língua de sinais para as línguas orais está na expressão facial.
As expressões facilitam a compreensão das frases e valorizam
o signi[cado dos diálogos.

Figura 2.6 - Expressões faciais e corporais


Fonte: Adaptada de Felipe e Monteiro (2006).
#PraCegoVer : seis imagens que representam a orientação corporal e
facial na língua de sinais. Na primeira imagem, o personagem está de
frente, com as duas mãos abertas, dedos polegares estendidos e os
demais juntos, próximos ao peito; na sequência há quatro setas indicando
movimento linear para cima, enquanto o personagem sorri. Na segunda
imagem, o personagem está levemente inclinado para a direita, com o
braço direito junto ao corpo e os dedos mínimo e polegar estendidos,
enquanto os demais estão curvados; a mão está de pé, com a palma para
a esquerda, enquanto o dedo polegar está sustentando o queixo,
acrescida de uma expressão facial triste. Na terceira imagem, o
personagem está de frente e com uma seta próxima à bochecha direita,
indicando o seu movimento linear da direita para a esquerda com a língua
por dentro da boca, o que sinaliza a palavra ato-sexual. Na quarta
imagem, duas setas saem da bochecha do personagem em direção à
boca, indicando o movimento realizado pela língua dentro da boca, que
sinalizam a palavra ladrão ou roubar. Na quinta imagem, o personagem
está levemente inclinado para a direita com as mãos direita e esquerda
próximas ao peito; a mão esquerda está com o dedo indicador estendido,
dando base para a mão direita, que está aberta e com a palma para baixo,
encostando na ponta do dedo indicador da mão esquerda; há setas ao
seu redor, indicando movimentos trêmulos, que signiPcam a palavra
helicóptero. Na sexta imagem, o personagem está levemente inclinado
para a direita, com cotovelos encostados no corpo e os braços estendidos
para frente, enquanto as mãos estão fechadas e com setas indicando o
movimento linear para baixo e para cima, o que sinaliza a palavra moto.

Sabendo desses cincos parâmetros para se utilizar da língua de sinais,


vejamos, a seguir, o alfabeto manual atual:
Figura 2.7 - Alfabeto Manual da Língua Brasileira de Sinais
Fonte: Adaptada de Felipe e Monteiro (2006).

#PraCegoVer : vinte e seis conPgurações de mãos que sinalizam o


alfabeto manual. Na primeira, a palma da mão está para frente, os dedos
sobre ela e o dedo indicador encostado na lateral, formando a letra a. Na
segunda imagem, a palma da mão está para frente com o dedo polegar
dobrado para dentro, formando a letra b. Na terceira imagem, a mão está
levemente inclinada para a esquerda, com a palma para frente e os dedos
arqueados para frente, formando a letra c. Na quarta imagem, a mão está
levemente inclinada para a direita, com o dedo indicador estendido e a
ponta dos demais dedos juntas. Na quinta imagem, a palma da mão está
para frente e com todos os dedos retraídos, formando a letra e. Na sexta
imagem, a palma da mão está para frente, com os dedos mínimo, anular,
médio e polegar estendidos, porém, o dedo indicador está estendido para
frente, encostando no dedo polegar. Na sétima imagem, a palma da mão
está para frente, com os dedos mínimo, anular e médio curvados,
enquanto os dedos indicador e polegar estão estendidos, um próximo ao
outro. Na oitava imagem, a palma da mão está para frente, os dedos
mínimo e anular estão curvados, enquanto os dedos médio, indicador e
polegar estão estendidos; o dedo polegar está encostado na palma da
mão entre os dedos polegar e médio; há uma seta indicando um
movimento circular na horizontal, formando a letra h. Na nona imagem, a
palma da mão está para frente, com todos os dedos sobre ela, exceto o
dedo mínimo, que está curvado. Na décima imagem, a palma da mão está
levemente inclinada para a direita e com os dedos retraídos, exceto o
dedo mínimo; próximo a ele há uma seta indicando um movimento
circular de baixo para cima, formando a letra j. Na décima primeira
imagem, a palma da mão está para frente e com os dedos mínimo e
anular curvados; o dedo polegar está estendido e encostado à palma,
entre os dedos médio e indicador, que também estão estendidos; há uma
seta indicando o movimento linear para cima, formando a letra k. Na
décima segunda imagem, a palma da mão está para frente e com os
dedos mínimo, anular e médio curvados; os dedos indicador e polegar
estão estendidos, formando a letra L. Na décima terceira imagem, a
palma da mão está levemente inclinada para a direita e está para baixo,
com os dedos indicador, médio e anular estendidos para frente e, os
demais, retraídos, formando a letra m. Na décima quarta imagem, a mão
está levemente inclinada para a direita e com a palma para baixo,
enquanto os dedos indicador e médio estão estendidos para frente e, os
demais, retraídos, formando a letra n. Na décima quinta imagem, a mão
está levemente inclinada para a direita, com a palma para frente e os
dedos inclinados para frente e suas pontas se encontrando, formando a
letra o. Na décima sexta imagem, a mão está levemente inclinada para a
direita e com a palma para baixo, enquanto os dedos indicador, médio e
polegar estão estendidos e para frente e, os demais, retraídos; o dedo
polegar está encostado na palma da mão entre os dedos indicador e
médio, formando a letra p. Na décima sétima imagem, a mão está
levemente inclinada para a direita, com o dedo indicador estendido para
baixo e o polegar estendido próximo a ele, formando a letra q. Na décima
oitava imagem, a palma da mão está para frente, com os dedos mínimo,
anular e polegar curvados, enquanto os dedos indicador e médio estão
estendidos; o dedo indicador está em frente ao dedo médio, um
encostado no outro. Na décima nona imagem, a mão está de frente,
fechada e com o polegar sobre os demais dedos, formando a letra s. Na
vigésima imagem, a palma da mão está para frente e com os dedos
estendidos para cima, exceto o dedo indicador, que está estendido para
frente, enquanto o dedo polegar está com as suas costas junto ao
indicador, entre ele e o dedo médio, formando a letra t. Na vigésima
primeira imagem, os dedos indicador e médio estão estendidos para
cima, um encostado no outro, enquanto os dedos mínimo e anular estão
abaixados e o dedo polegar sobre eles, formando a letra u. Na vigésima
segunda imagem, os dedos indicador e médio estão estendidos para
cima, um afastado do outro, enquanto os dedos mínimo e anular estão
abaixados e o dedo polegar sobre eles, formando a letra v. Na vigésima
terceira imagem, a mão está fechada, com as costas dos dedos para
frente, enquanto o dedo indicador está arqueado e com uma seta
indicando um movimento linear para a esquerda, o que forma a letra x.
Na vigésima quarta imagem, a palma da mão está de frente, com os
dedos indicador, médio e anular estendidos para cima, enquanto o dedo
polegar está curvado sobre o dedo mínimo, formando a letra w. Na
vigésima quinta imagem, a palma da mão está para frente, com os dedos
anular, médio e indicador curvados, enquanto os dedos polegar e mínimo
estão estendidos para cima; há uma seta que indica um movimento linear
para cima, formando a letra y. Por Pm, na vigésima sexta imagem, a mão
está levemente inclinada para a direita, com o dedo indicador estendido
para frente e, os demais, retraídos; há uma seta que indica um
movimento em formato de z, formando a letra z.

O alfabeto manual é utilizado na língua de sinais, geralmente, para a


escrita de nomes próprios ou que não possuam sinal. É também um
ótimo instrumento para que iniciantes na língua de sinais possam se
comunicar com os surdos em situações do cotidiano. Uma excelente
maneira de se familiarizar com o alfabeto é exercitar a sua realização
sequencialmente.

Cumprimentos Básicos em
Libras
Na sequência, vejamos alguns cumprimentos básicos em língua de
sinais, os quais podem ser aplicados em situações do cotidiano para o
aluno que está iniciando sua formação em Libras.

Cumprimentos: “Tudo bem?”, “Eu


sou ouvinte” e “Eu uso Libras”
Figura 2.8 - Sinais de cumprimento em Libras: iniciando um diálogo
Fonte: Adaptada de Silva et al. (2008).

#PraCegoVer : dois quadros com dois personagens e cada um deles


indicando um diálogo. No primeiro quadro, uma mulher levemente
inclinada para a esquerda, com a mão direita próxima ao corpo e polegar
estendido para cima, e a mão esquerda aberta, os dedos estendidos e
próximos uns aos outros, com exceção do polegar, que está estendido
para cima; a mão está em frente ao rosto, com uma seta que indica um
movimento linear para frente e uma legenda logo abaixo, dizendo Tudo
bem?. À sua frente, um homem com a mão direita com a palma virada
para si e dedos juntos que saem debaixo de seu queixo em direção à
mulher, enquanto se abre. Embaixo dele há uma legenda que diz: Bem.
No segundo quadro, o homem está levemente inclinado para a esquerda,
com a mão esquerda fechada e o polegar estendido em direção ao seu
corpo, quase encostando; sua mão direita está fechada e próxima ao
ouvido direito. Há uma seta que indica um movimento linear de
afastamento dela de seu ouvido, enquanto ela se abre e fecha, e uma
legenda abaixo, que diz: eu sou ouvinte. À sua frente, uma mulher com as
duas mãos estendidas em frente ao seu corpo, com as palmas de frente
uma para a outra e duas setas indicando um movimento circular. Logo
abaixo dela está escrito: eu uso Libras.

A conPguração das mãos, no primeiro quadro, se faz em dois


momentos: primeiramente, com a mão em formato de “concha”, sai da
parte baixa do rosto e, na sequência, é levada para frente, enquanto se
abre. Já no segundo quadro, a frase “eu sou ouvinte” se faz
direcionando as mãos em formato de “cone” até o ouvido (pode ser
qualquer um dos ouvidos), enquanto levemente abre e fecha a mão.

Cumprimentos: “Bom dia”, “Boa


tarde” e “Boa noite”
Como sinais básicos da língua de sinais brasileira, os cumprimentos
“bom dia”, “boa tarde” e “boa noite” são fundamentais para o início de
um diálogo com a pessoa surda. Por mais que o aluno inicialmente não
tenha segurança no uso dos sinais, buscar aplicá-los no diálogo
demonstra interesse e respeito por parte do ouvinte pela pessoa
surda.
Figura 2.9 - Sinalizando “bom dia”, “boa tarde” e “boa noite”
Fonte: Adaptada de Silva et al. (2008).

#PraCegoVer : quatro imagens de um personagem sinalizando as


palavras bom dia, boa tarde e boa noite. Num formato triangular, temos,
no topo, um personagem levemente inclinado para a esquerda, com a
mão fechada e a palma de frente para seu corpo. Na sequência, há uma
seta indicando movimento de cima para baixo, em que sua mão se abre
com os dedos estendidos. Na parte de baixo da pirâmide, há um
personagem levemente inclinado para a esquerda, com as duas mãos
saindo debaixo de seu queixo. Há duas setas indicando o movimento
linear das mãos para fora e, ao longo do percurso, elas se abrem
estendendo os dedos indicadores e unindo a ponta dos demais dedos. Na
terceira imagem, o personagem está levemente inclinado para a
esquerda, com o braço direito estendido e a mão direita com a palma
para baixo e o dedo polegar encostado na palma debaixo do queixo. Há
uma seta que indica o movimento linear de cima para baixo, no qual a
mão permanece com a mesma conPguração. Na quarta imagem, o
personagem está levemente inclinado para a esquerda, com o braço
esquerdo estendido na horizontal e mão esquerda fechada. A mão direita,
por sua vez, está aberta com a palma para baixo e os dedos encostados.
Há uma seta indicando o movimento circular da mão direita sobre o braço
esquerdo, que se inicia sobre ele e vai até o seu Pnal.
Perceba que todos esses sinais possuem a conPguração de mãos
iniciais semelhantes na palavra “bom/boa”. A alteração ocorrerá a
partir das palavras “dia”, “tarde” e “noite”.

praticar
Vamos Praticar
Assim como qualquer outro idioma, a Libras se torna mais fácil e acessível a
partir da prática, da realização de exercício frequente de seus sinais, bem
como da convivência com a comunidade surda de sua região. Essas
metodologias são as mais indicadas para quem está iniciando seus estudos
sobre a língua.

Vamos praticar a língua de sinais? Escolha dez letras do alfabeto manual


para que você possa treinar e desenvolver sua habilidade em Libras. Por Pm,
tire uma foto sua realizando a conPguração de mãos de cada uma das letras
escolhidas.
Sinais
Relacionados à
Família, Dias da
Semana, Meses e
Números

Daremos continuidade ao nosso conteúdo, aprendendo, a partir de


agora, os sinais básicos que compõem os temas família, dias da
semana, meses e números. Lembramos que os cinco parâmetros da
língua de sinais continuam sendo imprescindíveis também nesses
sinais, devendo ser observados pelo intérprete no momento da
comunicação com a pessoa surda.

Sinais Relacionados à Família


Vejamos os principais sinais relacionados à família, próprios da língua
de sinais. Iniciamos pelas palavras “casado” e “solteiro”.

Figura 2.10 - Palavra “casado”, em Libras


Fonte: Elaborada pelo autor.

#PraCegoVer : imagem de uma intérprete sinalizando a palavra casado.


Na primeira imagem, ela está de frente, com as mãos em formato de
concha na vertical, prestes a se unirem uma à outra em frente ao peito.
Na segunda, as mãos se encontraram em frente ao seu peito na vertical.
Figura 2.11 - Palavra “solteiro”, em Libras
Fonte: Elaborada pelo autor.

#PraCegoVer : imagem de uma intérprete sinalizando a palavra solteiro,


em Libras. Ela está numa posição frontal, com a mão direita conPgurada
em s na língua de sinais, em frente ao rosto.

Observe que, na palavra “casado”, as mãos caminham na direção uma


da outra, e se unem no peito como ponto de convergência. Em
compensação, “solteiro” é a mão em conPguração de “s” e, na
sequência, realizando movimentos circulares.

Na sequência, vejamos como podemos sinalizar as palavras “pai”,


“mãe”, “Plho”, “Plha”, “avô” e “avó”. No caso das palavras “mãe”, “pai”,
“avó” e “avô”, temos a conjunção de duas palavras na execução dos
sinais, a saber: primeiramente, faz-se o sinal do gênero, ou seja,
masculino ou feminino; na sequência, o sinal correspondente ao grau
de parentesco, conforme os exemplos a seguir:
Figura 2.12 - Sinal de “pai”, em Libras
Fonte: Elaborada pelo autor.

#PraCegoVer : imagens de uma intérprete sinalizando a palavra pai. No


primeiro quadro, ela está de frente, com a mão direita passando pelo
maxilar. Na segunda imagem, sua mão está fechada em frente à boca.

Figura 2.13 - Sinal de “mãe”, em Libras


Fonte: Elaborada pelo autor.

#PraCegoVer : imagens de uma intérprete sinalizando a palavra mãe. No


primeiro quadro, ela está de frente, com as costas da mão direita
passando pela bochecha. Na segunda imagem, sua mão está fechada em
frente à boca.
Figura 2.14 - Sinal de “avó”, em Libras
Fonte: Elaborada pelo autor.

#PraCegoVer : imagens de uma intérprete sinalizando a palavra avó. Na


primeira imagem, ela está de frente, com as costas dos dedos da mão
direita encostada na bochecha direita. Na segunda imagem, ela está de
frente e sua mão direita está fechada e encostada no queixo.
Figura 2.15 - Sinal de “avô”, em Libras
Fonte: Elaborada pelo autor.

#PraCegoVer : imagens de uma intérprete sinalizando a palavra avô. Na


primeira imagem, sua mão direita está aberta e passando pelo maxilar.
Na segunda imagem, ela está de frente e sua mão direita está fechada e
encostada no queixo.

Figura 2.16 - Sinal de “Glho”, em Libras


Fonte: Elaborada pelo autor.

#PraCegoVer : imagem de uma intérprete sinalizando a palavra Plho. Ela


está de frente, com a mão direita aberta e os dedos levemente
encostados ao peito.
Usando como exemplo a palavra “pai”, o que temos de início é o sinal
de “homem”, no qual a mão do intérprete perpassa o maxilar em
direção ao queixo e Pnaliza o sinal com o punho fechado, aproximando
as costas da mão sob o queixo. Em Libras, ao nos referirmos a graus
de parentesco, sempre se distinguirá o gênero do personagem, ou
seja, referindo-se ao masculino ou ao feminino. No caso de Plho e Plha,
o sinal é o mesmo; porém, durante o diálogo, deve-se fazer a distinção
se “Plho” se refere a homem ou mulher.

Dias da Semana e Números


Vejamos, agora, sobre os dias da semana e o modo como eles são
sinalizados em Libras. Em todos os casos, devemos nos lembrar de
que, assim como a língua portuguesa pode sofrer alterações em
expressões e palavras de acordo com cada região do país, o mesmo
ocorre com a Libras. Por vezes, de uma cidade para outra, alguns
sinais sofrem alterações em função da regionalização daquela
comunidade; assim, cabe ao pesquisador e/ou intérprete de Libras
compreender a realidade local a partir das relações que os surdos
criam para a produção de sua língua.

No caso dos dias da semana, iniciemos com a sinalização da palavra


“semana”.
Figura 2.17 - Palavra “semana”, em Libras
Fonte: Elaborada pelo autor.

#PraCegoVer : imagens de uma intérprete sinalizando a palavra semana.


Na primeira, ela está de frente, os dois braços dobrados próximos à
barriga e tórax, e a mão direita conPgurada em sete na Libras. Na
segunda imagem, a mão conPgurada em sete caminhou da esquerda para
a sua direita.

A palavra “semana” possui, basicamente, duas conPgurações. Na


primeira, demonstrada na imagem acima, a mão se move de um lado
para o outro (apenas uma vez) em conPguração de número sete em
Libras. Na segunda possibilidade, as duas mãos são utilizadas, com
sete dedos erguidos que se movimentam de um lado para o outro
(apenas uma vez). A partir daí, passamos aos dias da semana.
Figura 2.18 - Dias da semana: domingo, segunda e terça
Fonte: Elaborada pelo autor.

#PraCegoVer : imagens de uma intérprete sinalizando as palavras


domingo, segunda e terça. Em todas as imagens ela está de frente. Na
primeira, com a mão direita conPgurada em D em Libras, frente ao rosto;
na segunda e terceira imagens, a mão direita está sobre a testa, indicando
com os dedos os números “dois” e “três”.
Figura 2.19 - Dias da semana: quarta, quinta e sexta
Fonte: Elaborada pelo autor.

#PraCegoVer : imagens de uma intérprete sinalizando as palavras quarta,


quinta e sexta. Na primeira e segunda imagens, sua mão direita está
sobre a testa, indicando nos dedos os números quatro e cinco em Libras,
respectivamente. Na terceira imagem, sua mão direita está fechada sobre
a lateral da boca, com o dedo indicador em formato de gancho.
Figura 2.20 - Sinal de “sábado”, “suco” ou “laranja”
Fonte: Elaborada pelo autor.

#PraCegoVer : imagem sinalizando as palavras sábado, suco ou laranja,


que possuem o mesmo movimento e conPguração de mãos. Sua mão
direita fechada está sobre a boca e, na segunda imagem, permanece no
mesmo lugar, mas um pouco aberta, indicando o movimento do sinal.

Nos dias da semana, identiPcamos que todos os sinais se centralizam


na região da cabeça, aproximando-se sempre da testa ou da boca.
Todos esses sinais possuem movimento; por exemplo, a palavra “terça-
feira” é sinalizada com três dedos estendidos que repetidamente
encostam na testa e, logo após, se afastam. Outro ponto de atenção é
com relação à palavra “sábado”: o sinal é o mesmo utilizado para
“suco” e “laranja” (fruta e cor). Nesse aspecto, para que não haja
con\itos na comunicação, o que permitirá a compreensão do diálogo
será sempre o contexto da conversa em questão.

Ao falarmos sobre os dias da semana, nos aproximamos dos sinais dos


números. Porém, antes de iniciá-los, devemos compreender que
existem quatro formas de sinalizá-los em Libras; tudo dependerá do
contexto da conversa e do signiPcado do número.
Números Cardinais: Códigos
Representativos e Quantidades
Quando utilizados para a sinalização de códigos representativos, os
números são expressos da seguinte forma:

Figura 2.21 - Números cardinais para códigos representativos


Fonte: Adaptada de Silva et al. (2008).

#PraCegoVer : ilustração de dez mãos, sinalizando os números cardinais


em Libras. Na primeira imagem, a mão está levemente inclinada para a
direita, com os dedos curvados formando um espaço entre eles e a
palma. Na segunda imagem, a palma da mão está de costas, com os
dedos curvados e o polegar estendido para cima. Na terceira imagem, a
palma está de costas, com os dedos indicador e polegar estendidos para
cima. Na quarta imagem, a palma está de costas, com os dedos indicador,
médio e anelar estendidos. Na quinta imagem, a palma está de costas,
com os dedos indicador, médio, anelar e mínimo estendidos. Na sexta
imagem, a mão está levemente inclinada para a direita, com a palma para
frente, os dedos indicador e médio arqueados, enquanto os demais estão
abaixados. Na sétima imagem, a mão está com a palma para cima,
enquanto os dedos estão juntos e encostando a ponta na metade do
dedo polegar, que está estendido para cima. Na oitava imagem, a mão
está levemente inclinada para a direita, com a palma para baixo e o dedo
indicador estendido para baixo, enquanto o dedo polegar encosta em sua
lateral. Na nona imagem, a mão está de frente e fechada, com o dedo
polegar sobre os demais. Na décima imagem, a mão está com a palma
para baixo, enquanto os dedos arqueados encostam sua ponta na
metade do dedo polegar, que está esticado para baixo.

Nesse caso, os números sinalizados não possuem movimento. Alguns


exemplos de códigos representativos são: número da senha do banco,
da caixa postal, número de telefone etc.

A segunda modalidade também se refere aos cardinais, porém,


quando estes se referem a quantidades:

Figura 2.22 - Números cardinais utilizados para sinalizar quantidades


Fonte: Adaptada de Silva et al. (2008).

#PraCegoVer : ilustração de dez conPgurações de mãos sinalizando, em


Libras, os números cardinais para quantidades. Na primeira imagem, a
mão está levemente inclinada para a direita, com os dedos curvados
formando um espaço vazio entre eles e a palma. Na segunda imagem, a
palma da mão está de frente, com o dedo indicador estendido e, os
demais, abaixados. Na terceira imagem, a palma da mão está de frente,
com os dedos indicador e médio estendidos e, os demais, abaixados. Na
quarta imagem, a palma da mão está de frente com os dedos indicador,
anelar e médio estendidos para cima e, os demais, abaixados. Na quinta
imagem, a palma da mão está para frente, com os dedos mínimo, anular,
médio e indicador estendidos e, os demais, abaixados. Na sexta imagem,
a mão está levemente inclinada para a direita, com a palma para frente,
os dedos indicador e médio arqueados, enquanto os demais estão
abaixados. Na sétima imagem, a mão está com a palma para cima,
enquanto os dedos estão juntos e encostando a ponta na metade do
dedo polegar, que está estendido para cima. Na oitava imagem, a mão
está levemente inclinada para a direita, com a palma para baixo e o dedo
indicador estendido para baixo, enquanto o dedo polegar encosta em sua
lateral. Na nona imagem, a mão está de frente e fechada, com o dedo
polegar sobre os demais. Na décima imagem, a mão está com a palma
para baixo, enquanto os dedos arqueados encostam sua ponta na
metade do dedo polegar, que está esticado para baixo.

Os números que se alteram aqui são um, dois, três e quatro; tanto em
sua conPguração como na posição que se encontram. Alguns
exemplos nos quais se utilizam os números nessa conPguração são:
quantidade de pessoas, de vagas, de objetos, de dias.

Números Ordinais e Monetários


Em terceiro lugar, temos a sinalização dos números ordinais, nos quais
a conPguração de mãos permanecerá semelhante aos cardinais para
códigos representativos, com a diferença de que serão sinalizados com
movimentos.
Figura 2.23 - Números ordinais, em Libras
Fonte: Adaptada de Silva et al. (2008).

#PraCegoVer : ilustração de nove conPgurações de mãos em Libras,


sinalizando os números ordinais. Na primeira imagem, a palma da mão
está de costas e o polegar estendido para cima; há duas setas indicando
movimento linear de cima para baixo. Na segunda imagem, a palma está
de costas, com os dedos indicador e polegar estendidos para cima; há
duas setas indicando movimento linear de cima para baixo. Na terceira
imagem, a palma está de costas, com os dedos indicador, médio e anelar
estendidos; há duas setas indicando movimento linear de cima para
baixo. Na quarta imagem, a palma está de costas, com os dedos
indicador, médio, anelar e mínimo estendidos; há duas setas indicando
movimento linear de cima para baixo. Na quinta imagem, a mão está
levemente inclinada para a direita, com os dedos indicador e médio
arqueados e, os demais, abaixados; há duas setas indicando movimento
linear de uma lado para o outro. Na sexta imagem, a mão está com a
palma para cima, enquanto os dedos estão juntos e encostando a ponta
na metade do dedo polegar, que está estendido para cima; há duas setas
indicando movimento linear de um lado para o outro. Na sétima imagem,
a mão está levemente inclinada para a direita, com a palma para baixo e o
dedo indicador estendido para baixo, enquanto o dedo polegar encosta
em sua lateral; há duas setas indicando movimento linear de uma lado
para o outro. Na oitava imagem, a mão está de frente e fechada, com o
dedo polegar sobre os demais; há duas setas indicando movimento linear
de um lado para o outro. Na nona imagem, a mão está com a palma para
baixo, enquanto os dedos arqueados encostam sua ponta na metade do
dedo polegar, que está esticado para baixo; há duas setas indicando
movimento linear de um lado para o outro.

Por Pm, os números também são sinalizados para indicar valores


monetários. No caso do Real, sempre no Pnal do número, se conPgura
uma das mãos em “R”, acrescida de movimento trêmulo, de um lado
para o outro, ou, então, utilizando da conPguração de mãos
semelhante aos números cardinais para quantidades, realiza-se o
movimento trêmulo na própria conPguração de mãos do número
sinalizado.

Sinalizando os Meses do Ano


Os meses do ano possuem sinais próprios para serem identiPcados ao
longo de uma conversa. A palavra “mês” se sinaliza da seguinte forma:
com uma das mãos fechadas e a outra com o dedo indicador erguido,
ambas se aproximam e a que está fechada se movimenta uma única
vez de cima para baixo, enquanto a fechada permanece imóvel,
conforme a imagem a seguir:
Figura 2.24 - Palavra “mês”, em Libras
Fonte: Elaborada pelo autor.

#PraCegoVer : imagens de uma intérprete de Libras sinalizando a palavra


mês, em língua de sinais. No primeiro quadro, ela está de frente e sua
mão direita está fechada, encostando no dedo indicador da outra mão,
estendido. No outro quadro, a posição do corpo e das mãos é a mesma,
porém, com a mão direita um pouco mais baixa.

Agora, vejamos cada um dos meses, a partir das imagens a seguir:


Figura 2.25 - Sequência da palavra “janeiro”
Fonte: Elaborada pelo autor.

#PraCegoVer : imagens de uma intérprete sinalizando a palavra janeiro.


Nas duas imagens ela está de frente: na primeira, com a mão direita em
frente ao peito e o dedo mínimo estendido; na segunda, o dedo mínimo
está apontando para baixo.

Figura 2.26 - Palavra “fevereiro”


Fonte: Elaborada pelo autor.

#PraCegoVer : imagem de uma intérprete sinalizando a palavra fevereiro.


Ela está de frente, com a mão aberta e a palma virada para o seu rosto.
Figura 2.27 - Palavra “março”
Fonte: Elaborada pelo autor.

#PraCegoVer : imagem de uma intérprete sinalizando a palavra março.


Ela está de frente, com a mão direita fechada e o dedo indicador
estendido na horizontal, encostando na parte de baixo do seu queixo.

Figura 2.28 - Palavra “abril”


Fonte: Elaborada pelo autor.

#PraCegoVer : imagens de uma intérprete sinalizando a palavra abril. No


primeiro quadro, ela está de frente e com a mão direita fechada e
encostada no pescoço. No segundo quadro, o braço direito está erguido,
com a mão fechada ao lado da cabeça.
Figura 2.29 - Palavra maio
Fonte: Elaborada pelo autor.

#PraCegoVer : quatro imagens de uma intérprete de Libras sinalizando a


palavra maio. Em todas elas está de frente e com a mão em frente ao
peito. Na primeira, está sinalizando a letra M; na segunda, a letra a; na
terceira, a letra i; e, na quarta, a letra o.

Figura 2.30 - Palavra “junho”


Fonte: Elaborada pelo autor.

#PraCegoVer : três imagens de uma intérprete sinalizando a palavra


junho. Em todas elas, ela está de frente e com as mãos diante do corpo
com os dedos indicadores e médios estendidos. Na primeira, o braço
direito está na parte superior, próximo ao rosto, e o braço esquerdo está
na parte inferior, próximo à barriga. Na segunda imagem, os dedos se
encontram no meio corpo e, na terceira imagem, a posição dos braços se
inverte.
Figura 2.31 - Palavra “julho”
Fonte: Elaborada pelo autor.

#PraCegoVer : três imagens de uma intérprete de Libras sinalizando a


palavra julho. Em todas as imagens ela está de frente e com a mão direita
em frente ao peito. Na primeira imagem, sua mão direita está fechada e
com o dedo indicador estendido, sinalizando a letra j. Na segunda, a mão
continua fechada e com o indicador estendido um pouco mais abaixo. Na
terceira, a mão está com o dedo polegar e indicador estendidos,
formando a letra L.
Figura 2.32 - Palavra “agosto”
Fonte: Elaborada pelo autor.

#PraCegoVer : intérprete sinalizando a palavra agosto. Ela está de frente,


com a mão direita aberta sobre o peito.

Figura 2.33 - Palavra “setembro”


Fonte: Elaborada pelo autor.

#PraCegoVer : intérprete sinalizando a palavra setembro. Ela está de


frente. Na primeira imagem, suas mãos estão em frente ao peito e
fechadas. Na segunda imagem, suas mãos permanecem na mesma
posição, porém, estendidas.
Figura 2.34 - Palavra “outubro”
Fonte: Elaborada pelo autor.

#PraCegoVer : intérprete sinalizando a palavra outubro. Ela está de


frente, com a mão em formato de cone em frente à boca.

Figura 2.35 - Palavra “novembro”


Fonte: Elaborada pelo autor.

#PraCegoVer : intérprete sinalizando a palavra novembro. Ela está de


frente, com a mão direita próxima ao ombro direito e com os dedos
indicador e médio estendidos para baixo.
Figura 2.36 - Palavra “dezembro”
Fonte: Elaborada pelo autor.

#PraCegoVer : intérprete sinalizando a palavra dezembro. Na primeira


imagem, ela está com a mão direita aberta sobre o maxilar. Já na segunda,
a mesma mão desce, em formato de concha, até o peito.

As referências utilizadas pela comunidade surda na confecção dos


sinais possuem fatos culturais e históricos de nosso país. Podemos
citar o mês de fevereiro, que pode ser sinalizado com mais de uma
forma, como pelo movimento dos dedos indicadores, remetendo à
festa de Carnaval. O mesmo ocorre com o mês de abril, o qual é
sinalizado com as mãos em punho que se movem do pescoço para
cima, o que nos lembra do feriado e da história de Tiradentes,
celebrado no dia 21 de abril.

Basicamente, esses são os sinais que podemos utilizar em qualquer


diálogo inicial com uma pessoa surda. Após, o que fortalecerá o
conhecimento sobre a língua de sinais e a cultura surda deverá ser a
relação com a sua comunidade, compreendendo o seu modo de vida,
valores e história.
praticar
Vamos Praticar
Os sinais relacionados à família, dias da semana, meses e números são o
arsenal básico de um estudante de Libras. Por estarem presentes no
cotidiano da comunidade surda, compreendê-los é um passo importante
para o reconhecimento e valorização de sua cultura e identidade, bem como
a construção de uma relação amigável e que tenha como princípio o diálogo
acessível para ambos.

Com base no que foi apresentado, bem como nos materiais dispostos em
nossa unidade, exercite pequenas frases em Libras. Busque simular
situações nas quais seja possível criar diálogos utilizando-se dela e, por Pm,
descreva a sua experiência em uma redação, comparando as exigências e
diPculdades de se utilizar da Língua Portuguesa (escrita e falada) e as que
você encontrou no uso da Língua Brasileira de Sinais.
indicações
Material
Complementar

FILME

Sou Surda e não sabia


Ano : 2009

Comentário : Este Plme conta a história de


Sandrine, que, durante os primeiros anos
escolares, não sabia que era surda. Seu
questionamento diário era sobre como as demais
crianças conseguiam entender o que a professora
ensinava, sendo que ela não conseguia. Este Plme
aborda a problemática do não diagnóstico familiar
e médico da surdez e os desaPos que a falta de
acessibilidade e apoio à pessoa surda podem
causar em seu desenvolvimento social e
intelectual.

Para conhecer mais sobre o Plme, acesse o trailer.

TRAILER

LIVRO

O Ouvinte e a Surdez: sobre ensinar e


aprender a Libras
Editora : Parábola Editorial

Autor : Audrei Gesser

ISBN : 9788579340505

Comentário : A obra apresenta as diferenças


existentes entre o mundo dos ouvintes e do
surdo, porém, aposta na possibilidade da relação
saudável e proximal entre ambos. Todo o
desconforto com uma nova língua e cultura é
natural, contudo, o dispor-se a elas revelará novos
saberes e curiosidades. O autor destaca a
formação da pessoa surda, o ensino de Libras e as
diferenças entre o aprender do surdo e do
ouvinte.

conclusão
conclusão
Conclusão
Ao longo desta unidade, estudamos os artefatos culturais da
comunidade surda, vimos quais são os instrumentos e valores
próprios dessa comunidade, traços estes que são ricos para a sua
identidade. Na sequência, discutimos acerca do bilinguismo e da
preferência por um ensino que conserve a cultura da pessoa surda em
sua matriz curricular, diferentemente do que ocorre em escolas
regulares que garantem a acessibilidade de tais sujeitos.

Vimos, também, os principais sinais para cumprimentos, bem como o


alfabeto manual e sua conPguração de mãos. Por Pm, estudamos a
respeito dos sinais que se relacionam com o tema família, com os
graus de parentesco, bem como os dias da semana, a sinalização de
meses e as quatro apresentações possíveis para se sinalizarem os
números.

referências
Referências
Bibliográficas
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2017.

BRASIL. Decreto nº 5.626, de 22 de dezembro de 2005 . Regulamenta


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Brasileira de Sinais - Libras, e o art. 18 da Lei nº 10.098, de 19 de
dezembro de 2000. Brasília, DF, dez. 2005.

BRASIL. Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002 . Dispõe sobre a Língua


Brasileira de Sinais - Libras e dá outras providências. Brasília, DF, abr.
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