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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL

ESCOLA DE CIÊNCIAS DA SAÚDE E DA VIDA


CURSO DE PSICOLOGIA
PSICOPATOLOGIA PSICANALÍTICA
Profa Dra Carolina de Barros Falcão

Organizações Fronteiriças
Desafios para a Escuta Psicanalítica
AULA 1

A Clínica Psicanalítica Convulsionada


Hugo Lerner

O Ego: talentos, habilidades e projetos


Luis Hornstein

A relação Eu/Outro nos Estados-Limites


Raquel Monteiro & Marta Rezende Cardoso
Psicanálise

Clínica Desde Freud, a Escuta


Psicanalítica está pautada
num processo aberto de
permanente construção
de bases metapsicológicas
nas quais se sustenta.
Teoria
Um pouco de história…
Freud – Narcisismo = abertura para o entendimento
da Psicose e da Perversão;

Estados Unidos = entre 1930 e 40 – interesse acerca


dos “pacientes difíceis”;

Donald W. Winnicott = Desenvolvimento psíquico


precoce + papel do ambiente + Considerações acerca
do Falso Self;

André Green e Piera Aulagnier = Retomada do inte-


resse pelo Eu na Escola Francesa;
“ A denominação ‘ fronteiriços’ foi bem escolhida.

Lutam com unhas e dentes para conservar uma

precária identidade. A fronteira entre interno e

externo é de muita incerteza. Uma e outra vez

deve ser confirmada. Uma indiferenciação sujeito-

objeto borra seus limites. “

(Hornstein, 2014, p.143)


NARCISISMO TRÓFICO
(Hornstein, 2002) Identidade = (Noção coesa
do si mesmo + Relativa esta-
bilidade do sentimento do si);
Autoestima;
Capacidade de investimen-
to noutras metas e atividades;
Alteridade.

CISÃO DO EU
(Freud, 1940 [1938]
“Interrupção de um
processo pela eliminação
VERLEUGNUNG da eficácia transitiva de
um dos seus elos” =
Tentativa de impedir os
DESAUTORIZAÇÃO efeitos psíquicos
(Figueiredo, 2003) provocados por uma dada
percepção.
CLIVAGEM nos Estados-Limite: tentativa de sobrevivência psíquica

“ A clivagem seria, então, uma das formas de defesa que o ego


utilizaria para lidar com o que e excessivamente intolerável, o
que a torna fortemente correlacionada com as experiências
traumáticas”
(Monteiro & Cardoso, 2012, p.79).

“A clivagem é um modo de defesa primitivo radical contra


os riscos impostos à integridade narcísica, no qual ‘o que se
tenta é evitar é a constituição do conflito
psíquico’(Figueiredo, 2003, p.16) segregando o Ego em
partes distintas e, como consequência disto se situa na
dimensão do paradoxo”
(Monteiro & Cardoso, 2012, p.80).

CLIVAGEM: existência de 2 correntes psíquicas


incompatíveis, que dividem o Ego, tornando possível ao
sujeito se “reconhecer” em cada uma delas.
As problemáticas têm a ver com o Ego:
✓ Integridade;
✓ Valorização;
✓ Aceitação da alteridade;
✓ Dificuldades nas funções egóicas.

IDENTIDADE:
A imagem de si repousa numa fusão indissolúvel entre
os investimentos do Ego e os objetais, ou seja, entre a
economia narcísica e a objetal.

Eis aqui um sujeito lutando para conservar sua precária


identidade, sentindo-se amplamente ameaçado pelo
outro. A fronteira entre o interno e o externo deve ser
reafirmada ante a incerteza. A luta constante é de
preservação da identidade!
(Hornstein, 2009, p.83-84)
SINTOMAS REMETEM A PROBLEMAS DO EU E SUAS RELAÇÕES
COM OS OUTROS

POLIMORFISMO SINTOMÁTICO é um desafio:


✓ atuações (auto e hetero destrutivas);
✓ adição tanto a pessoas como a substâncias;
✓ mudanças bruscas de humor;
✓ angústia difusa;
✓ queixas de vazio;
✓ dificuldades no pensamento;
✓ impulsividade,
✓ dificuldades no campo da genitalidade,
✓ entre outros sintomas.

EXIGÊNCIAS PARA A TÉCNICA PSICANALÍTICA


(Enquadre, Transferência, Contratransferência...)
“Penso em um “funcionamento fronteiriço”, uma organização
com uma modalidade de funcionamento complexa e
heterogênea, na qual se apresenta uma intensa e particular
dificuldade na distinção entre a percepção e a projeção; o
dentro e o fora (também nas noções de tempo e espaço); e no
enredo e montagem entre o arcaico e o sexual edípico. O
conceito de “funcionamiento fronteiriço” nos distancia da
tentação, tão comum em outras épocas, de pensar em termos
de um funcionamento mais neurótico ou mais psicótico. O
funcionamento fronteriço não é um lugar intermediário, senão
um lugar em si mesmo, com características próprias. Esta
afirmação não invalida que dentro dessas modalidades de
funcionamento psíquico haja um amplo espectro que vá desde o
menos patológico (o que antes se considerava como mais
neurótico) ao mais patológico (antes considerado mais
psicótico)”.
(Lerner, 2008, p.6)
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