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Entrevista Curricular

Sempre fui uma pessoa muito curiosa

O que me fez apaixonar por Patologia foi as aulas de Imunologia

Eu vou ser o Maior especialista em linfonodos do Brasil. Mas para isso eu preciso estar na melhor instituição do
brasil. E a melhor instituição não é aquela que foi rankeada por algum senso, mas sim aquela na qual eu irei fazer
residencia. Pois quando eu me tornar o Maior especialista do brasil, eu estarei carregando o nome dela comigo.

Eu tenho muita vontade de aprender a ver a doença como ela é. Quando estamos na clinica mécia, atendendo um
paciente, nós estamos lidando com as repercussões clínicas de uma determinada doença. É muito abstrato para os
clínicos imaginarem que por trás de uma hematúria tem dep´sitos de varios e varios anticorpos se acumulando
dentro de um glomérulo. o clinico pede um EAS que evidencia cilindros hemáticos, chegando a conclusao de que
esse sangue na urina é uma glomerulonefrito. O patologista não interpreta o exame. Ele vê "literalmente" a doença,
vê o porquê do sangramento. Glomerulonefrite para o clínico é um ´diagnóstico. e Para o patologista é sintoma",
digo isso porque para o patologista o motivo do sangramento é pro deposição de imunocomplexos? alteração da
membrana basal? tem hiperplasia mesangeal? é em todo o glomerulo ou so em alguns segmentos?. Eu gosto de ler
sobre a Raiz do problema.

Quando a gente olha para a faixada de uma bela casa não paramos para pensar que por trás da pintura existe
dezenas de tijolos (células), grudados por cimento (intersticio) cheio de canos de agua (vasos), e fiação elétrica
(nervos). Se a pintura está desbotada a gente faz outra demao. se a parede está rachada, fazemos outro reboco.

Como patologista, eu tenho muita curiosidade de entender o porquê das doenças.

Um paciente com tosse há alguns meses procura um clinico para tratar. O clinico pede uma Rx. O radiilogista vê uma
massa estranha e encaminha para a cirurgia. O cirurgião tira essa massa. O patologista diz o que é essa massa, o
Oncologista trata essa massa e o Paliativo promove o conforto e a dignidade para este paciente
Quais são os seus defeitos?

Eu diria que que eu tenho alguns defeitos pessoais e profissionais

Meus defeitos pessoais são:

 Não me sinto confortável em ambientes lotados,


 Um pouco Anti-Social (NÃO COSTUMO SAIR PARA FESTAS SHOWS E BARES), (nunca fui numa balada eu não
fui em nenhuma festa festa da faculdade, nem na calourada da minha turma), apesar de que não tenho
dificuldades para me relacionar com as pessoas ou falar em público. E era apessoa do grupo que pedia para
a presentar os trabalhos... eu gosto de ensinar... de dar aula. E de tanto gostar de ensinar, eu dava aula
particular de imunologia.

Defeitos Profissionais

 Não sou metódico, mas no final da faculdade eu era muito de seguir os protocolos, fluxogramas e scores ao
pé da letra.. Mas eu acabei quebrando a cara com isso, porque Medicina não é matemática. 2+2 é 4 no livro.
Mas na prática nem sempre as doenças se apresentam igual ta no livro, E as vezes o paciente tem alguma
condição que impede um TTO de 1ª Linha. AS vezes o paciente nem tem uma contraindicação, mas o perfil
dele se adequa mais a uma conduta de 2ª ou 3ª Linha. Eu ainda sou muito apegado aos protocolos, mas me
esforçando pra não me apegar tanto a eles. Eu tive uma professora que me falou que “Fluxograma são
importantes sim, mas eles devem ser usados para te orientar e não para te definir uma conduta. Qualquer
um sem formação médica se colocar no Google o Fluxograma da hipertensão vai saber qual é o Trio de Ouro
do Tratamento. Mas você via dar Tiazídico pro paciente com Gota? Vai dar IECA/BRA na DRC avançada?”

 Meus defeitos profissionais é aquela pulga atras da orelha (será que eu fiz o diagnóstico certo? Sera que eu
não deixar passar nada na anamnese ou no exame físico? Será que que a minha conduta é o melhor para o
perfil deste paciente?). Medicina é uma caixinha de surpresa.... Imagina a Dona Maria, 68 anos, que foi no
pronto atendimento no final da tarde falando que a Gastrite está atacada... “Deu azia alí na boca do
estômago” após comemorar no almoço de domingo que o neto dela Passou na residência na aquela feijoada
deliciosa. Chega com aquela gastrite atacada, já fez endoscopia que mostrou H.pylori na biopsia. O medico
passa o omeprazol, e a dona maria volta feliz da vida pra casa, para o jantar de comemoração do neto. O
problema é que dona maria não acorda no dia seguinte, porque dona maria estava infartando.

 Não tive publicações no meu currículo porque eu acabei descobrindo que o meu perfil é muito mais de
divulgador cientifico do que pesquisador cientifico. Desde a infância e adolescência eu não era muito de ler
livros literários, mas eu amava ler revistas de curiosidades galileu, scientific american, Super interessante)
Durante a graduação, eu acabei criando o hábito de de discutir relatos de casos e estudos com os
professores e com os colegas mais próximos. E estudar nas vésperas da prova por artigos de revisão de
literatura mais atualizados. E o que eu mais aprendi com esses estudos de artigos, aulas de metodologia
cientifica, no meu TCC foi foi a saber interpretar uma publicação. Durante o pico da pandmeia do COVID, o
que mais se falava é que o estudo X mostrou que o medicamento Y ajudava na doença. E as pessoas se
baseava no que o estudo mostrava. O problema é que a conclusão de um artigo é a interpretação do autor
sobre os dados obtidos, Outra pessoa pode ter uma outra interpretação desses dados. Então nem sempre a
conclusão do trabalho significa uma verdade Além disso, os dados obtidos podem ter tido alguns vieses. E
esses dados são obtidos conforme a metodologia do Artigo. E é a metodologia do artigo é a alma do
trabalho. Uma metodologia falha, vai demonstrar resultados falhos. Então não adianta você ser uma pessoa
que publicou muitos artigos, que leu muitos artigos, que tem “experiencia” com publicação se você não sabe
julgar se um artigo é bom ou não. E além do mais, existe muito o “Vies do Pesquisador”. A comunidade
científica tem o péssimo hábito de parabenizar os(.....). A pessoa que publica um trabalho mostrando que o
Remédio X foi eficiente no TTO do câncer, vai ser idolatrada pela comunidade cientifica. Mas o pesquisador
que mostrou que o Remédio Y não tem atuação no TTO do câncer talvez não tenha nem o seu trabalho
publicado em uma revista sobre câncer. E ter essa percepção do que é um bom artigo e de saber valorizar
aqueles trabalhos..................... E justamente por eu ter este defeito, eu estou escolhendo fazer parte da
instituição de vocês, pois eu tenho interesse em aprender
 Eu realmente tenho este defeito, mas é algo que eu aprendendo e que eu quero melhorar. E é algo que se
vocês me derem a oportunidade de entrar na instituição de vocês... que é uma instituição renomada por
publicações, eu tenho muita vontade de participar de diversa publicações de vocês e vou estar pró-ativo
para isso,,,,,,,,,, Eu acredito que esta minha percepção de saber avaliar uma metodologia, pode agregar na
equipe de vocês, e eu tenho interesse em aprender a publicar, pois hoje eu tenho muito mais convicção do
profissional que eu quero ser

 É clichê o que eu vou falar mas um outro defeito é que eu sou competitivo comigo mesmo. A questão de ser
competitivo eu acho que é até uma qualidade né... testar os meus limites, os meus conhecimentos, minhas
habilidades.... Mas o defeito está na repercussão dessa competitividade... de mostrar pra mim mesmo que
eu sei sobre um assunto, que eu dou conta de resolver um problema, de que eu estou preparados para as
possíveis armadilhas... Então quando os professores faziam alguma pergunta, eu tentava ser o primeiro a
responder, e era comum que eu acabava atropelando a resposta de alguns colegas,

Hoje eu tenho admiração pela instituição de vocês não pelo nome que a UFMG tem, mas porque alguns dos
professores que eu mais admiro passaram por aqui.... seja no bacharel... seja na especialização. Primeiro, que o
Primeiro médico patologista que eu conheci na minha vida fez residência aqui (Lu Gazzola). Segundo que a o
professor que me fez apaixonar pela profissão formou na UFMG. Terceiro que uma professora que foi a minha
principal mentora na faculdade fez reumatologia aqui, e as histórias que ela contava para a gente, as experiencias
vividas, o aprendizado enquanto residente, foi muito inspirador. E eu também quero ter essas experiencias na minha
formação profissional. E eu quero fazer parte da história da instituição de vocês. E quando eu for o maior especialista
em linfonodos do brasil que quero ter a sensação de vestir a camisa da instituição e bater no peito falando com
orgulho de que eu fui filho de um dos pais da patologia do Brasil.......... Eu quero ser como eles, não só pela
qualificação profissional que vocês oferecem, mas também para inspirar outros alunos e outros médicos. Como eu
disse........ eu gosto muito da divulgação cientifica, e eu vou ser professor algum dia, e é através do
compartilhamento de informações, conhecimento e aulas que eu também quero inspirar meus alunos assim como
eu fui inspirado/motivado por ex- alunos de vocês. E é com base no aprendizado que tive com esses professores, que
eu acredito que vocês transformar de forma positiva todo o potencial a curiosidade que eu tenho aa oferecer.

Eu tenho certeza que eu quero ser Patologista.... Eu tenho certeza que eu vou ser um que eu vou ser um Grande
patologista. E eu tenho certeza que eu quero construir meu nome vestindo a camisa de vocês.

Qualidades

Curioso

Segurança e Convicção

Não tenho medo e nem vergonha de errar, porque eu gosto de discutir com meus professores
Eu não poderia estar mais feliz de ter essa oportunidade de estar aqui. Vocês são pessoas que eu sonhei em
conhecer, sonhei em aprender, e isso é o que me motivou a me dar bem na primeira fase do processo seletivo e a
estar aqui....Eu saí do meu estado para vir para esta entrevista, eu volto hoje ainda, e eu queria muito que vocês me
dessem esta oportunidade porque eu realmente quero fazer parte da história de vocês

Eu quero vir para caé para construir meu nome. Meu pai era medico e tinha um nome muito forte lá. Alguns dos
meus professores foram alunos deles. Entao pelo respeito que eles tinha mpelo meu pai, alguns me trataram de
forma especial. E eu não não quero ser conhecido como o filho de Dr Gilson Miguel. Eu quero ser o Dr Igor Miguel.
Não quero construir minha carreira em cima do nome do meu pai. Quero construir a minha carreira.

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Como eu disse... eu sempre gostei mais da divulgação científica do que da produção.... e isso também comprreende
a divulgação da própria profissão.... é muito difícil achar conteúdo na Internet feito por patologistas brasileiros...
divulgação sobre a rotina... você acha muitas entrevistas para a população geral,mas nao acha para os acadêmicos....

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