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PROJETO CINEMEMÓRIA

1. JUSTIFICATIVA

A História e a Memória da Educação no Estado do Paraná estãocontidos nos


documentos impressos, nos objetos, mobiliários, equipamentos, recursos da
aprendizagem, na arquitetura da escola e nas biografias dos sujeitos que compartilham
saberes e guardam a cultura da sociedade. Esses bens culturais compõem o Patrimônio
Histórico Escolar, também chamado de cultura escolar, trazem significados e
representações dos diferentes tempos e espaços que impulsionaram a organização do
território e a formação histórica de todas as gerações de paranaenses.
Consideramos cultura escolar a memória e a história das instituições de ensino e
por consequência a de alunos, professores, funcionários e toda a comunidade escolar,
considerados 'atores' e produtores dessa história. O resgate dessas biografias e a
disseminação em forma de lendas e histórias é a voz da escola que deve ser trazida à
tona.
As histórias e memórias das escolas do Paraná podem e devem ser recuperadas.
Por isso, é necessário criar iniciativas que garantam a preservação dessa história. Os
documentos e memórias pessoais de professores e alunos precisam ser preservados e
divulgados. Assim, por meio deste projeto propomos a viabilização deste resgate a partir
da arte. O cinema além de um meio de proteção é uma forma emancipadora de conceber
o patrimônio cultural. A mobilização das comunidades para contar a sua própria história
significa produzir arte e ao mesmo tempo uma discussão em torno da história de um
povo. Por isso, propomos a realização de um trabalho nas escolas públicas do Paraná
que envolve o conhecimento do cinema e a formação técnica da comunidade escolar na
linguagem audiovisual para a produção de vídeos sobre as “Histórias da e Memórias da
sua Escola”.

2. OBJETIVOS GERAIS

 Resgatar a memória da comunidade escolar e da instituição de ensino, por meio da


produção de curtas metragens realizados pela comunidade escolar.
 Incentivar alunos, professores e funcionários a produzirem fontes a partir da linguagem
audiovisual de forma que resgatem e divulguem a história e a memória das escolas.
3. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 Organização de oficinas para elaboração e execução de projetos audiovisuais para a


realização de curtas-metragens.
 Formar uma rede local de professores e alunos que ampliem sua atuação na sua
comunidade com a finalidade de resgatar continuamente suas histórias por meio da
pesquisa e produção de fontes orais e visuais.
 Organizar uma mostra Estadual de vídeos produzidos nas escolas.
 Incentivar a produção da linguagem audiovisual na comunidade escolar.

4. ESCOLAS ENVOLVIDAS

Inicialmente, partiremos de 12 escolas tombadas (protegidas legalmente como


patrimônio cultural de um povo) no Estado do Paraná: Colégio Estadual do Paraná,
Colégio Estadual Tiradentes, Instituto de Educação do Paraná Prof. Erasmo Pilotto,
Colégio Estadual D. Pedro II, Colégio Estadual Xavier da Silva, em Curitiba. Colégio
Estadual São José, na Lapa, Colégio Estadual Regente Feijó de Ponta Grossa, Instituto
Estadual de Educação Dr Caetano Munhoz da Rocha e Escola Estadual Faria Sobrinho,
em Paranaguá. Centro Estadual de Educação Profissional Brasílio Machado, Colégio
Estadual Moysés Lupion e Colégio Estadual Rocha Pombo, em Antonina.
Após levantamento e classificação das escolas, realizados pelo Grupo de Trabalho
de Proteção do Patrimônio Histórico Escolar do estado do Paraná (Programa aprovado
pelo decreto recentemente no Paraná), a fim de verificar as escolas de interesse de
preservação da memória oral e visual, outras escolas poderão participar desse projeto.

5. METODOLOGIA

OFICINAS DE FORMAÇÃO AUDIOVISUAL

As escolas serão convidadas a organizar um projeto de resgate da história e


memória a partir da produção de vídeos, com formato e temáticas a serem estabelecidas
em Edital organizado pela equipe do projeto CINEMEMÓRIA. Cada escola participante
terá um Núcleo de Produção com participação de, no mínimo, 2 profissionais da
educação, sendo um deles professor e outro responsável pelo projeto na escola, além de
5 alunos do próprio estabelecimento. Esse Núcleo deverá participar das oficinas de
produção audiovisual. Essas oficinas terão os seguintes conteúdos: 1) noções básicas de
cinema; 2) produção de roteiro; 3) fotografia e operação de câmera; 4) direção; 5)
produção audiovisual; 6) edição de vídeo; 7) Noções do trabalho com fontes históricas.
A Escola, após a formação inicial, deve criar condições para a produção contínua
do projeto de resgate da memória a partir do audiovisual, construindo um acervo que
poderá compor o Museu, Memorial ou Centro de Memória da Escola.
Nesse processo de formação, com carga horária ainda a ser estabelecida, a equipe
de trabalho da escola realizará curtas-metragens. As oficinas realizadas pelas escolas
tombadas ou de interesse de preservação ocorrerãode forma regional:

- ESCOLAS DE CURITIBA
O Colégio Estadual do Paraná deve realizar uma parceria com os alunos e
professores do curso de Técnico em Produção Audiovisual. As oficinas serão realizadas
no CEP para todas as Escolas tombadas de Curitiba. Serão organizadas quatro oficinas
com, no máximo, 20 alunos por turma.

- ESCOLAS DA LAPA
O Colégio Estadual São José poderá convidar alunos, professores e funcionários
de outras escolas para realizar o curso, formando uma equipe de produção. Cada Grupo
produzirá um filme que resgate a história da Escola da Cidade, podendo ser realizada
uma Mostra Paralela no Festival de Cinema da Lapa.Serão realizadas duas oficinas com,
no máximo, 20 alunos por turma.

- ESCOLAS DOS CAMPOS GERAIS


O Colégio Estadual Regente Feijó, de Ponta Grossa, poderá sediar as oficinas,
organizando parcerias com as demais escolas consideradas de interesse de preservação.
Serão realizadas duas oficinas com, no máximo, 20 alunos por turma.

- ESCOLAS DO LITORAL
As oficinas no litoral serão realizadas em Paranaguá e Antonina. Serão
organizadas duas oficinas com, no máximo, 20 alunos, em Paranaguá. Já em Antonina
serão três turmas com, no máximo, 20 alunos.
CRITÉRIOS DE PARTICIPAÇÃO DAS ESCOLAS

1) Escolas tombadas ou em área de envoltório de tombamento.


2) As de interesse de Preservação de acordo com o Grupo de Trabalho de
Preservação do Patrimônio Histórico Escolar.
3) As Escolas cujo interesse e trabalhos com o audiovisual e a memória já tenham
sido realizadas ou encaminhadas.

DIVULGAÇÃO DOS TRABALHOS

a) PROGRAMA DE TV (TV Pública do estado do Paraná)


Para trazer a tona o processo de recuperação da memória realizado pela
comunidade escolar propomos a realização de um programa de TV junto com a eParaná.
A TV eParaná realizará a cobertura de parte das oficinas e exibirá os resultados na sua
programação diária.

b) MOSTRA DE VÍDEOS PRODUZIDOS


A realização de uma mostra audiovisual tem como objetivo a apresentação dos
resultados dos trabalhos dos grupos. Esta mostra terá caráter itinerante nas regiões em
que os vídeos foram produzidos.

c) HOSPEDAGEM DOS VÍDEOS


Criação de um site de hospedagem para os vídeos produzidos pelas escolas. Além
disso, poderão ser hospedados na página individual de cada escola e terão visibilidade no
Portal Dia a Dia Educação, do Estado do Paraná, nos Ambientes Educadores, Alunos,
Gestão Escolar e Comunidade, bem como nas Páginas Disciplinares e de Conteúdos
(Cinema).

d) INTERCÂMBIO CULTURAL
Alunos de todo o Paraná mobilizar-se-ão para contar a sua história, como alunos,
como pessoas, como estudantes. Uma das propostas do projeto CINEMEMÓRIA é formar
uma corrente cultural que tem como objetivo a troca de experiências entre França e
Brasil/Paraná. Os vídeos produzidos pelos alunos, além de possuírem significados
importantes para uma comunidade e para a história, visam o descobrimento de uma nova
forma de ver o mundo por parte dos alunos, estando inseridos em diferentes culturas.
Alunos da França e do Brasil têm a oportunidade de se conhecerem, de perceber outras
realidades. Por isso, as Escolas do Paraná, a partir do projeto CINEMEMÓRIA,
produzindo sua história por meio da arte, podem ter a oportunidade de mostrar seus
trabalhos aos alunos da rede pública da França. Ao mesmo tempo em que os estudantes
franceses mostrem os seus trabalhos, contem suas histórias ocorridas na escola, ou
mesmo a história de sua instituição. Duas mostras paralelas, uma na França, outra no
Brasil, nas quais os alunos conhecem a cultura e memória das escolas do outro, de forma
a possibilitar o conhecimento e o intercâmbio cultural entre eles.

6 CONTATOS E RESPONSÁVEIS

VICE-GOVERNADORIA DO ESTADO DO PARANÁ

Programa de Proteção do Patrimônio Histórico Escolar

Coordenadora: Sandra Terezinha

Contatos: programadeprotecao@yahoo.com.br
sandraterezinha@yahoo.com.br

(41) 84038296

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÂO DO PARANÁ

- Núcleo de Proteção do Patrimônio Histórico Escolar

Michelle Riemer (professora da rede estadual nas disciplinas de História e


Cinema)

Contatos: michelleriemer@seed.pr.gov.br
riemer.michelle@gmail.com
Telefone: (41) 88442448
(41) 32508234

Marcia Galvan (professora da rede estadual nas disciplinas de Língua


Portuguesa/Literatura e Cinema)
Contatos:marciagalvan@seed.pr.gov.br
marcia.galvan@hotmail.com
(41) 91045559
(41) 32508208
7 METODOLOGIA DE TRABALHO HISTÓRIA E MEMÓRIA DA EDUCAÇÃO

O trabalho a ser realizado nas 12 Escolas tombadas no Estado do Paraná será


organizado da seguinte forma:
- Paralelamente ao trabalho realizado com o acervo documental e tridimensional e de
arquitetura levaremos em consideração a seguinte metodologia para o início da
realização dos trabalhos de memória e audiovisual das Escolas do Paraná:a) a primeira
fase do projeto será realizada nos Colégios Estadual do Paraná e Estadual Tiradentes.
Em seguida, partiremos para as demais escolas tombadas, levando em conta critérios
como:
Critérios para realização de documentários nas escolas do Paraná
1- Ser um estabelecimento tombado pelo Patrimônio do Estado ou estar em
área ou envoltório de tombamento.
2 - Desenvolverou estar desenvolvendo trabalhos ou projetos na área de
preservação da memória da sua escola.
3- Requisitar ao NUPHE a realização do documentário.
4 - Antiguidade.
5- Estar localizada em áreas de conflitos ou disputas territoriais historicamente
relevantes.
6- Ser um estabelecimento localizado em um cidade de difícil acesso, pouca
visibilidade, poucos recursos ou baixo IDH.

INÍCIO DAS ATIVIDADES

As escolas, por meio do Grêmio Estudantil, APMF ou Coordenação Pedagógica indicarão


pessoas interessadas na realização das Oficinas de Audiovisual. O Portal Diaa Dia
Educação e o DEB disponibilizarão professores, ao menos, 8 horas semanais, para a
participação no projeto CINEMEMÓRIA.
A professora Michelle Riemer, do Núcleo de Proteção do Patrimônio Histórico Escolar,
ficará responsável por compor uma equipe de trabalho e discussão metodológica. Serão
necessários: professores com conhecimentos sobre a realização do projeto, tais como a
professora Marcia Regina Galvan Campos, produtora e diretora audiovisual, responsável
pela Página de Cinema do Portal Dia a Dia Educação, bem como outros profissionais
que: professores ou não, tenham conhecimentos nas áreas de: edição de vídeo e som,
operação de câmera e fotografia, captação de som direto.
A equipe de trabalho nas escolas será formada por:

GRUPO 1 CEP
12 alunos
02 professores
01 funcionário
Apoio da biblioteca, centro de memória

GRUPO 2 TIRADENTES
08 alunos
01 professor (com possível substituto)
01 funcionário

Para os informes e apresentação da proposta de trabalho será realizada uma reunião no


CEP, com data ainda a ser definida.

Tarefa 1:
Discussão de possíveis assuntos para uma mobilização em torno do que, no momento,
seria mais interessante ser tratado em um filme, tendo em vista prioridades como:
 antiguidade;
 importância cultural para a comunidade;
 iminente perigo de perda.

Tarefa 2:
Cada grupo deverá trazer, para a reunião, um vídeo (ou mais) de um local, monumento,
pessoa ou documento (relacionados à escola) que impliquem em argumentos para a
realização do tema proposto. Colocam-se as ideias ao grupo que decidirá, por voto,se o
assunto possui relevância para o momento.

 Reuniões frequentes com parceiros para tratar de questões metodológicas.

OFICINAS
1) Noções básicas de cinema.
 Filmes selecionados.
 História do cinema.
 Aulas práticas (ex: plano Lumière).

Todos os assuntos tratados serão organizados e implementadosa partir de uma


concepção teórica específica, ligada ao trabalho realizado pelo professor e cineasta
francês Alain Bergala, e a Cinemateca Francesa, tendo em vista, também, o trabalho
realizado pela professora e realizadora Ana Dillon, idealizadora do Projeto “Imagens em
Movimento”, que trabalha o cinema nas escolas municipais do Rio de Janeiro, a partir do
método francês. Os alunos aprenderão a traduzir a história da sua instituiçãopara a
linguagem cinematográfica, ao mesmo tempo em que aprenderão a valorizar e a
compreender a sua própria história. Todas as aulas terão momentos práticos e teóricos,
proporcionando ao estudante o conhecimento das principais dimensões da realização
cinematográfica.

Aulas em escolas separadas (Tiradentes e CEP)

Uma das formas de despertar a consciência em relação à história e à memória está em


conhecer os locais da escola que, outrora, poderiamnão ter acesso, como torres,
materiais de alunos, fotografias e outros. Entretanto, para que se possa manejá-los é
necessário que o aluno tenha clareza de sua proposta. Dessa maneira, é interessante
que, durante o passeio, os estudantes fotografem as suas impressões, tragam seus
materiais e mostrem à sua comunidade escolar, para posterior troca de experiências.
A segunda etapa consiste em oferecer, aos alunos, noções sobre roteiro. Nessa
atividade,sozinhos ou em dupla, eles produzirão roteiros para a realização de curtas-
metragens. Serão trabalhadas técnicas de produção de roteiro cinematográfico. A esta
altura, o aluno já desenvolveu ou estará desenvolvendo o seu olhar sobre o objeto
histórico. Vários roteiros curtíssimos serão confeccionados, no entanto, os roteiros
filmados serão construídos, em conjunto, quando a história deverá ser discutida, sugerida
e colocada em um quadro-negro ou projetor,fazendo com que todos se sentam criadores
da história.
Serão confeccionados dois curtas-metragens: a princípio, um do grupo 1 (CEP) e um do
grupo 2 Tiradentes). Os roteiros selecionados serão preparados para a filmagem partindo
de uma carga horária com noções técnicas de audiovisual, em que a produção do filme
será realizada. Os roteiros produzidos serão guardados em local apropriado na Escola, ou
no Museu da Escola do Estado do Paraná, assim como os filmes resultantes. O Museu da
Escola do Paraná terá um espaço para Memórias Audiovisuais, que incluirá tanto
produções atuais, realizadas pela comunidade escolar, como o papel de contribuir na
salvaguarda dos materiais audiovisuais existentes na escola.
As escolas deverão disponibilizar seus computadores e telefones para o projeto. O
trabalho de produção será dividido entre toda a equipe e necessitará da realização de
contatos tanto com ex-alunos, professores, funcionários, como com colaboradores, entre
a própria equipe e consultores, se necessário.
As aulas de Noções Técnicas de Audiovisual serão realizadas por um professor da rede
publica do Estado do Paraná, instruído pela metodologia do programa, junto a um ou mais
técnicos de audiovisual cedidos pelos seguintes parceiros:
- técnicos da TV Paulo Freire;
- técnicos da TV eParaná;
- estagiários da FAP e da PUC, instruídos metodologicamente e com a participação de
algum dos professores internos ao projeto CINEMEMÓRIA, com saber audiovisual, (Portal
Dia a Dia Educação, DEB ou TV Paulo Freire), desde que tenham conhecimentos
metodológicos internos ao programa.
Esses profissionais, em conjunto com os professores e alunos, pensarão nos locais e
objetos envolvidos na composição das cenas. Assim como o roteiro, a decupagem será
realizada conjuntamente. Cada aluno se responsabilizará por todo o processo, porém o
dever de lembrar ou trazer elementos necessários à filmagem serão distribuídos. Após a
experiência das fotografias e dos vídeos curtíssimos produzidos no processo,
perceberemos diferentes interesses. Juntamente com os profissionais da área técnica, os
alunos terão oportunidade de operar a câmera, observar a luz, integrando-se ao processo
de forma que todos manipulem a câmera e conheçam as demais áreas cinematográficas.
O mesmo deverá ocorrer no processo de edição de vídeo e som.
Em uma segunda etapa, a escola, com a ajuda do programa, incentivará a continuidade
da produção dos vídeos, de forma que a partir da formação metodológica dos alunos de
cinema e comunicação da FAP e PUC e, ainda, pelos próprios alunos do Curso de
Audiovisual do CEP, o trabalho tenha continuidade nas escolas, a partir de uma parceria
de estágio, porém sempre assessorado pelos responsáveis pelo Projeto CINEMEMÓRIA
e pelo Grupo de Trabalho de Preservação do Patrimônio Histórico Escolar.
Os equipamentos, o transporte, bolsas de pesquisa e extensão, alimentação e estrutura
física serão fornecidos, no decorrer do projeto, pelas Secretarias de: Educação, Cultura e
Administração do Estado do Paraná à escola envolvida, bem como estabelecidas outras
parcerias.

POSSÍVEIS PARCERIAS

- Cinemateca Francesa/Alan Bergala

- Projeto “Imagens em Movimento”, coordenado por Ana Dillon– RJ


(http://www.imagensemmovimento.com.br/)

- Cinemateca de Curitiba/Solange Stecz

- DITEC: TV Paulo Freire do Estado do Paraná, Portal Diaa Dia Educação

- TV e-Paraná

- Faculdade de Artes do Paraná

- Pontifícia Universidade Católica do Paraná

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