Você está na página 1de 2

Um pouco de História

Conhecida como a profissão mais antiga do mundo a prostituição é um tema


ainda bastante tabu e por isso merece ser discutido, alguns querem a proibição
enquanto outros a regulamentação. A prostituição foi construída ao longo do
tempo e passou por diversas mudanças na forma de como a sociedade lidava
com sua prática.
“Em 1100 a. C., os assírios elaboraram as primeiras leis que continham regras
de conduta para as prostitutas, determinando que tipo de roupas deveriam
vestir e proibindo-as de fazer uso do véu (símbolo da submissão da esposa ao
marido), sob pena de receberem 50 chibatadas e terem piche derramado sobre
suas cabeças caso as descumprissem.” (AFONSO, SCOPINHO, 2013, p.2)
De acordo com Cavalcanti, Silva, Azevedo (2020), na idade média, por
exemplo, na Itália foi permitida pelo estado entre 135 até 1450. As profissionais
do sexo podiam abordar as pessoas nas ruas e não precisavam seguir as
vestimentas padrões da época, o que as diferenciavam das “mulheres de
respeito”. Os bordeis além da licença do estado tinha inclusive o apoio da
própria igreja, diziam que combatia as práticas hereges e era um remédio
contra a homossexualidade.
Já na Inglaterra por volta de 1860 e 1870, tivemos outra história. Na época as
mulheres tinham o ritual de caminhar ao lado de seus pretendentes como uma
paquera. A mulher que fosse vista andando sozinha em certos locais e
horários, sofria com comentários maldosos e tinha mais dificuldade de arrumar
um parceiro, podia ser presa por acusação a prostituição, além disso sofria
com um exame extremamente agressivo, o “estrupo clínico”, que verificava a
virgindade por meio de um toque bruto. Muitas vezes a mulher perdia a
“virgindade” por meio da violência do exame, tudo isso para um ato de
“comprovação” que a pessoa era virgem, logo uma “mulher de respeito”. Outro
fato bastante marcante nesse período e a lei que proibia as mulheres de
andarem sozinhas nas ruas, com o motivo de diminuir as doenças venéreas, lei
essa que só penalizava as prostitutas, enquanto os homens podiam continuar a
ter a liberdade de trair suas esposas. (CAVALCANTI, SILVA, AZEVEDO, 2020)
Segundo Afonso, Scopinho (2013), no Brasil do período imperial, a maioria das
prostitutas eram negras, escravas, e iam além de serviços sexuais, como
serviços domésticos também. Mas em 1897, surge o primeiro projeto de
regulamentação da profissional em São Paulo. Havia-se também um livro, que
funcionava como um registro, nele tinha que passar nome, idade,
nacionalidade e endereço residencial.
“Em 1987 aconteceu no Brasil o I Encontro Nacional de Prostitutas, criando a
Rede Brasileira de Prostitutas, que tem como reivindicação o reconhecimento
legal da prostituição como profissão. Em 1992 foi criada por um grupo de
prostitutas, entre as quais, Gabriela Leite, a ONG Davida, com o intuito de
combater a discriminação e o estigma” (AFONSO, SCOPINHO, 2013, p.7)
O assunto até hoje não chegou em um consenso, até no próprio feminismo
existe um discursão: um grupo acredita que a prostituição e uma forma de
escravização, porém para outras mulheres, e uma opção de trabalho e
sustento digno. Com consenso ou não o assunto deve continuar sendo
debatido nos próximos anos para que possamos entender e ajudar da melhor
forma as mulheres que vivem nessa realidade.

Referencias
AFONSO e SCOPINHO, Mariana e Rosemeire. Prostituição: Uma História de
Invencibilidade, Criminalização e Exclusão. Florianópolis, p. (1 e 11), 2013.
Disponível em:
http://www.fg2013.wwc2017.eventos.dype.com.br/resources/anais/20/1372969
868_ARQUIVO_versaofinalparafazendogenero.pdf . Acesso em: 14 set. 2022

CAVALCANTI, SILVA e AZEVEDO, Roberta, Paulo e Natanael. A prostituição e


sua construção ao longo da história. P. (1 e 12), 2020. Disponível em:
http://www.editorarealize.com.br/editora/anais/coneil/2020/TRABALHO_COMP
LETO_EV144_MD1_SA7_ID7909102020114318.pdf . Acesso em: 15 set. 2022

Você também pode gostar