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KESEN H A BIBLIOGRÁFICA*
(* )A s resenhas tem áticas do BIB são feitas por encom enda e constituem , portanto, trabalhos
inéditos.
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. . . “ A força concentrou-se nas mãos dos funcionais e morais, adotando a tese fundam en
senhores rurais. Donos das terras. Donos dos tal de que a divisão do trabalho social acarreta
hom ens. Donos das m ulheres” , (p. LXVIII) diminuição das funções atribuídas à fam ília. Do
ponto de vista estrutural, a fam ília se caracteri
À fam ília form a um grupo hierarquicam ente za por um a configuração cm círculos concên
organizado, segundo um a dom inação do branco tricos. Ao centro, um núcleo legal, constituído
sobre o negro, do hom em sobre a m ulher, do do casal branco c seus filhos legítim os. Tem por
adulto sobre a criança. fundam ento o interesse na preservação da posi
C onstitui um grupo extenso form ado pelo ção social c dos bens econôm icos. Ao redor des
patriarca, sua m ulher e concubinas e vasta rede te núcleo, um a periferia “ nem sempre bem de
de parentesco. Parentes consangüíneos reconhe lineada, com posta de escravos, agregados, ín
cidos pelo lado paterno e m aterno, padrinhos e dios, negros ou mestiços, nos quais se incluem
afilhados, dependentes e escravos, m antidos por as concubinas dos chefes e seus filhos legíti
laços de sangue e com padrio num complexo sis m os” ; é nesta esfera que ocorre a satisfação
tem a de obrigações e lealdades. G. Freyre, ado em ocional e onde a procriação ocorre mais fre
ta as teses culturalistas de Franz Boas, “num a qüentem ente. A interdependência entre centro
interpretação pessoal e subjetiva” . Pregando os e periferia acarreta um a contra corrente de irre
benefícios da miscigenação, enfatiza as relações gularidades na qual “ sob o m anto da austeri
afetivas entre senhores e escravos, em detrim en dade patriarcal, desenvolvia-se um sistema com
to das relações de oposição e conflito, e atribui pensatório de relações entre cunhados, primos,
à fam ília “ patriarcal ou tutelar o principal ele padrinhos e afilhados e a tolerância era m uito
m ento sociológico da unidade brasileira” . grande, já que aspectos emocionais não eram
A tese sociológica im plícita em G- Freyre é suficientes para justificar ruptura na fam ília,
que o desenvolvimento urbano acarreta uma dado que ela não era prioritariam ente um sis
dim inuição da im portância da fam ília n a socie tem a afetivo e sexual como é hoje” . Além da
dade. A generalização, paia o conjunto da so fam ília legal e sua periferia, existe na sociedade
ciedade, de peculiaridades encontradas entre um terceiro segm ento, não fam iliar, constituído
segm entos sociais dos engenhos de açúcar do de um a massa de indivíduos socialm ente degra
N ordeste e a apresentação desordenada de da dados que se reproduzem ao acaso, vivendo sem
dos em píricos que têm por referência a socio norm as regulares de conduta.
logia, a antropologia, a psicanálise, o folclore, a A fam ília legal, ainda segundo A. Cândido, é
cozinha, a etnografia, não foram obstáculos o grupo dom inante na organização social e p olí
para que se form asse, a partir destes trabalhos, tica da colônia. Ela é autônom a e corresponde a
um a imagem sobre a fam ília brasileira que mar um a econom ia que exige “ em larga escala inicia
ca a literatura especializada até hoje. tiva e comando de mão-de-obra escrava” . A au
Passados quase 50 anos d a prim eira publica toridade do chefe tem sua com plem entariedade
ção de Casa Grande e Senzala, algumas teses do nas atividades da m ulher que, em bora subor
autor acham-se com pletam ente superadas. Pes dinada ao m arido, exerce funções de mando nos
quisas sobre as relações raciais questionaram serviços dom ésticos, no controle dos escravos
profundam ente as colocações de dem ocracia ra da casa, na educação dos filhos. Neste ponto,
cial, enquanto as críticas de Moreira Leite Cândido contrapõe-se a G. Freyre, que descreve
(1967), M otta (1973) e Ortiz (1978) dem ons a m ulher branca como submissa, indolente,
traram de que m aneira as colocações de G. doentia e inútil. Na periferia do núcleo, os indi
Freyre estavam vinculadas ao pensam ento con víduos vivem na dependência da fam ília legal,
servador. Apesar da ambigüidade e da contro podendo dela desligar-se para constituir famílias
vérsia, no q u e se refere à fam ília, a o b ra de G. regulares, q u e p o r sua vez, vão constituir os seg
Freyre, perm anece como a prim eira visão secu m entos mais pobres da população.
lar das classes dom inantes brasileiras sobre a N a m edida em que ocorrem a urbanização, a
fam ília, num m om ento em que predominava, industrialização, a proletarização, a imigração e
nestes segm entos, a concepção católica do te a aculturação, a fam ília perde progressivamente
ma- É a partir destas colocações que se esboça suas funções políticas e econôm icas, orienta-se
um quadro que procura explicitar m elhor os para o tipo conjugal e para funções de procria
traços das fam ílias brasileiras no passado. ção e disciplina do impulso sexual com privilé
Cândido (1951), em trabalho sociológico gio das funções afetivas. Quanto aos valores,
que tom a como referência a região Centro-Sul, apesar da individualização crescente, com as
especialm ente a área d e influência paulista, faz m udanças nas relações d e trabalho e n a posição
um a revisão das colocações d e G. Freyre e ca da m ulher, persiste ainda .a separação entre os
racteriza a fam ília em seus aspectos estruturais, sexos, a dupla moral, o sentim ento de proprie
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dade vigente n a dom inação do hom em sobre a mais tradicional” (p. 8). O enfoque do tema
m ulher n a condenação do adultério feminino e centrado n a teoria d a m odernização de D. Ler-
no estereótipo do machismo. ner, enfatizando entre ou tro s aspectos a difusão
As proposições explicitadas por Cândido são de norm as racionais seculares, a m obilidade so
tam bém desenvolvidas p o r Nogueira (1962), no cial, física e psíquica dos indivíduos dá os parâ
estudo m onográfico de Itapetininga, onde são m etros e os lim ites do trabalho. E sta teoria
analisadas as relações fam ília/com unidade, num implica na tese de que a preponderância da fa
dos m elhores trabalhos sociológicos sobre o m ília se perde n a passagem do tradicional para
tema. Os artigos de Willems (1954), que enfatiza o m oderno. Assim, em bora o trabalho de histo
aspectos culturais e de Azevedo (1966), que faz riografia seja cuidadoso e bem feito, a análise se
um a tipologia de fam ília, tam bém endossam as prende a opções individuais no interior da fam í
colocações de Cândido, ressaltando, porém , a lia e não n a lógica interna das opções familiares
pouca atenção dada à fam ília conjugai que se diante do complexo conjunto de interesses que
form a n a periferia das grandes fam ílias depois ela representa, consolida, legitim a e m istifica,
do período colonial. num a idéia de unidade fam iliar que visivelmente
Mais recentem ente, Freire Costa (1979), não é a mesma no decorrer do tem po, como
confirm ando a tese de que “ a fam ília se trans deixa o a u to r entrever n a apresentação dos da
form a n a instituição conjugal e nuclear, carac dos da pesquisa.
terística de nossos tem pos” (p. 13), analisa a
■Em todos estes autores persiste a tese de que
em ergência dos valores e norm as referentes à
a fam ília é im portante n a organização sócio-po-
fam ília burguesa no Brasil, no decorrer do sé
lítica d a sociedade agrária do passado, mas fal
culo XIX, através de preceitos e norm as m édi
tam parâm etros que definam as articulações da
cas q u e dizem respeito à educação higiênica que
fam ília com a estru tu ra social. Pereira de Quei
“ progressivam ente vão reduzindo as condutas
roz (1975), ao estudar o coronelism o, vai apre
sexuais masculinas e femininas às funções senti
sentar um a prim eira caracterização d a estrutura
m entais d e ‘pai’ e ‘m ãe’.” Utilizando a m etodo
da fam ília associada à e stru tu ra de poder no
logia de M. F oucault, o autor se preocupa em
que denom ina de parentelas brasileiras1. A pa
desvendar como a “norm alização dos sentim en
rentela brasileira assemelha-se à organização clâ-
tos e das condutas produzidas pela ordem m é
nica, mas difere desta porque “ faz parte de um
dica, centrada em preocupações com o corpo, o
complexo sócio-econômico em que a cidade
sexo e o intim ism o psicológico, emergem como sempre foi elem ento fundam ental porque sede
form a de dom inação, de poder, de m anutenção
de poder político ” . A parentela tem três aspec
e reprodução d a ordem social burguesa” . A lei tos interligados, o político, o econôm ico e o de
tura de Freire Costa, deixa um a fo rte impres parentesco que, num a sociedade pouco diferen
são, pois reforça em sua generalidade um este ciada como a sociedade agrária brasileira, tinha
reótipo de fam ília brasileira que perm eia a lite
características próprias: organizavam-se umas
ratura especializada e que provavelm ente faz
em função das outras num sistem a de pirâ
parte do imaginário, do “ universo citadino bra
mides que determ inavam , com base no corone
sileiro” , para usar palavras do autor. R esta veri
lismo, a estru tu ra de poder, desde a esfera local,
ficar, no entanto, se esta norm a é concretam en-
até a esfera federal. A indiferenciação da socie
te efetivada pelos diferentes segm entos d a socie
dade era fa to r tam bém de fragilidade dos laços,
dade. A ordem médica e a n orm a fam iliar, por
e os critérios de acesso ao poder eram basica
si só, parecem insuficientes para explicar o sen
m ente a fortuna, o casam ento e a instrução, e
tido e o significado d a e stru tu ra e organização
não necessariam ente a herança. Solidariedade e
das diferentes fam ílias no contexto d a socieda
conflito marcavam as relações no interior das
de agrária brasileira do passado.
parentelas e a prim eira se tom ava forte diante
Já o brazilianist Darrel E. Levi (1974), ques
de um inimigo e x te rn o , diante do qual se devia
tiona o modelo patriarcal ao relacionar o papel
lutar para sobreviver. As brigas entre parentelas
da fam ília Prado, enquanto fam ília de elite, na
fundam entava a solidariedade vertical interna,
m odernização da sociedade, no período de
evitando lutas do inferior contra o superior no
1840/1930. Chega a conclusões interessantes,
interior d a parentela.
tais como, a verificação que a “ base da socie
dade fam iliar está no esforço econôm ico” , que As lutas de fam ílias,2 que caracterizavam a
a estru tu ra fam iliar era dinâm ica e flexível, que sociedade agrária brasileira até a l . a República,
não havia dom inação absoluta nem dos hom ens, são assim explicitadas pelas disputas de poder
nem dos mais velhos e que a busca de elem entos que envolvem amplos grupos de parentela, no
m odernizadoies “ causou a dim inuição de influ que é denom inada a sociedade coronelista bra
ência que a fam ília havia ganho n a sociedade sileira.
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O crescimento dem ográfico, a urbanização e vai contrariar sensivejmente o modelo patriar
industrialização, a dinâm ica de m ultiplicação de cal. Santos Abreu (1979) faz um relato d a ocu
trabalhos e serviços, dim inuíram o poder dos pação da área do Paranapanem a, no Estado de
chefes locais e fizeram com que se iniciasse a São Paulo, levando em consideração a atividade
decadência das parentelas, “que está atualm ente econôm ica — eram fam ílias criadoras de gado —
em curso” , isto porque, os grupos familiares de e a progressiva legitimação da posse da terra
camadas elevadas, com preendendo que seus depois de 1850, o que perm ite estabelecer inda
interesses estavam interligados, passam a se o r gações sobre as relações familiares num o utro
ganizar em associações patronais, associando-se contexto social, ainda não descrito n á sociedade
no cam po econôm ico e definindo, a p a rtir daí, brasileira. Nizza da Silva, por sua vez, começa a
as relações de oposição e de classe. explorar um aspecto até hoje praticam ente
O quadro das fam ílias apresentado p o r P e -. ignorado n a bibliografia, os sistemas d e casa
reira de Queiroz é confirm ado e explicitado, em m ento no perío d o colonial (1976) e os ca
alguns aspectos, num a análise historiográfica sam entos entre escravos (1980).
que Lewin (1979) faz sobre o sistema de paren Assim, a unidade fam iliar e de parentesco na
tesco das fam ílias de elite da Paraíba, no pe sociedade agrária parece flexível e diversificada;
río d o de 1889 a 1930. Ao estudar a descen esboça-se um quadro variado e m últiplo onde a
dência bilateral e o casam ento endogâm ico, a associação entre sistemas de produção e rela
autora m ostra como a oligarquia dos coronéis ções familiares perm itira avaliar a extensão e a
que form ava “ três dezenas de parentelas” , re im portância d a fam ília patriarcal, descrito em
corria às alianças m atrim oniais entre- parentes Casa Grande e Senzala e redim ensionar a im por
como recurso para im pedir a fragm entação do tância e o significado das famílias n a estrutura
patrim ônio, reforçar a coesão do grupo familiar social da sociedade agrária do passado.
e m anter o m onopólio econôm ico e político na
região. O exam e de cerca de mil casam entos em
4 gerações perm itiu chegar à conclusão que cer II — Os E studos d e Família na Sociedade Bra
ca d e dois terços dos casam entos endogâmicos sileira do Presente
ocorriam entre prim os patri ou m atrilaterais, fi
lhos de irmãos, porque “ um a ligação com prim o Esta segunda área reúne trabalhos que po
paralelo patrilateral define a estru tu ra familiar dem ser classificados segundo sua tem ática em:
de autoridade”. As m ulheres casavam-se prefe estudos de com unidade, pesquisas sobre m u
rencialm ente com parentes do lado m aterno. As dança social, dinâm ica populacional e força-de-
uniões com prim os cruzados garantem um a rela trabalho, parentesco e representações.
ção de dependência de estratos inferiores na Os estudos d e com unidade têm com o deno
parentela. A tia paterna teria tendência a ca m inador com um o pressuposto da unidade har
sar-se fora, n a facção oposta, o que era uma m oniosa dos pequenos grupos e a adoção das
m aneira de dim inuir conflitos im plícitos entre teses d e perda progressiva de funções com a
parentelas, enquanto o tio paterno casava-se no nuclearização d a unidade familiar. C ontém des
interior do próprio grupo. Conclui a autora que crições sociográficas bastante ricas e variadas
este sistem a de parentesco flexível facilitava a sobre habitat, vida econôm ica, familiar, polí
perpetuação d a elite econôm ica e, o que é mais tica e religiosa d e localidades situadas nas m ais,
im portante, a perm anência de pequenos grupos diversas regiões brasileiras3 e, por isso, consti
no poder. A tendência ao casam ento endo tuem fonte de referência im portante sobre a
gâmico, dim inuiu sensivelm ente no início do vida social d e pequenos núcleos no interior e
século e o casam ento fora da parentela foi ainda do litoral brasileiro. Foram utilizados como
um a m aneira de m anter o poder político. O sis fo n te de dados, entre outros, por Azevedo
tem a de parentesco é com preendido assim, den (1966) para fazer um a tipologia de fam ílias
tro da estru tu ra social e com plem entar a outros brasileiras, por Wagley (1964) para estudar al
arranjos institucionais. gumas características da parentela nas camadas
O utros trabalhos de historiografia, tam bém inferiores; p o r D urham (1973) para reconsti
recentem ente publicados, vão perm itir delinear tu ir a vida de grupos m igrantes no local de ori-
um quadro mais diversificado das fam ílias na .gem e mais recentem ente por Oliveira (1979)
sociedade agrária do passado. Ram os (1978), para analisar aspectos sociológicos referentes
faz interessante estudo em 4 cidades de Minas à fertilidade.
Gerais no período de 1804/1830 e verifica que Os estudos sobre m udança social estão li
o núm ero de fam ílias extensas é m uito pequeno gados à teoria da m odernização e endossam,
e q u e cerca d e 40% das unidades dom ésticas todos, a tese d e nuclearização d a unidade fa
têm a m ulher como chefe reconhecido, o que miliar. Gans, Pastore e Wilkening (1970), em
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estudo efetuado na região de Brasília, encon põem então, um a variante que com plem enta a
tram os m ais altos índices de m odernism o (indi interpretação padrão acrescentando duas variá
vidualismo, decisão igualitária) entre casais de veis: a posição do grupo sob a divisão interna
classes médias urbanas. Rosen & Simmons cional do trabalho, segundo proposições da teo
(1971) num estudo efetuado em São Paulo ria da dependência elaborada por Cardoso; e,
associam a variáveis relacionadas à emergência a adaptação a padrões culturais encarados como
de concepções m odernas ao pequeno tam anho alocação de recursos de ordem m aterial e não-
do grupo familiar. Harblin (1971) verifica ainda m aterial de que dispõe um determ inado grupo
na cidade de São Paulo e arredores, que existem social. Isto posto, elaboram um conjunto de 10
diferenças no desem penho de papéis de marido hipóteses de trabalho, dentre as quais destaca
e m ulher entre operários e não-operários de em mos:
prego estável e de baixa renda; observa tam bém
um a seqüência na m udança de papéis instru 1) Na Am érica Latina, diferentem ente da
m entais para papéis expressivos na fam ília. Ro E uropa e Am érica do Norte, o grupo de
sen (1973), estudando migrantes e nativos na parentesco perm anece forte e o grau de
cidade d e São Pauto, conclui que e n tie as íaraí- dom inação não v a r â com o grau d e d o
lias m igrantes estabelecidas, pais e m ães têm pa m inação estrangeira e/ou força do Es
péis com plem entares no controle das atividades, tado.
na reorientação de valores e na atenção dada ao 2) Nos setores m odernos predom ina a nu-
desem penho dos filhos. clearização da unidade familiar enquanto
A inda nos estudos sobre m udança social, no nas classes baixas persiste a dependência
que se refere ao parentesco e no que denom i dos parentes porque os serviços públicos
nam inadequadam ente fam ílias extensas Harblin são p o u co desenvolvidos.
(1971) verifica que a rede de relações das mu 3) Nas unidades dom ésticas de classes bai
lheres é mais im portante do que a experiência xas o desemprego masculino e o subem
do m arido para a adaptação ao meio urbano en prego fem inino dão na unidade dom és
q uanto Iutaka, Bock e Berardo (1975) verificam tica à m ulher e aos filhos m aior poder,
a im portância da rede de parentesco em 6 (seis) em detrim ento da autoridade do pai.
cidades brasileiras e Rosen & Berlinck (1971)
estudando cinco cidades d e tam anho e indus A reform ulação proposta tem ainda a nuclea-
trialização diferente atribuem a persistência das rização da fam ília com o m odelo de interpreta
relações com parentes à urbanização intensa ção, não se preocupando com a especificidade
não acom panhada de rápida industrialização. e dinâm ica da unidade fam iliar e sua articulação
T odos estes trabalhos sobre m udança social com a estrutura social; traz im plícito um a valo
utilizam as mesmas teses, a mesma m etodologia rização diferencial da sociedade cujo critério é
e têm com o preocupação fundam ental avaliar baseado na autonom ia, no grau de riqueza e no
as divergências ou diferenças entxe os dados em avanço tecnológico. O pesquisador vai associar
píricos e o m odelo d e fam ília conjugal consi variáveis e redim ensionar o grau de aproxim a
derado característico das sociedades industria ção de seus dados ao m odelo de fam ília conju
lizadas. Para estes autores a urbanização, indus gal considerado universal. As críticas de Lenero-
trialização, a migração associada à individuali Otero (1977) e Michel (1972) m ostraram a in
zação progressiva fizeram o controle da produ suficiência desta interpretação para abordar as
ção passar gradualm ente da fam ília para em pre fam ílias nas sociedades industrializadas. Fica
sários capitalistas e para o E stado; com isto as em aberto a questão de interpretações alterna
relações de parentesco enfraqueceram , a fam í tivas para estudar a fam ília nas sociedades da
lia reduziu seu tam anho, o pai e o m arido tive A m érica Latina.
ram sua autoridade dim inuída e a unidade fa Pesquisadores ligados a tem as com o a dinâ
m iliar orientou-se para funções de socialização, mica populacional e a com posição d a força-de-
satisfação emocional, com panheirism o e rela trabalho têm procurado, em estudos explora
ções de afeto. tórios, o b ter um a visão de conjunto das unida
Cancian, G oodm an & Sm ith (1978) denom i des dom ésticas na sociedade brasileira, e chegar
nam esta colocação á ‘'interpretação padrão das a um a apreensão diversificada da fam ília. Lopes
influências da urbanização-industrialização so (1974) faz um a primeira tentativa em caracte
bre a fam ília na perspectiva estrutural funcio rizar a fam ília através do censo; Castro e t alii
nal” e, afirm am , que este quadro só é válido (1977) procura qualificar características da fa
paia a Am érica L atina, para elem entos das clas m ília censitárias nas grandes m etrópoles associ-
ses médias urbanas que estiveram envolvidas ando-as à características de migração enquanto
com a ordem econôm ica internacional. Pro Barroso (1978) analisa unidades dom ésticas
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com m ulheres chefes-de-família.. Estes trabalhos ferentes ao trabalho, à escola, à organização da
têm um duplo objetivo: de um lado o b ter um a vida fam iliar definindo estratégias de sobrevi
visão de conjunto de certos eventos na socie vência entre trabalhadores m anuais e não-ma-
dade brasileira e de o utro lado propor a elabora nuais.
ção de categorias censitárias mais refinadas que A fam ília enquanto unidade de análise mais
perm itam m aior explicitação da realidade sócio- am pla que o grupo dom éstico é abordada nos
econôm ica, do país e das famílias. estudos de parentesco. Wagley (1 9 6 4 ) cham a a
Nos estudos dem ográficos encontram -se . atenção para a im portância das relações de pa
tam bém pesquisadores que têm procurado in rentela nas cam adas inferiores; K o tta k (1967)
tegrar em sua análise o estudo da fam ília rela com base em estudo de pescadores na Bahia
cionando-a com as condições de vida das fam í chega à conclusão que o parentesco nas camadas
lias em diferentes classes sociais. B erquó (1977) inferiores tem a função prim ordial de dar segu
to m a o grupo dom éstico com o unidade de es rança e apoio aos indivíduos e p o r isso, dispersa
tu d o da reprodução e fecundidade. Oliveira recursos e im pede a m obilidade individual
(1979) procura aprender diferentes estruturas M oura (1978) em estudo de sitiantes em Minas
d e fecundidade através do estudo da fam ília. Gerais descreve com o parentesco e padrões de
O estudo da fam ília relacionado ao tem a herança resultam em arranjos estratégicos entre
força-de-trabalho tem sido objeto de pesquisa irm ãos e cunhados para im pedir a to tal frag
de fem inistas e de antropólogos. Aguiar (1976) m entação da propriedade. Fukui (1979) anaüsa
estuda o papel da m ulher em relação à casa e ao com o a fam ília, parentesco e vizinhança em
trabalho em três situações diversas, um a planta bairros rurais de sitiantes tradicionais nos ser
ção, um a usina de açúcar e um a favela e tece tões de São Paulo e Bahia têm um caráter de
considerações sobre as diferenças deste con solidariedade, reciprocidade e relações iguali
texto e as form as de inserção da m ulher no tra tárias, nos diferentes m om entos da vida qu o ti
balho produtivo. M achado N eto (1980) observa diana, da doença, da m orte e da festa. A rantes
que em fam ília proletárias de Salvador, a m ulher (1974) m ostra com o o com padrio — parentes
adulta tem papel relevante na distribuição e con co espiritual - é um a form a de aliança que em
tro le do trabalho enquanto m eninas e adoles presta caráter sagrado aos laços de sangue e fi
centes têm sobrecarga de atividades e são fo n te nalm ente W oortm an (1975) se preocupa com o
im portante de ingressos familiares. Figueiredo significado do parentesco, da fam ília e do papel
(1980) estuda ainda na ó tic a do fem inism o, as d o s sexos em grupos d e classe trabalhadora em
diferentes ocupações rem uneradas e não-remu- Salvador.
neradas de m ulheres chefes-de-fam ília num a
área de pesca da Bahia. E m todos os trabalhos, a preocupação bá
Os antropólogos têm se dedicado a explorar sica, é caracterizar aspectos das relações fami
a relação entre a unidade dom éstica e a força-de- liares, em diferentes segm entos das classes su
trabalho. Garcia Ju n io r (1975), Heredia ( í 979) balternas na sociedade brasileira atuaL Diferen
e Alvim (1979) buscam nas atividades exercidas tem ente, da p arte a n te rio r onde a tônica era
pela unidade dom éstica, os fundam entos da di analisar as fam ílias de elite. Encontram -se no
visão do trabalho familiar. Os prim eiros estu entanto, algum as exceções no estudo da fam ília
dam pequenos p rodutores periféricos às planta na sociedade brasileira atual. Salem (1980) se
ções canavieiras de Pernam buco enquanto a úl preocupa em verificar a congruência e o conflito
tim a analisa um grupo de um a vila operária têx de papéis em diferentes m em bros da fam ília
til na área m etropolitana do G rande Recife. conjugal de classe m édia alta da zona sul do Rio
J á um segundo grupo se define por um a d e Janeiro, descrevendo segundo duas m atrizes
preocupação específica, abordando a fam ília, básicas, a geracional e a sexual, vivências que
segundo um a proposição de D urham (1977) co têm referência, ao m esmo tem po, em com por
m o u m a unidade de rendim entos. N este grupo a tam en to e representações. Azevedo (1970,
vida fam iliar é estudada com o a elaboração de 1975) estuda as regras de nam oro, vigentes em
um a estratégia que jogando com m ão-de-obra Salvador nos anos 30; Lopes (1973) descreve as
disponível entre atividades rem uneradas e tra relações d e parentesco e propriedade através
balho dom éstico procura assegurar, ao grupo dos rom ances de José Lins do Rego enquanto
dom éstico, determ inado nível de consum o. Nes Prandi (1975) faz um a análise das alterações da
ta proposta Macedo (1979) estuda como operá ideologia referente à fam ília em uma revista,
rios de um a indústria cerâmica da periferia d e . católica de grande divulgação.
São Paulo elaboram seu projeto de vida familiar Os q uatro autores exploram áreas que se
e Bilac D oria (1978) analisa, num a cidade do referem , em diferentes aspectos, à representação
interior paulista, com o são vividas situações re da fam ília nos rom ances, nos m eios de comu-
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nicaçao, nas instituições sociais e na própria fa- sobre fam ílias de três segm entos da sociedade:
, mília. os pequenos produtores camponeses, os operá
E sta breve apresentação de trabalho sobre rios e as m ulheres chefes-de-fam ília situadas nas
fam ília na sociedade brasileira do passado e cam adas inferiores da população. Torna-se ne
atu al perm ite chegar à conclusão que a biblio cessário a m ultiplicação de trabalhos de pesqui
grafia é ainda m uito pequena e à constatação de sa sobre o tema, nas mais diversas perspectivas
que, de um a m aneira geral a produção de co teóricas que enriquecerão um quadro de infor
nhecim ento perm anece ainda b astante vago e m ações e que perm itirão um dia, traçar algumas
impreciso podendo-se delinear, para o passado, considerações sobre o significado efetivo das
a im portância das parentelas e para o presente, fam ílias na estrutura social brasileira do pas
mais precisam ente, apenas algum conhecim ento sado e do presente.
Notas
1. “A parentela brasileira constitui um grupo de parentesco de sangue form ado por várias famílias
nucleares e algumas fam ílias grandes (isto é, que ultrapassam o grupo pai-mãe-filhos) vivendo cada
qual em sua m oradia, regra geral econom icam ente independentes; as famílias podem se encontrar
dispersas a grandes distâncias um as das outras; o afastam ento geográfico não quebra a vitalidade
dos laços o u das obrigações recíprocas. Sua característica principal é a estru tu ra interna com plexa
q u e tan to po d e ser do tipo igualitário, por exem plo nas regiões de sitiantes em que as fam ílias
tendem a estar colocadas no mesmo nível sócio-econôm ico, quanto ao tipo estratificado, o que
acontece sobretudo nas regiões de agricultura de exportação e tam bém nas de pastoreio, existindo
no interior da parentela várias camadas sociais. Q uer seja igualitária, quer seja estratificada, a
parentela apresentava fo rte solidariedade horizontal no prim eiro caso, vertical e horizontal no
segundo, unindo tanto os indivíduos da m esm a categoria q u a n to os indivíduos de níveis sócio-eco-
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