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LISTA DE SIGLAS
LISTA DE FIGURAS
PREFÁCIO
1) INTRODUÇÃO
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Protegido pela biblioteca nacional
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3. O HOMEM NA TAREFA
5) APLICAÇÃO DA METODOLOGIA
5.1) CONTEXTUALIZAÇÃO E OBJETIVOS
5.2) DESCRIÇÃO GERAL
5.3) ETAPAS DE IMPLANTAÇÃO
DADOS E MEDIÇÃO
4.2.2) Informações e dados - Geral e API770
4.2.3) Dados e Requisitos das Tarefas
4.2.4) Coleta de Dados da Rotina e sobre a Tarefa
4.2.5) Coleta de Dados: Social e Humano
PROCESSAMENTO DOS DADOS: DIAGNÓSTICO
4.2.6) Banco de dados Relacional
4.2.7) Mapeamento de Eventos Anormais – MEA, REA
4.2.8) Investigação sobre a Cultura Técnica e Barreiras para Eventos
4.2.9) Interpretação quanto a Vícios e Vieses na Gestão e na Execução
ANÁLISE DA TAREFA E CONFIABILIDADE HUMANA
4.2.10) Classificação do Erro Humano
4.2.11) Análise da Tarefa
4.2.12) Investigação de Elementos Humano e Sociais para Ferramentas e
Barreiras
BIBLIOGRAFIA
ANEXO: Formulários
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LISTA DE SIGLAS
LISTA DE FIGURAS
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Introdução à Confiabilidade Humana e Analise da Tarefa por Salvador Ávila Filho – DSc UFRJ
PREFÁCIO
Geral
Sobre o Autor
O Autor tem formação Multidisciplinar com origem na Engenharia Química (UFBA) onde
sempre esteve envolvido com atividades na operação de fábrica inclusive treinamento
no turno, re-escrita de manuais técnicos, e de procedimentos. Uma série de
especializações possibilitou a sua formação em Confiabilidade Humana. Ao entender
quais as melhores formas de controlar processos na Indústria Petroquímica através de
especialização de Processamento Petroquímico na Petrobrás (CENPEQ). A importância
da estatística e da qualidade (CQE/ASQ) para a sustentabilidade na Indústria. O
paradigma de manter o ambiente natural sem impactos na indústria se torna possível
com conhecimentos das técnicas ambientais e testes em campo minimizando impactos
(MEPLIM-UFBA). Estas técnicas seguem o sentido Bottom-Up. A experiência no chão de
fabrica em indústrias químicas permite trazer resultados para a empresa através de
informações que circulam na operação. A partir da oportunidade ímpar de fazer parte de
indústria em Camaçari que possuía problemas técnicos e organizacionais fizeram a sua
aprendizagem ser intensa. Estes problemas fizeram com que a expertise fosse
incrementada com aspectos de cultura organizacional (UCSAL) e diagnósticos
preparados na indústria.
Como Gerente de Fábrica foi possível implantar formas de gestão que envolvia a
aproximação em relação ao discurso do operador e também a importância dos rituais
organizacionais. Enfim como planejador de cadeias econômicas (SENAI-BA), buscando
desenvolver competências inexistentes para atender aos desafios da Indústria. Como
pesquisador atuou desenvolvendo diagnósticos em sistemas sócio-técnicos, assunto
relacionado à Confiabilidade Humana e Operacional na Indústria química, de polímeros
e de GLP. Desenvolveu pesquisas na área de redução do consumo de água, controle na
fonte, balanço de massa e de energia, ou seja, tecnologias limpas na indústria química,
petroquímica e de fertilizantes. Estas pesquisas são aplicadas trazendo diferencial para
Doutorado (UFRJ) na Área de Confiabilidade Humana e Operacional.
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(1) INTRODUÇÃO
A bibliografia sobre Confiabilidade Humana é discutida de forma simplificada e envolve
várias disciplinas ou tipos de conhecimento (1.1). Na introdução (1.2) discute-se a
importância do papel do homem para a eficiência organizacional, as funções
departamentais relacionadas com o erro humano, uma discussão calorosa sobre a
necessidade de gerir riscos para evitar perdas de processo. Na apresentação de
Técnicas para Análise de Confiabilidade Humana – ACH (1.3) são apresentados os
motivos para a Usina Nuclear e Transporte Aéreo serem os primeiros a aplicarem
modelos. Alguns conceitos de ACH são apresentados e com base em exemplo numérico
do THERP (1.4) apresenta as potencialidades e deficiências desta e de outras técnicas
de ACH.
O tema Confiabilidade Humana é novo e por isto existem poucas técnicas desenvolvidas
com resultados efetivos, na verdade, é mais fácil discutir os trabalhos de grupos de
pesquisa nas universidades. São citados temas em desenvolvimento ou implantação no
meio acadêmico e no meio produtivo (1.4). Uma proposta de formação de Núcleo em
Confiabilidade Humana repete a iniciativa Japonesa para incrementar a produtividade na
Indústria através de Trabalhos em Gestão de Riscos na rotina e em situações de
emergência. A análise da importância do discurso do operador em ambiente produtivo
(1.5) envolve o homem executando a tarefa em sistemas produtivos com topologias de
múltiplas correntes nas várias direções. Neste tópico também é discutido formas de
coletar dados para analise de produção em sistemas complexos e análise da
conectividade em sistemas produtivos.
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A discussão sobre fatores humanos que podem provocar os erros na execução da tarefa
é multidisciplinar e antiga. Esta leitura pretende provocar no leitor a curiosidade para
buscar maiores informações sobre o tema e mostrar a complexidade de se trabalhar com
o fator humano em ambientes sociais dinâmicos.
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Os vícios locais, regionais ou até globais são discutidos e tratados quando se entende
os modelos conceituais indicados por Marais (06), onde sugere que arquétipos devem
ser enfraquecidos para evitar a falha social.
Llory (99) discute sobre os aspectos latentes da falha nos movimentos organizacionais,
nas lideranças, nas decisões gerenciais, e nos vários tipos humanos no turno. Questiona
o modelo atual de investigação de acidentes que não consideram a realidade e não se
aproximam da causa-raiz dos acidentes. A indústria deveria se preocupar com a
discussão dos movimentos sociais e de liderança e a respectiva percepção de risco. A
indústria, na verdade, só se preocupa com evidências objetivas, e gera as suas análises
de falha, de incidentes e de acidentes baseado nas observações e análises dos fatos
acontecidos e não considera movimentos sociais ou individuais emergentes com
predição da falha futura.
Várias estatísticas (Frutuoso, 08; Sebzali e Wang, 02; Tanner, 02; Rasmussen, 97)
indicam a necessidade premente de maior investimento no desenvolvimento de métodos
que explicitem os movimentos sociais com resultado na cultura técnica estabelecida na
rotina operacional.
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A definição dos tipos humanos permite a melhor alocação das pessoas nas respectivas
tarefas considerando o trabalho individual. Fadiman (86) e Jung (02) apresentam vários
tipos humanos que provocam o aparecimento do erro humano na atuação social e que
eventualmente pode impactar sobre a atuação de indivíduos e grupos na rotina do
trabalho.
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Pasquini (97) analisa tipos diferentes de Interface Homem Máquina - IHM (Painel de
Controle) levando em conta a qualidade do processamento cognitivo da equipe e a
qualidade das comunicações orais e escritas. Já Mummolo (99) apresenta fatores
intrínsecos na análise de processamento cognitivo verificando as possibilidades de erros
humanos, o impacto das suas conseqüências e a sugestão de barreiras para evitar o
erro humano.
A discussão sobre o estresse é feita por: Lorenzo (01) quando apresenta quais os
estressores externos e psicológicos; Souza (02) para identificar quais as psicopatologias
e comportamentos decorrentes do estresse; e Pallerosi (08) na tentativa de quantificar o
nível de estresse no trabalho.
Ávila (XX;XX;XX) indica formas de análise dos fatores humanos para impactos
ambientais, acidentes, falhas operacionais e de equipamentos em geral. Em alguns
casos, a preparação de programas educacionais e motivacionais é indicada como ação
gerencial (Ávila, XX) para mudar vícios antigos instalados na cultura técnica e/ou no
comportamento das pessoas e dos grupos. Ávila discute situações de mudança de
padrões na indústria química e de petróleo.
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A Empresa está inserida em contexto com várias partes interessadas e caso não haja o
envolvimento da equipe, de forma dinâmica, as regras seguidas “são alteradas” e a
Empresa perde o “bonde da história”. A Sustentabilidade Socio-Econômico-Ambiental
depende de alcançar resultados satisfatórios (lucro) levando em conta o campo de
forças e interesses do cenário na qual está inserida.
O Homem é parte fundamental de toda Empresa mesmo que seja indústria com nível
elevado de automação. O homem pode estar envolvido com a tecnologia, o projeto, a
montagem, a operação, a movimentação de materiais e até com a área de
comercialização. Assim, é importante que o corpo de trabalho na empresa se encontre
centrado em atingir êxito na execução de suas tarefas.
Para o homem estar centrado na suas tarefas deve realizá-las no ambiente de trabalho e
sentir-se incluso na Sociedade com atividades que trazem satisfação e equilíbrio
emocional. Assim, é essencial para o corpo de trabalho a análise dos papéis assumidos
pelo trabalhador naquela região e naquela época do ano. Os papéis variam conforme a
cultura dominante e às vezes modificam com efeitos sazonais. Como o assunto
Confiabilidade Humana envolve organizações empresariais, discutem-se duas vertentes
ou segmentos, o papel do homem na sociedade e o papel do homem na organização.
Nesta análise se inclui o posto de trabalho e a execução da tarefa programada na rotina
e em situações emergenciais.
É estabelecido campo de forças que movimenta a atenção do homem para cada uma
destas áreas. Em certas situações não tem como escolher a quem dar mais atenção
compartilhando e dividindo a atenção de forma incorreta. Na análise da tipologia humana
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Pressão do superior. É importante adotar um modelo de gestão que não seja muito
centralizador (Handy, 78) diminuindo o esforço das lideranças de grupos menores em
tomar decisões. Se o modelo for excessivamente centralizador inibe as iniciativas para
desenvolvimento de competências já que o Gerente resolve tudo. O bom empregado é
aquele que atende a pressão do superior e cativa a sua confiança quanto aos resultados
pretendidos, o liberando de certas decisões rotineiras. O empregado questionador não é
muito aceito na cultura brasileira (Motta e Caldas, 97) que possui o perfil gerencial
centralizador, embora esta seja uma tendência nas novas gerações que ocupam o posto
de trabalho.
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Política Profissão
Grupo Família
religioso Teoria de Lewin
Figura – Relações do Homem na Sociedade e no trabalho.
Adaptação de Chiavenato (93)
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A Função Estratégica de Negócios (Rasmussen, 97) trata dos ambientes, das partes
interessadas, da legislação, dos aspectos relacionados à comunidade e de aspectos da
cultura local. Nesta função estratégica também se discute o mercado de produtos e o
mercado de trabalho com a oferta de competências e expertises disponíveis.
Não adianta instalar atividade industrial se as tradições e costumes da região não forem
respeitados. Forçar uma situação nas práticas organizacionais sem consultar a cultura
da região pode representar dificuldades na realização de atividades produtivas. O
impacto de erros humanos muda com o tempo na cultura local e certas situações
aceitáveis e consideradas desvios passa a ser re-classificadas como erro grave. Assim,
os estereótipos populacionais devem ser identificados e tratados de forma respeitosa
publicando as ações organizacionais para conhecimento da comunidade.
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Tecnologia e Projetos
Não é incomum bombas novas operarem cavitando, malhas de controle pelo by-pass,
trip de compressor sem explicações e muitas outras situações não aceitáveis para
plantas e equipamentos novos. A maior criticidade no manuseio dos produtos (maior
carga ou legislação ambiental mais restritiva) em conjunto com a falta de vontade ou de
motivação para que os operadores de campo estejam atuando junto aos equipamentos
provoca falhas operacionais na rotina.
Enquanto isso, nas avaliações de automação pode ocorrer erros graves tecnológicos em
ciclos, controles, capacidades que não são previstas com a mudança de fornecedor. Ou
até, a mudança de pressões, temperatura, selagem ou carga. Assim, as análises de
risco de processos novos são essenciais mais, é bom simular os processos com a
presença de técnicos antigos da operação.
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quanto aos trabalhos de adaptação para perfis humanos (a análise da exceção aos
padrões de projeto).
Cultura Organizacional
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adicionais podem ser medidos destas variáveis relacionando com formas diferentes de
realizar a tarefa.
Gestão de Pessoas
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precisa ser avaliado para identificar profissionais com maior possibilidade de migrar da
projeção de competência para a aplicação da mesma.
Educação e Treinamento
Liderança
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Gestor de Pessoas. Muitas vezes os profissionais que resistem ao padrão desejado pela
organização podem ser líderes fortes se houver negociação e conquista da confiança.
Muitos líderes informais se encontram na “moita”, inibidos, por não encontrarem chance
de externar suas posições.
Perfil da Operação
O mapa mental construído para a realização destas tarefas tem complexidade baixa
exigindo pensar simples e rápido com atuações após entendimento das etapas, dos
requisitos, dos pontos de monitoramento de estados intermediários, e das
conseqüências após realização da tarefa.
Como a Produção foi projetada para funcionar 24 horas o ano todo, a operação é
distribuída por turnos evitando a fadiga ou o estresse por excesso de trabalho. O
esquema de turno foi projetado para evitar esforço exagerado no trabalho. O excesso de
dobras (>25%) para atender a Empresa e que traz o benefício financeiro para o
empregado pode significar concentração de trabalho e trazer efeitos negativos para o
desempenho do turno, mas, que pode não ser perceptível, passando a ser latente.
No momento em que a tarefa é planejada e praticada (Lees, 96) muitos fatores devem
ser levados em conta e são discutidos: escrita, etapas e seqüência, requisitos,
conseqüências, estados metas, responsabilidades e análise de falha. O procedimento
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antes de ser executado na prática, passa pelo estado imaginário para a composição do
mapa mental e da lista de requisitos e etapas a serem cumpridas.
A Gestão da Rotina no turno deve perceber como estes fatores oscilam de estado
provocando a perda ou o incremento da Confiabilidade Humana, Operacional e de
Equipamentos. Costuma-se analisar somente a falha visível visto pela forma inadequada
de operar como rompimento de selos e cavitação de bombas. O Gerente da operação
deve observar os possíveis vícios na sua equipe considerados falha latente (uso de by-
pass, personalizar preferidos, acumular fluido off-spec para não permitir fechar lote no
seu turno).
Perfil da Manutenção
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Perfil do Laboratório
O laboratório repete o processo, nos seus vários métodos de detecção e, tem como
auxiliar a operação com interpretações de apoio. Assim, a cooperatividade é traço
importante na equipe de produção que inclui operação, manutenção e laboratório.
Perfil do SMS
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O SMS fica à mercê da operação quando esta equipe não consegue estabilizar os
processos liberando materiais para o ambiente com contaminação atmosférica, efluente
e geração de resíduos sólidos. Esta situação desconfortável não permite atingir metas
realizáveis (é como perseguir o rabo do cometa). O SMS, em situações de instabilidade,
passa a ser o responsável pela notícia da punição e da imagem negativa junto à
comunidade externa. Os impactos da indústria trazem para a equipe de produção o
efeito da “moral baixo” e sentimento de incompetência levando a tentativa de migração
de responsabilidade pelas causas dos problemas (da operação para a manutenção, por
exemplo).
Resumindo
O Erro humano ou grupal afeta todas as áreas da instalação industrial. A causa raiz de
um problema pode ser iniciada pela insatisfação de estar realizando tarefas que vão
provocar impactos em futuro breve. Neste momento, o vínculo afetivo com o trabalho é
fragmentado, enfraquecendo a taxa de aplicação na tarefa. O Erro humano pode ser
provocado por questões técnicas (fadiga resultante do re-trabalho de serviços para
controlar processos instáveis) ou por exigências externas da legislação (cobrança
indireta da sociedade). A comunidade acompanhando a existência da indústria passa a
reproduzir imagem da empresa que é reflexo de passivos ambientais e trabalhistas,
dificultando o funcionamento da empresa de forma indireta através das suas
representações.
Logística
Até pouco tempo atrás, a logística era função da própria produção, mas com o grande
movimento de materiais resultante do aumento de escala nestas instalações, a função
de armazenamento e transporte passa a ser de responsabilidade de setor de logística,
que, na indústria de processo contínuo é representada pela área de Programação e
Controle de Produção.
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Cliente
A qualidade pode ser prejudicada onde lotes bons podem ser transformados em off-spec
no procedimento de mistura. O laboratório pode errar no cumprimento de procedimento
de análise para a emissão de laudos de produtos. A quantidade (e prazo) pode não ser
atendida por indisponibilidade de equipamentos de grande porte ou críticos para a
operação devido à falta de peças (erro no suprimento ou na inspeção) ou por
dificuldades em manutenibilidade deste. A operação pode ter cometido erros graves
gerando parada de sistema, levando a acidente ou incidente, inviabilizando a formação
do lote desejado pelo cliente e acertado pela área comercial.
Na verdade o preço é estabelecido pelo mercado, o que pode acontecer é que devido
aos custos de produção e de comercialização, o preço pode não gerar a agregação de
valor necessária. Assim, paradas não programadas e erros no manuseio de produto
acabado podem provocar grandes prejuízos à empresa.
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Como indicado por Lorenzo (01) na API770, este erro humano é efeito de ações
incorretas nas diversas funções (aditiva ou alternadamente): no desenvolvimento da
tecnologia, o químico falhou não avisando que o produto congela a temperaturas
próximas da operação; no projeto de detalhamento, o engenheiro falhou na
especificação do traço de vapor para manter a temperatura de operação atingindo a sua
temperatura de congelamento e as devidas conseqüências; na montagem, a empresa
contratada falhou na instalação do traço de vapor, esquecendo de adequar o purgador
para a necessidade levando a não manutenção da temperatura; na manutenção, os
caldeireiros falharam em trocar o traço de vapor de triplo para duplo diminuindo a
capacidade de aquecimento; na operação, os operadores falharam por não saber a
necessidade de alinhar o vapor para a tubulação por onde passa o produto. Isto não
estava escrito no procedimento e não foi citado no treinamento de rotina; na Gerência de
produção que, para economizar energia devido a indisponibilidade de água e
dificuldades na geração de vapor, decidiu por cortar vapor para alguns sistemas
considerados “sem risco”; na Gestão corporativa houve a decisão de corte no orçamento
não havendo possibilidade de investimentos na área de utilidades ou até na manutenção
dos custos de produção em geral afetando o aquecimento da dita cuja linha que
congelou o produto e provocou a explosão nesta unidade industrial.
Fonte: Hollnagel, 93
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pode provocar a perda de processo é a mudança das políticas e das práticas gerenciais
devido a alterações organizacionais. Sendo assim, qualquer tipo de indústria em
qualquer segmento industrial está propenso a ter perdas se não souber reajustar seus
processos frentes as flutuações ambientais e a modificações das características dos
materiais em processamento e dos materiais de equipamentos.
Isto significa que o transporte, armazenagem e amostragem são operações que utilizam
a mão de obra do homem, não confiando somente nas controladoras de processo.
Assim, desde a fabricação, a montagem, a operação, a manutenção e o projeto existem
funções que dependem em graus variados da atividade humana. Isto depende do tipo de
Tecnologia de processos em cada Indústria.
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Com estas definições se inicia a descrição de ambientes propícios para evitar erros
humanos ou operacionais e que possam gerar perdas de processo. A API770, Holnagel
e muitos outros autores afirmam que existem fatores de desempenho comuns no posto
de trabalho que podem provocar o erro humano e/ou falha ou anormalidade operacional.
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Como é complexo trabalhar com aspectos sociais e técnicos ao mesmo tempo! Para
conseguir resultante e identificar a múltipla causalidade do erro humano se faz
necessário desenvolver a leitura do discurso do operador a partir de mapeamento da
rotina do turno com técnicas específicas como MEA (Mapeamento de Eventos Anormais
desenvolvido por este pesquisador)...
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Os mecanismos de segurança de processo não eficazes podem indicar que não existem
processos automatizados à prova do erro humano. As barreiras de segurança baseadas
em Sistemas Instrumentados de Segurança (SIS) são investimentos importantes, mas
não garantem que o acidente não vai acontecer devido a momentos de relaxamento da
vigilância do operador em relação ao processo. As barreiras de segurança podem ser
menos redundantes se houver incremento da Confiabilidade Humana de forma paralela.
Medida de probabilidade para mau funcionamento de sistema humano. Neste caso vale
ressaltar que quando se considera sistema, baseia-se em sistemas abertos com
migração contínua de energias para dentro e para fora (termodinâmica). Assim, a
fenomenologia determinística começa a perder importância na análise do erro humano.
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Confiabilidade poderia ser definida como uma propriedade complexa de uma série de
observações de medições de processo que fazem o possível para obter resultados
similares se a medição é repetida. Mas, sabem-se da dificuldade em obter resultados
que sigam padrão único sendo necessário sempre estudar os fatores de desempenho
comum (Holnagel e API) ou ainda, os ambientes de influência sobre a Confiabilidade
Humana.
Assim, devem-se tomar cuidado ao usar tabelas de probabilidade para tarefas humanas
na indústria, nem sempre, ou quase sempre, não funciona para qualquer indústria,
qualquer região ou qualquer tempo.
Para finalizar citamos Reason que define erro humano como “Termo genérico para
englobar todas as ocasiões nas quais uma seqüência planejada de atividades mentais
ou físicas falha em alcançar seu objetivo intencionado, e quando estas falhas não
podem ser atribuídas pela intervenção de algum outro agente.”
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Ex: Em uma semana uma determinada tarefa foi realizada 18 vezes com sucesso e 2
vezes com insucesso. PEH = 2/20 = 0,1
0,003 0,001
Tabela 20-12 Tabela 3-2 2ª Geração
tempo
Figura - Árvore de Falha com fatores humanos Figura – Gerações na modelagem do erro humano
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1ª Geração - THERP
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CREAM é método para análise do erro de processamento cognitivo e tem como objetivo
analisar o desempenho humano na segurança do sistema global. Esta análise se baseia
no COCOM (Contextual Control Model) do mesmo Autor - Erick Hollnagel. Tem foco nas
Situações de Emergência.
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Figura
Simulando uma situação: a partir da escolha de medição dos resultados como redução
da freqüência de acidentes que podem afetar a comunidade, são escolhidas as cadeias
de anormalidade envolvidas com esta possibilidade, e daí são extraídas variáveis
discretas e contínuas que são indicadoras (medições) do descontrole de sistema em
direção ao acidente. Estas variáveis técnicas são agrupadas por semelhança na
variabilidade e são calculadas variáveis artificiais do PCA. Dois grupos de variáveis
escolhidas indicam aproximação ou afastamento aos acidentes, grupo 1 (pressão e
temperatura específicos e tempo de realização da tarefa crítica), no grupo 2
(contaminante na matéria-prima e número de vezes de limpeza do filtro no turno),
juntando estas variáveis, constrói-se gráfico de dispersão. Nota-se que, alguns aspectos
sócio-humanos já estão inscritos nas variáveis escolhidas dos grupos e são
apresentados no gráfico das variáveis artificiais do PCA. Conhecendo os resultados de
eficiência organizacional para esta variável, no passado se classificam o agrupamento
de dados derivados dos dados artificiais do PCA quanto ao ponto de acidente (máximo
da falha) ou sem acidente (máximo de eficiência na organização).
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Para o efeito de testar o procedimento, e sabendo que este é um método para análise
de sistemas sócio-técnicos, considera-se que houve êxito na demonstração. O
mapeamento do comportamento sócio-técnico, após a adoção de dados em simulação
para o planejamento da produção permite localizar futuro desempenho em regiões de
eficiência organizacional. Sendo assim, é possível alterar a programação de produção.
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4
0
%
Figura
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Apesar do período inicial da produção em massa ter sido exitosa, ocorreram muitos
incidentes e perdas de produtividade. Em decorrência destes aspectos de qualidade do
produto e produtividade da equipe, veio a revolução da qualidade através de Deming
(90). As indústrias japonesas aplicaram estes princípios e técnicas estatísticas para a
recuperação econômica do país em decorrência das perdas referentes à 2ª Guerra
Mundial. Os Japoneses possuem cultura cooperativista e descobriram que grande parte
das deficiências na tecnologia podem ser descobertas e mitigadas quando se
desenvolve trabalhos em equipe. Assim, foram criados sistemas como o TQC (Total
Quality Control), o TPM (Total Productivity Maintenance) que centram suas ações no
trabalho de equipe. Um exemplo da retomada econômica no Japão é o movimento do
Toyotismo, onde as células de produção mapeadas possuem operadores com
características específicas. Houve a necessidade de desenvolver técnicas para
aumentar a eficiência dos trabalhos de equipe através de líderes com perfis específicos.
Apesar dos resultados positivos neste período, existem eventos que fogem ao controle
do TQC ou do TPM, que é a analise dos ambientes sobre o comportamento do
trabalhador durante a realização da tarefa.
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Muitos modelos são sugeridos para a tomada de decisão na realização da tarefa. Muitos
modelos de planejamento da tarefa também são sugeridos facilitando a padronização.
Os modelos para a análise da tarefa devem se comunicar com os modelos cognitivos
para a tomada de decisão. Os tipos humanos não são discutidos nestes modelos. A
Confiabilidade Humana investe na análise da tarefa considerando o processo cognitivo
de cada agrupamento de pessoas dentro da empresa.
A queda de aviões tem alto impacto social devido à quantidade de perdas humanas.
Assim o trabalho de Confiabilidade Humana inicia-se nas seguintes áreas: nos projetos
da indústria aeronáutica; no controle do espaço aéreo; na operação de aeronaves em
termos de comunicação entre piloto e tripulação; e na manutenção de aeronaves para
disponibilizar para uso. O alto impacto de tarefas mal realizadas a partir do supervisório
que controla operações em aviões levaram a estudos detalhados de Interface homem
máquina. Inclusive na aproximação de mapas da tela com a cognição humana além de
aspectos de conforto para a visão e o tato nos trabalhos com computadores.
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Ergonomia Ergonomia
Psicodinâmica
Cognitiva Atropométrica
no trabalho
Francesa USA
Francesa
Interfaces
Task Analysis Manutenção e
Conf. Humana
Human Error Crew
(probabilidade)
Aviação
Ind. Nuclear Manchester
Vale salientar que existem poucos grupos que tratam do assunto perdas de processo e
em particular os que existem atuam usando sistemas focados na investigação de
acidentes e em falhas de manutenção. Poucos sistemas de gestão ou matemáticos
analisam a produtividade na execução da tarefa (Lees, 1996).
2
Modelo que não considera variação de ambientes e estruturas sociais com o tempo
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Por outro lado existem professores na UFRJ, USP e UNICAMP que inovam incluindo no
seu escopo de trabalho, pesquisas de doutorado na área de Confiabilidade Humana.
Algumas destas pesquisas estão envolvidas indiretamente com o assunto através de
mecanismos matemáticos nem sempre aplicáveis. Evidenciam-se Fernando Pellegrini
Pessoa (Processos Químicos) e Paulo Frutuoso (Engenharia Nuclear) na UFRJ, que tem
motivado pesquisa em Análise de Confiabilidade Humana ligada a Processos, Operação
e Segurança.
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Nota-se que o assunto Confiabilidade Humana discute pouco sobre aspectos de Gestão
e vice-versa. A Confiabilidade Humana é dependente do perfil gerencial, da Cultura
Organizacional, e da Cultura de Segurança da Empresa. Aspectos da Gestão não são
desconectados de processamento cognitivo, da satisfação do empregado, e do seu nível
de compromisso no ambiente de trabalho.
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Para entender sobre o processamento cognitivo, Stenberg (XX) afirma que se baseia na
observação meticulosa da realização da tarefa. Funções psicológicas importantes como
memória e atenção são consideradas para esta investigação. Existem trabalhos
conjuntos que levam em conta aspectos da tarefa na indústria e o comportamento
humano. Alguns apelidam esta fusão destas vertentes científicas e tecnológicas como
Engenharia Cognitiva ou Psicológica.
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A intenção desta rede é estudar Sistemas de Gestão de Risco que atuem sobre os
fatores técnicos, humanos e ambientais para diminuir as perdas de processo. O maior
desafio é incluir nos modelos de decisão gerencial, a análise e controle sobre ambientes
sociais propícios para evitar o erro humano que, caso ocorra prejudica a eficiência de
sistemas técnicos.
Com base na pesquisa inicial que é PIVOT para esta rede de pesquisa aplicada,
sugerem-se algumas linhas de atuação a serem aplicadas através de teses de
doutorado ou de mestrado nas instituições participantes da RECHA. A Gestão Integrada
é assunto amplamente discutido nas Indústrias, mas com dificuldade de incluir o assunto
Confiabilidade Humana. Pretende-se incluir linha de pesquisa na área Gerencial: (a)
Gestão de Risco com base em Confiabilidade Humana na Indústria e nos Serviços de
Transporte.
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Para discutir quais os fatores técnicos que influenciam na possibilidade de ocorrer falha
operacional é necessário desenvolver (d) Modelo Híbrido de Eficiência Técnica na
Indústria. E para discutir a forma multidimensional com que a falha se desenvolve é
importante construir (e) Modelagem de Aprendizagem sobre a Falha Operacional
levando em conta que a sua origem em causas sociais, técnicas e aspectos ambientais.
A construção de modelos para predizer a falha requer esforços de (f) Medição da Falha
Operacional que exigem novas formas de perceber sinais da falha na área técnica e
social. A percepção da falha depende das técnicas e metodologias para (g) Tratamento
de dados na Rotina na Indústria. Com o Sistema de Gestão de Riscos baseado na
Confiabilidade Humana e com o desenvolvimento dos Modelos relativos à predição da
Falha Técnica e Operacional é possível apresentar (h) Técnicas de Análise de Risco da
Falha Operacional na forma Dinâmica.
Para finalizar, ainda na área de Projetos, propõem-se os seguintes temas: (k) Aspectos
de Confiabilidade Humana na Gestão do Design de Equipamentos e (l) Confiabilidade
Humana no Gerenciamento de Projetos.
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Os fatores humanos não estão restritos a área Nuclear podendo ser migrados para a
área química, petroquímica, de petróleo, produção de fármacos, tarefas na medicina,
transmissão de energia elétrica, transportes ferroviário, aéreo e marítimo.
Nas diversas áreas, desde cultura organizacional, gestão de riscos, perdas de processo,
gestão da produção, análise da tarefa, análise de risco, sistemas de segurança, análise
de ferramentas para seleção e desenvolvimento de pessoal, e muitos outros assuntos
como, a manutenção de sistemas produtivos e a Confiabilidade Humana.
Estas análises servem para plantas e instalações em operação, assim como as plantas
ou instalações em projeto utilizando fundamentos da Ergonomia no projeto de IHM ou
conhecimentos da Operação para definir padrões de projeto de equipamentos,
instalações e segurança.
Assim, repetindo a experiência japonesa, quatro campos de pesquisa são definidos para
aplicação conjuntamente com o meio produtivo: Experiência, Competência humana,
desenvolvimento de ferramentas gerenciais e tecnológicas para o futuro além de
melhoria dos ambientes organizacionais para incremento da competitividade. Estes
campos trarão como benefício maior para a sociedade, a melhoria da qualidade de vida
e sustentabilidade da economia local.
Detalhando:
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1.6.1) DEFINIÇÕES
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Especial atenção deve ser dada a construção de situações de risco próximo a perdas
maiores como grandes acidentes, grandes vazamentos ou grandes perdas econômicas.
Nas situações de emergência a cobertura do trabalho de equipe passa a ceder espaço
para as habilidades individuais de liderança grupal ou técnica. Sendo assim, os
operadores devem conviver (de forma simulada em treinamento) com situações de risco
para daí saber tomar as decisões acertadas nas situações reais.
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Desta forma, Saber fazer a leitura do discurso do operador é a diferença para atingir a
competitividade e, passa a ser competência primordial para a Gestão de Riscos.
Comportamento do operador
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Padrões e Cultura
Os padrões adotados pelo operador (de fato) não são os padrões desejados pela
organização (a partir de sua cultura), assim é necessário entender a diferença entre os
valores organizacionais e os individuais para identificar os padrões em aplicação.
Interligações de processo
Multi-cultura
Flutuação do comportamento
A não garantia de que o comportamento humano se mantém estável 100% leva a crer
que, caso o processo latente do erro na operação de fábrica venha a ser disparado
(possibilidade baixa mas possível), o erro humano devido a esta flutuação do
comportamento inesperada vai viabilizar o acidente ou incidente.
Análise de competências.
Complexidade
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Segundo Perrow (1984), sistemas complexos possuem partes ou unidades que não
estão em seqüência lógica de produção e que podem ter modos comuns de conexão ou
ainda serem fisicamente próximos. Sendo assim, os sistemas auxiliares (inertização,
selagem, lubrificação, off-gás) e de troca térmica (vapor e água) conferem complexidade
técnica a indústria de processos químicos. Outro aspecto importante é a existência de
múltiplos loops de feedback apresentando formato de novelo nos sistemas de processo.
Fazendo analogia a sistemas individuais, gerenciais e organizacionais, pode-se, neste
caso, inserir complexidade quando a informação é realimentada em pontos diferentes do
ambiente em estudo.
Assim, algumas observações podem ser realizadas: as causas podem ser múltiplas e de
diferentes níveis (raiz, secundária), dimensões; as conseqüências também podem ser
múltiplas e de diferentes níveis (primária, secundária, terciária) e dimensões; a ruptura
do sistema produtivo pode estar classificada em dimensões diferenciadas (técnica,
organizacional, gerencial e humana); acontece a migração de energia de falha que está
em determinada dimensão para outra; a ramificação dividindo a energia de falha
também ocorre; a emissão de sinais da falha não desenvolve trabalhos, ou seja, não
ocorre prejuízo aparente para o sistema produtivo; a retenção da energia de falha ocorre
em certos momentos promovendo atrasos na passagem da falha entre equipamentos e
pessoas; as ações corretivas e preventivas podem drenar a energia da falha chegando
(na melhor situação) até o seu desaparecimento.
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Os dados para a execução da tarefa podem estar faltantes ou indevidos gerando tomada
de decisão incorreta. Esta atitude acaba alterando os estados de processo em relação a
meta. As ferramentas para o desenvolvimento da tarefa também, quando são faltantes
ou indevidas, podem gerar estados alterados do processo, equipamento ou produto.
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Causa – São fatores envolvidos com o início da falha, e que, pelo modelo cilíndrico
significa romper a inércia iniciando falha latente ou falha visível. Os fatores causais
podem ser classificados como raiz do problema sendo iniciador principal e responsável
para alimentar a energia da falha e provocar o rompimento da inércia. Os fatores
operacionais classificados como causas secundárias, per si, não são motivos para iniciar
a falha sendo necessário que antes tenha ocorrido a causa-raiz.
Ação Corretiva – com a parada de sistemas, tomam-se ações corretivas para drenar os
gargalos da falha e reiniciar a produção, necessariamente esta drenagem de energia
pode não ser realizada na causa-raiz e sim na conseqüência ou causa secundária,
fazendo com que a instalação reinicia a produção, mas em curto espaço de tempo
ressurja com os mesmo problemas.
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A análise do ambiente que envolve o posto de trabalho deve ser primordial na Empresa.
Promover o trabalho do homem buscando ambientes onde o compromisso (fidelidade) e
a competência (funcionalidade) sejam promovidos e onde o grupo cubra traços mórbidos
(“ganchos”, patógenos residentes) de indivíduos que podem provocar acidentes.
Analisar a competência para tratar assuntos em atividade de rotina ou emergencial,
tratando de decisões estratégicas ou de definição de programas gerenciais, buscando a
execução de trabalhos ou o seu planejamento, sabendo diferenciar a liderança e força
de cada operador da turma de turno.
Identificar quando o discurso vira ação para atuar de forma preventiva, nos meios de
comunicação ou na construção das idéias. Saber identificar quando o normal passa à
anormal sinalizando sua presença. Quando os sinais de anormalidade surgem, é motivo
de ativar investigação para não permitir o seu crescimento transformando em
conseqüência, ou seja, a falha realizando trabalho.
Existe cronologia para que a falha se manifeste em setores industriais, de forma serial
ou paralela, e dependendo do tempo de retenção por sistema (tempo de espera para a
falha ultrapassar limites de setores ou equipamentos). Durante análise da falha é
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importante saber diferenciar sinais (não possuem energia para provocar/ alimentar a
falha), causas (fatores que iniciam ou contribuem para iniciar a falha), conseqüências
(trabalho da falha). Saber classificar causas e conseqüências como primárias ou
derivadas. Saber identificar quais causas potencializa as energias da falha em sistemas
produtivos. Saber definir as ações corretivas sobre a conseqüência da falha e as ações
preventivas sobre a causa da mesma.
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A cognição humana está relacionada com funções psicológicas úteis para o trabalho e
importantes para a manutenção da eficiência na realização da tarefa. Quando se discute
utilidade para o trabalho pode-se citar funções que afetam o equilíbrio emocional ou que
se relacionam na satisfação de inclusão social. Estas são questões subjetivas discutidas
no final do módulo de processamento cognitivo.
Reason apresentou três Visões principais para a discussão e o estudo do Erro humano,
são elas, a visão psicológica comportamental, a visão cognitiva (informação) e a visão
natural (orgânica). Esta discussão formata um mapa mental ou esquema de trabalho
essencial para a eficácia na realização da tarefa.
Na Visão Psicológica
Linguagem e corpo.
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Memória.
Deslizes.
Freud afirma que deslize é resultado da fuga dos verdadeiros significantes para cada
significado, sendo, portanto erro humano ligado a aprendizagem do homem, a formação
da linguagem. Os deslizes representam a verbalização de palavras que são impróprias
para a censura, mas que são verdadeiras no pensamento do homem. Normalmente,
estas palavras não são ditas por serem censuradas devido a necessidade de
sobrevivência psíquica – risco para exclusão social.
Automatismo e habilidade.
As pessoas habilidosas têm ritmos e etapas memorizadas para a tarefa que acabam
sendo repetidas automaticamente. É importante não confiar no automatismo devido a
esquecimentos inconscientes que podem ocorrer em ambiente de estresse. Sendo
assim, a habilidade não substitui a regra. A habilidade permite criar regras que é
validada com o consenso em equipe (EMBREY).
Excesso de auto-confiança.
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Esquemas da memória.
Atenção.
A atenção dividida provoca erros com o desligamento da parte que demanda menos.
Assim, quando existem diversas atividades sendo realizadas ao mesmo tempo, deve
haver memória auxiliar e atenção disparada a cada momento. O controle que filtra a
informação é flexível podendo ser mais ou menos restritivo. Podem ocorrer interferências
em diferentes estágios prejudicando a percepção e mudando a realidade. Na teoria de
processador multicanal, qualquer tarefa complexa dependerá do número de
processadores especializados independentes. A qualidade da percepção pode ser
diminuída, mas, ao usarmos ferramentas auxiliares para memorizar e focar a atenção, é
possível realizar várias tarefas ao mesmo tempo.
Memória.
Na Visão Cognitiva
Mapa mental.
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Processamento automático.
Conceito.
Construtos do conhecimento.
Estruturas cognitivas.
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Mapa mental.
Padrão e realidade.
Controle cognitivo.
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Heurística de julgamento.
Ferramentas analíticas.
Ambiente do problema.
Os mapas que identificam como o problema acontece são essenciais para a orientação
quanto a ações preventivas e corretivas sobre a tarefa, sobre os ambientes
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Os fatores que compõem a tarefa como, requisitos, etapas, medições para controle,
estado meta, responsabilidade, registros, ferramentas, tempo, recursos, distribuição de
funções, riscos são analisados e valorados buscando, efetivamente, o êxito na
realização da tarefa.
Segundo Rasmussen
Habilidade.
Regra.
Conhecimento.
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Estereótipo.
Arquitetura da cognição.
Melhor adaptação.
No ambiente de trabalho deve haver espaço aberto para que pessoas ou especialistas
diferentes exponham a sua opinião sobre determinada tarefa. Ou seja, no contexto, os
especialistas se comunicam e conjuntamente constroem a memória de trabalho que
possui relativa complexidade no processamento da informação e na resultante de
consenso entre estes especialistas.
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Introdução à Confiabilidade Humana e Analise da Tarefa por Salvador Ávila Filho – DSc UFRJ
As ativações da atenção em torno de fatos que levam a decisões têm que ser vistas com
base na memória individual ou no envolvimento com o ambiente local e global. Sendo
assim, fatores internos e externos realizam a ativação para a realização da tarefa. A
importância quanto a ativação específica ou geral depende da experiência, da
personalidade (tipo individual), da história da região e da cultura.
2.2.1) Introdução
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Segundo Stenberg (XX) o cérebro é maquina intuitiva cognitiva que sofre influência de
vínculos afetivos. Cada parte do cérebro tem função específica difícil de separar das
outras partes pela grande interligação através da rede neuronal. A amídala trata da raiva
e da agressividade e que afeta a relação interpessoal, mas permite a sobrevivência
física e psíquica, portanto, deve ser ponderada; o córtex cerebral trata do pensamento,
da sensibilidade e do movimento voluntário, aspectos importantes na formação do
esquema mental para realização da tarefa; o septo trabalha as questões de raiva e
medo, levando a comportamentos de defesa resultante, em proporções adequadas, da
análise de recompensas e de atendimento a expectativas; o hipocampo onde a
aprendizagem e a memória são resultantes dos processos nestas regiões; tálamo que
transmite informações sensoriais ao córtex cerebral; cerebelo que coordena os
movimentos finais dos músculos e o equilíbrio do corpo.
Atenção
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Segundo William James, É a tomada de posse pela mente de forma vívida e nítida, de
um entre o que parecem ser vários objetos ou linhas de pensamentos possíveis (...).
Implica afastar-se de algumas coisas para lidar de forma efetiva com outras.
A percepção passa para a segunda fase, são os processos perceptuais onde se inicia o
trabalho de raciocínio reafirmando o sinal como peça que pode fazer parte para a
tomada de decisão ou o acompanhamento da ação motora. Neste segundo momento,
são descartados parte dos sinais ficando, retido na atenção, as peças envolvidas no
processo cognitivo.
Num terceiro momento, passa-se por processo final de filtragem dos sinais selecionados,
para autorizar atividades de comparações, desprendendo energias adicionais, e a partir
destas comparações são disparados os operadores lógicos e alterados os estados da
tarefa que está sendo realizada em busca de determinada meta.
Esta filtragem do sinal emitido, agora ajustado para o processo cognitivo em andamento,
é feita verificando e valorando aqueles mais importantes e que auxiliam na manutenção
de comportamento em busca de metas ou na tomada de decisão para iniciar ação
motora em busca de metas.
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Funções da Atenção
Atenção dividida.
Realizar mais de uma tarefa ao mesmo tempo, redirecionando recursos de atenção onde
demandado (exemplo: motoristas que falam enquanto dirigem...). Os recursos de
atenção são limitados levando a possibilidade de falha caso muitas atividades sejam
realizadas ao mesmo tempo. Na operação de fábrica, em determinada turma de turno
faltou um operador na equipe, o operador de campo estava realizando manobras e
iniciou em paralelo carregamento de caminhão de HCl 35%. Ao finalizar as manobras,
retornou para a estação de carregamento encontrando o caminhão tanque
transbordando HCl, conclusão, para certas tarefas, é importante que se mantenha a
atenção concentrada e não dividida.
Manter-se vigilante para detectar se certo sinal emitido é sentido. A vigilância permite a
ação com rapidez se o sinal aparecer. A vigilância não tem busca específico sendo
acompanhado, por exemplo, uma rua escura para evitar riscos detectados por sinais
indesejados. Outra possibilidade é manter a vigilância para tomar ações corretivas em
caso de terremoto. Na residência, vigilância sobre cheiro de gás no aquecimento de
água visto eventos históricos e possibilidades atuais. Na operação, a vigilância é
constante no supervisório devido a haver muitos controles automáticos que precisam de
supervisão. Para acompanhar as operações existe um roteiro seguindo as prioridades
em termos de segurança. Ao pular seções ou controles importantes acaba perdendo a
chance de correção.
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A atenção seletiva tem haver com o processo de escolha de alguns estímulos que
prestamos a atenção e outros que ignoramos. Se o foco da atenção for concentrado em
determinado ponto, melhora capacidade de manipular estímulos para outros processos
cognitivos. Assim, quando a empresa desenvolve trabalhos preventivos envolvendo
estatística e mapeamento de anormalidades baseado nos sinais de anormalidade do
turno, é possível direcionar os esforços em direção a determinado local para investigar
redução de perdas de solvente, por exemplo.
Memória
A memória pode ser classificada (Larry Squire) em dois tipos fundamentais, a memória
declarativa ou explícita e a memória não declarativa ou implícita. Cada memória pode
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Processos de Memória
Codificação.
Transferência de informações.
A memória de curto prazo ocupa mais espaço devido a estar ligada a mais operações
lógicas e códigos de relacionamento do que a de longo prazo. Com a não utilização no
ambiente de trabalho ou na rotina familiar de certos conteúdos de memória, estes são
reclassificados de curto para longo prazo. Certamente isto depende também do vínculo
afetivo e do nível de prioridade para a família e para o trabalho. Para fazer a mudança
inversa, sair de longo prazo para curto, a repetição e a organização da informação são
importantes, ou seja, a amarração das palavras com códigos de relacionamentos e de
operadores lógicos no processo decisório.
Recuperação.
A recuperação pode ser serial, como um item associando o outro demorando mais
tempo para formar conteúdo de memória. A recuperação pode ser paralela trazendo por
meio de redes de códigos, de forma mais rápida, blocos de informação de volta para o
uso consciente. A recuperação da memória pode ser uma operação exaustiva tentando
com esforço crescente algo que ainda está perdido, uma lacuna a ser completada,
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algumas vezes, nossa mente nos engana e preenche a lacuna com memória não
verdadeira, mas confortável para a inclusão social ou para a relação de satisfação
interna. O processo de recuperação da memória também pode ser auto-finalizado, onde,
a tentativa de resgatar através de códigos, associações, exercícios de recuperação de
memória de grupo, começam a gastar energia em excesso levando a cansaço, e por
isso, são auto-finalizadas, tipo um intertravamento do processo de resgate de memória.
Como já foi colocada antes, a memória pode ser resgatada com falhas ou lacunas. Mas
também pode haver preenchimento destas lacunas com conteúdos apropriados para o
momento. Assim, as distorções da memória são possibilidades reais e dependendo do
indivíduo (tipologia humana), do grupo ou equipe de trabalho (tipologia grupal) e da
relação com a organização (expectativa e recompensa), estas operações que provocam
distorção na memória são múltiplas e viram lugar comum no dia a dia. Existe também a
possibilidade de decaimento voluntário da memória, onde, a organização ou o indivíduo
intencionalmente se esquece de fatos acontecidos que não interessa para o equilíbrio
organizacional e individual.
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pode provocar valorização de fatos ligados ao fracasso mais do que ao sucesso levando
a excesso de importância para a memória de fracasso, prejudicando a auto-estima e o
comportamento no trabalho.
Aprendizagem e Habilidade
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Adaptação.
Habituação.
Acessível ao controle consciente (decidir ficar ciente de conversas de fundo). Não muito
vinculado à intensidade do estímulo (nível de habituação não vai diferir muito em sua
resposta: som de ventilador barulhento ou de condicionador de ar silencioso). Muito
vinculado a número, duração e caráter recente de exposições anteriores (com maior
rapidez, se habitue ao som de um carrilhão se tiver sido exposto ao som com mais
freqüência, por períodos mais longos e em ocasiões mais recentes).
Motivação e Decisão
Existe movimento cíclico que o operador convive na rotina do trabalho envolvendo fases
de equilíbrio e de desequilíbrio. O equilíbrio interno do operador é momentâneo, pois
existem estímulos ou incentivos para a realização de ações necessárias e que vão
atender a demanda da indústria dentro da linha de produção.
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Introdução à Confiabilidade Humana e Analise da Tarefa por Salvador Ávila Filho – DSc UFRJ
Fonte: Ávila
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Processo Decisório
Fonte: Ávila
Um processo decisório envolve: (a) o ambiente, (b) fatores causais, (c) processos
cognitivos (1) comparação com critérios baseados na utilidade; (2) fatores
condicionantes; (3) extrapolação de situações; (4) resgate de memória, (d) análise de
conseqüência, (e) momento de decisão (tempo. Clareza) e (f) ação após a decisão com
a alternativa escolhida. Considerando as situações na operação de fábrica apresentam-
se cada um dos itens citados acima na tomada de decisão sobre procedimento de
limpeza de tanque de ácido sulfúrico que envolve aspectos de segurança e
disponibilidade para a produção.
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(a) o ambiente. A decisão de liberar o tanque para limpeza e a forma de liberar envolve
tempo, riscos ocupacionais e possibilidade de contaminação do tanque.
(b) fatores causais. A corrosão é o principal motivo de este procedimento ser realizado e
o momento de parar a planta para a limpeza depende da situação de acúmulo de sais
nestes equipamentos. Como não existem evidências diretas que indiquem o problema,
busca-se pelas evidências indiretas. Demorar de decidir significa danos maiores futuros
envolvendo perdas de patrimônios. Existem alternativas quanto ao momento de
liberação do tanque e quanto a forma de realizar este procedimento.
(c) processos cognitivos. A percepção do estado atual de corrosão dos tanques indica o
momento certo. O padrão mais adequado depende de comparar o estado encontrado
com o histórico.
(d) Análise de conseqüência. Caso a limpeza não seja feita a tempo haverá perda de
bomba e possibilidade de furo em tanque. A limpeza é acompanhada de inspeção e
serviço que exijam urgência. Se o horário a ser realizado o serviço for de dia, a liberação
de gases pode incomodar o pessoal administrativo. Se o serviço for realizado sem
acompanhamento técnico ou de segurança pode-se perder a oportunidade de realizar
outros reparos e inspecionar o estado do tanque. As pessoas escolhidas para
acompanhar e realizar este serviço deve ter habilidades específicas com ácidos e
segurança, além de habilidades em liberação de equipamentos para serviços, ou seja,
acompanhamento de PT.
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Introdução à Confiabilidade Humana e Analise da Tarefa por Salvador Ávila Filho – DSc UFRJ
(f) Ação após a decisão com a alternativa escolhida. Serviço: limpeza do tanque,
inspeção e pequenos serviços de caldeiraria no tanque e auxiliares. Pessoal: dois
operadores, dois caldeireiros, um soldador, um apoio de segurança e um engenheiro
acompanhando, independente do pessoal do turno. Pessoal da limpeza: quatro.
Materiais e ferramentas: neutralizante, manuseio de sólidos e líquidos ácidos. Horário e
dia: Sexta à noite abertura e retirada do material sólido com neutralização. Sábado pela
manhã: inspeção e serviços rápidos de solda. Emergência e Segurança: usar EPIs e ter
a disposição serviços de primeiros socorros.
(2) Traços históricos são heranças do passado registradas e utilizadas pelo indivíduo no
momento de processar os dados tomando como base aspectos intuitivos (tendências
históricas ambientais ou arquétipos baseado no inconsciente coletivo discutido por Jung)
e aspectos instintivos (sobrevivência física, movimentos em busca do prazer e da
preservação da espécie – aparentemente fazendo parte de memória animal (Id)).
(3) Memória conjugada são registros do presente que sofrem alterações para atender
algumas utilidades na relação individual e social (sobrevivência psíquica e inclusão
social). Baseado na explicação acima do que seja a matriz individual ao redor da qual
circula as tomadas de decisão por orbital de prioridade, é definido dois tipos de ação: (a)
Ação impulsiva e (b) Ação racional.
(a) Ação impulsiva. Esta ação é levada como base os traços históricos e não é realizado
nenhum processamento cognitivo. O ciclo do pensar não ocorre e a tomada de ação é
impulsiva não percorrendo quaisquer análises sobre as alternativas e os impactos. A
criança que não possui ainda o aparelho cognitivo desenvolvido assume ações
impulsivas, assim como, o esquizofrênico.
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A memória racional pode ter valoração para a sociedade sendo aplicável no ambiente de
trabalho. Quando esta memória racional constitui base para a atividade laboral chama-
se de conhecimento e quando esta memória constitui base para a ação sobre o
ambiente chama-se habilidade.
Esta prioridade não é estática e sim dinâmica sofrendo a ação do ambiente interno e
externo. Entende-se como ambiente externo, realidade sócio-econômica, que devido à
globalização tem um tempo de sobrevida de estado bem menor do que acontecia antes.
As mudanças ambientais ocorrem em tempo atual afetando os orbitais de prioridade
alterando os nexos causais e orgânicos que levam a disparar o processo decisório. No
caso de ambientes internos, as ondas ou orbitais energéticos afetam os orbitais de
prioridade provocando alteração da prioridade e do processo de tomada de decisão.
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Alguns modelos de processamento cognitivo foram discutidos por Holnagel em seu livro
que trata sobre o erro humano. São descritos modelos cognitivos para tentar explicar
como o operador executa a tarefa e quais as possibilidades de cometer o erro humano.
Os modelos são os seguintes: I. Cognição de reason, II. Decisão do observador; III.
Modelo de Cognição; IV. Mapa mental e V. Ativadores sobre o Mapa mental.
A base de conhecimento por outro lado é memória de longo prazo que harmoniza
similaridades. A base de conhecimento é formada inconscientemente também através
da entrada sensorial de sinais do ambiente externo. É uma memória aparentemente
ilimitada, rápida, com processamento paralelo e exigem menos esforço. Acontecem
duas heurísticas básicas, a base de conhecimento harmoniza os sinais como acontece e
resolvem a harmonização em favor dos itens mais freqüentes.
Fonte: Hollnagel, 93
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Fonte: Hollnagel, 93
Fonte: Hollnagel, 93
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Reason indica que para ativar mapas ou esquemas mentais existem aspectos gerais e
específicos. Entre os aspectos ou ativadores gerais são discutidas as seguintes
características: a similaridade em relação a fatos passados (resgate de memória); a
freqüência de acontecimentos mostrando a necessidade de pensar para agir; a presença
de elementos trocados, ou seja, algo acontece que impacta sobre os ambientes e sobre
a organização, sobre a tarefa; finalmente, é importante forma mapa para análise, pois a
carga afetiva é alta, tanto nas questões de trabalho quanto nas questões familiares, é
importante e prioritário ativar esta decisão e análise para futura ação.
Fonte:
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O assunto que já foi bastante discutido será tratado de forma dinâmica considerando a
existência de ambiente organizacional e dos movimentos respectivos em momentos
diferentes na organização. Assim são divididos em: classificação das funções
psicológicas e tipo de atividade desenvolvida e movimentos destas funções em
momentos na organização. As funções abaixo descritas incluem processos cognitivos,
mas extrapolam a cognição avançando pela intuição, pela linguagem e comunicação
além de analisar o papel fundamental do equilíbrio emocional nos processos
organizacionais.
Subjetividade.
Inovação.
92
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Pensamento.
Aprendizagem.
Nesta parte estão funções importantes e que dependem da cognição e da memória. São
elas a formação de conhecimento teórico ou base, a construção das habilidades
específicas e a formação da linguagem que esta diretamente relacionada com a cultura
dominante. O conhecimento é resultante de conceitos formados através de operações
cognitivas entre memórias e novos sinais em busca de soluções para tarefas
demandadas pela sociedade. O conceito forma a base para a vida (tomada de decisão
para atingir utilidade na sociedade e no trabalho). As restrições para o conhecimento
desagregado são diversas, não consegue construir base para montar habilidades
descartando assim aplicação no ambiente de trabalho. As Habilidades dependem de
rompimento da inércia e realização de ações motoras na execução de tarefas. A
aprendizagem de habilidade é grande no início e lenta com a repetição das tarefas,
sendo assim, agregam-se conhecimentos auxiliares para viabilizar maior rendimento na
aplicação das habilidades. A linguagem é operação complexa que completa a
aprendizagem com o reflexo da sociedade do fato comunicado. As dificuldades estão
envolvidas com diferenças culturais e conflitos de linguagem como a existência de várias
palavras para o mesmo significado ou de vários significados para a mesma palavra.
Socialização.
Nesta classe de funções estão envolvidas a comunicação e a ação motora e verbal após
decisão em torno de tarefa. A comunicação tem possibilidades diversas de ocorrência de
ruídos tendo que, as lideranças, avaliarem esta função na rotina dos trabalhos. A ação
também é uma forma de comunicação conforme indicado pelo corpo e pelas palavras.
93
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Livre Pensar.
Sobrevivência.
Experiência e conceito.
94
Introdução à Confiabilidade Humana e Analise da Tarefa por Salvador Ávila Filho – DSc UFRJ
Neste caso, embora a cognição não seja o forte envolve ações rápidas baseado na
experiência com ações impulsivas. Sendo assim as funções envolvidas são: percepção,
memória, emoção (equilíbrio), cognição, imaginação, cognição, ação motora, habilidade,
comunicação e linguagem.
Inclusão Organizacional.
Inclusão Social.
95
Introdução à Confiabilidade Humana e Analise da Tarefa por Salvador Ávila Filho – DSc UFRJ
96
Introdução à Confiabilidade Humana e Analise da Tarefa por Salvador Ávila Filho – DSc UFRJ
Nexo causal.
Nexo orgânico.
97
Introdução à Confiabilidade Humana e Analise da Tarefa por Salvador Ávila Filho – DSc UFRJ
de forças quanto aos valores que entram em sintonia permitem abrir o canal de acesso
para o surgimento do momento intuitivo e da construção de conceitos a partir da
intuição.
99
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3. O HOMEM NA TAREFA
Neste capítulo serão tratados os seguintes assuntos: tipologias ou tipos de perfis
humanos (3.1) e o procedimento para classificar o erro humano (3.1.2); tipo de ambiente
social; análise da tarefa (3.3), e modelos para discussão da cultura de segurança (3.4).
Esta discussão é não determinística e requer técnicas robustas para a realização de
diagnóstico sobre grupos sociais.
Vários tipos humanos diferentes vão compor as turmas de turno definindo uma tipologia
final. Algumas incompatibilidades devem ser evitadas na composição da turma como:
Líder
Deprimido Paranóide
Cíclico
Obsessivo Fóbico
Reativo Submisso
Poroso
Proativo
Obsessivo
(1) O Reativo funciona quando provocado não tendo iniciativa própria para inovações.
Segue o que a regra define e possui baixa energia de motivação. A meta também é
baixa e a ação é realizada quando motivada pelo ambiente externo.
A cada nova situação apresentada pela realidade externa, é estabelecida nova meta de
energia motivacional e tomada de ação. O indivíduo precisa reunir fatores na análise das
alternativas para ação que seja suficiente para movimentar a libido em direção a ação e
ao objeto de ação. O reativo funciona em resposta ao ambiente externo que pode
demandar esforços maiores a cada momento.
(2) O Proativo tem boa capacidade de perceber alterações ambientais. Com esta
percepção e comparando com os valores pessoais e a história registrada, o indivíduo
100
Introdução à Confiabilidade Humana e Analise da Tarefa por Salvador Ávila Filho – DSc UFRJ
toma iniciativa antes que os eventos ocorram. O trabalhador está predisposto a agir a
qualquer momento independente da demanda pelo ambiente interno ou externo, pode-
se dizer que este é o indivíduo é auto-motivado. Quanto maior a diferença entre a
motivação atual e a meta maior à probabilidade da tomada de ação no menor tempo.
(3) O Submisso é dominado por fatores internos que refletem em situações da realidade
externa. Diz-se que o submisso tem fixação na fase anal de desenvolvimento da
personalidade. Este possui baixa energia de motivação e funciona sob autoridade. O
trabalhador submisso é aquele em que a energia inconsciente de motivação sempre
está abaixo da meta. Não possui motivação própria para agir. Á depender dos traços de
caráter transforma-se através da educação perfis submissos para reativos e depois para
proativos.
(4) O Obsessivo funciona sempre de forma racional e não atribui valor às questões
emocionais. Alimenta-se com o trabalho de forma doentia sem valorizar os ambientes
sociais fora da organização. Tem fixação na fase anal. Podem criar rituais para substituir
memórias passadas. O indivíduo viciado em trabalho ou “work-alchoolic” possui traços
obsessivos fortes. Em certos momentos ele se questiona sobre a necessidade de agir no
ambiente de trabalho e a fadiga em que se encontra. Depois de certo tempo verifica que
não existem motivações tão fortes para que ele continue atuando.
(5) O Cíclico tem humor básico variável possui comportamento volúvel. Podendo sentir
momentos de alta e de baixa motivação. A energia meta de motivação também é
variável, tendo reflexo sobre a parcela inconsciente desta energia. Este perfil é
apropriado para atividades na área comercial. Este perfil convive com momentos
depressivos e momentos de plena atividade. A cada momento a motivação pode ter
valores maiores que a meta indicando a possibilidade de ação ou, pode ter valores
menores que a meta indicando possibilidade de passividade. A não fixação em padrões
demonstra não resolução dos paradoxos que surgem na frente do indivíduo. A dúvida é
constante e o estabelecimento de vínculos e compromissos é difícil. Pode haver o perfil
cíclico ascendente, cíclico descendente e cíclico em torno do plano.
(6) O Deprimido tem humor básico em baixa. Esta personalidade tende para a
depressão e possui baixo astral para qualquer atividade profissional a ser desenvolvida.
A energia meta para iniciar a ação é variável e sempre está acima da energia de
motivação, desta forma, o estado de passividade é constante. O humor deprimido
acompanha momentos de perda do objeto da libido do indivíduo. Este objeto pode estar
posicionado em si ou fora de si. Assim o luto de um ente querido, a perda de emprega
ou a perda de um membro pode provocar o estado depressivo. A inação proveniente da
depressão ocorre porque a energia de motivação não consegue ultrapassar a meta para
que ocorra a ação. A energia inconsciente de motivação é decrescente e quanto maior
a distância em relação a meta, mais difícil ficar restabelecer a ação. O Gerente deve
buscar resgatar a confiança dos empregados que entram em quadro depressivo para
evitar a perda funcional.
101
Introdução à Confiabilidade Humana e Analise da Tarefa por Salvador Ávila Filho – DSc UFRJ
(10) No caso do Paranóide, todos possuem fantasias na mente e que, podem até
movimentar a ação através dos fatores inconscientes. O problema ocorre quando as
fantasias ganham vida e invadem através da perseguição a rotina do indivíduo na
sociedade e no trabalho. A perseguição é um estado fantasioso que prejudica o trabalho
atrapalhando o vínculo estabelecido. Embora haja o medo que pode ser crescente, não
se perde a função social do empregado. Se isto acontecer, sai da faixa de traços para se
efetivar em estado doentio. A partir de certo momento, a atividade é maior do que a
passividade e se estabelece o ganho do estado persecutório e a busca por resultados no
trabalho.
Ávila (2008a) discute os tipos de erros humanos baseado nas personalidades dos
trabalhadores com traços diferenciados de comportamentos. Afirma que ao conhecer os
tipos de comportamento humano, o tipo de comportamento da tecnologia durante a
rotina da operação e a influência dos ambientes sobre o trabalho do grupo se consegue
identificar a causa-raiz de falhas latentes. Também é importante que, para a tomada de
ação quanto a programas de competência e ajustes ambientais, se classifiquem os erros
102
Introdução à Confiabilidade Humana e Analise da Tarefa por Salvador Ávila Filho – DSc UFRJ
humanos mesmo sabendo que a ação realizada, necessariamente, não atua sobre a
causa-raiz e sim sobre as causas secundárias.
Num primeiro momento é importante que haja a percepção para reconhecer sinais (1) de
anormalidade que nem sempre significa estados de processo, de equipamentos ou
estados de comportamento fora do padrão. Os sinais de anormalidade são indícios da
existência de falha latente (não visível) que pode virar falha ativa (visível). Sabe-se que a
falha na operação de fábrica pode ser originada por questões de controle, por questões
de materiais, mas, principalmente por questões de erros humanos. No momento em que
se detectam os desvios da tarefa em relação ao estado meta pretendido, é bom verificar
em que (2) função objetivo se encontra enquadrado. Na realidade, não significa que o
problema esteja formatado quando se notar os sinais, mas é possível extrapolar
comportamentos ao saber quem, qual a pressão e qual tipo de tarefas envolvidas.
103
Introdução à Confiabilidade Humana e Analise da Tarefa por Salvador Ávila Filho – DSc UFRJ
Na classe de projeto (11), levam-se em conta aspectos a serem analisados nos erros
humanos, como premissas da operação para a especificação de projeto, detalhes da
interface homem-máquina e aspectos quanto aos sistemas de segurança, inclusive
redundâncias.
A classe de ambientes (14) do erro humano pode ser considerada a principal iniciadora
da falha. O ambiente organizacional é o principal provocador de falhas (LLory,XX), já o
perfil gerencial influencia fortemente na freqüência da falha. O ambiente físico altera a
intensidade da falha, através de chuva, umidade e outros elementos da natureza. O
ambiente herdado pela cultura regional ou global também pode ser motivador para a
falha.
104
Introdução à Confiabilidade Humana e Analise da Tarefa por Salvador Ávila Filho – DSc UFRJ
Perceber Sinais de
1 anormalidade
Ocorrência do desvio
2 (custo e qualidade)
Baixa
a
Qual a Baixa criticidade
criticidade Criticidade atual e Alta
atual e atual e b
potencial
potencial potencial??
Alta criticidade 3
c Estudos
atual e potencial
Individuais:
PROGRAMA DE Mitigação
AÇÃO: PRÁTICAS, Instalação de
POLÍTICAS E Força Tarefa:
TECNOLOGIA Tratar Causa raiz Investigação
18 dos sinais
5
4
Identificar Área: causa
raiz e consequência
6
Rotina Emergencial
Qual o estado
de estresse?
7
8
Tático Estratégico
Estratégico
17 ou Tático?? 9
Operacional
Anatomia da Falha
para definir as CLASSIFICAÇÃO DO ERRO OPERACIONAL E HUMANO
prioridades:
Iniciador,
estressor, 10 12 14
Classes Classes
potencializador Classes
Cognição Comporta
11 Ambiente
Omissão e mento
Classes Comporta
Comissão Atenção
13
Habili‐ Projeto mento:
Conhe‐ dade Memória equilíbrio Classes Organização e
cimento emocional Tarefa Físico Gestão:
CORREÇÃO NOS Especificação = Compromisso
FATORES DE Projeto/Ope Requisitos:
DESEMPENHO ferramenta,
Regra IHM SIS
Papéis dado Traços
Redundância Mapa mental, Regional
Grupo,
16 Cooperação
decisão e ação e Global
105
Introdução à Confiabilidade Humana e Analise da Tarefa por Salvador Ávila Filho – DSc UFRJ
O estudo da Tipologia Social é importante para entender que fatores ambientais podem
influenciar ou alterar o comportamento humano. Inicialmente envolve uma discussão
sobre os ambientes social, econômico e organizacional, seguido por uma análise sobre
os vícios da cultura brasileira e da cultura globalizada. Os tipos de cultura organizacional
são discutidos assim como a forma de medir a eficiência organizacional.
a) Introdução
Um grande acidente ambiental com impacto elevado sobre regiões da costa americana
pela British Petroleum provoca queda das ações no mercado ao ponto de reduzir a
metade o valor da empresa e também gera no mundo, inclusive no Brasil, uma mudança
das regras ambientais para empreendimentos de exploração do petróleo em alto-mar,
afetando os cronogramas de instalação do pré-sal por mudanças das regras pelo
IBAMA.
Outro movimento que está sendo pouco considerado pelas organizações são as
mudanças de comportamento da sociedade em relacionamentos sociais afetando o
modo de formação de grupo e a construção de vínculos para a sua manutenção. O
grupo maior que é a organização recebe da sociedade um recurso (humano) que não é
o mesmo de 20 anos atrás levando a esforços adicionais para que não haja a perda do
trabalho de desenvolvimento de competências devido ao incremento da rotatividade. Os
nossos empregados estão mais críticos e mais vulneráveis/ volúveis quando concluem
que os valores individuais e organizacionais não são coincidentes.
106
Introdução à Confiabilidade Humana e Analise da Tarefa por Salvador Ávila Filho – DSc UFRJ
Ambiente
Organizacional
Ambiente
Ocupacional
107
Introdução à Confiabilidade Humana e Analise da Tarefa por Salvador Ávila Filho – DSc UFRJ
(1) Manda quem pode, obedece quem tem juízo. Reflete a posição clássica de que
ao não atender as regras ocorre punição, como conseqüência não cabe discussão.
Atualmente existe o comportamento inverso que em algumas empresas é dito como
o direito de recusa no ambiente de trabalho. Assim, as regras em excesso e o ego
insuflado são comportamentos que provocam baixa produtividade no ambiente de
trabalho.
(2) Não se mexe em time que está ganhando. Na dinâmica econômica atual, os
desafios são contínuos e a criatividade é uma necessidade no perfil do corpo de
trabalho. Em muitas regiões do Brasil, o conservadorismo é marcante onde a
manutenção do conhecido prejudica o tratar situações novas. Assim, busca-se
incorporar a inovação no ambiente organizacional mobilizando a organização de
forma proativa na prevenção aos problemas decorrentes dos ambientes “pulsantes”
sociais, naturais e econômicos.
(4) Lei de Murphy: se algo errado pode acontecer, certamente vai acontecer! O
pensar sobre o destino certo e o negativismo em relação às atividades laborais leva a
busca de metas reduzidas e, na presença de pequenas restrições, a desistência
rápida de alcançá-lo. A atividade deve ser desenvolvida sem criar restrições culturais
e com equipes que tenham afeto suficiente para movimentar (romper a inércia) e a
razão suficiente para analisar o ponto de parada, para não gastar recursos em
excesso em ações sem resultados previstos.
(6) Aqui ganho pouco, mas sou feliz! Atividades sociais... Esta posição faz com que o
corpo de trabalho se sinta à vontade e a motivação para inovação diminua. Assim, a
estabilidade de emprego é fator positivo, mas provoca estagnação na equipe de
trabalho. É necessário ter baixa rotatividade para favorecer o vínculo afetivo, mas
movimentar em forma de força tarefa favorecendo o rompimento inercial levando à
maior competitividade...
(7) Sou estável, portanto, só faço o que quero (estabilidade no serviço Público). O
efeito da estabilidade no emprego leva a vícios ligados a inércia ou ainda a questões
políticas sindicais dificultando a instalação de política de conseqüências...
Neste período, como diz LACAN, a Ordem do Falo impera e muitas das doenças que
surgem de ordem mental ou corporal são resultantes da convivência com o Pai que
representa o perseguidor da ordem na família. O Pai, Deus, o Estado, todos são
responsáveis de punir aqueles que não seguem o padrão de comportamento esperado
pela sociedade e ditado pela vontade paterna.
110
Introdução à Confiabilidade Humana e Analise da Tarefa por Salvador Ávila Filho – DSc UFRJ
111
Introdução à Confiabilidade Humana e Analise da Tarefa por Salvador Ávila Filho – DSc UFRJ
adaptável, ideal para filiais em países estrangeiros embora o moral dos grupos decline
em briga política. O controle da eficiência organizacional é difícil e depende dos líderes
de projeto.
Na cultura das pessoas, os valores individuais são importantes e a base do poder são os
especialistas, apropriada para negócios de alta tecnologia como Consultorias. Os
objetivos individuais estão acima dos coletivos e a influência sobre as decisões
corporativas é compartilhada.
e) A Eficiência Organizacional
112
Introdução à Confiabilidade Humana e Analise da Tarefa por Salvador Ávila Filho – DSc UFRJ
Ambiente Social.
Liderança.
Relações grupais.
Alguns aspectos influenciam nas relações grupais ou sociais: o tamanho do grupo, a sua
faixa etária, e o nível de coesão. Existe a possibilidade de o grupo não ser coeso e
adotar posições de consenso aparente apesar de nas ações isoladas cada trabalhador
atuar de forma individual e diferente do consenso. A transparência das metas grupais é
definidora da eficiência organizacional. Também a sinceridade do relacionamento inter e
intra-grupal traz a resultante positiva para a organização.
Papel.
113
Introdução à Confiabilidade Humana e Analise da Tarefa por Salvador Ávila Filho – DSc UFRJ
Ambiente Organizacional.
T am anho
E m p re g o P apel
Id a d e R e la ç õ e s
C oesã o
O s In d iv íd u o s
M etas d e g ru p o A O rg an iz ação A E fic iê n c ia d a
R e la c i o n a m e n t o s
L íd e r o r g a n iz a ç ã o
T a re fa O b je t i v o s E c o n o m ia A m b ie n te
S in d i c a t o s C o m p e ti ç ã o
T ip o d e R ecu rsos e c o n ô m ic o O A m b ie n te
E s tr u tu r a p essoa s C ap a c id ad e
a d m i n i s t r a ti v a Locação
S istem a d e A m en id a d es
c o n tr o le S is te m a s e D e s lo c a m e n t o s A m b ie n te
S istem a d e S e g u ra n ç a
re c o m p e n s a e s tru tu ra s E m p re g o fís ic o
E s tr u tu r a d o L a y -o u t
poder B a r u lh o
T ip o d e p e s s o a s
C o n d iç ão d as
in s t a la ç õ e s A m b ie n te
T ip o d e
te c n o lo g ia te c n o ló g ic o
Figura – Eficiência organizacional. M a t é r ia s - p r im a s
R e la ç ã o d e t r o c a s
Ciclo SEA
114
Introdução à Confiabilidade Humana e Analise da Tarefa por Salvador Ávila Filho – DSc UFRJ
Ciclo do pensar
Os novos conceitos são mais difíceis de serem inferidos quando ocorre o desequilíbrio
emocional e a perda de confiança com perda de compromisso em relação à empresa.
Assim, o pensar é ativado de forma inadequada. As imagens presentes na lembrança
podem estar alteradas ou modificadas ou faltantes dificultando o estabelecimento do
mapa mental. As imagens dinâmicas e os respectivos sinais não são percebidos de
forma adequada. Caso o mapa mental formado seja de baixa qualidade pode acontecer
da tentativa de corrigir através do acionamento consecutivo do ciclo do pensar
aprisionando o trabalhador em etapa inercial infinita no tempo.
Ciclo do decidir
115
Introdução à Confiabilidade Humana e Analise da Tarefa por Salvador Ávila Filho – DSc UFRJ
116
Introdução à Confiabilidade Humana e Analise da Tarefa por Salvador Ávila Filho – DSc UFRJ
3.3.1) Geral
A discussão sobre análise da tarefa iniciará por modelo de Hollnagel (93) para tomada
de decisão durante a execução da tarefa (COCOOM) e depois por técnica de análise de
metas e requisitos para a tarefa (GMTA). As visões de Embrey, Ávila e Lees são
discutidas quanto às premissas e características para o planejamento e execução da
tarefa. Daí, então, inúmeras técnicas são discutidas para analise da tarefa padrão,
análise da falha na tarefa durante a rotina, e análise do comportamento das equipes em
situação de emergência.
Técnicas de Hollnagel
118
Introdução à Confiabilidade Humana e Analise da Tarefa por Salvador Ávila Filho – DSc UFRJ
A tarefa deve ter continuidade para a manutenção da atenção sem o qual, o início da
tarefa, sua pausa para posterior continuidade irão exigir do operador esforço adicional
da memória para retomada podendo levar a falhas. Nestes casos é necessário auxílio de
memória como registro do estado dos equipamentos e dos processos para evitar erros
na continuidade da tomada de ação.
Hollnagel discute aspectos que podem levar a falha na realização da tarefa, como por
exemplo, quando pessoas são envolvidas em mais de uma tarefa, situação já
apresentada exigindo cota de atenção adicional e com possibilidade de erros de deslize.
Outra possibilidade é quando as tarefas são interconectadas através de pontos de
dependências múltiplos, exigindo conferências, medições, registros, comunicação,
119
Introdução à Confiabilidade Humana e Analise da Tarefa por Salvador Ávila Filho – DSc UFRJ
Figura – Técnica COCOOM adaptada para Prioridades. Fonte: Hollnagel adaptada Ávila
No planejamento da tarefa Hollnagel sugere que seja feita: a análise de carga laboral
(esforço) no aspecto físico e cognitivo; análise da cronologia (linha de tempo) onde se
permite alterar ferramentas para reduzir o tempo na tomada de decisão e realização da
tarefa; identificação da seqüência lógica das etapas tentando “enxugar” repetições ou
120
Introdução à Confiabilidade Humana e Analise da Tarefa por Salvador Ávila Filho – DSc UFRJ
O GMTA é técnica para a análise da tarefa criada por Hollnagel e sua principal
característica é definir a meta global e metas parciais para cada tarefa ou para uma série
de etapas dentro da tarefa. Para cada etapa da tarefa são amarradas as metas do
processo/ equipamento/ produto e pessoas com os respectivos requisitos, impactos,
efeitos laterais e condições para a sua realização. A meta é alcançada através da
execução das etapas e pode precisar de atendimento de requisitos anteriores. Assim
constrói-se o mapa de relações entre as etapas da tarefa.
N o dom ínio d a tarefa, id entifica r a m eta Para cad a m eta glob al, nom ear, desc reve r
glob al o u m etas in clusive eta pas
M E TA
P ode s e tornar... Pro duz.... P ode
P roduzir...
Para cada etapa da tarefa,
nome, meta, pré-condições,
C ondiç ão A lc an ç ado Pós- E feitos
pós-condições e
ex ec ução por...
detalham ento com condiç ão laterais
condições de execução
121
Introdução à Confiabilidade Humana e Analise da Tarefa por Salvador Ávila Filho – DSc UFRJ
David Embrey em pesquisa sobre os motivos que levam a operação a não seguir
procedimentos escritos chegou a conclusões interessantes, dentre as quais podemos
citar: (1) o procedimento precisa ser revalidado para situações atuais (onde ocorre a
deficiência na gestão da produção); (2) não existe possibilidade de executar o
procedimento com as ferramentas, dados, ambientes e tempos disponibilizados para tal
(falta de conhecimento na elaboração); (3) existem restrições para a realização de
algumas das etapas no procedimento (dificuldades na construção do nexo causal/ mapa
mental e deficiência da gestão em construir/manter competências); (4) pela prática
individualizada existe forma melhor de executar a tarefa (forma inadequada de revisão
buscando o melhor local e não adequando devidamente o procedimento); (5) a
quantidade de conexões entre procedimentos diferentes com requisitos múltiplos,
podendo acontecer também nas etapas do mesmo procedimento levam a situação
complexa (nexo causal complexo exigindo ferramentas auxiliares não existentes); (6)
falta Informação para executar o procedimento e por situações de emergência certas
regras são burladas, a produção sendo prioridade em relação à segurança (políticas e
práticas organizacionais alterando o nexo/etapas do procedimento, deficiências da
gestão na tradução de políticas ou no estabelecimento de diretrizes básicas de
funcionamento); (7) o procedimento não é facilmente reconhecido levando a “assumir” o
que deve ser feito sem a devida consulta, os sistemas de gestão deixam a herança da
dificuldade de localizar procedimentos (sistema de gestão burocratizado – doenças de
sistema); (8) o aviso que deve disparar o uso do procedimento não foi claro levando ao
não uso (comunicação indevida na gestão); (9) pelo conhecimento da operação o
procedimento não será feito no prazo se for feito ao pé da letra, sendo assim, altera-se
as etapas e os tempos por conta própria; (10) o tempo de casa e as críticas à forma de
elaborar e revisar padrões levam o operador a assumir que sabe qual a melhor forma de
realizar a tarefa (auto-confiança excessiva); (11) o operador confia excessivamente nas
suas habilidades, levando ao descompromisso em relação à forma recomendada de
realização da tarefa que normalmente é resultante de análise de risco na rotina da
produção (compromisso).
De forma simplificada Embrey afirma que o Manual de melhores práticas (que no Brasil é
apelidado como boas práticas) é composto por: listagem das tarefas, identificação dos
documentos ou procedimentos utilizados com as respectivas características do
operador; análise e inclusão de aspectos da tecnologia; análise dos perigos e das
conseqüências caso a tarefa não seja desenvolvida a contento; inclusão de aspectos
específicos da legislação e de referências externas quanto aos perigos e conseqüências
na tarefa; e inclusão de aspectos relacionados a outros procedimentos de referência.
Manual das
Lista de Documento da Concordância com as
Melhores práticas
Tarefas prática atual melhores práticas
123
Introdução à Confiabilidade Humana e Analise da Tarefa por Salvador Ávila Filho – DSc UFRJ
Por esta Metodologia apelidada por PADOP, as etapas que envolvem a Tarefa precisam
ser analisadas em fases diferenciadas: (1) Identificação do Ambiente da Tarefa (IAT); (2)
Processamento Cognitivo e Execução da Tarefa (PCET); (3) Análise da Tarefa e sua
Eficácia e Efetividade (ATEE).
A primeira Etapa (IAT) identifica o estado ideal com base na tecnologia de processo e
nos aspectos humanos inseridos na cultura local e na cultura organizacional. A
verificação do inventário de conhecimentos e das habilidades do operador e do grupo
permite programar os treinamentos. Os valores organizacionais são inseridos e
reafirmados na equipe de trabalho através de programas educacionais, de integração e
de inserção social. As formas de atuação grupal são resultantes de perfis gerenciais e
de lideranças informais e podem ser aprimoradas também através de treinamentos e
programas sociais- educacionais.
Com a identificação dos ambientes e dos padrões de estado, inicia-se a segunda etapa
(PCET) que envolve a escrita do procedimento, levando em conta aspectos da cultura
local. Indica como acontece a interpretação do procedimento em relação às metas
operacionais e organizacionais. Estes procedimentos, dependendo da complexidade
precisam ser incorporados através de processos de Comunicação para o grupo da
operação e somente então se executa a tarefa ou procedimento, sendo feita a análise
baseada na observação do procedimento em execução.
A terceira Etapa, ATEE, envolve a medição de itens de controle que indicam a eficácia e
efetividade do procedimento após ser realizado. Com o parecer formado será possível
realizar a correção nos vários campos de execução da tarefa: revisão do estado meta,
correção na escrita do procedimento, treinamento e re-treinamento, atividades de
promoção da relação interpessoal, revisão das ferramentas a serem utilizadas na tarefa,
e revisão na metodologia de análise da eficácia e efetividade na tarefa.
124
Introdução à Confiabilidade Humana e Analise da Tarefa por Salvador Ávila Filho – DSc UFRJ
A definição dos padrões a serem adotados para a realização da tarefa requer estudos e
análises específicas. Na arquitetura da tarefa indicam-se as relações de causalidade
entre etapas, procedimentos e tarefas apresentando as ferramentas auxiliares para
aumentar a Confiabilidade na tarefa. No projeto da tarefa busca-se viabilizar a
elaboração de procedimentos através de assuntos relacionados à tarefa no formato
geral e específico. Já nos estudos de dominância, na análise de paralelismo e no
esforço físico e cognitivo chega-se a critérios para elaboração da tarefa e necessidade
de ferramentas auxiliares ou mudanças nos aspectos ergonômicos e de controle do
processo relacionado à tarefa. A análise de complexidade da tarefa permite verificar o
nível de automação, sistemas auxiliares, esforços físico/cognitivos e tipo de ação
realizado nos procedimentos da tarefa. O reconhecimento dos locais e tipos de ação
indica necessidade de ferramentas na linha da automação. A análise da linha de tempo
mostra quais são as etapas mais demoradas e as ações envolvidas, buscando assim,
alterar as tecnologias para adaptar a tarefa em zona de maior conforto.
125
Introdução à Confiabilidade Humana e Analise da Tarefa por Salvador Ávila Filho – DSc UFRJ
126
Introdução à Confiabilidade Humana e Analise da Tarefa por Salvador Ávila Filho – DSc UFRJ
Físico
Etapa 4
Local:
Tipo et:
Nível de
Dominância
e paralelismo
Etapa 3 Físico Cognitivo
Local:
Tipo et:
127
Introdução à Confiabilidade Humana e Analise da Tarefa por Salvador Ávila Filho – DSc UFRJ
As atividades dirigidas para determinado local e ação específica são de busca com ação
(BA), como é o exemplo de ações de drenagem em determinado equipamento usando
válvula específica. As atividades que envolvem planejamento para posterior tomada de
decisão (PD) exigem maior esforço cognitivo com maior uso da memória e construção
de mapas mentais. Estas podem ser atividades complexas.
Neta analise se constrói as etapas da tarefa, conforme o tempo gasto e que tipo de ação
e local onde está sendo realizada a ação. Também é visto se ocorre consulta aos dados
que indicam estado de processo, tanto no painel como no campo, estes dados
consultados servem para o processo de decisão e ação. As várias probabilidades de
ação podem ser lançadas para calcular a probabilidade de ocorrência do estado final
desejado.
manter estado
coalescedor e
Drenagem
compressão
Operar ciclo
C
térmico
Checar
P
Pb3 Pb4
P P
P C
C P
variáveis
P P
Verificar
Pb1
compressão
Alinhar e
P
Alinhar PV
Pb2 P C
Encher
coluna
P P
Alinhar
P
bomba
bomba
Operar
Ligar
Alinhar
Alinhar
tanque
C
saída
C
P P
5m 0,5 m 90 m 1m 1m 1m 10 m 15 m
129
Introdução à Confiabilidade Humana e Analise da Tarefa por Salvador Ávila Filho – DSc UFRJ
A capacidade das estruturas físicas de tolerar a falha sem provocar a sua explosão3 é
traduzida como tolerância ou capacitância do sistema, localizada na zona de risco. Cada
sistema possui tolerância específica para a falha, e depende de aspectos variáveis no
tempo, tais como: o tipo de anormalidade, a influência ambiental, a capacidade do
sistema em suportar estresse e a existência de barreiras de segurança. Ao se trabalhar
com dimensionamento maior de instrumentos, instalação de outros instrumentos para
segurança e alteração de internos ou de capacidade dos equipamentos, procura-se
aumentar a tolerância do sistema.
Muitas vezes a falha não segue adiante na sequência do processo porque fica presa em
determinado ponto do sistema produtivo acumulando energia. Isto significa que para o
3
Valor máximo na função objetivo, por exemplo: lucro.
130
Introdução à Confiabilidade Humana e Analise da Tarefa por Salvador Ávila Filho – DSc UFRJ
CM
Cq1 Cq1 Cq1
S1
Ex2
Sinal
Man Nó - Proc
S2
Signal
CS3 Ex3
Ind Nó - Proc
Nesta análise busca-se definir as regiões de instalação de barreiras para evitar que os
fatores da falha continuem a trabalhar, gerando grandes incidentes ou acidentes. No
caso atual, a análise refere-se às cadeias relacionadas com a tarefa de secagem e de
regeneração em planta de GLP. As anormalidades analisadas fazem parte de
investigação já realizada, onde o diagrama lógico é usado para mitigar ou eliminar a
falha. Nota-se que algumas das falhas têm sua origem nas questões organizacionais. Na
construção de diagrama para analisar as falhas na secagem e regeneração seguiram-se
as regras citadas no Quadro abaixo.
131
Introdução à Confiabilidade Humana e Analise da Tarefa por Salvador Ávila Filho – DSc UFRJ
Quadro - Regras para simbologia na análise de falha na tarefa. 1. Fonte: Ávila Filho
Cada cor representa uma origem de C indica causa, Q consequência, F indica fator operacional.
falha diferenciada
O número à esquerda é o número do As barreiras para o não acontecimento da falha operacional
nexo causal e o número à direita é o estão no centro com cor única
número de ordem do fator operacional
n simboliza em rede, recebendo ou B significa barreira de segurança ou de falha, R é
enviando energia da falha de mais de redundância, p é primário, s é secundário e t é terciário, faixa
um fator operacional de número (exemplo 1-7) significa que recebe energia de
fatores ligados a vários nexos causais.
132
Introdução à Confiabilidade Humana e Analise da Tarefa por Salvador Ávila Filho – DSc UFRJ
Figura – Cronologia e funcionalidade dos fatores da falha operacional. Fonte: Ávila Filho
133
Introdução à Confiabilidade Humana e Analise da Tarefa por Salvador Ávila Filho – DSc UFRJ
12
Ln Força
10 acumulada
(adimensional)
8
6 Série1
Linear (Série1)
4
0
4,3 4,4 4,5 4,6 4,7 4,8 4,9 5 5,1 5,2 5,3 5,4
Ln Tempo acumulado (hs)
Figura Gráfico ilustrativo: Tempo versus força da falha (bi, ln). Fonte: Ávila Filho.
4
Boiling Liquid Expanding Vapor Explosion.
134
Introdução à Confiabilidade Humana e Analise da Tarefa por Salvador Ávila Filho – DSc UFRJ
Segundo Perrow (1984), a complexidade dos processos está nos laços de processo, ou
reciclos/tubulações/interligações múltiplas que retornam ou enviam (migram) energia,
material ou informação. Quando não está visível, esta migração dificulta a identificação
dos fatores que promovem o estado do processo. Ao contrário dos métodos já
discutidos, onde se estuda a tarefa e depois se verificam as possibilidades de falha, este
método busca identificar os sinais (ou avisos) que indicam a presença da falha
135
Introdução à Confiabilidade Humana e Analise da Tarefa por Salvador Ávila Filho – DSc UFRJ
Os seguintes aspectos da falha são analisados: tipo de relação classificada como causal
ou orgânica, dependendo do nível de complexidade (número de malhas automáticas por
manual, número de linhas principais em relação a linhas de utilidades, % de utilização do
procedimento na prática) e do nível de envolvimento do conjunto social na falha técnica
indicando a classificação da falha como erro humano; tipo de fator operacional com as
respectivas causas (raiz e secundária) e consequências; pontos de materialização e de
informalização da falha; pontos de recirculação da falha, os novelos de retorno de
energia, material e informacional; identificação dos sinais da existência da falha;
identificação dos pontos de medição da força da falha; identificação das ações corretivas
(que agem sobre as consequências e não sobre as causas) e das ações preventivas
(que deveriam agir sobre a causa raiz); identificação dos fatores operacionais principais
nas etapas do processo e em sistemas auxiliares com a identificação em diagrama de
blocos. Também se identifica no diagrama de conectividade o estado máximo alcançado
no processo de falha levando ao acidente ou qualquer outro evento maior onde existe o
alto impacto econômico ou na qualidade de vida.
5
A energia de falha migra do formato de informação presente nas tarefas ou padrões para alterações dentro dos
equipamentos de processo da indústria.
136
Introdução à Confiabilidade Humana e Analise da Tarefa por Salvador Ávila Filho – DSc UFRJ
R o t in a 2 0 – S i s t e m a s a u x il ia r e s – A n o r m a li d a d e s c o m á g u a – A G R
M a te r ia li z a ç ã o d a f a lh a
T ip o d e r e la ç ã o ( C , O ) T ip o s d e fa to res C a u s a s (M , P )
(C a ,S ,C o ,P ,A ,E x ) T e m p e ra tu r a d e A G R e d e
p r o c e s s o , t e m p e r a t u ra v a s o s
N e x o C a u s a l q u a n to (M ) S ó lid o s n a A G R ;
p u r ific a ç ã o e la v a d o r c á u s t ic o
a o s s is t e m a s fís ic o s , C ausa m ãe (S ) U s o d e A G R
in flu ê n c ia d o S in a is / m e d iç ã o e x t e r n o , v a z ã o b a ix a ;
h o m e m n o p ro c e d e r C o n s e q n . p /s / t (T ) E s c o a m e n t o b a ix o
R e c ir c u la ç ã o d a f a lh a
(N e x o O r g â n ic o ) A ç ã o ; E x p lo s ã o de AG R .
S o lv e n te n o p r o c e s s o e x ig e m a is
O ff- g á s (2 ) fr io d e A G R
T ro ca d o re s
Bom bas C o m p re sso r
S e p a raç ã o Lavad or
(1 )
T ra ta m e n to d e A G R (3 )
B om bas de A G R S is te m a d e r e s fria m e n to
S in a is e M e d iç õ e s ( s / m ) C o n s e q ü ê n c ia s (p / s /t/ q ) A ç õ e s C o rr e tiv a s e P r e v e n t iv a s Ê x it o d a F a lh a
R o t in a 2 0 – S is t e m a s a u x i lia r e s – A n o r m a l id a d e s c o m á g u a – B R I N E
M a t e r ia li z a ç ã o d a f a lh a
T ip o d e re la ç ã o ( C , O ) T ip o s d e f a t o r e s C a u s a s (M , P )
(C a , S , C o , P , A , E x ) T e m p e r a t u ra d o b r in e
N e x o C a u sa l q u a n to ( M ) C o n c e n tra ç ã o d e
a o s s is t e m a s fís ic o s , C ausa m ãe e tile n o g lic o l b a ix a ; (S )
in flu ê n c ia d o S in a is / m e d iç ã o B a ix a e fic iê n c ia d o R e c i r c u la ç ã o d a f a lh a
h o m e m n o p ro ce d e r C o n s e q n . p /s / t c o m p re s s o r; (T ) C h a v e
(N e x o O r g â n ic o ) A ç ã o ; E x p lo s ã o d e b a ix o flu x o a c io n a d a O s c ila ç ã o n o s s is te m a s
c o n s u m id o r e s d e fr io
(v a r ia ç ã o d e v a z ã o )
C o m p re s s o r O ff- g á s S is t. V á c u o R e a to r e s S e p a ra ç õ e s T r o c a té r m ic a
(2 ) (3 )
M is tu r a d e Bomba T ro c a d o r (1 ) D is t rib u iç ã o
e tile n o g lic o l
( 1 ) T e m p e r a tu ra b r in e ( P ) T e m p e r a tu r a a lta n o b r in e ; ( S ) P a s s a g e m d e R e v is ã o n o V á c u o fo r a d e
; (2 ) T e m p e ra tu r a o ff- s o lv e n te p a r a s is te m a d e v á c u o ; ( T ) c o m p re sso r, n o s e s p e c ific a ç ã o ,
g á s ; (3 ) V á c u o o ff-g á s T e m p e ra tu r a a lt a n o s re a to r e s ; ( Q )S o lv e n te p a r a in s tr u m e n to s e n a red u ç ã o d e ca rg a e
s e lo , v e n t d e g a s e s ; ( Q ) S o lv e n te p a ra o ff- g a s q u a lid a d e d o b r in e p a ra d a p u r ific a ç ã o
137
Introdução à Confiabilidade Humana e Analise da Tarefa por Salvador Ávila Filho – DSc UFRJ
Também usa os sinais de anormalidades citados na dinâmica com a equipe para análise
de risco repetindo as mesmas etapas de 1 a 5 anteriores. (6) Definir a anatomia da falha
por nível de decisão; (7) Identificar para cada fator da anatomia da falha, os operadores
lógicos apropriados: AND ou OR; (8) Estimar as probabilidades de cada evento; (9)
Calcular a probabilidade da falha final; (10) Verificar o impacto sobre a comunidade; (11)
Preparar um programa de ações gerenciais e técnicas e recalcular a probabilidade da
falha.
138
Introdução à Confiabilidade Humana e Analise da Tarefa por Salvador Ávila Filho – DSc UFRJ
D4: Segurança
Material em grande quantidade consegue invadir a área de fora da
unidade industrial podendo afetar a comunidade perigosamente.
Ação de urgência!
Figura - Análise de risco baseado em dinâmica e árvore de falha. Fonte: Autoria própria.
139
Introdução à Confiabilidade Humana e Analise da Tarefa por Salvador Ávila Filho – DSc UFRJ
Neste momento se focaliza nas técnicas que os gerentes podem utilizar para melhorar o
desempenho humano, através da identificação e eliminação de situações com erros
prováveis que podem não ser tão óbvias (latente). A estratégia é reduzir a frequência de
erros humanos através da aplicação de princípios de engenharia de fatores humanos:
nos equipamentos, nas tarefas, e no ambiente de trabalho. Para que esta abordagem
tenha sucesso, torna-se essencial que os próprios trabalhadores sejam envolvidos no
processo de projeto. Do ponto de vista da administração, não seria custo efetivo ignorar
o conhecimento dos trabalhadores, que se constitui num recurso de valor que já existe
dentro de cada empresa. A estratégia será mais eficiente quando os trabalhadores e os
especialistas em fatores humanos forem envolvidos no projeto.
Alguns erros humanos inevitavelmente irão ocorrer, assim discutem-se métodos que os
gerentes podem utilizar para reduzir o impacto das suas conseqüências. Isto pode ser
feito identificando os erros humanos e mitigando seus efeitos. Os trabalhadores devem
estar envolvidos nesta atividade para assegurar o seu sucesso.
Tabela -
140
Introdução à Confiabilidade Humana e Analise da Tarefa por Salvador Ávila Filho – DSc UFRJ
Lorenzo (2001) exemplificou e discutiu como indicado na Figura 2.8 quais as principais
situações que podem provocar o erro humano, mas não apresentou formas de corrigir
estes erros, citando somente que seria através de mudanças nas estruturas,
procedimentos e políticas.
Procedimentos deficientes
Instrumentação inadequada
Conhecimento insuficiente
Prioridades conflitantes
Identificação inadequada Erros
Feed-back inadequado Humanos
Conflitos entre prática e política
Disponibilidade de Equipamentos Como
corrigir?
Comunicação difícil
Violações de estereótipo populacional
Controle sensível
Mudança nas estruturas?
Carga mental excessiva - tarefa
Mudança nos procedimentos?
Ferramentas inadequadas
Mudança nas políticas?
Organização e Ordem inadequados
Vigilância excessiva
Falha no controle PLC
Restrições físicas inadequadas Como?
p operações inseguras
Excesso de funções
141
Introdução à Confiabilidade Humana e Analise da Tarefa por Salvador Ávila Filho – DSc UFRJ
transparecendo um ambiente falso. Esta falsa projeção da realidade serve para controlar
os riscos de perda de poder nas Organizações.
Nos novos projetos, normalmente, não existem procedimentos que tratam os fatores que
alteram o desempenho humano na realização da tarefa. Assim, os critérios são
funcionais levando em conta que o risco de o homem errar é mínimo com um universo
de informações digitais invadindo um mapa mental simples.
A Empresa não se preocupa em ter entre os seus especialistas uma equipe que trate
dos fatores humanos nos processos cognitivos. Esta situação torna as ações difusas,
antes e depois de ocorrerem as falhas operacionais. Em alguns casos, existe a
preocupação, mas não ocorre a revisão periódica dos padrões ligados aos fatores
humanos.
Assim, com a cultura da culpa ainda dominante nas práticas gerenciais, os erros são
discutidos de forma reativa e não natural, onde as manifestações dos trabalhadores são
tratadas como evidencia da incompetência destes. A própria legislação do trabalho e
ambiental promove a desconfiança no grupo de trabalho quando se investiga falhas
graves. Para haver um menor impacto a investigação passa a ser superficial e não
atinge a causa-raiz que se encontra numa zona latente, ou seja, de baixa visibilidade.
Os dados sobre erros humanos na tarefa da operação não são coletados devidamente
devido a se basear na observação centrada somente no local do incidente e por não
abrir o volume de controle da investigação diante de um laço social que envolve o
evento. Os dados são investigados, normalmente, após o acidente e levam o gerente a
tomar decisões que não tem eficácia nem efetividade.
142
Introdução à Confiabilidade Humana e Analise da Tarefa por Salvador Ávila Filho – DSc UFRJ
143
Introdução à Confiabilidade Humana e Analise da Tarefa por Salvador Ávila Filho – DSc UFRJ
A base de conhecimento da equipe no turno pode não ser suficiente para a tomada de
decisão de situações críticas sendo importante a consulta ao staff, ao gerente, e aos
especialistas. Desta forma, evitam-se paradas desnecessárias resultante de
emergências não tratadas adequadamente.
144
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A análise do Trabalhador
Os cronogramas para rodízio do turno são ajustados para minimizar a interrupção dos
ritmos circadianos. Este planejamento para manutenção do ciclo circadiano é perdido
quando ocorre trabalho não programado, ou dobras para participação de atividades
sociais. Assim pode ocorrer a fadiga dos trabalhadores sem a devida análise.
É importante saber relacionar as demandas pelo posto de trabalho para saber inscrever
de forma métrica nos exames e critérios para seleção dos trabalhadores. Dentre estes
critérios estão habilidades, aptidões, experiências, e outros. Para aumentar o
desempenho destes trabalhadores selecionados é importante estabelecer um programa
de treinamento adequado com aspectos ligados a conceitos, processos de falha,
princípios fenomenológicos e aspectos sobre relações sociais no trabalho.
145
Introdução à Confiabilidade Humana e Analise da Tarefa por Salvador Ávila Filho – DSc UFRJ
Casos da Indústria ocorridos na rotina são discutidos em vários níveis de atuação: como
supervisor de turno e partindo planta; como engenheiro de processo com o
acompanhamento estatístico do processo, de eventos, e com os testes de validação de
hipóteses na área; na operação programando pessoal, atividades, e mensurando
produtividade; no meio-ambiente representando a empresa e analisando ações
operacionais que afetam a qualidade de vida interna e dos vizinhos; como Gerente, onde
a administração de equipe na produção em pequena empresa traz o desafio da
sobrevivência com ética; como representante em cadeias econômicas, onde a visão
macro das dificuldades ambientais (econômica e social) leva a decisões que
contradizem o que se vê quando envolvido com a produção (quem mantém o fiel da
balança é a ética universal).
Neste período nota-se a diferença das linguagens em cada situação: no turno durante o
administrativo, no turno durante horários sem a presença do administrativo, enquanto
staff ou gerente representando departamentos ou setores, e fora da empresa discutindo
questões estratégicas como matriz energética ou produtividade. Existe ainda uma
linguagem ou vivência que é singular não se assemelhando a nenhuma situação
anterior, na situação de emergência onde os papéis se confundem, onde o planejamento
perde valor, onde a visão clara do todo é fator de máxima importância, e onde a
iniciativa/liderança permite a mobilização das pessoas.
146
Introdução à Confiabilidade Humana e Analise da Tarefa por Salvador Ávila Filho – DSc UFRJ
Nestes casos da rotina operacional são analisados vários níveis de tomada de decisão,
mostrando:
Quando este compromisso não é forte cedendo espaço para a lei do menor
esforço;
Quais as habilidades necessárias e nem sempre reconhecidas na rotina da
operação ou em situações emergenciais
Quais os possíveis erros humanos nos níveis: gerencial, execução, estratégico e
emergencial;
Quais os erros cometidos na tomada de decisão levando aos impactos no lucro
cessante, imagem e credibilidade da empresa frente ao seu grupo de trabalho.
O desligamento umbilical foi ação que demorou quatro meses com re-educação ombro a
ombro e atendendo certos pedidos deste importante carreirista, ou seja, ação que exigiu
revisão e desenvolvimento de procedimentos, novos padrões de comportamento,
confiança e delegação...
147
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148
Introdução à Confiabilidade Humana e Analise da Tarefa por Salvador Ávila Filho – DSc UFRJ
Em outra indústria química, a massa reacional fica instável perdendo fluidez e obstruindo
reatores vitrificados (material frágil ao impacto). Ocorria alto risco de acidente e perda de
patrimônio devido limpeza crítica do reator e movimentação de utilidades/ ferramentas
que não são utilizados na rotina. Este problema impactava fortemente no lucro cessante.
149
Introdução à Confiabilidade Humana e Analise da Tarefa por Salvador Ávila Filho – DSc UFRJ
Na partida desta planta ocorria perda de vácuo e atrasos inaceitáveis com lucro
cessante elevado. Apesar de todos no turno estarem envolvidos durante dias para achar
esta perda de vácuo, isolando com raquetes equipamentos e processos, na chegada de
operador, este conseguiu ouvir o vácuo, sendo apelidado como ouvido de tuberculoso.
Na equipe existem habilidades de percepção e busca que auxiliam na solução de
problemas, faltou conhecer as habilidades do turno que não estavam devidamente
mapeadas nem formalmente nem informalmente.
Ambiente: caso sem envolvimento com os ambientes nas questões técnicas e da rotina da
operação.
Compromisso: as evidências indicaram o envolvimento da equipe, mas, certamente um
indivíduo fez o esforço adicional para encontrar o problema indicando compromisso maior.
Liderança: caso não houvesse uma boa imagem da liderança frente à equipe, certamente, a
solução poderia demorar mais tempo de aparecer.
Habilidade: estas habilidades que dependem dos cinco sentidos, neste caso audição, estão
cada vez menos em prática com a supervalorização dos sistemas instrumentados. Neste caso,
houve o aparecimento das clássicas e importantes habilidades do operador.
Risco e Impactos de Erro Humano: o não funcionamento da planta industrial implicaria em
pressões que provocariam estresse que, provavelmente, criariam ambiente fértil para o
aparecimento de erros humanos piorando a situação e dificultando a busca por soluções.
Processo de Tomada de Decisão: poderia ser mais acelerado se a equipe com o operador
estivesse presente no início do problema, ou se as habilidades tivessem sido identificadas
antecipadamente.
150
Introdução à Confiabilidade Humana e Analise da Tarefa por Salvador Ávila Filho – DSc UFRJ
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Introdução à Confiabilidade Humana e Analise da Tarefa por Salvador Ávila Filho – DSc UFRJ
PÓS-DISCUSSÃO
Existem “jogadas” (de baixo padrão) feitas pelo turno que podem comprometer o turno seguinte
e deve ser cortada na raiz. Do tipo, aumentar os níveis de tanques de processo para evitar
fechar lote problemático em seu turno. Isto provoca desconforto e desfaz o senso de
cooperatividade no turno. Esta campanha faz estes padrões (inadequados) diminuírem ou até
desaparecerem.
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Introdução à Confiabilidade Humana e Analise da Tarefa por Salvador Ávila Filho – DSc UFRJ
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Introdução à Confiabilidade Humana e Analise da Tarefa por Salvador Ávila Filho – DSc UFRJ
A temperatura na purificação precisa ser modificada para evitar arraste de produto para
a seção de recuperação de matéria-prima e daí retorna para a tancagem contaminando
a reação química. A identificação do nexo causal foi feita através de testes, cálculos,
levantamento do histórico e discussão interna. A revisão e implantação de novos
padrões operacionais foram implantadas. Nem sempre o entendimento do planejador
das ações é o mesmo entendimento do executor, e, dependendo do compromisso com o
resultado ocorrem resistências “veladas”. Sabendo do ocorrido e desistindo da tentativa
de convencer a equipe usando a força, partiu-se para a identificação da resistência e
seu tratamento.
Operadores de painel que eventualmente demonstravam compromisso com o resultado
foram questionados claramente o porquê da resistência e, desta forma, esclarecido o
fato baseado nas habilidades históricas, definiu-se novo procedimento para alteração da
temperatura na purificação diminuindo a possibilidade para a ocorrência de problemas.
Esta negociação transformou resistência em aliado da mudança de padrões
operacionais. Houve a aceitação por parte da liderança de fazer a alteração em prazo
oito vezes mais alto do que o pretendido.
Ambiente: a abertura para dialogar sobre resistências demonstra que o ambiente organizacional
permitia negociar padrões sem culpabilizar a operação pela não adoção imediata dos mesmos.
Compromisso: neste caso entendeu-se resistência como compromisso para evitar eventos que
piorem a continuidade da fábrica.
Liderança: o papel do líder em abrir o jogo com os operadores de painel e baixar a função de
autoridade no processo compartilhando a decisão motivou a equipe em busca de soluções mais
seguras.
Habilidade: o resgate da história de operação e a aplicação dos conhecimentos de equilíbrio de
fases, conhecimentos específicos de alinhamentos e sistemas de vácuo, habilidades na
execução da tarefa e relacionamento interpessoal para discutir questões técnicas e manutenção
de padrões trouxe como resultado positivo a adoção de procedimentos apropriados.
Risco e Impactos de Erro Humano: se a política do “manda quem pode obedece quem tem
juízo” fosse adotada certamente a mudança brusca de temperatura iria levar ao arraste de
materiais, e futuros problemas de omissões nas tarefas da operação.
Processo de Tomada de Decisão: o processo foi democratizado no turno e serviu de base para
outros trabalhos de melhoria que demoraram menos tempo para a decisão conjunta.
155
Introdução à Confiabilidade Humana e Analise da Tarefa por Salvador Ávila Filho – DSc UFRJ
Os operadores não se preocupam com sua própria saúde e não notam que os pés estão
sendo contaminados através de fendas na bota de segurança. Faz-se necessário o
papel de auditoria de saúde ocupacional com a intenção de notar pés amarelados
(“auditoria de pés no vestiário!”) e botas com falha para indicar o futuro “tenebroso” que
espera este operador caso continue com este baixo padrão.
Ambiente: a contaminação de área pode ser aceita como normal pela operação durante um
longo período, e não notar os impactos para a própria saúde na rotina. É necessário
desenvolver (ou recuperar) no operador, amor próprio, e disponibilizar ferramentas para que
seja possível a proteção contra agentes químicos e físicos no trabalho.
Compromisso: não cuidar da própria saúde é perda de amor próprio ou perda de esperança nas
políticas organizacionais quando se refere à saúde ocupacional e meio ambiente. O
compromisso pode ser recuperado com campanhas educacionais corpo a corpo como “auditoria
de pés” nos vestiários da operação.
Liderança: para desenvolver campanhas deste tipo no chão de fábrica é necessário desapegar
certos valores e invadir o espaço pessoal de cada operador, esta campanha é feita no vestiário.
Isto significa a necessidade de ter coragem e desprendimento além de senso de humanidade.
Habilidade: não existem neste caso deficiências aparentes nas habilidades técnicas, embora,
para interpretar sobre contaminação se exigem conhecimentos de área e toxicologia de
produtos. Exige habilidade interpessoal, pois é envolve conquista de confiança e invasão de
espaço próprio para sensibilizar quanto à saúde de cada um.
Risco e Impactos de Erro Humano: a situação insalubre gera baixa motivação para o trabalho
provocando ambiente impróprio e propício para a ocorrência de erros humanos.
Processo de Tomada de Decisão: este caso envolve alterações culturais indicando necessidade
de campanhas mais agressivas e decisão para mudança de padrões. As decisões são mais
individuais na base da conquista e da sensibilização em relação à saúde ocupacional e menos
em relação à culpa.
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Introdução à Confiabilidade Humana e Analise da Tarefa por Salvador Ávila Filho – DSc UFRJ
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Introdução à Confiabilidade Humana e Analise da Tarefa por Salvador Ávila Filho – DSc UFRJ
Muitas vezes as regras do SMS indicam uma conduta impecável frente à cultura técnica
ou regional de influência na tarefa do operador. Alguns deslizes pequenos que
acontecem acidentalmente como sujar a mão por não ter usado luva ou respirar gases
por não ter usado máscara deveriam ser registrados para acompanhamento da
mudança de padrão de saúde e segurança na empresa. No tratamento das questões de
SMS, certos itens adotam a cultura do excesso de centralização e conhecimento oficial
dos dados transformando em estatísticas. Isto acontece até o nível do desvio leve
levando a registrar o nome dos autores e gerando todo um procedimento de tratamento
de não conformidade em SMS. Sendo assim, a mão suja se reflete na ficha do
empregado também! Este procedimento anômalo gera comportamento de evitar o
registro de pequenos eventos para não prejudicar sua história (do operador) na empresa
e não carregar a culpa pelo desvio na ficha individual. Assim como o operador se dá o
direito de não registrar o que acontece na rotina, também se dá o direito de não seguir
os procedimentos à risca.
Ambiente: o registro em excesso atrapalha porque se exige muito tempo de cada empregado
para registros no sistema de gestão e perde-se a noção do que seja a causa raiz para os
problemas. O descrédito do operador em relação à organização e vice-versa vem como
conseqüência ao que já foi discutido como estado doentio do sistema organizacional.
Compromisso: na regras informais da operação, pequenos desvios não podem existir levando
este comportamento para não se preocupar com pequenas falhas ou ainda conviver com erros
ou ainda pular algumas etapas no procedimento e assim vai... Sendo assim, o compromisso fica
comprometido quando se adota no SMS excesso de controle pela culpa e não pelo trabalho em
equipe.
Liderança: discutir assuntos que tem haver somente com cultura de SMS hoje, não é bom
negócio, pois são políticas top-down, adquiridas pela alta administração. Este fato leva a
inibição de líderes quanto a circulação de informações para aumento de produtividade.
Habilidade: a cultura da culpa leva a penalização e inibição de lideranças da mudança. Assim,
também, mantendo os problemas latentes e não emergindo eles para a zona visível promove no
corpo operacional vontade em não utilizar suas habilidades em plena capacidade no trabalho do
turno.
Risco e Impactos de Erro Humano: os conflitos de políticas de SMS e práticas na rotina levam à
ambiente propício para o erro humano aumentando assim os riscos de perdas de processo.
Processo de Tomada de Decisão: a decisão fica presa em inércia ou como alguns preferem, as
iniciativas ficam engessadas e adota-se o “status quo” operacional.
158
Introdução à Confiabilidade Humana e Analise da Tarefa por Salvador Ávila Filho – DSc UFRJ
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Introdução à Confiabilidade Humana e Analise da Tarefa por Salvador Ávila Filho – DSc UFRJ
O perfil gerencial atuou durante certo período fazia questão de manter nos rituais de
aproximação da equipe operacional e administrativa as festas de Natal e de São João.
Desta forma, as besteiras não ditas (o não dito) na rotina do turno são apresentadas
uma ou duas vezes por ano no relaxamento organizacional. Neste ritual existem as
quebras de barreiras hierárquicas e são destroçados os castelos grupais.
Ambiente: antes o ambiente era propício para não haver tensões e culpas que eram tratadas
neste ritual. Depois, as tensões naturais deste tipo de indústria explodiram em formas de
acidentes e de questões sociais e jurídicas.
Compromisso: houve a quebra do compromisso com a cultura técnica na Empresa através da
mudança do perfil gerencial.
Liderança: desmancharam-se o papel de líder na rotina da operação provocando o tratamento
padrão hierárquico para todos os processos inclusive os do turno.
Habilidade: provocou-se inibição geral na utilização das habilidades chegando a haver
problemas de acidente e afastamento por saúde ocupacional.
Risco e Impactos de Erro Humano: os acidentes foram resultado do descompromisso do
operador com a organização e aconteceram através de avisos não escutados pelo nível
gerencial.
Processo de Tomada de Decisão: o gerenciamento padrão seguindo as NRs e as Leis levam a
falta de motivação para o trabalho. As pessoas gostam de estar envolvidas em laço afetivo e
participar das decisões dos gerentes, a falta deste ritual no dia a dia e nos eventos
comemorativos provocaram o grande cisma: trabalhador e organização.
160
Introdução à Confiabilidade Humana e Analise da Tarefa por Salvador Ávila Filho – DSc UFRJ
(2) Violação (não) intencional: grande perda de solvente com omissão grupal
Durante o fim de semana algumas toneladas de solvente clorado são enviadas para
efluente, nesta quantidade acaba contaminando a atmosfera e promovendo sérios riscos
para incêndio. Após investigação de dados e reuniões com as equipes de turno não se
chegou à causa provável deste problema. Houve omissão grupal sobre as causas e
somente com análise estatística e confirmação dos eventos no campo é que se tornou
possível identificar a causa iniciadora.
A partir desta causa nota-se que houve violação não intencional, mas que podia ser
evitado com a constatação, no início da drenagem/ transbordo que provocou o envio de
solvente para o efluente nesta grande quantidade.
Ambiente: aparentemente o ambiente não era propício para a comunicação devido à inibição
provocada pelo diretor da empresa. Sendo assim, as omissões em alguns eventos eram
práticas comuns. O ambiente estava em transformação organizacional e de padrões técnicos,
mas os líderes do turno estavam um passo atrás.
Compromisso: Não houve o compromisso das três turmas de operação quanto a esclarecer
este evento.
Liderança: as lideranças se organizaram em prol da omissão grupal.
Habilidade: aplicadas para organizar a omissão grupal, sem registro no turno e nem vestígios na
área. O fato é que houve a perda mais de cinco toneladas de solvente.
Risco e Impactos de Erro Humano: graves impactos reais, o risco de perda de produto se
transformou em fato.
Processo de Tomada de Decisão: todo o solvente enviado para efluente é perdido e a tomada
de decisão a nível gerencial foi penalização dos turnos líderes da omissão grupal.
161
Introdução à Confiabilidade Humana e Analise da Tarefa por Salvador Ávila Filho – DSc UFRJ
Dois atores neste caso fazem papéis inversos: (1) o engenheiro que verifica de forma
insistente a colocação de traço de vapor para canaleta de efluente provocando a
vaporização de excesso de cloreto de metileno para atmosfera e, na tentativa de corrigir
o problema, este engenheiro retira este vapor do efluente e alimenta o purgador; (2) líder
da administração que para atender os limites de solvente no efluente exige da
manutenção o alinhamento de traço de vapor para vaporizar contaminante e não acusar
nos resultados que vão para o órgão ambiental. Os dois atores se encontram num dia e
o choque de valores é travado.
Quadro: Análise 17 – Vaporização forçada de solvente na área: ética e imagem
Ambiente: não propício para a participação dos líderes de mudança devido à centralização da
administração e práticas não condizentes com a política.
Compromisso: sem compromisso do administrador podendo refletir na falta de compromisso
nas hierarquias abaixo.
Liderança: houve anulação das ações da liderança de mudança de padrões evitando erros
como o desvio de vaporizar vapores orgânicos na área provocando perda de qualidade na
saúde. Houve sobreposição da liderança formal da administração prevalecendo ordem de
manter o vapor para o efluente.
Habilidade: não houve a aplicação de habilidades operacionais e tentou-se aplicar a lei do
“manda quem pode e obedece quem tem juízo”.
Risco e Impactos de Erro Humano: se não houvesse a auto-gestão e a auto-motivação, os
padrões e ambientes seriam propícios para o erro humano.
Processo de Tomada de Decisão: não houve aprendizagem neste processo de decisão e ação,
um agente centralizador anulou a participação do turno ou do staff na tomada de decisão.
(4) Violação não intencional: drenagem não acompanhada de fase aquosa com
passagem de óleo
Muitas vezes a separação de óleos em água ou de água em óleo é feita por decantação
direta em equipamentos enterrados ou vasos/ tanques de processo. A interface desta
separação é tão boa que basta drenagem ou sucção de fase aquosa para remover a
água e manter o óleo estocado para destinações mais adequadas. O problema é que
sem a instrumentação completa a drenagem passa a contar com observação em tempo
integral do material para evitar passar o óleo. A drenagem pode sair com óleo para
corpo receptor ou para equipamento que não tem capacidade de reter levando também
ao corpo receptor (rios ou mares).
Quadro: Análise 18 – Drenagem não acompanhada com passagem de óleo
Ambiente: muitas tarefas realizadas ao mesmo tempo ou falta de instrumentação podem ser
resultantes de política da organização onde adota baixa automação na planta industrial e
tarefas múltiplas para cada função.
Compromisso: a lei do menor esforço pode indicar baixo compromisso do operador com os
objetivos organizacionais ou ainda, o operador não vê na administração as políticas em forma
de práticas levando a pular etapas importantes.
Liderança: o papel da liderança não tem atuação nesta drenagem se a organização (cultura) se
sobrepõe ao perfil gerencial ou de supervisão do turno.
Habilidade: houve falha de acompanhamento pelo operador deixando passar óleo para corpo
receptor.
Risco e Impactos de Erro Humano: o impacto deste erro humano provocou acidentes
ambientais.
Processo de Tomada de Decisão: inibido pela cultura de baixo padrão.
162
Introdução à Confiabilidade Humana e Analise da Tarefa por Salvador Ávila Filho – DSc UFRJ
Em determinada planta química houve furo de reator que processa produtos de alta
toxidez. A decisão de parar para corrigir envolve lucros cessantes elevados levando a
pressão de resolução do problema com o máximo de agilidade para continuar a
operação. A administração exigiu que o retorno da operação ocorresse em tempo
recorde, impossível devido à inexistência dos serviços de inspeção especializados
naquele momento correndo o risco de impactos elevados no retorno da operação. O
reator furado com gás tóxico leva a procedimentos de inspeção inadequados realizados
pela equipe técnica e forçado pela pressão da administração. Apesar dos reclames dos
riscos, o reator retornou a operar e a engenharia publicou relatório técnico para diretores
solicitando a programação de parada em futuro próximo para a inspeção mais adequada
do equipamento. A publicação deste REPORT apresentando o encaminhamento correto
quanto a este reator provoca confronto frente à organização que exige postura de
fidelidade com baixo padrão.
163
Introdução à Confiabilidade Humana e Analise da Tarefa por Salvador Ávila Filho – DSc UFRJ
Ambiente: organização que apesar de colocar entre suas políticas a prioridade em segurança,
na verdade não pratica desenvolvendo serviços de alto risco de forma primária. Os projetos dos
instrumentos levam a crer que não se sabia deste risco de acidente sendo necessária revisão
dos aspectos de produto e equipamentos.
Compromisso: não houve o compromisso das lideranças atribuindo serviços de alto risco como
liberação de tanque que tinha produto tóxico para a manutenção, envolvendo iniciantes. Em
certos momentos, os vícios também diminuem o compromisso.
Liderança: não houve liderança aparente nos processos indicando que o que é
responsabilidade de todos pode não ser de ninguém.
Habilidade: como já dito, houve pouca aplicação de conhecimentos (cálculo de inventários) e de
habilidades (verificar dreno ou vent in loco) gerando o acidente grave.
Risco e Impactos de Erro Humano: houve grave acidente com perda material e de vida humana.
Processo de Tomada de Decisão: inadequado confiando somente nos instrumentos de
temperatura, nível, e pressão. Sem verificações adicionais quanto a sensores físicos locais,
visão, tato, audição e outras ferramentas auxiliares, curva de bomba, arqueamento e outros.
164
Introdução à Confiabilidade Humana e Analise da Tarefa por Salvador Ávila Filho – DSc UFRJ
Durante fim de semana foi realizado serviço de transporte de resíduos de um local para
o outro utilizando empilhadeiras e tambores. A área por onde a empilhadeira passa para
chegar ao local de destino é o pátio em frente ao parque de tanques de produtos
orgânicos. Um dos tanques, de orgânico volátil e inflamável, tinha pequeno furo que não
era perceptível devido à vaporização rápida em dias de sol.
Como o dia era de chuva e frio, o que vazava ficava no dique e como houve muita chuva
acabou transbordando para o pátio. A válvula que transfere o dique para o sistema de
pluvial estava emperrada (como é de costume). Assim, a água que transbordava para o
pátio possuía o orgânico citado que ficava sobrenadante.
A empilhadeira deu pane elétrica exatamente onde ficava a água empoçada e daí que
parou até que chegou a outra empilhadeira. Houve uma solução simples para colocar os
sistemas para funcionar, fazer a chupeta na bateria e, com a liberação de faísca acabou
provocando incêndio no pátio e morte de um empilhador e queimaduras graves em
outro.
165
Introdução à Confiabilidade Humana e Analise da Tarefa por Salvador Ávila Filho – DSc UFRJ
A – Cultura
Vício Cultural.
O dito popular “manda quem pode e obedece quem tem juízo” não precisa ser seguido
ao pé da letra quando se constroem estratégias para melhorar o padrão na rotina. A lei
do menor esforço pode indicar baixo compromisso do operador com os objetivos
organizacionais ou ainda, o operador não acredita na administração, pois não vê as
políticas em forma de práticas, levando a pular etapas importantes na tarefa...
Muitas vezes as regras do SMS indicam uma conduta impecável e impossível de ser
atendida frente à cultura técnica e regional que influenciam diretamente na tarefa do
operador. O operador se dá o direito de não registrar o que acontece na rotina, também
se dá o direito de não seguir os procedimentos à risca.
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Introdução à Confiabilidade Humana e Analise da Tarefa por Salvador Ávila Filho – DSc UFRJ
Habilidades
A aplicação das habilidades para corrigir problemas técnicos e (quem sabe) erros
humanos iniciados em turnos anteriores motiva trabalho em equipe e promove a busca e
compartilhamento de conhecimentos específicos. É importante conhecer as habilidades
do turno que normalmente não estão mapeadas nem formalmente e nem informalmente.
Habilidades que dependem dos cinco sentidos estão cada vez menos em prática com a
supervalorização dos sistemas instrumentados.
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Introdução à Confiabilidade Humana e Analise da Tarefa por Salvador Ávila Filho – DSc UFRJ
Muitas vezes se convive com problemas antigos desde a partida da planta por falta de
tempo ou por se acostumar com a situação atual...Conviver com padrões não
adequados e muitas oscilações de processo levam a insatisfações pela baixa qualidade
do trabalho e conseqüente risco maior de cometer erros humanos por desatenção, perda
de memória, falta de compromisso com as regras e falta de bom senso no resultado das
operações.
Na Rotina da operação muitas vezes não existe o devido compromisso das lideranças
atribuindo serviços de alto risco como liberação de tanque com produto tóxico para a
manutenção, envolvendo iniciantes.
Contratadas e Compromissos
E – Observação final
É nas operações mais simples que podem estar os riscos mais elevados!!!
168
Introdução à Confiabilidade Humana e Analise da Tarefa por Salvador Ávila Filho – DSc UFRJ
Neste momento são apresentadas conclusões das 21 análises de casos que envolvem a
rotina, erros humanos, e incremento de confiabilidade humana. O conflito entre políticas
e práticas reduz o compromisso e a percepção de risco trazendo para a rotina de
operação uma situação de baixo padrão. As decisões atendem mais a pressão por
produção em relação às demandas éticas ambientais. A administração da produção
nesta situação pode estar envolvida em cultura técnica que soluciona problemas a partir
de causas evidentes em falhas ativas. Um efeito secundário de políticas mal
estabelecidas é a promoção da omissão como proteção em relação à possibilidade de
culpa de eventos anormais. Esta situação de omissão pode atingir um grau maior
atingindo grupos de turno e até equipes de produção. A omissão é um comportamento
que tem traços da cultura brasileira levando a construção de estratégias para a quebra
de vícios estabilizados.
Quando a equipe não se interessa em estudar os sinais acaba não indo a campo e
perdendo habilidades importantes para o controle operacional. Começam a acontecer
erros humanos envolvidos com percepção e atenção, inclusive, com muitas atividades
paralelas levando a atenção dividida e baixa qualidade nos serviços da operação e da
manutenção. Na tentativa de manter as atividades de rotina controladas o gerente passa
a atuar centralizando as decisões e inibindo a iniciativa da equipe. A mitigação de
impactos resultantes da tarefa na operação é inadequada por não se identificar a região
da causa raiz.
169
Introdução à Confiabilidade Humana e Analise da Tarefa por Salvador Ávila Filho – DSc UFRJ
5) APLICAÇÃO DA METODOLOGIA
170
Introdução à Confiabilidade Humana e Analise da Tarefa por Salvador Ávila Filho – DSc UFRJ
171
Introdução à Confiabilidade Humana e Analise da Tarefa por Salvador Ávila Filho – DSc UFRJ
Esta etapa inicial é implantada em período de até quatro meses e faz parte da
introdução da metodologia que pretende padronizar formas de incrementar a
Confiabilidade Humana. Este levantamento de percepção da equipe pode ser feito de
novo após doze meses de projeto em andamento e, se necessário, será feito após 18
meses.
Ao aplicar o método de análise dos desvios da rotina e das variáveis críticas para o
processo e para a produção (Mapa de Eventos Anormais - MEA) são sugeridas
anatomias de falha de forma geral (desfocada) e são feitos estudos estatísticos dos
eventos anormais (EVA), e estudos estatísticos de processos (AEP). Estes estudos
indicam a (4) Cultura Técnica estabelecida na Empresa que é a base para a Análise de
Competências e para a Análise da Tarefa. Este trabalho de investigação dura quatro
meses e envolve uma extensa coleta de dados da produção durante período em que
ocorreram diversas perdas de processo.
A observação sobre o (5) Clima Organizacional, uma leitura crítica das Políticas
empresariais, e um acompanhamento detalhado das Práticas realizadas na rotina
permitem inferir sobre quais os conflitos culturais e conflito de prioridades dentro da
Empresa. Nota-se que a diferença de visões do dono da Empresa, do Gerente e do
Operador pode levar a um clima de confiança (ou o inverso) sendo considerada a
principal fonte de erros humanos. O conhecimento sobre conflitos e aspectos políticos
dentro da Empresa é possível a partir do 8º mês de observações.
A definição do (8) Tipo humano e social e o conhecimento sobre a (6) Tarefa e (7) suas
Falhas permitem a análise dos erros humanos no posto de trabalho indicando (8)
diagnóstico para os fatores humanos. Um padrão de comportamento do operador é
proposto neste diagnóstico para definir os programas de ajuste necessário. Esta etapa
será concluída com 16 meses de implantado o projeto. Um procedimento para classificar
o erro humano derivado (11) é adaptado, proposto e aplicado.
172
Introdução à Confiabilidade Humana e Analise da Tarefa por Salvador Ávila Filho – DSc UFRJ
173
Introdução à Confiabilidade Humana e Analise da Tarefa por Salvador Ávila Filho – DSc UFRJ
174
Introdução à Confiabilidade Humana e Analise da Tarefa por Salvador Ávila Filho – DSc UFRJ
Na área de gestão de riscos também pode ser ministrado curso de três dias sobre
introdução de fatores humanos na analise de riscos e de falhas: na tarefa de rotina
(Lógica e Conectividade da falha), no processo (HAZOP Social), na empresa (Análise
Preliminar de Riscos Sócio-Humanos), no equipamento (FMEA Social e Humano), e nas
situações de emergência (LODA).
Na produção
Livro de turno – acontecimentos e variáveis fora de controle.
Incidente operacional (RNC) – história do incidente com prováveis causas e ações.
Práticas gerenciais que indicam o discurso do gerente (DG) – registro de aceitação das
práticas através de auditoria.
Relatório gerencial (DG) – análise comparativa da escrita com a prática, análise dos
resultados em relação às metas.
Na Engenharia
Variáveis críticas de processo – temperatura, pressão, razão molar, vácuo e vazões.
Processos complexos – número de malhas de controle fechadas por operador.
Válvulas de controle - % de válvulas modulando. % de 0 e % de 100.
Estatística da qualidade do efluente – análise histórica com eventos relacionados.
Qualidade do produto, da matéria-prima – estatística da pureza e contaminante por tipo.
Vapor e Sistema de resfriamento – perdas, % em relação ao padrão, e desempenho.
Análise de correlação – relação entre variáveis críticas.
No SMS
Histórico ocupacional: segurança, aspectos ergonômicos, higiene e saúde ocupacional:
acidentes, incidentes com as respectivas criticidades.
175
Introdução à Confiabilidade Humana e Analise da Tarefa por Salvador Ávila Filho – DSc UFRJ
Comunicação Social,
Análises para Diagnóstico
Organizacional e Tecnica
Sócio‐Humano
Manual de Boas
Práticas
Medi
Gestão Identificação de Intervenção
Elementos para ACH Ambiental e ção
de
de Programação de de
Banco Procedimen
Análise Padrão Serviços Resul
de de Falha
tos e
Segurança Padrões tados
Dados Tarefa Contingência Seleção de
Saúde Segurança
Pessoas Pessoas Saúde
Operação Pessoas
Análise Causalidade Técnica
Manutenção Operação
Desenvolvimento de
Tecnologias Manutenção
Pessoas
Análise de Competências Tecnologias
176
Introdução à Confiabilidade Humana e Analise da Tarefa por Salvador Ávila Filho – DSc UFRJ
• Aplicação de políticas
• Engenharia de fatores humanos
• Tipo de Erro humano
• Métodos para identificar a Causa-raiz
• Compromisso no ambiente de trabalho
• Funções e Habilidades
• Nível de Conhecimento
• Ferramentas de Comunicação
• Equilíbrio Emocional e impacto no comportamento
Numa leitura rápida de todas as tarefas se preenche a planilha abaixo para fazer uma
primeira análise do risco e da complexidade da tarefa. Assim são discutidos: função do
procedimento, etapas, exceção, aspectos de automação, de segurança e de operação.
Na função do procedimento faz-se a classificação se é partida, operação normal,
pressurização, parada normal, ou parada de emergência. São identificados quais os
objetos ou equipamentos envolvidos. Na segurança é detalhado a existência de PSVs,
válvulas de alívio, SIS (intertravamento), disco de ruptura ou outros. No controle de
processo quais as malhas e funções controladas. Nos alinhamentos aqueles feitos por
válvula manual, automática, solenóide ou motorizadas.
Função
Partida Normal Pressuriz Parada Emergencia Atividade Etapas Objeto Sub-etapa Excessão Observação
SEGURANÇA CONTROLES ALINHAMENTOS
PSVs Malhas Valv Motor Valv solenóide Válvula Manual
TAG FUNÇÃO RISCO
177
Introdução à Confiabilidade Humana e Analise da Tarefa por Salvador Ávila Filho – DSc UFRJ
É importante ler o que se encontra publicado em termos de políticas, visão, missão para
o grupo de empregados e as partes interessadas e comparar com a primeira percepção
dos itens acima.
Detalhando:
Dados de entrada: mês (M), dia (D), turma de turno (Tt) e horário (Ho).
178
Introdução à Confiabilidade Humana e Analise da Tarefa por Salvador Ávila Filho – DSc UFRJ
Motivos: analisar se o número de eventos anormais pode ser provocado por estresse
físico ou cognitivo resultante do % de dobras.
Dados de entrada: seção do processo (Spc), tarefas ou operações (Tf), local de origem
da tarefa (OT), local de destino da tarefa (DT), volume processado (Vl), tempo para
realização da tarefa (t), qualidade de processo (Qpc, ex: temperatura), qualidade de
produto (Qpd, ex: %contaminante), qualidade do efluente (Qef, ex: ppm de
contaminação).
Informações e dados: número de horas por operação (Nhor), número de vezes que a
tarefa for realizada (nTf), tempo total gasto por operação (Tti=Nhor*nTf), tempo total
gasto para todas as operações (Tt=ΣTti), horas disponível por turno (Td=Op*8), horas
gastas média por operador para segurança dos equipamentos e pessoas (Hseg), total
de horas com ocupação (Htot = Tt+Hseg*Op), % ocupação (Ocp=Htot/Td*100), %
ociosidade (Oci=100-Ocp(%)).
Motivos: verificar a produtividade e taxa de ocupação na realização das tarefas de rotina
podendo fazer análise reversa sobre a ocupação da operação com segurança das
instalações e dos processos.
179
Introdução à Confiabilidade Humana e Analise da Tarefa por Salvador Ávila Filho – DSc UFRJ
e) Requisitos da Tecnologia
Em termos gerais:
180
Introdução à Confiabilidade Humana e Analise da Tarefa por Salvador Ávila Filho – DSc UFRJ
Figura
181
Introdução à Confiabilidade Humana e Analise da Tarefa por Salvador Ávila Filho – DSc UFRJ
Segundo Frank Lees, para preparar a tarefa é importante que haja uma boa base de
conhecimento para incluir ações de controle em desvios que podem ocorrer. É
importante também que sejam atendidas as demandas para o controle das máquinas e
dos processos evitando o erro humano ou a perda de capacidade de operar as plantas
industriais. Outro fator muito discutido é o nível de competência para revisar a tarefa,
onde pessoas habilidosas devem estar liderando esta atividade. A competência para
executar depende da experiência no posto de trabalho, da vontade, da clareza quanto
aos objetivos da tarefa.
Algumas atividades para planejamento da tarefa são feitas de forma comum para todos
os casos e outras atividades são feitas de forma específica somente para as tarefas
críticas. Pretende-se projetar as tarefas para manter padrão de custo e de qualidade no
produto, no meio ambiente mantendo a equipe motivada para continuar a trabalhar.
182
Introdução à Confiabilidade Humana e Analise da Tarefa por Salvador Ávila Filho – DSc UFRJ
1) Geral
A análise da tarefa padrão para todos os casos em geral, crítico e não critico, inicia com
a definição da sua arquitetura já amplamente discutida e finaliza com o projeto ou
planejamento da tarefa.
Arquitetura
Para organizar a ordem das tarefas, dos procedimentos e das etapas é importante
definir a seqüência de suas funções na produção. Dependendo da quantidade de
memorização e atenção demandadas, esta tarefa em planejamento pode ser
considerada complexa exigindo instrumentos mnemônicos, processadores cognitivos, e
sinalizadores auxiliares. A simplificação do procedimento pode indicar maior acerto na
tarefa, é importante analisar todas as possibilidades.
Planejamento da tarefa
2) Tarefas Críticas
Dominância e paralelismo
183
Introdução à Confiabilidade Humana e Analise da Tarefa por Salvador Ávila Filho – DSc UFRJ
Cronologia e funções
Análise de Complexidade
A distância entre os locais onde são realizadas as etapas indica necessidade de base
intermediária para os postos de trabalho e o tipo de tarefa indica necessidade de
competências específicas com ferramentas adequadas. Esta classificação mostra o
quanto o operador deve estar estruturado para trabalhos físicos ou cognitivos. Pretende-
se racionalizar recursos e facilitar a mudança das tarefas críticas quando necessário.
184
Introdução à Confiabilidade Humana e Analise da Tarefa por Salvador Ávila Filho – DSc UFRJ
A) Falha na Tarefa
B) Atividades de Emergência
(t 12)
Reação Química
A+B C
Sinais da
rotina
Reação indesejável
A+B E?
Filtro sujo
Formação sólido
Causa raiz
(t 36)
(t 0)
Bomba cavita
(t 48)
Tecnologia Dimensão
Diretrizes e Fatores e EVA, AEP
Sinais da H/G/O/T na Número de eventos anormais Número de eventos anormais por horário
análise de
Eventos
30
70 27
Eventos
24 8-16
60 No de 21
18 16-0
eventos 15
50 12
9
40 6
falha e nos
3
1)15- 2)1-15 3)16- 4)1-15 5)16- 6)1-15 7)16- 8)1-15
31 mai jun 30 jun jul 31 jul ago 30 ago set (1)15- (2) 1-15 (3)16- (4) 1-15 (5)16- (6) 1-15 (7)16- (8) 1-15
CQ1
31 mai jun 30 jun jul 31 jul ago 30 ago set
Período
Número de eventos anormais Período
DG DO mecanismos 30
27
24 No de
Eventos
21
18 turnos s/
15 Períod Média Puxa Uniform “desunida Não-
12 eventos
9 o cima e ” uniforme
de defesa
6 (1) 7,4 D X D -
3
0 (2) 9,8 C X - -
1)15-31 2)1-15 3)16-30 4)1-15 5)16-31 6)1-15 7)16-30 8)1-15 (3) 7,4 C X C -
mai jun jun jul jul ago ago set (4) 6,4 E - - X
Período (5) 10,8 B,C,E X A -
(6) 9,0 - X - -
Dias
12 No eventos
9
6
anormalidades no
3
C4 C2 C3 C1 C4
Campanha
C5 C1 C4 C2 C3 turno
Mapa de CQ3
Análise de Eventos
Nexo Causal
falha na anormais MEA Flutuação
Peso Molecular
Problemas na remoção de
ION
SEPARAÇÃO RUIM
Separação difícil
Off-spec
Evento 1
PROBLEMAS SECAG
EXTRAÇÃO
CONDUTIVIDADE
ESPECIFICAÇÃO P ALTA
VASO - TORRE Evento 3
Análise da
FLUTUAÇÃO
AMPERAGEM
Causal
VAPOR FLUTUAÇ.
Evento 5 FLUCTUAÇÃO PARA TROCADOR
CORREÇÃO COND OPERAÇÃO TEMPERAT. SECAGEM
SOLIDIFICAÇÃO
B
FLOW
*TERMINADOR VAZÃO
*B/A RELAÇÃO
*POLIMERO CONCENTRAÇÃO
* VAZÃO DE ÁGUA P TRATAM
NO SEPARADOR
VAZAMENTO
SOLVENTE
Figura 6
185
Introdução à Confiabilidade Humana e Analise da Tarefa por Salvador Ávila Filho – DSc UFRJ
Zona de
Zona de
eventos topos
falha ativa
Zona de
falha latente
186
Introdução à Confiabilidade Humana e Analise da Tarefa por Salvador Ávila Filho – DSc UFRJ
OBJETIVO
Levantar dados para identificar elementos que influenciam no desempenho do operador durante a realização de tarefas
TÉCNICAS PARA COLETA DE DADOS
Questionários, entrevistas ou levantamento no banco de dados da área de pessoas (competências, compromisso e saúde ocupacional)
Assuntos: geral, competências, Informações Sociais e pessoais.
PAPÉIS
Geral
Tempo de experiência em empresas anteriores – anos
Tempo de Empresa – anos
Renda na Empresa (salário bruto atual, classificação e progressão salarial)
Conhecimentos
Conhecimentos (concurso, horas de formação, horas de treinamento para a função, horas de re-treinamento, exames, conhecimentos específicos)
Habilidades (medir e classificar)
Cargos e Funções
Cargo e Tempo
Função e Tempo
Nível de atendimento na tarefa pelo supervisor
Taxa de aplicação do conhecimento/habilidade na tarefa pelo supervisor
Rotina no trabalho que afeta o desempenho
Posto de trabalho e tarefas/ferramentas críticas
Acidentes e incidentes, grau de envolvimento
Nível de compromisso na rotina e emergência
Nível de funcionalidade aparente pelo operador
Eficiência relativa do operador no posto de trabalho
Relacionamento Interpessoal
Nível de cooperação no trabalho em equipe
Nível de clareza na comunicação verbal
Lógica no pensamento
Participação em eventos sociais e treinamentos externos
Papéis na rotina – liderança
Identificar papel: líder, executor, criador, revisor e outro
Tipo de liderança: formalidade/ foco e intensidade
ASPECTOS SOCIAIS
Informações individuais
Naturalidade e nacionalidade
Idade, data de nascimento, signo, Local de moradia
Informações Familiares
Estado civil, número de filhos
Casado/ Solteiro, quantas vezes, pensão judicial
Idade dos filhos e da esposa, sexo dos filhos
Pais vivos, posição como irmão na família, dependência financeira
Informações Socioculturais
Religião, esporte, time de futebol
Participação política, questões éticas, participação e discurso em ação social
Costume alimentar e pessoal: regionalização/ globalização, lazer, bebida/tabagismo
Relações sociais: amizade, participação em grupos e intensidade
Lazer: formas e intensidade
SAÚDE E TIPO HUMANO
Dados do indivíduo
Comportamento: Lógica e racionalidade; Resistência e pró-atividade
Peso e altura; Relação peso/altura; Estágio cardiovascular; Pressão arterial típica; Distúrbios na respiração, nutricional e no trato digestivo.
Corpo
Histórico do operador quanto a doenças no corpo.
Histórico da família do operador quanto a doenças do corpo.
Presença de doenças de pele, doenças do sono e endócrina.
Comportamento
Histórico da família e do próprio operador - doenças do comportamento.
Traços: confrontante, cooperativo, submisso, obsessivo, cíclico, deprimido, fóbico, poroso e paranoide.
Cognição Autoimagem
(i)Dificuldades na atenção Traços dos operadores quanto à:
(ii)Falhas de memória, (i)Estética e cuidados pessoais,
(iii)Percepção incorreta da realidade, (ii)Higiene e limpeza,
(iv)Pensamento desconexo, (iii)Trajes usados no meio social,
(v)Linguagem fragmentada e Inteligência falha (iv)Valorização do Eu e,
(v)Psicomotricidade.
COLETA DE DADOS
COMPORTAMENTO
Tipo Humano: RH e enquete TAREFA
Família, peso/altura, cultura,
amizades, saúde e cognição Função Atenção, memória,
Equilíbrio cognitiva sequência,
emocional individual
causalidade, mapa e
percepção
Xerox: Agregação
de grupos
Cooperação Comunicação Êxito na
TAREFA
FIROB, inclusão,
Liderança
afeto e controle ƐORG
Dados RH Compromisso
Afastamento, progressão
salarial e aspectos sociais Inventário de conhecimentos,
Demanda por habilidades e relações
competência: interpessoais
tarefa e vivência Competência
(MEA; EVA; AEP)
Oferta de competência:
exame de cultura técnica
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Introdução à Confiabilidade Humana e Analise da Tarefa por Salvador Ávila Filho – DSc UFRJ
Rotina Emergencial
Rotina ou
Emergencial?
Aspectos Ergonômicos
Projeto de IHM
Referencias
Sugestão de Programa
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Introdução à Confiabilidade Humana e Analise da Tarefa por Salvador Ávila Filho – DSc UFRJ
BIBLIOGRAFIA
ALBERTON, A. Uma metodologia para auxiliar no gerenciamento de riscos e na seleção de
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Introdução à Confiabilidade Humana e Analise da Tarefa por Salvador Ávila Filho – DSc UFRJ
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Introdução à Confiabilidade Humana e Analise da Tarefa por Salvador Ávila Filho – DSc UFRJ
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Introdução à Confiabilidade Humana e Analise da Tarefa por Salvador Ávila Filho – DSc UFRJ
ANEXO: Formulários
Anexo 1 – LEVANTAMENTO TÉCNICO
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