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UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL

RELAÇÕES INTERNACIONAIS

JEAN ALMEIDA LIU

JEAN CARLOS ASEVEDO

MARIANA CERQUEIRA

MARIANA DIAS

IMPACTOS DA REVOLUÇÃO 4.0 NAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS DOS


ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA E DA REPÚBLICA POPULAR DA CHINA

SÃO PAULO

2022
JEAN ALMEIDA LIU (RGM: 2332154-7)

JEAN CARLOS ASEVEDO (RGM: 2729280-1)

MARIANA CERQUEIRA (RGM: 2347691-5)

MARIANA DIAS (RGM: 2781623-1)

IMPACTOS DA REVOLUÇÃO 4.0 NAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS DOS


ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA E DA REPÚBLICA POPULAR DA CHINA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


ao curso de Relações Internacionais da
Universidade Cruzeiro do Sul, como requisito
à aprovação da disciplina Relatório de
Pesquisa, com orientação do Prof. Carlos
Eduardo Martins.

SÃO PAULO

2022
À paz mundial e à união entre as nações.
AGRADECIMENTOS

A todos que contribuíram, direta e indiretamente, para a


conclusão deste trabalho, seja colaborando na pesquisa
ou simplesmente incentivando para que ela se
concretizasse, e em especial aos seguintes:

A Deus, pela força e proteção constantes.

A Universidade Cruzeiro do Sul, instituição onde


tivemos a propriedade de irmos rumo ao crescimento
profissional.

Aos Professores Conrado Ottoboni Baggio e Carlos


Eduardo Martins que, com muita seriedade e dedicação,
orientaram-nos, mostrando serem, além de excelentes
profissionais, grandes amigos.

Aos professores do curso de Relações Internacionais,


pelos ensinamentos a nós transmitidos de maneira séria
e profissional.

Aos funcionários da instituição, que, de alguma


maneira, também contribuíram com nossa trajetória.

As nossas famílias, por acreditarem em nós, nos


apoiando e sem as quais não teríamos chegado até aqui.

Por fim, aos nossos companheiros de curso.


[...] A escala e a amplitude da revolução tecnológica
que se desenrola dará início à mudanças econômicas,
sociais e culturais de proporções tão fenomenais que
são quase impossíveis de prever. [...].

Schwab Klaus (2016b, p. 31, tradução nossa).


Resumo

A quarta revolução industrial, também conhecida por indústria 4.0, tem se tornado tema
de destaque global e de várias pesquisas acadêmicas em virtude de suas tecnologias
afetarem a indústria, o mercado de trabalho e o meio ambiente. Em vista disso é de
grande importância realizar estudos que direcionem as pessoas a conhecer como tais
tecnologias interagem entre si, modificando o antigo conceito de produção. Igualmente,
como causam impactos no ambiente e como amenizá-los. Por esta razão, estudos sobre
as tecnologias da Revolução 4.0 são de extremo valor. Com base nestas considerações, e
com o objetivo de analisar a influência da revolução 4.0 e seu impacto nas relações
internacionais dos Estados Unidos da América e da República Popular da China, na
última década, realizou-se um estudo descritivo, de caráter qualitativo. O levantamento
de dados foi feito por meio de uma revisão da literatura. Ao final deste estudo,
constatou-se que, tanto os EUA quanto a RPC mantêm-se competitivas, em constante
evolução na corrida tecnológica. As práticas industriais de alta tecnologia ocasionam, de
modo geral, impactos positivos no mercado de trabalho, na economia e na globalização.
Apesar dessa avaliação, alguns dados indicam que o atual desafio ainda consiste em
diminuir a emissão de gases do efeito estufa gerados pela indústria. Convém salientar
que, quanto maior o nível de tecnologias, maior o desenvolvimento.

Palavras-chave: revolução 4.0; tecnologias; economia; manufatura avançada; meio


ambiente.

Abstract

The fourth industrial revolution, also known as industry 4.0, has become a topic of
global prominence and several academic researches due to its technologies affecting
industry, the labor market and the environment. In view of this, it is of great importance
to carry out studies that direct people to know how such technologies interact with each
other, modifying the old concept of production. Also, how they impact the environment
and how to mitigate them. For this reason, studies on Revolution 4.0 technologies are
extremely valuable. Based on these considerations, and with the objective of analyzing
the influence of the 4.0 revolution and its impact on the international relations of the
United States of America and the People's Republic of China, in the last decade, a
descriptive, qualitative study was carried out. Data collection was done through a
literature review. At the end of this study, it was found that both the USA and the PRC
remain competitive, constantly evolving in the technological race. High-technology
industrial practices generally have positive impacts on the labor market, the economy
and globalization. Despite this assessment, some data indicate that the current challenge
is still to reduce the emission of greenhouse gases generated by the industry. It should
be noted that the higher the level of technologies, the greater the development.

Keywords: revolution 4.0; technologies; economy; advanced manufacturing;


environment.
6

1 Introdução
Historicamente se reconhece a grande transformação que a Revolução Industrial
fora capaz de causar no decorrer dos anos por todos os continentes; o desenvolvimento
econômico sofreu um crescimento exponencial, até mesmo em países subdesenvolvidos
como no caso do Brasil. A Revolução permitiu o acúmulo do capital capaz de financiar
o progresso técnico e o alto custo da instalação nas indústrias (CARDOSO, 2019).

Desde o princípio, o desenvolvimento tecnológico foi o responsável por


conduzir a produtividade industrial. Os motores a vapor marcam a Primeira Revolução
Industrial, a eletricidade origina uma nova etapa, a Segunda Revolução, momento em
que ocorre uma produção em larga escala e, a Terceira Revolução onde inicia-se a
automatização da produção com o uso da tecnologia de informação.

Por sua vez, a globalização1 também foi protagonista nessa evolução acelerada,
devido sua veloz circulação e as suas peculiaridades: economia, cultura e informação.
Diante disso, acredita-se que o progresso da tecnologia está gradualmente impactando
nas sociedades globais, a julgar pela interferência em suas economias, suas culturas e
pelas informações que são instantaneamente passadas a diante. Assim, em um mundo
cada vez mais globalizado, a tecnologia está presente em cada quadrante do globo,
evidenciando a sua influência e seus impactos, tanto externos como internos.

Atualmente, a chamada quarta revolução industrial tem se configurado


acentuada em âmbito mundial, visto que o assunto é de interesse para a evolução de
tecnologias voltadas a todas as áreas do conhecimento. Ao mesmo tempo, Gomes
(2018) concede a estimativa do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI)
de oito setores que serão impelidos com as novas tecnologias introduzidas pela
Revolução 4.0: “automotivo; alimentos e bebidas; máquinas e ferramentas; petróleo e
gás; têxtil e vestuário; química e petroquímica; tecnologias da informação e
comunicação; construção civil”.

Analisar a indústria 4.0 é de suma relevância, visto que versa sobre um modelo
revolucionário no conceito global. Afinal, o mundo vem passando por mudanças

1
Globalização é o nome dado ao evento de integração do espaço mundial por meio das tecnologias da
informação e da comunicação e, ainda, dos meios de transporte, que se modernizaram aceleradamente e
favoreceram, em adição a maior dinamização dos territórios, aceleração e estímulo dos fluxos de capitais,
mercadorias, informações e pessoas em todo o globo. Igualmente, é chamada de mundialização
(GUITARRARA, c2022).
7

significativas no que se refere à evolução tecnológica, instituindo grandes possibilidades


de inovação e desenvolvimento.

Nesse prisma, esse estudo apresenta-se adequado desde o instante em que


permite verificar como essas tecnologias interferem nas relações internacionais das
nações. Igualmente, justifica-se o grande valor em analisar a influência dessa
transformação no mundo e seu impacto nas relações de duas potências mundiais, os
EUA e a RPC, a julgar pela sua sublinhada expressão na atualidade.

Dessa forma, valendo-se do problema do estudo, de modo a especificá-lo, o


objetivo geral deste trabalho é “analisar a influência da revolução 4.0 e seu impacto nas
relações internacionais dos Estados Unidos da América e da República Popular da
China, na última década”.

Ao mesmo tempo, detalhando as ações que os autores almejam alcançar e que


estabelecem estreita relação com as peculiaridades relativas à temática trabalhada, tendo
como base o objetivo geral, acima postulado, formularam-se os seguintes objetivos
específicos: (i) desenvolver um resgate histórico do advento da Revolução Industrial,
com ênfase na revolução 4.0; (ii) compreender os efeitos das tecnologias da revolução
4.0 na economia dos EUA e da RPC; (iii) identificar o grau de interferência das
tecnologias na sociedade e no ambiente.

Para atender a proposta do trabalho, foram construídas cinco seções. A primeira


apresenta a introdução, com os objetivos e relevância que se referem ao cenário de
interesse e os respectivos elementos fundamentais que, acredita-se, tornam proeminente
o tema investigado. Os materiais e os métodos utilizados para estruturar o estudo foram
apontados na segunda seção. Na terceira, evidenciam-se as fases, causas e
consequências que antecederam a quarta revolução industrial. Os dados coletados foram
sistematizados e discutidos, na quarta seção, onde se expõe a evolução do conceito de
revolução 4.0 e a corrida tecnológica da indústria 4.0 dos Estados Unidos da América e
da República Popular da China, bem como os impactos gerados pela quarta revolução
industrial no mercado de trabalho, na economia, na globalização e no meio ambiente,
posicionando ambos os atores em estudo. Por fim, encerra-se o trabalho expressando as
considerações e recomendações dos autores deste artigo, na quinta seção.
8

2 Materiais e métodos
2.1 Materiais
Para elaborar o artigo empregaram-se as seguintes ferramentas:

 Acervo People.cn (http://portuguese.people.com.cn/)


 Acervo das Nações Unidas (https://news.un.org/pt/tags/acervo)
 Arquivos Presidenciais da Casa Branca (https://www.archives.gov/)
 Biblioteca digital da UNICSUL (https://plataforma.bvirtual.com.br/)
 Google Scholar (https://scholar.google.com.br/)
 Base de dados da Scientific Electronic Library Online (https://scielo.org/)
 Arquivos da Cable News Network Brasil (https://www.cnnbrasil.com.br/)
 Portal da Indústria (https://www.portaldaindustria.com.br/)
 Acervo lelivros (https://lelivros.love/)
 Acervo Politize (https://www.politize.com.br/)
 A quarta revolução industrial, Klaus Schwab (https://asdfiles.com/26qf7~pdfviewer)
 Indicadores econômicos (https://pt.tradingeconomics.com/)
 Pesquisas de mercado (https://www.marketsandmarkets.com/)
 Banco de dados do Stockholm International Peace Research Institute [SIPRI]
(https://www.sipri.org/databases)
 Cartas do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (www.iedi.org.br/)
 Arquivos da British Broadcasting Corporation (https://www.bbc.com/portuguese)
 Acervo YouTube (https://www.youtube.com/)
 Deloitte Global Resilience Report (https://www2.deloitte.com/br/pt.html)
 Site oficial do governo dos Estados Unidos (https://www.usa.gov/)
 Site oficial do governo da China (https://www.gov.cn/)

2.2 Métodos
Convém aqui, proporcionalmente a complexidade do tema, estreitá-lo. Afinal,
em concordância com a nomenclatura de Rudio (1985, p. 73, grifo do autor), “a
delimitação [do tema] deve ater-se à demarcação do campo de observação que comporta
o local, as circunstâncias e o objeto a ser estudado”.

Portanto, o tema delimita-se aos impactos da quarta revolução industrial nas


relações internacionais referentes a dois atores expressivos em nível global: Estados
Unidos da América (EUA) e República Popular da China (RPC), sendo, o primeiro, um
país norte-americano e, o segundo, um país do continente asiático. Do mesmo modo, o
recorte temporal da pesquisa se demarca a última década, em virtude de se tratar de um
assunto contemporâneo cuja literatura pertinente inicia a discussão por volta de 2011,
ano em que foi cunhado o conceito de “revolução 4.0”.
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Diante do cenário apresentado na introdução, com base nas considerações feitas


e no contexto delimitado, tem-se a seguinte questão norteadora do artigo: No que se
refere às relações internacionais, sobretudo dos Estados Unidos da América e da
República Popular da China, quais os impactos ocasionados pela quarta revolução
industrial?

Para responder essa questão, este trabalho emprega uma metodologia de


pesquisa qualitativa e descritiva. Qualitativa porque o conhecimento evidencia-se
através de informações existentes e descritiva em razão de analisar e interpretar os fatos
tais quais como ocorreram, realizando a coleta de dados e através destes, apresentando
variáveis entre ambos os países em estudo, com suas divergências ou semelhanças, no
que diz respeito a indústria 4.0, sem opiniões pessoais. Tal diretriz estrutural foi eleita
por apoiar satisfatoriamente os objetivos ora propostos a partir de uma pluralidade de
fontes bibliográficas, incluindo artigos publicados a partir de 2011, matérias de jornais,
documentos e notícias divulgados em sites idôneos e em livros específicos, pertinentes à
temática trabalhada. Assim, disserta-se, clara, concisa e coesamente, sobre este tema
que, principalmente neste momento, é considerado de extrema relevância às relações
internacionais.

Especificando, após a aprovação do Projeto de Pesquisa, iniciaram-se as buscas


por materiais bibliográficos adicionais em diversas fontes, conforme se observa em 2.1.
Posterior a revisão, selecionaram-se todas as publicações que se julgaram favoráveis
para cumprir o objetivo proposto.

O material foi dividido aos integrantes do grupo que se incumbiram de lê-los e, a


partir daí, iniciar a produção dos primeiros capítulos que integrariam o Relatório de
Pesquisa. Depois, preparou-se um esboço dos tópicos que seriam abordados e
apresentou-se ao orientador que, prontamente, deu sua anuência para o prosseguimento
do relatório.

Nesse período o grupo manteve várias discussões entre si, bem como com o
professor orientador, visando estruturar as ideias de cada um e chegar a um consenso
que não frustrasse as opiniões individuais dos envolvidos.

Todas as reuniões do grupo com o orientador foram proveitosas em virtude de


elucidar as inúmeras dúvidas que iam surgindo no percurso da produção do trabalho.
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Igualmente, as discussões em ambiente acadêmico com os professores do curso de


Relações Internacionais contribuíram muito.

Convém dizer que não houveram limitações em relação à pesquisa sobre os


EUA e nem sobre a RPC em razão de se ter acesso livre aos portais governamentais de
ambos os países. Por fim, com o texto escrito e revisado consecutivas vezes, estruturou-
se no modelo sugerido pelo orientador, seguindo categoricamente as regras da
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e, assim, cumprindo os objetivos
previamente estabelecidos, concluiu-se o Relatório de Pesquisa.

3 Antecedentes
3.1 Revolução industrial: fases, causas e consequências
Antigamente, de acordo com Botelho (2021), a produção era manufaturada. Isto
significa que a confecção de produtos era bipartida entre pessoas e máquinas, idealizada
pelo trabalho manual. Além disso, grande porção da população vivia na zona rural e
comunicava-se através de cartas que eram transportadas por carroças, constituindo-se
em um meio de comunicação bastante demorado. A autora (2021) explica que antes da
indústria chegar na Inglaterra, o país criava carneiros cuja lã era exportada para outras
nações. Dessa forma, essa atividade foi preponderante ao enriquecimento inglês.
Igualmente, a lã trouxe expressivo crescimento por meio dos insumos, serviços e mão
de obra. Esse cenário de produção manual determinava a morosidade e baixa qualidade
da produção. Também, não existiam leis que assegurassem qualquer direito ao
trabalhador. Por isso, era comum que todos os membros das famílias trabalhassem nas
fábricas, inclusive as crianças, trazendo uma triste realidade à tona, o trabalho infantil.

A Primeira Revolução Industrial teve início na Inglaterra, em meados do século


XVIII, entre 1760 e 1830 (BOTELHO, 2021). Os fatores histórico e geográfico foram
primordiais ao avanço tecnológico da indústria, desde as matérias primas locais até o
contexto histórico e político da época (PINHO, 2019). Em conformidade com Santos e
Araújo (2011), a Europa Continental foi campo de batalha a diferentes guerras.
Contudo, a Inglaterra manteve seu território preservado devido a seu isolamento
geográfico. Portanto, a vida econômica e social inglesa foi significativamente menos
afetada pelas guerras e por suas destruições. Tal isolamento favoreceu também o
comércio marítimo, facilitando o acúmulo de capital. Outro fator geográfico importante
foi a abundância de matéria prima local (carvão mineral, minério de ferro e madeira).
Nesse mesmo período, a monarquia constitucional parlamentarista foi constituída, com
11

maiores garantias de liberdades individuais e estruturas jurídicas para os negócios,


fazendo crescer o poder político dos comerciantes (PINHO, 2019). Outra origem de
capital foi gerada pela agricultura que se distanciava dos antigos modelos feudais e
aproximava-se da produção capitalista, levando os camponeses sem terra a migrar para
as cidades a procura de emprego como a mão de obra barata para novas indústrias
(SANTOS & ARAÚJO, 2011).

Desse modo, o acúmulo de capital mercantil e agrícola circulou para as


primeiras estruturas financeiras e de capitais da Europa Moderna, com a criação da
Bolsa de Valores de Londres e a fundação do Banco da Inglaterra. Por consequência, a
Inglaterra reúne uma série de condições com um território estável sem guerras, rotas
comerciais prósperas, matérias primas disponíveis, estrutura jurídica literal, mão de obra
barata e acúmulo de capital pronto para ser investido (OLIVEIRA, 2017). E foi esse
contexto que possibilitou o advento da primeira Revolução Industrial que se
caracterizou pela transição da manufatura para a maquinofatura.

A Revolução Industrial assinalou o grande avanço da indústria, como no caso da


indústria têxtil com a implantação de máquinas que ajudavam tecer os fios de forma
mais rápida, uniforme e sistêmica (SANTOS & ARAÚJO, 2011). Foi nesse período
também, segundo os autores (2011), que passa a existir o que se conhece por “divisão
do trabalho”, onde cada trabalhador passa a exercer apenas uma etapa da produção (da
matéria prima à comercialização). Contudo, a jornada de trabalho daqueles que
ofereciam mão de obra era insalubre, com carga horária que chegava a 80 horas
semanais e salários abaixo do nível de subsistência. Ainda, houve o desenvolvimento da
máquina a vapor que aproveitava o vapor da água aquecida pelo carvão para produzir
energia e revertê-la em força para mover as máquinas. Assim, na medida que os grandes
capitalistas foram enriquecendo, o lucro de suas indústrias passa a ser revertido em
investimentos para o desenvolvimento das estradas de ferro. O surgimento da
locomotiva e da estrada de ferro permitiu que as mercadorias pudessem ser
transportadas com maior rapidez e volume (PINHO, 2019; BOTELHO, 2021).

Então, as principais características dessa Revolução foram: o carvão como fonte


de energia para máquinas a vapor; o desenvolvimento da máquina a vapor e a criação da
locomotiva; o aparecimento das indústrias têxteis; a ampliação da indústria siderúrgica;
a mecanização da agricultura; o desenvolvimento das comunicações e de novos meios
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de transporte. Portanto, a Primeira Revolução Industrial foi um dos grandes marcos da


transição da Idade Moderna para a Idade Contemporânea (OLIVEIRA, 2017).

Em meados do século XIX, surgem os fenômenos que assinalam a chegada da


Segunda Revolução Industrial, com avanços que marcam a história da humanidade.
Deixando para trás as mudanças adquiridas em sua primeira fase, este período foi
sublinhado por inovações em diversos campos, tornando possível a produção em massa
em virtude do aperfeiçoamento de técnicas, da criação de máquinas e de novos meios de
produção. Nesse momento, o carvão, o ferro e a energia a vapor cedem seus lugares ao
petróleo, ao aço e a eletricidade, possibilitando invenções que hoje facilitam nossas
vidas, como a criação da lâmpada, do automóvel e do telefone. Assim, a Segunda
Revolução trouxe consigo um grande passo para a industrialização com feitos
importantes para a transmutação e ao progresso no século XX. Dessa forma, a
industrialização que, até então, tinha a Inglaterra como referência, agora, expandiu-se
também pela Europa, América do Norte e o Leste asiático; França, Japão, Rússia,
Alemanha e Estados Unidos foram os focos mais evoluídos do período (SEGUNDA...,
2022).

Entretanto, as invenções industriais não foram as únicas responsáveis pelos


estágios da evolução, houve também a influência das Revoluções Liberais durante a
época. Com o acúmulo do capital, o avanço do movimento do liberalismo e a
fermentação de uma nova ordenação econômica, constrói-se a conhecida Segunda
Revolução Industrial. Pela Europa se expandem conceitos e transformações sociais e
econômicas influenciadas pelo Iluminismo, focadas na reestruturação da sociedade,
defendendo o poder da razão. Tal conhecimento seria o responsável pelo progresso e
aperfeiçoamento humano. Em âmbito econômico, as ideias iluministas apoiavam a
imagem de que o Estado deveria ser liberal e não intervir na economia, deixando assim
que o mercado assumisse e exercesse tal função; que o mesmo fosse responsável por
moldar a economia. Dentre as implicações sociopolíticas do movimento, a implantação
do liberalismo econômico foi o combustível para as Revoluções Industriais. E este
desenvolvimento foi um dos principais fatores responsáveis pela Segunda Revolução
Industrial (COELHO, 2016).

A ideologia liberal fortalece o novo modelo capitalista; o capitalismo financeiro,


marcando a dissolução entre o capitalismo bancário com o capitalismo industrial. Com a
introdução dos novos modos de produção e os investimentos em inovações, ocorre o
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surgimento das conhecidas “megas empresas” e a eclosão do capitalismo monopolista.


Com a progressão dessas empresas e as políticas protecionistas, surgem alianças e
acordos comerciais, visando monopolizar o mercado. Com investimentos surtindo
efeitos, as megas empresas deram, então, início ao processo de expansão comercial
causador da procura de mão de obra barata e da busca por matérias primas,
principalmente, pela África e Ásia. Essa metodologia de amplificação do capitalismo é
denominada Imperialismo, uma das consequências da Segunda Revolução Industrial
(COELHO, 2016).

Os modelos de produção surgidos na Segunda Revolução Industrial ficaram


conhecidos como Fordismo e Taylorismo. O Taylorismo é um modelo de produção que
consolida processo capitalista que aplica a padronização e produção em série que
procura a redução de custos e a elevação de lucros. Um conceito criado por Frederick
W. Taylor (1856-1915), cujo objetivo é o requerimento de um trabalho de forma
intensa, padronizado e fragmentado, proporcionando ganhos de produtividade, sendo
um método a seguir o planejamento e controle dos tempos e movimentos no trabalho. A
linha de produção consiste em grupos distintos de operários serem instruídos e
responsáveis por suas diferenciadas tarefas. Já o Fordismo, adotado por Henry Ford
(1863-1947), surge com a imagem de que todo operário também é um consumidor.
Deste modo, Ford trouxe o fundamento de que a jornada de trabalho teria oito horas
diárias de trabalho remuneradas por cinco dólares. A ideia aponta que com uma jornada
menor e mais bem remunerado, o operário seria mais produtivo, e consequentemente
traria mais lucro, assim como ainda teria tempo para consumir, fator esse importante
para uma economia capitalista. Sendo um aprimoramento, uma implementação às ideias
do Taylorismo, Ford trouxe a concepção de uma produção e consumo em massa. Com a
criação da esteira de produção, os trabalhadores já especializados numa só área, não se
deslocariam para realizar a tarefa, de tal modo, a linha de montagem se tornava ainda
mais eficiente (SEGUNDA..., 2022).

A Segunda fase da Revolução Industrial terminou no decorrer da Segunda


Guerra, implementando suas inovações na indústria elétrica, química, petrolífera e do
aço. Dada a proliferação do Imperialismo monetário, os EUA ganham seu espaço no
mercado, tendo sua ascensão a partir da evolução da industrialização norte-americana, e
assim resultando em uma nação referência no final da Segunda Guerra. Mais tarde,
tornou-se uma das grandes potências econômicas da atualidade.
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No início de 1950, começa a terceira Revolução Industrial que foi um grande


ponto de entrada da tecnologia na ciência. Algo que também contribui diretamente para
o amplo desenvolvimento da genética, da robótica, da informática, das
telecomunicações e da eletrônica. Essa fase contribuiu, principalmente, para uma
aceleração no sistema produtivo que agilizou as indústrias que, até então, tinham suas
produções lentas ou até mesmo com trabalhos manuais.

As palavras de Rifkin (2011, p. 16) esclarecem que “as grandes revoluções


econômicas na História ocorrem quando novas tecnologias de comunicação convergem
com novos sistemas de energia”. Tal citação ratifica-se pelo fato de que foi nesse
período que houve um desenvolvimento mais aguçado das comunicações, devido à
corrida por comunicação durante a Segunda Guerra Mundial, contribuindo com um
crescimento no setor. Igualmente, colaborando inclusive para que, em junho de 1967,
ocorresse a primeira transmissão ao vivo. Assim, além de promover uma maior
integração das pessoas em diferentes lugares ou de aproximar pessoas, a comunicação
coopera diretamente com a democratização ao acesso à informação, uma vez que nos
tempos antigos somente pessoas aliadas ao alto clero tinham acesso à informação e a até
coisas simples como a leitura, por exemplo (RIFKIN, 2011).

Foi durante o século XX que os EUA estabeleceram o seu desenvolvimento


econômico. Muito disso, devido ao fato de ter sido o país que mais produziu petróleo.

Em meados da década de 1990, ocorreu-me que uma nova convergência da


comunicação e da energia estava para se realizar, e isso criaria uma nova e
poderosa infraestrutura para uma Terceira Revolução Industrial (TRI) que
mudaria o mundo. Nessa próxima era, centenas de milhões de pessoas
produzirão a própria energia verde em suas casas, escritórios e fábricas, e a
compartilharão entre si em uma “internet da energia”, assim como agora
criamos e compartilhamos informação on-line. A democratização da energia
trará consigo uma reorganização das relações humanas, influindo na maneira
como conduzimos os negócios, governamos a sociedade, educamos nossos
filhos e nos engajamos na vida cívica.” (RIFKIN, 2011, p. 26).

A Terceira Revolução Industrial, além de ter elevado a produção, culminou com


que isso acontecesse em menos tempo e em escala maior. Ainda, alterou
expressivamente a relação entre as pessoas em todo o mundo. Tal fase caracteriza-se
como uma nova era na qual as tecnologias da informação se tornaram um fator-chave
para o crescimento econômico. O uso da robótica aumentou em ritmo acelerado, e agora
há mais robôs trabalhando do que pessoas em todo o mundo. Isso pode ser atribuído à
sua capacidade de trabalhar com mais eficiência, mas também porque eles são mais
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econômicos que os humanos. Os robôs podem ser programados para completar tarefas
que levariam mais tempo para os humanos e exigiriam mais recursos (RIFKIN, 2011).

No entanto, esta automação fez com que muitos empregos desaparecessem de


certas indústrias ou regiões. Na Europa, por exemplo, as taxas de desemprego são altas
porque muitos empregos nas indústrias foram ocupados por máquinas ou processos
automatizados. O mesmo se aplica a outros países do mundo inteiro.

4 Resultados e discussões
4.1 Uma nova era: revolução 4.0
Feira de Hannover, Alemanha, 03.04.2011, foi quando, pela primeira vez, usou-
se o termo “indústria 4.0” ou “quarta revolução industrial”, que delineou como as
tecnologias e suas conexões rebelariam o arranjo da cadeia de valor (SCHWAB, 2016a).

Cenário em que os sistemas físicos e virtuais cooperam de forma global e


flexível admitindo a máxima personalização de produção e a criação de modernos
modelos operacionais (SCHWAB, 2016a). Nessa fase da indústria, máquinas e insumos
interagem no percurso das operações industriais com escala e flexibilidade do processo,
que acontece de maneira autônoma e integrada, conforme Figura 1.

FIGURA 1 - Pilares da Indústria 4.0

Fonte: Chesini, 2021.


16

Dispositivos, sensores e medidores localizados em distintas fases do processo,


ainda, de empresas diferentes, permutam informações instantaneamente, administrando
as demandas de compras e estoques, melhorando a logística e constituindo máxima
integração entre os elos da cadeia produtiva (CNI, 2016).

Em seu relatório de 2021 a Distrito esclarece que o conceito de uma Quarta


Revolução Industrial é de ascendência germânica, tendo sido incorporada por um grupo
de cientistas encarregado pelo desdobramento de um método de tecnologia de ponta
para o governo da Alemanha. Quatro anos após, o também alemão, Klaus Schwab,
presidente executivo do Fórum Econômico Mundial, difundiu essa concepção para um
público mais abrangente por meio de seu artigo “The Fourth Industrial Revolution”,
publicado em 12 de dezembro de 2015, na Foreign Affairs. No mês seguinte, janeiro de
2016, o encontro anual do Fórum trouxe a Quarta Revolução Industrial como matéria da
conferência, realizada em Davos, Suíça. A partir desse momento, 4.0 tornou-se termo
análogo e indissolúvel de inovação (INDÚSTRIA 4.0 REPORT 2021, 2021).

Na visão de Schwab (2016a), a quarta revolução industrial engloba muito além


da conexão de sistemas e máquinas inteligentes, abrange novas descobertas que ocorrem
concomitantemente em diferentes áreas do conhecimento.

Toda essa transformação é evidenciada pelo desaparecimento das fronteiras


entre as atividades de fabricação, abarcando as atividades econômicas e, por
consequência, a indústria adota um novo significado, com um alcance que, a pouco,
seria inimaginável (SOUZA, 2019).

Por outro lado, embora existam divergências entre a teoria econômica e a


percepção baseada na experiência, ambas concordam, de acordo com Sant’Ana, Ferreira
e Santos (2019, p. 41), que na esfera organizacional,

[...] o movimento em torno da Revolução 4.0 orienta-se pela alocação de


recursos em inovações gerenciais e de processos, permitindo sucessivas
reduções de custos e disponibilização de produtos e serviços mais baratos,
compensando a retração dos salários e da renda das classes média e inferior.
Como resultante, o setor industrial parece se direcionar a incorporar parcela
cada vez menor dos gastos dessas classes. Em outros termos, quanto mais se
torna produtiva e quão mais se beneficia das economias de escala, menos
amplia sua participação relativa na economia como um todo. [...].

No que diz respeito aos consumidores, depois de adquiridas as mercadorias e


serviços indispensáveis, a construção de reservas para incertezas futuras e a obtenção de
serviços junto às indústrias em as quais a produtividade tende a evoluir morosamente ou
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a estagnar, a julgar que são baseadas em mão-de-obra de difícil automação, como nos
casos de serviços de beleza, educação infantil, lazer e cuidados com a saúde
(BAUMOL; BOWEN, 1966).

As revoluções industriais, em sua trajetória, modificaram sistemas econômicos,


políticos, sociais e ambientais. Do mesmo modo, a indústria 4.0 surte impactos cada vez
mais visíveis, a uma velocidade sem precedentes. Em vista disso, surge o desafio de
garantir que as oportunidades sejam difundidas igualitariamente.

Portanto, afirma Dias (2017), surge à urgência de assegurar que mais pessoas,
tantas quantas forem possíveis, façam parte desse futuro de tecnologias cada vez mais
elaboradas. Aos governantes compete incrementar a educação, fortificando a instrução
fundamentada em novos valores. Pois, a produção industrial estará vinculada à
educação nas áreas que permitam o desenvolvimento de talentos habilitados a
instituírem e conduzirem processos conexos a valores como respeito ao ambiente e à
diversidade.

Dessa forma, a quarta revolução industrial e as novas tecnologias, poderão servir


para difundir valores sociais benéficos, desde que haja “disposição e possibilidade” da
participação da sociedade em seus frutos (VERONESE, 2020).

Perasso (2016) assegura que, em razão da indústria 4.0 utilizar inovações e


recursos tecnológicos, é imperativo que as empresas incluam uma política sustentável.
Assim, há uma analogia entre os efeitos e impactos dos processos industriais no
ambiente e toda a cadeia produtiva, sobretudo, porque a implantação de novas
tecnologias contribui com a redução de desperdícios e com a melhoria do uso dos
recursos naturais.

Em vista disso, com a eficácia de sistemas autônomos e inteligentes, é provável


amortizar ao máximo os desperdícios e as falhas na produção, equiparando-se os
processos produtivos à demanda de um mercado cada vez mais exigente. E isso
evidencia uma real revolução, a julgar pelas inovações que se aliam para aumentar a
capacidade preditiva da indústria, seja no que concerne à manutenção ou a demandas, à
novas oportunidades de mercado e macrotendências tais como a busca por maior
sustentabilidade ambiental. (MAROSTICA, 2021).

Convém dizer que, a indústria 4.0 é assinalada pela automação dos dados e pelo
uso de nuvem para armazenamento das informações, fazendo com que os processos de
18

produção fiquem conectados e propicie maior produtividade, assim como, uma gestão
mais competente. Isso tudo, abrange automação e também tecnologia da informação,
citando big data, Internet das Coisas (IoT) e Inteligência Artificial (AI) como
ferramentas que embasam essa transformação (A SEGURANÇA..., 2019).

Segundo elucida Corrada (2020), a cibersegurança corporativa (IT) cuida da


proteção das informações que se encontram em um universo lógico. Em contrapartida,
na cibersegurança industrial (OT) o importante é o processo que, por sua vez, se
encontra em um universo físico, onde o impacto é mais expressivo.

Importante falar ainda que, em virtude de todas as áreas e sistemas estarem


interligados, a descentralização da informação concede espaço a falhas de segurança.
Todavia, existem várias medidas que auxiliam na proteção dos dados como: “Política de
Segurança Interna 4.0, Controle de Acesso, Assinatura Digital, Isolamento de conexão e
Monitoramento periódico das redes” (A RELAÇÃO...; 2020).

Conforme afirmam Pamplona (2018) e Ferreira (2018), Indústria 4.0 ou Quarta


Revolução Industrial abrange algumas tecnologias para automação e troca de dados,
bem como, emprega conceitos de sistemas cyber-físicos, internet das coisas e
computação em nuvem, viabilizando a ideia e concretização de “Fábricas Inteligentes”
onde os sistemas cyber-físicos monitoram os processos físicos, criam uma cópia virtual
do mundo físico e tomam decisões descentralizadas. Já com a internet das coisas, os
sistemas cyber-físicos se comunicam e cooperam entre si e com os humanos em tempo
real, e por meio da computação em nuvem, ambos os serviços internos e
intraorganizacionais são oferecidos e utilizados pelos participantes da cadeia de valor.
Assim, a Indústria 4.0 submerge como via natural a fortalecer a competitividade do
setor através das tecnologias digitais.

De acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI, 2022) a 4ª


Revolução Industrial é um acontecimento que está mudando, em grande escala, a
automação e troca de dados, bem como as fases de produção e os padrões de negócios,
através do uso de máquinas e computadores. Inovação, eficiência e customização são as
palavras-chave para determinar o conceito de Indústria 4.0.

Em suas palavras, Klaus Schwab (2016a, p. 15) profere que:

Estamos no início de uma revolução que alterará profundamente a maneira


como vivemos, trabalhamos e nos relacionamos. Em sua escala, escopo e
19

complexidade, a quarta revolução industrial é algo que considero diferente de


tudo aquilo que já foi experimentado pela humanidade.

Ainda, tal fase é estimulada por um agregado de “tecnologias disruptivas”2 como


robótica, inteligência artificial, realidade aumentada, big data (análise de volumes
massivos de dados), nanotecnologia, impressão 3D, biologia sintética e a chamada
internet das coisas, onde, cada vez mais, dispositivos, equipamentos e objetos serão
conectados uns aos outros por meio da internet (CUNHA, 2017).

4.2 Globalização: a indústria e suas tecnologias


A Indústria 4.0 está significantemente associada à globalização, que se trata de
um fenômeno impulsionado pela tecnologia que se dirige o movimento de pessoas,
ideias e bens em todo planeta. Em vista disso, torna-se possível amortizar discrepâncias
no processo produtivo e de consumo, sobretudo analisando questões políticas,
econômicas, sociais e culturais (GLOBALIZAÇÃO..., 2022).

De acordo com Schwab (2016a), no capitalismo mundial, em busca de respostas


para os efeitos da globalização, o desafio não está apenas nos benefícios que ela
proporciona ou em um retorno à velha ordem, mas sim, em redesenhar uma arquitetura
global que seja sustentável e inclusiva. O autor (2016a) chega até mesmo a sugerir um
esforço mundial análogo ao período pós Segunda Guerra, onde a comunidade
internacional se uniu para construir o chamado “futuro compartilhado”, dinâmica essa,
chamada Globalização 4.0, em razão de apresentar qualidades contemporâneas da
Quarta Revolução Industrial, E, dessa forma, parte expressiva da humanidade ficou as
margens dos benefícios da globalização. Importante esclarecer que o termo “futuro
compartilhado” tem origem a partir de fatores objetivos, como perda da competitividade
das economias que não acompanham a revolução tecnológica; queda de status social e
de emprego de parcelas populacionais e a própria recuperação lenta da crise de 2008.

Para uma empresa chegar ao patamar de Industria 4.0, a globalização é essencial.


Estabelecer parcerias estáveis e estratégicas com foco no desenvolvimento tecnológico
também é indispensável, a corrida tecnológica da indústria 4.0 pelo mundo, no caso dos
Estados Unidos, com a reestrutura da industrialização, entende-se que caminha junto
com a revolução industrial sendo mais automatizada, mais digital e mais sustentável
(DELOITTE GLOBAL RESILIENCE REPORT, 2021).

2
Tecnologias disruptivas são aquelas que revolucionam, de modo expressivo, a solução que era
anteriormente utilizada ou simplesmente cria um novo mercado, produto ou serviço.
20

Um dos desafios da Industria 4.0 em relação a globalização pode ser a


cooperação, que implica na capacidade de absorção de novas tecnologias; auxilio entre
empresas; praticas colaborativas entre profissionais. Outros desafios são os acordos
comerciais e a cultura corporativa, que impacta positivamente na capacidade de
inovação de uma empresa e o equilíbrio entre soberania nacional e acordos comerciais,
assim é possível intensificar a presença global nas empresas. A transformação digital
atua como fator essencial para novas tecnologias e automação de processos,
aumentando os resultados e a chance de expansão (RISSUTO, [s.d.]).

A Apple já tem seu lugar na expansão mundial, por exemplo. Sua tecnologia já
está em ambientes adaptados à Industria 4.0. Desde 2017, a Apple e General Electric
GE) são parceiras nesse âmbito, juntas vem criando aplicativos que gerenciam a
plataforma da GE, voltado para internet das coisas. A Apple possui ainda parcerias
semelhantes com empresas líderes em tecnologia, como CISCO, SAP e IBM. A
Amazon também contribui para o cenário de Revolução 4.0, como uma das maiores e
mais dominantes empresas de tecnologia de informação (INDÚSTRIA..., 2020).

O sucesso de tais empresas depende de distintos fatores, mas principalmente de


sua relação com o desenvolvimento e inovação tecnológica incentivada por agentes
inovadores, como no caso dos assistentes virtuais com reconhecimento de voz (Siri da
Apple, Cortana da Microsoft, Alexa da Amazon) (SÉRVIO, 2020). A capitalização de
mercado dessas empresas pode chegar a representar valores maiores que alguns
Produtos Internos Brutos (PIB) mundiais.

4.3 Reflexo das tecnologias no mercado de trabalho


Ao logo da história, as revoluções industriais não influenciaram somente as
tecnologias, mas também os sistemas políticos, sociais, econômicos e ambiental; e com
o mercado de trabalho não foi diferente. Embora os impactos da quarta revolução sejam
consideravelmente positivos, em relação ao crescimento da tecnologia, existem
ressalvas quanto ao mercado de trabalho. De acordo com Schwab (2016a, p.43), tendo
em conta o ritmo acelerado na evolução de tecnologia, um fato é inegável: “[...] as
novas tecnologias mudarão drasticamente a natureza do trabalho em todos os setores e
ocupações. A incerteza fundamental tem a ver com a quantidade de postos de trabalho
que serão substituídos pela automação [...]”.

O fato é que mercado de trabalho tem como desafio garantir oportunidades


criadas pela quarta revolução, não apenas em prol do detentor capital, mas sim
21

beneficiando a serviço de todos. Em sua publicação, Schwab (2016a, p.45) menciona


que os EUA apoiam tal afirmação em um censo econômico

[...] que esclarece uma interessante relação entre tecnologia e desemprego.


Ele mostra que as inovações em tecnologias da informação e em outras
tecnologias descontinuadoras tendem a elevar a produtividade por meio da
substituição dos trabalhadores existentes; mas não por intermédio da criação
de novos produtos que necessitam de mais trabalho para serem produzidos.
As interpretações por meio do sistema capitalista norte-americano, na questão
econômica pode indicar que essas novas tecnologias já estão atingindo o conjunto das
empresas dos EUA, e não apenas para padronização rotineira e automação direta. Para
compreender a dinâmica que envolve o mercado de trabalho, é preciso antes entender
dois fatores que a tecnologia exerce sobre os empregos. O primeiro ponto são as
rupturas alimentadas pela tecnologia e a automação, que substituem o trabalho manual,
isso impulsiona os trabalhadores a sofrerem com o desemprego, ou até mesmo realocar
suas habilidades em outras funções. O segundo ponto é o efeito capitalizador que surge
por conta da demanda por novos bens de serviço, criando novos postos de trabalhos
com surgimento de novas profissões, empresas, e em alguns casos, até industrias
(GRAGLIA; LAZZARESCHI, 2018). Sob essa ótica, estima-se que grande parte das
crianças que começaram seus estudos recentemente, após concluírem ingressaram em
um tipo de trabalho que ainda não existe. Em vista disso, se torna imperativo ajuizar o
resultado capitalizador da Revolução 4.0 e seus impactos futuros.

Dentre os impactos negativos está a preocupação com a perda dos postos e


oportunidades de trabalho em virtude de novas tecnologias. Pois, a indústria 4.0 está
propensa a substituir, com o desenvolvimento acelerado da automação e das
tecnologias, os seres humanos em diversas profissões, ocasionando o “desemprego
tecnológico”, termo usado pela primeira vez pelo economista britânico John Maynard
Keynes em um pequeno ensaio com o título de Economic possibilities for our
grandchildren3, em 1930, onde destaca que

We are being afflicted with a new disease of which some readers may not yet
have heard the name, but of which they will hear a great deal in the years to
come — namely, technological unemployment. This means unemployment
due to our discovery of means of economising the use of labour outrunning

3
Possibilidades econômicas para nossos netos.
22

the pace at which we can find new uses for labour 4 (KEYNES, 1930 [1932, p.
364])5.

Conforme elucida Schwab (2016), a obsolescência do trabalho humano por


causa da tecnologia e o avanço das mesmas, tende maior produtividade, aumento de
lucros, diminuição na margem de erro, e por fim, aumento nas margens de lucro de
determinado empresário. Entretanto, as profissões que tem menor exigência com
relações sociais, criatividade e negociações têm maior chances de serem substituídas por
máquinas. Graglia e Lazzareschi (2018) dizem que os trabalhadores com funções mais
mecânicas também começam a perder espaço, como no caso dos operadores de
telemarketing que estão sendo substituídos por inteligências artificiais. Outra questão, é
a perda do conhecimento implícito, conhecimento baseado na experiência, pois, a
diminuição do ser humano na participação do mercado de trabalho tende a reduzir sua
capacidade de expertise em sua função, podendo desencadear o desestímulo em suas
atividades.

Por outro lado, os impactos positivos da quarta revolução possibilitam a melhora


na qualidade de vida dos trabalhadores, evitando desgastes físicos e mentais; também
maior inclusão de pessoas com deficiências ou pessoas mais idade. Do mesmo modo, a
flexibilidade é um dos fatores mais importantes, onde o funcionário poderá investir mais
seu tempo em interesses próprios. Segundo Schwab (2016), uma visão otimista em
relação ao efeito capitalizador da Revolução 4.0, não é homem versus máquina, e sim o
entrosamento da tecnologia com os demais fatores que caminham em direção ao
aumento de novas profissões.

4.4 Impactos ambientais e a indústria


Os impactos ambientais provocados pela ação humana afligem o mundo inteiro.
A emissão de poluentes atmosféricos tem causado a ampliação do efeito estufa e, por
conseguinte, o aquecimento global. Essa emissão advém da queima de combustíveis
fósseis para uso industrial, transporte urbano e geração de energia elétrica. Esse cenário
4
Estamos sendo afligidos por uma nova doença da qual alguns leitores podem ainda não ter ouvido o
nome, mas da qual ouvirão muito nos próximos anos – a saber, o desemprego tecnológico. Isso significa
desemprego devido à nossa descoberta de meios de economizar o uso do trabalho, ultrapassando o ritmo
em que podemos encontrar novos usos para o trabalho (KEYNES, 1930, tradução nossa).
5
“Possibilidades econômicas para nossos netos" de J.M. Keynes foi publicado pela primeira vez como
dois artigos em The Nation & Athenaeum, em 1930 - Parte I, em 11 de outubro (p.36-37) e Parte II, em
18 de outubro (p.96-98). Foi reimpresso em Ensaios em Persuasão de Keynes de 1931 (Ch. v.2, p.358-
373). A versão eletrônica foi verificada com uma reimpressão de Ensaios em Persuasão de 1932, Nova
York: Harcourt, Brace & Company. D. Moggridge, editor, 1972. (Collected Writings of John Maynard
Keynes, v. IX, p.321-332).
23

tem sido arena de múltiplos debates, acordos, tratados e metas. Grande parte das
alterações ambientais movidas pela ação humana está atrelada ao período industrial e ao
intenso desenvolvimento tecnológico.

No contexto de indústria 4.0 são abordados temas como o ganho da


produtividade com a performance de novas tecnologias e no que se refere aos
benefícios, os resultados são positivos, porém nas questões ambientais o tema se torna
mais sensível. A descoberta de novas tecnologias e a relação entre revolução 4.0 e
sustentabilidade desencadeia uma porção de pontos que precisam ser analisados de
forma mais profunda. Mesmo com diferentes acordos internacionais em prol do meio
ambiente, como Acordo de Paris, em 2016, o cenário não é tão otimista e a indústria
tem grande participação nesse processo.

Um dos problemas causados ao meio ambiente decorre da exploração de


recursos naturais não renováveis que impacta negativamente no ambiente. Os
responsáveis por essa exploração são as fábricas, o consumo de energia, o descarte
inadequado de desejos e a logística reversa. Dessa forma, existe relação direta entre os
processos industriais e a sustentabilidade, refletindo em toda cadeia produtiva (QUAL A
RELAÇÃO..., 2020). Pensando nisso, as empresas se empenham no desenvolvimento
sustentável, onde a Revolução 4.0 e o meio ambiente caminham na mesma direção,
buscando a inovação de sistemas inteligentes que visem atender os princípios da
sustentabilidade.

Um exemplo é a Big Data que é um sistema com grande volume de informação,


sendo possível construir cidades inteligentes com tendência a ser mais sustentável e a
IoT que conecta máquinas e equipamentos a uma rede controlada por um sistema, o que
promove economia de energia e recursos. Este conjunto Big Data e a IoT possibilita
criar um Sistema Cibernético-Físico que conecta operações físicas às infraestruturas de
computação, tornando os ambientes da manufatura flexíveis e autônomos, atendendo de
forma mais customizada e promovendo economia de recursos e melhor uso deles
(QUAL A RELAÇÃO..., 2020). A indústria e o meio ambiente, em conjunto, podem
impactar positivamente no gerenciamento de resíduos, produzindo menos resíduos
sólidos e reciclando a sobra de matéria-prima, unindo alto desempenho e
sustentabilidade. Algumas soluções para esse sistema ter sucesso, são: redução de
custos; diagnóstico em tempo real; integração e otimização de processos; flexibilização
da produção.
24

As diversas empresas do futuro, que aderem a quarta revolução, devem estar


preparadas para aceitar o novo conceito industrial, com uma organização inteligente
integrada ao gerenciamento mais criterioso dos recursos e por conseguinte os resíduos;
para a preservação do planeta. Ainda, alguns de seus benefícios, em relação aos
impactos ambientais, geram consequências como economia de energia, conservação
ambiental, redução de uso de matérias-primas, produção com sustentabilidade, fim do
desperdício e reciclagem de resíduos. Tudo isso somado ao programa das Nações
Unidas para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável 6 torna-se
indispensável junto aos governos para promover ações para combater a degradação do
ambiente, sempre sugerindo maior elaboração de acordos internacionais (OS
OBJETIVOS..., 2015).

Convém mencionar que entre as cinco posições de classificação das maiores


empresas sustentáveis de 2020 estão duas norte-americanas: a Cisco Systems Inc., cujas
principais ações para sustentabilidade traduziram-se na redução de 49% na emissão de
gás do efeito estufa, e de forma gradativa, a empresa tem feito uso de energia de fontes
renováveis, sendo cerca de 83% de sua energia; e a Autodesk Inc., cujos esforços estão
voltados à utilização de 100% de suas energias com origens renováveis (CONHEÇA...,
2020). A migração dessas empresas para eficiência do mundo online, diminui a emissão
de carbono e ambas se enquadram no cenário que envolve a quarta revolução industrial
(EXEMPLOS..., 2021).

O negócio de manufatura aditiva7, conhecido como impressão 3D, mostra


efetivo potencial de crescimento. Em conformidade com estudo publicado pela Markets
and Markets8, a porção de recursos movimentada pela atividade em todo o mundo deve
crescer de US$ 12,6 bilhões em 2021 para US$ 34,8 bilhões em 2026, com ritmo anual
de evolução previsto no período de 22,5% (SANT ANNA, 2022). Nesse sentido,
Holland (2021) fala sobre o potencial das impressoras 3D de construir edifícios sem
moldes de concreto em que o cimento é normalmente despejado pode diminuir
expressivamente a utilização do material, que é autor de aproximadamente 8% das

6
Leia mais em Objetivos de Desenvolvimento Sustentável | As Nações Unidas no Brasil.
7
Manufatura Aditiva é uma tecnologia que vem atualizando a indústria e se aproximando das demandas
atuais dos consumidores, como a personalização e a agilidade. Esse é um tipo de produção onde um
objeto é criado a partir de várias camadas de material, geralmente plástico, sobrepostas para formar um
produto tridimensional. Uma das vantagens desse procedimento é o grande leque de aplicabilidade que
vai do setor automotivo até o da medicina (LIMA, 2022).
8
Markets and Markets é uma plataforma de inteligência global competitiva e pesquisa e consultoria de
mercado.
25

emissões globais de CO2 anualmente. Um estudo recente descobriu que construir uma
unidade de banheiro usando impressão 3D produzia quase 86% a menos de CO 2 do que
os processos habituais de construção, além de ser 25% mais barato. Entretanto, o autor
(2021) explica que os críticos indicam que a impressão 3D de concreto até então
depende de um material não renovável e que a segurança e a estabilidade das estruturas
não são tratadas em especial pelos códigos de construção.

O crescente comércio internacional associado às cadeias globais de valor


(CGVs) contribuiu para as mudanças climáticas, aumentando o consumo de energia e as
emissões de CO2 no transporte e produção relacionados às cadeias espalhadas
mundialmente. Além das mudanças climáticas, o impacto das CGVs também abrange
outros indicadores ambientais, como a perda de biodiversidade (INSTITUTO DE
ESTUDOS PARA O DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL, IEDI, 2022).

De acordo com o IEDI (2022), em 2017, o furacão Harvey atingiu o Texas e a


Louisiana, obstruindo as atividades de algumas das maiores refinarias de petróleo e
plantas petroquímicas dos EUA, causando escassez de plásticos e resinas importantes
para uma série de indústrias. Igualmente, em 2021, inundações devastadoras no oeste da
Alemanha e na cidade de Zhengzhou na China causadas por chuvas recordes, bem como
incêndios na Califórnia e uma onda de calor sem antecedentes no oeste do Canadá, entre
vários outros eventos análogos, causaram cessação de produção, com impacto nas
CGVs.

Todos esses exemplos, aclaram como o aquecimento global e o clima extremo


em razão das mudanças climáticas impelem destruição cerrada e agitação em todo o
mundo. Nos últimos anos, o valor econômico determinado pelos episódios extremos
tem aumentado expressivamente. A título de exemplo, só em 2019, 40 desastres
climáticos causaram danos superiores a US$ 1 bilhão cada (IEDI, 2022).

4.5 Corrida tecnológica dos Estados Unidos da América e da China


Nos Estados Unidos, a industrialização e quarta revolução industrial marcham
lado a lado, uma vez que o país percebe que a nova indústria norte-americana carece de
ser mais automatizada, mais sustentável e mais digital. Os EUA comportam o maior e
um dos mais elaborados e variados sistemas industriais do mundo, caracterizando
aproximadamente um quarto do valor agregado mundial da indústria de transformação,
72% de todas as despesas de pesquisa e desenvolvimento (P&D) do setor privado e
cerca de 60% da força de trabalho nas atividades de P&D dos EUA. Em decorrência, a
26

indústria cresce e lança inúmeras das tecnologias que geram a competitividade e o


desenvolvimento de toda a economia. A manufatura avançada é um fator essencial para
a força econômica e a segurança nacional dos EUA. Além de proporcionar empregos de
alta qualidade, a manufatura avançada é uma respeitável via de exportações. Ainda, é
uma fonte-chave de inovação tecnológica e abastece bens e equipamentos fundamentais
para as forças armadas, a comunidade de inteligência e agências de segurança interna.
Na ponderação do grupo de trabalho, tais impactos relevam a atenção do Congresso e
do Executivo às políticas federais que cobrem a manufatura avançada (ESTADOS
UNIDOS, 2021).

As inseparáveis transformações tecnológicas iniciadas no final de 1970, e que


foram impulsionadas de maneira significativa nas últimas décadas, foram o alicerce do
compasso apressado desempenhado pela China nos processos de assimilação e
incremento de novas tecnologias. O governo chinês instituiu um esquema com
abordagem específica na área da ciência, tecnologia e inovação (CT&I). Importante
salientar que, tais áreas foram abrangidas e aceitas como capitais para o incremento
econômico. Boa fatia da prosperidade da China nos últimos trinta anos deve-se a
indústria de transformação. Contudo, o setor tem apontado uma desaceleração
expressiva, uma vez que a demasia de capacidade, o acréscimo dos custos trabalhistas e
a trajetória para uma economia mais evoluída modificaram a nação. Em réplica, o
governo e as indústrias chinesas estão se voltando para a Quarta Revolução Industrial
(CHINA, 2021).

Conforme informações fornecidas por Reis (2022), os EUA são a maior


economia do mundo. Segundo estatísticas do Fundo Monetário Internacional (FMI),
referentes ao mês de abril de 2022, os EUA têm uma taxa de desemprego de 3,6%. O
PIB no primeiro trimestre de 2022 teve contração de 1,6%. Hoje, uma das maiores
forças da economia norte-americana está nas empresas de tecnologia. Só em 2019, as
cinco principais empresas de tecnologia dos EUA: Apple, Amazon, Alphabet, Microsoft
e Facebook faturaram mais de 900 bilhões de dólares. Por sua vez, a China aparece em
segundo lugar se aproximando gradativamente aos EUA. As estatísticas do FMI,
referentes ao mês de abril de 2022, apontam que hoje a China conta com uma taxa de
desemprego de 6,1%, 0,3% a mais do que no mês de março (5,8%). O PIB no segundo
trimestre de 2022 ficou em 0,4%, apresentando uma expansão sutil (Gráfico 1). O
desenvolvimento chinês vem sendo influenciado pelo incentivo do governo, além do
27

crescimento econômico e cultural. Com pesado investimento, foi possível tornar a


China uma das potências mundiais. A RPC é conhecida por ser grande compradora de
matérias-primas, como o ferro, material base para a construção civil, pedra angular do
seu crescimento.

GRÁFICO 1 – Desemprego e Produto Interno Bruto, 2022

EUA RPC
1 2
6.10%

3.60%

0.40%

-1.60%
desemprego PIB
Fonte: Adaptado de Reis (2022).

Considerando o PIB do primeiro trimestre deste ano, cenário em que os EUA


apresentaram uma retração de 1,6 e a RPC uma progressão de 0,4, pode-se perceber que
ambas permanecem em 1º e 2º lugares, nessa ordem, no ranking das maiores economias
do mundo. Isso revela que as duas caminham lado a lado competitivas e que a China
vem se aproximando dos EUA. Quanto a taxa de desemprego, 3,6 dos EUA e 6,1 da
RPC, nota-se que o número de pessoas sem emprego é maior na China. Importante
lembrar que o número de habitantes é aproximadamente 4,3 vezes maior na China do
que nos EUA.

Tonial (2019) revela que o governo chinês reconhece a importância da indústria


de biotecnologia. Por isso, introduziu alterações nas regulamentações para facilitar o
desenvolvimento de novos produtos por empresas locais e para bancos e empresas
privadas captarem investimentos estrangeiros promissores. A indústria biotecnológica
na China é formada de 1039 empresas em setores como indústria biotecnológica (22%);
783 empresas de biotecnologia médica (16,6%) e 764 empresas relacionadas a
biotecnologia farmacêutica (16,2%), como se observa na FIGURA 2.
28

FIGURA 2 – Porcentagem de empresas de biotecnologia por setor

Fonte: Chinese Biotech Database ([s.d.]).


Por sua vez, os EUA são muito condicionados a materiais e bioprodução
estrangeiros, e por isso o país investirá na promoção de sua capacidade e na aquisição
de acesso a materiais fundamentais, como substâncias químicas e elementos
farmacêuticos ativos. De modo recente, as autoridades norte-americanas evidenciaram
estar atribuladas com a vinculação das infraestruturas de produção chinesas e, em razão
do aumento das tensões entre China e EUA, Biden pretenderia abreviar o investimento
nas indústrias do colossal asiático (EUA..., 2022).

À medida que cada vez mais pessoas se preocupam em não ter contato com
cédulas e terminais de cartão de crédito, a tecnologia dos pagamentos móveis sem
contato começa a se popularizar. Os serviços são cada vez mais usados porque muitos
acreditam que o sistema com celular é a maneira mais segura de pagar. Com o
pagamento sem contato, é possível vincular uma conta bancária ou cartão de crédito ao
telefone e depois encostar o aparelho em um leitor ou apenas aproximá-lo à tela para
acionar o pagamento.
29

Aproximadamente 27% das pequenas empresas nos EUA notaram um aumento


de clientes que usam serviços como o Apple Pay, segundo pesquisa com 361 empresas
divulgada em abril de 2020 pelo Strawhecker Group e pela Electronic Transactions
Association (PAGAMENTOS..., 2020).

Do mesmo modo, os pagamentos, sem dinheiro vivo, administrados pelos


bancos chineses mantiveram um crescimento constante em 2021, com os pagamentos
móveis sustentando o ritmo de crescimento, conforme relatório do banco central. Dessa
forma, os pagamentos sem dinheiro vivo, incluindo cartões bancários, veículos de
pagamento online, notas promissórias, transferência de crédito e outros acordos, ficaram
em 4.415,56 trilhões de yuans em 2021, um aumento de 10,03% ano a ano, disse o
Banco Popular da China no relatório. Segundo a agência Xinhua, do total, os
pagamentos móveis atingiram 526,98 trilhões de yuans, uma alta anual de 21,94%. Por
sua vez, os pagamentos online cresceram 8,25% ano a ano, para 2.353,96 trilhões de
iuanes, mostrou o relatório. Em 2020, as transações com cartões bancários subiram
12,85% em relação a 2019, atingindo 1.002,1 trilhões de iuanes, segundo o relatório
(PAGAMENTO..., 2022).

Em relação a indústria bélica, as empresas de armamento americanas e chinesas


dominaram boa parte do mercado mundial em 2019, momento em que a indústria
americana de representou 61% das vendas dos 25 maiores produtores mundiais, à frente
da China, com 15,7%, de acordo com o relatório do Instituto Internacional de Estudos
para a Paz (Stockholm International Peace Research Institute – SIPRI). O volume total
de negócios das 25 empresas cresceu 8,5% e alcançou 361 milhões de dólares. Seis
empresas americanas e três chinesas aparecem no top 10. Os grupos americanos
Lockheed Martin, Boeing, Northrop Grumman, Raytheon e General Dynamics ocupam
os cinco primeiros lugares no ranking mundial. As chinesas AVIC, CETC e Norinco
ocupam o 6º, 8º e 9º postos, nessa ordem. A americana L3Harris Technologies ficou na
10ª posição (DIÁRIO DE NOTÍCIAS; AGENCE FRANCE-PRESSE, 2020).

Ferraz (2021) informa que os EUA encabeçam a lista dos países nos quais as
empresas mais cooperam com a indústria bélica, sendo que das 100 maiores empresas
de armas, 41 têm norte-americana. Elas venderam 54% do total de 2020, um aumento
real de 1,9% em comparação com o ano anterior. Desde 2018, os 5 primeiros lugares da
lista são ocupados por companhias norte-americanas. A China vem em seguida, cujas
vendas do país representam 13% do total de 2020, com alta de 1,5% em relação a 2019
30

(FIGURA 3). Segundo o SIPRI, a soberania norte-americana e chinesa na classificação


de 2020 deve-se a ambos os países usarem programas de modernização militar em
grande escala.

FIGURA 3 – As 10 empresas que mais venderam armas em 2020

Fonte: SIPRI, 2020.

De acordo com Silva e Hora (2019), esse cenário é dado em virtude das novas
capacidades tecnológicas que propiciam alterações na dinâmica da produção bélica.
Pois, os recursos da Indústria 4.0, com suas novas ferramentas, redução da dimensão de
periféricos e munições, aplicação de AI em armas, manufatura aditiva aplicada na
produção, sistemas e softwares autônomos ou remotamente controlados, alta capacidade
de processamento de máquinas, entre outros recursos, facilitam a produção de armas
com maior precisão e com significativa redução de defeitos. Além de permitir que, no
contexto da guerra, o homem deixe de participar do combate em campo, para ceder
espaço a conflitos mais concentrados em sistemas, redes e no espaço cibernético.

Em 15 de novembro deste ano, em conferência de imprensa do Gabinete de


Informação do Conselho de Estado da China, o porta-voz do Departamento Nacional de
Estatística, Fu Linghui, Diretor do Departamento de Estatística Integral da Economia
31

Nacional, apresentou a atividade da economia nacional em outubro de 2022, onde ele


diz:

A produção industrial continuou a crescer e o crescimento da


manufatura de alta tecnologia acelerou. [...] O valor agregado da
manufatura de alta tecnologia aumentou 8,7% em relação ao ano anterior, 0,2
ponto percentual mais rápido do que no período de janeiro a setembro. [...]
Em termos de produtos, a produção de produtos verdes e inteligentes, como
veículos de nova energia, células solares e equipamentos de estação base de
comunicação móvel, aumentou 108,4%, 35,6% e 19,3% em relação ao ano
anterior, respectivamente. [...] O valor agregado da manufatura de alta
tecnologia aumentou 10,6% em relação ao ano anterior, 1,3 pontos
percentuais mais rápido que no mês anterior. [...] A indústria de serviços
continua a se recuperar, e a indústria de serviços moderna tem um bom
momento de crescimento. De janeiro a outubro, o índice de produção da
indústria nacional de serviços aumentou 0,1% em relação ao mesmo período
do ano anterior, o mesmo que no período de janeiro a setembro. Entre eles, a
indústria de transmissão de informações, software e serviços de tecnologia da
informação [...] [aumentou] 11,1% [...]. Em outubro, o índice de produção da
indústria nacional de serviços aumentou 0,1% em relação ao ano anterior. [...]
o setor de transmissão de informações, software e serviços de tecnologia da
informação [aumentou] 9,2% [...], 0,7 [...] pontos percentuais mais rápido
que no mês anterior. De janeiro a setembro, a receita operacional das
empresas de serviços acima do tamanho designado aumentou 4,7% em
relação ao ano anterior; entre elas, as empresas de saúde e assistência social,
transmissão de informações, serviços de software e tecnologia da informação,
pesquisa científica e serviços de tecnologia aumentaram em 8,9%, 8,0% e
7,9%, respectivamente. Em outubro, o índice de atividade empresarial da
indústria de serviços foi de 47,0%. acima de 55,0%. [...] as vendas no varejo
on-line cresceram rapidamente. De janeiro a outubro, o total de vendas no
varejo de bens de consumo foi de 36.057,5 bilhões de yuans, um aumento de
0,6% em relação ao ano anterior, 0,1 pontos percentuais abaixo do registrado
de janeiro a setembro. As vendas no varejo online nacional foram de
10.954,2 bilhões de yuans, um aumento de 4,9%. Entre eles, as vendas no
varejo online de bens físicos foram de 9.450,6 bilhões de yuans, um aumento
de 7,2%, representando 26,2% do total de vendas no varejo de bens de
consumo social. [...] o investimento em indústrias de alta tecnologia
cresceu rapidamente. De janeiro a outubro, o investimento nacional em
ativos fixos (excluindo famílias rurais) foi de 47.145,9 bilhões de yuans, um
aumento de 5,8% em relação ao ano anterior, 0,1 pontos percentuais abaixo
do registrado de janeiro a setembro. Setorialmente, [...] o investimento em
indústrias de alta tecnologia aumentou 20,5%, dos quais o investimento em
manufatura de alta tecnologia e indústrias de serviços de alta tecnologia
aumentou 23,6% e 14,0%, respectivamente. Na indústria transformadora de
alta tecnologia, o investimento na indústria transformadora de equipamentos
eletrônicos e de comunicação, equipamento médico e indústria
transformadora de instrumentação aumentou 28,7% e 27,8% respetivamente;
na indústria de serviços de alta tecnologia, o investimento na transformação
de equipamentos científicos e as conquistas tecnológicas e a indústria de
serviços de P&D e design aumentaram 24,7%, respectivamente [...] (CHINA,
2022, grifo nosso)9.

Em referência aos EUA, a produção industrial caiu 0,1% em outubro perante o


mês anterior, depois de subir 0,1% em setembro, de acordo com o Federal Reserve
(Fed), o banco central norte-americano. Especialistas pressupunham um aumento de
9
Leia relatório completo, out. de 2022 em http://www.gov.cn/xinwen/2022-11/15/content_5727082.htm.
32

0,2% em outubro. Em paralelo a outubro de 2021, a produção total cresceu 3,3%. A


aplicação da capacidade instalada da indústria retrocedeu para 79,9% em outubro,
depois da taxa de 80,1% em setembro. Na acareação com outubro de 2021, a capacidade
aumentou 1,6% (TRADING ECONOMICS, 2022).

5 Considerações Finais
Este estudo possibilitou analisar como a Indústria 4.0 e os processos de
inovação industrial, tecnológica e econômica atuam em duas potências com sistemas
internos antagônicos: os EUA, com uma política de inovação industrial que lhe garante
a liderança, como sistema capitalista global e a China, segunda potência mundial em
constante evolução, com seu sistema comunista.

As técnicas e as premissas do tema foram inspiradas na obra de Schwab (2016),


em virtude de seu relatório ratificar a importância da participação dos EUA e da China
no setor manufatureiro, bem como nas estratégias de políticas de investimentos,
elucidando que a produção de conhecimento tecnológico e cientifico é essencial para o
empreendimento econômico, haja vista que, na medida que se intensifica o
entendimento, estimula-se o motor de crescimento econômico consequentemente.

Claramente, tais circunstâncias levarão a empregos mais qualificados em


qualquer que seja a área de negócio da indústria, atrairão grande número de
consumidores em razão de sua capacidade de customizar cada produto de forma
singular e, ainda, fornecerão dados em tempo real no que diz respeito à produção.

Nessa visão, a orientação eficaz de subsídios que identifiquem os impactos da


revolução 4.0 mostra-se de grande mérito num contexto globalizado onde os atores
estão em constante competição e, portanto, interligados por meio da tecnologia. Desse
modo, verificou-se que a indústria 4.0 é imperativa ao conceito de desenvolvimento.

Tendo como base tais argumentos, compreendeu-se que os atores globais criam
expectativas que os direcionam a um novo comportamento fundamentado nos padrões
submergidos por esse processo que não visa apenas tornar a produção industrial mais
barata, sustentável e eficiente, mas também fornecer melhores serviços.

Hipoteticamente, acredita-se que as mudanças advindas da revolução 4.0 causam


impactos expressivos nas relações internacionais. Do mesmo modo, supõe-se que os
atores globais considerem tal aspecto relevante, traçando junto a isso um alinhamento
de percepções positivas. Presume-se também, que tal transformação acelerada abrange
33

todos os níveis, quer seja global, social ou individual. Por fim, considera-se que os EUA
e a RPC façam proveito dessa interação de sistemas, privilegiando o crescimento
econômico sem deixar de respeitar a sociedade e o ambiente.

A quarta revolução industrial comprovou-se como motor da competitividade


entre os EUA e a China que disputam entre si a hegemonia na manufatura em vários
setores como bélico, impressão 3D, biotecnológico, entre outros.

Dessa forma, complementa-se que, no contexto de implementação da indústria


4.0, a necessidade de apoio as políticas de desenvolvimento tecnológico, assim como as
políticas de inovação promovidas principalmente pela integração de agentes
governamentais em sistemas opostos, focando também, na velocidade de inovação,
impactos globais e as consequências no cenário internacional.

Por fim, devido à complexidade da indústria 4.0 e à ramificação que permite


trabalhar o tema aqui estudado, recomenda-se que sejam realizadas produções
científicas futuras que explorem detalhadamente a amplitude da manufatura dos Estados
Unidos da América e da República Popular da China que os mantêm em primeira e
segunda posição, nessa ordem, na economia global.
34

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