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DocaPesca

O pescado chega diariamente à Docapesca pela mão dos pescadores e é descarregado rapidamente, a
frescura é um dos fatores mais importantes. O pescado já vem separado por espécies dentro de caixas
próprias.
Uma vez dentro da lota a primeira tarefa é pesar, cada caixa é registada no sistema informático e o gelo
ajuda a manter essa frescura, o pescado é então exposto para que seja avaliado por potenciais
compradores num leilão diário. O leilão contribui para uma maior frescura e qualidade do pescado. Uma
vez concluída a venda o pescado adquirido é levado para ser transportado para o seu próximo destino.
Entrando assim no circuito comercial e assim chegar ao consumidor final (o processo é semelhante em
todas as lotas do país)
Na banca da D.Luísa situada no mercado local, o seu pescado é exposto de manhã bem cedo
devidamente identificado com etiqueta CCL (Comprovativo de compra em lota), garantia de que o cliente
leva para casa um peixe fresco e saboroso.

Pesca sustentável= uma pesca em que se pode manter ou conservar as espécies-alvo da pescaria,
também manter conservado os ecossistemas onde ocorre a pesca e também conservar a própria atividade
da pesca, para que futuro possamos ter profissionais que se possam dedicar á pesca.

O que é que nós queremos na pesca? Pescar mais ou pescar melhor?


Dentro das opções a segunda é a melhor mas para tal nós temos que ajudar os nossos pescadores nas
medidas de gestão para que se possa pescar melhor. Temos ao nível da legislação criadas algumas
medidas tais como: TAC (totais admissíveis de captura, quantidade de pescado de uma unidade
populacional/ espécie que podemos capturar durante o ano) e quotas; defesos (momentos de interdição de
captura), os defesos podem ser aplicados na altura em que as espécies se estão a reproduzir ou migrar;
tamanho mínimo de captura (tamanho mínimo estabelecido para se capturar uma espécie); seletividade
das artes de pesca (estão estabelecidas para diferentes tipos de arte de pesca a quantidade de
armadilhas que se pode levar a bordo, qual o tamanho máximo que a rede pode ter, o tamanho da
malhagem (tamanho dos buracos que a rede pode ter para que assim os organismos mais pequenos
consigam, escapar e assim capturar os organismos de tamanho e peso considerado- adultos); zonas de
captura permitidas e não permitidas (áreas marinhas protegidas não pode ocorrer qualquer tipo de pesca)
mesmo que haja uma zona protegida a zona circundante vai beneficiar porque as espécies não estão
limitadas um único espaço e conseguem movimentar-se, mas não estando nada legislado os pescadores
devem optar por capturar espécies que se reproduzam muito frequentemente ou que tenham um ciclo de
vida mais curto;

As técnicas artesanais são mais sustentáveis porque têm uma menor quantidade de captura, percorrem
menos distancias e estão menos tempo no mar (dados de 2020- 84% da pesca em portugal era artesanal)
e ao escolher pescado nacional, estão a escolher uma técnica de pesca artesanal e uma pesca mais
sustentável.

80% dos resíduos encontrados no mar vêm da terra e os restantes 20% é que são produzidos por
atividades que ocorrem no mar. Então, o que podem os profissionais da pesca fazer?
        ⁃       Não deitar lixo borda fora
        ⁃       Ter um local para colocar esse resíduos e separá-los corretamente
        ⁃       Sempre que possível trazer para a terra aparelhos de pesca danificados e lixo apanhado
durante a atividade
        ⁃       Sensibilizar a restante comunidade piscatória

Em 2016 a Docapesca criou o projeto “a pesca pelo mar sem lixo” com a associação portuguesa do lixo
marinho e baseia-se em: melhorar a gestão de resíduos a bordo das embarcações de pesca;
sensibilizar e apoiar os pescadores na adoção de boas práticas ambientais; melhorar as condições
ambientais da zona costeira e preservar os ecossistemas marinhos. O projeto funciona da seguinte
forma: disponibilizam-se contentores para que os pescadores possam por os resíduos que encontrarem e
produzirem durante a pesca (o projeto começou em peniche mas hoje em dia existem mais de 17 portos
de pesca)
Eredes: fomento ao uso de redes biodegradáveis como ferramenta de promoção da sustentabilidade
(estudo piloto que decorre no parque natural do litoral norte)
Objetivos: redução de plástico nos oceanos; combater a pesca fantasma e fomentar o uso de
materiais biodegradáveis.

Objetivos gerais do projeto E-Redes:


Avaliar a sustentabilidade da utilização de redes biodegradáveis em comparação com materiais
convencionais sintéticos do ponto de vista económico e ambiental para concluir se o recurso a redes
biodegradáveis poderá constituir uma alternativa viável ás redes convencionais considerando o seu custo
e a eficiência pesqueira
O projeto começa com a prospeção e obtenção de resinas biodegradáveis para produção de redes
(existem no mercado redes biodegradáveis PBSAT e PBS especificamente desenhadas para o fabrico de
monofilamentos a serem usados em redes de pesca).Os novos filamentos estão a ser testados em
laboratório, de modo a obter características mecânicas de resistência e deformabilidade; serão exploradas
possibilidades de inserir sensores nas redes de modo a permitir a monitorização de variáveis criticas e
identificar, durante a vida útil da rede no mar.

As redes com material biodegradáveis apenas serão utilizadas caso a sua capacidade efetiva de
pesca seja idêntica à conseguida com recurso às artes com material convencional e serão apenas
utilizadas pelos pescadores; foram efetuadas campanhas de pesca experimental comparativa entre as
artes convencionais e as biodegradáveis de forma a apresentar resultados rigorosos que comprovem, ou
não, a eficiência destas redes.
Verificou-se que as redes feitas com material sintético tiveram , ligeiramente, uma melhor eficiência do que
as redes biodegradáveis. Mas o processo ainda está na fase inicial e como tal este vai ser testado e
afinado ainda mais.

Estudo da viabilidade económica na utilização de redes biodegradáveis uma escala regional:


quantificar e tipificar o esforço de pesca, o tipo de artes usadas e estimar o panorama económico do uso
exclusivo de redes biodegradáveis na região; suportar a análise dos impactos esperados em resultado de
uma transição de paradigma que passe a ter como base a utilização de produtos biodegradáveis.

Campanhas de remoção, quantificação/ distribuição espacial e tipificação de lixo marinho: a recolha


de dados sobre lixo marinho em praias fornecerá informação sobre as quantidades e as fontes do lixo
marinho; proceder á realização de campanhas bimestrais para remoção e quantificação de artes de pesca.

Transporte, reciclagem e/ou reaproveitamento de lixo marinho: artes de pesca recuperados dos
fundos marinhos são geralmente depositadas em aterros. No entanto podem ser transformadas e
regeneradas em materiais de alta qualidade para o fabrico de produtos têxteis; os restantes resíduos
recolhidos através de várias ações para a recolha de plásticos das praias serão tratados e preparados
para receção para reciclagem; fomentar práticas de cidadania ambiental e de promoção da economia
circular

Plano de comunicação: o plano de comunicação pretende reunir a comunidade piscatória, com vista ao
esclarecimento do fomento ao uso de redes biodegradáveis; serão criadas plataformas de comunicação,
nomeadamente um website e uma página nas redes sociais onde as atividades e a problemática serão
exploradas; está prevista a promoção de seminários com cientistas convidados da Noruega, em particular
do SINTEF, para partilha de experiências prévias em estudos da aplicação de redes de pesca
biodegradáveis.

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