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Desde 1978, a China vem desenvolvendo uma série de reformas de grande impacto na
área de ciência e tecnologia que tem melhorado tanto a educação superior como as
atividades de pesquisa e desenvolvimento no País, principalmente através dos Planos
Quinquenais do Governo Central. Contudo, essa estratégia de desenvolvimento científico e
tecnológico sofreu uma mudança importante após 2008, no sentido de um maior domínio
tecnológico do País. Com a eclosão, nesse ano, da crise financeira global, o invejável
crescimento econômico da China, traduzido em altas e constantes taxas de crescimento do
Produto Interno Bruto (PIB), sofreu um revés que impactou negativamente sua economia,
baseada numa industrialização centrada, basicamente, na adaptação e na imitação de
tecnologias tradicionais dos países desenvolvidos. Pressionados por essa situação adversa,
a resposta dos chineses foi a construção de infraestruturas próprias de inovação e a
melhoria da competitividade das instituições de pesquisa do País. Assim, a inovação na
China está tendo um papel cada vez mais proeminente em sua economia, e o caminho da
inovação está sendo percorrido através de pesquisa e desenvolvimento e de parcerias
internacionais promovidas pelas empresas chinesas.
Apesar dos desafios, é evidente o ótimo desempenho da China em termos de investimentos
em ciência e tecnologia no seu próprio território. Observa-se um espantoso crescimento das
despesas em pesquisa e desenvolvimento, em que a China passou de um pouco mais de
US$ 41 bilhões de investimentos no ano de 2000 para mais de US$ 344 bilhões em 2014,
um acréscimo de oito vezes no período (Figura 1). Nesse quesito, ao observar os últimos
anos, a China só fica atrás dos Estados Unidos e já ultrapassou o conjunto de gastos da
União Europeia (28 países). Destacam-se, igualmente, a constância e a velocidade do
crescimento dos investimentos da China em comparação aos dos outros países
desenvolvidos e ao do conjunto da UE.
Uma característica a destacar é a aposta da China no desenvolvimento de
tecnologias na revolução “verde” (ou limpa) — grande mudança tecnológica que é
prevista para as próximas décadas por alguns especialistas em estudos de
inovação. A principal área de tecnologia “verde” favorecida pela China é a das
energias renováveis (solar, eólica, etc.), o que é comprovado pelos altos
investimentos nessa área, um dos maiores em nível mundial (Gráfico 1). Desde
2014, a China é o país que mais gasta em P&D para esse tipo de energias —
somente em 2015, foram dispendidos mais de US$ 100 bilhões (quase 36% de todo
o investimento mundial). Além do mais, outros importantes países no
desenvolvimento dessas tecnologias — como Alemanha, Finlândia, França,
Dinamarca e Noruega — vêm investindo também, porém em menor intensidade do
que os chineses, enquanto os Estados Unidos e o Reino Unido vêm mostrando uma
atitude hesitante nesses investimentos. Vale ressaltar que a China, para além dos
investimentos, vem adotando uma visão semelhante à da Alemanha, que entende a
transformação tecnológica “verde” não somente em termos tecnológicos, mas,
também, como uma mudança na economia e na sociedade — produção e estilo de
vida “verdes” —, orientação essa que estabelece a sustentabilidade (controle da
poluição e do desperdício) como vantagem competitiva.
http://panoramainternacional.fee.tche.br/article/inovacoes-tecnologicas-na-china-lico
es-e-perspectivas/
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