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Unidade Curricular Teoria 2 ∙ MIArq ∙ FAUP ∙ 2022/2023
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I. ‘Ideia-força’
Memória descritiva (máx. 250 palavras)
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Imaginar a evidência
Trata-se de influências que se manifestam no subconsciente e que entram no projeto sem nos apercebermos
disso. A articulação destas influências é um ato de criação irrepetível.
Aprender a ver é fundamental para um arquiteto, existe uma bagagem de conhecimentos aos quais
inevitavelmente recorremos, de modo que nada de quanto façamos é absolutamente novo.
O objetivo consistia em delinear, naquela imagem orgânica, uma geometria: descobrir aquilo que estava
disponível e pronto para receber a geometricidade. Arquitetura é geometrizar.
A solução surge hoje como óbvia e inevitável, embora na realidade, ver primeiro seja intuição difícil, só possível
com a ajuda de uma grande experiência.
Limitar o impacto do edifício.
Todos os tipos de pré-existências vão influenciar de alguma forma o projeto.
Três exercícios indispensáveis: Pensar a cidade, pensar o edifício, pensar o móvel. Dependem uns dos outros.
Posso começar com ideias bizarras, do arco-da-velha e o processo que a seguir decorre é difícil de explicar
porque não é linear, mas sim contraditório.
É importante a expressão de uma qualquer singularidade que, não traíndo a essência, liberte o desenho das
razões demasiado óbvias. Consegue assim definir-se um toque de autenticidade que atrai de maneira não
agressiva mas que, ao mesmo tempo, surge, em parte, como banal. Partir com a obsessão da originalidade é
um processo inculto e primário.
A ideia Construída
Fazer com que a arquitetura construída concretize as ideias explicadas através das palavras será a melhor prova
de que as primeiras são válidas e as segundas verdadeiras. Essa é a nossa verdadeira intenção.
A história da arquitetura e a história da procura, do entendimento e do domínio da luz.
As ideias são indestrutíveis.
Superabundância de elementos de desenho, desdobramento ornamental excessivo que procura dissimular, pela
quantidade de efeitos especiais, a vacuidade dos seus propósitos.
Uma arquitetura que tem na ideia a sua origem, na luz o seu primeiro material, no espaço essencial a vontade de
conseguir mais com menos.
Ideia que aparece como síntese dos fatores concretos que concorrem para o complexo facto arquitetónico:
Contexto, função, composição e construção.
Contexto que é relativo ao lugar, a Geografia, a história.
Função que gera arquitetura com o seu para quê.
Composição que ordena o espaço com o seu como geométrico. Dom a dimensão e a proporção. Com a escala.
Construção que torna realidade aquele espaço com o seu como físico. Com a estrutura, os materiais, a
tecnologia. Orientando a gravidade. Com a matéria.
A ideia, o porquê, será tanto mais precisa quanto melhor responda a estas questões: onde, para quê e como.
A luz é o material básico, imprescindível, da arquitetura. Com a capacidade misteriosa, mas real, mágica, de
colocar o espaço em tensão para o homem. Com a capacidade de dotar esse espaço de uma qualidade que
consiga mover e comover os homens.
O espaço essencial, o qual, depois de tensionado pela luz, pode ser compreendido pelo homem. Mais do que
pelo carácter elementar das formas, pela essencialidade dos espaços.
A ideia é o quê que se quer fazer.
Pensar: idealizar construções.
Construir: levantar ideias.
A arquitetura é sempre ideia construída.
Desenhar. com o desenho como instrumento de Transmissão.
Com traços expressivos que transportam as ideias para o papel.
Com traços precisos que permitem ao executor concretizar a sua construção.
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A ideia é síntese de todos os elementos que compõem a arquitetura (contexto, função, construção,
composição). Como se de uma operação de alquimia se tratasse, numa destilação dos múltiplos elementos
necessários para se obter um resultado único e unitário: uma ideia capaz de ser construída, de materializar-se.
E assim como as formas passam, se destroem, as ideias permanecem, são indestrutíveis. A história da
arquitetura é uma história de ideias, de ideias construídas, de formas que materializam e põem de pé essas
ideias. Pois sem ideia, as formas são vazias. Sem ideias, arquitetura é vã. Seria pura forma vazia.
Reclamo a ideia como a base necessária a qualquer obra de criação. Como base imprescindível da
arquitetura. Pensar ou não pensar. Eis a questão.
A luz, material mas sempre em movimento, é precisamente a única capaz de fazer com que os espaços
definidos pelas formas construídas como material denso flutuem, levitem.
Referências
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Campo Baeza. Alberto, (2011), Pensar com as mãos, Casal de Cambra: Caleidoscópio_Edição e Artes Gráficas
SA
Campo Baeza. Alberto, (2018), A ideia construída, Casal de Cambra: Caleidoscópio_Edição e Artes Gráficas SA
Valderrama Aparicio, Luz Fdez., (2004), La constuccion de la mirada; tres distancias, Sevilha: Universidad de
Sevilla_Secretariado de Publicaciones
Siza, Álvaro, (2020), Imaginar a Evidência, Lisboa: Edições 70_LDA