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.
apresenta, sob o título de
Introdução ao Estudo
do Direito, uma obra de caráter
teórico e prático, de iniciação na
Ciência
Jurídica, que serve a todos os
que necessitam de
conhecimentos básicos do
Direito.
Desde as primeiras lições de
Direito, o autor enfrenta matéria
de alta
indagação filosófica e jurídica de
modo didático e bem objetivo,
dando
posição de destaque ao
pensamento da Escola do Direito
Natural, estudando
o direito intertemporal e as
fontes do Direito. Quanto a
essas formas de
expressão do Direito, a lei e o
costume mostram-se soberanos,
acentuando o
trajeto natural do Direito de
existir, primeiro, pelo tácito
consenso do povo
(tacitus consensus populi) e,
depois, pelo modo escrito desse
consentimento, que reclama,
sempre, atualização ante a
realidade vigente.
Os sistemas jurídicos
contemporâneos da Common
Law e romano-
germânico também estão
presentes e explicados na obra.
Usos e costumes são realidade
vivente, que se forma na
consciência dos
povos, como um norte de
conduta e de tolerância da
sociedade.
Como corolário, as análises da
Jurisprudência, da Doutrina, da
Analogia, da Equidade e dos
princípios gerais de Direito
integram-se a
mostrar a função fundamental da
Ciência Jurídica, que não pode
prescindir
dessa amostragem anímica,
para estudo metódico e para a
própria
compreensão do Direito.
Nos meandros da técnica
jurídica, estudam-se a aplicação
do Direito na
solução das situações e dos
casos concretos, a interpretação
e a integração
das normas jurídicas, num
complexo de percepção e de
compreensão do
.
Direito.
A leitura da obra é muito
agradável e propicia aprendizado
indispensável ao conhecimento
da Introdução ao Estudo do
Direito. Aliás, é
essa a característica do autor em
todas as suas obras.
Diferencia-se, ainda, a
argumentação da retórica,
apontando-se para a
melhor elucidação dos textos
jurídicos.
Mostra o autor a tendência à
adoção da arbitragem, em nossa
sociedade, que eu já entendia
indispensável em 1972, como diz
Venosa: o
processo de “fuga ao Judiciário”.
O acúmulo de processos no foro,
com a
consequente lentidão de seu
andamento, estimula a adoção
desse modo de
resolver conflitos. A arbitragem,
dizia eu, à época, “é o contrato
do futuro”;
e completo: “o futuro é a
atualidade”.
A negociação e a tentativa
extrajudicial de conciliação são
etapas
indispensáveis, antes da
concretização do julgamento
arbitral.
Ressalta Venosa que “não
podemos mais assistir inertes à
situação de o
Judiciário deste País ser o
repositório cartorial de todas as
querelas da
sociedade, e, assim, ineficiente,
moroso e desacreditado”.
Após promover diferença entre
Moral e Direito, mostrando, entre
outros pontos, que as regras
morais são interiores ao ser
humano, sem
exigibilidade de conduta, ao
contrário das jurídicas, trata
Venosa de acentuar
o papel dos Códigos, no sistema
codificado, que deixou “de
considerar o
Direito uma simples norma de
conduta social para ser visto
como uma
realidade supranacional”,
destacando a “surpreendente”
promulgação do
Código Civil brasileiro “no início
do século XXI”.
Estuda Venosa, em seguida, o
sentido dos institutos Justiça,
Direito e
Moralidade, lamentando a crise
moral brasileira, com maus
exemplos aos
futuros lidadores do Direito.