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As cidades que estão inseridas nessa sociedade capitalista também precisam competir
pelo investimento do capital e tecnologia, já que a nova questão urbana se baseia na
competitividade urbana. Estas passam a ser vistas como mercadorias, sujeitas à propaganda e
mudanças para que haja especulação. O potencial natural, que normalmente atrai turistas, é
explorado de forma incansável, muitas vezes prejudicando a própria qualidade do ambiente
local. Investem em comércio, lazer e na especulação imobiliária, produzindo propagandas
extremamente convincentes com o intuito de atrair turistas, visando novos possíveis moradores.
Concordo com o autor quando este diz que “a venda da imagem de cidade segura muitas
vezes vai junto com a venda de cidade justa e democrática”. São vendidas como seguras pois
as classes pobres são expulsas ou realocadas à quilômetros de distância de onde moravam antes,
ou são inseridas em conjuntos habitacionais em condições insalubres, porém longe dos pontos
turísticos, das áreas centrais e dos novos e ricos moradores. Mostra-se o pensamento
preconceituoso existente nas cidades, onde a pobreza e a violência estão interligadas, e com
isso as famílias pobres devem ser ocultadas para embelezamento e segurança.
A cidade se torna empresa quando assume voz, se torna sujeito. As cidades competem,
como se fossem empresas. Agem estrategicamente, como no mercado. Fazem parcerias entre o
público e o privado, onde o Estado intervêm a partir da necessidade e das ambições da iniciativa
privada, organizando a infraestrutura a partir da lógica das grandes empresas, detentoras de
capital financeiro. Os megaevento são estratégias na competitividade urbana. Eles servem como
pressupostos para novas obras e remodelações urbanas, muitas vezes desnecessárias para os
eventos propriamente ditos. As cidades são reconfiguradas para estarem na competição com
outras cidades.