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PORTUGUÊS - gramática

Complementos
Complemento do nome
- É selecionado pelo nome que o antecede completando o seu sentido
- É introduzido por uma preposição
- Não pode ser suprimido
Ex: O desejo de paz prevaleceu.

Complemento do adjetivo
- É selecionado pelo adjetivo que o antecede – completa o seu sentido
- É introduzido por uma preposição
- Pode ser opcional ou obrigatório quando sem ele a frase perde o sentido
Ex: És difícil de contentar.

Complemento direto
- Pode ser substituído por: o, a, os, as, isso
Ex: A Filipa comeu a tarte. – A Filipa comeu-a.

Complemento indireto
- pode ser substituído por lhe ou lhes
Ex: O Gil escreveu à namorada. O Gil escreveu-lhe.

Complemento oblíquo
- Não pode ser substituído por nenhum pronome
Ex: Todos gostamos de chocolate. / O campeonato decorreu cá.

Complemento agente da passiva


- Surge numa frase passiva
- Está no grupo preposicional iniciado por “por”
- Na frase ativa desempenha sujeito
Ex: O jogo foi ganho por Portugal.

Predicativos

Predicativo do sujeito
- É exigido por verbos copulativos – ser, estar, ficar, permanecer, …
- Não pode ser substituído por nenhum pronome
Ex: A tarte está boa!

Predicativo do complemento direto


- Aparece depois dos verbos – achar, julgar, nomear, …
- Verbos que pedem o c.d. e uma expressão que complete o sentido do verbo e do c.d.
Ex: Ele achou a tarte muito boa!

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Orações Subordinadas Substantivas
Substantiva completiva
- Que, para, se
- É sujeito ou complemento de um verbo, nome ou adjetivo
Ex: Todos sabemos que a Leonor não quer estudar mais. / O jornalista afirmou que desconhecia o caso.

Substantiva relativa
- Como, quem, o que, onde, quando
Ex: Quem canta os seus males espanta. / Encontro respostas onde menos espero.

Orações Subordinadas Adjetivas


Adjetiva relativa restritiva
- Que
- Função de restringir a informação dada sobre o antecedente
Ex: Os textos que escreveu na prisão retratam o Estado Novo. / Vou passar férias com os tios que vivem na Escócia.

Adjetiva relativa explicativa


- Que
- Informação adicional sobre o antecedente
Ex: As viagens, que fazem bem alma, não são o meu passatempo favorito.

Orações Subordinadas Adverbiais


Adverbial causal
- Porque, visto que, uma vez que, já que
- Exprimem a razão, a causa, o motivo do evento descrito na oração subordinante
Ex: Uma vez que a praia está deserta, a Ana dança à vontade.

Adverbial comparativa
- Como, tal como, conforme, que nem
- Segundo elemento de uma comparação
Ex: Ela toca tão bem como a irmã.

Adverbial concessiva
- Embora, ainda que, mesmo que, se bem que
- Ideia de oposição/ contraste
Ex: A Maria foi correr, embora estivesse frio.

Adverbial condicional
- Contando que, a não ser que, se, salvo se, caso, caso de
- Exprime uma condição
Ex: Vamos ao parque aquático se não tiveres medo de alturas.

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Adverbial consecutiva
- Que, de tal modo que, de tal maneira que, tão... que
- Indica uma consequência
Ex: O livro era tão interessante que o li em dois dias.

Adverbial temporal
- Quando, mal, depois, logo que, enquanto, assim que
- Estabelece a referência temporal
Ex: Dá-me uma ajuda quando puderes.

Adverbial final
- para que, a fim de que, com a finalidade de
- Exprime a intenção, a finalidade
Ex: eu comprei-o para que faças trabalhos melhores.

Atos Ilocutórios

Assertivos
- Indicam que o locutor assume a verdade do conteúdo que vincula no enunciado
- Asserções, descrições, constatações, explicações, …
Ex: A Maria fez o exame.

Diretivos
- Traduzem a vontade do locutor em levar o interlocutor a realizar uma ação
- ordens, pedidos, convites, sugestões, perguntas, …
Ex: Proíbo-te que faças isso.

Compromissivos
- exprimem um compromisso locutor em relação à realização de uma futura ação que pode afeitar o
interlocutor de forma positiva
- promessas, juramentos, …
Ex: Ligo-te logo.

Expressivos
- expressam sentimentos, emoções, estados de espírito do locutor
- agradecimentos, congratulações, condolências, desculpas, ... Desculpa
Ex: Que lindo casaco!

Declarativos
- exprimem uma realidade criada pelo próprio ato de fala sendo inquestionável a autoridade do locutor. Estão
associados a atos sociais
- casamentos, batismos, nomeações, demissões, condenações, …
Ex: Está aberta a audiência.

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Valor Aspectual

Valor perfectivo
Apresenta situações concluídas o pretérito perfeito simples está associado a este valor, assim como os verbos
auxiliares acabar de, deixar de, parar de
- a Ana comeu um gelado
- gostei muito de ti
- finalmente, acabei de ler Os Maias

Valor imperfectivo
A situação é apresentada como não concluída, prolongada no tempo. O pretérito imperfeito e os verbos auxiliares
aspetuais estar a ou andar a constroem este valor
- a criança chorava copiosamente
- os alunos estudavam para o teste, quando se ouviu um estrondo
- ando a ler o Memorial do Convento
- o meu pai está a lavar a louça

Valor genérico
A situação descrita no enunciado é atemporal e atribui propriedades permanentes a uma entidade ou classe, ou
mesmo a outras situações. Este valor pode ser dado pelo presente ou pelo pretérito imperfeito.
- os cães gostam de ir à rua
- os dinossauros eram répteis
- a baleia é um mamífero
- quem vai ao mar perde o lugar
- dormir a sesta é muito saudável

Valor habitual
A mesma situação é repetida no tempo com a frequência suficiente para que se possa considerar um hábito ponto
expressões adverbiais como sempre, frequentemente, normalmente. Estruturas quantificadas como todas as
semanas, duas vezes por dia, … Verbos aspetuais como costumar
- levanto-me cedo todos os dias
- costumo ler antes de dormir
- bebo café três vezes por dia

Valor iterativo
A repetição da situação descrita pelo enunciado não é sistemática nem ocorre com frequência suficiente para que se
possa considerá-la um hábito. É construído pela interação de eventos com expressões adverbiais como
ocasionalmente, ultimamente, de vez em quando, agora, naquele dia. Com estruturas quantificadas como duas vezes,
muitas vezes. Com pretérito perfeito composto ou com verbos auxiliares aspetuais
- como marisco ocasionalmente
- naquele dia, o João foi três vezes para a rua
- o professor tem faltado às aulas

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Coesão textual gramatical

Referencial

Anáfora
Os termos anafóricos retomam o antecedente e respetivo valor, mantendo-o ativo
- Ao sair da escola, encontrei o Luís e ele disse-me que o seu médico o atendeu rapidamente

Catáfora
Os termos correferentes surgem antes d elemento que indica o referente do discurso
- Após a consulta e o que nela lhe fora dito, o jovem sossegou.

Elipse
Os termos não surgem realizados, subentende-se a presença de uma retoma, mas a cadeia de referência é formada
por espaços vazios
- O Armando foi à consulta e (-) sossegou.

Correferência não anafórica


Utilização de duas ou mais expressões relativas ao mesmo referente sem que nenhuma dependa da outra
- O pequeno gato aventurou-se no mundo. A cria ganhou liberdade.

Frásica
Liga os constituintes de uma operação/ frase simples de modo a torná-los unos
Processos:
a. Ordenação das palavras e das funções sintáticas
b. Concordância em género e/ ou número de palavras
c. regências
d. Presença de complementos exigidos pelo verbo
Ex: Os meus vizinhos candidataram-se a um emprego em França. -> frase coesa

Interfrásica
Liga frases simples, complexas e parágrafos, garantindo a unidade semântica e traduzindo as diversas dependências
Recorre:
a. Coordenação - sindética e assindética
b. Subordinação
c. Conectores e organizadores do discurso
d. Pontuação
Ex: Decidi sair cedo, mas não cheguei a horas porque fiquei preso no trânsito. / No Natal, a Lurdes ofereceu uma
boneca à filha, dedicou um poema à mãe e preparou a ceia com o marido.

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Temporal
Os acontecimentos são apresentados de acordo com uma lógica de ordenação temporal, numa sequência que
respeita o conhecimento do mundo que é partilhado pelos falantes
É conseguida através:
a. Do uso correlativo dos modos e tempos verbais
b. Do recurso a advérbios e/ ou locuções adverbiais
c. Expressões preposicionais com valor temporal
d. Do uso de datas e marcas temporais
e. Recurso a articuladores indicadores de ordenação
Ex: Tinha decidido sair cedo, mas não cheguei a horas porque fiquei preso no trânsito

Coesão textual lexical

Repetição da mesma palavra ou na sua substituição por outras que com ela se relacionam.
Processos:
a. Repetição - A criança é a força do mundo. A criança é a expectativa de renovação e é na criança que está o
futuro.
b. Sinonímia/ antonímia – adoro as lembranças que certos odores despertam. Os cheiros do mar e da areia
trazem-me memorias. / Ao ver a caixa cheia, desejava que já estivesse vazia.
c. Hiperonímia/ hiponímia - certos ossos do corpo são mais vulneráveis. O fémur, por exemplo, exige mais
atenções.
d. Holonímia/ meronímia - Naquela casa tudo a atraía. Os quartos luminosos, as salas coloridas, a cozinha
espaçosa, …

Dêixis
Pessoal - Eu estava em minha casa quando ligaste.
Temporal – Ontem, depois do jantar, vi o Telejornal, como sempre.
Espacial – Passa-me esse livro que está ao lado da jarra, por favor.
Textual – a ideia antes exposta... / como se referiu no capítulo anterior... / veremos seguidamente...

Palavras

Convergentes
Partem de étimos diferentes, mas a certa altura da sua evolução assumem formas coincidentes
- VADUNT - vão - forma verbal
VANU - vão - adjetivo

Divergentes
Palavras que apesar de diferentes têm a origem no mesmo étimo
- PLANU - chão
- plano

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