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PORTUGUÊS – 11.

º ANO
ESCRITA
Oficina de escrita - Apreciação crítica

Leia com atenção os pontos A, B e C e resolva a atividade proposta abaixo.

A – INSTRUÇÃO e Plano

Num texto bem estruturado, com um mínimo de 180 e um máximo de 300 palavras, faça a apreciação
crítica da imagem apresentada abaixo.

O seu texto deve obedecer às seguintes orientações:


• introdução:
- identificação do objeto em apreço, assumindo uma posição valorativa sobre o mesmo;

Plano: cartoon publicado no blog EU VIVO DE VENDAS tem como tema principal o acesso à
riqueza; evidencia com impacto a desigualdade e a injustiça social.

• desenvolvimento:
- descrição da imagem destacando elementos significativos da sua composição, bem como a
relação que estabelecem entre si, tendo como referência a temática abordada;
- comentário crítico, fundamentando devidamente a apreciação e utilizando um discurso
valorativo;
Plano:
cor preto e branco – sugestiva da tristeza da família, de um mundo a preto e branco, dicotómico;
linha tracejada e a caneta - separa dois mundos, pode simbolizar as instituições bancárias e o
acesso aparentemente fácil ao dinheiro;
pessoas – uma família (4 pessoas e um cão) vs um homem só que delimita a fronteira de acesso ao
capital; forma como se vestem caracteriza-os social e economicamente; todos estão cabisbaixos por
motivos diferentes (o homem que controla o mundo financeiro procura a minúcia e a perfeição do
tracejado; os pobres olham desalentados aquela barreira à riqueza);
os inúmeros e grandes sacos de dinheiro não são de fácil acesso a todos embora pareçam (linha
tracejada e não contínua)

• conclusão:
- fecho do texto, adequado ao ponto de vista desenvolvido.
In EU VIVO DE VENDAS, disponível em https://euvivodevendas.wordpress.com/2018/10/07/a-pobreza-da-
riqueza/

B – Textualização
Agora é o momento em que, depois de organizada a informação de acordo com a instrução,
começará a redigir o seu texto, fazendo diversas opções:
1.ª – escolher a 1.º pessoa do singular ou do plural ou a 3.ª do singular (recurso ao pronome
pessoal “se”) na perspetiva do enunciador, optando por uma linguagem claramente
valorativa, isto é, subjetiva, com vocabulário corrente e diversificado e com sintaxe
adequada, podendo explorar, contudo, recursos expressivos mais sugestivos (metáfora,
ironia, hipérbole, interrogações retóricas…);
2.ª – relacionar as ideias/frases do seu plano, recorrendo a conetores adequados. Pode
consultar as páginas do manual de Português que lhe apresentam os conetores coordenativos
e os subordinativos ou os quadros presentes no Anexo 1 (última página);
3.ª – eliminar ou substituir estruturas linguísticas extensas por outras mais curtas ou
informação secundária, depois de produzido o texto, de modo a reduzir o número total de
palavras, caso o professor tenha imposto um número máximo;
4.ª – criar um título apelativo

C – TEXTO
Uma leve e dura linha
O cartoon publicado no blog EU VIVO DE VENDAS parece propor-nos uma séria reflexão
sobre a aparente facilidade no acesso ao capital que, nas sociedades atuais, as entidades
bancárias preconizam junto dos seus potenciais clientes.
Pondo de lado a pluralidade cromática, o autor (desconhecido) oferece-nos um cenário a
preto e branco, matizado de alguns cinzentos, que se ajustam ao momento de crise que
vivemos.
É um mundo dicotómico, em que poucos (neste caso um) têm muito e muitos, mesmo
muitos, têm tão pouco. O indivíduo ajoelhado (talvez funcionário bancário), bem vestido,
cabisbaixo, munido de boa caneta, desenha minuciosamente uma linha tracejada, como se
buscasse o rigor que caracteriza a sua vida profissional – um trabalho perfeito e servir na
perfeição. Mas é uma perfeição ilusória, porque a linha que desenha não o une aos outros,
mas separa-o deles, impõe-lhes limites!
Os outros, do outro lado, vivem outra realidade.
São quatro membros de uma família, acompanhada do seu cão. Carenciados, maltrapilhos,
descalços, de ar abatido, olham tristemente esse chão sem futuro. Olham fixamente e
impotentes a linha que vai crescendo e os vai separando do que os poderia ajudar a superar as
dificuldades vividas. A criança ao colo dorme alheia a essa constrangedora realidade; só o cão
parece olhar em frente. Talvez porque para ele a linha nada signifique e só o ser humano
ajoelhado lhe interesse.
É um cartoon bem conseguido, simultaneamente desconcertante e comovente, que nos
relembra, infelizmente que o desconcerto, do mundo Camões, tristemente cantava, em verso
curto, há 400 anos sobrevivem no nosso quotidiano.
259 palavras

1. Leia o texto com atenção e avalie se o mesmo

SIM/
NÃO

a. cumpre o tema e se se integra no género solicitado (texto de


apreciação crítica);

b. apresenta a posição do autor na introdução;

c. respeita a estrutura e os limites de extensão propostos;

d. se cumpre a planificação no que diz respeito aos aspetos presentes


no plano;

e. se apresenta um discurso valorativo, denunciador do ponto de


vista do autor;
f. se o vocabulário é variado e expressivo e apresenta registo de
língua adequado;

g. se a conclusão é adequada;

h. se obedece aos princípios de coerência e coesão textual;

i. se apresenta correção linguística.

2. Releia o último paragrafo e corrija-o, sabendo que nele há


- duas ocorrências de erro de construção sintática;
- duas ocorrências de vírgula erradas;
- ausência de uma vírgula.

3. Reescreva o penúltimo parágrafo, acrescentando a informação em falta.


2021-2022, IA e RR
ANEXO 1
1. Marcadores discursivos

Os marcadores discursivos são unidades linguísticas invariáveis que permitem


estabelecer articulações (ligações) entre enunciados, de modo a construir um discurso
coeso e coerente.
Na tabela abaixo encontra uma lista exaustiva de palavras ou expressões que
poderá utilizar de forma variada nos seus textos escritos.
Função Marcadores discursivos

por um lado, por outro lado, em primeiro lugar, após, antes,


ordenar a informação depois, em seguida, seguidamente, até que, por último, para
concluir…
ou seja, isto é, quer dizer, por outras palavras, ou melhor,
reformular o discurso, dizendo melhor, ou antes, como se pode ver, é o caso de, como
explicando-o ou retificando-o vimos, quer isto dizer, significa isto que, não se pense que, pelo
que referi anteriormente
de facto, na verdade, na realidade, com efeito, por exemplo,
efetivamente, note-se que, atente-se em, repare-se, veja-se,
mais concretamente, é evidente que, a meu ver, estou em crer
reforçar e concretizar ideias que, em nosso entender, certamente, decerto, com toda a
certeza, naturalmente, evidentemente, com isto (não),
pretendemos, por outras palavras, ou melhor, ou seja, em
resumo, em suma

2. Conetores / Articuladores do discurso

                Os conetores ou articuladores têm como função articular, conectar, ligar grupos
de palavras; unir frases simples, formando frases complexas; estabelecer nexos lógicos
entre períodos e parágrafos, de modo a construir textos coesos e coerentes.
                Os conectores podem ser classificados com funcionalidades lógicas distintas, de
acordo com o contexto de uso.

Função Articuladores / Conetores do discurso


agrupar, adicionar ideias,
e, nem (negativa), também, bem como, não só… mas também,
segmentos, sequências,
além disso, mais ainda, igualmente, ainda…
informação
ou, ou… ou, ora… ora, seja… seja, alternativamente, em
apresentar opções, alternativas
alternativa, opcionalmente…
indicar uma oposição, um mas, porém, todavia, contudo, no entanto, contrariamente, pelo
contraste contrário…
negar o efeito ou a conclusão embora, ainda que, mesmo que, conquanto, apesar de, malgrado,
exprimir uma concessão não obstante, mesmo assim, ainda assim…
exprimir relações de tempo entre quando, mal, assim que, logo que, enquanto, entretanto, depois
os segmentos do texto / discurso que, desde que, antes de, mais tarde, ao mesmo tempo…
traduzir o fim, a intenção, o para (que), a fim de, a fim de que, de modo / forma a, com o
objetivo objetivo de…
como, tal como, assim como, bem como, também, mais / menos
exprimir uma comparação
do que…
exprimir a causa, a razão porque, visto que, dado que, como, uma vez que, já que…

introduzir hipóteses ou condições se, caso, desde que, a não ser que, contanto que…
exprimir a ideia de consequência, por isso, daí que, de tal forma… que, tanto… que, tal… que, tão…
resultado, efeito que…
expressar uma conclusão, uma portanto, assim, logo, por conseguinte, concluindo, para concluir,
inferência (dedução lógica a em conclusão, em consequência, daí, então, deste modo, por isso,
partir do já exposto) por este motivo…
documentar por exemplo, tal/tais como, a ilustrar, documentando,
exemplificar exemplificando

 Pelos exemplos apresentados no quadro acima, não só preposições, conjunções,


advérbios e expressões que lhes sejam equivalentes desempenham a função de conetores
do discurso. De facto, também os adjetivos numerais (primeiro, segundo, terceiro, etc.) e
as formas verbais não finitas - gerundivas (sintetizando, prosseguindo, concluindo,
recapitulando, etc.) ou infinitivas antecedidas de preposição (para começar, para concluir,
a seguir, a encerrar, etc.) - podem funcionar como tal.

in Amorim, C. e Sousa, C. (2009). Gramática da Língua Portuguesa. Porto: Areal Editores. (quadros adaptados)

3. Conectores Relativos

Os conectores relativos, que não constam nos quadros acima, são uma mais-valia no
momento da textualização pois, para além de articularem/unirem frases, permitem evitar
repetições desnecessárias.
No quadro abaixo, encontra esses unidades linguísticas.

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