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Ambiente e Doença
(Anotações de aula)
(DPV39 – Fitopatologia Geral)
Prof. Jonas J. Fernandes

O aparecimento e desenvolvimento de uma doença é resultante da interação entre planta suscetível, um agente
patogênico e fatores ambientais favoráveis (lembre do triângulo de doença).
Os fatores do ambiente podem determinar o grau de predisposição do hospedeiro, influenciando desde o
estabelecimento da doença numa cultura até o desencadeamento da epidemia. O conceito de predisposição baseia-se na
alteração da suscetibilidade do hospedeiro, resultante da atuação de fatores externos ao mesmo. Assim, predisposição é
caracterizada por uma condição de maior ou menor suscetibilidade da planta ao patógeno, determinada por fatores não
genéticos, que atuam antes e durante os processos de infecção e colonização.
Os fatores do ambiente também podem ter feito direto ou indireto sobre o patógeno, favorecendo ou desfavorecendo
sua sobrevivência e o seu desenvolvimento, tanto no hospedeiro como no meio ambiente. E, finalmente, as condições
ambientais podem influir na interação hospedeiro-patógeno (o processo de doeça), o que pode implicar em maior ou menor
grau de severidade da doença.
Antes de discutirmos o efeito do ambiente no hospedeiro, no patógeno e no ciclo das relações patógeno-hospedeiro é
importante lembrar as formas que a água está presente no ambiente das plantas. Consultando o dicionário Aurélio
encontramos as seguintes definições:
Os fatores climáticos são os mais importantes entre os fatores do ambiente que influenciam as doenças de plantas e
seu desenvolvimento epidêmico. Dentre os fatores metereológicos, o mais importante deles (exceto para virose) é o
molhamento foliar, produzido pelo orvalho, nevoeiro e pela chuva, necessário tanto para a infecção quanto para esporulação. A
chuva pode ser importante na disseminação dos patógenos, principalmente esporos de fungos que causam lesões foliares.
As três maiores fontes de umidade para ocorrência de doenças de plantas são: chuva, orvalho e respingos de água
de irrigação por aspersão. Essas três fontes de umidade diferem em sua influência sobre várias fases do ciclo de vida do
patógeno. As chuvas e irrigação por aspersão promovem a dispersão dos esporos, mas o orvalho não o faz na mesma
intensidade. Todas as três fontes de umidade podem facilitar a germinação e penetração do patógeno, uma vez que esses
processos não requerem longos períodos de umidade e são poucos influenciados pela luminosidade. O orvalho, mais
freqüente à noite, normalmente favorece a esporulação. Na dispersão do inóculo, a água exerce efeito determinante em
algumas espécies de fitopatógenos, atuando na liberação e no transporte de propágulos por impacto de gotas e, ainda,
podendo levar propágulos a longas distâncias, como conseqüência do escoamento superficial de água e irrigação (RIBEIRO et
al., 2004).

Umidade relativa (Física): Razão entre a pressão de vapor de água na atmosfera e a pressão de vapor saturado na
mesma temperatura;
Orvalho: Umidade da atmosfera, que se condensa (principalmente durante a noite) e se deposita, em forma de gotículas,
sobre qualquer superfície fria;
Neblina: Névoa densa e rasteira; nevoeiro;
Chuva: Precipitação atmosférica formada de gotas de água cujas dimensões variam entre 1 e 3 mm, por efeito da
condensação do vapor de água contido na atmosfera;
Chuvisco: Chuva miúda, fina;
Irrigação: Rega artificial das terras por meio de canais, canos, levadas, etc., convenientemente distribuídos pelo terreno;

A) AÇÃO DE FATORES AMBIENTAIS SOBRE O HOSPEDEIRO

• Umidade, no solo:
¾ Excesso de água → diminui a disponibilidade de oxigênio para as raízes
¾ Deficiência hídrica → alteração da disponibilidade de água e nutrientes
¾ Obs. Ambas as condições causam o desenvolvimento inadequado da planta e, conseqüentemente, maior
predisposição.

• Temperatura:
¾ Temperatura extrema (altas ou baixas) → alteração da suscetibilidade (bloqueio à formação de compostos
fenólicos) e desenvolvimento debilitado do hospedeiro
¾ Baixa temperatura é fator de prevenção da maioria das doenças pós-colheita
¾ Causa diferenças na reação de cultivares

• Nutrição:
¾ N → Em geral, excesso, favorece a infecção.
¾ P → Tem efeitos variados (pode aumenta ou diminuir a severidade da doença)
¾ K → Em geral, a quantidade ideal reduz a infecção.

É notório e indiscutível o papel dos macro e micronutrientes no crescimento e na produção das diversas espécies
vegetais. Tanto a quantidade quanto a presença ou ausência de determinado elemento podem resultar em alterações na
arquitetura, na anatomia e na composição química das plantas. Esse envolvimento pode aumentar ou reduzir a intensidade
das doenças e resultar em menor tempo para ocorrer as epidemias com alta taxa de progresso. As principais mudanças
proporcionadas pela nutrição mineral, responsáveis por reduzir a intensidade de doenças, são paredes celulares e cutículas

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mais espessas, manutenção dentro da célula de compostos solúveis, como açúcares simples e aminoácidos, maior
suberização, silificação e lignificação dos tecidos, maior síntese e acúmulo de compostos fenólicos e menor abertura dos
estômatos. Também por facilitar o escape ou período não propício à doença pelo rápido amadurecimento das plantas,
aumentando sua tolerância, por estimular o crescimento e a produção da planta na presença do patógeno (HUBER, 2002).
Um programa de adubação equilibrada, integrado com outras praticas culturais, permite uma ampla utilização do
controle cultural e promove uma melhor oportunidade para uma máxima supressão das doenças. Manipular a adubação ou
modificar o ambiente do solo pode influenciar e tornar disponíveis nutrientes. Práticas como plantio direto, aumento de teores
de matéria orgânica, correção do pH do solo e irrigação podem influenciar a predisposição às doenças, aumentar ou diminuir
diretamente a disponibilidade dos vários nutrientes ou alterar a atividade microbiana do solo (HUBER, 2002).
As deficiências e os desequilíbrios nutricionais promovem mudanças na forma, na anatomia e na bioquímica das
plantas, podendo torná-las suscetíveis às doenças (Tabela 1) (Pozza & Pozza, 2003).

TABELA 1 - Alterações causadas pelas deficiências nutricionais.


Deficiência Promove
N Reduz alcalóides, alexinas e cianoglicosideos tóxicos ao patógeno. Diminui a síntese de lignina e suberina
(menos parede celular - facilita penetração dos patógenos). Mudas de cafeeiro em solução nutritiva, com níveis
suficientes de N, foram mais resistentes à cercosporiose (Pozza et al., 2001).
P Menor síntese protéica, redução dos alcalóides, lignina e glicosideos. Em níveis suficientes reduz perdas
causadas por mal-do-pé do trigo e podridão comum de raiz em cevada (Roberts, 1998).
K Acúmulo de açúcares e aminoácidos de baixo peso molecular, maior tempo ou abertura dos estômatos, menor
síntese e acúmulo de compostos fenólicos. Na Geórgia, quase todos os casos de mancha foliar de Stemphylium
foram devidos ao baixo teor de K na planta. Apenas com adubação potássica ocorreu redução da doença,
fungicidas não reduziam a ocorrência (Harris, 2001).
Ca Menor estabilidade da parede celular e membranas, facilita ação das enzimas liberadas pelo patógeno para
dissolução da lamela média. Em solução nutritiva, mudas de cafeeiro deficientes em Ca, foram mais suscetíveis
à cercosporiose, o aumento do suprimento de Ca reduziu linearmente a incidência da doença (Garcia Junior,
2002).
S Acúmulo das frações nitrogenadas solúveis (nitrato) e menor síntese protéica. Em abacateiro, a aplicação de
enxofre ao solo favorece o desenvolvimento de Trichoderma viridae, que atua como micoparasita de
Phytophthora cinnamomi (Cook & Baker, 1983).
Fé A ausência do íon ferro resulta na suscetibilidade das células, pois, é essencial para a síntese de fitoalexinas e
indução de resistência a doenças.
Zn Plantas de arroz cultivadas em solo deficiente em zinco favorecem aumento na incidência de Xanthomonas
campestris pv. oryzae.
B Acúmulo de açúcares nas folhas, paredes celulares mais finas, menor lignificação dos tecidos e menor síntese de
calose.
Cu Menor lignificação dos tecidos, perda do efeito direto como fungicida. Além da ação antifúngica, esse nutriente
pode atuar como co-fator na síntese de enzimas, inclusive naquelas ligadas a patogênese tornando-se mais uma
evidência da atuação destas substâncias no processo de defesa da planta. Plantas deficientes em cobre são
mais suscetíveis à ocorrência de míldio, possivelmente por inibição da lignificação, redução no metabolismo de
fenóis (supressão), acúmulo de carboidratos solúveis e senescência foliar precoce (Marschner,1995). O íon
cobre pode induzir resistência pelo aumento da síntese de peróxidos, compostos fenólicos e quinonas, tendo
todos propriedades bactericidas (Zambolin & Ventura, 1993).
Mn Menor síntese de lignina. Andebrhan (1981) estudou o efeito da infecção por Crinipellis perniciosa na fisiologia do
cacaueiro e detectou menor teor de Mn nas mudas infectadas. Em cupuaçuzeiros infectados por este patógeno
também foi observado menor teor de Mn (Benchimol, Viégas & Carvalho, 2002).
Si Em níveis suficientes promove ativação rápida e intensa de peroxidases e polifenoloxidase, bem como uma
marcante estimulação da atividade da quitinase. Extratos protéicos de plantas infectadas e com níveis elevados
de silício apresentaram um aumento na atividade da enzima beta-glicosidase, a qual apresentou correlação com
a presença de agliconas fungitóxicas encontradas nas raízes das plantas, e com a eficácia destas em suprir o
Pythium sp. (Chérif, Asselin & Bélanger,1994). Santos (2002) observou-se decréscimo linear do número de
mudas de cafeeiro doentes e aumento na concentração de lignina até a dose de 0,52 g de silício.

Efeito de Fonte de nitrogênio sobre algumas doenças da batata (Zambolin & Ventura, 1993. RAPP)
Fonte de N Murcha de Verticillium Cancro de Rhizoctonia Produção (Kg/há)
NH4SO4 3,9 b 6,2 b 6100 b
Ca(NO3)2 9,6 a 4,8 a 3598 a
Médias seguida de mesma letra, na vertical, não diferem entre si estatisticamente.

Infelizmente, não é possível generalizar o efeito de um nutriente específico para todas as combinações
patógeno-hospedeiro-ambiente. Os nutrientes funcionam como parte de um complexo sistema de reações interdependentes,
as quais constituem uma das medidas de controle a integrar o manejo do patossistema. Existe também grande dependência
das características físicas e químicas dos solos, do clima, das fontes e quantidades dos nutrientes. Diante do exposto, a
nutrição mineral surge como opção viável para aumentar a resistência das plantas às doenças, de forma a seguir a tendência
mundial de reduzir o uso de agrotóxicos, reduzindo o impacto ambiental e aumentando a sustentabilidade do agroecossistema,
além de obter alimentos saudáveis de maneira a proporcionar maior qualidade da vida (Pozza & Pozza, 2003).
Em termos gerais os parasitas facultativos infectam preferencialmente plantas debilitadas, enquanto os obrigatórios são
mais adaptados para causar doenças nas plantas sadias (Manning & Tiedemann, 1995; IN: Ghini, 2004).

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Um bom exemplo da importância e do efeito do suprimento de nutriente na ocorrência de doença é o fornecimento de
silício a plantas de arroz e a sua relação com a ocorrência de BRUSONE DO ARROZ:, doença causada Magnaporte grisea
(Pyricularia grisea).
A Brusone é a principal limitação para a produção de arroz em todas as partes do Mundo (Ou, 1985; IN. Rodrigues et al,
2003). A estratégia de controle integrado da brusone em ambiente com alto potencial epidêmico inclui o uso de cultivares de
resistência parcial, semeadura antecipada, manejo de água e nitrogênio, bem como o tratamento de sementes e da parte
aérea com fungicidas (Bonman 1992; Ou, 1985; IN. Rodrigues et al, 2003). Outra estratégia que vem aumentando de estudada
é o uso de silício (Datnoff et al, 1997; IN. Rodrigues et al, 2003). Em muitos casos, o silício controla a brusone principalmente
porque ele tem o potencial de aumentar a resistência parcial para o mesmo nível da resistência completa (Datnoff et al, 2001;
IN. Rodrigues et al, 2003). Seebold et al (2001; IN. Rodrigues et al, 2003) quantificou o efeito do silício em vários
componentes de resistência a brusone. Estudando a brusone na
Figura:
cultivar de arroz M-201, eles obtiveram evidências que o período de
Desenvolvimento de
incubação da doença foi aumentado, e, que o número de lesões
sintomas de bruzone
esporulando, o tamanho da lesão, a taxa de expansão da lesão e o
em folhas 96 horas
número de esporos por lesão foram reduzidos acentuadamente.
após a inoculação
O mecanismo da resistência a brusone media pelo silício é pouco com Magnaporthe
entendido e aberto a investigação. Do ponto de vista morfológico, o grisea em plantas de
aumento da resistência a brusone tem sido associada com a densidade +
arroz adubadas (Si ) e
de células silicificadas na epiderme (Hemmi, et al, 1949; IN. Rodrigues -
não adubadas (Si )
et al, 2003). Investigaram algumas das características citológicas da com silício.
resistência a brusone mediada por silício, Kim et al. (2002, IN. (Rodrigues et al.
Rodrigues et al, 2003) observaram que a parede das células da 2004)
epiderme não foi significativamente afetada pelo silício. Assim, parece
admissível que a resistência do arroz à colonização de M. grisea é
muito mais complexa do que a resistência física das células pela
deposição de silício. Rodrigues et al (2003) estudaram aspectos
citoquímicos e ultraestruturais da resistência a brusone mediada pelo silício e observaram que as células da folha de arroz
adubadas com silício apresentam o acumulo de material anamorfico provavelmente de natureza fenólico, sugerindo a presença
de fitoalexinas.
Em verdade, uma reação de defesa importante do arroz à infecção por M. grisea é a produção de fitoalexinas (Dillon et al.
1997; IN. Rodrigues et al, 2003). As fitoalexinas da folha do arroz são quimicamente diversas e compreendem constituintes
flavanoides e diterpenoides. O acumulo das fitoalexinas sakuranetin, momilactone A e B, e oryzalexin S correlaciona-se com o
aumento na resistência a brusone em cultivares de arroz suscetível e parcialmente resistente. Diferenças genéticas entre
cultivares de arroz podem afetar a produção de fitoalexina em quantidade e momento de expressão genética,
conseqüentemente o nível de resistência a brusone. Provavelmente a elicitação da produção e a efetividade das fitoalexinas
dependem de vários fatores, incluindo cultivar, elicitores e condições ambientais (Dillon et al, 1997; IN. Rodrigues et al., 2004).
Estudando o efeito do silício na resistência do arroz a brusone Rodrigues et al (2003) obtiveram evidências diretas de que as
plantas de arroz fertilizadas com silício respondem a infecção por M. grisea por meio de mecanismo bioquímico de defesa
celular. Estes autores concluíram que o silício pode modular as respostas de defesa do arroz influenciando o metabolismo ou a
síntese de compostos antifúngicos após a penetração de M. grisea nas células epidérmicas. Os resultados ligam o papel
benéfico do silício contra M. grisea com um mecanismo específico de indução de resistência em arroz, a produção de
fitoalexinas. Rodrigues et al. (2004) identificaram o aumento da presença de momilactones A e B, como componentes de
defesa alterando o crescimento do fungo em folhas de arroz adubadas com silício. Alinhado com este fato, tem sido relatado
que momilactones A e B atingem o máximo de concentração em tecidos de arroz em aproximadamente 72 a 96 horas após a
infecção por M. grisea. (Cartwright e Langcake, 1980; IN. Rodrigues et al., 2004). Estudando a produção de fitoalexinas em
plantas de arroz adubadas com silício e inoculadas com M. grisea, Rodigues et al. (2004) verificaram que a produção das
fitoalexinas momilactones A e B é muito maior neste caso do que em plantas não adubadas com silício ou não inoculadas com
M. grisea. (FIGURA a seguir). O aumento na concentração destas duas fitoalexinas no extrato de folha de arroz obtido de
plantas adubadas com silício sugerem que o silício contribui para aumentar a resistência contra M. grisea.
Duas hipóteses, ambas admissíveis e que podem operar simultaneamente, podem ser consideradas em relação ao
mecanismo de resistência do arroz adubado com silício em resposta a infecção por M. grisea. Pela primeira hipótese é
possível que em certas áreas de deposição acentuada de silício o atraso na penetração e colonização da planta cria para a
planta de arroz tempo suficiente para acumulo das momilactonies, sintetizadas em resposta a infecção por M. grisea, a nível
considerável para expressar sua ação fungitóxica na zona do sítio de infecção. Na segunda hipótese, de acordo com Fawe et
al (2001, IN. Rodrigues et al., 2004), o silício solúvel presente na célula vegetal pode mediar alguma resposta de defesa que é
funcionalmente similar à resistência sistêmica adquirida (Rodrigues et al., 2004).

FIGURA (ao lado esquerdo). Análise cromatografia (HPLC) da


fração fenólica de folha de arroz. A- Plantas de arroz não
- -
inoculadas e não adubadas com silício (Si M. grisea ); B-
Plantas de arroz não inoculadas e adubadas com silício (Si+ M.
grisea-); C- Plantas de arroz inoculadas e não adubadas com
silício (Si- M. grisea+); D- Plantas de arroz inoculadas e
adubadas com silício (Si+ M. grisea+). Note a presença de dois
picos nos extratos de folhas dos tratamentos Si+ M. grisea- e
- +
Si M. grisea que atingiram quantidades muito maiores no
tratamento Si+ M. grisea+. Estes dois picos correspondem as
momilactonas A e B, baseado no espectro de luz ultravioleta
(λmax 212 nm). (Rodrigues et al, 2004)

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• Idade da planta, na época da inoculação

Figura (ao lado esquerdo). Número de lesões de Uromyces


appendiculatus em folhas primárias e trifolioladas de feijoeiro
(variedades Rosinha e Carioca) com diferentes idades (Bergamin, et al
1997)

B) AÇÃO DO AMBIENTE SOBRE O PATÓGENO

O clima afeta a sobrevivência do inóculo, tanto entre estações de cultivo quanto dentro da estação de cultivo. A
sobrevivência do inóculo entre estações de cultivo é menor em regiões temperadas ou semi-áridas com verão seco, onde
condições climáticas extremas podem destruir as estruturas de sobrevivência e infecção do patógeno. Por outro lado, nas
regiões tropicais, onde se observa clima mais estável ao longo do ano, a sobrevivência do inóculo é muito maior. Condições
extremas de temperatura e umidade podem afetar a planta hospedeira, além de comprometer a sobrevivência de muitos
patógenos foliares e de solo. Inundações tornam o ambiente do solo anaeróbico, contribuindo para a eliminação de muitas
espécies fitopatogênicas. Baixa disponibilidade de água no solo pode provocar dessecamento de estruturas de alguns
patógenos.
Para dispersão de estruturas reprodutivas, o vento exerce papel fundamental, embora muitos patógenos sejam
extremamente dependentes de água para dispersão. Em alguns casos a umidade é essencial para a liberação de esporos.
Alguns fitopatógenos têm sua disseminação fortemente relacionada à presença de água livre. Os respingos de chuva
desempenham papel relevante na disseminação de muitas doenças no interior do dossel, especialmente com relação ao
transporte das estruturas reprodutivas.
A germinação dos esporos e a infecção pela maioria dos fungos dependem da combinação da temperatura e duração
de umidade relativa do ar próxima da saturação ou duração do molhamento foliar.

• Umidade:
¾ Influencia na sobrevivência do patógeno
¾ Pode disseminar o patógeno
¾ Fator vital para a germinação de esporos e penetração do patógeno no hospedeiro Ex. Lamina d’água na
superfície do hospedeiro ou umidade relativa elevada (95% a 100% de UR)
¾ Influencia a reprodução do patógeno

• Temperatura:
¾ Efeito menos marcante (ampla faixa de temperatura)
¾ Influencia a etapa de germinação de esporos
¾ Influencia a fase de penetração
¾ Influencia os processos de colonização e reprodução

Tabela. Interações entre temperatura e duração do molhamento foliar requeridas


para o estabelecimento parasitário de Puccinia recondida f.sp. tritici em trigo
(Reis, 1991).
Intensidade da doença Duração do
Duração do
Temperatura (pústulas/folha) cultivares (nº) ciclo
molhamento
(ºC) biológico
(h) cv. Morocco cv. CNT 8
(dias)
4 0 0
6 0,1 0,2
10 8 1,3 1,3 6
10 19,4 7,9
15 44,9 46,9
2 0 0
4 0 0,1
15 6
6 6,3 4,7
15 43,7 41,0
2 0 0
4 3,6 1,3
20 6
6 31,8 24,3
15 62,8 55,4
2 0 0
4 1,0 0,2
25 7
6 32,2 21,0
15 36,9 18,0
Determinações feitas em plântulas, sob condições controladas.
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• Vento: Relevante na disseminação

• pH: Afeta diretamente o patógeno


Ex. Streptomyces scabies
pH < 5,2 – sarna menos severa
pH 5,0 a 8,0 – sarna mais severa
Plasmodiophora brassicae
Solos alcalinos → esporos não germinam
Solos ácidos → ocorre a hérnia das crucíferas

C) EFEITO DO AMBIENTE NA DOENÇA


A umidade constitui-se num dos fatores mais importantes que influenciam no desenvolvimento das doenças das
plantas. A umidade, medida em termos de quantidade e duração, é essencial para que haja infecção pela maioria dos fungos e
bactérias, agentes causais de doenças.
O período de incubação e o período latente dependem fundamentalmente da temperatura, umidade e o molhamento
foliar podem apresentar algum efeito aditivo, dependendo do patógeno. O crescimento da lesão depende, principalmente, da
temperatura, sendo o molhamento foliar e o conteúdo de água fatores adicionais, o que deve ser considerado quando se
trabalha com culturas sob sistema de irrigação.
As três maiores fontes de umidade para ocorrência de doenças de plantas são: chuva, orvalho e respingos de água
de irrigação por aspersão. Essas três fontes de umidade diferem em sua influência sobre várias fases do ciclo de vida do
patógeno. As chuvas e irrigação por aspersão promovem a dispersão dos esporos, mas o orvalho não o faz na mesma
intensidade. Todas as três fontes de umidade podem facilitar a germinação e penetração do patógeno, uma vez que esses
processos não requerem longos períodos de umidade e são poucos influenciados pela luminosidade. O orvalho, mais
freqüente à noite, normalmente favorece a esporulação. Na dispersão do inóculo, a água exerce efeito determinante em
algumas espécies de fitopatógenos, atuando na liberação e no transporte de propágulos por impacto de gotas e, ainda,
podendo levar propágulos a longas distâncias, como conseqüência do escoamento superficial de água e irrigação.
O orvalho é um fator microclimático de grande importância em diferentes fases do ciclo do patógeno. A duração dos
períodos de orvalho é mais importante que a quantidade de água depositada, para o desenvolvimento de doenças de plantas,
e há vários instrumentos desenvolvidos para mensurar sua duração.
A chuva, ao contrário da irrigação por aspersão, afeta grandes áreas, ocorrendo também durante o dia,
diferentemente do orvalho. Em certas condições, as chuvas pesadas e rápidas podem ser mais eficazes no desenvolvimento
de epidemias que chuvas prolongadas, porque elas promovem maior dispersão dos esporos por respingos, além de remover
maior quantidade de fungicida da folhagem. Os patógenos de difícil disseminação pelo vento são, geralmente, beneficiados
pelas chuvas fortes. Patógenos que requerem longos períodos de umidade para a infecção são favorecidas por chuvas finas e
prolongadas. Esse tipo de chuva favorece a esporulação e infecção.

Figura (lado direito). Efeito da


temperatura no período incubação
da mancha angular do feijoeiro
(Phaseolus vulgaris) causada por
Phaeoisariopsis griseola, em
diferentes temperatura, nas
cultivares Carioca-(A) e Rosinha-
(B). Cada ponto representa a média
de quatro repetições (Dalla Pria et
al, 2003).

Figura (lado esquerdo): Efeito da temperatura na


freqüência de infecção de infecção (número de pústulas
por cm2) e no período latente (horas) da ferrugem do
feijoeiro (Uromyces appendiculatus), em folhas trifoliadas
da cultivar Rosinha (Bergamin et al., 1997)

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Figura (lado direito). Severidade
da mancha angular do feijoeiro
(Phaseolus vulgaris) causada
por Phaeoisariopsis griseola,
em diferentes períodos de
molhamento, nas cultivares
Carioca-(A) e Rosinha-(B).
Cada ponto representa a média
de quatro repetições. Barras
representam erro padrão da
média. (Dalla Pria et al. 2003)
Nestes gráficos acima são
apresentam os resultados de um experimento onde as plantas de feijoeiro (Phaseolus vulgaris), de duas cultivar Carioca e
Rosinha, foram inoculadas uniformemente com a mesma suspensão de conídios de Phaeoisariopsis griseola e imediatamente
a em seguida todos os tratamentos foram colocados em câmara de nevoeiro. Cada tratamento, consistindo de diferentes
tempos de duração do período de molhamento foliar (PMF), foi retirado da câmara de nevoeiro após o tempo (nº horas)
previamente programado e levado para ambiente adequado para o desenvolvimento da doença (mancha angular) e das
plantas de feijoeiro. Portanto, o gráfico mostra a curva da severidade da mancha angular do feijoeiro em função de diferentes
tempos de duração do período de molhamento foliar imediatamente após a inoculação. (Dalla Pria et al., 2003).

Figura (ao lado direito) . Severidade da


mancha angular do feijoeiro (Phaseolus
vulgaris) causada por Phaeoisariopsis
griseola, em diferentes temperaturas, nas
cultivares Carioca-(A) e Rosinha-(B).
Cada ponto representa a média de quatro
repetições. Barras representam erro
padrão da média. (Dalla Pria et al. , 2003)

Figura (lado esquerdo) . Efeito do


período de molhamento e da temperatura
na severidade da mancha angular do
feijoeiro (Phaseolus vulgaris) causada
por Phaeoisariopsis griseola, nas
cultivares Carioca (esquerda) e Rosinha
(direita). (Dalla Pria et al. 2003)

Figura (lado direito). Taxa de


crescimento das lesões (mm2/hora) da
mancha angular do feijoeiro (Phaseolus
vulgaris) causada por Phaeoisariopsis
griseola, em diferentes temperaturas,
nas cultivares Carioca-(A) e Rosinha-
(B). (Dalla Pria et al. 2003)

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D) Exemplos:

¾ Determinação das Condições Climáticas que Favorecem o Desenvolvimento da Ferrugem e da Mancha


Angular do Feijoeiro (Coelho et al. 2003). Observe os gráficos a seguir e leia parte da discussão dos autores
transcrita a seguir

“Influência das condições climáticas na ocorrência e desenvolvimento da ferrugem do feijoeiro, na região de


Viçosa-MG
No ensaio conduzido durante o plantio das águas, as condições de molhamento foliar (MF) e temperatura
permitiram a ocorrência da infecção. Entretanto, o desenvolvimento da doença foi prejudicado pelas condições
climáticas, o que fez com que a doença atingisse um valor máximo de severidade baixo (Ymax igual a 0,3%) e taxas
baixas de crescimento (menores que 0,03) (Figura 1 A e B).
A temperatura e molhamento foliar (MF) são dois fatores importantes para a ocorrência da ferrugem. Destes, o
MF, principalmente pela formação de orvalho, parece ser fator crítico para a ocorrência da doença, já que a presença ou
ausência de água líquida na superfície foliar determina a possibilidade de ocorrência a infecção.

Figura (ao lado direito) Curva de progresso da


ferrugem e da mancha angular (A), taxa de
crescimento da ferrugem e da mancha angular
(B) e temperatura e molhamento foliar em função
da hora do dia (C), para o ensaio conduzido
durante o plantio das águas. BARRAS (Figura A)
– Desvio – padrão da média.

Figura. (ao lado esquerdo) Curva de progresso da


ferrugem e da mancha angular (A), taxa de
crescimento da ferrugem e da mancha angular (B)
e temperatura e molhamento foliar em função da
hora do dia (C), para o ensaio conduzido durante
o inverno. BARRAS (Figura A) – Desvio - padrão
da média.

As condições que propiciam a


ocorrência da ferrugem são: temperaturas na
faixa de 9 a 27 ºC e 8 a 10 h de MF. No
plantio das águas, a temperatura ambiente
predominante foi de 16,1 a 26 ºC, sendo
registradas em média 10 h diárias com MF
(Figura 1C), o que permitiu a ocorrência da
infecção.
O clima tem influência em todas as fases do ciclo de vida do fungo U. appendiculatus. De maneira geral, a
esporulação, a freqüência de infecção e a porcentagem de tecido lesionado são favorecidas quando a temperatura
encontra-se na faixa de 16 a 21 ºC, com 8 a 10 h diárias de molhamento foliar.
No ensaio conduzido durante o plantio das águas, foi registrado maior número de horas diárias com temperaturas
acima de 21 ºC, concentradas na faixa de 21,1 a 26 ºC, ocorrendo neste intervalo de temperatura a maior duração do
período de MF (Figura 1C). Tais condições são desfavoráveis à ferrugem e certamente afetaram seu desenvolvimento, o
que está de acordo com os resultados obtidos por Silva et al. (1998).

Influência das condições climáticas na ocorrência e desenvolvimento da mancha angular na região d Viçosa-MG
No ensaio conduzido durante o plantio das águas, as condições climáticas foram favoráveis à mancha angular,
visto que a doença atingiu alto valor máximo de severidade (Ymax igual a 2,6%) e altas taxas de crescimento (0,06 a
0,2) (Figura 1A e B).
As condições climáticas que possibilitam a ocorrência da mancha angular são temperaturas situadas na faixa de
8 a 30 ºC e MF superior a 6 h.
No plantio das águas, os valores de temperaturas registrados durante o período ficaram entre 16,1 a 26 ºC, e o
número de horas diárias com MF foi superior a 6 h em praticamente todos os dias (Figura 1C), favorecendo a ocorrência
da infecção. Neste ensaio não foram registradas temperaturas inferiores a 16,1 ºC, sendo que temperaturas situadas na

T12_Ambiente Doença
8
faixa de 16,1 a 21 ºC ocorreram em alguns dias durante poucas horas e durante a noite, quando se registram os
menores valores de temperaturas.
De modo geral, os valores de temperaturas situados entre 21,1 e 26 ºC são considerados ótimos para o
desenvolvimento da mancha angular, pois proporcionam menor período de incubação, maior severidade da doença,
maior taxa de crescimento do patógeno, maior tamanho de lesão e maior velocidade de desenvolvimento da doença no
campo (Bassanezi et al., 1997; Dalla Pria, 1997). Logo, as condições climáticas ocorridas no plantio das águas
favoreceram o desenvolvimento da angular, pois nessa época foi registrado maior número de horas diárias com
temperaturas situadas na faixa de 21,1 a 26 ºC, quando ocorreu MF (Figura 1C).”

¾ REQUEIMA DO TOMATEIRO, agente causal: Phytophthora infestans (Fonte: Kimatii et al., 1997)
9 Produção de esporângios em ambiente → 91 – 100% de umidade relativa do ar (UR)
18 – 22 ºC
9 Comportamento do esporângio em condições úmidas (Ex. Chuva, neblina, orvalho):
Germinação → ótimo a 25 ºC
Produção de zoósporos → ótimo a 12 ºC
9 Comportamento dos zoósporos: nadam num filme de água

¾ FERRUGEM DO CAFEEIRO, agente causal: Hemileia vastatrix (Fonte: do Vale & Zambolim, 1997)
9 Germinação de uredósporos: água livre
ótimo 21 - 23 ºC
ausência de luz

¾ OÍDIO DA VIDEIRA, agente causal Uncinula necator (Oidium tukceri) (Fonte: Kimatii et al., 1997)
9 Condições favoráveis para a doença: clima seco
ótimo 20 – 27 ºC
9 Condições desfavoráveis para doença: temperatura elevada (> 35ºC) ou
chuvas fortes

E) Fatores ambientais e controle de doenças:

Algumas práticas agronômicas relacionadas à instalação e à condução da cultura devem ser adotadas com a finalidade de
criar condições de ambiente que desfavoreçam o patógeno e/ou favoreçam o hospedeiro, e desta forma impedir ou retardar o
aparecimento de doenças ou para mantê-las em baixos níveis de incidência e severidade. Ex.:
• Solos com boa capacidade de drenagem
• Irrigação adequada
• Espaçamento e densidade apropriada
• Adubação balanceada
• Correção de acidez
• Faixas de mata natural (barreiras físicas)
• Poda de frutíferas arbustivas (controle de microclima)

LEMBRANDO DOS PRINCÍPIOS DE CONTROLE:

Após o estudo do efeito do ambiente no processo de doença verifique na tabela a seguir exemplos de medidas de controle que
objetivam a modificação do ambiente para controlar doenças e o efeito predominate de cada uma delas.

Tabela: Relação entre métodos e princípios de controle, com ênfase sobre a MODIFICAÇÃO DO AMBIENTE, e seus efeitos sobre
parâmetros epidemiológicos de doença (x0, r ou t), o patógeno (P), o hospedeiro (H) e o ambiente (A).
Efeito predominante
Método de controle empregado * Princípios
x0 r t P H A
Escolha da área geográfica e local de plantio x x x x Evasão
Uso de caixas limpas para colheita e armazenagem x x Evasão
Escolha da época de plantio x X Evasão
Escolha de variedades precoce x x x Evasão
Cobertura morta do solo com palha amarela que aumenta a radiação interna
x x x Regulação
na planta
Pré-resfriamento logo após a colheita x x Regulação
Temperatura adequada da água para resfriamento x x Regulação
Transporte rápido e adequado x x x x Regulação
Acondicionamento em atmosfera controlada ou modificada x x Regulação
Aplicação de calcio pós-colheita x x Regulação
Modificação de praticas culturais/ cultura consorciada x x x Regulação
Modificação de praticas de irrigação x x x Regulação
Modificação da nutrição das plantas x x Regulação
Densidade de plantio x x x Regulação
Uso de temperaturas baixas na conservação de produtos agrícolas. x x Regulação
Armazenagem modificando a temperatura e atmosfera (composição de gases) x x Regulação
Eliminação de ramos para melhor aeração, mudanças na arquitetura da planta x x Regulação
(*) durante o cultivo ou após a colheita Adaptado: Schoeder (2004)

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9
F) DOENÇAS E PRAGAS AGRÍCOLAS GERADAS E MULTIPLICADAS PELOS AGROTÓXICOS (Tokeshi, H. 2000)
O uso indiscriminado de fungicidas, inseticidas e adubações desequilibradas estão causando desvios metabólicos nas
plantas reduzindo a biodiversidade do ecossistema como um todo, O uso inadequado dos agrotóxicos advém do
desconhecimento dos seguintes pontos: a) Os artrópodos (insetos e ácaros) fitófagos não tem enzimas proteolíticas eles se
alimentam de aminoácidos livres fornecidos pelas plantas ou por microrganismos simbiontes do aparelho digestivo dos
artrópodos Panizzi e Parra (1991). b) Todos os desequilíbrios nutricionais das plantas levam direta ou indiretamente ao
acúmulo de açúcares e aminoácidos livres na planta e isto as tornam suscetíveis as doenças e pragas.
O controle biológico de doenças e pragas são fenômenos extremamente corriqueiros nos centros de origem das plantas
cultivadas, O exame do problema nesses centros indicam que as plantas coevoluíram com os microorganismos por associação
em simbiose mutualística, simbiose neutra ou associativa. Neste sistema as plantas excretam sais minerais, aminoácidos,
ácidos orgânicos e açúcares para favorecer o crescimento de microorganismos epífitos ou da rizosfera. Esta associação
constante gerou a interdependência entre microrganismos e plantas superiores. Os estudos da fixação associativa de
nitrogênio em gramíneas mostram que os elementos essenciais à planta não podem ser isolados das necessidades da
microflora associativa se quisermos manter as condições ótimas de produção e controle biológico de pragas e doenças
Tokeshi (1991). Se admitirmos que a ocorrência de doenças e pragas são resultados do desequilibro ecológico, microbiológico
e nutricional da planta, fica evidente que nos centros de origem das plantas as doenças e pragas não são devastadoras porque
o referido equilíbrio é mantido. Quando domesticamos a planta e a cultivamos em condições diferentes, em monocultura,
adubação química e agrotóxicos estamos destruindo o ecossistema original, a microflora e fauna benéfica que protegia a
planta. A destruição do ecossistema original envolveu a microflora epífita e da rizosfera criando assim condições para o
surgimento de grandes epidemias de doenças e pragas da atualidade. Na natureza a luta para sobrevivência das espécies tem
por base o melhor aproveitamento da energia. Como as plantas alimentam as micorrizas fornecendo de 20 a 50 % dos
produtos da fotosíntese isto significa que esta simbiose é benéfica para sobrevivência das espécies associadas. O nível de
interdependência mencionado abrange micorrizas, rizobactérias promotoras de crescimento e bactérias fíxadoras de
nitrogênio.
Como a natureza não perdoa desperdício, deve haver uma razão muito forte para que esta simbiose mutualística seja
mantida e coevoluido com as plantas. Sendo os Rhizobium e micorrizas fundamentais na absorção de nutrientes essenciais,
verificamos que qualquer produto ou manejo que reduza a fotossíntese é prejudicial a plantas ou a seus simbiontes
associados. O uso de fungicidas sistêmicos como o benomil que tem ação erradicante sobre as micorrizas, prejudicando,
portanto, a planta por impedir a absorção de micronutriente zinco e cobre, essenciais no sistema de defesa e crescimento das
raízes. A simples aplicação de fungicidas e inseticidas à base de carbamatos aumenta a suscetibilidade da planta aos ácaros e
oídios devido a mudanças fisiológicas no vegetal que o torna mais palatável e nutritiva a estes agentes (pragas e doenças)
refletindo diretamente no crescimento radicular via fitohormônios nas raízes e exsudados.

Plantas sadias Adubos solúveis e Desequilíbrio nutricional


com simbiontes agrotóxicos

Exsudatos

Raízes Folhas

Bactérias promotoras de Síntese de proteínas


Micorrizas e fixação crescimento inibidas retardadas
biológica de nitrogênio
paralisados e mortos

Patógenos (bactérias e fungos) Acúmulo e exsudação de


sofrem estímulo de germinação e aminoácidos e açúcares
Aminoácidos livres em multiplicação livres
altas concentrações

Formação de produtos tóxicos Nutrientes abundantes


Artrópodos com alta para as raízes, ácidos para artrópodos e
fecundidade orgânicos e álcoois agentes patogênicos

Danos nas raízes Doenças Pragas e doenças


estimuladas

Processos biológicos e bioquímicos que levam aos desvios metabólicos e ataque de artrópodos e doenças. (Tokeshi, 2000 )

De acordo com o esquema das raizes, a sua ponta é produtora do estímulo da sua resposta ao ambiente externo. Assim
se aplicarmos um fungicidas sistémicos como benomil, fossetil alumínio ou abamectina interferimos na capacidade de resposta
das raízes gerando mudanças no suprimento de carboidrato, fitohormônios, micronutrientes ou exsudados de raízes
aumentando a sua suscetibilidade a pragas e doenças da parte aérea ou raízes.
O uso de adubos minerais solúveis e agrotóxicos, na agricultura moderna, causa a destruição agregados do solo e como
conseqüência teremos a formação de pé de grade ou arado. O encharcamento e anaerobiose existentes nesta área interferem

T12_Ambiente Doença
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no crescimento das raízes que gastam muito mais energia para ultrapassar esta barreira físico-química e se torna mais
suscetível ao ataque de pragas e doenças.
Moléculas de alto peso molecular resultante do húmus como ácido fúlvico, fitohormônios (IAA) e proteínas, no geral,
estimulam o crescimento radicular. Fenômeno oposto ocorre com moléculas de baixo peso molecular (MBPM) como álcool
etílico, etileno, ácido butírico, ácido valérico, ácido acético, ácido málico, ácido oxálico, ácidos graxos de cadeia curta e ácidos
fenõlieos. As MBPM surgem durante a fermentação dos exsudados das raízes e matéria orgânica em decomposição
anaeróbica, em solos encharcados ou compactado. Quando aplicamos fertilizantes, herbicidas e fungicidas que matam os
microrganismos benéficos e plantas invasoras são criadas as condições para a fermentação anaeróbica dos exsudados das
raízes, dispersão de argila e perda de agregação de partículas do solo. A conseqüência deste fato é a formação de pé de
grade ou arado que em poucas horas de encharcamento produz as MBPM inibindo o crescimento das raízes.
Como vimos anteriormente, 25 a 50 % dos produtos da fotossíntese são translocados e usados nas raízes. A maioria dos
fotossintetizados acaba no solo pelos exsudados radiculares, mucilagens, escamação e morte de células dos pêlos
absorventes. Este conjunto de matéria orgânica recebe o nome de rizodeposição. Esta matéria orgânica representa energia
que é usada por organismos do solo. Isto pode ser facilmente demonstrado contando o número de microrganismos no solo e
no rizoplano, e a proporção encontrada éde 1:5 a 1:50 dependendo da idade, espécie e condições de crescimento do vegetal.
Como regra geral de 75 a 80 % do carbono orgânico provem das raízes. A população de microorganismos é limitada
principalmente pelo nível de nitrogênio da rizodeposição. As leguminosas e gramíneas que fixam nitrogênio atmosférico tem
maior número de microrganismos por exsudarem mais aminoácidos que as não fixadoras. Quando adubamos as plantas com
excesso de nitrogênio em cobertura ou fazemos aplicações de agroquímicos que impedem a síntese de proteínas, os
aminoácidos acumulam nas folhas e raízes aumentando a exsudação de aminoácidos e açúcares no solo. Estes exsudados
atuam como estímulo químico e induzem a germinação de esporos de fungos patogênicos (Fusarium, Pythium, Phytophthora e
Rhizoctonia) e bacté rias fitopatogênicaS (Pseudomonas solanacearum e Pseudomonas spp). O aumento do número de
patógenos no rizoplano rompe a resistência natural da planta e surge o processo patogênico (doença) nas raízes do vegetal.
Muitas bactérias benéficas do rizoplano que fixam nitrogênio de forma associativa e as micorrizas, em presença de excesso de
nitrogênio amôniacal, nítrico e aminoácidos usam este nitrogênio passando a atuar como parasita da planta simbionte. Com os
simbiontes atuando como parasitas e maior consumo de produtos da fotossíntese o aumento substancial da exsudação de
açúcares e aminoácidos, o sistema radicular se torna mais vulnerável aos patógenos das raízes e da parte aérea. Como
conseqüência final aumentamos a suscetibilidade da planta as pragas e doenças e ácaros devido a maior excreção de
aminoácidos e carboidratos livres. Se ligarmos os fatos acima com os efeitos colaterais da aplicação de inseticidas, fungicidas,
acaricidas, nematicidas e adubos químicos de alta solubilidade e verificamos que os efeitos colaterais resultam no acúmulo de
aminoácidos e açúcares livres nas folhas e extremidades das raízes. Com isto fica evidente que a ocorrência de doenças el
insetos pragas nas culturas nada mais é que o resultado do desequilibro nutricional da planta refletindo nos exsudados
radiculares e foliares. Na Figura a seguir é apresentado o esquema dos processos biológicos e bioquímicos que levam aos
desvios metabólicos e à suscetibilidade a pragas e doenças.

CONCEITOS FINAIS: O uso de adubos químicos extremamente solúveis, herbicidas, inseticidas, fungicidas, nematicidas,
bactericidas e preparo do solo com equipamentos pesados estão degradando o ambiente solo. As derivas de herbicidas por
quilômetros de distancia submetem as plantas a sub doses 100 a 1000 vezes menores que as recomendadas para as culturas.
Estas sub doses não produzem sintomas de toxidez nas plantas acidentalmente atingidas, mas causam o bloqueio de sistema
de defesa. Os herbicidas hormonais em partícula o glifosato bloqueia a síntese de fitoalexinas nas plantas e por isso
transforma as plantas invasoras daninhas de altamente resistentes a suscetíveis a podridões de raízes por Fusarium, Pythium,
Rhizoctonia Phytophthora. As plantas cultivadas com doses de 0,1 a 0,001 das doses recomendadas podem não mostrar
sintomas de fitotoxicidade, mas tem a síntese de fitoalexina bloqueada total ou parcialmente e por isso são atacadas por
agentes patogênicos os mais diversos. Portanto, o aumento de doenças bacterianas, fúngicas, nematóides e ataque de insetos
e ácaros podem ser ocasionados pelos herbicidas em sub dose.
Recentemente, os surtos de Cancro Cítrico (Xanthomonas axonopadis) nos pomares na região norte do Estado de S.
Paulo estão associados aos pomares com ataque da Clorose Variegada dos Citros (XyIIeIa fastidiosa). Para controlar a
cigarrinha vetora desta ultima doença empregou-se o herbicida glifosato na vegetação das áreas periféricas dos pomares
cítricos. A deriva dos produtos podem ter causado bloqueio do sistema de defesa da planta causando a explosão do Cancro
Cítrico na região. Este é um exemplo típico de medida de controle com visão parcial e unilateral do problema. Os resultados
têm sido desastrosos, pois a própria Clorose Variegada dos Citros (XyIIeIa fastidiosa) é um reflexo do aumento de
suscetibilidade da planta pelo uso exagerado e inadequado de agroquímicos. Com o abandono dos agrotóxicos convencionais
e retorno do uso de Calda Sufocálcica e Calda Bordaleza a XyIIeIa fastidiosa está deixando de ser problema em muitos
pomares cítricos. O equilíbrio microbiológico gerado em pomares abandonados nos quais os sintomas da XylleIa fastidiosa
desapareceram é uma outra prova de que muitas doenças iatrogênicas (geradas pelos agroquímicos) estão se agravando pelo
uso inadequado de agrotóxicos nas culturas. Há, portanto, necessidade dos professores, técnicos e produtores de adotarem
uma visão mais holística das causas e controle de pragas e doenças antes de simplificarem o problema recomendando
aplicação de agrotóxicos sem os devidos cuidados, pois muitas vezes ao invés de curar a planta acabam gerando novas
doenças e pragas. É de suma importância ao recomendar o uso de agrotóxicos, fertilizantes e corretivos pensar no
ecossistema como um todo, incluindo o homem, o trabalhador rural, a saúde dos consumidores e pensar na responsabilidade
nossa de deixarmos o solo sadio para os nossos descendentes.

Referência:
AGRIOS, G.N. Plant Pathology. Fifth Edition. New York. Academic Press, inc. 922 p. 2007.
AGRIOS, G.N. Plant Pathology. Fourth Edition. New York. Academic Press, inc. 635 p. 1997.
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11
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POZZA, E.A. & POZZA, A.A.A. Manejo de doenças de plantas com macro e micronutrientes. Fitopatologia Brasileira, Vol 28,
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Perfil 2004. 531 p.

Leitura sugerida:
COELHO, R.R.; VALE, F.X.R.; JESUS Jr., W.C.; PAUL, P.A.; ZAMBOLIM, L. & BARRETO, R.W. Determinação das Condições
Climáticas que favorecem o Desenvolvimento da Ferrugem e da Mancha Angular do Feijoeiro. Fitopatologia Brasileira, vol.
28, nº 5, pg 508-514, set-out 2003.
ZAMBOLIM, L.; COSTA, H. & VALE, F.X.R. Efeito da Nutrição Mineral sobre Doenças de Plantas Causadas por Patógenos do
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Viçosa, Imprensa Universitária-UFV, 2001.

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Ambiente e Doença
(Revisão)
(DPV39 – Fitopatologia Geral)
Prof. Jonas J. Fernandes

A água presente na atmosfera e no solo tem papel relevante sobre os diferentes agentes infecciosos que atacam tanto a parte
aérea como o sistema radicular da planta.
Discuta sobre a importância da umidade na germinação de esporos e penetração do patógeno no hospedeiro.

Algumas práticas relacionadas à instalação e à condução da cultura podem ser adotadas com a finalidade de criar condições
de ambiente que desfavoreçam o patógeno ou favoreçam o hospedeiro, com o objetivo de impedir o aparecimento de doenças
ou de mantê-las em baixos níveis. Cite pelo menos cinco (5) práticas que podem ser utilizadas com estes objetivos.

Comente sobre o efeito dos fatores do ambiente sobre o patógeno e sobre o ciclo de relações patógeno-hospedeiro.
(Caracterize em quais processos do clico de relação parasitária o ambiente influencia mais sobre o patógeno, e explique
porque.)

Os fatores do ambiente, particularmente a temperatura e a umidade, são importantes durante todo o ciclo das relações
patógeno-hospedeiro. Explique de modo claro e sucinto quais são as influencias da temperatura e da umidade sobre o
patógeno durante a fase de infecção (deposição, pré-penetração, penetração e estabelecimento das relações parasitárias
estáveis).

A presença de água líquida e importante para a ocorrência de ferrugem? Por Que? Cite exemplo de situações em que a planta
pode ficar coberta com um filme de água líquida por muitas horas?

Qual é o efeito do excesso e da deficiência hídrica do solo na predisposição da planta ao ataque de fitopatógenos. Justifique

Considerando que o processo de infecção compreende os eventos que ocorrem da deposição da unidade de
infecção (ex. esporo) até o estabelecimento de relação parasitária estável, responda:
a) Qual é o papel da umidade no processo da infecção da planta?
b) Explique o que se entende de por molhamento foliar.
c) O gráfico a seguir apresenta a severidade da mancha angular do
feijoeiro (Phaseolus vulgaris), causada por Phaeoisariopsis griseola, na
cultivar Carioca, em função de diferentes períodos de molhamento.
Observe o gráfico, faça uma analise dos resultados e escreva uma síntese
do que representam estes resultados. Justifique porque os a curva
estabiliza a partir de 40 horas de molhamento foliar..

Analise a tabela a seguir e interprete os efeitos da temperatura e da duração do molhamento foliar sob o número de pústulas
por folha e na duração do ciclo biológico da doença.
Tabela. Interações entre temperatura e duração do molhamento foliar requeridas
para o estabelecimento parasitário de Puccinia recondida f.sp. tritici em trigo
(Reis, 1991).
Intensidade da doença Duração do
Duração do
Temperatura (pústulas/folha) cultivares (nº) ciclo
molhamento
(ºC) biológico
(h) cv. Morocco cv. CNT 8
(dias)
4 0 0
6 0,1 0,2
10 8 1,3 1,3 6
10 19,4 7,9
15 44,9 46,9
2 0 0
4 0 0,1
15 6
6 6,3 4,7
15 43,7 41,0
2 0 0
4 3,6 1,3
20 6
6 31,8 24,3
15 62,8 55,4
2 0 0
4 1,0 0,2
25 7
6 32,2 21,0
15 36,9 18,0
Determinações feitas em plântulas, sob condições controladas.
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Segundo Tokeshi (2000) as plantas no seu centro de origem do patosistema esta em equilibrio e enquanto que a utilização de
fertilizantes e defensivos para o seu cultivo acarreta um desequilibrio nutricional? Quais são os fatores que acumulam na
planta em desequilibrio que torna o ambiente interno da planta favoravel para o atque de artrópodos e agentes patogênicos?

A água na forma de chuva ou irrigação dissemina o patógeno? Justifique.

Qual é o papel da umidade no processo da sobrevivência do fitopatógeno? Justifique.

Observe o gráfico a seguir, ele mostra a curva da severidade da mancha angular do feijoeiro (Phaseolus vulgaris) em função
de diferentes tempos de duração do molhamento foliar imediatamente após a inoculação de Phaeoisariopsis griseola na
cultivar Carioca. Cada ponto representa a média de quatro repetições e as barras representam erro padrão da média. (DALLA
PRIA et al., 2003).

Quais são as condições de pH do solo favoráveis para ocorrência de sarna causada por Streptomyces scabies?

Cite cinco medidas de controle de doença que atuam sobre o ambiente com base no princípio de regulação.

As medidas de controle listadas a seguir estão relacionadas com o controle pela modificação do ambiente ou fuga do
patógeno. Considerando os princípios de controle, assinale com as letras “E” e “R” aquelas medidas que aplicam o princípio de
evasão e de regulação, respectivamente.
( ) Eliminação de ramos para melhor aeração, mudanças na arquitetura da planta
( ) Cobertura morta com palha amarela que aumenta a radiação interna na planta
( ) Escolha da área geográfica e local de plantio
( ) Modificação de praticas culturais/ cultura consorciada
( ) Modificação de praticas de irrigação
( ) Modificação da nutrição das plantas
( ) Densidade de plantio
( ) Escolha de variedades precoce
( ) Pré-resfriamento logo após a colheita
( ) Temperatura adequada da água para resfriamento
( ) Escolha da época de plantio
( ) Transporte rápido e adequado
( ) Uso de temperaturas baixas na conservação
( ) Uso de caixas limpas para colheita e armazenagem
( ) Acomdicionamento em atmosfera controlada ou modificada
( ) Armazenagem modificando as temperaturas e atmosferas
( ) Aplicação de calcio pós-colheita

Quais são as condições favoráveis e desfavoráveis para ocorrência de:


a) OÍDIO DA VIDEIRA, agente causal Uncinula necator (Oidium tukceri).
b) REQUEIMA DO TOMATEIRO, agente causal: Phytophthora infestans)
c) FERRUGEM DO CAFEEIRO, agente causal: Hemileia vastatrix

Como o excesso de água no solo atua no hospedeiro e predispõem a ocorrência de doença?

Como a deficiência hídrica no solo atua no hospedeiro e predispõem a ocorrência de doença?

Elabore um gráfico da influencia da temperatura no período de incubação. E comente a respeito destes efeitos.

Elabore um gráfico da influencia da temperatura na freqüência de infecção. E comente a respeito destes efeitos.

Elabore um gráfico da influencia do molhamento foliar na severidade de doença. E comente a respeito destes efeitos.

Elabore um gráfico da influencia da temperatura na severidade de doença. E comente a respeito destes efeitos.

Elabore um gráfico da influencia da temperatura na taxa de crescimento de lesão. E comente a respeito destes efeitos.

Elabore um gráfico da influencia da temperatura no período latente. E comente a respeito destes efeitos.

Elabore um gráfico da influencia da idade das folhas do feijoeiro na proporção de lesões de ferrugem. E comente a respeito
destes efeitos.

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Os gráficos a seguir apresentam o efeito da temperatura no período incubação da mancha angular do feijoeiro (Phaseolus
vulgaris) causada por Phaeoisariopsis griseola, em diferentes temperatura, nas cultivares Carioca (A) e Rosinha (B). Cada
ponto representa a média de quatro repetições (Dalla Pria et al, 2003). Elabore uma analise completa dos resultados e das
tendências da curva de regressão apresentada.

Os gráficos a seguir apresentam o efeito da temperatura na freqüência de infecção de infecção (número de pústulas por cm2)
(a) e no período latente (horas) (b) da ferrugem do feijoeiro, em folhas trifoliadas da cultivar Rosinha (Bergamin et al., 1997)
Elabore uma analise completa dos resultados e das tendências da curva de regressão apresentada.

Os gráficos a seguir apresentam o efeito da severidade da mancha angular do feijoeiro (Phaseolus vulgaris) causada por
Phaeoisariopsis griseola, em diferentes períodos de molhamento, nas cultivares Carioca (A) e Rosinha (B). Cada ponto
representa a média de quatro repetições. Barras representam erro padrão da média. (Dalla Pria et al. 2003) Elabore uma
analise completa dos resultados e das tendências da curva de regressão apresentada.

Os gráficos a seguir apresentam o efeito da temperatura na severidade da mancha angular do feijoeiro (Phaseolus vulgaris)
causada por Phaeoisariopsis griseola, em diferentes temperaturas, nas cultivares Carioca (A) e Rosinha (B). Cada ponto
representa a média de quatro repetições. Barras representam erro padrão da média. (Dalla Pria et al. , 2003). Elabore uma
analise completa dos resultados e das tendências da curva de regressão apresentada.

T12_Ambiente Doença
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Os gráficos a seguir apresentam o efeito do período de molhamento e da temperatura na severidade da mancha angular do
feijoeiro (Phaseolus vulgaris) causada por Phaeoisariopsis griseola, nas cultivares Carioca (esquerda) e Rosinha (direita).
(Dalla Pria et al. 2003). Elabore uma analise completa dos resultados e das tendências da superfície de resposta apresentada
para cada cultivar.

Escrever um texto de 20 a 25 linhas (mínimo de 200 palavras) a propósito do efeito do ambiente sobre a doença (relação
planta-patógeno).

Elaborar um gráfico completo a propósito do efeito da temperatura na freqüência de infecção foliar (número de pústulas por
cm2) da ferrugem do feijoeiro (Uromyces appendiculatus).

Assinale verdadeiro ou falso, respectivamente V ou F, nas sentenças abaixo considerando o efeito do ambiente sobre a
doença

( ) A elevação da temperatura entre 10 e 25 °C aumenta a duração do período de incubação da mancha angular do


feijoeiro (Phaeoisariopsis griseola).
2
( ) A elevação da temperatura entre 7 e 15 °C aumenta a freqüência de infecção (pústulas por cm ) da ferrugem do
feijoeiro (Uromyces appendiculatus), em folhas trifoliadas.
( ) A redução da temperatura entre 23 e 27 °C reduz o período latente da ferrugem do feijoeiro (Uromyces
appendiculatus), em folhas trifoliadas.
( ) O aumento da duração do tempo de molhamento foliar reduz a severidade da mancha angular do feijoeiro
(Phaeoisariopsis griseola).
( ) A redução da temperatura entre 5 e 20 °C diminui a severidade da mancha angular do feijoeiro (Phaeoisariopsis
griseola).

( ) A elevação da temperatura entre 10 e 25 °C reduz a duração do período de incubação da mancha angular do


feijoeiro (Phaeoisariopsis griseola).
( ) A elevação da temperatura entre 7 e 15 °C reduz a freqüência de infecção (pústulas por cm2) da ferrugem do
feijoeiro (Uromyces appendiculatus), em folhas trifoliadas.
( ) A redução da temperatura entre 23 e 27 °C aumenta o período latente da ferrugem do feijoeiro (Uromyces
appendiculatus), em folhas trifoliadas.
( ) O aumento da duração do tempo de molhamento foliar aumenta a severidade da mancha angular do feijoeiro
(Phaeoisariopsis griseola).
( ) A redução da temperatura entre 22 e 28 °C diminui a severidade da mancha angular do feijoeiro (Phaeoisariopsis
griseola).

( ) A redução da temperatura entre 10 e 25 °C diminui a duração do período de incubação da mancha angular do


feijoeiro (Phaeoisariopsis griseola).
2
( ) A elevação da temperatura entre 15 e 28 °C reduz a freqüência de infecção (pústulas por cm ) da ferrugem do
feijoeiro, em folhas trifoliadas.
( ) A redução da temperatura entre 7 e 15 °C aumenta o período latente da ferrugem do feijoeiro (Uromyces
appendiculatus), em folhas trifoliadas.
( ) A redução da duração do tempo de molhamento foliar aumenta a severidade da mancha angular do feijoeiro
(Phaeoisariopsis griseola).
( ) A elevação da temperatura entre 22 e 28 °C aumenta a severidade da mancha angular do feijoeiro
(Phaeoisariopsis griseola).

( ) A redução da temperatura entre 10 e 25 °C aumenta a duração do período de incubação da mancha angular do


feijoeiro (Phaeoisariopsis griseola).
2
( ) A redução da temperatura entre 15 e 28 °C reduz a freqüência de infecção (pústulas por cm ) da ferrugem do
feijoeiro, em folhas trifoliadas.
( ) A elevação da temperatura entre 7 e 15 °C aumenta o período latente da ferrugem do feijoeiro (Uromyces
appendiculatus), em folhas trifoliadas.

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( ) A redução da duração do tempo de molhamento foliar reduz a severidade da mancha angular do feijoeiro
(Phaeoisariopsis griseola).
( ) A elevação da temperatura entre 5 e 20 °C reduz a severidade da mancha angular do feijoeiro (Phaeoisariopsis
griseola).

Assinale verdadeiro ou falso, respectivamente V ou F, nas sentenças abaixo considerando o efeito do ambiente sobre a
doença

( ) A elevação da temperatura entre 5 e 20 °C aumenta a severidade da mancha angular do feijoeiro (Phaeoisariopsis


griseola).
( ) A elevação da temperatura entre 10 e 25 °C aumenta a duração do período de incubação da mancha angular do
feijoeiro (Phaeoisariopsis griseola).
( ) O aumento da duração do tempo de molhamento foliar reduz a severidade da mancha angular do feijoeiro
(Phaeoisariopsis griseola).
( ) A elevação da temperatura entre 23 e 27 °C aumenta o período latente da ferrugem do feijoeiro (Uromyces
appendiculatus), em folhas trifoliadas.
( ) A redução da temperatura entre 7 e 15 °C reduz a freqüência de infecção (pústulas por cm2) da ferrugem do
feijoeiro (Uromyces appendiculatus), em folhas trifoliadas.

( ) A elevação da temperatura entre 22 e 28 °C reduz a severidade da mancha angular do feijoeiro (Phaeoisariopsis


griseola).
( ) O aumento da duração do tempo de molhamento foliar aumenta a severidade da mancha angular do feijoeiro
(Phaeoisariopsis griseola).
( ) A elevação da temperatura entre 23 e 27 °C reduz o período latente da ferrugem do feijoeiro (Uromyces
appendiculatus), em folhas trifoliadas.
2
( ) A redução da temperatura entre 7 e 15 °C aumenta a freqüência de infecção (pústulas por cm ) da ferrugem do
feijoeiro (Uromyces appendiculatus), em folhas trifoliadas.
( ) A elevação da temperatura entre 10 e 25 °C reduz a duração do período de incubação da mancha angular do
feijoeiro (Phaeoisariopsis griseola).

( ) A redução da duração do tempo de molhamento foliar aumenta a severidade da mancha angular do feijoeiro
(Phaeoisariopsis griseola).
( ) A elevação da temperatura entre 7 e 15 °C reduz o período latente da ferrugem do feijoeiro (Uromyces
appendiculatus), em folhas trifoliadas.
( ) A redução da temperatura entre 10 e 25 °C diminui a duração do período de incubação da mancha angular do
feijoeiro (Phaeoisariopsis griseola).
( ) A redução da temperatura entre 22 e 28 °C aumenta a severidade da mancha angular do feijoeiro (Phaeoisariopsis
griseola).
( ) A redução da temperatura entre 15 e 28 °C aumenta a freqüência de infecção (pústulas por cm2) da ferrugem do
feijoeiro, em folhas trifoliadas.
2
( ) A elevação da temperatura entre 15 e 28 °C aumenta a freqüência de infecção (pústulas por cm ) da ferrugem do
feijoeiro, em folhas trifoliadas.
( ) A redução da temperatura entre 7 e 15 °C reduz o período latente da ferrugem do feijoeiro (Uromyces
appendiculatus), em folhas trifoliadas.
( ) A redução da duração do tempo de molhamento foliar reduz a severidade da mancha angular do feijoeiro
(Phaeoisariopsis griseola).
( ) A redução da temperatura entre 5 e 20 °C aumenta a severidade da mancha angular do feijoeiro (Phaeoisariopsis
griseola).
( ) A redução da temperatura entre 10 e 25 °C aumenta a duração do período de incubação da mancha angular do
feijoeiro (Phaeoisariopsis griseola).

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