Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1) Estudo de Homogeneidade
Em geral, os resultados de um estudo de homogeneidade são avaliados pela análise de
variância (ANOVA),1,2 que permite calcular o desvio padrão entre as unidades de um material de
referência (sbb) e o desvio padrão da repetitividade do método de medição (sr). Os exemplos
apresentados neste tópico ilustram como estes desvios padrão são utilizados para o cálculo da
incerteza inerente à homogeneidade do material de referência certificado (MRC).
Para se entender como a tabela de ANOVA é gerada, recomenda-se a leitura da referência 1.
Para se habilitar o software Excel para o cálculo da ANOVA em versões do Office
anteriores ao Office 2007 deve-se seguir os seguintes passos:
Para se habilitar o software Excel para o cálculo da ANOVA no Office 2007 deve-se seguir
os seguintes passos:
1
Curso: Produção e Certificação de Materiais de Referência
Janaína Marques Rodrigues – Inmetro/Dimci/Dquim - Fevereiro/2012
Total 7861,65 53
MQ entre
− MQ
dentro
Equação 1
s bb
=
n
Substituindo os valores da Tabela 2:
2
Curso: Produção e Certificação de Materiais de Referência
Janaína Marques Rodrigues – Inmetro/Dimci/Dquim - Fevereiro/2012
sbb
% H = ⋅ 100 Equação 2
médiageral
Sendo a média geral equivalente a 318,31 mg/kg, o %H é igual a 1,66 %. Este valor é a
contribuição da heterogeneidade das amostras (do lote em estudo) para a incerteza de uma amostra
(uma unidade do MRC).
sr = MQdentro Equação 3
sr = 11,02 mg/kg
Aqui a repetitividade do método não se limita somente ao equipamento, mas sim a todo
tratamento que é dado à amostra (unidade do MRC) que está sendo estudada.
O desvio padrão entre as amostras é calculado pela Equação 1, sendo sbb = 0,147 IU/L, que é
equivalente a 0,22 % (Equação 2).
3
Curso: Produção e Certificação de Materiais de Referência
Janaína Marques Rodrigues – Inmetro/Dimci/Dquim - Fevereiro/2012
A repetitividade do método é calculada pela Equação 3, sendo sr = 1,28 IU/L, que é
equivalente a 1,89 %.
É importante observar que sr > sbb, ou seja, a repetitividade do método é mais significativa
que a variação entre as amostras calculada pela Equação 1. Neste caso, é mais conveniente calcular
o desvio padrão entre as amostras, considerando a contribuição da repetitividade do método para a
heterogeneidade, o que é feito pela Equação 4.
MQ dentro 2
Equação 4
u bb
=
n
⋅4
gl MQdentro
1,63 4 2
u bb
=
6
⋅
100
Sendo a variação inicialmente estimada entre as amostras (sbb = 0,147 IU/L) menor do que a
influência do desvio padrão da repetitividade na heterogeneidade (ubb = 0,196 IU/L), este valor é
utilizado como o limite máximo para a heterogeneidade das amostras, logo a incerteza inerente à
homogeneidade é ubb = 0,196 IU/L.
O Valor de F deve ou não ser utilizado como critério para definir se um lote de material de
referência candidato a certificação é ou não homogêneo?
Em busca desta resposta, a seguinte consulta foi enviada a um especialista membro do ISO
REMCO:
Dear,
I was studying ISO GUIDE 35 and I would like to check with you if the following
interpretation of ISO GUIDE 35 approach is correct: The homogeneity of the material should be
checked by ANOVA (two-way or one-way depends on the variables). So, with the ANOVA table
(from two-way ANOVA or one-way) the sbb and the sr are calculated. The ubb (uncertainty related to
homogeneity) is calculated combining sbb and sr.The decision if the material is or not homogeneus
comes from the contribution of ubb to the certified property value, from how much ubb impact on
the certified value of the material and not from the F test. So, is this interpretation correct? If yes, is
there any criterion to evaluate the uncertainty of analysis? For example, for a RM used in
proficiency testing, ISO 13528 gives the "not more than 30% of the overall uncertainty" criterion.
Do you think that it is also applicable to CRM?
Make sure that your answer will be very useful for us.
I would like to thank you in advance.
Kind regards,
Janaína.
4
Curso: Produção e Certificação de Materiais de Referência
Janaína Marques Rodrigues – Inmetro/Dimci/Dquim - Fevereiro/2012
Resposta:
Dear Janaína,
Regarding the issue concerning homogeneity, ISO Guide 35 is telling you to determine u(bb),
which can be taken as the s(bb) from an ANOVA. There is no need to combine the s(bb) from the
ANOVA with anything else in order to estimate the contribution to the uncertainty of the assigned
value, unless your homogeneity test is suffering from poor repeatability. The F-test tells you only
whether the repeatability of the experiment was sufficient to demonstrate inhomogeneity; it does
not necessarily tell you that the material is homogeneous!
Regarding the 30 % in ISO 13528, this figure is based on the deliberation that if s(bb) is less than
30 % of the uncertainty of the assigned value, s(bb) does not need to be taken into account as it
vasnishes when combining the uncertainty components. If feasible, you may want to use this
criterion to set a target for your batch sample preparation; it is important however to realise that for
some RMs it is not possible to meet this criterion. Failing the criterion does not mean that the RM is
not useful; it only means that there is some contribution from the batch inhomogeneity.
Best wishes,
Especialista membro do ISO REMCO
É importante observar que o método a que o artigo4 se refere, é a ANOVA de uma forma
abrangente, considerando a contribuição dos desvios, e não somente o teste F.
As Figuras 1, 2, 3 e 4 retratam exemplos de estudos de homogeneidade onde a
heterogeneidade das unidades dos candidatos a MRC é comparada com a incerteza de certificação.5
5
Curso: Produção e Certificação de Materiais de Referência
Janaína Marques Rodrigues – Inmetro/Dimci/Dquim - Fevereiro/2012
6
Curso: Produção e Certificação de Materiais de Referência
Janaína Marques Rodrigues – Inmetro/Dimci/Dquim - Fevereiro/2012
7
Curso: Produção e Certificação de Materiais de Referência
Janaína Marques Rodrigues – Inmetro/Dimci/Dquim - Fevereiro/2012
1.4) Exemplo 04: Formato alternativo para um estudo de homogeneidade entre amostras
(between-bottle homogeneity).3
2 2
uc ( bb ) = sbb + s r Equação 5
8
Curso: Produção e Certificação de Materiais de Referência
Janaína Marques Rodrigues – Inmetro/Dimci/Dquim - Fevereiro/2012
Desvantagens do uso desta forma alternativa:
2) Estudo de Estabilidade
Para se habilitar o software Excel para o cálculo da ANOVA em conjunto com a análise de
regressão em versões do Office anteriores ao Office 2007 deve-se seguir os seguintes passos:
Para se habilitar o software Excel para o cálculo da ANOVA em conjunto com a análise de
regressão no Office 2007 deve-se seguir os seguintes passos:
9
Curso: Produção e Certificação de Materiais de Referência
Janaína Marques Rodrigues – Inmetro/Dimci/Dquim - Fevereiro/2012
A Tabela 6 é a tabela de ANOVA com a análise de regressão. Nesta tabela os coeficientes b1
e b0 estão nominados como Variável X 1 e intercessão, respectivamente.
u estab . = s ( b 1 ) ⋅ t Equação 6
Assim,
10
Curso: Produção e Certificação de Materiais de Referência
Janaína Marques Rodrigues – Inmetro/Dimci/Dquim - Fevereiro/2012
Tabela 6: Análise de regressão dos dados de estabilidade para as amostras de etanol a partir do software Excel:
RESUMO DOS RESULTADOS
Estatística de regressão
R múltiplo 0,13534311
R-Quadrado 0,01831776
R-quadrado ajustado -0,47252336
Erro padrão 0,00017515
Observações 4
ANOVA
gl SQ MQ F F de
significaç
ão
Regressão 1 1,14E-09 1,14E-09 0,0373191 0,864656
Resíduo 2 6,14E-08 3,07E-08
Total 3 6,25E-08
RESULTADOS DE RESÍDUOS
11
Curso: Produção e Certificação de Materiais de Referência
Janaína Marques Rodrigues – Inmetro/Dimci/Dquim - Fevereiro/2012
2 0,08906682 -0,00017
3 0,08907991 0,00017
4 0,08909953 -5E-05
12
Curso: Produção e Certificação de Materiais de Referência
Janaína Marques Rodrigues – Inmetro/Dimci/Dquim - Fevereiro/2012
3) Caracterização
A análise de variância (one-way layout) foi utilizada para o tratamento dos dados da
Tabela 7.
13
Curso: Produção e Certificação de Materiais de Referência
Janaína Marques Rodrigues – Inmetro/Dimci/Dquim - Fevereiro/2012
A
Tabela 8 apresenta os resultados.
Fonte da SQ gl MQ
variação
Entre grupos 388,64 11 35,33
Dentro dos 76,45 60 1,27
grupos
Total 465,09 71
i =1
Onde:
e
MS among − MS within 35,33 − 1,27
sL2 = = = 5,68 Equação 11
n0 6
14
Curso: Produção e Certificação de Materiais de Referência
Janaína Marques Rodrigues – Inmetro/Dimci/Dquim - Fevereiro/2012
4) Bibliografia
1
Miller, J. C. e Miller, J. N., Statistics for Analytical Chemistry, 3a edição, Ellis
Horwood Series in Analytical Chemistry.
2
ISO-Guide 35. Reference materials - General and statistical principles for certification.
Third edition. 2006.
3
Van der Veen, A.M.H.; Linsinger, T.; Pauwels, J. Uncertainty calculations in the
certification of reference materials. 2. Homogeneity study. Accreditation and Quality
Assurance. 6:26-30, 2001.
4
Van der Veen, A.M.H.; Pauwels, J. Uncertainty calculations in the certification of
reference materials. 1. Principles of analysis of variance. Accreditation and Quality
Assurance. 5:464-469, 2000.
5
Pauwels, J.; Lamberty, A.; Schimmel, H. Homogeneity testing of reference materials.
Accreditation and Quality Assurance. 3:51-55, 1998.
15