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Darlan K. E. de Carvalho (Dr.

)
Sumário
1. Introdução
2. Conceitos Básicos
3. Considerações Finais
4. Bibliografia

Termo. I - Aula_01 - Introdução - Prof. Darlan K. E.


19/09/2021 Carvalho 2
1. Introdução
 A TERMODINÂMICA é a
“ciência da energia”, estudando
suas formas e transformações
(calor-trabalho-calor) bem como
as interações entre a matéria e a
energia.

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19/09/2021 Carvalho 3
1. Introdução
 ENERGIA: Está associada à mudança ou a
capacidade de realizar mudança (para o
Eng. é a capacidade de realizar trabalho…).

Figura obtida na internet. Figura obtida na internet.

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1. Introdução
 O termo “Energia” (eficácia ou “força
efetiva”) foi utilizado pela primeira vez no
sentido moderno (i.e. capacidade de
realizar trabalho) por Thomas Young
(1807). Figura obtida na internet.

 O termo “Termodinâmica” (therme=calor


+ dynamis=potência,força) foi primeiro T. Young
utilizado num livro texto escrito em 1859 Energia /
por W. Rankine que era Eng. Civil e Figura obtida na internet.
professor na universidade de Glasgow.

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1. Introdução
 A “Primeira e a Segunda Leis da Termodinâmica” surgiram nos idos de
1850-1860, a partir dos trabalhos de James P. Joule, William Rankine,
Rudolph Clausius e William Thompson (a.k.a. Lord Kelvin).

R. Clausius.

 A “Terceira Lei” surgiu em 1906 (H.W. Nerst), e a chamada “Lei Zero” da


Termodinâmica surgiu depois, por volta de 1920.
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1. Introdução
 Algumas personalidades importantes da história da termodinâmica:

James P. Joule:
https://commons.wikimedia.org/wi
ki/File:Joule_James_sitting.jpg

https://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_da_
termodin%C3%A2mica
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1. Introdução
 Otto von Guericke: Criador da primeira bomba de vácuo e estudo da
pneumática por volta de 1650.

 Thomas Savery: Criador do primeiro “motor” a vapor em 1698 (The


Miner's Friend; or, An Engine to Raise Water by Fire - 1702).

 Sadi Carnot: considerado o “pai da termodinâmica”. Em 1824 publicou


Reflexões sobre a Força Motriz do Fogo, um discurso sobre o calor,
potência e eficiência do motor. Marco da termodinâmica como ciência
moderna.

 James P. Joule: Estudou a natureza do calor e sua relação com o trabalho


mecânico (equivalente mecânico do calor,1843).
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1. Introdução
 A abordagem macroscópica da termodinâmica, que não requer o estudo do
comportamento individual das moléculas dos sistemas, é a Termodinâmica
Clássica.
 Nenhuma propriedade, modelo ou estrutura microscópica é introduzida explicitamente
na análise.
 Compreende a maior parte das aplicações de engenharia.

 A abordagem microscópica, baseada no comportamento médio de grandes


grupos de moléculas individuais é conhecida como Termodinâmica
Estatística.
 Aplicações envolvendo lasers, plasmas, escoamentos de gases rarefeitos de alta-
velocidade, criogenia, etc.

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1. Introdução
 Aplicações da Termodinâmica:

 Ventilação, Ar-condicionado e Refrigeração;


 Aquecimento;
 Isolamento Térmico;
 Plantas de Geração de Potência (Convencionais
ou Nucleares);
 Motores automotivos;
 Foguetes e Aviões;
 Coletores Solares;
 Conforto Térmico;
 Metabolismo Humano, etc.

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1. Introdução
 Aplicações da Termodinâmica:

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1. Introdução
 Aplicações da Termodinâmica

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2. Conceitos Básicos
 Meios Contínuos

 Os meios materiais são compostos de moléculas (íons, etc) em constante


movimento.

 Porém, na maioria das aplicações de Engenharia, estamos interessados nos


efeitos médios de muitas moléculas.

 Na “Termodinâmica Clássica” os meios materiais são tratados como


substâncias infinitamente divisíveis, sendo, portanto, meios contínuos
(lembre-se da reta real!).

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2. Conceitos Básicos
 No caso dos fluidos/gases (substâncias que se deformam continuamente sob
a ação de esforços tangenciais), a hipótese do contínuo falha sempre que o
caminho livre médio das moléculas que compõem o fluido (λ) se torna da
mesma ordem de grandeza da menor dimensão característica do problema.

 No caso de escoamentos de gases rarefeitos (nas altas camadas da


atmosfera), etc, a hipótese do contínuo pode falhar.

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2. Conceitos Básicos
 Da teoria molecular, o livre caminho médio (λ) é dado por :
m
 = 0, 225
d ²
m = massa [Kg]
 = massa específica [Kg/m³]
d = diâmetro de uma molécula [m]

 No caso do ar nas condições padrão (i.e. T = 15°C e


P = 101,3KPa ), m = 4,8.10-26Kg, ρ = 1,23 Kg/m³ e d = 3,7.
10-10 m, de modo que: λ ≈ 6,41x10-8 m (na atmosfera
padrão!)

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2. Conceitos Básicos
 A Hipótese do Contínuo:

 Uma conseqüência direta da hipótese do contínuo é que as propriedades dos


meios materiais, tais como: massa específica, velocidade, temperatura ou
pressão podem ser consideradas como funções contínuas do espaço e do
tempo.

 Para ilustrarmos a determinação das propriedades físicas num ponto de um


meio contínuo, vamos determinar a massa específica ρ (massa/volume) num
ponto C de coordenadas (x0, y0, z0) num fluido.

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2. Conceitos Básicos
 Inicialmente, dada uma porção de fluido de volume  , selecionamos um
pequeno volume  ao redor do ponto C, conforme indicado na Fig. 1.1:

Figura do Fox e McDonald.

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2. Conceitos Básicos
 Posteriormente, reduzimos o volume 
até um volume elementar
representativo  ' (REV), suficientemente grande para fornecer um valor
significativo e reprodutível de massa específica no ponto C, e pequeno o
suficiente para detectarmos variações espaciais da mesma.

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2. Conceitos Básicos
 Na Figura 1.2, apresentamos um gráfico típico para a relação  m  como
função do volume  .

 Ao redor de  ', a massa específica se comporta de maneira “suave” e, para


valores muito menores que ,' ela se comporta de modo caótico, pois um
número aleatório de moléculas atravessa uma unidade de volume, tornando
impossível estabelecer um valor médio representativo para a mesma.

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2. Conceitos Básicos
 Portanto, a massa específica num “ponto” do fluido é definida como:

m
 = lim
→ ' 

 Como o ponto “C” foi escolhido de modo arbitrário, o procedimento


anterior pode ser reproduzido, ao longo do tempo, para todos os pontos do
fluido, de modo que:

 =  ( x, y , z , t )

 Desta forma, falamos que a massa específica é uma propriedade “de


campo”. De maneira análoga, podemos falar dos campos de velocidade, de
temperatura ou de pressão, etc.
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2. Conceitos Básicos
 O recíproco da massa específica é o volume específico v:
 1
v = lim =
→ '  m 

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2. Conceitos Básicos
 Podemos expressar a massa específica de uma substância qualquer na forma
adimensional, a partir da densidade relativa ou gravidade específica “SG”, que é
definida como:
s
SGs =
R
Onde:

SGF = gravidade específica;


 s = massa específica de uma substância qualquer;
 R = massa específica de uma substância de referência (tipicamente, para
líquidos, usamos a água, e para gases, usamos o ar).

 O peso por unidade de volume de uma substância é chamado de peso específico,


sendo dado por:
 s = s g

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2. Conceitos Básicos
 Sistema: Quantidade fixa de matéria ou uma região do
espaço delimitada para estudo (objeto de estudo!).

 Vizinhança: Região fora do sistema.

 Fronteira ou Contorno: Superfície (real ou imaginária)


que separa o sistema de sua vizinhança (não possui
espessura).

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2. Conceitos Básicos
 Tipos de Sistemas:

 Sistema Aberto (Volume de


Controle): Volume no espaço
(hipotético) através do qual a massa
pode escoar/atravessar.

Figura obtidas do Cengel e do Moran & Shapiro.


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2. Conceitos Básicos
 Sistema Fechado (Massa de Controle): Quantidade fixa e definida de
massa (nenhuma massa atravessa suas fronteiras).

Figura obtidas do Cengel e do Moran & Shapiro.

 Sistema Isolado: Nem massa nem energia (na forma de calor ou


trabalho) atravessam suas fronteiras.

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2. Conceitos Básicos
 Propriedades (termodinâmicas): Características
macroscópicas de um sistema tais como, massa, volume,
energia, pressão ou temperatura, cujos valores podem ser
atribuídos ao mesmo num dado instante de tempo, sem o
conhecimento prévio da “história” do sistema.

 Estado: Se refere as condições de um sistema descritas Figura obtidas do Cengel

por suas propriedades (i.e., Pressão, Volume,


Temperatura, etc).

 Obs.: Uma quantidade qualquer é uma propriedade, se sua


variação só depende dos seus estados inicial e final, não
dependendo do caminho (i.e., processo).

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2. Conceitos Básicos
 Propriedades Extensivas: São aquelas cujo valor é a soma dos valores das
partes que compõem o sistema, se extendendo para toda massa do mesmo
(massa, volume, energia, entropia, etc). Variam com o tempo, mas não com
a posição.

 Propriedades Intensivas: São aquelas independentes da quantidade de


massa ou do volume do sistema, podendo variar ao longo da posição e do
tempo no sistema (energia específica, massa específica, volume específico,
temperatura, etc).

 Obs. O estado de um sistema pode ser definido por um subconjunto


reduzido de propriedades do mesmo. Todas as outras podem ser definidas
como função deste subgrupo.
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2. Conceitos Básicos
 Fase: Porção homogênea de matéria (com respeito a composição química e
estrutura física).

 Substância Pura: É aquela que apresenta composição química uniforme e


invariável (Ex. H2O, O2, N2, CO2, etc).

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2. Conceitos Básicos
 Processo: É uma transformação sofrida por um sistema
quando este vai de um estado para outro.

 Alguns Tipos de Processo:


 Isobárico: Pressão constante (P=cte);
 Isotérmico: Temperatura constante (T=cte);
 Isocórico: Volume constante (isovolumétrico);
 Adiabático: Não há troca de calor (∆Q=0).

 Ciclo Termodinâmico: Sequência de processos que Figura obtidas do Cengel.


começa e termina no mesmo estado.

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2. Conceitos Básicos
 Equilíbrio Termodinâmico (estado de equilíbrio):
Situação em que não há mudança nas propriedades do
sistema (i.e., pressão, temperatura, etc).

 Diversos tipos de equilíbrio podem existir (mecânico, térmico,


químico, de fases, etc);

 No Equilíbrio Térmico não há diferença de temperaturas


através do sistema e no Equilíbrio Mecânico (de fluidos) não
há mudança de pressões em seus pontos ao longo do tempo;

 A termodinâmica clássica dá ênfase aos estados de equilíbrio e


as mudanças de um estado de equilíbrio para outro;

Figura obtidas do Cengel.


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2. Conceitos Básicos
 Para verificarmos se um sistema está em equilíbrio, isolamos o sistema de
sua vizinhança, se não houver modificações observáveis nas suas
propriedades, o sistema está em estado de equilíbrio.

 Processos de Quase-Equilíbrio: São processos idealizados em que o


desequilíbrio é “infinitesimal”. Neste caso, todos os estados intermediários
do sistema são estados de equilíbrio.

 Obs. Processos de quase-equilíbrio representam modelos termodinâmicos simples que dão, pelo menos,
informações qualitativas a respeito do comportamento de sistemas reais e permitem deduzir relações
existentes entre as propriedades dos mesmos.

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2. Conceitos Básicos
 Projeto de Engenharia (Engendrando!): É um processo de tomada de
decisão que deriva princípios a partir de diversos ramos da engenharia.

 Os projetos tipicamente estão sujeitos a restrições econômicas e de impacto


ambiental.

 Elementos fundamentais incluem:


 Estabelecer Objetivos
 Síntese
 Análise
 Construção
 Teste e Avaliação

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3. Considerações Finais
 Na presente aula, fizemos uma breve introdução à termodinâmica.

 Lembramos de sua importância e de algumas pessoas envolvidas na sua


história.

 Finalmente, fornecemos alguns conceitos básicos, tais como:


 Energia,
 Sistemas abertos, fechados e isolados,
 Propriedades,
 Estado, processo, ciclo termodinâmico,
 Equilíbrio Térmico, etc.

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4. Bibliografia
[1] Princípios de Termodinâmica para Engenharia M. J. Moran e H. N.
Shapiro, 8aEdição, LTC,2018.

[2] Fundamentos da Termodinâmica, G. J. Van Wylen, R. E. Sontag e C.


Borgnakke; 6a edição; Ed. Edgard Blucher, 2003.

[3] Thermodynamics, An Engineering Approach, Y. A. Çengel, M. A.


Boles, 6th Edition, 2006.

[4] A History of Thermodynamics: A Doutrine of Energy and Entropy,


Muller, I. Ed. Springer, 2007.

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