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Será a guerra necessária para atingir

a paz?
 Introduçao: A guerra e a paz são temas debatidos desde
a antiguidade sendo uma das grandes inquietações no
debate das relações internacionais. A guerra é o estado de
indivíduos que resolvem as controvérsias usando a força.
Este conceito revela três elementos essenciais da guerra: o
estado de relação entre entidades, o de resolução de
conflitos e o de dimensão violenta. A guerra faz parte da
política, enquadrando-se nas atividades desta, não apenas
ao nível das relações externas, mas também no plano
interior, na medida em que este se projeta no exterior.
Apesar de privilegiamos o caracter predominantemente
internacional desta , nao podemos excluir conflitos
violentos não formalmente inter-estatais desde que
ponham em causa fraçoes muito significativas de Estados.
Há diversos tipos de guerra tais como: Guerra civil ,
conflitos armados entre partidos ou grupos de um mesmo
povo, guerras económicas e guerras psicológicas. Os
motivos que desencadeiam a guerra podem ser religiosos,
étnicos, culturais, económicos e territoriais. Algumas
pessoas acreditam que a guerra faz parte da biologia
humana, da sua necessidade de controlo territorial e
natureza agressiva e há quem acredite que a causa da
guerra é a perda da racionalidade por parte do Homem. O
conceito de paz é entendido como sendo um estado de
calma ou tranquilidade, uma ausência de perturbações e
agitação. Pode ainda referir-se à ausência de violência ou
guerra. A amplitude do debate sobre guerra e paz é
justificada pela relevância que a preservação da vida, a
sacralidade da vida humana, o comportamento
animalesco dos homens em situações adversas, as
dissuasões como consequência da própria arquitetura do
sistema internacional e a busca por poder são
inquietações da sociedade. Nesse sentido, é com a
ambição de estudar a guerra e os motivos que levaram
as guerras travadas ao longo da história que inúmeros
autores tentam compreender a natureza humana, o
interesse nacional, os desejos expansivos dos Estados e o
comportamento dos Estados no cenário internacional.

 Desenvolvimento: Segundo o ponto de vista realista, a


guerra justifica-se quando serve o interesse nacional, não
se justifica quando é contra o interesse nacional. Os
interesses dos outros estados e nações são considerados
em larga medida irrelevantes, a não ser
instrumentalmente. Mas, tal como os indivíduos não
podem normalmente ignorar os interesses dos outros
indivíduos, também os estados têm de dar alguma
importância aos interesses dos outros estados (ou, antes,
aos interesses das pessoas dos outros estados). Contudo,
não parece plausível supor que os estados têm de ser
totalmente imparciais, dando tanta importância aos
interesses das pessoas dos outros estados como dão aos
interesses dos seus próprios cidadãos. Nem a absoluta
parcialidade nem a perfeita imparcialidade parecem
apropriadas. Determinar em que condições e até que ponto
um estado tem o direito de dar prioridade aos seus
próprios interesses e preocupações sobre os dos outros
estados ou grupos nacionais continua a ser um problema
por resolver em teoria moral. Algumas formas de
parcialidade parecem-nos moralmente justificadas. Por
exemplo, aos pais não só se permite mas exige-se que
sejam parciais, pelo menos em relação a algumas coisas, a
favor dos seus próprios filhos. Mas outras formas de
parcialidade, como favorecer os interesses dos membros da
sua própria raça, são moralmente descenessárias. Parece
que o nacionalismo e o patriotismo são em alguns aspectos
análogos à lealdade familiar, mas noutros análogos ao
racismo. A maior parte das pessoas acredita que a
justificabilidade da guerra depende, não só de
considerações sobre consequências reais ou esperadas,
mas também daquilo a que frequentemente se chama
questões de princípio. Deste ponto de vista, a correção ou
incorreção de um ato pode ser, pelo menos em parte, uma
função da natureza intrínseca do próprio ato, que é
independente das suas consequências. Algumas pessoas
(chamadas “absolutistas”) acreditam até que há certos atos
que, simplesmente devido aos géneros de atos que são,
nunca podem ter justificação. Chama-se pacifistas às
pessoas que são absolutistas a respeito de atos de guerra.
Acreditam que nunca é legítimo fazer a guerra. Embora
quase toda a gente acredite que há uma forte presunção
contra a violência e o matar que ocorrem na guerra, os
pacifistas diferem da maior parte de nós na sua crença em
que esta presunção não pode ser superada, que o desafio
de fornecer uma justificação moral para a guerra nunca
pode ser satisfeito. Acabar com as desigualdades sociais é
um passo muito importante para caminharmos para a paz,
pondo assim um ponto final nas guerras. É importante
também encararmos a necessidade do desarmamento e a
abolição das armas. Os motivos que levam ao
desencadeamento da guerra podem ser diversos tais como:
crises económicas, grandes tensões politicas e sociais,
desentendimentos politicos, diferenças a nível religioso e
cultural, desigualdades sociais, a sobrepopulação, o
consumismo, a fome, a pobreza, entre muitas outras. Ao
resolvermos estes problemas, estaremos a implementar a
paz no mundo. Nesse sentido, para podermos alcançar a
paz, não é necessário que haja guerra mas é necessário: -
Educarmos as populações para a não violência;
- Promover o respeito para com todos os outros indivíduos que
nos rodeiam, considerando e valorizando as suas diferenças, com
um espirito de tolerância para as maiores diferenças de natureza
sócio culturais;
- Desenvolver a democracia nos estados autoritários, reforçando
as instituições democráticas em todos os setores de gestão
governativa;
E por ultimo: - Promover a solidariedade mundial entre pessoas,
povos e nações.
Apesar dos progressos que se têm vindo a verificar, no sentido
de instalar a paz mundial, resta ainda muito a realizar,
começando por fazer respeitar as convenções, protocolos e
outras indicações e ideias mundiais, muitos até aprovados pelos
países que fazem parte das Naçoes Unidas e que são os
primeiros a cair mo incumprimento. É assim importante
respeitar, cumprir e fazer cumprir, o direito internacional, a
declaração universal dos direitos do Homem, a carta das Naçoes
Unidas, entre outras. A guerra tem aspetos positivos e é uma das
causas para o avanço da humanidade, seja no aumento da
esperança média de vida ou na forma como influencia a
ocupação de território de forma organizada. Para isso, faz
equivaler o desenvolvimento das técnicas e dos meios de batalha
ao crescimento económico e social de diferentes partes do
mundo. Nenhum grande problema da Humanidade,
independentemente do seu tipo, deveria ser resolvido á base de
guerra, inúmeras mortes e arraso total dos edifícios. Na guerra,
acabam sempre por morrer inocentes e os que menos têm são
os que mais perdem nestas situações. Para o país ou cidade que
se encontra no processo de guerra com o objetivo de atingir a
paz, nem sempre o consegue devido a motivos de força maior,
seja pelo governo ou por causa de outro meio qualquer, pois no
fundo as pessoas vao para a guerra por desentendimentos que
foram desencadeados por terceiros, arriscando-se assim a perder
a vida por coisas que não lhes competem. Na nossa opinião a
guerra não deveria ser necessária para atingir a paz, pois em vez
de trazer a paz só desencadeia conflitos, perdas económicas e
perdas humanas em que nenhuma delas teve culpa do sucedido,
pode ainda deixar marcas físicas e psicologias irreversíveis para
os sobreviventes.

 Conclusao:
A ajuda internacional aos países e às populações vítimas da
guerra pode ser fundamental para assegurar a estas últimas as
condições mínimas de dignidade humana. Essa intervenção é
fundamental quando, no contexto das guerras civis, estas são
claramente marcadas pelo desrespeito pelos direitos humanos e
pelo envolvimento e pela morte indiscriminada de civis. Por isso
mesmo, considerámos importante tentar perceber como a ajuda
internacional funciona e refletir sobre a hipótese da ajuda em
cenários de guerra poder, em determinadas situações, contribuir
para o prolongamento do conflito.
Em suma, a guerra reflete características da sociedade onde
ocorre violência entre entidades superiores, do mesmo modo
que intervem na sua evoluçao. Esta, tem sido uma constante na
História da humanidade sendo nos dias de hoje vista como um
fator de superioridade por quem a desencadeia. Os fenómenos
de violência têm sido objetos de estudo, teorias e doutrinas.
Pelos motivos que foram referidos anteriormente acabamos por
refletir que não é necessario existir um estado de guerra para
que possamos atingir a paz. Gostariamos de terminar com uma
citação de Raymond Aron «Na verdade, a grande ilusão é a ilusão
dos europeus, por vezes mesmo dos americanos, que atribuem a
todos os povos e a todos os que os governam uma só
racionalidade, a dos economistas que comparam o custo e o
rendimento. Os europeus gostariam de sair da História, da
grande História, a que se escreve com letras de sangue. Outros,
às centenas de milhões, nela entram ou voltam a entrar».

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