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Represa de Paraibuna
Imagem 01: Mancha urbana da Macrometrópole Paulista em 2011. (Fonte: PMSP, 2013. Adaptado pelo autor)
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Ver: <https://www.pdui.sp.gov.br/rmsp/>
Política Nacional do Meio Ambiente3, é de 1981, prevendo à proteção dos recursos
naturais, além disso, os mananciais da Região Metropolitana de São Paulo possuem,
desde a década de 70, legislações específicas de conservação ambiental, quando foram
editadas as Leis nº 898/75 e 1.172/76.
Motivos para tentar explicar esse avanço são diversos e não cabem nesse
documento. De Oliveira (2006, p.1) acredita que “a legislação de proteção aos mananciais
não dispõe de mecanismos de manutenção e fiscalização eficazes no ordenamento do uso
e ocupação do solo”. Para Maricato (2001), a demora no enfrentamento efetivo da questão
urbana comprometeu não somente os segregados que acabam ocupando as terras mais
baratas, sendo estas, inseridas nos territórios das APMs, mas toda a cidade que têm os
seus mananciais de água, florestas e recursos hídricos em situação de risco.
Nesse ensaio, argumenta-se que a não aplicação da tríade descrita anteriormente,
impede a visão sistêmica do conjunto da obra, ou seja, a integração do território ocupado
pela mancha urbana, caótica por natureza, com o território dos mananciais. Embora tais
territórios sejam conectados entre si pelos sistemas de reservação e adução da água que
um fornece e o outro consome, suas funções dentro das regiões metropolitanas são
díspares.
Exemplo dessa falta de visão sistêmica é a divisão territorial da Região
Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte - RMVPLN, fatiada em 5 sub-regiões
(Imagem 02):
Sub-Região 1: Caçapava, Igaratá, Jacareí, Jambeiro, Monteiro Lobato, Paraibuna,
Santa Branca e São José dos Campos;
Sub-Região 2: Campos do Jordão, Lagoinha, Natividade da Serra,
Pindamonhangaba, Redenção da Serra, Santo Antônio do Pinhal, São Bento do Sapucaí,
São Luiz do Paraitinga, Taubaté e Tremembé;
Sub-Região 3: Aparecida, Cachoeira Paulista, Canas, Cunha, Guaratinguetá,
Lorena, Piquete, Potim e Roseira;
Sub-Região 4: Arapeí, Areias, Bananal, Cruzeiro, Lavrinhas, Queluz, São José do
Barreiro e Silveiras;
Sub-Região 5: Caraguatatuba, Ilhabela, São Sebastião e Ubatuba.
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Lei n° 6.938 de 31 de agosto de 1981. Disponível em: <
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6938.htm>
Imagem 02: Sub-regiões da RMVPLN. (Fonte: EMPLASA, 2016)
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Para saber mais acesse do site da Sala de Situação da Agência Nacional de Águas – ANA que funciona
como um centro de gestão de situações críticas e subsidia a tomada de decisões por parte de sua Diretoria
Colegiada, em especial, na operação de curto prazo de reservatórios, através do acompanhamento das
condições hidrológicas dos principais sistemas hídricos nacionais de modo a identificar possíveis
ocorrências de eventos críticos, permitindo a adoção antecipada de medidas mitigadoras com o objetivo de
minimizar os efeitos de secas e inundações. Disponível em: <
http://www2.ana.gov.br/Paginas/servicos/saladesituacao/default.aspx>
possibilidades. Porém, é de suma importância envolver todos os atores, principalmente
aqueles que desenvolvem modelos econômicos alternativos e compatíveis com o uso do
solo e que já atuam dentro desse contexto, a problematização e a solução tem que partir
dos próprios atores e da população, aliás, a participação popular é uma prerrogativa do
Estatuto da Metrópole.
Este paper teve a pretensão de provocar a reflexão sobre outras formas de
organização do território a partir de questões que não são novas, no caso, o recurso
hídrico, a novidade se dá pelo fato da possibilidade de inserir a discussão na perspectiva
da função pública de interesse comum, com ênfase na tríade: a prevalência do interesse
comum sobre o local, a observância das peculiaridades regionais e locais, e a busca do
desenvolvimento sustentável.
Referências Bibliográficas